o click! do novo engenheiro civil potiguar
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1ª edição terceirize editora natal - 2020
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produção Autor Duílio Marçal Revisor Eric Mateus Fernandes Produção e organização RN Editora Projeto gráfico, capa e diagramação Terceirize Editora
Catalogação da Publicação na Fonte. Érica Simony F. de Melo Guerra – Bibliotecário CRB/15-296
M313c Marçal, Duílio. O click!: do novo engenheiro civil potiguar. / Duílio Marçal. – 1. ed. – Natal/RN: Terceirize Editora, 2020. 104p.: il. ISBN 978-65-86203-04-2 1. Engenharia civil – Mercado de trabalho – Rio Grande do Norte. 2. Engenheiro civil - Formação. 3. Planejamento profissional. I. Título. CDU 624:331.5(813.2)
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Quem sou > Engenheiro Civil formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2013). > Mestre em Engenharia Civil titulado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2016). > Doutorando no curso de Pós-Graduação em Geotecnia da Universidade Federal de Brasília. > Trabalhou nas empresas Ecomax e Construtora Água Doce como assistente de engenharia e engenheiro civil, respectivamente. (2012 – 2015) > Trabalhou como professor de Engenharia Civil na Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA (2016-2018) e no Centro Universitário Facex – UNIFACEX (2017). > Trabalha como engenheiro autônomo na área de projetos. > Entusiasta da educação de engenharia.
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DEDICO ESTE LIVRO Aos meus pais, Rosan e Maria José. Aos meus avós, Armando e Clotilde. Aos meus irmãos, Giovanna, Rodrigo e Rebeca.
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Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.
Paulo Freire
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PREFÁCIO Este livro é fruto da percepção sobre a formação de parte dos engenheiros civis no Rio Grande do Norte. Como isso reflete no lançamento desses profissionais ao mercado de trabalho, diante do cenário de escassez de oportunidades, crise político-econômica e avanço tecnológico. A desenvoltura apenas no conhecimento técnico da engenharia já não é mais suficiente. Na verdade, é exigido do recém-formado em engenharia civil que saiba integrar diversos conceitos cotidianos e profissionais que circundam a indústria da construção. Conceitos sobre geopolítica, novas tecnologias, energias sustentáveis, eficiência de mercado, análise de investimentos, empreendedorismo, marketing, idiomas estrangeiros e ferramentas auxiliares não são mais suplementares e sim fundamentais para o sucesso profissional. Em tom de conversa, será destacado a situação da carreira na esfera nacional e regional, quais ferramentas são relevantes para o destaque no mercado de trabalho e como realizar uma estratégia profissional na busca de ascensão como engenheiro civil, especialmente, se quiser atuar no estado do Rio grande do Norte. A ideia é dar um click em aspectos que passam desper-
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cebidos no ambiente daquele que ainda está em formação. Como também, daquele graduado que não possui o caminho traçado e quer definir as estratégias profissionais. Se possível, conseguir fazer o leitor perceber a integralidade dentro da engenharia, além, da engenharia frente outros âmbitos. Enfim, assim, possam potencializar a construção de novas ideias. Todo o conteúdo e os diálogos propostos entre autor e leitor são a base para o fim maior deste livro, o planejamento profissional. Uma vez que se pode tomar dois caminhos básicos: esperar a oportunidade de um emprego dos sonhos, acreditando que tudo que foi acumulado ao longo dos anos universitários é mais do que suficiente OU focar em uma área, buscar as ferramentas necessárias e se planejar para alcançar o nível de autonomia profissional. O cenário político-econômico é conturbado no momento que escrevo esse livro. Mas, historicamente, sempre foi assim. É uma característica intrínseca ao nosso país. Portanto, apesar de tempos desafiadores, a probabilidade de se manter assim ou de surgir instabilidade em um futuro próximo é muito grande, vide o histórico brasileiro. Tornarse alheio aos eventos macroeconômicos é muito difícil, contudo, pior é não estar preparado para tais eventos.
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SUMÁRIO Quem sou 4 PREFÁCIO 7 1 - É isso que temos 10 2 - CONSTRUBUSINESS – A máquina incessante 21 3 - BIM – Basta de Ineficientes Modelos 36 4 - TCC – o exercício de maturação 48 5 - Sem o complemento não está completo 58 6 -.Projeto é práxis: planejar o sonho 72 7 - Não é coaching, é engenharia 89 8 - REFERÊNCIAS 97 Envie seu feedback! 105
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É isso que temos
O primeiro assunto é extremamente importante, en-
tretanto, é o mais difícil de ser abordado por uma única razão, o COVID-19. Desde o momento em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu a situação como pandemia, todo o mundo começou a tomar decisões que não estavam no planejamento deste ano. Por essa razão é bastante complicado compreender qual a conjuntura atual e quais as consequências de hoje no amanhã. É interessante observar que essa análise se divide em três tempos: passado, presente e futuro. O cenário atual nada mais é do que as consequências das decisões tomadas no passado, exceto de ocasiões não recorrentes, o COVID-19, por exemplo. Por isso para compreender as condições de hoje deve-se questionar quais fatores anteriores influenciaram o retrato desta data. O panorama presente é demonstrado por índices e indicadores atualizados periodicamente, no qual sempre deve ser acompanhado da análise histórica. ENTÃO, CUIDADO! Por fim, têm-se as previsões futuras que se baseiam no histórico e no planejamento estratégico montado para alcançar de-
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terminados objetivos. Portanto, o cenário atual destacado neste capítulo não será atual. ISSO MESMO! Na verdade, o retrato será do início de março de 2020, ou seja, momento antes da explosão pandêmica. Após, exposição do passado como presente, será discutido as expectativas apontadas pelos especialistas para o momento pós-COVID. Ao fim das eleições de 2018 o mercado imobiliário ficou inflamado devido a vitória de uma agenda de menores gastos públicos, reformas fiscais e investimento no setor da construção para a geração de empregos, que seria o foco econômico da equipe presidencial. Em 2019, o panorama econômico ainda era de recuperação em passos lentos, porém, com crescimento de confiança no futuro devido à recém aprovada reforma da previdência. A confiança do setor é medida pelo Índice de Confiança da Construção (ICST) calculado pela FGV/IBRE. O índice era de 80,3 em setembro de 2019, foi para 81,8 pontos no mês seguinte e finalmente a 84,7 em novembro do mesmo ano. Esperançoso, mas não ao nível alcançado em anos anteriores à crise econômica brasileira. Isso quer dizer o quê? Bem, na verdade, esse índice de confiança reflete, mediante números, como o mercado de investidores enxerga as perspectivas futuras no setor da construção civil. Quanto maior for o valor de ICST mais investidores colocam o seu precioso dinheiro em projetos, fundos ou empresas desse segmento. Mas, qual a relação da reforma da previdência e a má-
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quina da construção? De acordo com o senhores José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e José Romeu Ferraz Neto, presidente do Sindicato da Indústria da Construção de São Paulo (Sinduscon/SP) a reforma traz uma redução dos gastos públicos com os funcionários, maior estabilidade fiscal do governo e mitigação da oneração tributária nas empresas. A soma desses valores “poupados” poderia ser utilizada no fomento à indústria da construção. A indústria da construção possui dois subsetores: o imobiliário e de infraestrutura. O subsetor imobiliário está relacionado com a construção de edifícios para fins residências, comerciais ou industriais. Envolve bilhões de reais anualmente com a implantação de ambientes habitacionais, que é e será por um longo período uma alta demanda nacional (déficit de 6.350.000 habitações), como também, a implantação de regiões comerciais ou área multi-comercial como é o caso de shoppings, lajes corporativas, etc. Já o de infraestrutura, está relacionado com obras públicas ou privadas (principalmente públicas) de construção e manutenção referentes a: estradas, ferrovias, portos, aeroportos, saneamento, espaços físicos para funcionamento da administração pública direta e indireta, barragens, instalação e ampliação de sistemas de energias renováveis e toda a infraestrutura inerente a essas plantas (energy plants).
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Para que toda a indústria da construção volte a ser aquecida é necessário, de fato, um forte empenho da administração pública nas esferas federal, estadual e municipal para que possam oferecer ao mercado: Crédito habitacional para construtores e consumidores, ou seja, condições de financiar tanto a construção quanto a compra do empreendimento; Retomada de obras paradas, que no Brasil gira em torno de 4.378 obras; Planejamento estratégico para atender às demandas sociais e comerciais que necessitam de infraestrutura para o seu funcionamento; Baixa taxa de juros, ou compatível com a inflação (que convenhamos, deve ser controlada a todo custo). Em contrapartida, o mercado deve também estar preparado para quando as condições estiverem favoráveis e a retomada ser forte e duradoura, para isso deve-se ter: Profissionais mais capacitados e em alto nível de conhecimento técnico. A alta concorrência atual pode permitir isso; Ambientação com a tecnologia nos espaços de escritório e canteiro (uso da metodologia BIM, por exemplo); Processos construtivos mais eficientes e sustentáveis.
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Cenário brasileiro Hoje, cenário pré-COVID, o número de trabalhadores de carteira assinada na indústria da construção ultrapassa 2 milhões, de acordo com o Ministério da Economia. Esse setor movimenta outros 70 da economia brasileira e é responsável por 6,2% do PIB nacional. Então, sim, a construção é um setor estratégico do País e por isso é prioridade quando o objetivo é crescimento e produção de emprego – Ufa! Uma boa notícia –. As informações anteriores são sobre o setor a nível nacional e de abordagem ampla. Para o engenheiro civil, que é o público principal desse diálogo, outros dados devem ser expostos. Infelizmente, não muito animadores. O Brasil possui, habilitados pelo CREA/CONFEA, aproximadamente 310.000 engenheiros civis. Comparado à população brasileira estimada, é responsável por 0,1476%. Ao fazer um paralelo com países desenvolvidos, que possuem um alto índice de empregabilidade desses profissionais, temos os Estados Unidos da América com 0,1115% e o Reino Unido com 0,1245%. A formação da quantidade de novos engenheiros é algo, também, preocupante. Levantamento feito em 2017 avaliou que no Brasil, forma-se, em média, 25 mil novos engenheiros civis. Apesar de data defasada, supõe-se que a redução de incentivos como ProUni e FIES estagnou a expansão de vagas nas universidades e faculdades particulares, tornando esse número constante até hoje. A crise imobiliária e econômica instaurada em 2015 também reduziu o interesse sobre o curso de Engenharia Civil, portanto, espera-se
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uma redução gradual desse número ao longo dos anos. As instituições de ensino particular são responsáveis por 72% da formação de novos engenheiros, essas devem sofrer maior queda. Somente para ilustrar o crescimento do número de formandos em engenharia civil ao longo dos anos é apresentado o Gráfico 1.1. Dados levantados pelo Censo de Educação Superior e apresentado pelo jornalismo do G1. Gráfico 1.1 - Evolução do número de engenheiros civis formados no Brasil (Fonte: G1)
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O Professor Renato Pedrosa, Ph.D. em matemática, fez uma análise estatística em 2013 para o ano de 2020 e considerou dois cenários: otimista, com crescimento de 6% do PIB e outro pessimista, de 3%. Nesta estimativa foi verificado que o número de engenheiros formados superaria 2,5 vezes a demanda nacional. Preocupante, não é? Porém, em 2019 o crescimento foi de 1,1% e em 2020 em meio ao caos do Novo Coronavírus, estima-se um crescimento negativo, ou seja, retração da economia – RINDO DE NERVOSO –. Em 2014, um levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que cerca de 58% dos formados em engenharia não atuam na área. Mas, calma! Não quer dizer que todos são motoristas de aplicativo. Na verdade, a maior parte ingressou em áreas de análise de dados, programação e outros setores da economia. Será discutido mais a frente sobre as vantagens da base de conhecimento da engenharia, especificamente, a engenharia civil. Cenário potiguar O Rio Grande do Norte é um estado humilde economicamente e de baixo impacto no PIB brasileiro, 1%. Mais da metade dessa riqueza produzida (54%, aproximadamente) é concentrado em Natal, Mossoró e Parnamirim. A indústria da construção é responsável por 6,3% do PIB potiguar, de acordo com a FIERN no seu relatório de indicadores, publicado em 2019. No “boom imobiliário” a contribuição do setor da construção foi de 8,1% e o declínio foi apontado pela redução do financiamento ao setor e a interrupção das obras públicas. Percebeu como a construção anda de
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mãos dadas com o desempenho da administração pública? Entender os impactos da política na nossa profissão é IMPORTANTÍSSIMO. Nos três anos da crise imobiliária (2015-2018), o RN viu diversas empresas pararem de lançar novos empreendimentos e vendendo apenas o estoque, outras transferindo sua sede para estados próximos e de mercado mais aquecido (Ceará e Pernambuco) e algumas encerrando suas atividades. Houve um total de 14.457 demissões do setor, contudo, com a retomada e maior confiança no setor, um suspiro surgiu e houve um aumento na contratação de profissionais da construção, cerca de 183% em 2019, em relação a 2018. Pós-pandemia Agora, quais expectativas esperar do momento pósCOVID? Essas previsões, infelizmente, são cada vez mais difíceis, principalmente porque o Brasil enfrenta uma crise política muito forte. Embate entre governadores e presidente, pedidos de impeachment, casos de corrupção sendo investigados e tudo isso acaba por impor receios e desconfiança na retomada econômica. Reflexo disso é a grande volatidade e alta do dólar, que apesar de sofrer interferência por diversos fatores, também demonstra uma fuga dos investimentos estrangeiros do Brasil. O mercado é uma grande cadeia de negócios e todos os segmentos estão entrelaçados em maior ou menor magnitude, então, fique de olho! Dito isso, cito algumas premissas que já podem ser previstas para o período pós-COVID:
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• As reformas políticas estão paralisadas, já que no momento a congresso nacional só tem foco nas medidas mitigadoras do efeito Coronavírus, então, reformas fiscais e tributárias estão longe de acontecer; • Há nesse momento uma grande liberação de crédito para salvar as empresas nos diversos segmentos, como também, um apoio financeiro aos milhares de desempregados, impostos pela quarentena. Isso resultará em um maior endividamento público, estimado em 100% do PIB para 2023 (essa data muda constantemente). Portanto, deve haver uma redução no crédito para crescimento, diminuindo as condições de retomada; • Há um aumento no desemprego (níveis históricos) e redução do volume de dinheiro circulando, isto ataca a inflação e a deixa reduzida. Entretanto, com a abertura do mercado, o custo de: depreciação, desperdício, encargos trabalhistas e juros pagos pelos créditos obtidos serão postas cedo ou tarde no preço ao consumidor. Então, a inflação deve ter evolução, isto reduzirá o poder de compra do brasileiro; • Com a alta do dólar, diversos produtos provindos de outros países, como softwares e máquinas devem tornar-se mais caras. Como os insumos dos materiais de construção são obtidos em próprio solo brasileiro, esse fator não possui alto impacto.
