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Editorial

É

ANÚNCIO OFEG

com muita alegria que lançamos a Edição Especial dos 60 anos de fundação da Orquestra Filarmônica Evangélica Gênesis, a nossa OFEG. Essa publicação histórica traz ilustrações, e registros dos acontecimentos ocorridos nessas seis décadas de existência, nos quais temos servido a obra de Deus, na evangelização, no louvor e na adoração ao Senhor. Os trabalhos que deram origem a Banda de Música da Assembleia de Deus em Natal tiveram início na década de 30, contou com a colaboração de vários irmãos abnegados, e foi oficializada em 1954, pelo então Pr. Nelson Bezerril. A OFEG que é fruto dessa iniciativa tornou-se referência musical na Assembleia de Deus, e tem estimulado outros trabalhos orquestrais no Estado e fora dele formando músicos e regentes. A missão da OFEG tem sido a condução do louvor congregacional e participação efetiva e contínua na liturgia dos cultos, sempre priorizando o nosso hinário, a harpa Cristã. O amor, o companheirismo, amizade, respeito mútuo entre os componentes, tem produzido compromisso e integração entre jovens e adultos, no desenvolvimento musical sacro e cultural, bem como na preparação de jovens para o trabalho musical profissional nas bandas e orquestras regionais, nacionais e internacionais. Havia um desejo de realizar algo escrito que servisse de acervo documental, para as gerações presente e futura. Graças a Deus temos a alegria da concretização, esperamos que todos sejam alcançados com os feitos do Senhor na OFEG. Que Deus nos conceda a bênção de continuarmos servindo com o espírito voluntário de alegria e que outros obreiros possam dar continuidade nas gerações futuras. Deixo registrado a nossa gratidão a Deus por essa realização, ao pastor Martim Alves da Silva - presidente da IEADERN e sua Diretoria, ao Pr Reynaldo Odilo - pastor do Templo Central, pelo apoio dispensado. Podemos afirmar com espírito de gratidão ao nosso Deus, “Grandes coisas fez o Senhor por nós, por isto estamos alegres”. Pr. Daniel Batista.

DEMAD DEPARTAMENTO DE MÚSICA

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60 anos

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Expediente Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Rio Grande do Norte - IEADERN PRESIDENTE: Pr. Martim Alves da Silva 1º VICE-PRESIDENTE: Pr. Edmar Rosa Gomes 2º VICE-PRESIDENTE: Pr. Jonas de Paiva Junior 1º SECRETÁRIO: Pr. Reginaldo Aleixo de Luna 2º SECRETÁRIO: Pr. Joacy Marcos de Castro Varela 1º TESOUREIRO: Pr. Abinoam Praxedes Marques 2º TESOUREIRO: Pr. Marcos de Souza Sobrinho CO PASTOR DO TEMPLO CENTRAL Pr. Reynaldo Odilo ORQUESTRA FILARMÔNICA EVANGÉLICA GÊNESIS REGENTE: Pr. Daniel Batista de Souza REGENTES AUXILIARES: Ana Paula Souza, Willames Costa, Carlos Eduardo e Priscila Souza CONSELHO: Pr. Manoel Messias FINANCEIRO Edinaldo Rocha Júnior e Raul Cunha SECRETÁRIA: Álex Filipe e Hadassa Lima PATRIMÔNIO: Aroldo Santana e Carlos Eduardo. SONORIZAÇÃO: Daniel Geovanne e Fábio Cavalcanti. MONTAGEM E APOIO: Felipe Lima, José Xavier, Francisco Jùnior, José Marques, Carlos Araújo, Jailson Simões e Rodolfo Fontoura. ARQUIVO MUSICAL: Ednaldo Barbosa, Carlos Eduardo e Tales Rodrigues. COMUNICAÇÃO E DOCUMENTÁRIO: Priscila Souza e Raul Cunha COORDENADORA DOS CURSOS DE MÚSICA Eunice Gomes de Souza MARKETING Terceiro Dantas REDAÇÃO COORDENAÇÃO: Pr. Daniel Batista, Eunice Gomes dos Santos de Souza e Dc. Terceiro Dantas EDITOR RESPONSÁVEL Pr. Daniel Batista PROJETO GRÁFICO, ARTE, EDIÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Terceirize Editora - terceirize@terceirize.com PESQUISAS BIBLIOGRÁFICAS: Priscila Souza FOTOGRAFIA: Canindé Soares FOTOS MAKING-OF: Carlos Alberto (PIAUI) REVISÃO: Eudes Freitas IMPRESSÃO: Casa Publicadora das Assembleias de Deus - CPAD TIRAGEM: 6.000 exemplares

xxxxxxxxxxxxxxx Índice Diretoria da IEADERN

7 Diretoria da OFEG

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Orquestra Gênesis: Jubileu de Brilhante

Artigo Pr. Reynaldo Odilo Orquestra Gênesis: Um Brilhante

Histórico OFEG O Movimento Musical da Assembléia de Deus em Natal

8 Artigo Pr. Daniel Batista de Souza Obedecendo o Chamado de Deus

Artigo Terceiro Dantas

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O Marketing como Ferramenta de Evangelização

Artigo Eunice Gomes

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O Ensino e a Aprendizagem de Música na IEDERN

Artigo Priscila Gomes de Souza

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Artigo Wilames Costa

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Artigo Pérsida Gomes de Souza

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O Contexto da Música na Assembléia de Deus em Natal/RN

Louvando ao Senhor com Arte e Júbilo

Os Princípios Cristãos na Prática do Violino Endereços digitais: AD Natal : www.ieadern.org.br Orquestra : www.ofeg.com.br email: secretaria@ieadern.org.br CNPJ 08.332.785/0001-01 Rua Manoel Miranda, 251 – Alecrim CEP 59037-250, Natal/RN Fone: (84) 3311-4605 • fax: (84) 3311-4610 DEMAD fone: (84) 3311-4617

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Artigo Pr. Martim Alves da Silva

Artigo Ana Paula Souza

Naipes da OFEG

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A Performance do Músico Cristão

Depoimento dos Músicos da OFEG

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Lives filled with flavor

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Artigo

Pr. Martim Alves da Silva Presidente da IEADERN e CEMADERN “Exultai, ó justos, no Senhor! Aos retos fica bem louvá-lo. Celebrai o Senhor com harpa, louvai-o com cânticos no saltério de dez cordas. Entoai-lhe novo cântico, tocai com arte e com júbilo”. (Sl. 33.1-3).

ORQUESTRA GÊNESIS

JUBILEU DE BRILHANTE

Diretoria da

IEADERN

“Sentimo-nos honrados e agradecidos a deus, pelos pastores que tem dado a igreja Assembléia de Deus em Natal/RN.”

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o ano em que a OFEG completa 60 anos, agradecemos a Deus pela Diretoria da IEADERN, composta pelos pastores: (da esquerda para a direita) Pr. Abinoam Praxedes Marques, Pr. Edmar Rosa Gomes, Pr. Marcos de Souza

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Sobrinho, Pr. Martim Alves da Silva - presidente, Pr. Joacy Marcos de Castro Varela, Pr. Jonas de Paiva Junior e Pr. Reginaldo Aleixo de Luna. Sentimo-nos honrados e agradecidos a Deus, pelos pastores que tem dado a igreja Assembléia de Deus em Natal/RN.

