A Ordem
Fundação Paz na Terra Ano LXV - Nº 16 Natal-RN / Agosto de 2017 / R$ 7,00
Vocação: lançar as redes DIREITO
Presidente da OAB/RN traça cenário da profissão
FOTOGRAFIA
Profissionais revelam expressões da fé
PASTORAL
Grupo fortalece trabalho com as famílias na Arquidiocese
a ordem | Assunto
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Outubro de 2016 | 3
a ordem | Editorial
“Vem e segue-me”
Costuma-se dizer que uma pessoa é vocacionada para tal profissão quando ela demonstra aptidão, inclinação ou tendência para tarefas referentes à tal atividade. Na prática da Igreja, a vocação também é entendida como um chamado. “Vem e segue-me”, disse Jesus a Mateus, um cobrador de impostos. Na sequência, a narração bíblica diz que “o homem se levantou e o seguiu” (cf. Mt 9,9). Em outras palavras, Mateus não escolheu ser apóstolo. Ele foi chamado por alguém que não conhecia para fazer algo que também desconhecia. Certamente entendeu que seria bem maior e diferente da simples e corriqueira “cobrança de impostos”. Vocação é mesmo um chamado. Nem sempre feito pela Igreja, nem só para a vida religiosa. Pode ser para um trabalho profissional e nem é preciso alguém chamar. A pessoa se sente “chamada”. Quem exerce a profissão como se “religião” fosse, cumpre a vocação para a qual foi chamado. Sentir-se bem com o que faz, alegrar-se com os resultados, colocar-se em função do bem comum, das pessoas, da sociedade é atender ao “chamado” para o qual veio ao mundo. Se for coerente, ético, eficiente, honesto para consigo mesmo e com os outros, terá escutado, no íntimo se seu ser, o “vem e segue-me” de Deus para fazer o bem na terra dos homens.
Expediente
Revista mensal da Fundação Paz na Terra Endereço: Rua Açu, 335 – Tirol CEP: 59.020-110 – Natal/RN Fone: 3201-1689
Conselho curador: Pe. Charles Dickson Macena Vital Bezerra de Oliveira Fernando Antônio Bezerra Conselho editorial: Pe. Paulo Henrique da Silva Pe. Júlio César Souza Cavalcante Luiza Gualberto Adriano Charles Cruz, OFS Hevérton Freitas Josineide Oliveira Cione Cruz Vicente Neto Edição e Redação: Cacilda Medeiros (DRT-RN 1248) Luiza Gualberto (DRT-RN 1752)
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Paróquias
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Cultura
Nesta edição, você conhece as comunidades paroquiais de Macau e Pitimbu
Agosto é o mês do folclore
31 Reportagem
A corrupção começa em mim
FOTO DA CAPA: Brunno Antunes Revisão: Milton Dantas (LP 3.501/RN) Colaboradores: José Bezerra (DRT-RN 1210) Adriano Cruz (DRT-RN 1184) Cione Cruz Rede de Comunicadores da Arquidiocese de Natal Projeto e diagramação: Terceirize Editora (84) 3211-5075 www.terceirize.com
Comercial: RN Editora Idalécio Rêgo (84) 98889-4001 Impressão: Unigráfica - (84) 3272-2751 Tiragem: 1.000 exemplares Assinaturas: Com as coordenações paroquiais da Pastoral da Comunicação ou na redação da revista, no Centro Pastoral Pio X – Av. Floriano Peixoto, 674 - Tirol - Natal/RN - (84) 3615.2800 assinante@arquidiocesedenatal.org.br www.arquidiocesedenatal.org.br
| a ordem
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a ordem | Palavra da Igreja
Oferta da vida: nova via de santidade Foi publicado, no último dia 11 de julho, o Motu Proprio do Papa Francisco “Maiorem hac dilectionem” sobre a oferta da vida nas causas dos santos. Com o documento, o Pontífice abre o caminho à beatificação daqueles fiéis que, impulsionados pela caridade, ofereceram heroicamente a própria vida pelo próximo, aceitando livre e voluntariamente uma morte certa e prematura com o intuito de seguir Jesus. Há séculos, as normas da Igreja Católica preveem que se possa proceder a beatificação de um Servo de Deus percorrendo uma dessas três vias: o martírio (suprema imitação de Cristo com morte violenta), as virtudes heroicas (a vivência acima do comum e constante no tempo das virtudes teologais), e os casos excepcionais (conhecida como equipolente). Essas três vias, todavia, resultavam insuficientes para interpretar todos os casos possíveis de santidade canonizável. De fato, ultimamente, a Congregação das Causas dos Santos colocou-se a questão “se os Servos de Deus que, inspirados pelo exemplo de Cristo, tenham livre e voluntariamente oferecido e imolado a própria vida pelos irmãos num supremo ato de caridade, que tenha sido diretamente causa de morte, não mereçam a beatificação”. Trata-se, portanto, de introduzir uma quarta via, que foi chamada “oferta da vida”. A “oferta da vida” até então não constituía uma
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Papa francisco Chefe de Estado do Vaticano
categoria específica, mas, se comprovada, era incorporada ou como martírio ou como virtudes heroicas – o que não fazia jus à sua verdadeira natureza. Há séculos, a Igreja não exclui das honras dos altares os fiéis que deram a vida num extremo ato de caridade, como, por exemplo, morrer contagiado com a mesma doença do enfermo assistido. O documento pontifício esclarece no artigo 2: “a) oferta da vida, para que seja válida e eficaz para a beatificação de um Servo de Deus, deve responder aos seguintes critérios: a) oferta livre e voluntária da vida e heroica aceitação propter caritatem de uma morte certa e decorrida num breve período de tempo; b) nexo entre a oferta da vida e a morte prematura; c) exercício, pelo menos em grau ordinário, das virtudes cristãs antes da oferta da vida e, depois, até a morte; d) existência da fama de santidade pelo menos depois da morte; e) necessidade do milagre para a beatificação, ocorrida depois da morte do Servo de Deus e por sua intercessão”. Com este documento, a doutrina sobre a santidade cristã e o procedimento tradicional da Igreja para a beatificação dos Servos de Deus não somente não são alterados, mas são enriquecidos de novos horizontes e oportunidades para a edificação do povo de Deus, que nos seus Santos vê o rosto de Cristo, a presença de Deus na história e a exemplar atuação do Evangelho.
A voz do pastor | a ordem
Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo Metropolitano de Natal
Vocação: impelidos pelo Espírito para a missão
Queridos irmãos e irmãs! Em agosto, vivemos o mês vocacional. A alegria da vocação que é uma realidade que toca a todos na Igreja. Vocação vem do verbo latino “vocare”, chamar. Todos nós, na Igreja, somos “vocacionados”. É bem verdade, dizer homem ou mulher, é dizer ser chamado. Em primeiro lugar, somos chamados à existência. Para nós que cremos, Deus cria, isto é, chama à existência o que não era, para que partilhe com Ele da vida. Na teologia o homem é visto como o destinatário da comunicação divina, isto é, o homem existe para receber, gratuitamente, a graça amorosa de Deus. Assim, podemos afirmar que o homem é chamado, “vocacionado”, a entrar numa relação com Deus. Quando falamos em vocação também o nosso olhar se volta para Jesus, o “vocacionado do Pai”. Ele é o modelo de chamado e de resposta. Em Jesus, Filho de Deus, encontramos realizado o sentido da vida humana. Como afirmou um grande teólogo católico: “se Deus quer dizer no mundo algo de não mais provisório, algo de definitivo e irrevogável – obviamente não com simples palavras, mas através de realidade e com atos –, então tal realidade deve ser assim unida a Deus a tal ponto de ser ele mesmo” (Karl Rahner). Em Jesus, Deus mesmo pronuncia a palavra, o chamado ao ser humano, para que ele seja o que deve ser. Sendo Jesus o modelo de vocação, podemos afirmar que todo ser humano, independentemente de qualquer condição, seja social, cultural ou até religiosa, é chamado a ser alguém que preza pelo sentido da vida. Eis a primeira realidade da vocação: o sentido da vida passa pelo reconhecimento da beleza e da inviolável dignidade da pessoa. É esse o fundamental chamado.
Mas, sabemos que Jesus não falou para o ser humano de forma abstrata, quase como que algo disforme ou sem corpo. A vida de Jesus é, em si mesma, a unidade entre espírito e matéria, alma e corpo, teoria e prática, visão de mundo e de humanidade na mais concreta realidade. Por isso, quando falamos de vocação temos que falar, também, das vocações na Igreja. A própria vida cristã, enquanto se entende seguimento e imitação de Cristo, se apresenta como vocação fundamental. A primeira vocação específica diz respeito à dimensão missionária. O Papa Francisco expôs esse pensamento na sua mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, celebrado em 7 de maio deste ano: “Por isso, o compromisso missionário não é algo que vem acrescentar-se à vida cristã como se fosse um ornamento, mas, pelo contrário, situa-se no âmago da própria fé: a relação com o Senhor implica ser enviados ao mundo como profetas da sua palavra e testemunhas do seu amor”. E, citando a Exortação Apostólica Evangelii gaudium, argumenta: “Quem se deixou atrair pela voz de Deus e começou a seguir Jesus, rapidamente descobre dentro de si mesmo o desejo irreprimível de levar a Boa Nova aos irmãos, através da evangelização e do serviço na caridade. Todos os cristãos são constituídos missionários do Evangelho”. Da vocação missionária se alimentam todas as vocações especificas: para o laicato, para a vida matrimonial, para o presbiterado, para o diaconado, para vida religiosa e consagrada. Todos são chamados a viver a vocação na realização do plano de Deus, que é sempre destinação para a plenitude da vida. Que este mês traga a todos os vocacionados a ação de graças por participarem da vida de Deus, vida doada ao serviço dos outros.
