Industria FIERN ed 26

Page 1

26

Ano V Julho/Agosto 2017

do Rio Grande do Nor te

WORLDSKILLS Mossoró tem favoritismo em soldagem

CORRIDA NOTURNA

Edição 2017 com novo percurso

PROCOMPI

IEL aprova cinco projetos

NORDESTE MAIS FORTE Federações e entidades planejam desenvolvimento da região

Industria FIERN-26.indd 1

12/09/2017 14:29:28


CHAPÉU

2

Industria FIERN-26.indd 2

MAIO/JUNHO de 2017

12/09/2017 14:29:30


SUMÁRIO

5

NORDESTE FORTE

Roadshows sobre investimentos acontecem no NE

BNB, BNDES e Sudene apresentam linhas e incentivos

10 DEPOIMENTOS

Presidentes de Federações das Indústrias do Nordeste

12 ENTREVISTA

Marcelo Neves, superintendente da Sudene

14 REFORMA

TRIBUTÁRIA

Relator apresenta propostas na FIERN

SENAI 24 WORLDSKILLS

Soldadores do Ítalo Bologna são favoritos

28 MUNDO SENAI

Edição 2017 acontece em Natal e Caicó

IEL

31 PROCOMPI

RN tem projetos em cinco setores da economia

Revista da INDÚSTRIA DO RN

Industria FIERN-26.indd 3

PRESIDENTE: Amaro Sales de Araújo 1º VICE-PRESIDENTE: Pedro Terceiro de Melo

VICE-PRESIDENTES: Antônio Thiago Gadelha Simas Neto, Francisco Vilmar Pereira, Sílvio de Araújo Bezerra, Sérgio Henrique Andrade de Azevedo, Sílvio Torquato Fernandes, Maria da Conceição Rebouças Duarte Tavares, Álvaro Coutinho da Motta DIRETOR 1º SECRETÁRIO: Heyder de Almeida Dantas

DIRETOR 2º SECRETÁRIO: Djalma Barbosa da Cunha Júnior

4 Palavra do Presidente FIERN 8 CRÉDITO

DIREÇÃO

DIRETOR 1º TESOUREIRO: Roberto Pinto Serquiz Elias

16 REFORMA

TRABALHISTA

Especialistas analisam mudanças e benefícios

19 EÓLICA

Fórum Nacional reúne setor em Natal

22 RESÍDUOS SÓLIDOS

Seminário revela crescimento bilionário

SESI 29 CORRIDA

NOTURNA

Competição tem novo endereço

32 GEOPROCESSAMENTO IEL capacita técnicos do Idiarn e Emater

DIRETOR 2º TESOUREIRO: José Garcia da Nóbrega

DIRETORES: Francisco Ferreira Souto Filho, Francisco Assis de Medeiros, João Batista Gomes Lima, Pedro Alcântara Rego de Lima, Francisco Vilmar Pereira Segundo, Antônio Leite Jales, Jorge Ricardo do Rosário, Geraldo Orlando Santos Gadelha Simas, José Zélito Nunes, Edilson Batista da Trindade, Carlos Vinícius Aragão Costa Lima, Marinho Herculano de Carvalho, Ricardo Valença Gomes

CONSELHO FISCAL: Francisco Pereira Soares, Alberto Henrique Serejo Gomes, Jorge José da Silva Bastos Filho Suplentes: Gustavo Henrique Calafange Motta, Tennyson Brito Holder da Silva, Euzim Alves dos Santos DELEGADOS JUNTO À CNI: - EFETIVOS: Amaro Sales de Araújo, Flávio José Cavalcanti de Azevedo - SUPLENTES: Antonio Thiago Gadelha Simas Neto, Roberto Pinto Serquiz Elias DIRETOR DO SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL (SENAI-RN): Roseanne Albuquerque SUPERINTENDENTE DO SERVIÇO SOCIAL DA INDUSTRIA (SESI-RN): Juliano Martins SUPERINTENDENTE DO INSTITUTO EUVALDO LODI (IEL): Maria Angélica Teixeira e Silva SUPERINTENDENTE CORPORATIVA DO SISTEMA FIERN: Katary Mendes Diniz

SUPERINTENDENTE DE ESTRATÉGIAS E ARTICULAÇÃO DO SISTEMA FIERN: Hélder Maranhão

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE Av. Senador Salgado Filho, 2860 Lagoa Nova Natal/RN - CEP: 59075-900 Fone: 55 (84) 3204.6200 / Fax: 55 (84) 3204.6278

3

12/09/2017 14:29:34


PALAVRA DO PRESIDENTE

NORDESTE

mais forte

Amaro Sales de Araújo, industrial, Presidente da FIERN e do COMPEM/CNI

4

Industria FIERN-26.indd 4

Esta edição da Revista da Indústria, dentre outros assuntos, evidencia nossa luta em torno do fortalecimento do Nordeste, em especial, o protagonismo da Associação Nordeste Forte e a SUDENE. Aliás, uma nova SUDENE está se consolidando, mais uma vez, como um instrumento imprescindível para o Nordeste melhor. A nossa esperança – que não é pouca - está depositada neste novo contexto. A Confederação Nacional da Indústria e a Associação Nordeste Forte, que reúne as Federações de Indústrias do Nordeste, estão articuladas na contribuição para uma SUDENE mais forte, articuladora de protagonistas, idealizadora de programas e célula estratégica de planejamento regional. A SUDENE, dentre outras prioridades, deve evidenciar maior atuação para que os Fundos financeiros de promoção do desenvolvimento do Nordeste sejam melhor utilizados pelos empreendedores. Aliás, a primeira reação é no sentido de demonstrarmos ao Governo Federal que não pode ocorrer desmobilização de recursos financeiros para projetos de desenvolvimento. Existem outras demandas justas, mas os recursos financeiros para o desenvolvimento fazem parte do que poderíamos chamar “alicerce” da vida social. Ora, se o alicerce não for bem feito, a construção estará comprometida. Neste sentido, tanto pela SUDENE, quanto pela articulação da CNI e Associação Nordeste Forte, insistimos para que sejam revistas as regras que burocratizam o acesso ao crédito e que, realmente, os juros sejam justos. Para o Nordeste, o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) é um dos principais instrumentos de financiamento da Política Nacional de Desenvolvimento Regional que, em síntese, objetiva contribuir para o desenvolvimento econômico e social da região. É oferta de crédito diferenciado para enfrentar a desigualdade regional. É o meio disponível para financiar atividades econômicas que sejam compatíveis com a vida no semiárido. O processo de elaboração do programa anual passa pelo Conselho Deliberativo da SUDENE, fato que evidencia a relevância da instituição no que se refere a influenciar o desenvolvimento da região. A SUDENE também atua junto ao Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FNDE), recursos utilizados em infraestrutura e em empreendimentos com “grande capacidade germinativa de novos negócios e novas atividades produtivas”. Assim sendo, pela capacidade de articulação, pelos incentivos fiscais que autoriza, pelos projetos produtivos que aprova ou pelas linhas de atuação dos fundos de financiamento que delibera, a SUDENE precisa ser mais forte, encorpada com bons programas, celebrada como estratégica para um Nordeste melhor, a bem do desenvolvimento regional e, em última análise, do progresso do Brasil. JULHO/AGOSTO de 2017

12/09/2017 14:29:55


NORDESTE FORTE

FORTALECER

o nordeste A crise econômica somada à estiagem prolongada tem sido uma combinação danosa ao desenvolvimento do Nordeste. A região, que chegou a registrar índices de crescimento maiores que a média nacional e avanços sociais importantes nos últimos anos, amarga quedas com a desaceleração da economia, desemprego em alta e baixo consumo. O Produto Interno Bruto (PIB) da região caiu em média 4,3% ao ano, entre 2015 e 2016, segundo dados da Tendências Consultoria Integrada. Em meio a conjuntura de instabilidade

Revista da INDÚSTRIA DO RN

Industria FIERN-26.indd 5

político-econômica e com vistas a aumentar a competitividade da região, as Federações das Indústrias dos nove estados nordestinos reunidas em Associação, a Nordeste Forte, buscam viabilizar alternativas. Entre elas, o Roadshow “Investimento e Desenvolvimento do Nordeste”, lançado dia 14 de julho, no auditório da FIEPE. O encontro deu início a uma série de roadshows que será realizada em cada estado, aproximando empresários e instituições de fomento, no intuito de viabilizar o acesso a crédito e incentivos para fortalecer a indústria da região.

FIERN

Série de roadshows sobre crédito e investimentos será realizada nas Federações das Indústrias dos nove estados nordestinos, o primeiro ocorreu em Recife (PE)

5

12/09/2017 14:30:00


NORDESTE FORTE

parceiros, que demonstram o desejo de contribuir, torna mais fácil encontrar o caminho das soluções”, frisa Amaro Sales. Ele pondera que, por estar inserida no Semiárido, a região tem dificuldades de infraestrutura e não possui forte característica exportadora. “Há o desejo de uma política regional, diferenciada e atrativa, um pacto de desenvolvimento para a região de grandes potenciais. Queremos incentivar a indústria da região para as exportações, uma das saídas para o crescimento do setor. Esses encontros abrem oportunidades para fomentar este desenvolvimento”, analisa Sales.