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música pode ser conceituada como a arte de combinar bem os sons; ou, como a linguagem universal da alma. E como diz o salmista, esta combinação de sons deve ser feita com arte e com habilidade, pois estamos celebrando ao Criador. Nos primeiros capítulos da Bíblia, vemos a música ocupando um lugar importante na sociedade. Os filhos de Lameque foram os iniciadores de três significativos segmentos sociais: os criadores de gado, os artífices e os músicos (“Jubal foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão.” - Gn 4.21). Neste ano de 2014, quando a OFEG (Orquestra Filarmônica Evangélica Gênesis) come-

mora o seu Jubileu de Brilhante (60 anos louvando a Deus), quero destacar a sua importância para a nossa Igreja.

E como diz o salmista, esta combinação de sons deve ser feita com arte e com habilidade, pois estamos celebrando ao Criador.”

A liturgia assembleiana sempre foi caracterizada pela participação de instrumentistas, grupos musicais, conjuntos, bandas e orquestras. Fica difícil imaginar os nossos cultos, principalmente aqueles comemorativos, sem a

participação da Orquestra Gênesis. Até porque a música sempre fez parte do culto a Deus. Neste jubileu de brilhante, agradeço a Deus pela iniciativa do pastor Nelson Bezerril, pela dedicação de todos os músicos que contribuíram com os seus talentos para o crescimento da banda, pela inspiração dada ao pastor Daniel Batista para formar uma Orquestra Filarmônica, a qual tem se apresentado com muita graça e brilhantismo nos eventos promovidos pela IEADERN e, assiduamente no templo central, glorificando e exaltando ao Senhor todos os domingos. Parabéns! Vocês são bênçãos na construção do Reino de Deus neste mundo.

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Artigo

Pr. Reynaldo Odilo Co pastor da Assembléia de Deus - Templo Central / Natal-RN

“Louvai-o com o som de trombeta; louvai-o com o saltério e a harpa. Louvai-o com o adufe e a flauta; louvai-o com instrumento de cordas e com flautas. Louvai-o com os címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes” (Sl. 150:3-5 ARC)

ORQUESTRA GÊNESIS: UM BRILHANTE

D DIRETORIA DA

ORQUESTRA FILARMÔNICA EVANGÉLICA GÊNESIS

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diretoria da OFEG é formada pelos regentes, líderes de naipe, equipe administrativa e coordenadores do projeto Brilhante - 60 anos. João 12:26 - Se alguém me serve, siga-me, (.....) E, se alguém me servir, meu Pai o honrará. Agradecemos a Deus por ter levantado esses abnegados irmãos e irmãs para o trabalho musical da Assembleia de Deus – Natal/RN.

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eus ama o perfeito louvor. Tanto é assim que, no Céu, os seres angelicais cantam continuamente. Na Terra, também, todas as vezes que Deus realizou grandes feitos, houve celebração com música. Isso aconteceu no nascimento de Jesus, em que o louvor foi entoado por milhões de anjos e, igualmente, quando os selos apocalípticos foram abertos pelo Cordeiro... Porque o louvor coloca todas as coisas sob a correta perspectiva da realidade: a divina. Exalta o Criador e diminui a criatura. Enaltece Aquele que é infinito, e põe no lugar certo o finito, corruptível e mortal, o homem. No livro dos Salmos, o hinário oficial dos judeus, as músicas exaltam a Deus singularmente. Só a Ele. Nada de autoestima humana. Nada de desrespeito à doutrina bíblica. Nada de usar o Nome de Deus em vão. Ou de cantar os feitos dos homens. O foco é o Eterno, sempre. O salmista Davi exclamou (Sl 22:3) que o Senhor habitava “entre os louvores de Israel”. O que ele quis dizer com isso? Será que, com tal afirmação, Davi dizia que Deus apreciava os hinos de celebração? Sim, porém “habitar”, nesse

contexto poético e profético, significa que Deus “se sente em casa” quando existe louvor verdadeiro, pois é criado o ambiente necessário para a manifestação da Sua Glória. É estabelecido um Trono para Deus. E, por isso, a Presença e a Graça de Deus podem ser sentidas, nos corações contritos. A atmosfera se torna leve e gloriosa... pois o louvor é uma fonte inesgotável de adoração! No outro texto bíblico em epígrafe, (Sl 150), o Espírito Santo convoca os crentes a celebrarem a Deus com dezenas de tipos de instrumentos musicais. Uma verdadeira orquestra. Surge, então, uma pergunta: por que Deus gosta da multiplicidade de instrumentos? Não se sabe ao certo... Talvez, seja porque isso reproduz, imita, ou, pelo menos, faz lembrar, a majestosa sinfonia da natureza, que louva ao Senhor constantemente, composta pelos “abismos, fogo, saraiva, neve, vapores, ventos tempestuosos, montes e outeiros”, entre as manifestações naturais inanimadas, e “árvores frutíferas, cedros, feras, gados, répteis, aves, reis, povos, príncipes, juízes, rapazes, donzelas, velhos e crianças”, entre os seres vivos (Sl 148:8-12). Natureza inanimada e seres vivos? Não! Para o Cria-

dor, todos eles têm vida e fazem parte de uma harmoniosa sinfonia universal! No tempo de Davi e Salomão, as sinfonias de louvor eram executadas pelos levitas. Homens segundo o coração de Deus supervisionavam tudo. Isso aconteceu no apogeu da monarquia israelense, e também acontece em nossos dias, no Templo Central da IEADERN, com a OFEG. Pela orientação que Deus tem dado ao Pastor Daniel Batista, o maestro, corroborado, indispensavelmente, pela humilde e reverente execução de cada músico, que apresenta sua oferta musical em cheiro suave, para Deus. A celebração do Jubileu de Brilhante da OFEG representa, dessa forma, sobretudo, um tributo ao Senhor Jeová, Criador e Sustentador de todas as coisas, pela longevidade concedida a esse importante Órgão de louvor, que agora entra na terceira idade... e segue adiante, fortemente, “Rumo ao Centenário”! Ao Único Deus, toda a honra, louvor e adoração, pelas seis décadas de serviços prestados pela OFEG ao Reino de Deus. “Porque dEle, e por Ele, e para Ele são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém!” (Romanos 11:36 ARC). OFEG

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Artigo

Artigo

Pr. Daniel Batista de Souza Diretor do DEMAD / Regente da OFEG

“Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o designei profeta às nações.” (Jer. 1:5)

Obedecendo

O CHAMADO de Deus E m 1972, aos 11 anos de idade, comecei a estudar música na igreja Assembléia de Deus, em São Paulo, onde residia com minha família. Toda a minha trajetória musical foi na igreja, louvando e servindo ao Senhor como instrumentista, regente de conjunto de mocidade, de corais, de banda e de orquestra. Mais tarde, senti a necessidade de me aperfeiçoar tecnicamente. Procurei as escolas seculares de música, fiz vários cursos, mas sempre tive a igreja como a minha maior escola, no serviço, louvor e adoração ao Senhor. Em 1986, Deus me concedeu uma benção de emprego na área musical, fui aprovado num concurso federal para compor a Banda de música do Ministério de Aeronáutica, no qual trabalhei por vinte anos, galgando a graduação de primeiro sargento músico. Deus já havia iniciado a execução de Seu plano, que eu, até então, desconhecia. Por várias vezes, em São

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Irmã Jacira Praxedes

Paulo, usando seus servos e servas, o Senhor falava sobre “malas”, “viagem”, “mudança”, “vento soprando para uma determinada direção”, e que “iria fazer uma grande obra através de nós”. Em 1996, inesperadamente, fui transferido para a Base Aérea de Natal. Passados alguns meses de minha apresentação para servir a Deus na AD Templo Central, fui empossado pelo saudoso Pr. João Gomes como diretor

do Departamento de Música da Assembleia de Deus (DEMAD). Em abril de 1997, recebi a Direção da Orquestra Gênesis, advinda do pastor Abinoam Praxedes, o qual me disse que “há 13 anos, orava a Deus para que mandasse um maestro substituto”. No mês de junho de 1997, numa das reuniões de oração e consagração da OFEG, Deus usou a irmã Jacira Praxedes em profecia e disse que “Os projetos que Ele (DEUS) estava colocando em meu coração era para colocá-los em prática, pois não havia muito tempo”, - confesso que não entendi muito bem a questão do tempo, mas começamos trabalhar na orientação do Espírito Santo, depois fomos entender que era devido às festividades dos 90 anos da Assembleia de Deus no Rio Grande do Norte, realizada em 2008, na qual foi formado um coral com 3200 vozes e uma Orquestra com 430 músicos. Este evento musical foi algo jamais visto nos 90 anos de IEADERN, quiçá no Brasil. Deus é fiel.