EDUCAÇÃO INFANTIL | FUNDAMENTAL I | FUNDAMENTAL II | ENSINO MÉDIO
projetos interdisciplinares | aulas em campo | Robótica jogos internos | jerns | olimpídas recreativas | esportes
Rua Brasília, 712 - Alecrim - Natal/RN - (84) 3222-3539 | 3221-6033 contato@institutoreismagos.com.br / www.institutoreismagos.com.br Agosto de 2017 | 7
Fotos: Elpídio Júnior
a ordem | Entrevista
Dia do advogado: profissão passa por transformação no país
Neste mês de agosto se comemora o dia do profissional que é indispensável na defesa dos direitos e na administração da justiça. Assim como qualquer profissão, o advogado vive desafios na área, uma vez que a carreira está passando por um momento de transfor-
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mação no país. Nesta entrevista, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte, Paulo Coutinho, faz uma avaliação do cenário da advocacia hoje, e destaca as áreas de maior atuação dos profissionais na atualidade.
Entrevista | a ordem Na sua visão, como está o cenário da advocacia hoje, em nosso Estado? Paulo Coutinho: A advocacia passa por um momento de transformação em todo o país. A criação de centenas e centenas de cursos de direito nos últimos anos trouxe para o mercado de trabalho um grande número de novos profissionais, e esse fato, por óbvio, criou uma força de trabalho ávida por uma demanda de contratação que nem sempre acontece. Para superar essa grande concorrência, os advogados precisam cada vez mais se qualificar e ter uma postura empreendedora na condução de sua atuação profissional. A escolha de uma área de atuação em crescimento e a expertise que o profissional tenha sobre a matéria escolhida são pontos chaves para o sucesso. Quanto ao cenário estadual, todos estão sendo atingidos pela crise econômica vivenciada no Rio Grande do Norte. Quando a economia vai mal, as atividades autônomas sofrem com a diminuição da demanda. Apesar da essencialidade do advogado para a interposição de medidas judiciais e do crescente número de ações novas em tramitação, constatamos uma diminuição nos valores de contratação e muitos clientes têm solicitado a revisão de ajustes feitos há mais tempo. A expectativa é que o Estado do RN, assim como já se constata em nível nacional, comece uma retomada de crescimento e estabilidade econômica que revitalize o mercado de trabalho para os advogados potiguares. Quais são as áreas de maior destaque e interesse no Direito, atualmente? Paulo Coutinho: O cidadão brasileiro está cada vez mais atento aos seus direitos, e dificilmente deixa de buscar uma solução, seja judicial ou ex-
trajudicial. As áreas de atuação que se destacam sofrem uma constante variação, em parte por uma constante modificação das leis, em parte por novas interpretações dos Tribunais Superiores, e o advogado precisa estar atento a esses fatores. As áreas do Direito do Trabalho e Previdenciário têm sido muito procuradas nos últimos anos, o que deve ser ainda mais aquecido em face das reformas (trabalhista e previdenciária) recentemente anunciadas. As mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho, a chamada CLT, certamente serão objeto de muitas dúvidas e a sua implementação constitui um mercado de atuação fortalecido, tanto para os profissionais que atuam na defesa dos trabalhadores, como para aqueles que assistem os empregadores, e a quantidade de cursos e eventos em torno da reforma apontam para uma demanda crescente. Outro ramo do direito que se destaca atualmente é o Direito de Família, este muito mais em face de mudanças culturais, que trouxeram para a esfera jurídica realidades que há pouco não eram enfrentadas, tais como as relações homo-afetivas e suas implicações cíveis e sucessórias, os contratos de convivência, os pactos pré-nupciais, entre outros. Mas, a todo instante, surgem novos nichos de mercado e o advogado precisa estar atento às movimentações da economia. Como exemplo podemos citar o chamado “Direito da Moda”, que em tempos de redes sociais tem atraído profissionais que se dedicam ao direito de imagem e sua exploração econômica, a propriedade intelectual. O direito é uma ciência em constante evolução, e o sucesso do advogado está diretamente relacionado à sua capacidade de acompanhar as mudanças e aproveitar as oportunidades que surgem a partir de uma visão ampla do mercado.
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a ordem | Entrevista Todas as profissões vivenciam desafios ou situações de conflito. Quais desafios são enfrentados pelo advogado, de modo geral, nos dias atuais? Paulo Coutinho: Vivemos num país onde o desrespeito aos direitos e garantias ainda é uma constante, infelizmente. O exercício da advocacia muitas vezes esbarra em dificuldades relacionadas às suas prerrogativas, que nada mais são do que garantias do livre exercício profissional, para que possa atuar com o respeito ao amplo direito de defesa do cidadão que o contratou. Nesse aspecto, algumas áreas encontram maiores dificuldades, a exemplo da advocacia na área criminal, onde os profissionais muitas vezes têm suas prerrogativas desrespeitadas por agentes públicos que confundem a figura do profissional que ali está para exercer o seu labor, e criam entraves ao pleno exercício limitando direitos, tais como o acesso aos presos, o exame de processos e inquéritos, que são direitos absolutos, constitucionalmente assegurados. A OAB tem se dedicado a um trabalho de conscientização e parceria com os órgãos e agentes públicos, a fim de superar essas dificuldades que prejudicam não apenas a atuação do advogado, mas o próprio direito do cidadão. De que forma a OAB está acompanhando a situação política, vivida pelo nosso país? Paulo Coutinho: O Brasil passa pelo momento mais importante de sua recente história democrática. O período contado desde a Constituição de 1988 é o de maior duração sem interrupções ditatoriais ou intervencionistas, e a sociedade vive hoje a consolidação de um estado de direito há muito almejado e que nunca foi alcançado em sua plenitude. A corrupção eleitoral e todas as suas repercussões na gestão pública sofreu um duro e necessário golpe a partir de operações e condenações de maus gestores e maus políticos, que durante décadas estavam a ludibriar o povo e enriquecer às custas do cidadão, do contribuinte que espera, em troca do pagamento de seus impostos, serviços públicos de qualidade e uma vida digna. A sociedade parece-me começar a reagir contra tais agentes, forte na confiança de que as instituições fiscalizadoras estão fazendo o seu papel. Há ainda muito a ser feito, e o mais importante é que cada um de nós tenha a consciência de que somos 10 | Agosto de 2017
nós que escolhemos os nossos representantes, os políticos devem representar os anseios dos seus eleitores e honrar o compromisso de transformar e melhorar a vida dos cidadãos. Esse é o “bom político”, que é essencial para a democracia e que devemos, nós eleitores, buscar com muita atenção e responsabilidade no momento de votar. O que mais lhe gratifica nesta profissão? Paulo Coutinho: Cada um de nós enfrenta um grande desafio ao escolher a profissão que irá seguir. Desde muito jovem essa é uma cobrança sempre presente em nossas vidas, e fazer a escolha certa já é motivo de muita alegria. A advocacia nos coloca diante de muitas dificuldades, desafios que se renovam dia após dia, sobretudo num país onde a justiça é extremamente lenta, onde os processos podem durar anos e anos até que cheguem ao fim. Nesse cenário, sem dúvida alguma, o que mais me gratifica na advocacia é o sorriso do cliente ao ver definitivamente assegurado o direito que veio buscar; é o sentimento de ter contribuído para calar uma injustiça, ou garantir o exercício de uma garantia, ou de sua própria liberdade. Neste mês se comemora o dia do advogado. O que o senhor poderia dizer aos jovens profissionais da área do Direito? Paulo Coutinho: Perseverança! A advocacia é uma profissão difícil, com novos desafios a cada dia, novas dificuldades e barreiras a serem superadas, mas que, quando exercida com ética, responsabilidade, compromisso com a justiça e com a boa-fé, proporciona um grande prazer, e, certamente, nos leva ao que deve, necessariamente, ser o objetivo em qualquer atividade profissional, que é encontrar a felicidade.
Homenagens | a ordem
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a ordem | Capa
Vocação:
jovens testemunham escolhas de vida Em agosto, Igreja católica celebra mês vocacional
Por Cacilda Medeiros e Luiza Gualberto Todos os anos, no mês de agosto, a Igreja católica convida os fiéis a refletirem as vocações em diversos aspectos. Cada domingo do mês é dedicado à celebração de uma determinada vocação. No primeiro, celebra-se o sacerdócio e os ministérios ordenados; no segundo, o matrimônio, junto à Semana da Família; no terceiro, a vida consagrada, e, por fim, no quarto, a vocação dos leigos, junto à vivência do Dia do Catequista. A vocação, despertada muitas vezes na juventude, leva-nos a uma escolha de vida, de um caminho a seguir.