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Afinal, é pra rir ou pra chorar? Sorrir sempre! Existe mercado! Somente na cidade de Natal há um déficit habitacional de 60.000 e o Rio Grande do Norte, 140.000 habitações. À medida que aumenta a população e o setor econômico evolui, naturalmente a demanda por infraestrutura aumenta, então serão mais: lojas, estradas, barragens, escritórios, instalações, pontes, etc. Além de obras paradas, que no RN são aproximadamente 530, com orçamento previsto de 2,2 bilhões de reais. A máquina econômica funcionando, as oportunidades surgirão, ENTRETANTO, você deve estar preparado para este momento.
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CONSTRUBUSINESS A máquina incessante
Construbusiness é tudo que envolve o negócio da construção. Nesse caso, é algo mais amplo que apenas o processo construtivo; é também considerado as relações econômicas e industriais causadas de maneira indireta e induzida pela execução de obras, como, por exemplo: materiais de construção, máquinas, equipamentos, serviços diversos, comunidade científica, etc. Quando posto em conta todo o potencial do Construbusiness é possível avaliar como, de fato, esse setor é primordial para o desenvolvimento social e econômico de um país. Ao tomar o Brasil como referência, todo o Construbusiness tem parcela de 9,1% do PIB. É estimado que a cada 100 empregos na construção civil mais 285 empregos sejam criados, de forma indireta e induzida. Sabido a cadeia que envolve a indústria, o engenheiro aumenta o leque de opções de atuação. Portanto, maior oportunidade de trabalhar na área mesmo que não esteja no ambiente de escritório de projetos ou canteiro de obras.
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Como a intenção deste livro é fazer o leitor refletir e desmistificar alguns meios já conhecidos, desmiuçaremos item por item. Compreender qual é o papel e o potencial de cada grupo de colaboradores pode lhe trazer maior percepção sobre o funcionamento da indústria como um todo.
Conhecimento técnico Durante sua formação é mais fácil e barato adquirir conhecimento, porque você, enquanto discente em uma instituição de ensino superior (IES), tem acesso a diversos portais de informação gratuitos, e quando cobrados, são mais baratos pelo fato de ser estudante. Se ainda não está formado, recomendo que veja a grade curricular do curso e analise se possui o que você quer aprender, se falta algo ou se tem algum conteúdo que crê não ter aproveitado 100%.
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“Ah! Mas a grade curricular foi aprovada pelo MEC, pelo CREA, por meu pai e minha mãe, então estou de acordo”. Lembre-se: é você quem deve saber o que quer aprender; e por essa razão, não deixe que outros definam o que é melhor para você. Caso exista uma disciplina ou outra que ache válida para sua formação, fale com os colegas, com os professores, coordenação do curso, e tente viabilizar a abertura de tal disciplina. Dentro das instituições de ensino ainda existem os projetos de pesquisa e extensão. Essas outras vertentes são fundamentais para agregar ao seu currículo e diversificar experiências. Se você já se formou, então, só lamento. – Brincadeira! – Ainda pode buscar cursos de extensão. Tente assistir aulas como ouvinte ou aluno especial. Investigue o que a IE pode fazer pelo seu egresso. Procure participar de congressos, simpósios, mesas redondas, feiras, encontros, eventos de empresa júnior e toda possibilidade que vá além da sala de aula. Esses momentos são fundamentais para descobrir o que está sendo pesquisado, quais métodos estão sendo empregados, as novidades no mercado, cases de obras e soluções. Interessante também, saber quais são os pensamentos daqueles que diariamente estão envolvidos com a construção, além de conhecer pessoas. O último permite ampliar suas possibilidades de oportunidade, por meio de networking. Por minha experiência pessoal, foram todos aqueles que encontrei no caminho e conversei um pouco, ou bastante, sobre assuntos relevantes à profissão que acabaram me
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indicando para uma oportunidade de trabalho. Nunca foi alguém que me viu no meio da rua (ou na calçada) e disse: Oh! Amigo! Tens cara de engenheiro, preciso de tal serviço. Com certeza não foi assim. Muito provavelmente dentro da sua rede de colegas de classe você já sabe quem se destaca, quem tem maior capacidade para determinadas atividades e quem você gostaria de trabalhar ou montar parcerias para abrir um negócio e encarar esse momento turbulento que é a entrada no mercado de trabalho. Somente um adendo: existe uma feira que se chama FICONS (Feira Internacional de Materiais, Equipamentos e Serviços da Construção) que acontece a cada dois anos em Recife, completamente gratuita e fantástica. Já fui três vezes e vale a pena demais. Recomendo a visita. Habilitação e fiscalização Os Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (CREAs) são autarquias dotadas de personalidade jurídica de direito público, constituindo-se serviço público federal e com jurisdição nos limites de cada estado brasileiro. Todos são vinculados ao Conselho Federal (CONFEA), sediado em Brasília/DF. No Rio Grande do Norte, a sede fica na cidade de Natal, porém, há inspetorias nas cidades de Mossoró, Pau dos Ferros, Currais Novos, Caicó, Macau e Assu. Para entrar em contato, de forma não presencial, é extremamente fácil: pode ser por e-mail, telefone (WhatsApp), aplicativo do CREA-RN ou website. O CREA-RN não tem apenas o papel fiscalizador e de
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controle dos profissionais. Hoje, há diversas ações. Para os profissionais, há cursos de formação, CREA-Jr e exposição de conhecimentos de forma aberta e gratuita (caso do CAPACITA CREA). Os cursos de formação são pagos, porém, geralmente são mais baratos que os oferecidos no mercado. É interessante acompanhar o andamento da gestão do conselho e isso é possível mediante atas de assembleias e a revista anual. Reforço que um conselho forte e promovedor melhora a atuação e as condições de trabalho dos seus profissionais. Pela página da internet, além de realizar e acompanhar as Anotações de Responsabilidade Técnica (ARTs), é possível encontrar o manual do profissional do CREA-RN. Neste manual são apresentados os principais contatos do conselho, legislações que são diretrizes para exercer a profissão, como também normas regulamentadoras. Para facilitar alguns processos do engenheiro civil há nesse manual, também, tabelas e informações relevantes para o processo construtivo. Licenciamento Todo tipo de empreendimento se faz necessária licença para construir e para operar. Para saber qual órgão o incorporador ou construtora deve submeter ao licenciamento, tem que responder as seguintes perguntas: – É um empreendimento imobiliário ou de infraestrutura? – Qual a localização do empreendimento? – Quais as características físicas e de uso desse empreendimento?
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No caso de ser uma obra de infraestrutura, devido aos fatores que influenciam os vários tipos de obra, ficaria mais complexo representar nesse espaço. Então, vamos considerar que a resposta à primeira pergunta seja obra imobiliária. Sendo assim, pode ser: residencial, comercial, industrial ou mista. Para cada tipo de uso de solo, as secretarias municipais de obras definem características que devem ser obedecidas já na etapa de projeto. Para saber quais características deve seguir basta procurar no Código de Obras e no Plano Diretor do município cuja a obra será executada. Sendo empreendimento residencial, basicamente as licenças são da secretaria de obras e do corpo de bombeiros. O licenciamento junto ao Corpo de Bombeiros Militar (CBM) não é exigido apenas quando a residência é unifamiliar. Se o projeto for de condomínio residencial de unidades unifamiliares, a depender do número de unidades habitacionais, pode ser necessária o alvará do CBM e, dependendo do local, pode ser exigido licença do IDEMA e DNIT (próximo a rodovias). Obras comerciais e industriais, dependerão do seu uso e como cada órgão enxerga esse uso. Incentivadores industriais Os incentivadores são aqueles que propõe infraestrutura para qualificação da mão de obra do setor industrial. O setor industrial é largo e possui diversos segmentos, sendo um deles a construção civil. Direcionado ao segmento da construção há o SINDUSCON (Sindicato da Indústria da Construção Civil), que atua também no acompanhamento do setor. Realiza levantando de custos, da inflação de pre-
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ços, análise de fatores externos e colabora, ademais, com encontros das principais personalidades empresariais regionais, além de promover ações para desenvolvimento do corpo profissional. A FIERN (Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte) também cumpre esse papel, porém, voltado para toda a indústria potiguar. Junto à FIERN, há a NAGI-RN (Núcleo de Apoio à Gestão de Inovação do Estado do Rio Grande do Norte) que fomenta a inovação permanente no estado. O SEBRAE que faz parte do sistema S (ainda há o SESI e SENAI) é um grande fomentador empresarial. Para quem está começando a vida no mercado de trabalho o SEBRAE é muito útil. Na plataforma disponibilizada em seu site é possível realizar cursos gratuitos para aumentar sua capacidade empreendedora. Oferecem consultoria para pequenos negócios, ferramentas para facilitar e aperfeiçoar a publicidade de marcas, além de apoio técnico e financeiro para projetos inovadores de empresas em forma de start-up. De acordo com o “Google” Start-up é uma empresa jovem com um modelo de negócios repetível e escalável, em um cenário de incertezas e soluções a serem desenvolvidas. Embora não se limite apenas a negócios digitais, uma startup necessita de inovação para não ser considerada uma empresa de modelo tradicional. De tudo que é possível absorver do SEBRAE, o que mais me encanta é a plataforma facilitadora de MEI (microempreendedor individual). Nessa plataforma, consegue-se colher todas as informações para abrir e se enquadrar como MEI, e, finalmente, começar seu negócio e empreender.
