Ombro e axila

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Anatomia Topogrรกfica Humana MCG0114 4ยบ Semestre

Ricardo Cartolano Medicina - Turma 99


O conteúdo desta apostila foi desenvolvido pelo Acadêmico Ricardo Turma

Cartolano da

da

99ª

Faculdade

de

Medicina da Universidade de São

Paulo,

baseado

no

Conteúdo das aulas teóricas ministradas pelos docentes da Disciplina

de

Topografia

Estrutural Humana. O

Autor

esta

gentilmente

apostila

utilizada

cedeu

para

como

ser

recurso

didático para colaborar com o aprendizado vindouras.

das

turmas


Membros Superiores Ombro Introdução envolve muito mais estruturas que a articulação escápulo-umeral região ampla, pode ser chamada de complexo do ombro

Estruturas Ósseas envolvem 2 territórios anatômicos ◦ cintura escapular ▪ escápula ▪ clavícula ◦ epífise proximal do úmero

Estruturas Musculares formam o contorno do território não atuam diretamente no complexo consegue-se palpar 2 estruturas (músculos superficiais) que formam esse complexo ◦ trapézio ◦ deltoide

Articulações existem várias articulações que participam efetivamente desse complexo ◦ escápulo-humeral ◦ acromio-clavicular ◦ esterno-clavicular


articulação esterno-clavicular ◦ a única ligação entre o membro superior e o esqueleto axial vai repercutir na articulação esterno-clavicular ▪ essa articulação tem 2 eixos de movimentos plano transversal (anterior-posterior) plano horizontal ▪ existe um disco articular entre os dois ossos ▪ a estabilidade dessa articulação é proporcionada por ligamentos ◦ ligamentos ▪ ligamentos esterno-clavicular anteriores e posteriores ▪ ligamento interclavicular liga uma clavícula a outra impede movimento latero-lateral – luxação que levaria a clavícula para a lateral ▪ ligamento costo-clavicular impede luxação da articulação para cranial


articulação acromio-clavicular ◦ porção mais lateral da espinha da escápula é o acrômio ◦ processo coracoide ▪ cabeça longa do m. bíceps ▪ m. peitoral menor ▪ m. córaco braquial ◦ ligamentos ▪ ligamento acrômio-clavicular ▪ ligamento córaco clavicular dividido em 2 ◦ ligamento trapezóide (porção lateral) ◦ ligamento conóide (porção medial) ▪ ligamento córaco-acromial função de retináculo – proteger e permitir movimento ◦ músculo supra espinhal (o tendão passa abaixo do córcaoacromial) ▪ faz abdução do úmero, junto com o deltoide


no início do movimento deltoide não consegue abduzir o braco devido ao seu sentido o início (até 15 graus) é feito pelo músculo supra espinhal

articulação escápulo-umeral ◦ sinovial ◦ tem a maior amplitude de movimento entre todas as articulações sinoviais – tri axial ◦ existe uma incongruência entre as superfícies articulares ▪ lábio glenoidal tenta ampliar essa superfície ▪ existem ligamentos e músculos para estabilizar e reforçar a articulação (diferentemente das anteriores que não precisava de musculatura) ◦ ligamentos ▪ ligamentos gleno-umerais saem da cavidade glenoide e se dirigem para o úmero se divide em 3, deixando uma fenda entre eles ◦ superior – vai até tubérculo menor do úmero ◦ médio – vai até tubérculo menor do úmero ◦ inferior – vai até colo cirúrgico ▪ ligamento coraco-umeral ▪ ligamento transverso do úmero serve de retináculo para a cabeça longa do bíceps ▪ esses ligamentos são formados pelo espessamento da capsula articular


▪ as fendas existentes entre eles permitem uma herniação da capsula, formando bolsas sinoviais (ex: bolsa sinovial sub-deltoidea) facilitando movimento

Manguito Rotador todos os músculos tem origem na escápula e inserção no tubérculo do úmero m. supra espinhal ◦ posteriormente ◦ fossa supra espinhal ◦ início da abdução m. infra espinhal ◦ posteriormente ◦ fossa infra espinhal ◦ rotação lateral m. redondo menor ◦ posteriormente ◦ fossa infra espinhal ◦ rotação lateral m. sub escapular ◦ fossa sub escapular ◦ insere-se no tubérculo menor ◦ rotação medial