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Há tempo para tudo O funcionário público, Flávio Luiz da Silva, 34 anos, residente em Nova Cruz, casado, pai de uma menina, começou a atuar na Igreja Católica, como leigo engajado, muito cedo. “Ainda criança, fui convidado por uma senhora, conhecida como Tia Nativa, para participar da Legião de Maria Juvenil. Já nesse tempo, comecei a entender a missão da Igreja na evangelização e em prol de uma sociedade mais justa e fraterna”, relata. Ainda bem jovem, Flávio foi convidado pela Irmã Raimunda Ferreira, da
Congregação Filhas do Amor Divino, para participar das reuniões da Pastoral da Comunicação. Na Pascom, ele continua até hoje, onde desempenha a função de coordenador paroquial, articulador do 8º Zonal e referencial leigo para o Vicariato Episcopal Sul. Indagado sobre o que significa a missão na Igreja para a vida dele, o coordenador da Pascom, em Nova Cruz, se inspira no Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil e diz: “significa contribuir para o anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo, quando assumimos o chamado a realizar na Igreja a missão que
Capa | a ordem nos foi confiada.” Ele ressalta o valor da missão de colaborar na evangelização, “ainda mais por meio da Pastoral da Comunicação, que nos conduz a utilizar, de forma correta, os meios de comunicação, para transmitir a Palavra de Deus”. Assim como outras tantas pessoas, Flávio Luiz tem uma rotina agitada, tendo que conciliar família, universidade, vida profissional e a missão, na Paróquia da Imaculada Conceição, em Nova Cruz. “É preciso ter discernimento para assumir uma tarefa ou
Cacilda Medeiros
Flavio Luiz e familia
um compromisso de cada vez, sem misturar as coisas. Temos tempo para
Uma vocação inspirada em outro sacerdote Ele tem apenas dois meses como sacerdote e 28 anos de vida, mas a relação do Padre Willian Bruno dos Santos Costa com a Igreja começou quando ele recebeu o Sacramento da Eucaristia pela primeira vez, em 1999. Ele conta que a partir daí, começou a se engajar na Paróquia da Sagrada Família, mais precisamente no Santuário de Santos Reis, no bairro de Santos Reis, em Natal. “Fui coroinha, por um tempo. Depois, participei a Legião de Maria juvenil e, também, trabalhei na secretaria da Paróquia”, relata. Padre Bruno revela que, durante esse tempo, na Paróquia, foi prestando atenção à “vida do padre”. Mas a vocação para o sacerdócio mesmo surgiu na época da ordenação do
Rivaldo Jr
Pe Bruno
Padre Newton Coelho, em agosto de 2004, que também é filho da Paróquia da Sagrada Família. “Lembro-me que quando terminou a celebração de ordenação do Padre Newton, na Catedral, e entramos no táxi para ir para casa, eu disse: ‘Mãe, eu quero ser pa-
tudo. Apenas precisamos saber dividir esse tempo para viver da melhor maneira possível,” diz. Como leigo engajado, ele tem consciência de seu papel, na Igreja Católica. Baseado no Documento 99, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), faz uma reflexão: “vejo que o leigo tem papel fundamental na evangelização dos povos, pois ele está inserido no meio da sociedade. Bom seria se todos os pastores soubessem valorizar a ação dos leigos, na Igreja.”
dre’. Na época, ela não acreditou, mas sei que é porque eu sou filho único e ela tinha medo de ficar só”, recorda. Em 2009, ele ingressou no Seminário de São Pedro e iniciou a caminhada de estudos para o sacerdócio. Segundo o jovem padre, durante toda esta caminhada, mesmo com as dificuldades normais da vida em comunidade, nunca pensou em desistir. Padre Willian Bruno foi ordenado sacerdote dia 24 de maio deste ano, pela imposição das mãos e oração consecratória do Arcebispo Metropolitano, Dom Jaime Vieira Rocha, ficando a serviço da residência episcopal e exercendo, também, a função de vigário paroquial da Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, na Cidade
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a ordem | Capa
Alta, na capital. Esta data – 24 de maio – vai ficar marcada para sempre, na vida do neo-sacerdote. “Foi um momento muito emocionante. Lembro-me de ter abraçado, chorando, a minha mãe, como forma de agradecê-la
por tudo. Sei que ela me incentivou, mesmo de forma muito discreta, ao sacerdócio”, relembra, emocionado. Recém-ordenado, Padre Bruno diz que percebe o modo diferente e respeitoso como as pessoas o tra-
tam, depois da ordenação. “É muito interessante, porque as pessoas logo passam o nos chamar de padre, de senhor, pedem a bênção, pedem conselhos até pelo whatsapp, apesar de eu ser muito jovem”, observa. cedida
Uma vida consagrada Aos 16 anos, Polliana Vilela do Nascimento, natural de Anápolis (GO), sentiu o chamado para seguir a vida religiosa, através de um trabalho missionário realizado pela Congregação das Irmãs de Belém na paróquia que participava. “Ao perceber o quanto havia uma felicidade naquelas religiosas, em especial a Irmã Mariana, que eu não encontrava nas coisas do mundo, senti meu coração estremecer e puder perceber no meu cotidiano este chamado de Deus. Tive inúmeras possibilidades de seguir outros caminhos. Antes de ser religiosa fui modelo e nesse mundo de busca por uma beleza que passa, descobri que não era feliz”, conta. A partir deste chamado, no dia 19 de janeiro de 2003, Polliana ingressou na Congregação de Nossa Senhora de Belém, que foi fundada pela Madre Maria Helena Cavalcanti (mãezinha). Na cerimônia de noviciado, Polliana recebeu o nome de religiosa: Ir. Domínica do Santo Rosário. Com o trabalho missionário, Ir. Domínica deixou sua cidade de origem e
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Irmã Domínica em trabalho de animação pastoral
veio fazer missão na Arquidiocese de Natal, onde permanece desde 2007, acompanhando os trabalhos pastorais e espirituais nas paróquias do território arquidiocesano. “A vida de religiosa é feita de agoras e isso me encanta! Sou feliz agora, porque faço a vontade de Deus! Dessa forma, o primeiro amor por nosso Esposo Jesus nunca esfria! O coração está sempre ardente porque posso servi-lo agora com minha juventude, com meu entusiasmo e alegria, mas esse agora em meu amor
esponsal a Jesus será eterno porque Ele me sustenta e me faz ser fiel”, frisa. “Às jovens que desejam dar sua vida para Cristo pela vida religiosa posso dizer o que minha mãe fundadora, Madre Maria Helena Cavalcanti ensina: Vale a pena correr o risco de Deus!. Esse risco é sem arrependimento, é algo que nos faz saber que não gastamos nossa juventude a toa, mas temos que renunciar, fazer alguns sacrifícios por nossa escolha”, reforça Ir. Domínica.
Capa | a ordem Dantas Jr.
Por que agosto é o mês vocacional?
Anderson, Sheila e Maria Fernanda
Família, base da vocação Muita vezes, as vocações são afloradas ainda no meio familiar. A partir dos ensinamentos e vivências que experimentamos, as escolhas de vida vão surgindo. Casar e constituir uma família é uma delas. Essa foi a escolha de Anderson Dantas e Sheila Barreto. Casados há dois anos e meio, o casal conta que a vocação familiar surgiu a partir do convívio e vivência na Igreja. “Aprendemos que a base que sustenta as relações interpessoais começa pela família. Estamos juntos, de fato, há cinco anos e neste período de relacionamento decidimos colher os frutos desse convívio. Desde a época de namoro já tínhamos planos concretos de construir uma família”, diz.
Como fruto do matrimônio de Anderson e Sheila nasceu Maria Fernanda, que está com nove meses de idade. “Maria Fernanda é uma verdadeira bênção que Deus enviou para nós e estamos muito felizes curtindo esta nova fase”, ressalta. Para as futuras famílias, o casal aconselha: “Acreditem no projeto da família, que busquem se conhecer ao máximo, que cultivem o amor diariamente, seja nas palavras ou nos pequenos gestos. Que o respeito prevaleça sempre, o que virá pela frente será só consequência que poderá ser testemunhada e servida de exemplo para muita gente que sonha um dia em poder formar a sua própria família”.
Em 1981, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sua 19ª Assembleia Geral, instituiu agosto como o Mês Vocacional. O objetivo principal era o de conscientizar as comunidades da responsabilidade que compartilham no processo vocacional. É por isso que cada domingo do mês de agosto é dedicado à celebração de uma determinada vocação. A cada ano, durante este mês, se reflete uma temática. Para este ano, o tema será “A exemplo de Maria, discípulos missionários”. Com esta temática, a CNBB busca motivar as vocações nas comunidades, paróquias e dioceses, além de conscientizar adolescentes e jovens ao chamado de servir a Igreja. O mês vocacional deste ano também é celebrado no contexto do Ano Nacional Mariano, proclamado pela CNBB, alusivo aos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, no Rio Paraíba do Sul. No território da Arquidiocese de Natal, o Serviço de Animação Vocacional (SAV) vai desenvolver uma programação para vivenciar este mês, como momentos celebrativos, tríduo vocacional, de 22 a 24 de agosto, romaria vocacional para coroinhas do 7º zonal, no dia 26, com destino ao Santuário do Bom Jesus dos Navegantes, em Touros, além de feira vocacional, no dia 31 de agosto, no Colégio Nossa Senhora das Neves, no bairro do Alecrim, na capital.