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Se enquadrar como MEI tem diversas vantagens fiscais e benefícios. Para entender um pouco melhor vamos simular três situações: o primeiro caso considera que no período de um ano o profissional possa lucrar R$ 20.000,00; o segundo R$ 40.000,00; e o último, R$ 50.000,00. Se você já entrou na vida adulta sabe do que vou falar, senão, se prepare, respire fundo e saiba que sempre que obtiver lucro você deve pagar impostos que oneram os seus ganhos. Nesse caso, trabalharemos com o Imposto Sobre Serviços (ISS) e o Imposto de Renda (IR), de forma simplificada. Imagine que não tenha custos e que todo seu lucro bruto é igual a sua receita líquida. A tabela abaixo mostra o quanto que os impostos podem levar seu dinheiro suado se você for uma pessoa física que presta serviços de engenharia e compara com um MEI que presta serviços de engenharia. Tabela 2.1 - Simulação Pessoa Física x MEI Simulação Caso 01 Caso 02 Caso 03 Proventos R$ 20.000,00 R$ 40.000,00 R$ 50.000,00 (IR) (R$1.500,00) (R$6.000,00) (R$11.250,00) (ISS) (R$ 200,00) (R$ 400,00) (R$ 500,00) Lucro líquido – PF R$ 18.300,00 R$ 33.600,00 R$ 38.250,00 Lucro líquido - MEI R$ 19.313,00 R$ 39.313,00 R$ 49.313,00
Isso ocorre porque para PF a taxa do IR é crescente, de acordo com a renda tributável, e o ISS é constante. No caso de MEI, o custo é de 5% do salário mínimo vigente (INSS) mais R$ 5,00 (ISS), fixo e por mês. O MEI é isento do IR desde que cumpra o controle de caixa e separe, de maneira organizada, os valores pessoais e os da empresa.
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Inovação e controle tecnológico Diversos países do mundo assinaram tratados para firmar compromisso com o meio ambiente. Esses compromissos impactam em como e onde são extraídos os materiais de construção, no tipo de energia que é empregado nas fábricas, tipos de meios de transporte, controle dos resíduos gerados nas construções e o reuso desses resíduos. Praticamente, todos os processos e diretrizes devem ser pensados com viés sustentável. Então, pesquisas são desenvolvidas constantemente a fim, por exemplo, de maximizar o emprego dos resíduos gerados por diversas indústrias, principalmente, no setor da construção. Isso decorre do fato das obras de infraestrutura consumirem grande volume de material natural e a tendência será reduzir a absorção do material virgem e aumentar o uso de resíduos provindos da própria construção – RCDs (Resíduo de Construção e Demolição) – e também resíduos da extração mineradora. Os geossintéticos, também, tem apelo ambiental. São materiais poliméricos de alto desempenho e que seu uso substitui a aplicação de grande volume de material terroso. De elevada aplicabilidade, os geossintéticos podem estar presentes em obras rodoviárias, barragens, aterros sanitários, controle de taludes naturais e artificiais, fundações, reforço de solos, enfim, uma infinidade de soluções que depende apenas da criatividade e conhecimento do engenheiro. Quanto ao controle, tanto nas fases de projeto como durante a execução os laboratórios são necessários. Obras
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de terra, somente conseguem ser projetadas a partir de investigações geotécnicas desenvolvidas em campo e em laboratório. O teste de materiais estruturais (concreto, aço, madeira, etc.) deve ser sempre realizado para o gerenciamento do desempenho e segurança da estrutura. Exemplos como estes, portanto, destacam o papel dos laboratórios no controle tecnológico das obras. Financiadores O início da carreira há duas direções: trabalhar para alguém que já possua infraestrutura, que apenas precisará da sua capacidade técnica; e a segunda forma é a profissão autônoma (que possui, de fato, maior risco). A maravilha da autonomia é desenvolver seus projetos de negócio como deseja e criar identidade própria. É exigido do profissional maior conhecimento técnico e maior conhecimento das ferramentas que podem alavancá-lo de maneira segura e com menor custo. Se vai entrar na área de projetos será necessário investir em: cursos de qualificação, aquisição de livros, máquinas (computadores ou notebooks) de melhor desempenho, softwares, etc. Se seu caminho o leva para o canteiro de obras vai precisar comprar máquinas, equipamentos, EPIs, veículo, materiais, locar galpões para estocagem dos bens, entre outras aquisições. Se já possui o capital para isso, ótimo. Mas, cedo ou tarde, precisará de financiamento para alavancar sua capacidade de desenvolver projetos ou de execução de obras. Para isso, é de suma importância, que saiba onde procurar
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apoio financeiro e possua condições de avaliar qual desses parceiros lhe trará mais vantagens. No Brasil, há bancos públicos (alguns de sociedade mista), bancos privados e outros órgãos que financiam projetos de inovação empresarial – o SEBRAE, como já comentado –. Para cada tipo de projeto existe um parceiro que lhe trará maior crédito, menores taxas de juros, permitirá maior parcelamento da dívida, ferramentas de amortização e assim por diante. Conselho que posso oferecer (se fosse bom, se vendia) é não ter preconceitos. Busque, negocie e possua o melhor contrato possível para a o financiamento do seu projeto de negócio. No Rio Grande do Norte há, além dos mencionados, a AGN (Agência de Fomento do Rio Grande do Norte) que possui o papel de apoiar financeiramente o desenvolvimento estadual. Dentre as possibilidades que poderia citar aqui, a que vamos nos ater será a MÚTUA (Caixa de Assistência dos Profissionais do CREA), essa maravilha. Apesar de vantajosa, me surpreende como muitos profissionais não a conhecem. Podem até conhecer, mas não sabem de suas vantagens. Por isso, serão destacados estes benefícios. A caixa de assistência, MÚTUA, oferta aos seus associados: benefícios reembolsáveis (empréstimos), benefícios sociais e previdência complementar. O apoio financeiro não é destinado apenas aos objetivos empresariais do profissional, mas também, às condições pessoais. Os empréstimos podem ser para os seguintes fins: caso de desemprego do profissional, custeio pessoal ou empresarial não especificado, aporte previdenciário, auxiliar
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aqueles que estão em situação de vulnerabilidade social e financeira, férias, aquisição de veículos e imóveis, planos de saúde, cursos de especialização, aquisição de softwares e outros equipamentos, casamentos, aumento de família (por adoção ou gestação) ou noite de núpcias – É ISSO MESMO QUE ACABOU DE LER!!! –. Tudo isso a uma taxa de juros baixíssima (é realmente muito baixa). Benefícios sociais como pecuniário, pecúlio por morte e auxílio funeral, além da previdência complementar. “Ah! Mas sou muito jovem, eu não vou gastar meu dinheiro com previdência”. Meu caro, minha cara, você deveria estar se lamentando por não ter começado mais cedo. Vamos discutir sobre isso mais na frente. Para ter acesso aos benefícios financeiros precisará estar ativo no CREA (com a anuidade em dia) e ser sócio da caixa de assistência há pelo menos um ano (pois é, não é gratuito). Pese os custos de tudo isso e avalie se para o seu projeto de carreira isso vai onerar seus lucros ou será vantajoso. Desenvolvedores de empreendimento Um empreendimento pode vir do interesse da iniciativa pública ou privada. Sendo na iniciativa privada, a ordem lógica (porém, não é rígida) parte das incorporadoras, que são empresas que investem seu capital em ativos imobiliários, por exemplo, a construção de um condomínio. A incorporadora como empresa gestora, não necessariamente possui um setor de desenvolvimento de projetos. Então, a gestora contrata um escritório para desenvolver o projeto arquite-
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tônico e todos os complementares, além de elaborar relatórios de impacto como o RITUR (Relatório de Impacto Sobre o Tráfego Urbano) e RIMA (Relatório de Impacto ao Meio Ambiente). Uma vez que os projetos foram concluídos e todas as licenças para execução obtidas, finalmente, vem a construção que é de responsabilidade da construtora (óbvio). A construtora e o escritório de projetos são contratados pela incorporadora que aplica seu caixa ou obtém financiamento em agências bancárias para realização do empreendimento. Nessa rede de contratos, ainda pode-se citar os consultores. Corpo técnico mais qualificado, especializado em uma determinada área que auxilia na fase de investigação, projeto e execução. Comércio Na rede comercial tem-se as lojas de material de construção e empresas de aluguel de máquinas e equipamentos, que dão apoio ao executor da obra. É interessante buscar lojas com consultores de vendas que auxiliam o profissional a encontrar os melhores materiais com os melhores preços. A corretora de imóveis é responsável pela intermediação para venda dos produtos imobiliários. As transações junto as corretoras permitem maior visibilidade, marketing ideal e maior segurança de venda. Vale destacar que a venda de unidades habitacionais são trâmites burocráticos e de custo elevado, portanto, é interessante trabalhar com
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quem conhece o ramo de perto e é credenciado para isso. A fim de exemplificar uma sequência de atuações da cadeia sobre uma edificação residencial, a Figura 2.2 é trazida. Esse exemplo é baseado nos materiais de aula do Prof. Luís Henrique Gonçalves Costa. Figura 2.2. - Fluxograma básico imobiliário
Cada obra tem sua personalidade e assim os agentes que atuam sobre ela podem mudar. É de considerável importância que saiba todos os órgãos envolvidos com a construção, desde a implantação até seu uso. O relacionamento com os órgãos previstos deve iniciar já na etapa de concepção do projeto. Assim, evita-se problemas com embargos e impedimentos judiciais de quaisquer circunstâncias.
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BIM – Basta de Ineficientes Modelos
Ao contrário do que pensam, BIM (building information modeling) não é uma tecnologia ou um software. Na verdade, BIM é uma metodologia de modelagem que é baseado na capacidade de parametrização e trabalho colaborativo. Parametrizar, nesse contexto, é definir padrões e modelar com informação. Essas informações são características relevantes para o modelo e que dão vida ao elemento gráfico posto no projeto. Um exemplo simples, que gosto bastante de tratar, é o de duas linhas paralelas como na Figura 3.1.
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Ao utilizar uma ferramenta de representação gráfica como o AutoCad – mega difundido –, o projetista está apenas desenhando e metrificando o projeto que estava na mente. É um desenho que poderia ser feito em uma prancheta com papel, lápis, esquadros, escalímetro, etc., embora realize em computador (CAD = computer-aided design). Quando parametriza, graficamente pode representar com duas linhas paralelas, no entanto, essas duas linhas paralelas possuem informações que podem envolver todo o processo construtivo daquele elemento. Caso essas linhas fossem a representação de uma parede de alvenaria poderia ser adicionado as informações de: espessura, material do núcleo de alvenaria, revestimentos, acabamento. Se quisesse analisar de maneira ainda mais profunda, incrementaria com capacitância térmica, taxa de isolamento acústico e muito mais a depender do objetivo daquele modelo. Ao supor um duto, poderia inserir: uso do duto (água fria, água quente, esgoto, pluvial, elétrico, dados, combate a incêndio), material, diâmetro nominal, capacidade de pressão interna, suporte de UHCs, entre outras informações. Quando posta essas características, simultaneamente à modelagem é possível realizar a compatibilização entre os sistemas, levantar quantitativos, desenvolver o memorial descritivo, listar materiais, analisar custos, estimar cronogramas físico-financeiro e avaliar o desempenho do modelo. Mais uma vez, tudo pode ser feito SIMULTANEAMENTE! No método que já considero ultrapassado, o profissional usa, inicialmente, uma ferramenta para desenhar linhas
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(retas ou curvas) do seu projeto e depois usa outro software para dimensionar, depois outro para fazer o orçamento, outro para compatibilizar, outro para modelar tridimensionalmente, outro para renderizar e entregar para o cliente. Esse design process é considerado oneroso, porque exige diversas ferramentas e processos início-fim, ou seja, a próxima etapa está condenada a iniciar apenas quando a anterior for concluída. Além de tudo, a sequência e apuramento dos dados não é automatizado, e com isso vem o grande problema dos projetos: o ERRO HUMANO. Imagina só! Concluído o projeto, prazo curto, passou por diversas etapas e quando o plotou percebeu que errou algo na etapa de modelagem. Sim, terá que refazer todos os passos mais uma vez. Outra situação que pode surgir é entregar o projeto ao cliente, ele avalia e diz: “não quero mais dessa forma, vamos mudar”. Mais uma vez você terá todo o trabalho de começar da primeira etapa mais uma vez (O CHORO É LIVRE). O tempo consumido durante a execução desses projetos, com alto índice de erro humano, é extremamente oneroso para o profissional e para o cliente. Ao utilizar ferramentas com o conceito BIM, é possível desenvolver modelos mais rapidamente, com menos erros e que possuem maior detalhamento; além de, estética mais agradável. Se seu projeto é um pedido do cliente e participará apenas dessa etapa, ambos os lados já tem um ganho considerável. Entretanto, se está envolvido na concepção do projeto, desenvolvimento de projeto e execução da obra, perceberá que o ganho é muito maior.