Porque dEle e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória, pois, a Ele eternamente. Amém.” (Rm.11:36)

Sinto-me honrado por Deus e pela direção da IEADERN (Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Rio Grande do Norte) por tão grande chamado na minha vida, e de minha família, para desenvolver nesses 18 anos um trabalho que tem trazido o crescimento na formação musical sacro- evangélica, onde mais de mil pessoas, entre crianças, jovens e adultos têm se engajado no ministério musical, produzindo música com arte, sem perder a essência do louvor, da adoração e do serviço ao Deus Pai, Filho e Espirito Santo.

A partir do projeto OFEG, o conceito musical na assembleia de Deus no RN, se evoluiu para um formato Orquestral sacro evangélico, da onde surgiram várias orquestras tanto na capital como no interior do estado, dando ênfase ao acompanhamento do canto congregacional dos hinos da harpa. Em todos esses anos, Deus tem feito coisas grandes e maravilhosas aos nossos olhos. Ele tem abençoado qualificativamente e quantitativamente a sua obra. Desde a minha aprovação no concurso publico, Deus estava trabalhando para que, através desse emprego, eu viesse morar em Natal/RN, para, aqui, cumprir com as suas promessas na minha vida, e da minha família, bem como na vida da igreja Assembléia de Deus em Natal/RN. OFEG 11

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Histórico

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O MOVIMENTO MUSICAL DA

ASSEMBLEIA DE DEUS EM NATAL

INÍCIO E CONTEXTO DO MINISTÉRIO DE MÚSICA Por: Priscila Gomes de Souza / Licenciada e Mestranda em Música / Pesquisadora e Historiadora em Música Sacra 12

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Banda de Música da Igreja Evangélica Assembléia de Deus do Templo Central foi resultante de um movimento musical vivido na época em que a igreja em Natal experimentava amplo crescimento e desenvolvimento, na década de 30. Foi nesse período que a Assembleia de Deus em Natal sediou a 1ª Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB), para a qual vieram prestigiar dezoito pastores e missionários, dentre os quais, Lewi Pethrus (Estocolmo/ Suécia), Gunnar Vingren e Daniel Berg. Outros missionários suecos em atuação no Brasil acompanhavam também os principais líderes nacionais nesse grande evento. Decisões marcantes foram deliberadas por ocasião da 1ª CGADB. Uma delas foi a de que os missionários estrangeiros iriam para o Sul e Sudeste do Brasil, e os pastores brasileiros ficariam nas regiões Norte e Nordeste. Aconteceu, ainda, o lançamento do famoso Jornal ‘’Mensageiro da Paz’’ – que até hoje é publicado nacionalmente –, e também, tratou-se, sobre o ministério e o trabalho das mulheres na igreja. Nesse contexto de expansão, em 1935, foi criado o Coral Filemom e um pequeno grupo instrumental que participava na liturgia dos cultos, acompanhando o Coral Filemom. Não muito tempo após, esses dois grupos passaram a atuar separadamente. Em 24 de janeiro de 1938, os irmãos em Cristo Nelson Bezer-

ril (clarinete), Manoel Andrade, Paulo Gonzaga (sax soprano), Saraiva (bombardino) e Afrodísio (clarinete) deram início às atividades da Banda de Música da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Rio Grande do Norte (IEADERN). Por longos períodos, a igreja Assembleia de Deus sofreu atitudes discriminatórias e perseguições, com a criação da Banda de Música, o trabalho de evangelização ganhou um novo reforço, surgiram muitos convites, principalmente para o interior do estado. Segundo relato de Diomedes Jácome, um dos ex-componentes, a cidade de Jundiá/RN foi a primeira a ser visitada pela Banda de Música. “Foi muito marcante para a vida de todos os integrantes e do maestro Nelson Bezerril participarmos do aniversário da congregação. No final daquele culto, devido à intolerância religiosa vivenciada nos idos de 1949,

sofremos um apedrejamento ao sairmos da igreja, quando já nos preparávamos para voltar a Natal”, relembra Diomedes. Um grupo de apenas 15 componentes compunha a Banda de Música em Natal-RN até que, no dia primeiro de agosto de 1954, o Pastor Nelson Bezerril oficializou a Banda de Música da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Natal-RN, com 32 integrantes (todos do sexo masculino), tornando-se, oficialmente, a primeira Banda de Música da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Brasil. Os regentes que sucederam ao pastor Nelson Bezerril foram: Mário Rodrigues de Paiva, Clemenceau Souza Alves Ribeiro, Omar Batista da Silva, Otoniel Sotero, Emanuel Cícero de Lima, Jeremias Pedro de Souza Neto, Raimundo Matias Diniz, Abinoan Praxedes Marques, Pr. Daniel Batista de Souza e Paulo Henrique Albino da Silva. OFEG 13

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Histórico

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A FORMAÇÃO DOS MÚSICOS O primeiro professor de música da igreja foi Nelson Bezerril, que era enfermeiro e nas horas vagas estudava clarinete. Quando assumiu a regência da banda, Nelson Bezerril começou a dar aulas de teoria e solfejo para pessoas da igreja, empregando o método do autor Alex Garaudè. Sobre essa prática declara o ex-maestro Abinoam Praxedes: “Os professores eram sempre os maestros e auxiliares. Usavam o Livro de Solfejo Alex de Garaudé e um pouco de Teoria Musical. Quando havia disponibilidade de um instrumento musical, convocava-se o aluno mais adiantado da turma de teoria. Nem sempre ele começava no instrumento desejado, mas sim naquele que estava disponível.” Segundo relato de Mário Ro-

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drigues, ex-componente e ex-regente, antes de Nelson Bezerril assumir a direção da Banda de Música, músicos não evangélicos eram contratados para tocar na igreja, quando havia alguma festividade. Tal procedimento não lhe agradava, pelo fato de não serem membros da igreja. Devido às dificuldades de se conseguir músicos evangélicos, o pastor Nelson Bezerril, regente-fundador da Banda de Música, teve a iniciativa de ministrar aulas de teoria musical, solfejo e práticas com instrumentos de sopro na igreja, objetivando formar um quadro de músicos para a banda exclusivamente a partir de membros da igreja, bem como, garantir a continuidade dos trabalhos da banda nas atividades da igreja. Muitos desses alunos se profissio-

nalizaram, passando a fazer parte do quadro das bandas e orquestras militares, municipais, estaduais e federais. O aprimoramento musical dos componentes da Banda, nas décadas de 1970 e 1980, teve como seu maior incentivador o trombonista Adoniram Praxedes Marques. Ele trabalhava na Escola de Música da UFRN e repetia duas máximas: “a Escola de Música é o lugar ideal para se progredir na teoria, no solfejo e na prática instrumental” e “Cada músico deve lutar para adquirir seu próprio instrumento’’ – visto que todos os instrumentos, na época, pertenciam à igreja”. No tocante a repertório, a Banda executava, tanto nos cultos quanto nos desfiles, hinos do hinário “Harpa Cristã”, hinos avulsos, marchas e dobrados militares. OFEG 15

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A INSERÇÃO DA MULHER NA BANDA DE MÚSICA O ingresso de mulheres na banda de música da Igreja Assembleia de Deus em Natal-RN se deu por volta de 1974, por sugestão de Jeremias Soares de Oliveira, ex-integrante da banda de música que tocou clarinete desde sua adolescência sob a orientação de Nelson Bezerril.