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a ordem | Artigo
Agosto, mês do Folclore O dia 22 de agosto é consagrado internacionalmente ao folclore, e esta ciência com seus pontos de sustentação, cujo objeto de estudo é a cultura popular, recupera, no Brasil, seu prestígio como ciência do povo e faz conexões novas, importantes, que valorizam as múltiplas manifestações nacionais, porque Folclore combina com comunicação, com turismo, alimentando no trade a expectativa de bons negócios, com o fluxo de turistas consumindo a tudo que o povo produz, pensa, faz, respaldado na tradição de suas comunidades. Folclore combina com educação e, desse entrelaçamento, é possível ampliar conceitos, aprofundar estudos, cortejar arquétipos e levar ao campo do interesse filosófico e cultural. O Brasil convive com a maior diversidade cultural do planeta. Seu folclore é riquíssimo: são ciclos festivos onde desfilam os valores culturais, nascidos da utopia do descobrimento. Uma obra da mestiçagem, um volumoso e expressivo conhecimento cultural que passa de geração a geração. Somos, em maior ou menor intensidade, o resultado de tudo isto, e o Rio Grande Norte, um Estado privilegiado por ser berço de Luiz da Câmara Cascudo (1898-1986), o maior estudioso
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Prof. Severino Vicente Historiador e Folclorista Presidente da Comissão Nacional de Folclore
do folclore e da cultura popular no Brasil. Ainda possuímos vivos, em atividade, sabe Deus como, os quatro grandes autos populares, não existentes em nenhum outro Estado: boi, fandango, chegança e congo, seguidos dos autos menores: Lapinha, Pastoril, Caboclinhos e as ditas danças puras com ausência de dramaticidade (coco de roda e suas variações zambê, bambelô e maneiro-pau); dança de São Gonçalo, espontão, bandeirinhas, capelinha-de-melão, Araruna, malhação do Judas ou dança dos caboclos, quadrilha etc. Somos ricos no campo da Literatura Popular, com Romanceiro, o cordel e a viola, o teatro de bonecos, o artesanato e as artes populares. O maior embolador de coco do Brasil, Francisco Antônio Moreira (Chico Antônio da cidade de Pedro velho), a maior romanceira, Militana Salustino do Nascimento, de São Gonçalo do Amarante e Francisco Ângelo da Costa, (Chico Daniel) da cidade do Assu, nome que ganhou prestígio nacional com suas apresentações surrealistas, descobertas de outro grande pesquisador do Rio Grande do Norte, o saudoso amigo Deífilo Gurgel, ao qual em nome dele e do mestre Cascudo, saúdo a todos os folcloristas do Brasil.
Assunto | a ordem
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a ordem | Em ação
Catequista não é profissão,
mas vocação
Neste mês de agosto, na vivência do mês vocacional, se celebra também o Dia do Catequista. No último dia 12 de julho o papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes do Simpósio Internacional sobre Catequese, em Buenos Aires, na Argentina e disse que ser catequista não é uma profissão, mas uma vocação. “O catequista caminha a partir de Cristo e com Ele, não é pessoa que parte de suas próprias ideias e gostos, mas se deixa olhar por Ele, porque é este olhar que faz arder o coração. Quanto mais Jesus toma o centro da nossa vida, mais nos impulsiona a sair de nós mesmos, nos descentraliza e nos faz mais próximos dos outros”, diz o pontífice. Algumas experiências do trabalho da Pastoral da Catequese, no território da Arquidiocese, reforçam o pensamento do papa Francisco. Na Paróquia de Nossa Senhora da Apresentação, na Cidade Alta, em Natal, o grupo de catequese desenvolve um trabalho junto às crianças e jovens da Comunidade do Passo da Pátria,
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Fotos: Cedidas
Grupo de catequese da Paróquia de São Tomé
que está inserida no território paroquial. Quem coordena as atividades no local é a catequista Aldair Bezerra, que diz que por de tratar de uma comunidade menos favorecida, o trabalho é mais desafiador, mas gratificante. “Na comunidade do Passo da Pátria temos um movimento de pastorais mais fortalecido, o que facilita a integração daquela comunidade à Igreja. Lá, contamos com apro-
ximadamente 50 crianças e jovens, com idades entre 03 e 14 anos. Os encontros acontecem sempre aos sábados e o grupo de catequistas é formado pelas Irmãs do Patronato da Medalha Milagrosa, leigos da própria comunidade e postulantes do Convento de Santo Antônio”, diz. Para Aldair, ser catequista é ser apaixonado pelo que faz. “Nosso grupo é composto por pessoas apaixonadas pelo que fa-
Em ação | a ordem zem, que é evangelizar crianças e jovens, pois acreditamos que desta maneira o mundo, a sociedade, o lugar, a casa, a família, tornam-se melhores” reforça. De acordo com a catequista, os encontros são realizados, utilizando material lúdico, como construção de brinquedos, sessão de cinema, entre outras atividades, que na visão dos catequistas, foi a forma que encontraram para levar o conhecimento da Palavra de Deus para os catequizandos. “Entre essas atividades lúdicas, que realizamos durante o ano, temos a vivência da Campanha da Fraternidade, Natal das Crianças e sessão de contação de histórias. Como base para nossos encontros, usamos livros, revistas, jornais, recortes de tudo, sempre observando a proposta do catecumenato”, conta. Desde o ano passado, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Ceará-Mirim passou a realizar encontros de catequese de crisma na Associação de Amigos e Pais dos Excepcionais (APAE). Leon Carlos, coordenador do Catecumenato Crismal da Paróquia explica que os jovens e adultos que frequentam a APAE procuraram o padre Bianor, pároco da comunidade, por meio de uma catequista, para inserir os encon-
Catequistas realizam atividades lúdicas com crianças e jovens do Passo da Pátria
tros de catequese na associação. “Padre Bianor gostou da proposta de criar uma turma de crisma com esses jovens e me deixou encarregado de orientar a catequista para essa formação. Kátia, que é a catequista na APAE, já tem um trabalho de ensino para os jovens de lá, então facilitou esse trabalho de evangelização. Após a organização da turma, padre Bianor entrou em contato com Dom Jaime,
que desejou ser o celebrante do sacramento para estes jovens, o que para nós foi motivo de muita alegria”, destaca. Segundo Leon, a primeira turma contou com 34 jovens e, para este ano, os encontros terão início agora no segundo semestre do ano. “No primeiro ano, contamos com jovens que tem dificuldades psicomotoras, deficiência auditiva, cadeirantes e que são portadores da Síndrome de Down. Nos encontros, procuramos trabalhar os temas de forma lúdica, possibilitando um melhor aprendizado. Esse é um trabalho muito gratificante e que tem gerado frutos”, frisa. Assim como em Ceará-Mirim, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em São Tomé, tem um trabalho de catequese voltado para crianças e jovens com necessidades especiais. Suzete Maria coordena o grupo e diz que os encontros de catequese na Paróquia contam com o trabalho de inclusão. “Desenvolvemos, na Paróquia, o que intitulamos de catequese especial, direcionada para o jovem João Paulo, que possui uma necessidade especial. Os catequistas Hélio Targino e Samylla Ferreira fazem o acompanhamento deste jovem e buscamos inseri-lo nos encontros, procurando integrar todos”, relata.
Agosto de 2017 | 19
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Assunto | a ordem
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a ordem | Paróquias
padroeira do Pitimbu
No ano de 1993, com o processo de expansão urbana de Natal, surgia o bairro Pitimbu, na zona sul da capital. Na época, com população de 20.402 habitantes. Neste período, também se desenvolviam atividades religiosas na região, que eram diretamente ligadas à Paróquia de São Francisco de Assis, no conjunto Cidade Satélite. Segundo o livro “Paróquias potiguares – uma história”, de autoria do Pe. Normando Pignataro Delgado (in memoriam): “Toda assistência religiosa dessa população dependia da Paróquia de São Francisco de Assis, motivo porque a Arquidiocese recorreu à criação de uma “quase paróquia”, denominação canônica dada a uma área pastoral autônoma, sob a orientação de um sacerdote”. No dia 02 de dezembro de 2008, a Área Pastoral foi elevada à paróquia, tendo como padroeira, Santa Clara. O primeiro sacerdote a conduzir os trabalhos pastorais da área foi o padre Paulo Henrique da Silva. Atualmente, a paróquia tem como pároco, o padre Joaquim Ataíde, que busca trabalhar junto aos fiéis que
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frequentam as atividades religiosas, uma dinâmica pastoral ativa, com a presença de diversos grupos de pastorais, movimentos e serviços. “Nossa paróquia é dividia em setores, tanto do ponto de vista geográfico, como em termos de pastorais. No caso dos setores geográficos, atualmente contando com seis. Cada setor tem um
Mariselma Torres
Santa Clara,
coordenador e para que possamos atender melhor a população que está inserida no território paroquial, criamos os animadores de rua. Cada setor engloba uma determinada quantidade de ruas e em cada rua existe um animador, que é o responsável por repassar a dinâmica da paróquia para as famílias vizinhas. Os coordenado-
res de setores são os responsáveis por se reunirem com os animadores e repassarem essas informações”, diz. Entre as atividades desenvolvidas pela paróquia, padre Ataíde destacou a Escola da Fé São Boa Ventura. “É um trabalho que tem rendido muitos frutos. A escola se desenvolve ao longo de um ano, com encontros às segundas e quartas e o conteúdo trabalhado é voltado para o estudo do Catecismo da Igreja Católica, além do estudo bíblico. Para este segundo semestre, por exemplo, estamos refletindo o Evangelho de São João. É algo que vemos como muito positivo para o conhecimento e aprofundamento da Palavra de Deus. Neste ano, estamos com aproximadamente 30 alunos”, ressalta. Grupos jovens A Paróquia de Santa Clara também desenvolve algumas atividades voltadas para os jovens. Pe. Ataíde diz que a paróquia não conta com a Pastoral da Juventude atualmente, mas os jovens estão inseridos nos demais grupos, como por exemplo, a Legião de Maria. “Hoje, a Legião de Maria é composta em sua maioria por jovens. São 45 atuando no movimento. É algo que vemos como muito positivo, porque vemos o empenho e dedicação dos jovens nas visitas feitas pelo grupo aos hospitais e famílias,
José Bezerra
Paróquias | a ordem além da participação nas reuniões. Fora a legião de Maria, também contamos com a participação dos jovens no serviço de coroinhas. São aproximadamente 50 jovens, entre crianças e adolescentes, inseridos nesta atividade. Contamos ainda com o grupo de teatro, a Trupe Clarear, que faz apresentações teatrais em momentos fortes da paróquia, como a festa da padroeira, por exemplo”, destaca. Festa da padroeira Neste mês de agosto, a paróquia vivencia os festejos em honra da padroeira, com uma programação diversificada. As atividades serão realizadas de 03 a 13 de agosto e este ano, os festejos têm como tema: “Santa Clara, uma vida iluminada pela fé” e a programação vai contar com diversas atividades, entre elas, o tradicional novenário, na Igreja matriz, às 19h, que conta, todas as noites, com a participação de um padre convidado. Além disso, durante os festejos são realizadas atividades sócio-culturais: dia 06 – feijoada de Santa Clara, a partir das 11h30; dia 12 – ação social – 06h às 12h; e, no dia 13, após a procissão de encerramento da festa, acontecerá o sorteio de uma moto. A programação completa pode ser conferida na página da paróquia no Facebook: paroquiadesantaclaranatalrn.