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Figura 3.2 - Ciclo de vida da construção (Fonte: GM Arquitetura e Engenharia)
A Figura 3.2 mostra o ciclo completo de um processo construtivo. Se é um ciclo, significa o quê? – que não tem fim, lógico –. Portanto, o controle do desempenho é fundamental, após a execução. A partir do BIM é desenvolvido o modelo 3D, e também os modelos 4D, 5D, 6D e 7D. > 3D: representação tridimensional > 4D: análise de duração > 5D: análise de custos > 6D: avaliação de sustentabilidade > 7D: gestão da construção, operação e manutenção
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Figura 3.3 - Modelos colaborativos do conceito BIM
Ao compreender o que é a metodologia BIM e perceber que não é um software, o próximo passo é determinar que tipo de projeto quer desenvolver e que nível de detalhamento deseja alcançar. Quanto ao tipo de projeto: há apps voltados às disciplinas de arquitetura, elétrica, estrutural, hidrossanitário, dados, ar condicionado, SPDA, etc. Inicialmente, a ideia conceitual do BIM era apenas para edificações, porém, hoje, já é possível observar softwares para fins de infraestrutura como transportes, obras de terra e saneamento. O nível de detalhamento deve ser definido em função da complexidade do projeto. Em aplicativos para estruturas, o projetista pode fazer desde residências unifamiliares até edifícios de 70 andares; com análises complexas e riqueza de detalhamento. Por isso, se for adquirir uma ferramenta computacional se deparará com diversas disponíveis no mercado. Deve-se buscar aquela que o atende naquele
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momento, ademais, adicionar planejamento do crescimento profissional e da empresa, buscando instrumentos cada vez mais sofisticadas à medida que obtém experiência e confiança do mercado. O objetivo do principiante é buscar ferramentas gratuitas, intuitivas e de capacidade básica que não exija que seu hardware tenha elevado desempenho. Se não começar dessa forma poderá onerar seu “escritório” com custos elevados de máquina e software para desenvolver projetos simples. Em outras palavras, terá um custo de implantação elevado para receitas pequenas, o que retardará o seu payback (retorno de investimento). Destaco que as ferramentas com licenças estudantis não devem ser empregadas para fins comerciais, apenas para compreender o funcionamento e a possibilidade de adquirir para uso profissional. Antes da aquisição da ferramenta sempre faça uma vasta pesquisa de mercado, avalie os pontos positivos e negativos, como também, a forma de contratação. Se é paga anuidade para obter permissão à ferramenta ou se tem acesso à versão sem limite de tempo. Como dito anteriormente, há diversas ferramentas BIM para serem aplicadas em fins específicos. Dentre elas, existem empresas desenvolvedoras que são mais conhecidas como Autodesk, Graphisoft, TQS, AltoQi, Bentley. Algumas tem enormes portfólios que podem atuar nas áreas de arquitetura, gerenciamento de construção, controle de custos, sistemas, estruturas, eficiência energética, compatibilização, renderização e colaborações. Um dos mais conhecidos, Revit Autodesk, tem módulos de arquitetura,
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estrutura e sistemas no mesmo software. É geralmente muito aceito pelo mercado porque tem compatibilidade com a ferramenta CAD da mesma companhia, sem contar que a versão estudantil permite acesso a mesma capacidade da profissional. O critério mencionado acima, compatibilidade com o AutoCad, não deve ser tomada como referência. Todos os softwares BIM conseguem exportar seus arquivos para o AutoCad facilitando a comunicação entre projetos e empresas que utilizam ferramentas distintas. Além do mais, existe a extensão IFC, chamado de “Open BIM”, que é um tipo de arquivo que permite o intercâmbio de dados entre as plataformas. A seguir alguns softwares encontrados no mercado com aplicação BIM.
QIBUILDER é uma plataforma de software para BIM que desenvolve projetos: hidrossanitário, elétrico, combate a incêndio, SPDA, gás, cabeamento estruturado. Os módulos são pagos separadamente com limites de gabarito e área construída. Conta com um sistema gráfico de entrada de dados, interoperabilidade, visualização 3D refinada e de uso intuitivo. Desenvolvedor: AltoQi.
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AECOSIM é um sistema para projetos de construção que projeta, analisa, e gerencia infraestruturas de qualquer escala e tipo. Possui colaboração eficaz entre equipes multi-displinares em um mesmo ambiente, produção de documentação de construção e relatórios diretamente do modelo de construção inteligente de um usuário. Desenvolvedor: Bentley.
BIM OBJECT é um portal de livre acesso que oferece soluções e serviços de web para criar e publicar modelos BIM. Muito empregado para obter famílias para o uso no REVIT, Sketchup, AutoCad e ArchiCad. Desenvolvedor: Bimobject.
ARQUIMEDES permite gerar documentos de projeto como orçamento, caderno de encargos, mapa de trabalhos, cronograma financeiro e autos de medição. Esse orçamento pode partir de modelos desenvolvidos nas outras plataformas da CYPE. Desenvolvedor: CYPE Ingenieros.
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CYPECAD aplicativo para projeto estrutural em concreto armado, pré-moldado, protendido e misto de concreto e aço. Engloba o lançamento estrutural, análise e cálculo estrutural, dimensionamento e detalhamento final dos elementos. Desenvolvedor: CYPE Ingenieros.
NAVISWORKS é um app de análise de projetos para melhorar a coordenação BIM. Combina dados de projeto e execução, identifica e resolve conflitos de interferência antes da construção e agrega dados de várias especialidades para controlar melhor os resultados. Desenvolvedor: Autodesk.
BIM 360 destina-se ao gerenciamento de construção. Permite compartilhamento, visualização e edição nos arquivos. É uma família de produtos que conecta informações de todo o ciclo de vida de uma construção. Principal vantagem é aumentar o desempenho de múltiplas equipes no desenvolvimento de projetos. Desenvolvedor: Autodesk.
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EBERICK para projetos estruturais em concreto armado moldado in loco, pré-moldado, alvenaria estrutural e estruturas mistas. Recursos BIM para modelagem, análise e dimensionamento de peças estruturais, além de compatibilização com outras disciplinas. Desenvolvedor: AltoQi.
TQS para projetos estruturais em concreto armado passivo e ativo, alvenaria estrutural, pré-moldados. Diferencial é análise do sistema de interação solo-estrutura. Desenvolvedor: TQS.
REVIT é uma ferramenta de modelagem de informações de construção para engenharia e arquitetura contendo as disciplinas de arquitetura, estrutura, MEP, mecânica, colaboração. Também realiza renderização com base em nuvem fotorrealista, ademais, possui ferramentas intuitivas. Desenvolvedor: Autodesk.
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SKETCHUP promove trabalho de modelagem 3D, possui ferramentas bastante simples e de fácil compreensão. Produção de modelos rápidos, porém, não recomendado sua ferramenta de renderização para modelos de muito detalhe ou alta qualidade de imagem. Desenvolvedor: Trimble Navigation.
ARCHICAD arquitetura 3D para projetos e modelagem, usado por planejadores urbanos, arquitetos e designers para aprimorar seus processos de fluxo de trabalho. Aplicado na edificação, urbanismo, iluminação, paisagismo e interiores. Desenvolvedor: Graphisoft. As ferramentas tem particularidades que precisam ser medidas e avaliadas pelo usuário. Cada profissional tem seu método de trabalho e preferências. Portanto, busque suas opiniões pessoais mediante uso das ferramentas, opinião de terceiros deve ser apenas um meio e não fim.
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TCC – o exercício de maturação
A filosofia do Trabalho de Conclusão de Curso depende de como o corpo docente do curso de engenharia a enxerga. Alguns cursos definem esse exercício final como Trabalho Final de Graduação (TFG). Outros definem o TCC como o momento para criar algo novo de forma teórica ou prática, esse perfil é geralmente exigido em dissertações de mestrado ou teses de doutorado. Particularmente, defendo que o trabalho de conclusão seja uma atividade cujo aluno possa desenvolver algo prático ou teórico a partir dos conhecimentos obtidos na fase de graduação de perfil individual e identitário. Nesse sentido, não acredito que precise ser uma pesquisa com materiais e equipamentos que resulte algo nunca visto no mundo, mas sim uma metodologia determinada que permita ao avaliador perceber se o proponente soube usar os conceitos aprendidos. Sendo assim, pode-se desenvolver projetos, pesquisas laboratoriais, pesquisas de campo, levantamento de dados estatísticos, revisões bibliográficas, determinações teóricas, programar novos códigos, modelar numericamente um caso. Muitos não gostam que os discentes desenvolvam projetos de engenharia por achar repetitivos. Minha discordância vem do fato de nenhum projeto ser igual a outro, mesmo que o objetivo seja o mesmo. Se o
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professor pedir para 10 alunos desenvolverem uma rede de abastecimento e distribuição de água fria de uma residência, não haverá a menor possibilidade de serem iguais. Eles podem adotar diferentes: soluções, detalhamentos, métodos de dimensionamento, softwares; além de escolher distintamente a exposição gráfica. Há diversas razões para cada projeto ser inédito e individual. Outro exemplo, que muitos professores abominam, é a revisão bibliográfica. A revisão quando feita sobre um assunto já muito discutido e batido, sem profundidade, é realmente uma contribuição pequena. Contudo, uma revisão sobre um assunto novo que acontece simultaneamente em diversos lugares do Brasil ou do mundo, é primordial. A compilação de diversas publicações em um único documento, no qual se discute as metodologias empregadas e os resultados obtidos por outros autores definem novas diretrizes e maior confiabilidade no avanço da pesquisa. Portanto, uma atividade, teoricamente simples, pode sim trazer grande contribuição pessoal para o formando além de contribuição à comunidade acadêmica e à ciência da engenharia. Por isso, reforço o pensamento aos alunos que começarão o trabalho de conclusão: definam uma área que se sintam confortáveis e busquem em revistas, periódicos e anais de congresso o que estão pesquisando ao redor do Brasil e do mundo. Aquele tema que você pensa ser completamente inédito pode estar sendo pesquisado desde 1950. Contudo, novas perspectivas sobre algo já consolidado pode também ser um bom caminho, então, esse é o momento de ser criativo.