FIERN

O evento reuniu os presidentes das Federações das Indústrias da região, a Sudene, o Banco do Nordeste (BNB), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Apex, em Recife. O presidente da Nordeste Forte e do Sistema FIERN, Amaro Sales de Araújo, destaca a importância da iniciativa para discutir as desigualdades regionais, além de prioridades, mudanças e necessidades da indústria do Nordeste. “É preciso planejar e incentivar a indústria regional. Estamos inovando em discutir alternativas com

6

Industria FIERN-26.indd 6

JULHO/AGOSTO de 2017

12/09/2017 14:30:06


NORDESTE FORTE

Sudene com atuação ampliada Ampliar a atuação da Sudene, enquanto órgão indutor do desenvolvimento e de articulação entre os estados do Nordeste, é na avaliação do superintendente da Sudene, Marcelo Neves, determinante para o crescimento socioeconômico da região. A autarquia dispõe de recursos para financiar projetos com recursos do FDNE e defende o uso de incentivos fiscais como instrumento de desenvolvimento regional.

As empresas que se instalam na região da Sudene têm direito a incentivos fiscais, que variam entre 30% e 75% sobre o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), além de descontos no PIS/PASEP e Confins para aquisição de novas máquinas. A concessão de incentivos fiscais reflete na criação de postos de trabalho, destaca Marcelo Neves, com 383.631 empregos diretos criados entre 2012 e 2015 e outros 145.862, de 2016 e 2017. “São políticas diferenciadas para reduzir as desigualdades regionais. Com investimentos e planejamento para ter crescimento econômico”, afirma Neves. Por meio desses incentivos e financiamentos, explica o diretor de planejamento da Sudene, Alexandre Gusmão, os estados tem condições de serem mais competitivos e atrair mais empresas para se instalar, gerar empregos, renda no local. O benefício atende a novas e empresas já existentes. “Este é o papel que a Sudene quer desenvolver junto as Federações para fomentar em cada estado um pool de empresas de mercado com as características de cada localidade”, afirma. Gusmão observa que em meio a crise econômica, os incentivos funcionam como uma forma de viabilizar as operações das empresas já existentes. “A isenção de imposto vira lucro na crise”, conclui.

Revista da INDÚSTRIA DO RN

Industria FIERN-26.indd 7

FIERN

(da dir. para esq.) O diretor do BNB, Perpétuo Cajazeiras, o superintendente da Sudene, Marcelo Neves, o presidente da FIEPE, Ricardo Essinger, o presidente da Nordeste Forte e FIERN, Amaro Sales, o gerente do BNDES, Lucas Linhares, participam do lançamento do roadshow “Investimento e Desenvolvimento do Nordeste”

7

12/09/2017 14:30:09


NORDESTE FORTE

Mais crédito E MENOS BUROCRACIA

Linhas de financiamentos com taxas de juros mais baratas são apresentadas pelo BNB durante o primeiro roadshow, em Recife

FIERN

Entre as medidas apresentadas para melhorar acesso ao crédito, durante o lançamento do Roadshow “Investimento e Desenvolvimento do Nordeste”, realizado dia 14 de julho, no auditório da FIEPE, o Banco do Nordeste anunciou a redução da taxa de juros para capital de giro. As taxas passam a ser de 0,88% ao mês para pequenas empresas e 1,32% ao mês para as grandes empresas. As demais regras para concessão do crédito permanecem inalteradas. Para 2017, o orçamento do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), operado pelo BNB, é de R$ 26 bilhões. A redução das taxas, explica o diretor de planejamento nacional do BNB, Perpétuo Cajazeiras, permite as empresas industriais, com problemas de ociosidade da capacidade instalada, acessar o recurso para aumentar a produção. A consultora da CNI, Suzana Peixoto, destaca programas como o Núcleo de Acesso ao Crédito (NAC), presente em sete estados da região, que levam capacitação para a tomada de crédito e gestão dos recursos. “O crédito é um dos fatores primordiais ao desenvolvimento da indústria da região Nordeste e do país. A CNI tem mecanismos e projetos que facilitam essa compreensão de que tipo de crédito, como tomar, onde está sendo oferecido”, observa. A Política de Dinamização Regional e fortalecimento de Redes de Cidades do BNDES é, segundo o assessor da área 8

Industria FIERN-26.indd 8

industrial do Banco, Lucas Linhares, é a forma de identificar e fomentar a economia com as linhas de investimentos. A ideia, explica ele, é “territorializar” a visão de desenvolvimento para aproximar e realizar a missão do banco de reduzir as desigualdades sociais e regionais. “É a articulação de ações operacionais de desenvolvimento regional. Neste contexto, o roadshow é bastante eficaz, pois reúne os principais atores de estados com desafios comuns e que precisam de complementariedade”, afirma.

O crédito é um dos fatores primordiais ao desenvolvimento da indústria da região Nordeste e do país. A CNI tem mecanismos e projetos que facilitam essa compreensão de que tipo de crédito, como tomar, onde está sendo oferecido.” SUZANA PEIXOTO, CONSULTORA DA CNI

JULHO/AGOSTO de 2017

12/09/2017 14:30:10


NORDESTE FORTE

Bate-papo: Perpétuo Cajazeiras, Diretor de planejamento do BNB

Qual o orçamento do FNE para 2017? Temos recursos para atender a demanda do Nordeste, um limite total de Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) de R$ 26 bilhões. Destes, R$ 14,1 bilhões são caracterizados como dotação para aplicação de pequenas, médias e grandes empresas. E outros R$ 12 bilhões para infraestrutura.

O empresariado reclama de dificuldade em acessar crédito. A que se deve isso? Às vezes, a ansiedade faz parecer difícil. Mas o trâmite dentro do banco é bastante rápido quando o projeto é bem elaborado, em até 90 dias. Mas nem todas as empresas estão organizadas contabilmente ou o projeto vem bem elaborado e precisa de ajustes, o que demanda mais tempo.

Como a atuação da Associação Nordeste Forte pode colaborar? Por muito tempo, o Nordeste foi tido como o lado pobre do país. Nada mais oportuno que as federações das indústrias se reúnam para discutir assuntos distintos por estado, mas que, no fundo, são necessidades comuns. São discussões produtivas de alto nível, que consegue eliminar gargalos apresentados. E quando todos convergem para o desenvolvimento da região Nordeste, todos saem fortalecidos.

FIERN

Em meio a crise econômica, o que pode ser feito para que as empresas tenham melhor acesso a crédito de capital de giro? Muitas empresas estão com o parque industrial ocioso, devido a crise. E precisam de capital de giro, de fato. Decidimos baixar a taxa de juros para as linhas de capital de giro, que já eram baixas em torno de 1,5%, e podem ficar em 0,95% e 0,88% ao mês. Isto porque fazemos um mix com o FNE e recursos internos.

Perpétuo Cajazeiras, Diretor de planejamento do BNB Revista da INDÚSTRIA DO RN

Industria FIERN-26.indd 9

9

12/09/2017 14:30:14


NORDESTE FORTE

PRESIDENTES DE FEDERAÇÕES DAS INDÚSTRIAS DO NORDESTE, QUE INTEGRAM A NORDESTE FORTE, COMENTAM A INICIATIVA DE REALIZAR ROADSHOWS NOS ESTADOS.

“Nós nordestinos precisamos desta união, por isso criamos a Nordeste Forte. Nossa visão é o cuidado e proteção com o Nordeste. São os nossos incentivos fiscais, para que possamos promover o desenvolvimento da região, o emprego, uma indústria pujante retornado ao status do passado, que fomos perdendo ao longo do tempo, e eliminar as desigualdades regionais”. BETO STUDARD, presidente da FIEC

“Nós estamos discutindo aqui ações que são necessárias para o desenvolvimento do nosso Nordeste. Sabemos que o Nordeste precisa de incentivos, andar mais que alguns estados do Sul. Estamos discutindo qual a forma de propiciar aos estados melhorias, crescimento e desenvolvimento sustentável”. EDILSON BALDEZ DAS NEVES, presidente da FIEMA

FIERN

A Nordeste Forte está se tornando um importante fórum da região. Depois que o fórum Sudene foi mitigado durante muito tempo, foi se dissolvendo, nós estamos vendo que a Nordeste Forte busca substituir, revitalizar a Sudene e devolvendo a ela todos os instrumentos para trazer desenvolvimento inclusive para as áreas mais remotas do Nordeste”. FRANCISCO DE ASSIS BENEVIDES GADELHA, presidente da FIEPB

10

Industria FIERN-26.indd 10

JULHO/AGOSTO de 2017

12/09/2017 14:30:22


NORDESTE FORTE

“Este roadshow da Nordeste Forte é o início, a retomada do desenvolvimento econômico da nossa região, de planejar regionalmente. Tínhamos uma SUDENE que era coordenadora e que com o passar do tempo foi perdendo poder, sendo desmontada e o Nordeste ficou sem coordenação. Assim fica difícil o desenvolvimento regional”. RICARDO ESSINGER, presidente da FIEPE