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Quando em viagem para a cidade de Belém do Pará, ficou bastante impressionado com o expressivo número de mulheres – jovens na sua maioria – que, com muita desenvoltura técnica, compunham a banda que louvara ao Senhor num dos cultos de domingo à noite. A formação da-

quela banda de música lhe causou grande entusiasmo; era algo que ele nunca havia visto em bandas de música nas Igrejas Assembleias de Deus no Brasil, até então. Ao chegar a Natal, sendo-lhe dada oportunidade para fazer um relatório da viagem, diante da igreja, do maestro, dos com-

ponentes da banda e do pastor João Batista, o irmão Jeremias Soares descreveu entusiasticamente como a Banda de Música de Belém era composta, por homens e mulheres. Seu discurso incentivou a ideia da inclusão das mulheres na Banda de Natal, o que foi imediatamente aceito pelo pastor, pelos membros da igreja e, sobretudo, pelos integrantes da Banda. Segundo depoimento do Pr

Abinoam Praxedes, no ano de 1974, o pastor Nelson Bezerril vendeu um terreno no bairro de Tirol, em Natal, e com os recursos construiu o Salão da Banda de Música no Templo Central da IEADERN e comprou cinco clarinetes para atender a demanda da chegada das jovens que fariam parte da Banda a partir de então. Daí em diante, muitas mulheres se dispuseram a entrar na Escola de Música. No final do ano, no dia 25 de dezembro de 1974, foi inaugurada a Banda de Música mista da Igreja Evangélica Assembleia de Deus de Natal-RN. Entre as mulheres pioneiras na Banda de Música estavam as clarinetistas Neide, Davina, Euzamar, Gorete, Denise; a flautista Beta; as Saxofonistas Eloyse Nara e Eliane; e a percursionista Otonilma Sotero. Posteriormente ingressaram na Banda de Música a flautista Socorro Luna e as clarinetistas Anunciada e Margareth. Davina e Euzamar fazem parte até hoje na atual formação. A Banda do Templo Central, como era também conhecida, participava dos cultos dominicais, festas especiais como a do Dia da Bíblia, inauguração de novos templos na capital e no interior, batismos, e de desfiles pelas ruas de Natal e interior, atraindo grandes multidões, que se aglomeravam

nas praças públicas para ouvir a pregação do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Antes do culto, a Banda de Música executava um prelúdio. No culto, tocavam-se hinos congregacionais do hinário “Harpa Cristã”; no ofertório e após o culto, ouvia-se um dobrado puramente militar – que depois passou a ser tocados somente nos desfiles. O ex-maestro Abinoam Praxedes relembra: ”Em Natal, desfilávamos no Dia da Bíblia, em ocasiões especiais, e tocávamos em praça pública nas grandes concentrações evangélicas, tanto de nossa denominação como de outras que nos convidavam”. ”Se íamos ao interior do estado, passávamos o dia em atividade: começávamos tocando uma alvorada, um desfile, às cinco horas da manhã, para acordar a cidade e anunciar o dia de festa na Igreja”. [...] ”Nós tocávamos quase que somente hinos avulsos da época”. “Muitas vezes, nos eventos no interior do estado, tínhamos que fazer desfiles improvisados: eu mesmo – apesar de estar na função de maestro – era o único que tinha ‘coragem’ de tocar a tuba, pois os jovens não gostavam da estética do instrumento nem do seu peso, principalmente em desfiles longos.” OFEG 17

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A ORQUESTRA GÊNESIS, TRANSIÇÃO DA BANDA PARA ORQUESTRA Na década de 80, com o advento das novas tecnologias de produção musical (teclados, baterias e instrumentos eletrônicas) houve uma mudança no comportamento musical da igreja, como bem apontou Souza (2002) em sua pesquisa sobre música evangélica. Nesse sentido, com o tempo, conforme descreve Abinoam Praxedes, ex-componente (19651980) e ex-regente (1972-1973 e 1980-1997), a estrutura instru-

mental da banda de música, o repertório e o próprio ato de desfilar acabaram ficando menos atraentes para os jovens. Na década de 1980, proliferaram-se as bandas/conjuntos, com a formação instrumental de apelo eletrônico – guitarra, baixo, bateria e teclado. Para atrair jovens músicos, foram introduzidos no repertório muitos hinos avulsos (extra hinário oficial, a Harpa Cristã) em estilos que tinham

maior aproximação com o gosto musical dos jovens da época. Em meio a esse contexto musical, novos instrumentos chegaram à igreja a bateria, o contrabaixo elétrico, o teclado (sintetizador) e a guitarra. A partir de então, mais especificamente, na segunda metade da década de 1980, a Banda de Música começa a passar por significativas mudanças. Sobre esse momento de transição, o Pr. Abinoam Praxedes declara o seguinte:

No processo de modernização da Orquestra, surgiu – isto com meu total apoio, assumindo todos os ‘riscos’ – uma formação denominada Grupo “Arca”, regido por um militar recém-chegado Sargento da Marinha do Brasil, irmão Samuel, que tinha como contramestre o trompetista Gilson Duarte, da Igreja Central. Este grupo tinha um ousado e moderno repertório evangélico, trazendo hinos com ritmos não muito aceitos no nosso meio, tais como bossa nova e samba. Foi duro para os irmãos antigos ouvirem o hino 39 [da Harpa Cristã], muito cantado na Santa Ceia do Senhor, em ritmo de samba. Os músicos gostavam muito do novo estilo, e eu – na ‘visão de segurá-los na igreja’ – era quem ‘pagava o pato’, tendo que dar explicações aos amados irmãos da igreja e ao ministério.”

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O grupo Arca, era composto por músicos de diversas denominações evangélicas, o que resultou em um congraçamento com outras igrejas coirmãs no louvor ao Senhor. Paralelo ao desenvolvimento da Banda de Música da Central, o grupo Arca realizou um belíssimo trabalho de Evangelização nos shoppings da cidade e em outros eventos fechados, com um número menor de componentes, tinha mais mobilidade nos deslocamentos. Os arranjos musicais eram voltados à har-

monização do jazz. Com a criação do grupo Arca, com inserção de instrumentos eletrônicos –, a Banda da Igreja Central começou a cogitar a mudança de nome, pois o estilo musical e repertório já se distanciavam bastante daquele referente à formação de Banda de Música tradicional, das marchas e dobrados. De forma democrática, por maioria dos votos, o nome da Banda foi modificado, através de concurso entre seus componentes, passando a ser deno-

minada “Orquestra Gênesis”. O novo nome remetia à ideia de princípio, ao nascimento de um novo estilo musical. Isso ecoou, sem dúvida, nas outras congregações de Natal. É nesse contexto de ruptura de padrões estéticos e de comportamento até então inaceitáveis no meio evangélico, que se dá o surgimento da Orquestra Gênesis, forjada na tradição musical da Banda de Música e pontuada pela modernidade, ao adotar diferentes estilos musicais e novos instrumentos.