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Uma vez que está definido o tema do TCC, o próximo passo é se deparar com as definições de: OBJETIVO, REVISÃO BIBLIOGRÁFICA, METODOLOGIA ou MATERIAIS e MÉTODOS, RESULTADOS e CONCLUSÃO. Esses cinco elementos não fazem parte de um trabalho desgastante que será obrigado a fazer para poder ter o título de engenheiro. São, na verdade, etapas imprescindíveis para uma solução. Solucionar problemas é a essência da engenharia. Na sua vida profissional lidará com a determinação dessas etapas constantemente. Não será discutido aqui como deverá realizar o objetivo ou a metodologia do seu trabalho, mas, atentar ao fato de que compreender esses fundamentos pode ser muito valoroso para o desenvolvimento de suas atividades profissionais. A problemática deve ser bem definida, sem isso as próximas etapas serão supérfluas. Ao saber do problema em questão, determinar o objetivo fica mais fácil e esse guiará todo o desenvolvimento, afinal, são as metas que se almeja alcançar. O objetivo deve ser formado por um principal, centro do problema, e outros específicos que balizarão o foco. Para que fique mais claro, suporemos um problema e definiremos os próximos passos a partir dele. Então, o problema será: como abastecer e distribuir uma rede de água fria para um edifício residencial de 10 andares? (faz sentido que o problema seja posto em forma de indagação). O objetivo principal é simples, projetar instalações que permitam captação e distribuição de água fria. Os objetivos específicos poderiam ser: (i) desenvolver o projeto exequível, ou seja, que existam empresas com equipa-
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mentos e materiais para torná-lo realidade; (ii) alcançar um modelo com baixo custo global; (iii) apresentar um modelo eficiente e de fácil execução; (iv) aplicar conceitos sustentáveis na instalação; (v) detalhar e especificar todos os materiais e métodos de execução e (vi) compatibilizar com outros sistemas da edificação. O objetivo pode ser alcançado de várias maneiras – como assim? –. O produto final, o projeto, pode ser feito de diversas formas e a escolha da maneira que desenvolverá o projeto definirá se será eficaz, eficiente e efetivo. Esse processo de adoção de ferramentas e métodos para uma sequência de atividades é chamada de metodologia. No exemplo em questão, a metodologia será encarada como a proposição dos instrumentos de análise do projeto arquitetônico e da sua concepção, dos materiais e equipamentos utilizados na rede de água fria, método de dimensionamento e ferramenta computacional para modelagem. Porém, há uma falha no sistema. A metodologia só é conseguida a partir de um vasto referenciamento bibliográfico. Quando se fala referência bibliográfica, não se pede para encontrar ideias em livros empoeirados no fundo de uma biblioteca. Para definir tais mecanismos metodológicos, é necessário que conheça as variantes e os aspectos inerentes ao projeto, para, então, tomar as melhores decisões. A decisão, por exemplo, de qual método de dimensionamento adotar, é necessário buscar os possíveis processos nas normas vigentes, livros, artigos e estudos de casos específicos. Não há uma única forma de dimensionar aquele elemento, deve, portanto, avaliar
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as características que inferem o sistema projetado e ponderar qual método é mais adaptado ao problema. Na definição de qual ferramenta computacional empregar, deve ir ao mercado e buscar as possibilidades que é oferecido para modelar o projeto. Busque a opinião de profissionais da área (nesse caso, não é uma referência bibliográfica, porém, não deixa de ser referência), determine quais softwares se adaptam ao seu hardware e qual tem o custo conveniente com a dimensão do que será projetado. Não faz sentido adquirir uma licença para projetar 30.000 m² com objetivo de usar apenas 5.000 m². Mecanismo metodológico consolidado, é hora de executar o projeto. À medida que se criam os elementos do modelo inicial adotado, sempre deve ser observado se estão de acordo com os objetivos propostos inicialmente. Caso o primeiro modelo não seja satisfatório, outro deve ser proposto e assim sucessivamente até determinar uma solução ou um conjunto de soluções que atendam aos requisitos (objetivos específicos). Finalmente, esse conjunto de soluções é o resultado. No exemplo, é o projeto de rede de água fria para um edifício residencial de 10 andares. Por fim, deve ser feito a conclusão do processo. Este, nada mais é do que uma análise qualitativa (se puder quantificar é ainda melhor) do processo adotado e dos resultados logrados. Na conclusão é interessante avaliar se o modelo empregado foi eficaz e efetivo. Em situação de projeto de engenharia, o desempenho só pode ser avaliado durante e após a execução, mediante indicadores que devem ser definidos pelo projetista.
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Figura 4.1 - Sequência lógica de pesquisa
A sequência apresentada na Figura 4.1 aliada às considerações, é como enxergo e busco solucionar problemas de engenharia ou outros problemas passíveis de soluções lógicas. Outra perspectiva interessante é a utilizada pelo conceito UX (user experience), que avalia a interação do usuário com um determinado produto. O conceito, que busca inovação, segue a seguinte lógica, ilustrada na Figura 4.2.
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Figura 4.1 - Sequência lógica de pesquisa
Após essas abordagens sobre um “exercício” que é o trabalho de conclusão de curso, a pergunta que não quer calar é: quais oportunidades podem surgir a partir do TCC? Em tudo que fazemos, podemos nos acomodar em fazer o mínimo e obter o mínimo, ou se esforçar por algo maior e lograr algo maior. Ao perceber que será obrigatório executar a atividade para encerrar o ciclo da graduação a oportunidade já está nas suas mãos. O tipo de TCC que executará pode indicar as possibilidades de obter conhecimentos técnicos, que não aprendera na sala de aula, que podem ser úteis para as ambições profissionais. Ao voltar ao exemplo tratado nesse capítulo, poderá observar como maximizar a atividade. Desenvolver o projeto permitirá detectar as dificuldades de encontrar
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determinadas informações e como filtrar as principais para uso futuro, ou seja, aquelas informações que serão realmente relevantes para aquele tipo de projeto, como também, quais aspectos deverá observar. Na criação do modelo, pode buscar ferramentas que nunca usou para ampliar o portfólio de softwares que possui familiaridade. Quanto maior a quantidade de apps em seu domínio menos ficará refém de uma única ferramenta e de suas limitações. Em caso de pesquisas laboratoriais, terá mais contato com o ambiente da pesquisa experimental. A vantagem da pesquisa experimental, em laboratório ou em campo, é o aumento da capacidade de planejamento. Esse tipo de pesquisa possui dificuldades com equipamentos, insumos, cronogramas, espaço físico, horários de funcionamento, limitações institucionais, entre outras situações que geralmente são inferidas ao estilo experimental. O âmbito da pesquisa, em sua generalidade, capacita naqueles envolvidos uma série de novas perspectivas que auxiliam a mente na obtenção de soluções de maneira cada vez mais ágil. Consegue destacar facilmente todos os elementos envolvidos em um problema, além de aumentar o campo de observação, que detecta fatores internos e externos à problemática. Portanto, o ganho de habilidade profissional é imensurável. Além da evolução no desenvolvimento cognitivo, as pesquisas quando bem elaboradas e executadas produzem artigos que podem ser publicados em congressos, periódicos e livros. A contribuição à comunidade científica, pode render
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ao pesquisador a abertura de portas para ser aceito em programas de pós-graduação, contratação por empresas fabricantes e de pesquisa em inovação; ou até mesmo empresas de serviços. Enfim, crie produtos de qualidade que as oportunidades naturalmente surgirão (seize the day).
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A formação do engenheiro permite que seus conhecimentos possam ser transferidos para outras áreas que envolvam raciocínio lógico e produção, como: sistemas de inovação, comércio, análise de dados, mercado financeiro e a indústria como segmento geral. O problema do engenheiro civil em formação, às vezes, é focar apenas no setor imobiliário residencial. A construção de edifícios é o maior contratante de engenheiros civis por possuir maior volume de obras, além de ser o segmento construtivo com as técnicas mais difundidas em comparação com outros tipos de obra, como as de infraestrutura. Por isso, entendese a concentração nesse setor. O foco em apenas um modelo construtivo restringe o potencial do engenheiro em formação, balizando-se apenas nos materiais e técnicas aplicadas à construção de edifícios. Essa visão equivocada de se direcionar apenas nessa área, foi absorvida por mim quando estava na graduação, porém, foi alertada por um engenheiro-chefe com quem trabalhava. Esse pensamento foi notado, pelo autor, em boa parte daqueles que foram seus alunos, sendo quase um consenso nos da rede particular de ensino. Tal raciocínio é venoso e parece insistir em pairar sobre a mente dos alunos do curso de engenharia civil.
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Para fugir desse pensamento esmagador de horizontes, é necessário se armar com aptidões e capacidades complementares. É importante ampliar o campo de atuação dentro do segmento construtivo, ademais, buscar se especializar em outros processos que não sejam do imobiliário. Quero, especificamente, alertar e apontar outros instrumentos que podem somar às características do engenheiro e potencializar sua habilidade produtiva, além de permitir fuga para outros mercados. Língua estrangeira É algo que muitos já dominam, e outros não percebem que podem posicioná-los em “ôto patamá”, o uso da língua estrangeira. A de maior destaque é o inglês e deve ser, pois, é a língua considerada universal. Independentemente onde esteja, o inglês pode ser a solução para seus problemas. O estudo em línguas para uso em locais ou situações específicas devem ser consideradas apenas para hobby, é o caso de: latim, galego, catalão, tupinambá, etc. Pela lógica da aplicabilidade, os idiomas a serem escolhidos seriam: mandarim, espanhol e inglês, ordem decrescente de mais falados por habitantes nativos. A vantagem do espanhol ou castellano, é que o Brasil está cercado por países cujo o idioma é oficial. O domínio dessas línguas pode facilitar sua vida caso tenha objetivo de seguir a carreira acadêmica, em cursos de mestrado e doutorado. Os cursos de pós-graduação, stricto senso, usam bibliografia de livros, periódicos e congressos renomados, estes, geralmente, são em inglês. Suas produções podem ser encaminhadas para canais in-
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ternacionais, também, em inglês. Se pretende participar de um congresso internacional para apresentar sua pesquisa, esta deverá ser feita em inglês, a menos que o congresso seja no Brasil. O desejo de realizar uma formação no exterior permeia sobre alguns, seja por MBA ou por mestrado/doutorado sanduíche. Esses só são possíveis para aqueles que tem um nível mínimo exigido da língua oficial do país que almeja estudar. Esses planos devem ser traçados previamente, já que algumas provas de proficiência em línguas estrangeiras podem ser muito caras (R$ 600,00 a R$ 2.000,00 reais). Caso o aluno esteja matriculado em algum curso de graduação ou pós, de uma instituição pública, poderá realizar esses testes gratuitamente. De modo autônomo, pode tentar começar ou seguir carreira em outro país. O mínimo que você deve saber é a língua local. Seja o período de passagem definido ou não. No mercado brasileiro há empresas do ramo da construção que atuam também no exterior. A possibilidade da vaga ser sua dependerá do domínio da língua da região que venha a trabalhar. O real está bastante desvalorizado em relação as moedas como dólar e euro. Em caso de estabilização do panorama político-econômico brasileiro, muitos investidores estrangeiros podem achar atrativo aplicar em ativos brasileiros, como também, construir patrimônio em terras tupiniquins. Uma melhor comunicação com esses investidores permitirá maior confiança e redução dos riscos envolvidos nesse serviço colaborativo.
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Mercado e investimentos Saber como exercer sua profissão e trabalhar para obter capital é o básico. O sucesso do seu negócio e a manutenção dos serviços dependerá de como tratará as receitas obtidas, ou seja, ações para manter a saúde financeira pessoal e empresarial. Logicamente, não direi o que deve fazer com seu capital, pois não possuo capacidade para isso, tampouco, sei o que é melhor para seus objetivos financeiros, até porque não os conheço. O intuito é apresentar alguns conceitos de maneira contextualizada para que possa enxergar as interferências do mercado sobre sua vida pessoal e profissional. Se pretende trabalhar para uma empresa, esses conceitos lhe trarão consciência para cuidar do seu patrimônio individual. Caso pretenda atuar como autônomo ou abrir uma empresa, os termos financeiros serão ainda mais importantes, já que são intrínsecos ao ambiente dos produtores e prestadores de serviços. Como dito anteriormente, a indústria da construção é o termômetro da economia. Suas atividades são as primeiras a serem atingidas quando o mercado é aquecido. Essas condições que permitem um melhor cenário para que a indústria gere resultados positivos e crescentes estão envolvidas, basicamente; com a capacidade de captar recursos, produzir e remunerar através da venda dos produtos. Essa é a lógica comercial. Para que essa balança funcione estavelmente é importante que o produtor tenha capacidade de criar e o consumidor tenha condições de pagar pelos produtos.
