CHAPÉU
UMA PUBLICAÇÃO DA ESCOLA LÁPIS DE COR
ANO VI | Nº 06 | 2016
1º
Novidade
EXPEDIÇÃO CULINÁRIA
medalhista olímpico, GUSTAVO BORGES, LANÇA PROJETO EM NATAL
projeto incentiva alimentação saudável para crianças
Neurociência
Descobertas da ciência ajudam a entender melhor as crianças
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EDITORIAL
sumário
Ao longo dos últimos anos, a Revista Colorir tem sido um importante ponto de encontro para apaixonados pela educação em Natal. O objetivo da publicação é debater o tema de uma forma leve, com pautas relevantes para estudantes, pais, professores e comunidade em geral. Na sua sexta edição, Colorir traz, na sua matéria de capa, a influência da neurociência na educação. Você vai saber como a ciência pode ajudar a entender melhor o seu filho. Também destacamos a implantação da Metodologia Gustavo Borges na Escola Lápis de Cor, que promete formar campeões nas piscinas e na vida. Oferecemos também uma expedição culinária que traz uma deliciosa receita para o leitor. Você é o nosso convidado para essa viagem pelo mundo da educação. Aperte os cintos e veja como a educação de base pode transformar a vida do seu filho. Boa leitura!
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pasdfdasfass Diretoras Gerais da ELC Lorene Gaspar Pessoa Gleide Gaspar Diretor Financeiro ELC Arthur Gaspar Edição Diego Dantas
Colaboradores Anna Alyne Cunha / Antônio Carlos Galvão / Carolina Souza / Cristiana Oliveira / Harlysson Silva / Isabelle Oliveira / Luciana Fortunato / Mariane Gaspar / Priscila Navarro / Raysa Medeiros / Regina Medeiros / Rozicleide Carvalho
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Coordenação Editorial Fácil Comunicação | (84) 3217.7989 www.facilcomunicacao.com.br Diagramação Terceirize Proj. Gráficos e Editoriais www.terceirize.com
Fotos Ozair Lima
ESCOLA LÁPIS DE COR BILÍNGUE Av. Amintas Barros, 2823 - Lagoa Nova - Natal/RN Fone: (84) 2030-5010 www.lapisdecornatal.com.br
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Primeira infância
Primeira infância
OBJETOS TRANSICIONAIS
Conheça os aliados para a independência do seu filho Quem já esteve em uma escola de educação infantil provavelmente já observou muitas crianças, principalmente as mais novas, andando de um lado para outro com algum objeto sempre em mãos. Pode ser um boneco, um paninho, ou qualquer outro objeto que possa trazer algum conforto e segurança naquele ambiente que não é a sua casa. Esses itens, conhecidos como objetos transicionais, também são muito comuns em consultórios pediátricos. “Objeto transicional foi um
conceito criado por Donald Winnicott (1896- 1971), pediatra e psicanalista inglês. Segundo esse estudioso do desenvolvimento infantil, esse objeto é como se fosse metade objeto e metade fantasia. É um objeto externo ao corpo, por isso não podemos considerar o dedo ou enrolar o cabelo como sendo um desses. É um mediador entre a mãe e o filho, mundo interno da criança e seu mundo externo”, destaca Cristiana Oliveira, psicóloga da Escola Lápis de Cor. Segundo a profissional, o objeto é escolhido pela criança e não
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imposto pela mãe ou outra pessoa de referência dessa criança. “Esses objetos passam a ser utilizados pela criança em uma determinada época de seu desenvolvimento, geralmente são escolhidos sem o estímulo dos pais. Por esse motivo, não se faz necessário que haja um incentivo. Porém, é importante que esses pais não proíbam seus filhos de usarem, entendam que essa característica faz parte do desenvolvimento infantil. Também se faz importante lembrar que esse comportamento não é uma
regra que ocorre com todas as crianças”, alerta Cristiana. Para algumas mães, os objetos são verdadeiros aliados para que o seu filho consiga ganhar independência. “Acompanhei minha filha nos primeiros dias na escolinha, na fase de adaptação. Aos poucos, ela foi se acostumando com o ambiente, mas acredito que um paninho que ela usa para dormir foi fundamental para ela se sentir segura, principalmente quando começou a ficar sozinha. É um objeto que ela ama e dorme sempre com ele”, destaca a funcionária pública Ana Soares. Em determinados casos, as próprias profissionais, especialistas em psicologia no ambiente escolar, indicam o uso do objeto. “Dependendo da idade da criança, eles podem sim ajudar no período de adaptação, inclusive há situações em que orientamos os pais a enviar um brinquedo ou outro objeto que a criança goste muito e passe bastante tempo com ele. Nessas situações, ajudam a acalmar”, aponta a psicóloga Cristiana. O apego ao objeto muitas vezes não dura muito. Apenas o tempo suficiente para a criança se sentir confortável na nova situação enfrentada. “Nos primeiros dias, ela não largava o paninho. A gente também nunca forçou. Deixamos que ela tivesse seu próprio tempo de adaptação. Aos poucos, ela foi ficando confortável com os coleguinhas, com as professoras, e hoje ela se sente em casa no ambiente esco-
lar. Tanto que, depois de algum tempo, ela começou a deixar o paninho na mochila e dificilmente o usa na escola”, comenta a mãe Ana Soares. A psicóloga explica como funciona esse processo. “Não existe uma idade ideal para que se largue. Geralmente a criança vai deixar quando esse objeto perder seu enorme significado e passe a ter a importância como outro objeto. Ou seja, esse tempo irá variar de criança para criança e também como estarão suas questões internas que fazem com que ainda tenha uma grande ligação com esse objeto”, finaliza Cristiana Oliveira.