Pe Joaquim Ataíde de Araújo
Endereço: Rua Engenheiro Joaquim Cardoso, s/n – Pitimbu – Natal/RN CONTATOS: (84) 3218-2066 Horários de missa: Terça a sexta – 06h – Igreja de N. Sra. dos Impossíveis – 19h – Igreja matriz Sábado – 19h – Igreja de N. Sra. dos Impossíveis Domingo – 07h/19h – Igreja matriz – 17h – Igreja de N. Sra. dos Impossíveis Funcionamento da secretaria paroquial: seg. a sexta – 08h às 11h / 14h às 18h30 SAIBA MAIS santaclaranatalrn @paroquiasantaclaranatal
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Laine Paiva
a ordem | Paróquias
Macau:
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição
terra fértil de vocações, escotismo e educação
Há 163 anos, a serem completados em 19 de agosto, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Macau, era criada, sendo desmembrada da Paróquia de São José, em Angicos. Quando foi criada, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, além de Macau, compreendia também os municípios de Alto do Rodrigues, Pendências, Guamaré e Galinhos. Atualmente, é composta apenas pelo município de Macau,
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reunindo 23 comunidades e uma população de quase 32 mil habitantes. O pároco é o Padre João Batista Nunes Filho, auxiliado pelo vigário paroquial, Padre Robson Paulo de Oliveira Silva. Vocação, escotismo e educação “Nestes mais de 160 anos, 25 vocações sacerdotais nasceram no território da Paróquia. Muitas vocações foram inspiradas na figura do Mon-
senhor Joaquim Honório. Posso dizer que a história da Paróquia pode ser dividida em duas partes: antes e depois do Monsenhor Honório”, ressalta Padre João Batista. Monsenhor Honório ficou à frente da paróquia de Macau de 1902 a 1913 e de 1938 a 1966. Outro destaque na história, de acordo com Padre João Batista, é o escotismo. “O Monsenhor João Penha foi enviado a Macau, para auxiliar o Monsenhor Honório. Ele fez um
Senhora dos Navegantes Além da festa da padroeira, Nossa Senhora da Conceição, a comunidade macauense mantém a tradição da festa de Nossa Senhora dos Navegantes. “Essa tradição acontece por dois motivos: pelo fato de a cidade estar situada no litoral e, também, pelas atividades marítimas. Os estivadores – responsáveis pela coleta do sal – têm uma forte devoção a Nossa Senhora dos Navegantes”, conta Padre João Batista. A festa acontece de 5 a 15 de agosto e chega a reunir mais fiéis do que a festa da padroeira, em dezembro.
Ação pastoral Para melhor acompanhamento do trabalho pastoral, a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição está dividida em quatro setores missionários e conta com a atuação de 16 grupos, entre pastorais, serviços e movimentos. “Nossa maior preocupação, hoje, com base no Marco Referencial Pastoral Arquidiocesano, é fortalecer a Pastoral Familiar e a ação junto à juventude”, diz o pároco. Cedida
grande trabalho junto à juventude e uma das iniciativas foi a implantação do Movimento dos Escoteiros. O primeiro grupo implantado pelo Mons. Penha completa, em 2017, 61 anos de atuação”, relata. Outra preocupação foi com relação à educação. Foi criado, então, o Ginásio Nossa Senhora da Conceição, sendo a terceira escola mais antiga do município de Macau. Na década de 70, o ginásio recebeu o nome de Centro de Educação Integrada Monsenhor Honório, que funciona até hoje, com mais de 500 alunos matriculados, desde o ensino fundamental I até o ensino médio.
Cacilda Medeiros
Paróquias | a ordem
Padre João Batista Nunes
ENDEREÇO Praça da Conceição, 65 Centro - Macau (RN) CEP: 59500-000 Contato (84) 3521-1635 Horários de missas Igreja Matriz - Terça a sexta-feira – 17h30 - Domingos – 7h e 19h30
Pe. Robson Paulo da Silva
Saiba mais @paroquiademacau @pascomacau
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a ordem | Responsabilidade Social
A corrupção começa em mim Por Adriano Cruz O combate à corrupção é uma das expressões mais usadas no Brasil. Esse processo se acentuou nas chamadas manifestações de julho, em 2013, quando milhares de pessoas saíram às ruas para protestar. De fato, o tema não sai dos noticiários da TV e das manchetes dos jornais impressos. Mas foi num grupo do WhatsApp que me surpreendi com sua onipresença. Um colega queria sugestão da melhor operadora de TV por assinatura e internet, a discussão avançava sobre os prós e contras de cada
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uma delas, quando um terceiro sugeriu a aquisição de um aparelho pirata. Os AZBox captam as imagens dos satélites e liberam gratuitamente os pacotes das emissoras. A prática é ilegal e pode levar à prisão. Mas a naturalidade e a empolgação do grupo, leva a crer que não estavam muito preocupados com os poucos comentários sobre a legalidade. Segundo o pesquisador John Tompson, no livro O escândalo Político (Editora Vozes), o termo “corrupção” é derivado do latim “corrumpere”. E no século
Responsabilidade Social | a ordem
X X X quatorze esteve associado à degeneração, putrefação ou destruição de um corpo e ao processo de deterioração ou decadência moral. Com o tempo, virou a metáfora perfeita para os processos de improbidade. As pequenas corrupções estão tão naturalizadas que até esquecemos. Mas quem nunca viu ou ouviu histórias de alguém que usa equipamentos públicos para fins particulares, sonega ou omite informações do imposto de renda, apresenta atestado médico falso ou falsifica carteirinha de estudante? Segundo o professor de Filosofia Moral da UFRN, Joel Klein, o brasileiro se incomoda quando é prejudicado pela ação corrupta de outra pessoa, mas não tem o hábito de reclamar ou faz isso no momento errado e com as pessoas erradas. “Exatamente porque essa reclamação não possui nenhum efeito produtivo, o indivíduo se ressente e acaba a repetir o comportamento corrupto, quando tiver a chance”, disse. E dá para perceber que o efeito “bola de neve” não para. É aquele famoso “jeitinho” que conhecemos bem. “Gera-se, assim, uma cultura do jeitinho, uma cultura egoísta em que, finalmente, todos perdem muito mais do que ganham”, afirma o professor. Para romper esse círculo vicio-
so é preciso estar bastante atento aos próprios comportamentos e não cair nas armadilhas das pequenas corrupções. O bancário Abraão Cesário conta que um ex-colega do ensino médio perguntou em um grupo de uma rede social onde fazer uma carteirinha de meia passagem em Natal, mas sem ser estudante. “Essa é uma clássica infração. Perguntei logo como ele queria carteira se não era estudante”, disse. Há ainda os desvios éticos que não têm motivação egoísta, é o caso de um médico entrevistado, que não quis se identificar. Ele trabalha em hospitais privados e públicos e quando sobra medicamento nos atendimentos particulares leva para os pacientes do SUS. Mas como mudar essa cultura da corrupção? Por meio de uma efetiva participação social, familiar e a educação, ensina Joel Klein. E não apenas a formal, mas uma discussão contínua sobre os temas éticos. “A sociedade deve investir continuamente em programas e propagandas educativas acerca da importância de não jogar lixo na rua, de não furar a fila, de pagar o imposto, de respeitar os concidadãos. A educação ética deve ser um processo contínuo e realizado em diversas instâncias e níveis”, finalizou.