“Enquanto região ficamos mais fortes. Ao invés de sermos um, somos nove. O problema de falta de investimento é da indústria brasileira e especificamente da nordestina. Uma reunião desta, com a classe produtiva do Nordeste, dá força para que estes órgãos que são responsáveis pelo incremento do desenvolvimento reajam, provocando frutos para a indústria nordestina. Isso pode dar subsídios para uma politica regional”. JOSÉ CARLOS LYRA DE ANDRADE, presidente da FIEA

Revista da INDÚSTRIA DO RN

Industria FIERN-26.indd 11

FIERN

A Nordeste Forte se sente fortalecida. Damos início a vários roadshows que vão acontecer nos estados. É preciso discutir as desigualdades regionais, discutir as prioridades, mudanças, as necessidades da indústria do Nordeste, que precisa ser incentivada. Esta inovação, de estar discutindo juntos com os parceiros, torna mais fácil encontrar o caminho das soluções”. AMARO SALES, Presidente da Nordeste Forte e da FIERN

11

12/09/2017 14:30:29


ENTREVISTA

MARCELO NEVES

“Precisamos voltar a planejar o Nordeste” As ações da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste buscam não apenas o crescimento do PIB da região como também fortalecer todos os indicadores sociais, educação, IDH, e melhorar a infraestrutura da região. É o que afirma Marcelo Neves, superintendente da Sudene, durante o lançamento do “Roadshow Investimentos e Desenvolvimento do Nordeste”, na sede da FIEPE, em Recife. Em entrevista, ele falou sobre os desafios da nova Sudene e a parceria com a Nordeste Forte. Confira entrevista.

FIERN

Na avaliação do senhor, quais são os desafios da nova Sudene? A nova Sudene tem dez anos, posto que foi extinta e depois recriada em 2007. O primeiro desafio é superar o comparativo que se faz desta com a antiga, que não mais vai existir naquele formato. A Sudene foi pensada como órgão de planejamento, de estudos para alavancar o desenvolvimento do Nordeste, mas perdeu o enfoque e virou um grande ministério, fazendo obras e serviços que não era de seu escopo, como Defesa civil, DNOCs e outras atribuições. O nosso maior desafio é trazer de volta a Sudene do planejamento, dos estudos da região Nordeste, mas em outro formato. 12

Industria FIERN-26.indd 12

Hoje a atuação está focada em quê? Basicamente em dois instrumentos: os incentivos fiscais e o financiamento com o FDNE [Fundo de Desenvolvimento do Nordeste], próprio da Sudene, para alavancar os projetos estruturantes da região. Em dez anos, são mais de R$ 10 bilhões em financiamento, cerca de R$ 1 bilhão ao ano. Precisamos voltar a planejar o Nordeste para que esses recursos cheguem e as obras se realizem. É o que buscamos com os roadshows da Nordeste Forte. Os incentivos fiscais federais podem dar vantagens competitivas de forma regional? Sim, é diferente dos que são ofertados no âmbito estadual, com a chamada guerra

JULHO/AGOSTO de 2017

12/09/2017 14:30:31


ENTREVISTA

Como esses recursos podem fomentar a atividade industrial, sobretudo nesse período de crise? É uma política de atração de investimentos e o que pretendemos é ampliá-la. São incentivos com abatimento de 75% do Imposto de Renda das empresas, reinvestimento de 30% e tem até isenção de 100% do imposto de renda para atividades com inserção na área de computação, inclusão digital. São incentivos fiscais importantes que eu diria até que são a causa de uma empresa deixar ou não de se instalar no Nordeste, visto que 100% das grandes empresas podem usufruir deste tipo de incentivo. O que pode ser feito para o setor superar esta retração? O primeiro passo é planejar, entender o que a região precisa para desenvolver, do ponto de vista de obras estruturantes, de atacar os principais problemas. Para isso, precisamos de diagnósticos e atuar em cima deles.

Como a Associação Nordeste Forte contribui para consolidar essas propostas? É importantíssima esta aproximação. A pauta da indústria nordestina é muito a pauta da Sudene, que é o desenvolvimento da região. Tudo que diz respeito à indústria e seu fortalecimento, ao tipo de indústria que vai se instalar aqui e aos incentivos fiscais para isto, tem a ver com a Sudene. Com os roadshows vamos levar aos estados como acessar esses recursos.

É possível tornar o Nordeste tão competitivo e atrativo quanto outras regiões que concentram mais investimentos? Esta é a pergunta que devemos nos fazer. Acredito que o fator principal é investir Revista da INDÚSTRIA DO RN

Industria FIERN-26.indd 13

O primeiro passo é planejar, entender o que a região precisa para desenvolver, do ponto de vista de obras estruturantes, de atacar os principais problemas.”

em educação. Temos os piores índices de escolaridade, alfabetização, os piores IDH, PIB. Melhorar esses indicadores passa por educação de qualidade. Não é somente a questão econômica, mas os indicadores sociais e pensar a região de forma transversal. E, transversalmente, fazer investimentos de infraestrutura pesados no Nordeste. Hoje, para uma empresa se instalar no sertão da Paraíba, por exemplo, não tem as mesmas condições que teria se fosse instalada no interior de São Paulo. Queremos dar as mesmas condições. É um caminho longo e a discussão passa por este grupo, da Nordeste Forte.

Como construir uma política que considere as especificidades de cada estado e atenda a todos? Este é o grande desafio. Nós temos na área de atuação da Sudene (Nordeste e norte de Minas Gerais) o Semiárido. A política para o Semiárido não difere muito da Bahia para o Rio Grande do Norte. O que precisamos fazer são cortes regionais, o que se tem de melhor em cada região e como aproveitar isso da melhor forma.

FIERN

fiscal que teve uma solução legislativa, com a sanção do presidente sobre os incentivos fiscais estaduais, do IMCS. No âmbito federal, onde atuamos, não há esse tipo de guerra fiscal. Os incentivos são uniformes para todos os estados.

13

12/09/2017 14:30:32


REFORMA TRIBUTÁRIA

RELATOR DEFENDE FIM DO

“manicômio tributário” Em palestra para empresários potiguares, o deputado federal Luiz Carlos Hauly apresenta proposta da reforma tributária Usar a tributação como instrumento de desenvolvimento econômico sustentado e inclusão social com distribuição de renda. Esta foi a tônica da palestra do relator da reforma tributária, deputado federal Luiz Carlos Hauly, denominada “Reforma / Reengenharia Tributária e Tecnológica 2017 – Para fazer o Brasil crescer e distribuir rendas com justiça social”, durante a reunião da Diretoria da FIERN do mês de julho. Economista e duas vezes Secretário da Fazenda do Paraná, o deputado é apontado como um dos mais preparados parlamentares do Congresso nas áreas de Finanças e Tributação. Foi relator das proposições que criaram o Simples Nacional e o MEI – microempreendedor individual; relator e autor de duas leis das S/A; e como deputado federal, desde 1991, participou de todas as comissões que tentaram fazer a reforma

tributária completa. “Vou usar a minha experiência na reforma tributária”, afirmou, acrescentando que a adesão dos empresários é fundamental para viabilizar a aprovação. Segundo o deputado, incentivos, sonegação, elisão e corrupção fizeram do sistema tributário brasileiro um verdadeiro “manicômio tributário” e o mais regressivo do mundo. “O Sistema é anárquico e caótico, quem pode mais, chora menos”, disse. O sistema atual é de 1967, somente após a Constituinte foram realizadas 73 mudanças em dispositivos da Constituição. Aberta pelo presidente do Sistema FIERN, Amaro Sales de Araújo, a palestra contou com participação de Diretores da Federação das Indústrias, gestores, presidentes de Sindicatos filiados, do secretário estadual de Tributação, André Horta, do presidente da Fecomércio, Marcelo Queiroz, empresários e convidados.

PROPOSTASAPRESENTADAS:

Diminuir a regressividade do consumo com

FIERN

IR progressivo

14

Industria FIERN-26.indd 14

Alimento e remédio com alíquotas reduzidas

Isentar totalmente as exportações e os bens de ativo; fixo das empresas

Seletividade e IVA para racionalizar e simplificar (extinguir o ICMS, IPI, ISS, COFINS, Salário Educação e criar no lugar dois impostos; o IVA clássico e o seletivo monofásico de destino federal sobre energia elétrica, combustíveis líquidos e derivados, comunicação, Minerais, Transportes, cigarros, bebidas, veículos, eletroeletrônicos, eletrodomésticos, pneus e autopeças)

JULHO/AGOSTO de 2017

12/09/2017 14:30:33


José Paulo Lacerda/CNI

REFORMA TRIBUTÁRIA

GANHOS DE EFICIÊNCIA PREVISTOS • Redução da renúncia fiscal do Brasil estimada em R$ 500 bilhões de reais;

Luiz Carlos Hauly, deputado federal e relator da reforma tributária

• Diminuição da Sonegação Fiscal estimada em R$ 460 bilhões e a Elisão Fiscal;

Sistema atual aumenta a pobreza “O sistema atual tira dos que tem menos, aumenta a pobreza e concentra a riqueza.” A análise é do relator da reforma tributária, Luiz Carlos Hauly. No caso federal, a tributação chega a 53,9% para quem ganha até dois salários mínimos. Já quem ganha acima de 30 salários mínimos tem carga tributária de 29,0%. O imposto no Brasil é maior sobre o consumo e menor sobre a renda. No primeiro caso, entre 42 países, o Brasil fica em 10º lugar. Já com relação ao imposto sobre a renda ocupa a 34ª posição. O parlamentar afirma que em 2012, foram gastos R$ 24,6 bilhões pela indústria de transformação com tributos – custo que equivale a 1,16% do faturamento do setor e, considerando a cumulatividade na cadeia produtiva, impacta em 2,6% os preços dos produtos industriais. O custo de R$ 24,6 bilhões para pagar tributos, em 2012, por porte de empresa foi de: Pequenas empresas: R$ 6 bilhões; Médias empresas: R$ 5 bilhões; Grandes empresas: R$ 13,6 bilhões. A estimativa de perdas da União, Estados e Municípios com Renúncia Fiscal é de R$ 500 bilhões, com Sonegação, R$ 460 bilhões, Contencioso R$ 2 trilhões e Dívida Ativa de R$ 3 trilhões.