Vias de Acesso para Estruturas Anteriores se Dirigirem para Posterior

estruturas necessitam passar de anterior para posterior ◦ precisam de uma via de acesso para alcançar a região posterior (para irrigálas e inervá-las) músculos redondo menor, redondo menor e cabeça longa do tríceps formam três espaços: ◦ (1) espaços quadrangular ▪ limites superior – margem inferior do redondo menor inferior – margem superior do redondo maior medial – margem lateral da cabeça longa do tríceps lateral – colo cirúrgico ▪ conteúdo nervo axilar ◦ inerva o deltoide artéria circunflexa posterior do úmero veia circunflexa posterior do úmero


▪ lesão de colo cirúrgico pode lesar o conteúdo do espaço quadrangular ◦ (2) espaço triangular ▪ limites superior – margem inferior do redondo menor inferior - margem superior do redondo maior lateral – margem medial da cabeça longa do tríceps ▪ conteúdo vasos (artéria e veia) circunflexos da escápula ◦ ramo da axilar ◦ (3) intervalo triangular ▪ limites superior – margem inferior do redondo maior medial – margem lateral da cabeça longa do tríceps lateral – úmero ▪ conteúdo nervo radial ◦ deixa sua marca no osso – sulco radial ◦ músculos extensores do membro superior artéria braquial profunda veia braquial profunda ▪ fratura de terço médio do úmero pode haver lesão desse conteúdo

Axila Limites piramide truncada, sem ápice superior ◦ anterior – margem superior da clavícula ◦ posterior – margem superior da escápula ◦ medial – 1ª costela ◦ lateral – úmero


inferior ◦ pele ◦ tecido celular subcutâneo (tec. adiposo) ▪ lâmina (ou camada) areolar de gordura - composto por uma camada de gordura em íntimo contato com a pele ▪ fáscia superficial – está contida entre as 2 camadas de gordura do tecido subcutâneo ▪ lâmina lamelar – parte mais profunda ◦ fáscia profunda (ou muscular) (nessa região → fáscia axilar) ▪ está localizada no corpo inteiro ▪ dependendo da região ela muda de nome anterior ◦ m. peitoral maior ◦ m. peitoral menor posterior ◦ m. subescapular ◦ m. redondo maior ◦ m. grande dorsal medial ◦ 1ª a 4ª costela ◦ mm. intercostais ◦ m. serrátil anterior lateral ◦ úmero


Conteúdo artéria axilar e ramos ◦ originada da subclávia ◦ é subclávia até a borda lateral da 1ª costela, depois se chama axilar ◦ limite inferior – margem inferior do redondo maior ◦ músculo escaleno anterior fica entre a veia e artéria axila

◦ dividida em 3 partes ▪ medial (1) artéria torácica superior ◦ irriga 2º e 3º espaços intercostais ▪ retro (2) artéria tóraco acromial ◦ a) ramo deltoide ◦ b) ramo acromial ◦ c) ramo clavicular ◦ d) ramo peitoral (3) artéria torácica lateral (a. mamária externa) ◦ irriga porção lateral do tórax e parte da mama ▪ lateral (4) artéria sub escapular ◦ a) artéria tóraco dorsal ◦ b) artéria circunflexa da escápula (5) artéria circunflexa anterior do úmero (6) artéria circunflexa posterior do úmero ◦ (5) e (6) se anastomosam lateralmente


veia axilar e tributárias ◦ semelhante às artérias ◦ existe uma veia superficial no membro superior, que se torna profunda, chamada veia cefálica ▪ desemboca-se dentro da axila, na porção medial da veia axilar plexo braquial linfonodos vasos linfáticos