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Marco Referencial da Ação Pastoral Arquidiocesana 2016-2019
Setor Família Fortalecido
No Marco Referencial da Ação Pastoral Arquidiocesana, que está em vigor desde o ano passado, uma das metas da ação pastoral está voltada para o Setor Família, a meta 5A, de modo a responder a contento aos desafios de um mundo em constante mudanças. Na última assembleia arquidiocesana, pudemos elencar alguns sinais visíveis do caminhar desta meta, além de pensar algumas ações prioritárias para este ano. Uma das iniciativas vivenciadas pelo setor família, anualmente, é a Semana Nacional da Família, que este ano, em virtude do retiro do clero, será realizada no período de 06 a 13 de agosto em toda Arquidiocese, com celebrações e atividades nas Paróquias. Este ano, vamos refletir o tema “Família, uma luz para a vida em sociedade”. Além desta atividade que já acontece anualmente, teremos um Seminário sobre a Exortação Apostólica do papa Francisco, Amoris laetitia, no próximo mês de setembro.
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Pe. Valdir Cândido de Morais Coordenador Arquidiocesano do Setor Família
Para este ano de 2017, no calendário pastoral arquidiocesano, elaborado durante a última assembleia pastoral, foram pensadas ações prioritárias, por vicariatos. Entre essas ações está: intensificação das ações de unidade do Setor Família, tornando conhecidas nas bases as ações definidas, fornecendo dados estatísticos para a Arquidiocese; estímulo da implantação do Encontro de Casais com Cristo (ECC) nas paróquias, visando fornecer mão de obra para as pastorais; e continuidade da implantação da Pastoral Familiar nas paróquias que ainda não tem. Hoje, no território arquidiocesano, 65 Paróquias contam com a Pastoral Familiar. O Setor Família da Arquidiocese de Natal reúne os seguintes segmentos: Pastoral Familiar, Encontro de Casais com Cristo, Equipes de Nossa Senhora, Segue-me, Retrouvaille, Encontro com Cristo (EC), Grupo Bom Pastor, entre outros grupos afins.
Personalidade | a ordem
Por Dom Jaime Vieira Rocha Arcebispo de Natal
Padre Tiago:
Um belga de coração brasileiro. Assim, podemos definir o Padre Tiago Theisen, que no último dia 31 de julho, completou 62 anos de sacerdócio. Ele veio da Bélgica para o Brasil, em 1968, a convite do então Arcebispo de Natal, Dom Nivaldo Monte. Em visita a Bélgica, Dom Nivaldo o convidou para ser missionário em Natal. No dia 8 de março de 1968, o sacerdote Jacques Theisen deixou a Bélgica rumo ao Brasil. Embarcou em um navio cargueiro holandês. Desembarcou na cidade do Recife, no dia 22 de março do mesmo ano. Mas Natal era seu destino final. E assim aconteceu. Quando chegou à Arquidiocese, assumiu a comunidade de Extremoz, onde recriou a Paróquia. Também foi responsável pela criação das Paróquias de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, nas Quintas, 1969, e de Santa Maria Mãe, no Conjunto Santa Catarina, em Natal, em 1982. Na época, Santa Maria Mãe era a única paróquia na zona norte. Próximo a fazer 50 anos entre nós, mesmo não mais à frente da administração de uma paróquia, Padre Tiago continua em plena atividade, dando continuidade às obras sociais, sobretudo na atenção aos mais necessitados, numa dimensão profunda da promoção humana. Ele investiu muito na educação, construindo mais de 30 jardins de infância, passando por esses espaços mais de 42 mil crianças. Também construiu clubes de mães e 42 igrejas. Manteve toda a região da zona norte de Natal, num permanente processo de evangelização, formando pessoas que se dedicam até hoje à catequese. Pode-se ressaltar, ainda, que outra marca dele é a catequese, utilizando de uma pedagogia catequética para a formação dos seus agentes. Foram realizadas por ele, 80 semanas de catequese. Um dos frutos desse trabalho é que hoje temos
Cacilda Medeiros
uma vocação dedicada a transformar realidades
26 padres e 14 diáconos permanentes, que foram encaminhados pelo Padre Tiago. Em 2010, aos 80 anos de idade, tornou-se pároco emérito, mas continua servindo à nossa Igreja Católica. Ainda acompanha três jardins de infância (dois no Igapó e um na comunidade Olho D’água dos Carrilhos, ambos na zona norte) e celebra na capela de Santa Cruz, no Igapó. É uma responsabilidade muito grande dizer, de forma sucinta, sobre a vasta obra de atuação do Pe. Tiago, não só em âmbito da Igreja, mas também em âmbito de políticas públicas estaduais e até nacionais. Só temos que louvar e agradecer a Deus pela presença e pelo trabalho profícuo do Padre Thiago.
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a ordem | Para conhecer
Turismo & Cultura Chile, muito mais que neve
Por Luiza Gualberto
Por ser relativamente próximo do Brasil, o Chile se torna um dos destinos mais escolhidos pelos brasileiros, quando o objetivo é conhecer a neve, tendo em vista o custo/benefício da viagem. Ao escolhermos este destino, minha ideia e a de meu esposo, André era justamente essa. Mas, descobrimos que o Chile é muito mais do que neve. Antes da viagem, ao pesquisar sobre Santiago, que foi a cidade escolhida para viajar, percebemos os inúmeros atrativos que a capital chilena proporcionava ao turista. Fizemos um roteiro de sete dias, sendo apenas um dedicado para conhecer as estações de ski, que ficam nas proximidades da cidade: Farellones, La Parva e Valle Nevado. Nos demais dias, procuramos viver a rotina do chileno. Adquirimos um chip de operadora local, que custou em média R$ 25 reais, com um bom pacote de dados incluso, o que garantiu internet boa durante todo o período em que ficamos lá. Celular na mão,
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GPS ligado, o que mais fizemos foi caminhar, conhecer ruas e construções, que são belíssimas e nos remetem ao estilo europeu. Nada de cansaço, porque fomos no outono (viajamos no início de junho) e a temperatura ajudou bastante. Durante a nossa estada, os termômetros oscilaram entre 2º e 14º graus. Não nos hospedamos em hotel. Por indicação de uma amiga, alugamos um apartamento mobiliado, no centro de Santiago, o que, para nossa surpresa, foi a melhor escolha, pois nos possibilitou mais flexibilidade, fazendo com que a gente se sentisse “em casa”. Fizemos um roteiro bem livre, ao estilo “mochilão”. Como pesquisamos bastante antes da viagem, conseguimos preparar uma programação bem ao nosso perfil. Os únicos passeios contratados com agências locais foram os das estações de ski e Viña del Mar/Valparaíso (cidades litorâneas, banhadas pelo Oceano Pacífico). O que torna a viagem especial é o quão
aberto se está para viver as experiências que o local vai proporcionar. Com o Chile nos sentimos desta forma. Procuramos ir desprendidos de expectativas e pré-impressões, o que nos favoreceu um momento único, em que tivemos a oportunidade de conhecer outra cultura, outras paisagens e outro povo, que por sinal é muito afetuoso e acolhedor com os brasileiros. Informações sobre a cidade e roteiros podem ser conferidos no blog: nosnochile.com.br.
Espiritualidade | a ordem
Espiritualidade
Clareana
Por Libiane Marinho Ministra Regional da Ordem Franciscana secular A Espiritualidade Clareana inicia com um processo profundo de Oração e Contemplação que possibilita a Clara de Assis ter uma intimidade com Deus de encontrar sua vocação. É a partir da experiência com os pobres, marginalizados e excluídos da sociedade que ela constrói sua forma de vida penitente, revisitando seu interior diariamente na busca de encontrar neles a encarnação do Cristo. O grande marco dessa Espiritualidade está em São Francisco de Assis que abraça radicalmente uma vida pautada no Evangelho e não apenas entende a vocação de Clara como caminha com Ela e a orienta de forma que a mesma deixa por legado a obediência. Santa Clara é um modelo de vida contemplativa e de amor aos pobres, sua espiritualidade define sua santidade: um grande exemplo de humildade, doação e alegria em poder servir. Conhecida como a plantinha de Francisco ela consegue dar frutos nos dias atuais pois deixou como herança a sua espiritualidade de reconhecer no outro o Cristo pobre, humilde e penitente.
Direito Canônico Pe. Júlio César, Vigário Judicial da Arquidiocese de Natal
Formação dos Clérigos A formação dos padres é estreitamente vinculada às diretrizes estabelecidas pela Igreja. No atual Código de Direito Canônico, o tema vem tratado no Capítulo intitulado Da formação dos Clérigos, e está no livro II (Do povo de Deus), Parte I (Dos Fieis) título III (Dos ministros sagrados ou clérigos) e apresenta o ideal da Igreja para cada padre a ser formado. O cânon 239, contido neste tema, elenca os professores do Seminário entre os principais ofícios destinados a conduzir a formação dos seminaristas, nomeados pelo Bispo e sob a orientação do Reitor, e os impulsiona a integrar-se entre si em um processo de interdisciplinaridade que ajude a uma formação integral dos futuros sacerdotes no desenvolvimento da personalidade presbiteral. Destes professores é exigido que sejam doutores, ou ao menos licenciados em alguma universidade, ou faculdade, aprovada pela Santa Sé. (Cân. 253).