• Redução dos encargos sobre folha de pagamento, aumentando a empregabilidade; • Diminuição da elisão fiscal, hoje em R$ 3 trilhões; • Diminuição do contencioso Administrativo e Fiscal, bem como as demandas judiciais que já somam mais de R$ 2 Trilhões; • Diminuição radical do custo declaratório, com a desburocratização.

Fortalecer os os tributos sobre a propriedade serão dos municípios; IPTU, IPVA, ITR, ITBI

Universalizar o

Acabar com IOF e

Manter o Super

os tributos sobre

Simples para as

Fim da

os empréstimos

micro e pequenas

guerra fiscal

bancários

empresas

uso da Nota Fiscal Eletrônica e a cobrança no ato

FIERN

municípios (Todos

da compra

e ITCMD)

Revista da INDÚSTRIA DO RN

Industria FIERN-26.indd 15

15

12/09/2017 14:30:37


MODERNIZAÇÃO

Reforma trabalhista CORRIGE INJUSTIÇAS

José Pastore, sociólogo e professor da PUC, fala sobre a necessidade de atualizar a legislação para acompanhar evolução das relações de trabalho

FIERN

As mudanças no mundo do trabalho, o surgimento de novas atividades e a evolução das profissões, que passam a atender novas exigências, fazem da atualização da legislação trabalhista necessária e inadiável, na avaliação do sociólogo José Pastore, professor do Departamento de Economia e de Administração da PUC. Pastores foi um dos palestrantes do seminário “Modernização das leis trabalhistas: O que mudou? Por que mudou?”, realizado dia 21 de agosto, em Natal. Com as mudanças, disse o professor, as empresas e os profissionais só podem se

atualizar com uma formação de qualidade e continuada, além da flexibilização das contratações. “É preciso corrigir injustiças, como o fato de que entre os trabalhadores mais pobres, 60% estão na informalidade. A legislação trabalhista estava, antes da reforma, obsoleta, porque as regras são rígidas, há uma negação das liberdades, com os trabalhadores considerados ‘hipossuficientes’”, observa. A demanda judicial de 4 milhões de ações na Justiça do Trabalho é, segundo ele, “resultado de leis que convidam ao litígio e têm um descaso com a produtividade”.

José Pastore faz palestra sobre a modernização das leis trabalhistas

16

Industria FIERN-26.indd 16

JULHO/AGOSTO de 2017

12/09/2017 14:30:40


MODERNIZAÇÃO

A reforma trabalhista tem como princípios, pontua o professor: liberdade com proteção, busca de inclusão de trabalhadores hoje excluídos, a auto-resolução de impasses, racionalização dos processos judiciais e o equilíbrio entre direitos e deveres. Com a definição de 15 direitos negociáveis, que envolvem a jornada de trabalho, o banco de horas, o teletrabalho, os feriados, e os incentivos por resultado e produtividade. Ao entrar em vigor, em novembro, as novas regras permitirão a negociação também do horário de alimentação e descanso e a jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas de descanso.

A legislação trabalhista estava, antes da reforma, obsoleta, porque as regras são rígidas, há uma negação das liberdades, com os trabalhadores considerados ‘hipossuficientes’.” JOSÉ PASTORE, PROFESSOR DA PUC

Inovação traz segurança jurídica

Revista da INDÚSTRIA DO RN

Industria FIERN-26.indd 17

Relator da reforma trabalhista, deputado federal Rogério Marinho, fala sobre aprovação da reforma

seguido. “Na Espanha, estão sendo criados cerca de 500 mil empregos do ano”, disse. No Brasil, um estudo do Itaú, aponta que a reforma pode elevar a posição do Brasil no quesito “eficiência no mercado de trabalho, indo da atual posição (117º) para a 86º, em uma lista que inclui 138 países. “O estudo aponta que a reforma trabalhista pode aumentar o PIB per capita brasileiro em 3,2% nos próximos quatro anos e diminuir a taxa de desemprego estrutural”, frisa Marinho.

FIERN

As inovações da legislação, analisa José Pastore, vão ter como resultado a segurança jurídica, a moralização do uso da Justiça do trabalho, a redução de gastos com conflitos, a melhoria da produtividade, os estímulo aos investimentos, o crescimento econômico, com mais empregos. A regulamentação da terceirização de atividades meio e fim, com proteção dos empregados das empresas contratadas é outro ponto importante, segundo ele, além de medida que evita a chamada “pejotização fraudulenta”, ao definir um período mínimo de 18 meses entre o afastamento do funcionário e a contratação como pessoa jurídica. O deputado federal Rogério Marinho, relator da reforma na Câmara e também palestrante do Seminário, pondera que a experiência internacional mostra que medidas como as adotadas na alteração da CLT têm como efeito a retomada do crescimento, com geração de empregos. Na Espanha, após as mudanças na estrutura das relações trabalhista, em 2012, o crescimento é de 3% pelo terceiro ano

17

12/09/2017 14:30:43


MODERNIZAÇÃO

Mudanças e benefícios com a nova lei direitos e sim a modernização das relações de trabalho. É preciso dar mais segurança jurídica às relações de trabalho”, frisa o juiz. Desta forma, há uma negociação mais próxima a realidade de cada empresa e trabalhadores, do setor de atividade e região. Tudo que não for direito constitucionalmente assegurado ao trabalhador, como os previstos o artigo 7º (salário mínimo, 30 dias de férias, FGTS, INSS, 13º salário, entre outros), explica ele, não se pode negociar.

Juiz Marlos Melek em reunião da Diretoria da FIERN

FIERN

As mudanças e benefícios provenientes da nova legislação, que passa a valer a partir de 11 de novembro deste ano, foram tema da palestra do Juiz do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª região (Paraná), Marlos Melek, durante reunião da Diretoria do Sistema FIERN, no dia 18 de agosto. O magistrado integra a Comissão de redação final da proposta de modernização das leis do trabalho (PLC 38/2017) e da Medida Provisória, que irá regulamentar a reforma. “A reforma trabalhista traz liberdade, segurança jurídica e simplificação de normas”, ressalta Marlos Melek. As mudanças melhoram o ambiente de negócios. Entre os principais avanços está o negociado ser mais prestigiado em relação ao legislado. A negociação coletiva, instrumento pelo qual empresas e trabalhadores representados por sindicatos, acordam as condições e rotinas de trabalho, explica ele, não reduz ou retira qualquer direito constitucional conquistado no Brasil. “A reforma trabalhista no Brasil foi feita com o espírito republicano, não há retirada de

18

Industria FIERN-26.indd 18

JULHO/AGOSTO de 2017

12/09/2017 14:30:54


Augusto Rattis/CERNE

EÓLICA

Fórum Nacional de Eólica reúne empresários de todo país, investidores, autoridades políticas e secretários de Estado, em Natal

Vento a favor

DO DESENVOLVIMENTO

Revista da INDÚSTRIA DO RN

Industria FIERN-26.indd 19

O rápido crescimento do setor de energia eólica nos últimos anos faz com que o Rio Grande do Norte se torne um pólo da indústria eólica nacional. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) mostram que o RN possui 3,3 GigaWatts (GW) de produção de energia instalada em 125 parques eólicos em operação comercial. O resultado equivale a 33% de toda a capacidade nacional em operação. E o crescimento não para por aí. Projeções do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia indicam que o RN atingirá a marca de 5 GW de capacidade instalada de energia eólica em quatro anos. “Em 2015, alcançamos a autossuficiência

e, desde o ano passado, o RN produz o dobro do que consome (média de 800 megawatts) e exporta o excedente”, diz diretor-presidente do (Cerne), Jean-Paul Prates. O cenário, bem como metas e diretrizes para a geração eólica no Brasil foram foco do debate durante a 9ª edição do Fórum Nacional de Eólica, realizado em julho, em Natal. O encontro reúne empresários de todo país, investidores, autoridades políticas e secretários de Estado que abordaram temas como a inovação e o desenvolvimento científico, regulação, mercado de energia, projeção de investimentos, gestão socioambiental, financiamento e oportunidades de negócios.