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Cristiana Oliveira, psicóloga da ELC
ARTIGO
Antonio Carlos Galvão Júnior Assessor de Língua Portuguesa da ELC
Leitura e escrita na era “quase” digital Hoje, temos computadores de mesa, notebooks, tablets, smartphones, e-readers e outros similares, bem como as promessas da wearable technology, isto é, a tecnologia para vestir, que se trata de conceber produtos que unem moda, eletrônica e ciência – relógios, pulseiras, mochilas, óculos, camisetas, todos com funções úteis (e inúteis) e com acesso à grande rede. Um mundo de atrações para a interação interpessoal – quiçá submissão interpessoal (mas isso é tema para outro artigo) –, como e-mails e redes sociais (de todos os tipos e gostos), bem como para a informação em sites (e similares) para praticamente todos os públicos – dos menos aos mais cultos. Sem incluir nesse hall aplicativos e jogos – outra demanda estratosférica de atenção atual. Onde estão o papel e o lápis nesse contexto? (Ou ainda: para onde irão?) Realmente, em nenhuma dessas circunstâncias figuram os nossos companheiros acima citados – companheiros há décadas. Acredito que seu fim seja um caminho sem volta, mas que ainda demorará bastante para acontecer. Escutamos de muitos que o livro de papel é muito diferente, pois tem um cheiro especial, uma textura única, uma relação afetiva que jamais um eletrônico trará. Essas falas já saudosas remontam para mim a outras passagens de suporte para a escrita:
“prefiro as tábuas de pedra; essas “coisas” feitas de pele de animal nunca as substituirão!”; “Ah, o papiro! Olha seu odor, sua forma, seu peso, sua condução de leitura... Jamais...”. Apesar dessas percepções, estamos aqui com o papel de celulose, trilhares de folhas no mundo! Num contexto apocalíptico, havia também a teoria de que se leria menos e se escreveria menos ainda com o desenvolvimento das tecnologias digitais, mas não foi isso o que ocorreu. Nunca se leu e escreveu tanto como hoje. Quantas mensagens, quantas oportunidades de textos diversos, quanta necessidade de se expressar, de compartilhar, de curtir... Estamos imersos em situações de escrita e leitura (ainda que possamos pôr em xeque a qualidade delas). A educadora e pedagoga Môni-
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ca Araújo, professora de Educação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), afirma que não é a leitura do texto digital que pode ser considerada negativa, e sim o que o leitor faz ou como se faz a leitura: “Não vejo que a leitura digital tenha pontos negativos, e sim que tem peculiaridades diferentes das da leitura impressa. O que pode ser negativo é o que o leitor faz com a leitura e como faz. Nesse sentido, podemos ter pontos negativos em qualquer suporte, a partir da intenção do leitor, e não propriamente da leitura do texto. Quanto aos pontos positivos, poderia listar vários, mas vou me ater à inserção dos recursos audiovisuais, como as imagens em movimento e os sons, que podem ampliar da construção dos sentidos do texto pelo leitor. Quanto mais recursos materiais o texto dis-
põe, mais chances dará ao leitor de acionar as diversas janelas cognitivas para a melhor compreensão do texto.” É minha percepção também, trazendo a mesma linha de raciocínio para a escrita digital. Ah! E você que se incomoda com as reduções gráficas da redação (isto, redação!) dos chats das redes sociais (como Facebook e Whatsapp), tais quais, por exemplo, pq, vc, xau,blz, axo e suas carinhas expressivas, porque pensa que limitará a forma culta da escrita das gerações vindouras, DESPREOCULPE-SE! Esse tipo de interação exige essa modalidade de expressão, pois é uma mescla da fala e da escrita – quem for culto, perderá tempo precioso e, assim, desrespeita-
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rá a característica ímpar desse gênero. Em poucas palavras – língua padrão em gêneros que a exigem.
É incrível como muitos de nós somos apegados a objetos, situações e ideias”
Quanto ao papel e ao lápis, estarão ainda conosco por muito tempo – principalmente na realidade brasileira. E a escrita no papel ainda será
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uma habilidade imprescindível – com letra cursiva SIM (mais um tema para outro artigo!). A leitura em livro de papel continuará também, mas será finda mais rápida, especialmente devido às vantagens do livro digital; mas não desaparecerá, assim como ainda sobrevive os discos de vinil. Todavia, não se deve ter a ilusão de que a vereda será outra. Como disse, trata-se de um caminho sem volta, mas que será muito bem trilhado por todos nós; uns os traçarão pelas trilhas com menos pedras, outros com mais pedras, mas todos trilharão – felizes (?) – , pois somos linguagem (algo de origem social, mas de um caráter incrivelmente natural hoje), e, aonde ela for, ali estaremos juntos.
ALIMENTAÇÃO
ALIMENTAÇÃO
NUTRIÇÃO É O SEGREDO PARA AS CRIANÇAS APRENDEREM MELHOR ELC IMPLANTOU UM PROJETO
QUE INCENTIVA A ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DOS ALUNOS
DENTRO E FORA DA ESCOLA 10
A educação nutricional deve estar inserida no ambiente escolar, compreendida e incorporada às atividades como facilitadora da aprendizagem. Pensando nisso, a Escola Lápis de Cor inseriu em sua metodologia, o projeto de Alimentação Saudável. A educação nutricional tem como objetivo principal promover atitudes de conscientização quanto à alimentação saudável, observando necessidades orgânicas a fim de fazer boas escolhas alimentares ao longo da vida. A educação nutricional na escola se apresenta no intuito de melhorar o quadro apresentado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em que 25% dos brasileiros consomem a quantidade recomendada de frutas e hortaliças. Além de recomendar que a base da alimentação seja feita com alimentos frescos (frutas, carnes, legumes) e minimamente processados (arroz, feijão e frutas secas), recomenda-se também que sejam evitados os produtos ultraprocessados (macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote e refrigerantes). A Sociedade Brasileira de Endocrinologia considera que a obesidade infantil já atingiu índices de epidemia e alerta que crianças e adolescentes obesos terão mais probabilidade de continuarem acima do peso na fase adulta. Segundo uma pesquisa norte-americana, se nada for feito agora em re-
lação à alimentação e atividade física, crianças entre 5 a 9 anos correm sérios riscos de viver menos que a geração dos seus pais. Para tentar mudar esse panorama, a escola e a família precisam ter o mesmo objetivo: fazer a criança se desenvolver em todos os aspectos com alimentação saudável e ter sucesso na aprendizagem. A família é o primeiro grupo com o qual a pessoa convive e seus membros são exemplos para a vida. No que diz respeito à educação nutricional, se essas pessoas demonstrarem hábitos saudáveis em relação a uma alimentação e reforçarem a importância do que está sendo aprendido, estarão contribuindo para a formação de bons hábitos dos pequenos.