Anatomia Clínica do Membro Superior Anatomia do Ombro articulação glenoumeral 25% de contato articular ◦ a falta de contato total é importante para permitir o movimento pleno do ombro, apesar disso causa grande instabilidade ◦ há uma grande diferença entre a superfície articular do úmero e da glenoide labrum: aprofundamento de 50% da glenoide e aumento de 75% no contato umeral ◦ mecanismo que aumenta a congruência ◦ membrana fibro-cartilagenosa ◦ se origina na borda da glenoide ◦ aumenta o contato entre a cabeça do úmero e a glenoide ◦ esse aumento de contato já diminui parcialmente a instabilidade da articulação inserção do tendão da cabeça longa do bíceps na porção superior da glenoide ◦ depressor e estabilizador ◦ se localiza anteriormente à articulação ◦ tendão da cabeça longa se insere na região do tubérculo supra glenoidal ◦ a parte anterior da articulação é protegida por essa estrutura tendinosa ◦ quando o bíceps contrai existe uma tendência desse tendão apertar a articulação e aumentar a estabilidade uma outra articulação importante sinovial e esferoidal é a articulação coxofemoral ◦ semelhante à articulação glenoumeral ◦ fossa acetabular é mais profunda do que a fossa glenoidal ◦ também possui uma estrutura chamada labrum, que aumenta a superfície de contato ◦ tem a função de preservar e receber/transmitir a força para todo o corpo – sustentação articulação glenoumeral deve permitir movimentos amplos, que a articulação coxo-femoral não permite ◦ para isso deve ter a estabilidade natural e mecanismo que evitem a luxação (perda de união entre duas superfícies articulares)


Estabilidade do Ombro podemos dividir os fatores de estabilidade articular em dois grupos ◦ estática – se mantém no local devido a esses fatores ▪ obstáculos ósseos ▪ capsula articular – possui várias estruturas anatômicas que mantém a articulação em aposição labrum ligamentos ◦ glenoumeral superior, médio e inferior – espessamento da capsula articula – região anterior ▪ glenoumeral superior é o restritor primário inferior com o braço em adução ele é quem segura quando o braço é puxado pra baixo enquanto aduzido (em contato com o corpo) ◦ córaco umeral – superior a todos esses ligamentos região inferior da articulação glenoumeral é a menos protegida, portanto mais instável ◦ a maior instabilidade é na região inferior da capsula capsula possui um volume finito e pressão baixa dentro da articulação ◦ se o úmero tender a afastar da cavidade, será criada uma pressão negativa, fazendo-o retornar à posição ◦ dinâmica – impedem luxação quando a articulação está sendo submetida a um movimento músculos do manguito rotador ◦ supra espinhal – superiormente ◦ sub escapular – anterior – se insere no tubérculo menor ◦ infra espinhal e redondo menor – posterior movimentação escapulotorácica ◦ único ponto fixo entre cintura escapular e esqueleto axial é a articulação esterno clavicular ◦ escápula se move conforme membro superior se move ◦ essa movimentação da escápula diminui a carga sobre a articulação e aumenta a amplitude de movimento


Luxação do Ombro – Instabilidade Glenoumeral existem vários graus de instabilidade ◦ fraqueza natural das articulações luxação acomete a irrigação ◦ deve ser reduzida rapidamente para comprometer menos a articulação quando ocorre trauma, em geral a luxação é unilateral lesão de Bankart ◦ quando ocorre um traumatismo que força a cabeça do úmero para fora da cavidade glenoidal ◦ o labrum é desinserido da articulação ◦ se não for concertado cirurgicamente poderá dar origem a uma artrose ◦ artroscopia – visão através de pequenos orifícios onde um deles se põe a câmera e nos outros dois o material de trabalho (pinça e fios) lesão de Hill Sacks - lesão mais grave devido a mecanismos de trauma mais violentos quando há fratura da superfície articular do úmero na borda de glenóide

Ombro Doloroso situações onde existe inflamação de qualquer uma das bursas sinoviais relacionadas à musculatura do ombro ou lesões de tendões de músculos do manguito rotado ◦ bursite tende a ser menos localizada ◦ lesões de tendões são mais localizadas, quando se aperta na região caso clínico: ◦ M.T., 79 anos. Trabalhou 35 anos como torneiro mecânico na Volkswagen. Dor quando deita sobre o ombro direito. Não consegue mexer nas ferramentas, nem pentear o cabelo.

Anatomia do Manguito Rotador m. sub escapular - único musculo que está anterior e se inseire no tubérculo menor m. supra espinhal, m. infra-espinhal e m. redondo menor se inserem no tubérculo maior músculo mais frequentemente lesado é o supra espinhal ◦ mais comumente por abduções frequentes do braço ◦ m. supra espinhal passa por um local estreito, podendo haver lesões devido à repetições ◦ tendão pode lesionar e correção deve ser feita por artroscopia


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