FIERN

Para manter o ritmo de maior produtor de energia eólica do país, o Rio Grande do Norte espera por novos leilões

19

12/09/2017 14:31:03


EÓLICA

No ano passado, os investimentos no setor cresceram 23% em relação a 2015, um incremento de R$ 18 bilhões de reais, segundo dados da ABEEólica. “Temos cerca de R$ 20 bilhões em carteira de investimentos para renováveis, aguardando os novos leilões. O Brasil é extremamente atrativo para o setor eólico. Acredito que a eólica é uma das chaves para a retomada do crescimento econômico do País”, frisa a presidente-executiva da ABEEólica Elbia Gannoun. O governador Robinson Faria anunciou

a liberação da licença do linhão Esperanza (500KV), após uma espera de seis anos. O trecho vai passar por 14 municípios e escoar toda a energia do RN para fora do estado. São 214 km, saindo de Ceará-Mirim, passando por João Câmara até Assu. Até junho deste ano, foram emitidas 63 licenças ambientais de empreendimentos eólicos, fotovoltaicos e sistemas associados no RN. “Não adianta termos o melhor vento do mundo se não tiver política pública e segurança jurídica”, observa Faria.

FIERN 20

Industria FIERN-26.indd 20

Se por um lado o setor comemora a ampliação da energia dos ventos, por outro o clima é de incertezas quanto à retomada de novos leilões de energias renováveis. Há grande receio na indústria de que a cadeia produtiva passe por uma ruptura pela falta de demanda energética no país. De 2009 a 2014, a média contratada para energia eólica foi de 2 GW. Em 2015, apenas 1,1 GW. Com o cancelamento do leilão de reserva de energia, previsto para o dia dezembro de 2016, pelo Ministério de Minas e Energia, não houve contratação no ano passado, prejudicando o planejamento do setor para 2019 e 2020 - quando a energia contratada surtiria efeito na produção. Juarez Castrillon Lopes, assessor da Diretoria de Estudos de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), afirma que os leilões de descontratação são os únicos previstos para os próximos meses e não significam “retração para o setor”. Isto porque, explica ele, nos últimos leilões, entraram vários projetos de parques solares que acabaram inviabilizados devido a disparada no preço do dólar. Já a eólica, mais consolidada no mercado, consegue se manter dentro de uma faixa aceitável de preço. Ao mesmo tempo, houve queda na demanda por energia elétrica, as concessionárias ficaram com contratos sobrando.

Augusto Rattis/CERNE

Falta de leilões preocupa setor “A descontratação tira de cena os projetos que estavam com problema, e verifica se está faltando ou sobrando contratos para aquisição de energia; quando essa conta fechar o Ministério de Minas e Energia decide quando abre novos leilões”, explica Castrillon. Para o presidente da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), Sinval Zaidan Gama, o Governo Federal está discutindo o momento mais adequado para abrir novos leilões. “Acredito que no curto prazo devem resolver essa equação”, disse.

Juarez Castrillon Lopes, assessor da Diretoria de Estudos de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) JULHO/AGOSTO de 2017

12/09/2017 14:31:09


EÓLICA

Bate-papo: Elbia Silva Gannoum,

Até que ponto a falta de leilões é preocupante para o setor? É absolutamente preocupante, é estarrecedor. Não tivemos leilões em 2016. Não ter leilão significa desestruturar toda uma indústria que foi construída com muita competência num curto espaço de tempo. É muito importante que aconteça um leilão, para que o pedido na fábrica, os investimentos sejam feitos. Há investimentos acontecendo, estamos construindo 7 GigaWatts de decisões tomadas há dois, três anos. Precisamos continuar nessa velocidade de crescimento. Temos também questões de transmissão, de financiamento, que são preocupantes, embora menores diante da gravidade da questão do leilão. Revista da INDÚSTRIA DO RN

Industria FIERN-26.indd 21

Elbia Gannoum defende realização de leilões de energia

Como assegurar a transmissão e distribuição da energia gerada com mais eficiência? Muito em breve transmissão deixa de ser problema, porque os parques agora já vêm com a infraestrutura de transmissão. E tivemos leilões de transmissão este ano que foram um sucesso.

FIERN

Qual avaliação a senhora faz da geração de energia eólica no Brasil e no Rio Grande do Norte? O Brasil tem o melhor potencial eólico do mundo, o mais produtivo, cerca do dobro do resto do mundo, e usando as máquinas utilizadas lá fora. Nosso recurso eólico está concentrado nas regiões Sul e Nordeste do país, com destaque para o Rio Grande do Norte, Bahia e Piauí, com maior velocidade e constância do vento. A perspectiva de crescimento é grande. Em breve, a eólica será a segunda maior fonte de energia e, hoje, já é a segunda mais barata do país. Para 2017, nos preocupa se teremos leilão ou não, que acontece com três anos de antecedência. A expectativa é a realização de um leilão de energia.

Augusto Rattis/CERNE

Presidente-Executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica)

21

12/09/2017 14:31:20


GESTÃO

GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS MOVIMENTA

R$ 27 bilhões

FIERN

Panorama e desafios da gestão de resíduos sólidos são discutidos durante Seminário realizado na FIERN

22

Industria FIERN-26.indd 22

O setor de gestão de resíduos sólidos movimenta R$ 27 bilhões por ano, o que significa 0,5% do Produto Interno Bruto brasileiro, gera 353.400 empregos formais e - mesmo em um cenário de crise - não para de crescer. Os números e avaliações sobre o panorama, desafios e potencialidades do setor foram foco do I Seminário Norte-riograndense de Resíduos Sólidos, realizado nos dias 3 e 4 de agosto, no auditório da FIERN. O encontro reúne empresários, pesquisadores, técnicos, prefeitos, secretários municipais, representantes da sociedade civil, do Ministério Público, profissionais e estudantes. “A política nacional de resíduos sólidos tem 27 anos, continua atual e necessária”, avalia o professor Fernando Tomé Jucá, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O palestrante

abordou os desafios para a limpeza urbana nos municípios frente às diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Com a regulamentação da Lei 12.305, em 2010, a movimentação de bilhões de reais e ampla geração de empregos, o setor estima desempenho ainda mais expressivo com adoção de economia circular. “Há amplo potencial. O país precisa de muito investimento para os municípios ter um tratamento adequado do lixo”, frisa. Em 2011, foram geradas 61 milhões de toneladas de resíduos sólidos no Brasil, com a movimentação de R$ 21 bilhões. Em 2013, foram R$ 23 bilhões e cresceu 4,3%. Mesmo em período de recessão, em 2015, quando o PIB brasileiro retraiu 3,8%, o incremento do setor foi de 5,7% e gerou R$ 27,5 bilhões.

JULHO/AGOSTO de 2017

12/09/2017 14:36:42


GESTÃO

Consórcio entre municípios é solução para tratamento Dos 5.570 municípios brasileiros, 79,4% destinam de forma inadequada os resíduos. A efetivação da gestão de resíduos sólidos, segundo pesquisadores, passa pela formação de consórcios de municípios, visto que em cidades com menos de 20 mil habitantes é inviável a operação de aterros sanitários ou usinas de reciclagem. Entre os desafios estão a formação de pessoal,

desenvolvimento de tecnologia e sobretudo a mudança cultural. “É preciso evoluir de uma economia linear que se limita a extrair, transformar e descartar, para uma economia circular, que adota conceitos como segurança alimentar, reciclagem, respeito ao meio ambiente, sustentabilidade, incentivo à geração de emprego”, analisa Fernando Tomé.

Fernando Tomé Jucá, professor da UFPE, apresenta potencial do setor de gestão de resíduos sólidos

O diretor tesoureiro do Sistema FIERN e presidente do Conselho Temático do Meio Ambiente (Coema), Roberto Serquiz, aponta avanços do setor no Rio Grande do Norte, como a filiação do Sindicato da Indústria de Reciclagem e Descartáveis do RN (SINDRECICLA) junto a FIERN. “Existe uma indústria da reciclagem no Estado. Discutimos frequentemente com os empresários o conceito da sustentabilidade, além de manter o diálogo com os diversos órgãos para mostrar que as empresas do setor precisam ser vistas com mais atenção”, disse Serquiz. Soluções para controle dos lixões pelos municípios, implantação dos arranjos intermunicipais, limpeza urbana e soluções tecnológica para tratamento e destinação final dos resíduos sólidos foram discutidos durante o evento.