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OFEG: ATUAÇÃO, PERFIL E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS A OFEG tem por objetivo principal a participação na liturgia dos cultos, com repertório próprio (hoje arranjado por seus próprios componentes), acompanhando também os cânticos congregacionais, corais, cantores e demais grupos. No ano de 2002, a OFEG realizou o seu primeiro registro fonográfico, gravado no auditório Onofre Lopes da Escola de Música da UFRN. A OFEG desenvolve essencialmente atividades musicais litúrgicas do santo culto a Deus

ORQUESTRA FILARMÔNICA EVANGÉLICA GÊNESIS (OFEG): A INCLUSÃO DE INSTRUMENTOS DE CORDAS A mudança do estilo e da formação instrumental da Orquestra Gênesis para Orquestra Filarmônica Evangélica Gênesis (OFEG) começou quando em abril de 1997, o pastor Daniel Batista de Souza, recém-chegado de São Paulo-SP (1996), assumiu a direção da Orquestra Gênesis. A Orquestra Gênesis era composta por instrumentos de metais (saxofones, trompetes, trombones), madeiras, guitarra, baixo elétrico e bateria, não possuíam instrumentos de cordas, característicos de uma orquestra filarmônica (violino, viola, violoncelo e contrabaixo). Com o apoio da liderança da Igreja, foi reestruturado o Departamento de Música (DEMAD) e

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reativado os cursos de música no Templo Central da IEADERN, com uma equipe de professores componentes da própria Orquestra. Fazendo parte desse projeto, foi implantado o ensino de instrumentos de cordas, especificamente, para compor uma orquestra filarmônica. No ano de 1997, foram iniciadas as primeiras turmas de práticas de instrumentos de cordas, madeiras, metais, flauta doce, canto, teclado, violão e teoria musical módulo l e ll. Em 1999 começaram os primeiros ensaios com os instrumentos de cordas. Eram oito violinos, duas violas, dois violoncelos que, uma vez por mês, ajuntavam-se à formação da orquestra já existente.

Considere-se ainda nesse contexto de mudanças, que, mais uma vez, encontraram-se resistências às novas propostas sonoras. Num meio onde a tradição se perpetua, as mudanças não são vistas com bons olhos, uma vez que se trata de modificações na formação instrumental e no repertório. Em março de 2000, foi efetivada a nova formação instrumental com o nome de Orquestra Filarmônica Evangélica Gênesis (OFEG). Num período de quatorze anos (2000-2014), o número de componentes da OFEG, passou de 28 para 123, tendo 90% dos componentes iniciados seus estudos na Escola de Música da própria igreja.

e participa de trabalhos evangelísticos em locais públicos e de eventos especiais que ocorrem em nossas igrejas. Além disso, a Orquestra tem sido convidada para cultuar em outras igrejas evangélicas, servindo de incentivo para a formação de novos conjuntos orquestrais. Esses convites não se restringem às igrejas de Natal, também tem abrangido diversas cidades do interior do estado do Rio Grande do Norte e até de outros estados. A OFEG é composta de músicos membros da Assembleia de

Deus, de diversas faixas etárias e ocupações. Alguns músicos se profissionalizaram e hoje integram as bandas militares do nosso país e alguns fazem parte da Orquestra Sinfônica do estado do Rio Grande do Norte. Atualmente a OFEG é composta dos seguintes naipes: cordas (violino, viola, violoncelo e baixo acústico), madeiras (flauta, clarinete e fagote), saxofones (soprano, alto, tenor e barítono), metais (trompa, trompete e trombone) e base (bateria, tímpano, baixo elétrico, teclados e violões.

2002

2000 2001

2003 2005

2006

2004 2007 2008

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2014 2013 OFEG 21

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Naipe 1º Violino

NAIPES DA OFEG

Álex Filipe Câmara Batista Ana Paula Souza Andrezza Floriano dos Santos Burnier Sales de Souza Cristiane Araújo Demetryos R. Ananias Dyana Paula Medeiros Felipe Lima de Souza Gleidiane Freire Praxedes Hugo M. S. do Nascimento Lucilene Ferreira da Silva Maria de Fátima Costa Neiryane Maciel da Cruz Priscilla C. O. de Souza Firmino Rafhael Freitas de Abreu Raquel Souza da Silva Rebeca Dalila Lintro de Araújo OFEG 23

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Naipe 2º Violino

Alícia Gabrille Ana Louise Fernandes Carlos Alberto David Edson C. de Souza Silva Elaine Barbosa Paiva Fábio Cavalcante Bezerril Hadassa Lima de Paula Jefferson Lima Nascimento Lívia Paula Matheus Augusto Monick Castro Silva Nívea Maria de Oliveira Souza Noemy Ventura de Oliveira Pérsida Gomes de Souza Rocha Raquel Guimarães de Souza Rayssa Gabrielly Bento de Souza Tullyanna Gonçalves da Silva

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Naipe Viola

Fábia Freire / Jessica Caroline / Lucilene Santana / Magna Érika dos Santos / Sulamita Delfino / Yohanna Alves OFEG 25

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Naipe Cello

Naipe Baixo Acústico

Edjany Clesia da Silva Fábio Marques Gilberto Thiago Helaine Cristina Jemima de Moura Priscila Souza Thalles Rodrigues

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Hugo Nascimento da Silva / Manuella Praxedes Gomes / Samá Susã Peres Basílio / Wellington Medeiros de A. Vaz OFEG 27

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Naipe Flauta

Adams Sebastian M. da Fonseca / Camila Duarte de Souza / Edenilson Hermogenio de S. Junior / Eunice dos Santos Silva / Eunice Gomes dos Santos de Souza / Jonathas de Moura Carvalho Feitosa / Missiane de Araújo Romão Lima / Nathay Marques / Rebeca Luiza da Costa Guimarães / Sara Gomes da Silva

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Naipe Clarinete

Acácia Henrique / Carlos Eduardo Silva Lima / Daniel Martins da Silva / Davina Augusto / Isaias Silva de Oliveira Alves / Luana Gabrilela / Obadias dos Santos Silva / Antonio Ventura / Samuel Antão do N. Rodrigues / Sara de Lima Costa OFEG 29

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Naipe Saxofone

Naipes Trompa e Trompete

Aline Lopes da Cruz Daniel Luiz de Andrade Santos Danyel Arruda da Silva Souza Davi Leonardo M. do Nascimento Francisco Wagner Israel Duaylibi Espinheira de Araújo Jallyson Felipe Lopes da Silva João Eduardo Cavalcante Fernandes Joshua Gabriel Marcos Tulio de Medeiros Tinê Mateus Henrique de Azevedo Richardson Augusto Rodolfo Guedes Fontoura

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Thomas Nogueira Figueredo

Deusimar Felipe / Eliab Antonio / Guilherme Freire Pedrosa / Dieno Sales Macedo / Ednaldo Barbosa da Silva /

Wangles Roosevelt de A Barros

Ênio Silva dos Santos / Everson Costa Cavalcante / José Marques dos Santos OFEG 31

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Naipes Trombone e Tuba

Naipes Teclado, Percussão e Violão

Teclado e Baixo Elétrico David Harlyson Eloisa Fernandes Mykeel Anderson Soares Willames Costa Percussão Cleiton José Germano Jônatas dos Santos Alves Sydney Xavier

Aroldo Santana / Carlos Araujo de Jesus / Fabio Lopes dos Santos / Jailson Japiassu Simões / Júlio César Almeida Cabral / Manoel Messias Marques / Oziel Macedo de Paula / Raabe Rezin Oliveira Diniz / Weden Rezim Oliveira Diniz

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Violão Rafael Nonato Moreira Raul Paulinelli Talyta de Carvalho OFEG 33

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O QUE É MARKETING RELIGIOSO?