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Esses medidores econômicos são constantemente mencionados no nosso dia a dia pelos jornais, porém, não é compreendido o que é e para que serve. Alguns termos como taxa SELIC, câmbio do dólar, CDI, investimentos em renda fixa e renda variável, inflação e bolsa de valores são sempre apresentados, mas, geralmente, ignorados. Sendo assim, tentarei tornar esses conceitos mais didáticos de maneira que possa empregar – tenho certeza que sim – na sua vida. Taxa SELIC: é uma taxa de juros. Como aprendeu na escola, os juros são a remuneração àquele que empresta dinheiro. Porém a SELIC é uma taxa BÁSICA de juros, como se fosse um piso a ser cobrado. Definido pelo Banco Central. CDI: é o Certificado de Depósito Interbancário. Tem esse termo porque é a taxa que geralmente é empregada na movimentação entre bancos (sim, bancos emprestam dinheiro uns para os outros). O CDI é também uma taxa de juros, como dito anteriormente, cujo valor é praticamente o mesmo da SELIC. São bem próximos, mas não são iguais. Os juros podem ser aliados ou inimigos, depende da perspectiva. É aliado de quem empresta e inimigo de quem toma emprestado. Então, vamos nos colocar nas duas situações. Supondo que acabou de se formar em engenharia e quer abrir uma construtora. Possui um certo capital, mas não o suficiente. Sendo assim, o próximo passo é pedir emprestado um determinado valor em uma agência financeira. Se a taxa de juros está elevada, você pagará um valor alto de
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juros no fim do empréstimo, o que não é uma coisa boa. No entanto, os juros estando baixos, é possível captar recursos sem tanta dor de cabeça com os juros gerados. A intenção do Banco Central ao reduzir a taxa SELIC é impulsionar a captação de crédito bancário sem onerar o caixa das companhias devido aos juros, ou seja, é basicamente fomentar a recuperação ou ampliação empresarial. Em contrapartida, digamos que o engenheiro abriu sua construtora e começou a trabalhar. Obteve receitas positivas e pagou o empréstimo efetivado. Parte dos lucros, usou para remunerar seu trabalho (uma espécie de salário) e outra parte deixou aplicado em algum investimento bancário, como a poupança (o mais simples para exemplificar). Se a taxa de juros é baixa, a remuneração mensal da poupança vai ser, também, baixa. Os investimentos que mensalmente são remunerados a juros fixos podem ser baseados no CDI (valor nominal semelhante à SELIC), esses investimentos são chamados de renda fixa. A poupança quando a taxa SELIC se encontra abaixo de 8,5% (caso atual) rende anualmente 70% do CDI. Portanto, ao poupar e aderir seu capital em um investimento, este deverá ser remunerado. Quanto maior a taxa de juros melhor. Com isso, o poupador ou investidor espera os juros cada vez mais altos. Mas, você deve se perguntar: “Ah! Se está sendo remunerado é o que importa, tanto faz se é 1% ou 10%”. Não é bem assim! Aparece agora o maior inimigo da história econômica brasileira, a inflação. A inflação é o aumento contínuo e generalizado dos preços do mercado, é o quanto o seu dinheiro perde em poder de compra. A in-
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flação é medida por vários índices, como IPC-A e IGP-M. Ainda há o índice da inflação no custo da construção que é o INCC (Índice Nacional da Construção Civil). O INCC, o orçamentista acompanha, frequentemente, para se manter atualizado dos preços. Acerca da inflação, vamos supor: se o investimento feito tem um retorno de 4% ao ano, ou seja, investiu R$ 1.000,00 em abril de 2019, o valor em abril de 2020 na sua carteira será de R$ 1.040,00 (supondo ausência de impostos). Mas se o IPCA (índice de inflação) é de 4,5% ao ano, estará perdendo o poder de compra, ou seja, o dinheiro perdeu valor. No exemplo de R$ 1.000,00 você estaria teoricamente ganhando R$ 40,00 após um ano, mas na realidade estará perdendo R$ 5,00. Para ser ainda mais claro, em abril de 2020 terá em mãos R$ 1.040,00 (cédulas/papel) com o poder de compra de R$ 995,00 (valor real). A taxa SELIC geralmente acompanha o crescimento da inflação, então, não se emocione quando a taxa básica alcançar 14,25%, como estava em 2015, pode ser que a inflação esteja ainda mais mortal. Procure sempre investimentos que estejam remunerando a uma taxa maior que a inflação, dessa forma vencerá a desvalorização do seu patrimônio e ainda conseguirá capitalizar o seu dinheiro, ganho com o seu trabalho. Há investimentos de renda fixa que contribuem para o aumento potencial do setor imobiliário, são os LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários). Ao investir nesses títulos, terá remuneração fixa por um determinado período, até liquidar o
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investimento. Todo o valor investido deverá ser aplicado, pela agência financeira, no segmento imobiliário. Então, é uma forma de fomentar, indiretamente, a indústria imobiliária. Portanto, procure uma corretora, de preferência que não tenha custo de absolutamente nada, e se informe! O Brasil sempre foi um país com problemas seríssimos de inflação – os que sobreviveram aos anos 80 e 90 são verdadeiros heróis – até a consolidação do Plano Real, que estabilizou a situação. A taxa de juros, por acompanhar a inflação, também foi alta, o que tornou o Brasil no paraíso da renda fixa. Esse efeito afastou muitos investidores de aplicar capital em renda variável, ou seja, na bolsa de valores. Desde 2016 o plano econômico brasileiro é baixar a taxa de juros e controlar inflação, o que fez variar a SELIC de 14,25% para 2,25%. Essa é a menor taxa da história brasileira. Essa ação causou evasão dos investidores do modelo de renda fixa e maior engajamento dos brasileiros na bolsa de valores. A B3, a bolsa brasileira, retratou que 500 mil investidores aplicavam seu capital em 2018 na bolsa de valores; em 2020 passou para 2 milhões de investidores pessoas físicas, reflexo do interesse e da confiança dos brasileiros na renda variável. Tudo isso somado a facilitação para obter informações, por portais online. Os investimentos em renda variável, não garantem que as aplicações sempre subam, ou seja, podem variar para cima ou para baixo (maior risco). Hoje, a bolsa brasileira possui empresas consolidadas que dão segurança ao investidor. Estas são interessantes de avaliar a viabilidade de aplicação de capital. Por isso, mais uma vez, procure
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uma corretora e busque informações. Na bolsa de valores, há um produto de investimento que é muito interessante e que nós, engenheiros, devemos considerá-la: é o FUNDO DE INVESTIMENTOS IMOBILIÁRIOS (FII). Essas empresas de investimentos captam recursos na bolsa para aplicar na construção e manutenção de patrimônios imobiliários. Para exemplificar o funcionamento dos FIIs, tem-se a seguinte situação: uma gestora de fundos vai a bolsa para arrecadar capital, e soma com o capital próprio, para construir 7 edifícios empresariais (2 em Natal, 2 em Fortaleza e 3 em Recife). Após construído, o FII irá locar os espaços construídos para outras empresas utilizarem como espaço de produção ou administração. O valor recebido dos aluguéis é transmitido para os sócios investidores (cotistas) em forma de dividendos mensalmente ou trimestralmente. Os FIIs podem aplicar seus recursos na construção ou aquisição de edifícios residenciais, comerciais, galpões industriais, shopping centers, agências bancárias, etc. Investir nesse tipo de produto permite fazer parte de sistemas estáveis e lucrativos do setor imobiliário, além de estimular a indústria da construção. Por fim, o câmbio do dólar. Algo extremamente complexo, interferido por diversos fatores. Entre os analistas, não há consenso sobre todos os pontos que influenciam a alta ou baixa do dólar. Mas, a desvalorização da moeda brasileira diante da americana não atinge apenas àqueles que querem ir para a Disney. Aliás, esse tipo de discurso é ignorante, elitista e demagogo, então, por favor, não com-
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pre esta ideia (estúpida). As comodities são comercializadas no âmbito internacional em dólar, então: petróleo, soja, carne, frutas, minério, são todos comprados e vendidos em dólar. Enquanto exportador desses produtos, a alta do dólar pode ser positiva, pois o produtor tem custos em reais. Entretanto, para aquele que importa, a alta do dólar impõe aumento no custo de aquisição dos produtos, reflexo de inflação. O Brasil, apesar de produtor e exportador de petróleo é importador de combustível (não sei o que dizer sobre isso, só lamentar). A gasolina e o diesel, combustíveis fósseis importados, são os mais consumidos, já que o modal centralizador do transporte nacional é o rodoviário. O País, também, consome do exterior produtos e equipamentos tecnológicos, que se tornam cada vez mais caros com a desvalorizam da moeda nacional frente ao dólar. Então, empresas e industrias que precisam ter eficiência nos seus processos para conseguir competir no mercado (a partir de aplicação de tecnologia), precisam desembolsar mais reais para comprar tais produtos. Interação e comunicação Ter desenvolvido a capacidade de exercer bem as atividades da profissão pode não ser suficiente para o que possa almejar. Todo trabalho quando bem executado deve ser exposto para atrair a possibilidade de novos trabalhos. Assim, cria-se uma rede de serviços que tornarão perene seu negócio. É imprescindível que busque dominar três capacidades: negociação, liderança e comunicação.
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Há pessoas que detêm essas capacidades naturalmente, pois são bem articulados e conhecem muitas pessoas. Essas características atraem interesse de outros e assim consegue montar sua rede. Outros são mais introspectivos, então, precisam de profissionais para auxiliá-los a realizar esse marketing pessoal. As redes sociais permitem que pessoas fora do seu ciclo cotidiano possam acompanhar seu trabalho. Essa atividade deve ser bem feita, pois caso contrário, pode causar um efeito reverso. Portanto, recomenda-se buscar profissionais de publicidade para auxílio comportamental e divulgação nos canais da web. Seja como autônomo, patrão ou funcionário, sempre deve explorar as atividades bem-sucedidas para atrair confiança daqueles que trabalham ou trabalharão com você. Cursos auxiliares É interessante que busque obter informações que, apesar de externos à profissão, interferem de maneira indireta. O domínio de todos os possíveis aspectos do trabalho desenvolvido mitiga erros e aumenta a eficiência das atividades realizadas. Tanto o SEBRAE como a Fundação Getúlio Vargas (FGV), possuem cursos gratuitos que agregam maior capacidade para desenvolver projetos (não apenas de engenharia). São cursos de 8 a 20 horas, realizados rapidamente e que trazem benefícios, em menor ou maior escala. Isso dependerá do “potencial integralizador” do individual em formação. Potencial integralizador é a capacidade de enxergar rela-
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ção entre duas ou mais áreas que não são similares, mesclar conceitos e determinar soluções inovadoras. Uma reflexão de integração, que usava em sala de aula, é considerar que a granulometria do solo possui influência em TODAS as áreas da engenharia civil: geotecnia, materiais, estruturas, técnicas de construção, planejamento e orçamento, hidrologia e saneamento, instalações. Como não há como explicar por aqui (precisaria de único capítulo sobre o assunto), deixo para o leitor criar essas possibilidades – challenge accepted? –. Acrescenta-se a recomendação de realizar cursos de softwares, que nunca chegue a usar, como Coreldraw, Civil 3D, Orçafascio, Sketchup, etc. Os pontos positivos são: familiarizar-se com as ferramentas, empregá-las quando necessário e incrementar o currículo. Pontos negativos: nenhum. A ferramenta criada para o engenheiro foi, sem sombra de dúvidas, o Excel (Microsoft). Potencial para ser aplicado em diversas situações, mediante controle e gerenciamento (alma da engenharia). Se utilizar a linguagem VBA e dominar a ferramenta por completo, então, o mundo já ficou pequeno para você. Apesar de amplamente conhecida, me surpreende a quantidade de engenheiros que se formam sem saber usar o Excel, em condições básicas. Enxergo isso como um problema funcional seríssimo. De toda forma, enquanto houver fé, haverá esperança. Sempre será possível correr atrás do tempo perdido. Se o leitor não quer gastar seu dinheiro, muito menos seu tempo, com algo que pode nunca usar, então, vamos a uma consideração que deve levar com você. Não existe gasto em
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conhecimento, e sim, investimento em conhecimento. Se não possui recursos financeiros, busque ferramentas que oferecem versões estudantis. Procure cursos online e gratuitos, em plataformas como o Youtube. São cursos superficiais, mas que auxiliam no pontapé inicial e o resto fica por sua conta própria.
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Projeto é práxis: planejar o sonho
Planejar não é somente pensar em algo que será executado, é questionar todas as variáveis envolvidas e como afetarão o desempenho do que foi imaginado. O planejamento só é possível a partir do conhecimento das possibilidades, da compreensão do ambiente imerso e das características inerentes ao projeto. Quando desenvolvido o ato de planejar, a partir de uma consideração simplista, acaba-se perdendo a capacidade de controle e gerenciamento. Esse fato resulta na impossibilidade de alcançar as metas traçadas. Para que o planejamento seja funcional, é importante que no fim de todo brainstorming possa ser produzido um projeto que seja viável. Os projetos têm papel relevante na evolução do ambiente de negócios, aumento da produtividade e melhoria de gestão. Quando aplicado com gerenciamento, é possível, ainda; aumentar a competitividade empresarial, otimizar os recursos e processos, como também, implantar novos modelos.