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RECEITA
ALIMENTAÇÃO
Veja o passo a passo da receita vencedora da Expedição Culinária
Rafaela Duarte é mãe de Maria Gabriela, de 3 anos, e conta que a experiência do projeto estudado na escola proporcionou o incentivo à alimentação saudável: “Na nossa casa, já vivenciávamos hábitos mais saudáveis, mas os ensinamentos dados na escola possibilitaram um melhor entendimento de Maria Gabriela. Até hoje, ela lembra alguns alimentos, sinal que o aprendizado aconteceu. Sem contar no tempo prazeroso que passamos juntas”. “Acreditamos que os alunos com uma alimentação adequada exibem melhor rendimento escolar, alcançam o equilíbrio ideal para o seu crescimento e desenvolvimento, bem como adoecem menos”, explicou a
nutricionista responsável pelo projeto, Izabelle Oliveira. O Projeto de Alimentação é uma proposta permanente, desenvolvido durante todo o ano letivo em todos os segmentos da escola. Porém, nesse ano, ganhou uma maior dimensão quando foi lançada a Expedição Culinária. Essa extensão possibilitou uma grande participação da família no programa. O objetivo da Expedição Culinária era que mãe e filho preparassem uma receita juntos. A competição superou as nossas expectativas, pois houve um grande envolvimento das mães e uma preocupação em seguir as orientações dadas pela escola. O vencedor da Expedição
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foi Marcos César, estudante do 5°ano – MA, com a receita de uma tapioca colorida. Talita Nobre, mãe do vencedor, participou de todo o processo. “Foi uma experiência única. O projeto na escola incentiva o que muitas vezes, os pais não conseguem ter em casa: uma alimentação mais benéfica à saúde”, acrescentou Talita. Quanto melhor for a parceria entre escola e família, mais significativos serão os resultados na formação do educando. A participação dos pais na educação formal dos filhos deve ser constante e consciente. O envolvimento e a preocupação em formar crianças conscientes e responsáveis pela sua alimentação atingem maior grau de satisfação quando as duas esferas trabalham juntas. Com o projeto Alimentação Saudável, a ELC instiga nos alunos o prazer de descobrir e buscar opções saudáveis ao longo de suas vidas.
Modo de preparo, por Talita Nobre:
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Ingredientes: - 4 folhas de couve - 1 beterraba pequena - 1/2 xícara de jerimum - 300g de goma para tapioca - 100g de frango cozido - 40g de carne de sol desfiada - 90g de queijo coalho light ou minas sem lactose - 5g de chia - 5g de gergelim - 40g de geleia de morango sem açúcar - 1 banana prata pequena
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Antes de iniciar a preparação, lave as mãos com água e sabão neutro.
Higienize as folhas de couve, a beterraba e o jerimum em um recipiente com água e hipoclorito.
Bata no liquidificador o couve com uma xícara de água, peneire e coloque 100g da goma de molho nesse suco verde. Reserve o bagaço.
Repita o mesmo processo com a beterraba, peneirando e reservando o bagaço e, assim, do mesmo modo com o jerimum. Deixe a goma de molho nesses sucos (três recipientes, um para cada suco, contendo 100g de goma em cada) de um dia para o outro. Ao retirar o suco, a goma estará no fundo do recipiente. Coloque um pano para absorver o restante do líquido e depois peneire as gomas. Pegue os bagaços que foram reservados e refogue com alho e cebola e coloque o frango já desfiado.
Separe a geleia, o queijo coalho ralado, o frango, a chia, o gergelim e a carne desfiada. Para fazer as tapiocas, aqueça a frigideira, salpique chia e gergelim e em seguida acrescente a goma colorida. Faça a tapioca normalmente e recheie.
NOVIDADE
NOVIDADE
NADADOR GUSTAVO BORGES LANÇA PROJETO EM NATAL Metodologia foi desenvolvida pelo nadador e descreve, pedagogicamente, as práticas do esporte O objeto do trabalho desenvolvido pelo medalhista olímpico, Gustavo Borges, foi a padronização e sistematização de todos os processos de ensino da natação, respeitando a individualidade dos alunos. Sendo assim, a Escola Lápis de Cor, primeira a receber o projeto no Estado, passará a trabalhar com um programa de aulas específicas para cada nível (idade), por meio de um sistema de avaliação baseado
no desenvolvi mento das habilidades aquáticas de cada criança. Os alunos serão motivados através do aprendizado lúdico e da mudança da cor da touca nas passagens de nível. Para Gustavo Borges, sua experiência como medalhista olímpico foi fundamental para desenvolver a sua metodologia. “Ajudou nos valores aprendidos e aplicados hoje no nosso negócio. Por exemplo, comprometimen-
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to e planejamento são dois itens que fazem parte do nosso dia a dia”, destaca. O projeto foi trazido para o Rio Grande do Norte pelo diretor financeiro da Escola Lápis de Cor, Arthur Gaspar, que conheceu a Metodologia em uma feira nacional. “Não tive dúvidas em trazer para a nossa escola. É algo realmente inovador, que além de formar campeões, também transmite de forma decisiva na vida
dos alunos os valores do esporte”, destaca Arthur Gaspar. Os critérios de divisão de nível levam em consideração a maturidade de acordo com a idade da criança e as habilidades aquáticas desenvolvidas por ela, como sobrevivência dentro d’água, adaptação ao meio líquido, entre outras. Com o trabalho desenvolvido pela Metodologia Gustavo Borges, crianças a partir dos 6 meses já podem começar o aprendizado da natação. O trabalho é fruto de toda a experiência de mais de 20 anos de carreira de um dos orgulhos do esporte brasileiro. Além de formar campeões nas piscinas, a Metodologia visa ajudar na formação da criança de uma maneira geral. “Sem dúvida, as habilidades aquáticas e nossas
estratégias sempre passam pelos valores humanos. Podemos influenciar positivamente a educação de uma criança, trabalhando conceitos que podem ser usados na escola, em casa ou em qualquer lugar. Junto com as metas de aprendizagem temos o desenvolvimento de valores como respeito ou amizade, que cumprem este papel”, comenta. O medalhista olímpico está ansioso para conhecer os alunos do projeto em Natal. “Claro que sim. No momento oportuno estarei aí”, prometeu. Referência mundial no esporte e apontado por especialistas como um dos maiores nomes da natação brasileira em todos os tempos, o campeão Gustavo Borges lançou um projeto de desenvolvimento de talentos da
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natação em Natal, o primeiro do Rio Grande do Norte. A Metodologia Gustavo Borges (MGB), sucesso em várias partes do Brasil, foi desenvolvida pelo nadador e descreve, pedagogicamente, as práticas para ensino e treinamento da natação. Em entrevista exclusiva para Colorir, Gustavo Borges falou sobre o seu projeto. “Um sonho sendo realizado. Hoje estamos com 350 parceiros pelo Brasil e, certamente, um trabalho bem estruturado está sendo feito. Focamos na gestão aquática como um todo e com especial atenção à parte pedagógica do aprendizado e ao relacionamento com os pais e alunos. Outros diferenciais são as capacitações para os professores e troca de informações”, destaca Gustavo Borges.