Terceiro Dantas Bacharel em Direito (UnP) / Professor substituto do Curso de Propaganda da UNP/ Conferencista secular / Publicitário / Radialista / Apresentador / Escritor “Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo. (Hb. 2:2)

O MARKETING COMO

FERRAMENTA DE EVANGELIZAÇÃO

O

convite do pastor Daniel Batista, ministro do louvor da AD Templo Central, em Natal, devidamente referendado pelo nosso pastor Martim Alves, presidente da AD e também da Convenção Estadual de Ministros - CEMADERN foi para mim uma convocação que não pude prescindir do seu cumprimento de forma alguma, para coordenar as ações de marketing no projeto Brilhante dos 60 anos de fundação da nossa Orquestra Filarmônica Gênesis, o que aceitamos com muito gosto e responsabilidade. Depois de orações contínuas e de reuniões com toda a comissão organizadora do Jubileu, chegou-se à conclusão de que a visão das comemorações deve focar a motivação de serviço ao evangelho, e que a mesma possa ir muito mais além do que executar uma partitura e louvar ao SENHOR, mas que esse louvor torne se público e atinja o objetivo primordial da igreja de realizar a vontade expressa de Jesus que é a evangelização do mundo. Para tanto, uma série de atividades

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foram prevista pela comissão organizadora e aprovadas pela Diretoria de nossa igreja, dentre as quais, a gravação de novo CD e do primeiro DVD, a realização de concertos especiais na igreja e fora dela – em locais que gerem e deem visibilidade ao evangelho, a instituição e o trabalho desenvolvido pela orquestra, em todas as suas áreas de atuação, das quais a atividade essencial que é o ensino e, por conseguinte, a evangelização, conforme (Mt 28.19). Nesse sentido, o mundo contemporâneo, é imediatista, e a igreja precisa e deve utilizar os meios de comunicação e o conjunto da mídia que forma a opinião pública, utilizando primeiro a sabedoria e autoridade contidas na palavra de Deus, que é o nosso Manual de fé e prática, depois as técnicas de comunicação visando o alcance do objetivo primordial que é alcançar para Cristo, com a boa música evangélica sacra, os não alcançados. Esdras Bentho, articulista e escritor da nossa CPAD, cita em um de seus artigos no Jornal Mensageiro da Paz, o pensamento do escritor ale-

mão Jürgen Moltmann, patrono da teologia da esperança e da teologia da cruz, que nos alerta com relação à função kerigmática da igreja de nosso Senhor e salvado e Jesus Cristo: “A igreja, assim compreendida, é a expressão do reino de Deus somente quando assume sua função querigmática para o mundo, anunciando, sobretudo, a esperança confirmada pela ressurreição de Jesus, o Cristo”. “A promissio do reino fundamenta a missio do amor no mundo”, afirma”. Deste modo, o mundo se torna o espaço sagrado da igreja, e a Teologia um ato missionário. Se o chamamento do Evangelho se faz “em público”, afirma Moltmann, a igreja também deve apresentar “em público a sua esperança no futuro do homem”, finaliza Esdras, no que eu completo de que essa esperança é Cristo e ponto final. Portanto, mais do que nunca, as ações de marketing do Jubileu de Brilhante da OFEG, em Natal não vão somente adorar ao SENHOR, mas fazer o que ele nos mandou, “ir e pregar o evangelho a toda criatura” (Mc 15.16).

O QUE É MARKETING? É todo esforço destinado a obter, e manter clientes ou pessoas. (Theodore Levitt)

ALGUMAS FERRAMENTAS DO MARKETING -Propaganda É toda e qualquer forma paga de apresentação não pessoal de ideias, produtos ou serviços através de uma identificação explicita do patrocinador.

-Publicidade São estímulos não pessoais para criar a demanda de um produto ou unidade de negócio através de meios de comunicação como rádio, televisão, e outros veículos, teoricamente com matérias não pagas pelo patrocinador. Também se refere às ações de governos em todas as suas áreas.

-Merchandising Compreende um conjunto de operações táticas efetuadas no ponto de venda, para se colocar no mercado

produto ou serviço certo, na quantidade certa, no preço certo, no tempo certo, com impacto visual adequado e exposição correta. Envolve a embalagem, displays, técnicas de preços e ofertas especiais. Pode ser executada sem o auxilio do operador, por promotores ou demonstradores, ou ainda, por uma ação conjugada desses no ponto de venda, na televisão, cinema, etc. É basicamente cenário.

-Promoção de vendas É qualquer atividade que objetiva incrementar as vendas, do tipo não pessoal, mas que frequentemente inclui propaganda.

-Marketing Direto É a ferramenta de marketing que envolve a ação direta com o consumidor, suas ações principais são Mala Direta e o TELEMARKETING.

-Marketing Direto “É um sistema INTERATIVO DE MARKETING QUE UTILIZA uma ou mais mídias para produzir uma TRANSAÇÃO ou RESPOSTAS IMEDIATAS, MENSURÁVEIS e PREVISÍVEIS, em QUALQUER LOCAL”.

Os especialistas afirmam que o “marketing religioso” significa 80% de teologia e doutrina e 20% de retórica. Por mais que os apóstolos e os defensores das cruzadas fossem dominantes, a Igreja romana só se sustentou pelos 80% de conteúdo que foram, inicialmente, condensados no Novo Testamento. Assim como quem faz o marketing jornalístico é o jornalista, o marketing religioso não foi criado ou executado por leigos, ainda que especialistas em comunicação e negócios. A “cosmética” representa apenas alterações de curto prazo, que o tempo se encarrega de varrer. As alterações “em essência” são a base firme das instituições “feitas para durar”, como é o caso da igreja que se sustenta na autoridade e direção do Espírito de Deus. E não devemos esquecer de que ao longo da história, as igrejas têm muito mais a ensinar do que aprender com as empresas modernas. E o renomado publicitário Alex Periscinoto chega a afirmar que todos os conceitos de marketing foram criados pela Igreja. Só acrescentamos, como ressalva, as categorias criadas pelo Exército, instituição tão antiga quanto a religião. Ambos representam as duas primeiras formas de organização social, seja com objetivo de dominar, pela força, a natureza e outros grupos humanos sejam para entender e cultuar o sagrado e estabelecer a comunhão entre os homens. OFEG 35

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A criação da imprensa

Das atividades previstas

Essa ligação íntima da igreja com os meios de comunicação foi, sobremaneira, fortalecida com o surgimento da tipografia criada por Gutemberg (1454) que imprimiu, como primeira obra vultosa, a Bíblia Sagrada (Manguel, 1996). Em toda Europa, os sermões e as teses de Lutero circulavam como folhetos impressos. Até mesmo o surgimento dos jornais, e mais tarde das revistas, não alterou o grande interesse das igrejas nestas formas de comunicação.