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Para que possa separar alguns conceitos e que fiquem mais claros, vamos pormenorizar. O planejamento, que deve ser estratégico, compete detectar o propósito da demanda e propor meios para atingir objetivos a partir das indagações: – O que fazer? – Para quem fazer? – Como fazer? – Quando fazer? – Quanto vai custar? – Quanto vai durar? – Quanto irá receber? (supondo fins lucrativos). O projeto será um modelo, de preferência visual, cujas respostas para todas as perguntas estarão impostas de maneira integrada. Ou seja, será o meio que permitirá atingir as metas traçadas no planejamento, atreladas às ações definidas pelos objetivos estratégicos. O termo “projeto” acompanha uma lógica inception que cria a inter e intracomunição de diversos projetos para um único propósito. Para ser ainda mais claro, é como se houvesse um projeto dentro de outro projeto e o último faz parte de outro projeto, que é paralelo a outro, e conecta-se a mais três que estão no escopo de um grande projeto. Acho que piorei tudo, não foi? Tudo bem, vamos exemplificar! Imagine que existe um projeto central chamado Hamburgueria do Gordinho. Para que saia do papel, é necessário algumas definições como: local, estilo de ambientação, recursos financeiros, cardápio, formato de atendimento presencial, formato de atendimento para en-
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tregas, equipamentos para a produção dos hamburguers, método de produção de hamburguers, público-alvo, publicidade e propaganda, formas de pagamento, tempo de processo, dias de funcionamento e outros produtos que podem ser servidos. Todas as definições citadas precisam ser encaradas como pequenos projetos. Estes possuem bases a serem fundamentadas em uma relação de causa e efeito. A determinação do local da hamburgueria, por exemplo, tem que ser tomada a partir de relações como: benefícios a serem obtidos, objetivos que se quer alcançar, que público deseja atender, se o aluguel ou aquisição do espaço físico está dentro do orçamento previsto, quais locais não fazem sentido para a proposta da hamburgueria, etc. Para determinar o método de execução dos hamburguers é preciso levar em consideração o público-alvo, o custo máximo a ser cobrado do produto desejado, o custo de treinamento dos profissionais, aquisição de equipamentos, tempo máximo de produção, etc. Enfim, cada decisão tomada depende dos objetivos que se quer alcançar e quais os recursos disponíveis para a realização desse projeto. É interessante notar, com o exemplo, que o projeto principal é realmente formado por outros subprojetos e alguns desses são conectados. Compreender e avaliar a integração, desses projetos menores, adiciona o controle na execução do principal. O ciclo de vida de um projeto se perpetua na: indicação da necessidade > definição das metas/objetivos > relação de demandas conflitantes de tempo, qualidade, escopo e
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custo > adaptação de planos e especificações > indicação de novas necessidades. O projeto de engenharia segue essa lógica, como também, o projeto de pesquisa. Se compararmos a sequência do TCC, apresentada anteriormente, com o ciclo de vida de projeto será percebida a semelhança. O Guia PMBOK (Project Management Body of Knowledge) considera que o projeto deve seguir ainda mais três processos que é a execução, controle, encerramento. Sendo assim há cinco grupos de atividades integradas: iniciação, planejamento, execução, monitoramento e encerramento. Esse conjunto de atividades integradas compõem o gerenciamento. O gerenciamento de projetos é o controle necessário para que a estratégia traçada seja obedecida e as metas possam ser realizadas. É cada vez mais comum, nas empresas, a existência de um setor interno ou externo que realize o gerenciamento de projetos. O gerente tem o papel de processar o andamento dos projetos e avaliar o desempenho deles. O desempenho deve ser analisado para que se possa medir o sucesso da empreitada. Como já abordado, o projeto é a objetificação do planejamento estratégico. O conceito de estratégia (leu isso na voz do Capitão Nascimento, não foi?) é coordenar meios para conseguir alguma coisa. Michael Porter considera estratégia como a opção por executar de forma distinta dos concorrentes e gerar valor exclusivo. Será a estratégia, o fruto da visão e da missão a ser seguida. A visão é como aquele que sente a necessidade (razão)
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se enxerga no futuro. A partir da visão, cria-se diretrizes chamadas de missão, e assim, é possível montar uma estratégia para alcançar os objetivos. Em outras palavras, o profissional precisa tentar se enxergar no futuro, determinar a missão, traçar seus valores e assim modelar o projeto que o levará à posição imaginada. Essa visualização futura é muito difícil para alguns. Estes, geralmente, tomam as decisões a partir das oportunidades que vão surgindo no caminho. Essa conduta pode ser bem sucedida ou não, contudo, definitivamente, aumenta o risco de insucesso. Para potencializar a “visão além do alcance” é comum buscar as opções disponíveis. Detectar quais são mais adequadas, então, ir filtrando até encontrar um ramo ou segmento que é mais adepto, promovendo mais conforto e crescimento. Ao supor um aluno de engenharia civil, no último ano de curso, alguns caminhos podem ser esboçados. O primeiro é o caminho do mercado de trabalho, no qual há diversas possibilidades e grande diversificação de atuações; o outro caminho é o acadêmico. O trajeto acadêmico é basicamente uma linha reta de eventos sequenciais, que são as formações e títulos: graduação, mestrado, doutorado e pós doutorado. A visão é ser pesquisador e/ou professor universitário. Diante das possibilidades a serem traçadas, serão apresentadas duas metodologias que são independentes, porém, as considero suplementares. A primeira é chamada de BMG (Business Model Generation) e a outra é o PMC (Project Model Canvas).
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O BMG foi recomendado por Alexander Osterwalder e Yves Pigneur. Tem o objetivo de criar um plano de negócios, através de um quadro, chamado Business Model Canvas (BMC). Esse método é o mesmo empregado pela cartilha do SEBRAE, para desenvolvimento do empreendedorismo. Já o PMC, foi desenvolvido José Finocchio Júnior e disponibilizado para empresas e universidades. Finocchio Júnior é defensor do movimento Creative Commons que gera e compartilha conhecimento na web gratuitamente. O intuito da ferramenta é basicamente tornar visual, dinâmico e colaborativo o desenvolvimento de um projeto. Business Model Canvas - BMC Esse quadro permite idealizar o modelo de negócios. Manoel Veras, em seu livro, o considera como um mapa dos principais itens que constituem uma empresa; com apresentação informal, que posiciona os pontos-chave de um plano de negócios. Após reduzir as incertezas e esboçado o plano, será possível realizar o planejamento e execução do negócio. A partir de respostas, acerca de questionamentos simples, é possível modelar e assim posicionar os elementos relevantes. As perguntas são as já mencionadas, contudo, serão destacados os subitens relacionados a cada pergunta que irão compor o canvas.
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Fazer o quê? • Proposta de valor (PV): pacote de produtos e serviços que criam valor ao negócio, destinado a um cliente específico.
Para quem fazer? • Segmento de cliente (SC): designa grupos de pessoas ou organizações que busca atingir e servir. • Canais (CN): descrição de como o negócio se comunicará e alcançará seus clientes para entregar a PV. • Relacionamento com o cliente (RC): descrição dos tipos de relação que o negócio terá com o cliente.
Como fazer? • Recursos principais (RP): definição de quais recursos são relevantes para o funcionamento do negócio. • Atividade-chave (AC): descrição das atividades e processos para o funcionamento do negócio. • Parcerias principais (PP): determinação dos fornecedores e os parceiros, de modo geral, que viabilizam o funcionamento do negócio.
Quanto receber e gastar? • Fontes de receita (R$): geração de receita a partir da relação entre o SG e a PV. • Estrutura de custos (EC): descrição dos custos fixos e variáveis para o funcionamento do negócio.
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Figura 6.1 - Canvas PMC (Fonte: businessmodelgeneration.com)
O canvas (Figura 6.1) segue uma sequência de preenchimento. A imagem enumera os passos que devem ser seguidos para facilitar a conexão de ideias. Sendo o propósito dessa leitura levá-lo a uma reflexão sobre os aspectos do planejamento estratégico no planejamento profissional, será adotado um exemplo de implantação. Nesse caso, um escritório de projetos, de maneira simplificada. É ressaltado que esse modelo (BMC) é específico para negócios. Seus elementos podem tornar-se obsoletos em outras aplicações.
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Exemplo (1) DEFINIÇÃO DO SEGMENTO DE CLIENTE: o escritório deverá ter estrutura para atender a clientes Pessoa Física para fins de obras menores (construção e reforma) e Pessoas Jurídicas com obras imobiliárias de maior porte. (2) PROPOSTA DE VALOR: o escritório irá propor ao cliente o projeto desenvolvido por ferramentas de conceito BIM. Com capacidade de visualização do modelo executado e também acompanhamento em tempo real da execução do projeto. Assim, auxiliando o gerenciamento de custos, como também, nas decisões de possíveis incompatibilidades que possam surgir no decorrer da execução. (3) CANAIS: a comunicação e propaganda da companhia será através de mídias sociais. (4) RELACIONAMENTO COM OS CLIENTES: o cliente terá contato direto com o projetista via: e-mail institucional, telefone e WhatsApp. Resposta imediata, doze horas por dia, seis dias por semana. (5) FONTES DE RECEITA: os proventos virão a partir dos serviços com projetos de engenharia (atividade principal do escritório), consultoria para aquisição de materiais, visitas que excedam as previstas em contrato firmado.
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(6) RECURSOS PRINCIPAIS: essa parte será dividido em três segmentos: a) Estrutura de atendimento ao cliente: espaço físico locado com sala de trabalho, recepção, sala de reuniões, banheiro e copa. b) Estrutura de processos: notebook com processador capaz de rodar software utilizado, aquisição do software, smartphone com capacidade de abertura e leitura de projetos, impressora com capacidade para impressão de folhas até A3, mesa e cadeira. c) Estrutura de translado: veículo quatro rodas para locomoção de pessoal. (7) ATIVIDADES-CHAVE: projetos complementares (estrutural, elétrico, hidrossanitário, combate a incêndio, SPDA e gás); consultoria e acompanhamento para aquisição de materiais. (8) PARCERIAS PRINCIPAIS: Representantes dos desenvolvedores das ferramentas computacionais, empresas de impressão de projetos, outras companhias do segmento, universidades, comerciantes de materiais de construção, locadores de espaços físicos, CREA, MÚTUA e SEBRAE. (9) ESTRUTURA DE CUSTOS: custos iniciais: aquisição de software, máquinas e móveis, anuidade do CREA, anuidade da MÚTUA; custos fixos: custo de aluguel, taxa de internet, taxa de companhia telefônica, impostos, seguro de bens, juros; custos variáveis: combustível, taxa de energia, taxa de água e esgoto.
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Project Model Canvas - PMC O PMC pode ser aplicado para negócios, como o BMC. Porém, tem maior alcance por ter elementos mais abrangentes. Simplifica o plano e o torna mais realista, além de permitir ajustes e calibrações de maneira dinâmica com a colaboração de todos os interessados. Como o PMC é uma ferramenta do gerenciamento de projetos, é considerada pelos gerentes como um método mais intuitivo e que propicia maior capacidade de integrar visualmente os componentes. A ideia é imprimir o canvas em tamanho A1 e utilizar post-its coloridos para permitir unir todas as ideias e fatores preponderantes no projeto em uma única vista. A proposta do professor Finocchio Júnior utiliza esquemas gráficos. Os esquemas assumem que imagens auxiliam a transformar abordagens abstratas em informações explícitas. Essas informações facilitam a comunicação entre os integrantes do projeto. Semelhantemente ao BMC, o PMC é preenchido mediante respostas de simples perguntas. A sequência dos elementos apresentados é a mesma que deve ser seguida pelo gerente, no preenchimento do canvas.
Por quê?
• Justificativa: definir o(s) problema(s) que precisa(m) ser(em) solucionado(s). • Objetivos S-M-A-R-T: metas a alcançar de maneira que sejam específicas (S), mensuráveis (M), alcançáveis (A), realistas (R) e que tenham prazo definido (T). • Benefícios: determinar as melhorias ou o valor agregado.