NOVIDADE Foto: Satiro Sodré
Mais sobre Gustavo Borges Gustavo Borges é um dos maiores nomes da natação mundial. Com quatro medalhas olímpicas e 19 pan-americanas, o nadador é exemplo de motivação e foco dentro e fora das piscinas. Nascido em Ribeirão Preto, mas com Ituverava no coração, o atleta de 2 metros e 3 centímetros brilhou nas principais competições
mundiais, o que lhe rendeu um lugar na história da modalidade, o Hall da Fama. Em Atenas/2004, Gustavo Borges nadou o revezamento 4x100m livre e se despediu das piscinas. Mas não parou por aí: com o Método Gustavo Borges, o nadador roda o Brasil mostrando que talento e dedicação caminham lado a lado.
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CAPA
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A NEUROCIÊNCIA NO
DESENVOLVIMENTO INFANTIL As descobertas da ciência vêm nos ajudando a entender melhor nossas crianças e a estimulá-las adequadamente no seu crescimento. Por: Me. Raysa Medeiros
Desde pequenos aprendemos que os nossos sentimentos e tudo aquilo que é importante para nós vêm do coração, que ele é o órgão mais importante. Até temos uma representação bem romântica dele, que damos aos nossos namorados para demonstrar o quanto somos fofos e apaixonados. Não tenho dúvidas da importância do coração, ele é o responsável pelo bombeamento de nosso sangue, fazendo-o percorrer todo o nosso corpo, sendo o principal órgão do nosso sistema circulatório. Entretanto, tenho uma novidade (ou não) para vocês. E se eu disser que nossas emoções, vontades, personalidade, aprendizagem, basicamente tudo aquilo que somos, é de responsabilidade de outro órgão? O nosso cérebro, muitas vezes, não tem a devida atenção que merece, no entanto, ele é um dos principais responsáveis pela nossa existência. Pode parecer estranho saber que é o nosso cérebro que faz com que nos apaixonemos, e desencadeie outras emoções, mas esses eventos iniciam-se nele, onde os espetaculares mecanismos das sinapses
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(que representam as ligações entre nossos neurônios) e neurotransmissores (substâncias químicas que realizam a comunicação entre eles), promovem todas aquelas respostas fisiológicas e comportamentais que bem conhecemos quando estamos perto de quem gostamos: nosso coração acelera, as mãos ficam suadas, e, em alguns casos, nosso cérebro até brinca de dar blackout. Esse é só um exemplo da importância do nosso cérebro, de quão magnífico é o seu funcionamento e, como ele é tudo o que nós somos. Nos últimos anos, acompanhamos o aumento expressivo de estudos no campo das neurociências, possibilitando a nós, humanos, nos conhecer melhor e aprender mais sobre esse órgão incrível que levamos para todos os lados, mas que não sabíamos muito bem do que era capaz. Um ramo da neurociência, de grande relevância para os que estão inseridos no processo educacional – pais, professores e demais funcionários das instituições de ensino - é o estudo do desenvolvimento cognitivo infantil, o qual nos mostra que as crianças não são tão “simples” como nós, adultos, pensávamos. O sistema nervoso humano começa a ser formado duas semanas após a concepção com o surgimento do tubo neural, que dará origem ao nosso cérebro e a medula espinhal. Entre o 4° e o 6° mês de gestação nós já começamos a produzir nossos primeiros neurônios, boa parte dos cientistas considera que após o primeiro trimestre de gravidez o feto começa a apresentar atividade neural. Isso é só o início de um
longo e complexo caminho, que é essencial para o nosso desenvolvi mento como seres biológicos, psicológicos e sociais. A psicóloga Alison Gopnik, especializada em desenvolvimento infantil, defende que bebês e crianças não são apenas pequenos receptáculos vazios que nós, adultos, moldamos até eles se transformarem em pequenos adultos. Ela afirma que bebês e crianças estão conscientes de muito mais do que
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damos crédito, que eles percebem cada sensação que o ambiente proporciona e passam cada minuto do seu tempo descobrindo e analisando como o mundo ao seu redor funciona, arquivando informações e atuando como transformadores do ambiente. A Gopnik até usa um exemplo muito bom para os adultos terem uma ideia de como é ser criança: “é como se você estivesse em Paris, pela primeira vez, depois de ter tomado três xícaras do café
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capa mais gostoso que você já provou”. Isso só nos leva a crer que nascemos como “borboletas”, com potencial para desenvolver uma capacidade cognitiva enorme, para aprender e responder a todos os estímulos do ambiente a que somos expostos. Com o avanço da tecnologia e, consequentemente, da neurociência, alguns pesquisadores puderam conhecer melhor o desenvolvimento infantil. Alguns estudos relatam que bebês não têm apenas reflexos simples, mas que eles são capazes de distinguir expressões faciais dos adultos, distinguir cores, tamanhos e formas, e que ainda identificam sons complexos, podendo até diferenciar melodias. Como se pode ver, os bebês também são seres pensantes e suas habilidades vão mudando ao longo de sua maturação, permitindo identificar estágios durante o desenvolvimento infantil. A criança começa a abordar tarefas de forma diferente quando muda de um estágio de desenvolvimento para outro, vê o mundo de forma diferente, se preocupa com assuntos diferentes, levando a crer que o desenvolvimento infantil não é apenas o acúmulo de habilidades ao longo da infância, mas também envolve a reorganização ou surgimento de novas estratégias. Levando em consideração essa ideia, os pesquisadores Amauri B. Bartoszeck e Flavio K. Bartoszeck realizaram um estudo sobre o desenvolvimento infantil, delimitando os estágios de desenvolvimento de uma criança:
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2 a 3 meses de vida: No início do desenvolvimento, os bebês apresentam uma capacidade sensorial básica que se aprimora durante a infância. A partir do segundo mês de vida, os bebês começam a se adaptar melhor ao ambiente e alguns reflexos comuns presentes no início da vida vão sumindo, como o reflexo de preensão palmar, que percebemos quando o bebê recebe algum estímulo na palma da mão, fazendo-a se fechar por reflexo, e ainda há o aparecimento do esperado sorriso social, além da diminuição do choro, indicando que o sistema nervoso do bebê está se adaptando ao ambiente.