Gravação do novo CD e do 1º DVD já realizados, e lançamento simultâneos em outubro próximo, com um POKET CONCERTO em shoppig center; - Concertos no Templo Central com a participação de Vitorino Silva, e em local público – OFEG STREET (setembro no Calçadão da Rua João Pessoa e Pç Gentil Fer-

O marketing do Jubileu de Brilhante da OFEG A comunicação do evangelho através da música e das artes Encontramos já na igreja cristã primitiva, outras formas de comunicação notável, como por exemplo, a comunicação pela música, que se configurou como um poderoso instrumento de anúncio da mensagem cristã. Os cânticos cristãos nascidos nos primeiros séculos atestam isso, registrados durante a perseguição governamental ao cristianismo nas famosas catacumbas dos primeiros cristãos, em Roma. Mais tarde, o canto gregoriano surgiu, e com ele, o ponto de partida para qualquer inovação musical. Como exemplo, temos as composições de Bach, a “Paixão de Cristo”, que nasceu do espírito da Reforma Protestante, nos séculos seguintes, acrescentando uma nova dimensão deste contínuo esforço cristão de comunicação (Ichter, 1980). Nas artes plásticas, de igual forma, podemos ver que as igre-

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jas encontraram um canal de comunicação que foi extremamente otimizado, através da pintura, das obras de arte, esculturas e a própria arquitetura dos templos, podiam instruir um povo geralmente não letrado. Não podemos entender séculos inteiros de arte, sem perceber a disposição palpável dos cristãos em comunicar a sua mensagem a todo mundo através das artes (Brose, 1980). O teatro também foi um impressionante comunicador popular, principalmente na época medieval, por alguns bispos de igrejas na Ásia Menor e Maior, sendo capaz de atingir grande parte da população de regiões inteiras. Nas praças multidões assistiam o desenrolar da encenação da história divina, desde a criação, a vida e a morte e paixão de Cristo até a dramatização do final dos tempos.

As ações de marketing planejadas e desenvolvidas para comemorarem os sessenta anos de fundação da Orquestra Filarmônica Gênesis se baseiam, como já citamos, no IDE, o mandamento de Jesus Cristo conforme Evangelho de Marcos, capítulo 16 e versículo 15: “Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura”. E, ainda em três princípios de Shawchuck et alii (1992, p.211) que balizam o caminho para alcançarmos esses objetivos, centrados em três princípios fundamentais do cristianismo: 1. Simplicidade – quanto mais simples mais fácil para os membros participarem (menos resistência). 2. Naturalidade – o planejamento deve levar em conta a cultura, usos e costumes e experiências anteriores e contemporâneas, e as habilidades das pessoas – que é a especificidade da igreja. 3. Participação – as pessoas tendem a apoiar aquilo que ajudaram a criar ou vivenciam e aprovam. Portanto, quanto maior participação, melhor para a unidade da igreja.

reira), OFEG SHOPPING (outubro) alcançando com literatura os shoppings centers da cidade, um a cada sábado, ao final dessas ações sempre com um POKET CONCERTO, com estrutura de som e palco, sinalizados com programação visual do Jubileu de Brilhante, e por fim, o jantar de confraternização.

Veículos e mídias que serão utilizados -Mídia Impressa: matéria histórica de pagina ilustrada com fotos novas, no Jornal Mensageiro da Paz, editado pela CPAD, e Jornal Vida Abundante local, além de releases para a imprensa local sobre principais eventos comemorativos; exibição de outdoor, prevista para Grande Natal;

-Mídia Eletrônica: Vt promocional de 30”, para exibição em televisão; Spot promocional para Rádio Am 900 e Fm 102.1, e 97.9 FM, e outras emissoras seculares.

-Mídia Digital: web, com o novo site da OFEG. O que desejamos é que Jubileu de Brilhante da Orquestra Evangélica Gênesis em Natal possa através de a boa música evangélica sacra adorar ao nosso Deus, mas cumprir com a sua vontade para a sua igreja nos dias atuais, alcançando os que ainda não conhecem a Jesus como o messias de Deus que veio salvar o que se havia perdido. OFEG 37

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Eunice Gomes dos Santos de Souza Coordenadora pedagógica dos Cursos de Música do Departamento de Música da Assembleia de Deus (DEMAD) / Pedagoga / Flautista “Louvar-te-ei com retidão de coração quando tiver aprendido os teus justos juízos.” (Sl. 119:7)

O ENSINO E APRENDIZAGEM DE

C

MÚSICA NA IEADERN

omo coordenadora dos cursos de música do DEMAD/Templo Central, trabalhamos com o objetivo de promover um forte elo entre professor, aluno, família e igreja. Além da técnica necessária para dar suporte pedagógico ao professor no cronograma das aulas e programação dos conteúdos, também é necessário revestimento espiritual para lidar com superação de obstáculos e com a socialização dos alunos, desde a matrícula no curso de música até o ingresso na orquestra principal (OFEG). Neste processo pedagógico, o apoio dos familiares é importantíssimo para que os alunos permaneçam no curso. Outra grande colaboração da família dos alunos se dá na fase de aquisição dos instrumentos, em apoio ao trabalho realizado pela direção da IEADERN nesse sentido, que

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muito tem contribuído para o crescimento desta obra. O Departamento de Música da IEADERN atua na formação musical oferecendo os seguintes cursos: teoria musical (nível básico), prática de instrumento (teclado, violão, guitarra, cavaquinho, baixo elétrico e acústico, bateria, violino, clarinete, sax-alto, trompete,

trombone e demais instrumentos), técnica vocal e regência (nível básico). O ensino musical na Igreja – como não poderia ser diferente – é moldado para o sacro. Os métodos e escalas musicais são utilizados de forma a priorizar o repertório usado na liturgia do culto, na execução de hinos da harpa cristã, principalmente.

Todos os professores que ministram aulas nos cursos de música do DEMAD/Templo Central da IEADERN têm formação técnica, superior, especialização ou mestrado em Música, sendo que a maioria iniciou os estudos de música na própria igreja, e também é participante da Orquestra Filarmônica Evangélica Gênesis da IEADERN. No ato da inscrição dos cursos de música, perguntamos ao aluno por que quer aprender música na igreja. A maioria dos alunos responde que quer estudar música para cantar melhor, tocar melhor, enfim, servir ao Senhor melhor. Eles também declaram que querem aprender música num ambiente em que os métodos e a metodologia sejam direcionados para louvor e adoração a DEUS. Todos são aptos a estudar mú-

sica, desde que tenham motivação para tal, e preencham os pré-requisitos necessários, quais sejam: saber ler/escrever e dominar as quatro operações matemáticas. Isso é suficiente para o desenvolvimento e compreensão dos conteúdos propostos, através de aulas expositivas e estudo dirigido. O aluno ingressa no curso de teoria musical e, após a conclusão do módulo de teoria, inicia na prática de instrumento, conforme a sua escolha. Muitos alunos terminam a teoria musical e optam pela prática de canto ou no módulo básico da prática de regência. Constatamos que a procura pela regência e prática de canto se deve ao fato de o aluno atuar a frente dos vários grupos de louvores. A prática de canto atende às demandas necessárias para criação/

organização dos conjuntos vocais da igreja, assim como melhora a técnica vocal para o canto com a congregação na liturgia do culto. No decorrer das aulas práticas de instrumento, o aluno é convidado a participar da OFEGAL (Orquestra Filarmônica Evangélica Gênesis de Alunos) para adquirir prática de conjunto e também trabalhar repertório, visando à sua futura inclusão na orquestra principal, OFEG. A OFEGAL é a continuação do estudo de música, funciona como uma extensão dos estudos desenvolvidos até então, todos os anos ela se renova com alunos vindos das aulas práticas. Ao final de cada ano, os integrantes da OFEGAL mais adiantados vão para OFEG ou para orquestras de outras congregações da IEADERN. OFEG 39

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Recital de Alunos da Escola de Música da IEADERN, 28 de novembro de 2009