Revista da INDÚSTRIA DO RN

Industria FIERN-26.indd 23

FIERN

Setor avança no RN

23

12/09/2017 14:31:29


WORLDSKILLS

Os campeões

1

QUE PARTEM DO NORDESTE Soldadores do SENAI/Ítalo Bologna conquistaram 11 medalhas em competições de educação profissional no Brasil e no exterior

sENaI

POR MATEUS MAIA/CNI

24

Industria FIERN-26.indd 24

Para o dicionário, Mossoró é um vento que sopra do norte. Seguimos essa corrente de ar até o município com mesmo nome, no Rio Grande do Norte, e o que encontramos foram os melhores soldadores do mundo. Todos estudaram no mesmo lugar: a unidade Ítalo Bologna do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). Desde 1998, os soldadores do Ítalo Bologna conquistaram 11 medalhas em competições de educação profissional no Brasil e no exterior. E nas últimas três edições da WorldSkills, o maior torneio de ensino técnico do mundo, os mossoroenses garantiram lugar no pódio: bronze em Londres 2011, prata na Alemanha 2013 e ouro em São Paulo 2015. Exemplos seguidos de perto por Rafael Dário, aluno do Centro Ítalo Bologna, que tem

como objetivo conquistar a quarta medalha consecutiva de Mossoró em Soldagem na WorldSkills. Para isso, ele vem treinando arduamente há quase um ano. A próxima edição da WorldSkills será em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, entre os dias 15 e 18 de outubro deste ano. São esperados cerca de 1.300 competidores de mais de 70 países para a 44ª edição do evento, que disputarão em 51 ocupações e o Brasil defenderá o título de melhor educação profissional do mundo. Eles têm de provar suas habilidades em dezenas de ocupações (modalidades), como a Soldagem. Assim, precisam realizar tarefas com níveis internacionais de excelência. Realizada a cada dois anos em um país diferente, a última edição foi em São Paulo, cenário da inédita vitória da equipe brasileira.

JULHO/AGOSTO de 2017

12/09/2017 14:37:32


WORLDSKILLS

Treinamento em evolução Outro aspecto que contribui diretamente para os resultados obtidos pelo SENAI Ítalo Bologna é a continuidade. Os estudantes que competem e se destacam voltam como professores e iniciam o treinamento de mais uma geração.

Ele [o aluno] tem que ir com um nível muito superior ao último campeão, porque a tecnologia e o método de trabalho evoluem.” FRANCISCO MOREIRA, DIRETOR DO SENAI DE MOSSORÓ

sENaI

Para manter um nível de excelência na formação de profissionais e de competidores, durante mais de 15 anos, é necessário dedicação e um processo de treinamento em constante evolução. É o que relata o diretor do SENAI de Mossoró, Francisco Moreira Maia. “Se eu levar um aluno à Abu Dhabi com o mesmo perfil de quando fomos vencedores pela última vez, ele não vai ganhar nada. Ele tem que ir com um nível muito superior ao último campeão, porque a tecnologia e o método de trabalho evoluem”, conta. As avaliações, tanto quantitativas como qualitativas, passam por indicadores de desempenho dos alunos, por metas estabelecidas e pelo Sistema de Avaliação da Educação Profissional e Tecnológica (SAEP). Em determinados momentos, como em épocas prétorneios, os estudantes também participam das reuniões. Como consequência, eles identificam mais claramente seus objetivos e desafios na disputa que se aproxima.

CET Ítalo Bologna mantém excelência na formação de profissionais e de competidores há mais de 15 anos

Revista da INDÚSTRIA DO RN

Industria FIERN-26.indd 25

25

12/09/2017 14:37:35


WORLDSKILLS

DESCOBRINDO TALENTOS Hoje, o treinamento de Soldagem de Mossoró para competições está sob a responsabilidade de três professores: Max Wendell Pereira, que ganhou diploma de excelência no Japão, em 2007; Lucas Landriny Filgueira, medalha de bronze na Inglaterra, em 2011; e Rafael Wenderson Pereira, prata na Alemanha, em 2013. Para encontrar o estudante com os conhecimentos e o perfil necessário para ser treinado, o processo é longo. Começa com uma apresentação para todos os alunos da escola, da rotina de treinamentos, as competições e o que a equipe espera de um competidor. A partir daí são escolhidos, em média, 30 jovens (entre candidaturas e convites) que seguem para a próxima fase: uma entrevista. É quando cerca de 60% desistem, por perceberem que não vão se adaptar à intensidade dos treinos e à dedicação necessária para se tornar um campeão. Com os que permanecem, começa o acompanhamento

prático, seguido por provas teóricas e práticas, até sobrarem apenas dois competidores. Esses dois participam da etapa estadual da Olimpíada do Conhecimento. O treinamento – da escolha até a disputa estadual – dura um ano, em média. Dentre os campeões, o representante do Rio Grande do Norte para a etapa nacional é escolhido e os treinos continuam por mais um ano, aproximadamente, de segunda a sábado, durante pelo menos dois turnos. Quanto mais próximo do evento, maior a carga de exercícios. O docente Max Pereira ressalta que o acompanhamento do SENAI com a família dos jovens é essencial para que eles tenham tranquilidade no período mais decisivo e estressante do treino. “Em um momento de crise econômica, como o que estamos vivendo no país, é comum termos alunos com pais desempregados. Não tem como um aluno ser campeão mundial com essa preocupação, por exemplo”, diz.

Antes mesmo de os jovens começarem o treinamento, possíveis talentos são identificados pelos professores. Assim, eles são convidados a iniciar uma espécie de estágio, auxiliando os professores, trabalhando na

organização de laboratórios, treinamentos e ajuda na organização do box de provas do atual competidor. Isso faz com que eles conheçam todas as etapas do trabalho que precisam desenvolver nas competições, ganhando uma visão 360º de cada detalhe. Lucas Landriny Filgueira lembra que essa experiência o motivou a seguir no SENAI e a começar a treinar para os torneios. “A gente treinava e preparava material para quem ia para a etapa internacional. Eu os via treinando e ficava sonhando. Eu queria participar daquilo”, lembra. Depois disso, Lucas conseguiu medalha de bronze em 2013, na Alemanha.

sENaI

DEDICAÇÃO 360º

Rafael Wenderson Pereira, prata na Alemanha, em 2013

26

Industria FIERN-26.indd 26

JULHO/AGOSTO de 2017

12/09/2017 14:40:14


WORLDSKILLS

ESFORÇO E RECOMPENSA Todos os sacrifícios feitos em prol da melhor preparação pelos mossoroenses têm em vista mais que o reconhecimento de ser campeão mundial. A esperança de mudar de vida é o que move vários competidores. Foi o caso de Jakielyson Alves, medalhista de ouro na última WorldSkills, em 2015, em São Paulo. Ele entrou no SENAI quando descobriu que seria pai. Logo se destacou no curso de Soldador Multiprocessos e foi convidado a treinar para a Olimpíada. “Passei quatro anos praticamente só treinando. Em três deles perdi o aniversário do meu filho, porque estava viajando para outros estados e isso era difícil para mim. Eu era pai de primeira viagem e queria meu filho por perto”, lembra Jakielyson. Hoje, Jakielyson está em Dubai, nos Emirados Árabes, acompanhando o treinamento de novos competidores e pretende continuar realizando capacitações ao redor do mundo. “Sempre estudei em escola pública, vim de família humilde e não tinha planos de entrar no SENAI. Muito menos de participar da Olimpíada. Mas, graças às competições, sou um bom profissional capacitador, conheci outros estados brasileiros, países, culturas diferentes e consegui dar uma condição boa para minha família”, revela o atual melhor soldador do mundo.

Graças às competições, sou um bom profissional capacitado, conheci outros estados brasileiros, países, culturas diferentes e consegui dar uma condição boa para minha família.” JAKIELYSON ALVES, COMPETIDOR

BOM EXEMPLO

Revista da INDÚSTRIA DO RN

Industria FIERN-26.indd 27

levaram dez medalhas de nível nacional em outras modalidades fora a Soldagem. Ouro em Estruturas metálicas e Calderaria e prata em Torneraria e Eletricidade Industrial são só alguns dos resultados. São novas equipes que tentam repetir o sucesso dos melhores soldadores do mundo.

sENaI

Com a evolução significativa ao longo dos anos da Soldagem, os resultados expressivos e os testemunhos dos campeões, competidores de outras ocupações do SENAI de Mossoró também começaram a se preparar para os torneios. Desde 2010, estudantes da unidade Ítalo Bologna já

27

12/09/2017 14:31:38


MUNDO SENAI

Qualificação

profissional

DE PORTAS ABERTAS

sENaI

Oportunidades de formação profissional no setor industrial serão mostradas durante o Mundo SENAI, dia 15 de setembro, em Natal e Caicó

28

Industria FIERN-26.indd 28

Na hora de decidir uma profissão, muitas dúvidas rondam os estudantes: escolher uma carreira pensando no que dá prazer ou nas recompensas financeiras futuras? E qual área seguir? Os interessados em conhecer as oportunidades de formação do SENAI podem visitar uma das escolas da instituição em todo o país, que abrirão as portas para a comunidade no dia 15 de setembro, no evento Mundo Senai, onde os estudantes poderão passar pelas diversas áreas de atuação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. A ação, totalmente gratuita, terá atividades sobre o ensino profissionalizante e formação dos alunos para o mercado de trabalho com foco para o setor industrial. Para esta edição estão programadas palestras, mostras tecnológicas, minicursos nas áreas de alimentos, construção civil, segurança no trabalho, confecção do vestuário, tecnologia da informação e alimentação saudável; aula show, exposição de produtos, campeonato de games, reunião com diretores de escolas da rede particular de ensino e visita guiada aos ambientes de

aprendizagem. No Rio Grande do Norte, são esperados 2 mil visitantes no dia do evento. Em Natal, a ação acontece no CET Clóvis Motta; em Caicó, com o CUMFP Manoel Torres, além das três unidades móveis de Panificação, Alimentos e Confecção. A diretora do SENAI-RN, Roseanne Azevedo, ressalta que as ações visam fortalecer o relacionamento com os públicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. “Tudo isso para que o público conheça as nossas instalações e como nós podemos contribuir com esse público em termos de cursos, de consultorias”, frisa.