7 a 12 meses de vida: Nesse período, a criança inicia uma fase muito importante na sua vida, o surgimento da linguagem. A criança começa a balbuciar e a tentar formar palavras, sendo de extrema importância a estimulação por parte de todos com quem convive. O surgimento da linguagem nesse estágio está muito ligado ao desenvolvimento da memória operacional nas crianças, que permite que elas liguem mentalmente eventos do presente com sequências temporais e possam, portanto, emitir e compreender sons sequenciais importantes, ou seja, ela memoriza a palavra e aprende os seus significados, aumentando o seu vocabulário.
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CAPA
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1 a 3 anos de vida:
Esse período é marcado pela aquisição de uma importante competência. Nessa idade, a criança começa a perceber que o que elas “acham” é diferente do que as outras pessoas pensam, ou seja, as crianças começam a desenvolver empatia, a se colocar no lugar do outro e notar que o que ela gosta nem sempre é o que o outro gosta, e tal característica é chamada de teoria da mente, importantíssima para o desenvolvimento social das crianças.
Esse período de desenvolvimento é tido como crítico para a aprendizagem da criança. Esses períodos críticos são um tipo de “janela de oportunidades”, quando o cérebro da criança está mais susceptível à percepção de estímulos no ambiente, portanto, cores, movimento, sons e afetividade são estímulos básicos de extrema importância na primeira infância. A estimulação sensorial positiva nessa idade fortalece e aumenta a comunicação entre os neurônios, melhorando o amadurecimento de funções neurais, acarretando em um desenvolvimento cognitivo acelerado, emoções equilibradas, apego e capacidade de responder positivamente a novas experiências. Ainda é comum nesse período a criança começar a perceber que os outros podem ter pontos de vista, desejos e emoções diferentes do dela, começando a inferir sobre os estados mentais e emocionais de outras pessoas, ainda nessa faixa de idade, crianças começam a utilizar o “faz de conta”, demonstrando que já possuem noção do real e do irreal, estimulando a criatividade. O segundo ano de vida de uma criança é marcado pela aquisição de importantes competências, como a compreensão plena e expressão da linguagem, o ajuste social (saber o que é certo e o que é errado) e a autoconsciência, quando a criança começa a ter consciência sobre o seu próprio corpo.
A partir dos 5 anos de vida:
3 anos de vida: Nessa idade, as crianças começam a falar sobre aquilo que pensam, como por exemplo: “ah, eu acho que tem biscoito naquele armário”, portanto, elas já são capazes de formar pensamentos mais complexos.
4 a 5 anos de vida:
Pelo 5º ano de vida, a criança já apresenta um bom grau de amadurecimento dos circuitos neurais, com um aperfeiçoamento nas conexões e atividades cerebrais, capacitando-a a receber a instrução pré-escolar. Como podemos ver, o desenvolvimento cognitivo infantil não tem nada de simples e necessita de muitos cuidados. Uma criança que recebe estímulos positivos durante seu crescimento é mais suscetível a ter uma vida mais saudável e estar mais preparada para enfrentar os processos de aprendizagem. Em suma, podemos dizer que o funcionamento do nosso cérebro está continuamente evoluindo durante toda a vida, assim como a compreensão sobre o seu funcionamento pela ciência. Nossas redes neurais estão sempre se modificando, criando novas conexões e habilidades, entretanto, apesar de todas essas informações que temos, o estudo sobre o desenvolvimento cerebral na infância ainda está engatinhando, e ainda temos muito a descobrir. E lembre-se: nós somos a soma das nossas experiências!
REFERÊNCIAS BEE, Hellen & BOYD, Denise. (2011) A Criança em Desenvolvimento. 12ª ed. Artmed. BARTOSZECK, Amauri B. & BARTOSZECK, Flavio K. (2004) Neurociência dos Seis Primeiros Anos – Implicações Educacionais. Harpia, v. 1, n. 2, p. 1-25. LUCAS, Christopher G.; BRIDGERS, Sophie; GRIFFITHS, Thomas L. & GOPNIK, Alison. (2014) When children are better (or at least more open-minded) learners than adults: Developmental differences in learning the forms of causal relationships. Cognition, v. 131, p. 284–299.