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a ordem | Vida Pastoral
Evangelizar
é a principal missão e desafio
da Pastoral Familiar
Por Cione Cruz
Promover, fortalecer e evangelizar as famílias é a missão e o principal desafio da Pastoral Familiar, cujo trabalho tem um resultado a médio e longo prazo, segundo Ivanaldo Bernardo que, juntamente com a esposa, Rosângela Ferreira, coordenam a Pastoral Familiar da Arquidiocese de Natal. Esse trabalho de evangelizar não é fácil, diz Ivanaldo, reforçando a necessidade dos cristãos leigos conhecerem os documentos da Igreja Católica para que, assim, possam trabalhar com as famílias. Rosângela enfatiza que a “evangelização da família sofre muito com a desvalorização do vínculo do matrimônio, a influência negativa e as mensagens incorretas dos meios de comunicação sobre o assunto”. Para cumprir sua missão, a Pastoral Familiar se divide em três setores: Pré-matrimonial, cujo trabalho é feito desde o ventre materno até o
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casamento; Pós-matrimonial, acompanhando o casal a partir do seu matrimônio; e os casos Especiais, que são os chamados casos difíceis, trabalhando os problemas com vícios, imigrantes, segunda união etc... Além disso, trabalha com o Instituto Caná para a Família, cujo objetivo é capacitar as pessoas para o trabalho pastoral, como também prestar serviço de atendimento às famílias em geral (atendimento psicológico, aconselhamentos para casais, aconselhamentos individuais, entre outros). A coordenadora da Pastoral Familiar destaca a importância da Igreja sair para ir ao encontro do outro, colocar em prática o que está publicado na Exortação Apostólica Amoris Laetitia, documento do Papa Francisco sobre a alegria do amor na família. E os casais, reforça Ivanaldo, devem saber da importância do matrimônio, conforme prevê a
Igreja. “Muitos casais desconhecem o que a Igreja pede”, observou. A Pastoral Arquidiocesana tem também um papel formador nas paróquias, levando o conhecimento dos documentos da Igreja relativos à Pastoral Familiar, seguindo sempre a orientação da CNBB. Em Natal, são 65 paróquias distribuídas nos 14 zonais, que já contam com a Pastoral Familiar. “Algumas das quais, implantadas há algum tempo ,e outras em fase de implantação”, frisou Rosângela. Segundo a coordenadora, tenta-se chegar às famílias, também, através dos momentos fortes vivenciados pela Igreja, como por exemplo, a Campanha da Fraternidade e Mês Mariano. Mas Rosângela cita, ainda, a Semana Nacional da Família, organizada pela CNBB, que acontece anualmente no mês de agosto por ser o mês das vocações, um grande momento de reflexões para todas
Vida Pastoral | a ordem Brunno Antunes
Jubileu das Famílias, realizado em 2016, inserido na vivência do Ano Jubilar da Misericórdia, na Arquidiocese de Natal
as famílias do Brasil. Este ano a SNF vai acontecer de 13 a 19 de agosto, com o tema “Família, uma luz para a vida em Sociedade”. Aqui na nossa Arquidiocese de Natal, este ano excepcionalmente acontecerá, de 6 a 13 de agosto, em virtude do retiro anual do clero. Segundo afirmou, é um momento em que a Igreja concentra sua discussão sobre a família, tendo como “motivacional” o livro Hora da Família, da CNBB. Nesse momento, as paróquias são convidadas a fazer uso do livro e refletir sobre seu tema, que esse ano foi elaborado a partir das Exortações Apostólicas, documentos Evangelli gaudium (A alegria do Evangelho e Amoris laetitia (sobre o amor nas famílias) do Papa Francisco.
História e composição A pastoral familiar foi sistematizada a partir do 4º Sínodo dos Bispos em 1980 – “Sínodo das Famílias” – tendo como fruto a “Familiaris consortio” (Missão da Família Cristã no mundo de hoje ) em 1981, do santo papa João Paulo II. No Brasil: - A sua normatização foi a partir do Doc 65 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos no Brasil), publicado em 1993, até então conhecida com o nome de Pastoral do Matrimônio. Só a partir de 1995 passou a ser Pastoral Familiar, e se capitalizou por todas as regionais do Brasil. Em 2004 foi publicado o Diretório da Pastoral Familiar, e, a partir daí, as dioceses seguem as orientações da CNBB, para realizar suas ações. Em 2016 a Igreja
de todo o mundo, e não só a Pastoral Familiar foi presenteada com a nova exortação Amoris laetitia do papa Francisco, o que nos tem ajudado na nossa missão a olhar, com misericórdia, o outro. Na Arquidiocese de Natal, que pertence ao Regional Nordeste II ( juntamente com a Paraíba, Pernambuco e Alagoas), a Comissão Arquidiocesana da Pastoral Familiar trabalha com 16 casais, uma viúva e um assessor eclesiástico, sob a coordenação do casal Ivanaldo e Rosângela. O trabalho com as famílias requer, acima de tudo, muita oração e compromisso. Com isso o trabalho deve ser realizado em conjunto com outras pastorais, serviços e movimentos da Igreja.
Agosto de 2017 | 33
a ordem | Artigo
O santo cura A Vila de Ars, distante quarenta quilômetros de Lyon, na França, por volta do ano de 1830, não passava de duzentos e trinta habitantes até a chegada de um novo Pároco, chamado João Maria Vianney. Ele nasceu no dia 08 de maio de 1786, na cidade de Dardilly, próxima a Lyon, na França. Sua família era simples e seus pais agricultores. Desde a infância, já dava sinais de religiosidade, passando a frequentar a Igreja local, recolhido em oração para as cerimônias religiosas sem perder nenhuma delas. O Cura D’Ars cresceu num clima tenso, marcado pela perseguição ao clero, que não tinha feito juramento à República durante a Revolução Francesa. João Maria Vianney, aos nove anos de idade, ainda não tinha sido alfabetizado. O pouco conhecimento que tinha, não passava das catequeses recebidas pelos grupos paroquiais e por sua mãe, que foi sua primeira catequista. Por causa da Revolução Francesa na cidade natal do Santo Cura, a escola havia sido suprimida, sendo temporariamente fechada. Sua Primeira Eucaristia aconteceu dentro de um quarto de uma família, na cidade de Écully, em 1799. Lá, foi acolhido pelo Padre Fournier, tornando-se grandes amigos. Mais tarde foi o professor do jovem Vianney, ensinando-o a ler, escrever, contar e falar francês, porque até esse período o jovem só falava o dialeto da sua região. O jovem aspirante ao sacerdócio era experto e esforçado. Durante o outono de 1809, sua vida de estudante foi interrompida pelo exército napoleônico e foi convocado para servir na batalha contra a Espanha. Vianney não quis servir o Exército, porque desejava ser padre, por isso não compareceu à sua divisão, primeiramente por cair doente, posteriormente pela corajosa decisão de desertar, ficando refugiado nas montanhas do Forez. As autoridades militares estavam atrás do desertor e seu pai, Mateus Vianney, teve que pagar altas multas ao governo francês, e, enfim, seu irmão mais novo, João Francisco, atingindo a maior idade, foi apresentado para assumir o posto de Vianney, ficando
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Pe. Alcimário Pereira Pároco da Paróquia de Santa Rita de Cássia – Ponta Negra
sua situação militar regularizada. Agora livre, ele retomou os estudos em Écully para se preparar a sua ordenação. Em 13 de agosto de 1815 foi ordenado sacerdote pelo bispo de Grenoble, Dom Simon, por causa que o bispo de Lyon estava sendo perseguido e tinha ido se refugiar em Roma. O Padre Balley, que era o pároco de Écully, na época, fez pedido ao Vigário Geral da Diocese de Lyon para que Pe. Vianney fosse ser o seu Vigário Paroquial, ficando lá até 1818 quando foi nomeado para a pequena e pobre paróquia do Vilarejo d’Ars. Nada sabia acerca da nova paróquia, nem mesmo o caminho para chegar até lá, mesmo assim foi obediente, chegando à sua nova missão em 13 de fevereiro de 1818. Sua chegada foi marcada já pela sua simplicidade de bagagem e pela forma em que entrou na paróquia. Logo em Ars ele percebeu que o povo não participava em nada da Igreja. Aos poucos foi ocupando a vida do seu rebanho com cerimônias litúrgicas solenes. Nos anos sucessivos, suas atividades pastorais foram crescendo, principalmente no atendimento aos fiéis. O bispo de Lyon lhe enviou dois Vigários Paroquiais, para assim, colaborarem na messe junto ao Cura d’Ars. Padre Vianney tinha um dom extraordinário do discernimento do espírito, para ler na alma dos seus penitentes, tudo aquilo que eles não ousavam falar. O Santo Cura d’Ars morreu repentinamente em 04 de agosto de 1858. Depois da celebração das suas exéquias, seu corpo ficou exposto aos fiéis durante 10 dias com 10 noites na matriz de Ars. O Papa Pio X o beatificou em 8 de agosto de 1905. Foi canonizado pelo Papa Pio XI em 31 de maio de 1925. Para comemorar os 100 anos do nascimento do Cura d’Ars, o Papa São João XXIII lhe dedicou a encíclica Sacerdotii Nostri Primordia, declarando-o modelo para os sacerdotes. Seu corpo permanece incorrupto, fechado num relicário, doado pela Paróquia de São João Maria Vianney, de Roma, na comemoração do centenário de sua beatificação.