JULHO/AGOSTO de 2017

12/09/2017 14:31:45


ESPORTE

ARENA SERÁ PALCO DA

9ª Corrida Noturna do SESI A 9ª edição da Corrida Noturna do SESIRN, que será realizada no dia 7 de outubro, traz novidades para os competidores. Este ano são aguardados 3.500 corredores e um público geral de 6 mil pessoas. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas até o dia 26 de setembro A principal mudança é o local. A edição 2017 será na Arena das Dunas, com Revista da INDÚSTRIA DO RN

Industria FIERN-26.indd 29

concentração a partir das 16h, onde serão realizadas várias ações paralelas à corrida, como um espaço para massoterapia, guardavolumes, Espaço Kids, praça de alimentação com um food park, além de distribuição do suco da horta, produzido pelo programa Cozinha Brasil. Uma parceria firmada com o SESI Educação, vai permitir que os alunos do EBEP passem a monitorar o Espaço KIDS.

sEsI

Novo local, mais modalidades e R$ 10 mil em prêmios consolidam a competição que estima reunir 6 mil pessoas

29

12/09/2017 14:31:49


ESPORTE

Corrida terá novo percurso Uma nova categoria da corrida infantil foi incorporada à competição. A corrida, da qual participam crianças com idade a partir de 4 até 13 anos, terá este ano uma categoria exclusiva para faixa etária de 12 e 13 anos. Os participantes a partir de 14 anos já podem se inscrever na corrida de 5 km, e a partir de 18 anos no percurso de 10 km. Serão incluídas também cinco categorias para pessoas com deficiência física. O percurso da corrida também mudou, a largada será às 17h, da Arena das Dunas, seguindo pelas ruas Prudente de Morais, Mor Gouveia chegando próximo ao Sesiclube, e retornando para o Estádio. Nesse trajeto os corredores passaram por dois túneis, que terão iluminação especial e som para motivar os corredores. A premiação varia entre troféus, brindes e até R$ 10 mil em dinheiro. “No dia da corrida premiamos os primeiros lugares

NOVO PERCURSO

das categorias por faixas etárias, depois os vencedores serão premiados numa cerimônia à parte do evento, pois é necessário fazer uma conferência muito bem apurada para anunciar os vencedores”, explica a Gerente Executiva de Vida Saudável do SESI/RN, Daniella Cerveira. A cerimônia será realizada alguns dias após a corrida, no auditório da Casa da Indústria e no SESI.

SERVIÇO As inscrições para a 9ª Corrida Noturna do SESI já estão abertas e podem ser feitas até o dia 26 de setembro, ou enquanto tiverem vagas, através do site www.rn.sesi.org.br/corridanoturna. A retirada dos kits será realizada no Sesiclube Natal, nos dias 05 e 06 de outubro, das 10h às 19h.

sEsI

- Conheça o novo trajeto da Corrida Noturna do SESI 2017

30

Industria FIERN-26.indd 30

JULHO/AGOSTO de 2017

12/09/2017 14:43:29


PROCOMPI

RN TEM MAIS

projetos aprovados Edição 2017 foi lançada pelo IEL-RN e Sebrae e contempla projetos em cinco setores da economia potiguar

Revista da INDÚSTRIA DO RN

Industria FIERN-26.indd 31

Cada projeto tem o seu foco. Precisamos ter consciência que este é o momento de conquistar novos mercados e aprimorar processos.” SUZANA PEIXOTO, CONSULTORA CNI

disse. Entre as ações apoiadas estão a articulação no território, acesso ao crédito e a mercados e desenvolvimento empresarial. O superintendente do SEBRAE-RN, José Ferreira de Melo Neto, enfatiza o desempenho do PROCOMPI no Estado, com total de R$ 1 milhão em recursos aportados, sendo até R$ 300 mil por projeto. “O que fazemos aqui é exemplo para as demais unidades, no sentido de acompanhar os projetos dentro das necessidades reais”, frisa Zeca Melo.

IEL

O Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (PROCOMPI) beneficiará 63 projetos no país, dos quais cinco no Rio Grande do Norte nos setores de Polpas e Sorvetes, Reciclagem, Cal e Argamassa, Água Mineral, Cerâmica Vermelha e Gráfico. A nova edição do programa - com ações para a inovação empresarial e melhoria das condições de desenvolvimento sustentável - foi lançado pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL-RN) e SebraeRN, em julho. Para a coordenadora nacional do PROCOMPI na Confederação Nacional da Indústria (CNI), Suzana Peixoto, é importante investir em qualidade e em competitividade diante do atual cenário econômico. “Não trazemos soluções mágicas. Cada projeto tem o seu foco. Precisamos ter consciência que este é o momento de conquistar novos mercados e aprimorar processos”, diz ela, apontando a importância da consultoria técnica e de mercado ofertada pelo IEL e o SEBRAE. No Rio Grande do Norte há projetos em desenvolvimento desde 2004. Nesta 4ª edição do programa, a Região Nordeste é a que possui mais projetos selecionados:19. O RN e o Ceará lideram com cinco projetos cada. Os demais estão seis no Centro-Oeste, 12 no Norte, 14 no Sul e 12 no Sudeste. A superintendente regional do IEL-RN, Maria Angélica Teixeira, destaca o pioneirismo do IEL-RN no Procompi. “Começamos como núcleo setorial e, em 2004, passamos a trabalhar como Arranjo Produtivo Local (APL). Nosso papel é articular a indústria e sensibilizar para atrair novas micros e pequenas empresas”,

31

12/09/2017 14:31:56


CAPACITAÇÃO

Ferramenta de geoprocessamento possibilita criar um banco de dados com informações do que é produzido em cada região do RN

Geoprocessamento INTEGRA SERVIÇOS DO ESTADO Curso ministrado pelo IEL-RN para técnicos da Emater e do Idiarn é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio do Projeto Governo Cidadão

IEL

O Uso de Geoprocessamento e Sistemas de Informações Geográficas com QGIS passam a incorporar a rotina de trabalho de técnicos da EMATER (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural) e do IDIARN (Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária), graças ao curso ministrado pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL-RN). O treinamento, dado pelo consultor Anderson 32

Industria FIERN-26.indd 32

Medeiros, foi realizado entre os dias 27 de julho e 02 de agosto, no Espaço Cultural Candinha Bezerra, da Casa da Indústria. O curso foi promovido pelo Governo do Estado, através da SAPE (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Pesca), por meio do acordo de empréstimo com o Banco Mundial, através do Projeto Governo Cidadão (antigo RN Sustentável). JULHO/AGOSTO de 2017

12/09/2017 14:32:03


CAPACITAÇÃO

No primeiro módulo do curso foi feita uma introdução ao Software QGIS Desktop, mostrando desde como iniciar um projeto, passando pelos procedimentos básicos de edição de dados geográficos e criação de mapas para impressão. No segundo módulo, mais avançado, foram oferecidos estudos de georreferenciamento de imagens, integração com outros programas

e geocodificação de endereços. Segundo Anderson Medeiros, o curso vai contribuir para a gestão das atividades dos técnicos, tanto no trabalho de campo quanto nas análises dos dados que eles vão coletar e gerir, visando tomar uma decisão. “Os dados guiarão eles no desenvolvimento das atividades desenvolvidas pela Emater e com isso beneficiarão todo o Estado”, disse.

Curso ministrado pelo IEL/RN melhora a gestão das atividades dos técnicos em campo e na análise de dados

Esse tipo de ferramenta de geoprocessamento, segundo o supervisor do projeto Governo Cidadão, engenheiro de pesca, lotado na Emater, Marcelo Estima, possibilita criar um banco de dados do que é produzido hoje em cada região do estado. “Por exemplo, um técnico que trabalha na região do Seridó será capaz de mapear a área de pessoal, o tipo de cultura que está se fazendo e, além disso, disponibilizar o mapa para outros técnicos”. Com isso, explica o engenheiro de pesca, vários técnicos poderão trabalhar no mesmo projeto e tê-lo sempre atualizado. “O banco de dados gerado pelo QGIS é multiusuário, é uma ferramenta que, se bem aplicada, vai mapear toda a produção agrícola do Estado”, disse Marcelo. Revista da INDÚSTRIA DO RN

Industria FIERN-26.indd 33

? ?

O QUE É GEOPROCESSAMENTO É o tratamento das informações geográficas ou de dados georreferenciados, por meio de softwares específicos e cálculos. Ou, ainda, o conjunto de técnicas relacionadas ao tratamento da informação espacial.

O QUE É QGIS É um programa de Sistema de Informação Geográfica com código aberto e licenciado sob a Licença Pública Geral GNU. Pode ser utilizado tanto para dados vetoriais quanto formatos matriciais e apresenta diversas funcionalidades.