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literatura
literatura
ESSE É O UNIVERSO DA LÁPIS DE COR
Ciranda, cirandinha vamos todos cirandar, vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar... A palavra ciranda, que é provavelmente de origem portuguesa, remete a uma tradicional cantiga de roda infantil. No nordeste brasileiro, ciranda aplica-se também à dança de roda popular para adultos. Como percebemos, as palavras dão sentido às experiências e ações humanas. Com essa ideia inicial, demos um título ao Projeto Literário da Educação Infantil: Ciranda de Leitura. O sentido dessa ação pedagógica é estimular o ato de ler e disponibilizar o acervo literário com temas diversificados, de modo que os livros “circulem” entre os alunos a fim de possibilitar a exploração de ideias de cada história retratada. No aspecto socioafetivo, enfocamos o ato de compartilhar, pois cada aluno traz para a escola o seu livro e faz a troca com o seu colega de sala. Esse ato de compartilhar desde cedo (a partir de 1 ano) ajuda as crianças a se desenvolverem emocionalmente, visto que o egocentrismo faz parte do desenvolvimento humano até os 3 anos de idade. Logo, esse “desapego” favorece o amadurecimento emocional das crianças. A participação da família também contribui para a formação de leitor iniciante. Em casa, os pais oportunizam a leitura formal para as crianças, pois elas não fazem a leitura dos códigos linguísticos nessa primeira fase da infância. Assim, as crianças têm a capacidade de ler os contextos
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CONTAR E ENCANTAR-SE
COM O MUNDO DA LEITURA:
a partir das imagens apresentadas e, com isso, são estimuladas a imaginar e criar hipóteses diante dos enredos apresentados. Os registros gráficos também são importantes nessa fase. Os rabiscos e as garatujas iniciais necessitam de um envolvimento integral dos adultos para que representem o que as crianças pensam e falam, principalmente. Tudo isso acontece com maior prazer por meio de desenhos e um colorido bem especial, uma vez que o importante dos registros é a coerência dos fatos representados por elas. Assim, ler, interpretar e expressar através da oralidade o que vivenciaram são os objetivos principais que fazem dos leitores iniciantes crianças pensantes, críticas e reflexivas. A partir desse contexto, a leitura caracteriza-se como uma atividade social e cultural, a qual consiste em uma habilidade cognitiva que exige atenção, concentração, percepção e memória. Essas ações são básicas e devem ser formadas desde a educação infantil, visto que se constituem como base para a aquisição da linguagem escrita e proficiência da língua. Essa atividade deve fazer parte do cotidiano da criança, antes mesmo de adentrar na escola, pois contribui significativamente para o processo de ensino-aprendizagem. Quando se lê para uma criança de maneira lúdica, há estimulação da imaginação, da criatividade, da magia e do fantástico oferecido pelos textos, promovendo, assim, o interesse em conhecer outros horizontes.
literatura O hábito de ler propicia também a reflexão crítica, a autonomia e o desenvolvimento integral da personalidade daquele que o realiza, pois essa é base para o estudante ter competência comunicativa e, portanto, ser capaz de compreender, avaliar, planejar, interpretar e explicar a realidade, intervindo nela e sobre ela, de acordo com o contexto espaço-temporal envolvido. Aprender a ler é uma tarefa que começa com a nossa vivência de mundo. Aprendemos a ler em primeiro lugar a realidade a nossa volta, ou seja, o nosso cotidiano social, e, dentro dessa leitura, já existem interpretações de atitudes positivas e negativas – processos essenciais ao nosso desenvolvimento psíquico e intelectual. Depois, somos estimulados a decifrar a magia que os livros de histórias nos trazem. A leitura nos abre um mundo repleto de possibilidades. É através do hábito de ler que nos transportamos para um mundo novo com personagens e histórias que somente poderíamos conhecer através da leitura. No mundo tecnológico em que vivemos torna-se um desafio encantar com a magia das histórias contadas nos livros (físicos ou virtuais), o que remete tempo e concentração para mergulhar nesse mundo mágico e desvendar os seus prazeres. Esses são os desafios da escola do século XXI. Para esse fim, faz-se necessário que o educador seja um profissional que tenha um novo olhar para esse novo contexto, e, portanto, deve fazer parte de
literatura seu cotidiano profissional também ser um bom leitor – só é possível entusiasmar alguém a adentrar no mundo da leitura, se o outro estiver habitado por esse mundo. Para conseguir esse objetivo, a Escola Lápis de Cor desenvolve alguns projetos: Ciranda de Livros - Um Projeto de leitura que se inicia na Educação Infantil desde o processo de sua formação, incentivando o hábito de ler. As crianças, a partir de 1 ano, passam a desfrutar desse hábito tanto nos espaços de aprendizagem que a escola oferece como em casa com os seus familiares. Todos os dias são lidas histórias, estimulando a prática da leitura cotidiana e propiciando ao estudante despertar o desejo pelo mundo da imaginação. Além da contação diária de maneira lúdica, uma vez por semana esses pequenos leitores levam livros para lerem em casa com os seus familiares e, depois, realizam os registros. A escola dispõe de um Espaço Literário que possui um acervo bibliográfico selecionado. A visita a esse ambiente passa a ser rotina na vida desses pequenos e a alegria e o desejo que chegam a esse espaço de aprendizagem é o que nos motiva. O brilho dos seus olhos e os sorrisos pedindo só mais uma história nos faz reafirmar que o caminho que estamos trilhando será de grandes leitores ou simplesmente de leitores assíduos. Leitor do Mês - No Ensino Fundamental, os anos iniciais dão continuidade a essa prática de leitura, utilizando diversos estímulos. O projeto incentiva as
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crianças a buscar literaturas para desfrutar desse mundo onírico. O mais interessante é que muitas dessas crianças chegam a ler em torno de 10 a 20 livros ao mês, desejando esse destaque qualitativo por meio quantitativo. O aluno Thiago Rios, do 2º ano (Ensino Fundamental Anos Iniciais), é um dos diversos estudantes que se destaca nessa prática. Ressaltamos que, além do leitor do
mês, os estudantes do Ensino Fundamental desenvolvem o hábito da prática de leitura no Espaço Literário na sua rotina semanal, aonde vão junto com os seus colegas e professores, assim como levam para casa um livro de sua escola para dar continuidade à prática da leitura deleite com suas famílias. Contadores de Histórias - A mais significativa de todas essas práticas é quando os alunos che-
gam ao 3º e 4º anos e se tornam Contadores de Histórias. Nesse período, a leitura na Escola Lápis de Cor passa a ser algo tão natural e espontâneo que as crianças leem mesmo nas suas horas de intervalo por iniciativa própria. Nesse projeto, os estudantes recontam histórias, dramatizam, elaboram as suas próprias histórias e levam-nas para as crianças da Educação Infantil. São tão fas-
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cinantes esses momentos que se tornam mágicos, pois temos pequenos contadores despertando um imenso desejo de ouvir e folhear os livros a crianças que estão iniciando a sua vida estudantil. Uma história, por mais simples que pareça, traz em sua bagagem um leque de possibilidades formativas que contribuem para o processo de ensino-aprendizagem do educando.