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- O quê?
• Produto: produto ou serviço a ser entregue ao cliente. • Requisitos: critérios definidos pelo cliente e pelo produto.
- Quem?
• Stakeholders (partes interessadas): interessados externos ao projeto, podem ser pessoas ou organizações. • Fatores externos: ambientações externas que podem afetar o projeto. • Equipe: interessados internos do projeto e que produzem algo em sua respectiva área.
- Como?
• Premissas: suposições assumidas que não estão sob controle do gerenciamento. Eventos que serão considerados reais para que saia como planejado. • Grupo de entregas: subitens de conclusão, que garantem que o projeto foi concluído. • Restrições: limitações impostas a equipe.
- Quando e Quanto?
• Riscos: incertezas que podem atingir as metas. • Linha do tempo: cronograma com etapas e compromissos em datas definidas ou especuladas. • Custos: Estimativa do custo do projeto. Interessante isolar os custos por segmentos do projeto. Após plotagem do canvas é só colocar os post-its com as ideias de maneira bem sucinta e objetiva. O post-it, por não ter muito espaço, tem essa função de reduzir a prolixidade da atividade e tornar a ação mais pragmática. A Figura 6.2 apresenta o canvas do PMC.
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Figura 6.2 - Canvas do PMC (Fonte: pmcanvas.com.br)
Para exercitar esse método e aplicar nas ideias de planejamento profissional, serão simulados dois projetos: 01) se tornar um professor universitário; 02) melhor os processos para o desenvolvimento de projetos de engenharia, em um escritório.
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Exemplo 01 Tornar o gerente do projeto um professor universitário e atuar em pesquisas é o objetivo desse projeto. Outros elementos do quadro mostram que o gerente pretende trabalhar em universidades públicas, uma vez que precisa passar por um concurso público para que possa atuar. À medida que os anos forem passando esse quadro pode ser alterado em consonância com as novas circunstâncias, até que enfim, a meta seja alcançada e o produto entregue. O produto seria um excelente professor trabalhando, em uma universidade pública, de maneira que suas contribuições possam dar valor à instituição. Figura 6.3 – Ilustração do canvas preenchido, exemplo 01
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Exemplo 02 Figura 6.4 – Ilustração do canvas preenchido, exemplo 02
O segundo exemplo é baseado na intenção de um escritório, de projetos de engenharia, melhorar o seu principal produto. Essa melhora seria a partir de aplicação de software com conceito BIM. Para isso, foi necessário: todo o treinamento da equipe, conscientização dos envolvidos e aquisição da ferramenta. Todas essas variáveis embasadas nos recursos financeiros e no tempo estipulado.
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Conclusão do capítulo Com as ferramentas de planejamento e gerência de projetos em mãos, cabe ao leitor preparar o terreno para que estas funcionem. Então, dentro de todo esse contexto, o primeiro passo é definir a forma de atuação profissional: engenheiro de canteiro de obras, projetista, consultor, pesquisador, avalista, perito, etc. A primeira etapa depende da visão que tem sobre si mesmo. Definido como irá atuar, o próximo passo é se encaixar em uma das grandes áreas da engenharia ou um conjunto desses conhecimentos. É recomendável que se destine em um único campo. Cada campo de conhecimento tem um vasto conteúdo a ser descoberto e é necessário tempo, engajamento e experiência para que haja o domínio. Em caso de não se dedicar a uma área de conhecimento, fica mais difícil traçar metas. Em vez de se tornar um especialista em uma área, poderá tornar-se um técnico de várias. Tomadas essas decisões (que podem ser alteradas pelo caminho, sem problemas) agora é hora de montar um planejamento estratégico e desenhar um projeto de profissão. Se possível empregar os dois métodos, BMG e PMC, em paralelo. Sempre importante lembrar da contínua busca pelo conhecimento. A graduação é a ponta do iceberg, ainda há muito para aprender. Nesse caso, é de suma importância que busque cursos de mestrado stricto ou lato senso, cursos de especialização, MBA, cursos complementares, etc. Além de participar de congressos e eventos regionais, com a constante interação com os outros profissionais, mantendo-se sempre atualizado.
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Não é coaching, é engenharia Esse livro, como já foi dito, nasce de uma percepção. A visão de quem está na universidade e como a sociedade brasileira enxerga esse ambiente. A sensação passada é que as pessoas vão às instituições de ensino superior em busca de um diploma que podem assegurá-las um emprego. Cada título conclamado define o que deverá ser feito pelo resto da vida e se não exercer tal profissão, foi tempo perdido e o destino o guiará para uma eterna frustração. Não compactuo com esse pensamento, como também, acho retrógrado por enclausurar e restringir as mentes de serem inovadoras. Ao adotar essa ideia, durante sua formação, estará se tornando uma mera ferramenta. E o pior de tudo, uma ferramenta de uso específico, não aquelas ferramentas universais que fazem tudo. Ao aumentar o campo de percepção, notará que os conteúdos ministrados e o conhecimento obtido lhe darão os instrumentos para usá-los como bem entende. Com o domínio desses mecanismos poderá criar, integrar, inovar, remodelar e fugir da estagnação. A vida, em sociedade globalizada, é um dinamismo frenético e todos os anos nascem e morrem profissões.
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Claro, podem existir algumas formações que são específicas demais e não faz sentido o que lhe digo. Tudo bem, somente me formei em engenharia e não possuo bacharelado em todos os cursos ofertados no Brasil para ter autoridade sobre isso. Porém, me formei em engenharia, me especializei em engenharia e a pratiquei. Por isso, cada vez me convenço mais que a engenharia possui essa característica ampla de poder atuar em diversas áreas, que possuem propriedades intrínsecas semelhantes as dela. Se nunca percebeu que os instrumentos de trabalho da engenharia lhe permitem atrever-se em outros âmbitos é porque está apenas habilitado, mas não capacitado para ser engenheiro. Como assim? Quer dizer que terá ou tem uma carteira de profissional do CREA, então, estará habilitado para exercer a profissão de acordo com a lei. Entretanto, não possui a capacidade de realizar as atividades da melhor forma. Para ser engenheiro, é necessário a percepção de diversas perspectivas para propor possíveis soluções que fujam do convencional arcaico. Aqueles que usam sempre a mesma proposta de resolução para problemas distintos, sem avaliar as particularidades de cada situação, é nada mais que uma máquina de xerox. Para trabalhar como engenheiro, hoje, basta pagar a mensalidade da universidade e depois pagar a anuidade do conselho (como tudo no Brasil, basta pagar). Cada engenharia é uma ciência única e de característica singular. À medida que novos problemas vão surgindo em demandas industriais, comerciais ou sociais, novas
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engenharias surgem para estudar os casos. Sempre a fim de criar métodos e mecanismos para poder solucioná-los. Lembro-me quando trabalhava na UFERSA e estava na copa tomando um cafezinho com bolacha (tinha o horário de lei). Nesse espaço foram chegando professores da engenharia mecânica, petróleo e química para tomarem o café deles. Conversa vai e conversa vem, de repente um deles (engenheiro de petróleo) começou a falar sobre o que estava pesquisando. Apesar de ser algo bem específico, era nítida a contribuição de cada um para entender e fazer sentido tudo que estava sendo discutido no momento pelo professor. Após todos se despedirem, comecei a refletir sobre como, apesar das particularidades, a engenharia é uma só. Essa relação é mágica. Não sei até que ponto vão meus devaneios, mas tudo que aprendo na engenharia acabo trazendo para minha vida. Uso conceitos e relações básicas em diversas áreas completamente distintas, como a culinária. Sempre dou uma “engenheirada” na hora de cozinhar, às vezes dá certo, outras nem tanto. Trago também para momentos de reflexão, como uma analogia que me peguei pensando. A reflexão foi sobre o palito de picolé. Após chupar um picolé, fiquei brincando com o palito. Notei que dependendo do jeito que o palito estava disposto, em relação às minhas mãos, eu conseguiria quebrá-lo facilmente ou nem quebraria. Eu fiquei pensando: engraçado, é o mesmo palito, exatamente o mesmo material (considerei homogêneo e isotrópico). Mas, dependendo de como a carga é aplicada a resposta é completamente diferente.
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Lógico, tem relação com o momento de inércia e com a posição das fibras da madeira. A matemática, aliada aos conceitos da mecânica dos materiais, me permitiria mensurar toda a situação. Mas, aquele fenômeno me deixou curioso: e se as pessoas fossem como palitos? Quer dizer, se algo cria tensão na pessoa, a resposta que ela dará para esse efeito externo depende, puramente, da perspectiva que é encarada essa tensão. Pode enfrentar esse agente externo numa posição de fragilidade e romper facilmente, ou em posição de suportar e apresentar tenacidade. Saber se posicionar, naquele momento, me pareceu essencial. Figura 7.1 - Ilustração da analogia
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Tenho um carinho e um prazer enorme pela engenharia, mas não lamentaria se chegar em algum momento da vida que não trabalhe com construção, projetos de engenharia ou educação de engenharia. Contudo, uma coisa acredito que seja muito verdadeiro: “gostar do que faz”. A possibilidade de estudar, pensar, executar e viver de algo que o entusiasma é fantástico. De fato, o dia a dia se torna um pouco mais leve e quando as pressões dos problemas o alcançarem não haverá lamentação ou arrependimentos. Li, em um artigo de jornal, a opinião de um jovem sobre sua formação em engenharia civil e o fato de não atuar como tal. Ele comentou o seguinte: “como bom engenheiro civil, sempre me imaginei no meio da obra. E não é que eu não me veja mais assim, mas, analisando a atividade que exerço hoje, consigo perceber como me identifico muito com ela. Além disso, sair da minha área de formação foi bem importante para mim, sabendo que posso atuar no que eu quiser e não estou limitado ao que estudei na graduação”. José Câmara, se formou na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e ainda completou dizendo “como lido com dados e o curso é praticamente inteiro analítico, consigo aproveitar, e muito, o que vi na faculdade. Acabo trabalhando com hipóteses, validações e estatística”.
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Então, aproveite o tempo que está na universidade, absorva e reflita sobre as possibilidades que todo o conhecimento adquirido pode levá-lo. Isso, claro, também vale pra quem já está formado e exerce a profissão, porém, buscando reflexões retroativas. Chris Gardner, a inspiração para o filme estrelado por Will Smith “A procura da felicidade” uma vez disse: time is the ultimate asset. Basicamente, ele quis dizer que o melhor investimento que pode fazer é em tempo, no seu tempo. Aproveite o tempo, se dedique em tudo que faça, use-o com responsabilidade. Outras formas de aproveitar o tempo é se livrando daquelas pessoas que só lhe fazem mal. Um amigo, uma vez, me disse que você é a média das cinco pessoas mais próximas de você. Então, seja seletivo com as pessoas o envolvem, elas podem levá-lo para uma evolução pessoal e profissional, como também, podem derrubá-lo. Pare de responsabilizar terceiros por suas derrotas e erros. É sempre culpa de alguém: governo, vizinho, concorrência, forças do além, guerra na Indonésia, etc. Assuma os erros, reflita sobre eles e busque mecanismos para evitá-los.
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Sempre procure novas informações, novas aptidões, se especializar. Executa a mesma coisa sempre do mesmo jeito? Alguém já está fazendo melhor. Busque saber como, ou melhor, crie um novo método e inove. Nunca deve olhar para si mesmo e achar que já sabe tudo. Quanto mais sabedoria maior vai ser a sensação de que sabe menos e que há um mundo novo pra descobrir. Use o “you know nothing, Jon Snow!”! Nesse caso, você é o Jon. Se, ao fim dessa jornada escrita, o leitor chegou à conclusão de que está no caminho certo, excelente, busque mais. Se não, monte um plano, prepare uma estratégia e ação! O importante é estar sempre melhorando, seja em passos curtos ou largos. Agir conscientemente é determinante, pois, alguns resultados virão com prazos bem longos. Portanto, deve sentir propósito para ter tranquilidade. Como disse Madre Teresa de Calcutá “o que eu faço é uma gota no oceano. Mas sem ela, o oceano seria menor”.
96 Duílio Marçal
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