IEL

Banco de dados por Região

33

12/09/2017 14:32:08


SINDICATOS FILIADOS RELAÇÃO DOS SINDICATOS FILIADOS A FIERN Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias e Marcenarias do Estado do RN – SINDMÓVEIS Presidente: Ricardo Bezerra de Farias (84) 3234.6164 - sindmoveis@fiern.org.br

Sindicato das Indústrias da Construçao Civil de Mossoró – SINDUSCON/Mossoró Presidente: Sergio de Souza Freire Júnior (84) 3316.3726 - sindusconmossoro@gmail.com secretaria@sindusconmossoro.com.br www.sindicatodaindustria.com.br/sindusconmossororn/ Sindicato da Indústria de Álcool dos Estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí – SONAL Presidente: Arlindo Cavalcanti de Farias (84) 3206.6296 / 3206.0232 - sonal@fiern.org.br www.sindicatodaindustria.com.br/sonalrn/ Sindicato da Indústria de Sorvetes, Congelados e Derivados do Estado do RN – SINDISORVETE/RN Presidente: Zauleide de Queiroz Leite (84) 3204.6330 - sindisorvete@fiern.org.br www.sindicatodaindustria.com.br/sindisorvetern/

Sindicato das Indústrias de Material e Laminados Plásticos do Estado do Rn – SindiplaST/Rn Presidente: Maria da Conceição Rebouças Duarte Tavares (84) 3204.6332 - sindiplastrn@fiern.org.br ou tavaresconceicao@yahoo.com.br

Sindicato da indústria de panificação e Confeitaria do Estado do Rn – Sindipan/Rn Presidente: Ivanaldo Maia de Oliveira (84) 3231.8295 - assessoria@sindipan-rn.com.br www.sindicatodaindustria.com.br/sindipanrn/ Sindicato da Indústria de Cerveja, Refrigerantes, Águas Minerais e Bebidas em geral do Estado do Rn – SICRAMIRN Presidente: Djalma Barbosa da Cunha Júnior (84) 3204.6169 - sicramirn@fiern.org.br e sicramirn@yahoo.com.br www.sindicatodaindustria.com.br/sicramirn/

Sindicato das Indústrias de Mármore, Granito e Pedras Ornamentais do Estado do Rn – SimaRgRan Presidente: Francisco Nunes de Sousa (84) 3204.6341 - simargran_rn@fiern.org.br www.sindicatodaindustria.com.br/simargranrn/ Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Rn – SimETal Presidente: Francisco Vilmar Pereira (84) 3204.6165 - simetal@fiern.org.br www.sindicatodaindustria.com.br/simetalrn/

Sindicato da Indústria da Extração do Sal no Estado do Rn – SiESal Presidente: Francisco Ferreira Souto Filho (84) 3317.0556 - siesalrn@uol.com.br www.sindicatodaindustria.com.br/siesalrn/

Sindicato da indústria de Beneficiamento de Fibras Vegetais e do Descaroçamento do Algodão do Estado do Rn – SindiFiBRaS Presidente: José Garcia da Nóbrega (84) 3271.1468 / 3204.6343 - nobrantas@uol.com.br Sindicato da Indústria de Doces e Conservas Alimentícias do Estado do Rn – Sindal Presidente: Ednaldo Mendonça Barreto (84) 3204.6172 - lynda@fiern.org.br www.sindicatodaindustria.com.br/sindalrn/

Sindicato da Indústria de Cerâmica para Construção do Estado do Rn – SindiCER/Rn Presidente: Vargas Soliz Pessoa (84) 3204.6171 - sindicer.rn@gmail.com ou vargas-pessoa@bol.com.br www.sindicatodaindustria.com.br/sindicerrn/ Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rn – SindlEiTE Presidente: Dalton Barbosa Cunha Filho (84) 3204.6170 - sindleitern@fiern.org.br ou sindleitern@hotmail.com www.sindicatodaindustria.com.br/sindleitern/

Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado do Rn – SipROCim/Rn Presidente: Antônio Medeiros de Oliveira (84) 3133.4488 / 3204.6344 - siprocimrn@fiern.org.br Sindicato da Indústria da Pesca do Estado do Rn – SINDIPESCA/RN Presidente: Jorge José da Silva Bastos Filho (84) 3204.6342 - sindipesca.rn@fiern.org.br www.sindicatodaindustria.com.br/sindipescarn/

Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em geral no Estado do Rn – SiFT/Rn Presidente: João Batista Gomes Lima (84) 3204.6336 - cmiranda@fiern.org.br ou sift@fiern.org.br www.sindicatodaindustria.com.br/siftrn/

Sindicato da Indústria do Vestuário no Estado do Rn – SINDVEST Presidente: Marinho Herculano de Carvalho (84) 3204.6331 - sindvest@fiern.org.br www.sindicatodaindustria.com.br/sindvestrn/

Sindicato da Indústria de Torrefação e Moagem do Café do Estado do Rn – SindiCaFé Presidente: Heyder de Almeida Dantas (84) 3204.6167 - heyder@fiern.org.br ou dantasheyder@hotmail.com www.sindicatodaindustria.com.br/sindicafern/ Sindicato das indústrias de panificação e Confeitaria de Mossoró e Região Oeste e Salineira do Rn – SINDPAM Presidente: Eriosmar de Assis Torres (84) 3314.8236 - sindipam@hotmail.com ou torresfest@hotmail.com www.sindindustria.com.br/sindipamrn

Sindicato da Indústria da Extração de Metais Básicos e de Minerais não Metálicos do Estado do Rn – SINDIMINERAIS Presidente: Mário Tavares de Oliveira Cavalcanti Neto (84) 3204.6166 - emprogeo@gmail.com

Sindicato das Indústrias de Calçados do Estado do Rn – SINDICALÇADOS Presidente: Álvaro Coutinho da Motta (84) 3204.6343/6160 - marisas.motta@hotmail.com

Sindicato das Indústrias de Curtimento de Couros e de Peles do Estado do Rn – SindCOuROS Presidente: Gustavo Henrique Calafange Motta (84) 3204.6160/6343 - potycouros@hotmail.com Sindicato das Indústrias de Polpas, Sucos e Derivados não Alcoólicos de Frutas Tropicais do Estado do RN – SINDIFRUTAS Presidente: Ricardo Valença Gomes (84) 3204.6329 - sindifrutas@fiern.org.br ou ricardo@bomfruit.com

Sindicato da Indústria de Instalação e Manutenção de Redes, Equipamentos e Sistemas de Telecomunicações do Estado do Rn – SindimEST Presidente: Alberto Henrique Serejo Gomes (84) 3211.6655/3204.6310 - albertoserejo@conectrom.com.br ou sindmest-assessoria@fiern.org.br

Sindicato das indústrias gráficas do Rn – SingRaF Presidente: Carlos Vinícius Aragão Costa Lima (84) 3204.6317 - singrafrn@singrafrn.com.br www.sindicatodaindustria.com.br/singrafrn/

Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Rn – SinduSCOn Presidente: Arnaldo Gaspar Júnior (84) 3206.5362 - sinduscon@fiern.org.br ou flavio@sindusconrn.com.br www.sindicatodaindustria.com.br/sindusconrn/

Sindicato das Indústrias de Bonés e Chapéus do Estado do Rn – SindiBOnéS/Rn Presidente: Jaedson Dantas (84) 99683.6263/98880.1060 - jdbones@uol.com.br ou felixsilvamariz@gmail.com www.sindicatodaindustria.com.br/sindibonesrn/ Sindicato das Indústrias de Reciclagem e Descartáveis do Estado do Rn – SindRECiCla/Rn Presidente: Roberto Pinto Serquiz Elias (84) 3204.6294 - sindrecicla@fiern.org.br www.sindindustria.com.br/sindireciclarn Sindicato das Indústrias de Extração de Calcário, Fabricação de Cimento, Cal e de Argamassa do Estado do Rn – SinECim/Rn Presidente: Marcelo Caetano Rosado Maia Batista (84) 3204.6351 - marcelocaetanorosado@hotmail.com

EXPEDIENTE REVISTA DA INDÚSTRIA DO RIO GRANDE DO NORTE – Ano V – Número 26 – Julho/Agosto 2017 Publicação bimestral da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte editada pela Unidade de Comunicação Corporativa do Sistema FIERN (UNICOM).

Tel: 55 (84) 3204-6270 Home: www.fiern.org.br E-mail: imprensa@fiern.org.br Twitter: @SISTEMAFIERN

Gerente de Comunicação Corporativa - UNICOM/FIERN Albimar Furtado. Consultor de Comunicação Ricardo Rosado. Coordenador de Redação Tácito Costa. Editora Sara Vasconcelos. Redação Aldemar Freire, Anna Cláudia Costa, Josilma Lopes, Sara Vasconcelos, Mateus Maia/CNI. Arte Thúlio Rego. Fotos Equipe Unicom, José Paulo Lacerda (CNI), Augusto Rattis/CERNE. Estagiários Liene Titan, Isabela Maia, Raíssa Dias. Secretárias Adriana Carla e Tereza Duarte. Diagramação e Publicação Digital Terceirize.

34

Industria FIERN-26.indd 34

JULHO/AGOSTO de 2017

12/09/2017 14:32:12


Industria FIERN-26.indd 35

12/09/2017 14:32:14


Industria FIERN-26.indd 36

12/09/2017 14:32:15


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.