BILÍNGUE
bilÍngue
O uso da tecnologia educacional na prática escolar e seus benefícios Por Harlyson Silva, coordenador de tecnologia educacional
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Há algum tempo a inclusão da tecnologia na sala de aula vem sido debatida por profissionais e escritores da área pedagógica. Afinal, com o acesso cada vez mais fácil à tecnologia e as oportunidades que ela traz, despertou-se nos olhos dos educadores a possibilidade de se ampliar os horizontes da educação através dos recursos tecnológicos. Surge então uma questão, que até hoje é discutida sem que se ache uma solução definitiva: como usar a tecnologia na sala de aula? Essa questão tem se tornado o cerne de vários estudos e levado a várias tentativas de implantação de recursos tecnológicos nas escolas para melhorar o processo de ensino e aprendizagem. Na Escola Lápis de Cor, a inclusão da tecnologia nesse processo tem sido levada a sério, com a aquisição de recursos tecnológicos e desenvolvimento de projetos para integrar seu uso no cotidiano da prática pedagógica. A escola decidiu equipar sua estrutura de tecnologia educacional com o iPad, um gadget portátil e interativo, que oferece ao usuário um leque amplo de possibilidades através de milhares de aplicativos que estão disponíveis em sua loja virtual. Existe na escola um laboratório com vários iPads à disposição dos professores e alunos para uso nas aulas. A Escola Lápis de Cor implantou um projeto para explorar as possibilidades que o iPad e seus aplicativos oferecem. Desde sua implantação, foram iniciados projetos-piloto em algumas turmas e logo os resultados vieram despertar o interesse dos alunos
pelas atividades e, assim, aumentar a motivação. Um desses projetos envolve um aplicativo que disponibiliza ao aluno ferramentas para que ele seja capaz de criar jogos educativos no iPad de forma lúdica e interativa. Outro projeto envolve a criação de desenhos animados, e outro propõe a escrita de livros interativos de histórias, em que o leitor interage com o escritor no desenrolar do enredo. Dessa forma, o iPad funciona não como um passatempo ou depósito de jogos, mas como uma ferramenta que envolve os alunos no processo de ensino e aprendizagem, apresentando-lhes o conhecimento de forma lúdica, o que proporciona maior motivação e autonomia na aquisição do conteúdo, colocando-os como participante ativo na construção do seu próprio conhecimento.
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BILÍNGUE Além do ganho na área cognitiva, percebe-se também como o uso da tecnologia aprimora o trabalho colaborativo, pois coloca a partilha do saber entre os alunos como requisito para o cumprimento das atividades. Assim, os alunos não apenas criam e se apropriam do conhecimento gerado pela sua criação nos iPads, mas também partilham o conhecimento ao construir suas atividades com os colegas em um ambiente de trabalho colaborativo. Assim, a postura adotada pela Escola Lápis de Cor mostra comprometimento, não apenas para trazer a tecnologia como aliada no universo da educação, mas também fazer com que ela influencie positiva e eficazmente no desenvolvimento pessoal e intelectual de seus alunos.
ARTIGO
Rozicleide Bezerra de Carvalho – Ms.C. assessora pedagógica da elc
A Importância do Diagnóstico Inicial para Orientar o Ensino-Aprendizagem no Espaço Escolar
independente, quais elementos ainda não conseguiu internalizar, e em que nível pode operar com os conhecimentos (reprodutivo, de aplicação e de criação). Pesquisas desenvolvidas por Montero, Palma e Cuervo (2004);
Silvestre (2003); Solovieva e Quitanar (2001; 2010); Núñez (2009) afirmam que a aplicação do diagnóstico pelos/as professores/as, tem propiciado apreciar que estes refletem criticamente as suas ações, de modo a dirigir o processo de ensino-aprendi-
zagem com melhor base teórico-metodológica, principalmente de ordem cognitiva. Ainda se faz necessário continuar se aprofundando em ações orientadas, considerando os seguintes fatores, de acordo com as ideias de Montero, Palma e Cuervo (2004):
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Incorporar no diagnóstico outros fatores de desenvolvimento da personalidade, diagnóstico integral.
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Avaliar os seguintes objetivos com um caráter de diagnóstico final.
Avaliar as possibilidades de os/as estudantes em relação às atividades de estudo em grupo.
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Conceber e planejar o processo de ensino-apren-
Tem sido objeto de análise de professores e pesquisadores os princípios e categorias de um processo de ensino-aprendizagem que tribute para o desenvolvimento integral da personalidade dos/as estudantes; a esses fatores devem articular-se outras exigências e desafios que devem estar diretamente relacionados com a direção pedagógica ao assumir a aprendizagem como atividade. Em diferentes referências essa teoria tem sido abordada por diversos autores, como Montero, Palma e Cuervo (2004); Galperin (2001); Núñez (2009), Leontiev (1988); Talízina (2000), como uma das exigências para a formação integral dos seres humanos, que a atividade humana deve cumprir o seu caráter desenvolvedor. Ainda há dificuldades em cumprir com essas exigências no espaço escolar. Portanto, é de primordial relevância que sejam estabelecidos indicadores de qualidade, baseados em diagnósticos do nível de desenvolvimento dos estudantes,
ou seja, conhecer as Zonas de Desenvolvimento Real e Próximo dos estudantes é prerrogativa imprescindível para o/a professor/a organizar o seu planejamento, de modo que sejam pertinentes para elaboração de atividades de estudo de acordo com as necessidades de aprendizagem de cada estudante. O diagnóstico deve ser compreendido como uma exigência obrigatória para que o/a professora/a possa conceber e orientar o processo de ensino-aprendizagem com o nível de eficiência requerido para alcançar os objetivos propostos. Cada vez mais é necessário que o/a professor/a busque saber sobre as formas de diagnóstico que contemplem os aspectos cognitivos e afetivos-motivacionais dos estudantes, o que constitui o diagnóstico integral desse indivíduo. Chamamos atenção acerca do valor do conhecimento (conceito, habilidade e hábitos), das motivações, aspirações, necessidades, sentimentos e orientações valorativas, se estamos
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considerando que além das aprendizagens de ordem intelectual, as emoções e sentimentos formam uma unidade para os estudantes aprenderem e se desenvolverem integralmente, faz-se necessário, incorporar no diagnóstico esses fatores, por meio de observações no cotidiano escolar e diálogo com a família. As investigações realizadas têm permitido constatar o valor do diagnóstico inicial e permanente para dirigir o ensino-aprendizagem, como já sinalizado nessa discussão. Por esta acepção se compreende a possibilidade de avaliar cada objetivo, levando em consideração os diferentes elementos do conhecimento que possibilitem ao/o professor/a conhecer a zona de desenvolvimento real e a zona de desenvolvimento próximo do estudante no processo de assimilação dos conhecimentos conforme os objetivos, ou seja, é possível identificar e caracterizar o que ele assimilou de forma correta, o que sabe fazer de maneira consciente e
dizagem a partir dos resultados do diagnóstico.