Liturgia daPalavra
Notas
J † M Assunção de Nossa Senhora “Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher revestida do sol, a lua debaixo de seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas” (Ap 12,1)
Por Monjas Carmelitas Descalças – Carmelo de Nossa Senhora do Sorriso e Sta. Teresinha O Dogma da Assunção de Maria foi proclamado em 1º de novembro de 1950, pelo Papa Pio XII. Segundo o ensinamento da Igreja, a humilde jovem de Nazaré, escolhida e preparada desde toda a eternidade por Deus para ser Mãe de Seu Filho Jesus, foi elevada em corpo e alma à glória do céu. Esse dogma nos aponta para o céu, e nos diz que para lá somos todos chamados, diz-nos ainda que o nosso corpo é templo do Espírito Santo e por isso a nossa missão de cuidar dele como tal, evitando o pecado. A Assunção de Nossa Senhora ao céu é celebrada no dia 15 de agosto. No Brasil esta solenidade é transferida para o domingo posterior a esta data, neste ano será no dia 20/08. Também nesse dia rezamos pelas vocações à Vida Religiosa Consagrada. A Vida Religiosa Consagrada tem em Maria o modelo do ser inteiramente consagrado a Deus. E a Vida Consagrada apresenta-se como antecipação do Reino futuro.”A consagração preanuncia a ressurreição futura e a glória do Reino Celeste.” Lumen Gentium,42. “Com o olhar fixo nas coisas do Senhor a pessoa consagrada lembra que “não temos aqui cidade permanente”(Hb13,14), “porque somos cidadãos do céu”. Fl 3,20-
Vita Consecrata 26. E Nos aponta para o ÚNICO NECESSÁRIO, que é Cristo e o seu Reino. Os Religiosos e Religiosas são chamados(as) a refletir o próprio modo de viver de Cristo. O Cristo casto, pobre e obediente. O Cristo orante, o Cristo anunciando o Evangelho, curando os doentes, trazendo os pecadores à conversão e fazendo o bem a todos. Enfim, os religiosos(as) que na vivência diária do Evangelho de Cristo, estão, à exemplo da Virgem Maria, guardando e meditando as palavras do Filho. Por isso a necessidade da oração da Igreja pelas vocações à Vida Religiosa Consagrada que, seguindo o preceito do Senhor, suplica
Cacilda Medeiros
que não falte operários à Sua messe; operários fiéis e dispostos a entregar-se totalmente ao Senhor e à Igreja. Nós, que ainda peregrinamos nesta terra, peçamos o auxílio da Virgem Maria “Janua Coeli”(Porta do céu) que sendo fiéis servidores do Cristo, gozemos a graça do céu. Laetatus sum in eo, quod dixerunt mihi: “In domum Domini ibimus”.Sl 122 (Que alegria quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor!) De sol, ó Virgem, vestida, de branca lua calçada; de doze estrelas-coroas Coroada.
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Brunno Antunes
a ordem | Viver
Um olhar sobre a religiosidade Os dicionários definem a fotografia de diversas formas, entre elas, a possibilidade de parar o tempo, um processo capaz de gravar e reproduzir imagens de tudo que nos cerca. Por meio do olhar do fotógrafo, é possível captar emoções, sentimentos, expressões de fé. Os fotógrafos Alexandre Santos e Brunno Antunes desenvolvem trabalhos neste sentido, de captar, por meio da fotografia, o sagrado. Expressões de Fé No ano de 2014, o fotógrafo potiguar Alexandre Santos conseguiu a aprovação de um projeto através de um edital de cultura para a produção do livro “Expressões de Fé”. A publicação está dividida em três capítulos: o primeiro com imagens que retratam as mais diversas formas de expressões de fé do povo; a segunda com imagens da procissão de São Sebastião, na cidade de Caraúbas (RN); e o terceiro com imagens das Igrejas
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espalhadas pelo Rio Grande do Norte. “Reuni alguns amigos em torno do projeto e pensamos juntos a forma de apresentação das imagens. Fiz a seleção das imagens. O design Jeferson Rocha cuidou da diagramação. A professora Dayana Oliveira escreveu o prefácio e fez a revisão do texto. A jornalista Érica Lima fez a assessoria e cuidou da produção da exposição e do lançamento. Com todo este apoio foi fácil construir uma narrativa imagética do sagrado”, conta. Para Alexandre, o sagrado é espaço divino de manifestação da fé, um lugar de esperança, reflexão e avivamento. “Como fotógrafo, sempre me chamou a atenção as mais diversas formas que as pessoas utilizam para expressar a fé, e, ao longo dos anos fui documentando a temática através de fotografias, fazendo um inventário imagético dos símbolos, da mística e das expressões de fé dos católicos. Depois de sete anos de documentação, pensei em devolver
Viver | a ordem
O sagrado pelas lentes do fotógrafo A fotografia entrou na vida do profissional de telecomunicações, Brunno Antunes, há sete anos, como um hobby para aliviar a carga de estresse que vivia no trabalho, na época. De lá para cá, ele fez diversos trabalhos na área, mas foi após a participação no Encontro de Casais com Cristo (ECC) da Paróquia de Santa Rita de Cássia, em Ponta Negra, que ele passou a ter um olhar fotográfico voltado para o sagrado. “Depois de muito tempo afastado da Igreja, resolvi fazer o ECC e aí tive o convite para a integrar a Pastoral da Comunicação, na Paróquia de Santa Rita de Cássia, em Ponta Negra. Me interessei pela Pascom por ter um trabalho com fotografia. A partir deste trabalho, fui conquistando espaço e hoje sou convidado para fotografar eventos da Igreja, entre eles, a Festa de Nossa Senhora da Apresentação”, fala. Para Brunno, aliar a fotografia à religiosidade é uma forma de retribuir as bênçãos diárias, que Deus concede na vida dele. “Eu sou uma pessoa
muito discreta, principalmente nos espaços religiosos, porque minha intenção não é aparecer. Eu sempre procuro um lugar isolado, faço minhas orações, porque eu não sou um fotógrafo profissional dentro da Igreja. Eu estou retribuindo aquilo que Deus me dá, todos os dias. Para se ter uma ideia, no ano de 2012 eu fiquei desempregado e na minha casa não faltou comida por conta do meu pai. Sempre que chegava o período de vencimento das contas, apareciam dois, três eventos e por não ter uma empresa, todo o pagamento precisava ser à vista. Deus nunca me deixou faltar trabalho. Por essas e outras coisas, eu realizo este trabalho como retribuição por todas as coisas que Ele realiza em minha vida”, relata. Além de participar da Pastoral da Comunicação na Paróquia de Ponta Negra, ele faz parte da equipe de comunicação da Festa de Nossa Senhora da Apresentação, que atua durante a programação festiva. Alexandre Santos
para a sociedade o resultado deste trabalho, e, para minha felicidade, o projeto culminou com a produção de um livro”, comemora. Alexandre Santos é comunicador social e diz que utiliza a fotografia como forma de comunicação e expressão artística. “É através das imagens que eu me comunico e enxergo o mundo. Costumo dizer que não vivo da fotografia. Vivo a fotografia e procuro traduzir em imagens meus sentimentos a respeito da sociedade em que vivemos. Acredito que as fotografias são como as palavras dos profetas. Servem para anunciar as belezas da criação divina e denunciar tudo que atrapalha o reino de Deus aqui na terra”, frisa.
Tapetes de Corpus Christi, Ouro Preto (MG)
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Rivaldo Júnior
a ordem | Canonistas
Participantes do Encontro Nacional de Canonistas
Natal sedia Encontro Nacional de Canonistas
Mais de cem pessoas, entre padres, diáconos, religiosos e leigos, de vários estados do Brasil, participaram do 32º Encontro da Sociedade Brasileira de Canonistas e o 35º Encontro dos Servidores de Tribunais Eclesiásticos do Brasil, de 10 a 15 de julho, em Natal. O evento foi promovido pela Sociedade Brasileira de Canonistas. Os participantes refletiram sobre o tema: “O processo penal e administrativo canônico: um serviço à misericórdia, à justiça e à verdade – como uma Mãe amorosa”. “Nós precisamos do direito penal, que a Igreja o utiliza como mãe amorosa. A Igreja não quer a perdição de nenhum dos seus filhos, sejam clérigos ou leigos. E como mãe, que quer salvar o seu filho, usa o direito penal, como forma de correção”, explicou o bispo auxiliar de São Paulo, Dom Sérgio de Deus, um dos assessores do evento.
Outro conferencista foi o Monsenhor Piero Amenta, auditor do Tribunal Apostólico da Rota Romana, autor de livros na área do Direito Canônico. Ele apontou a necessidade da criação dos tribunais diocesanos, para a agilização dos processos canônicos, especialmente dos processos de nulidade matrimonial. “Esse novo rito dos processos matrimoniais, inaugurado pelo Papa Francisco, o Mitis Iudex, tem como princípio básico a proximidade. O Papa, ao ressaltar isso, no documento que restaura os tribunais eclesiásticos, olhou muito mais para as Igrejas da América, da África e da Ásia, do que propriamente da Europa, porque as distâncias são curtas. Aqui, as distâncias são muito grandes. Portanto, ter um tribunal na diocese ou num conjunto de dioceses mais próximas, faz com que as pessoas percebem que a Igreja se aproximou delas”, destacou.
Tribunal Interdiocesano
O Tribunal Eclesiástico Interdiocesano, que atende a Arquidiocese de Natal e as Dioceses de Caicó e de Mossoró completou, no mês de julho, um ano de instalação. “Receber esse encontro nacional de canonistas significou um reconhecimento, porque
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estamos completando apenas um ano de funcionamento do Tribunal. Então, foi uma graça poder acolher os servidores de tribunais eclesiásticos do Brasil todo”, disse o presidente do Tribunal Interdiocesano, Padre Júlio César Souza Cavalcante.
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a ordem | Assunto
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