As atividades de estudo que se concebem devem dirigir-se as dificuldades e necessidades identificadas e caracterizadas.
Uma vez com o resultado da/s avaliação/ões diagnóstica/s, a ação seguinte do/a professor/a é elaborar seu planejamento considerando esse aspecto e pensar em atividades de estudo que estejam presentes, tarefas para: motivação (problematizadoras), de modo que criem disposição no estudante para a busca da solução; executora, que consiste em disponibilizar para os estudan-
tes situações que os propiciem aplicar os conhecimentos que se apropriaram, de modo que possam verbalizar o processo (procedimentos ou estratégias previstas na orientação) da realização dessas atividades; de controle, que permite comprovar a efetividade dos procedimentos utilizados, e os produtos que obtiveram desse processo, para realizar os ajustes e correções pretendidas de acor-
do com ele. Esses elementos proporcionam aos/as professores/as prestar atenção particular tanto à formação de conceitos como ao desenvolvimento de habilidades gerais e específicas das diferentes áreas de conhecimento (Linguagem; Matemática; Ciências Naturais; Ciências Humanas) do currículo escolar, que se constituem como objetivos do ensino.
Referências Galperin, Piort Yakovleviche. Acerca del lenguaje interno. In: Solovieva, Yulia; Rojas, Luis Quintanar (Compilador). La formacion de las funciones psicológicas durante el desarrollo del niño. Tlaxcala: Universidad Autónoma de Tlaxcala, 2001. Leontiev. A. N. Actividad, Consciencia y personalidad. La Habana: Editorial Pueblo y Educación, 1988. Montero, P. Rico; Palma, E. M. Santos; Cuervo, V. Martín-Viana. Proceso de ensenãnza-aprendizaje desarrollador em la escuela primaria: teoría y práctica. Editorial Pueblo y Educación, 2004. Núñez I. B. Vygotsky, Leontiev e Galperin. Formação de conceitos e Princípios didáticos. Brasília: Líber Livros, 2009. Vigotsky, L. S. Pensamiento y Lenguaje. Pueblo y Educación. La Habana: 2005. Talízina, N. F. Manual de Psicologia Pedagógica. Editora de la Facultad de Psicologia. San Luis Potosi, S.L.P. 2000.
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EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO
Programa de Excelência
PUERI DOMUS É IMPLEMENTADO EM NATAL Sistema de ensino auxilia o desenvolvimento
educacional em 16 estados Com a marca da boa educação desde 1966, a Pueri Domus é conhecida por realizar um grande trabalho de desenvolvimento e implementação da tecnologia educacional em escolas parceiras. Em Natal, o projeto está sendo implementado na Escola Lápis de Cor e promete trazer grandes novidades para a educação de referência já praticada pela escola. Inicialmente, ainda na década de 60, o projeto surgiu como uma escola que logo se tornou uma referência em ensino e educação de qualidade. Em 1994, o projeto cresceu e, assim, foi fundado o Pueri Domus Escolas Associadas, com uma rede de instituições parceiras. Em 2009, Pueri Domus passa a fazer parte do Sistema Educacional Brasileiro. Em 2010, é adquirido pelo Grupo Pearson, um dos maiores grupos educacionais do mundo, passando a ser o Sistema de Ensino Pueri Domus. Mariane Gaspar, Gerente de RH da ELC
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Em 2015, o Sistema de Ensino inicia um novo projeto: O PROGRAMA DE EXCELÊNCIA (PEX). “Estamos muito felizes e empolgados em trabalhar com a equipe do Sistema de Ensino Pueri Domus. O PEX é um programa de excelência idealizado pela Pearson, que dissemina melhorias operacionais nas escolas associadas ao Sistema, ajuda a implantar essas melhorias e também serve de instrumento de performance organizacional”, destaca a chefe de recursos humanos da Escola Lápis de Cor, Mariane Gaspar. Com experiência de já ter
conhecido muitas práticas de ensino, inclusive na Finlândia, referência mundial em educação, Mariane Gaspar destaca os pontos que serão trabalhados e avaliados na ELC. “Serão avaliados gestão, estrutura, comportamento e resultados das escolas, por meio de um sistema de pontos”, comenta a profissional. Desse modo, o PEX funciona com um selo de referência. “Com isso, serão reconhecidas nacionalmente as escolas excelentes de acordo com a pontuação alcançada. As escolas precisam seguir muitas orientações e são avaliadas pelos seus resulta-
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dos. Temos confiança que a nossa equipe de colaboradores está preparada para assimilar tudo da melhor forma e queremos conquistar sempre uma excelente classificação”, destaca Mariane. O projeto da Pueri Domus tem como grande objetivo contribuir criticamente para a transformação da sociedade e o crescimento das instituições associadas, tornando-as centros de referência em educação. O Sistema de Ensino Pueri Domus está presente em 16 estados brasileiros, orientando e apoiando o trabalho dos professores com recursos pedagógicos e administrativos exclusivos.
mural de fotos
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DICAS DE LIVROS Reinações de Narizinho
Pocotó
Editora: Globo Autor: Monteiro Lobato As aventuras de Narizinho, Emilia e Pedrinho no Sítio do Pica Pau Amarelo já são um consagrado clássico infantil. Essa nova obra reúne 11 livros do autor, publicados entre 1920 e 1931.
Editora: Ed. Compor Autor: Silvana Rando O cavalo Trovão era responsável por fazer as entregas no castelo, mas seu sonho era fazer parte da guarda real. Só que ele era muito baixo em relação ao outros cavalos. Até que um dia...
Na terra do nunca jamais
Hoje
Editora: Martins Fontes Autor: Linda Rode São 60 histórias entre contos populares e folclóricos, de diferentes partes do mundo. Tudo isso em 230 páginas - que vão passar voando.
Editora: Jujuba Autor: Eva Montanari Com pouco texto e muitas imagens, a autora ensina que mesmo quando a gente acorda triste e cansado todos os dias podem ser especiais. É o que Niki, Cristina e Antônio mostram.
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