Observamos que, a partir deste trabalho musical (cursos de música e prática de conjunto com a OFEGAL) realizado pelo DEMAD/Templo Central, um número expressivo de alunos – dezenas ao longo desses 18 anos de cursos de música – tiveram acesso ao ensino de música, e formaram-se várias orquestras nas congregações na grande Natal e municípios vizinhos, como também expandiram-se os cursos de música para estas congregações. É notável o crescimento da obra do Senhor no campo da música na IEADERN. Anualmente, apresentamos o

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Recital de Alunos em um culto de ação de graças com a presença do Pastor da Igreja, familiares, professores e convidados. Este Recital é o resultado do trabalho desenvolvido com os alunos de prática de instrumento durante o ano letivo. Esta Apresentação inclui a OFEGAL (Orquestra Filarmônica Evangélica Gênesis de Alunos) e Orquestra de Violões (alunos da turma de violão), turmas de clarinete, sax, teclados, flautas, e outros, sempre acompanhados pelos seus professores. A apresentação desses alunos também faz parte da formação do músico evangélico, que tem como

objetivo principal APRESENTAR-SE ao SENHOR com hinos, tal qual expressa o salmista no Salmo 100 (Bíblia Sagrada) “Servi ao Senhor com alegria e apresentai-vos a ELE com cânticos.” Cântico é música. Para se apresentar com cânticos (tocando ou usando a voz) é necessário haver postura, compromisso e dedicação na execução, visto que cântico é o resultado de um aprendizado. Para se cantar ou tocar tem que existir um conhecimento – mesmo que pragmático – da melodia, harmonia e ritmo, as partes que compõe a música. Por isso, certamente, quanto mais o aluno

aprimorar tais conhecimentos, melhor cantará ou tocará. Apesar da busca pelo refinamento técnico, vale destacar que o músico, ou cantor, deve se “apresentar” não no sentido de exibir suas habilidades de técnica musical, mas procurar levar à presença de Deus o melhor de seus talentos, trabalhados e aprimorados para exaltação do nome do Senhor. O aluno que aprende na igreja constrói um novo conceito de música: “arte de expressar gratidão, louvor e adoração a DEUS através dos sons”. Esse novo conceito une técnica e unção. O músico, na igreja, deve se colocar no lugar de “instrumento”, a ser “tocado” pelo Senhor Jesus. Todo este processo de ensino e aprendizagem da música desenvolvido pelo DEMAD e OFEG tem sido um diferencial na formação de muitos novos músicos para IEADERN, tem sido um verdadeiro celeiro de onde saíram muitos a contribuir na evangelização e propagação do Evangelho de nosso Senhor, Jesus Cristo. A graça e a misericórdia do Senhor têm nos conduzido de maneira extraordinária para o êxito deste trabalho. Temos a assistência suprema do Professor dos professores, JESUS. Vemos os alunos aprenderem com facilidade, motivados pela fé Nele e, em curto prazo de tempo, serem incluídos na OFEG e, assim, enaltecendo ao Senhor através da música, glorificam o nome do Verdadeiro Deus, digno de honra e louvor . OFEG 41

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Priscila Gomes de Souza

Regente Auxiliar / Bacharel em Música - Violoncelo Licenciada e Mestranda em Música / Pesquisadora e Historiadora em Música Sacra / Violoncelista “Uma geração louvará as tuas obras à outra geração, e anunciarão as tuas proezas. (Sl. 145:4)

O CONTEXTO DA MÚSICA NA

ASSEMBLÉIA DE DEUS EM NATAL/RN

E

u defino o ensino de música na igreja como sendo algo importante e necessário para a formação de novos músicos e cantores no serviço cristão. O ensino da música na Igreja Evangélica Assembléia de Deus em Natal tem sido de grande importância na formação inicial de músicos. No Templo Central teve como seu primeiro professor de música o pastor Nelson Bezerril, isso ainda na década de 50, e de lá pra cá sempre teve pessoas que ensinassem teoria musical e instrumentos musicais para aqueles que quisessem aprender a tocar um instrumento e participar nos cultos e atividades da igreja através da Orquestra da igreja e grupos musicais. Esse celeiro de músicos formados na Orquestra Filarmônica Evangélica Gênesis do Templo Central ao longo desses 60 anos de fundação me chamou a atenção e motivou-me a escrever um trabalho de monografia na Licenciatura em Música con-

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tado e relatando sobre a história do surgimento da Banda de Música do Templo Central da IEADERN e sua transformação para Orquestra. Com certeza uma história muito linda de homens e mulheres que dedicaram suas vidas a ensinar música na igreja para outras pesso-

as, o resultado disso são gerações de irmãos que, através da conhecimento musical que receberam, puderam servir melhor ao Senhor na sua Obra. Essa pesquisa foi realizada em 2009 através de coleta, entrevistas, depoimentos de regentes, músicos, ex-regentes, ex-músicos

da Orquestra Filarmônica Evangélica Gênesis, que resultou na confecção de um histórico que relatasse todo o processo de surgimento e evolução do movimento musical do Templo Central da IEADERN. Observamos na nossa pesquisa que muitas daquelas pessoas que aprenderam música na igreja e participaram da Orquestra, se tornaram pastores e líderes na própria igreja, sendo isso algo importante no contexto da Igreja em Natal. Outros músicos tornaram-se maestros e regentes de outras Orquestras nas congregações, Corais e Grupos Musicais. Com isso continuaram levando o conhecimento musical a outras gerações perpetuando o ensino musical na igreja. Agora no mestrado em música continuo pesquisando o ensino e aprendizagem de música no contexto da Igreja do Templo Central da IEADERN. Nosso universo de pesquisa é constituído de alunos, professores, coordenação pedagógica dos cursos de música oferecidos na igreja através do Departamento de Música do Templo Central, bem como pelos maestros e músicos que participam da Orquestra. Através de entrevistas, observações nos ensaios e cultos estamos organizando as coletas e analisando os dados, já podemos observar e constatar que o crescente interesse em aprender música e a tocar um instrumento, levou a muitos alunos de música da igreja a se especializarem em escolas formais de música, em cursos técnicos, bacharelado e licenciatura em música na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, bem como a pro-

fissionalização no campo musical, onde muitos músicos fizeram concursos e foram aprovados para integrarem bandas sinfônicas, militares, orquestras sinfônicas, etc. Isso tudo de certa forma mostra como a igreja é um espaço importante de iniciação musical e também um suporte importante para as atividades musicais ligadas à liturgia dos cultos. A pesquisa acadêmica sobre o ensino musical na igreja pode contribuir e muito para a reflexão dos processos e dimensões de formação de ensino e aprendizagem da música nesse espaço amplo e rico que é a igreja e também a divulgar as atividades musicais que aconte-

cem na igreja. Como filha de pais músicos, desde criança estive envolvida nas atividades musicais da igreja e isso me despertou o interesse de cantar nos corais, aprender um instrumento para tocar na orquestra. Vejo este trabalho como algo muito significativo e importante na minha vida. Como maestrina da Orquestra de Alunos da igreja e também da Orquestra Gênesis, posso dizer que o trabalho de música na igreja proporciona crescimento musical, social e espiritual para todos que dele participam, trazendo benefícios em várias áreas da vida desses músicos. OFEG 43

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Willames Costa Arranjador musical / Regente auxiliar Bacharel em Música - Baixo Acústico “Louvai ao SENHOR, porque é bom cantar louvores ao nosso Deus, porque é agradável; decoroso é o louvor.” (Sl. 147:1)

LOUVANDO AO SENHOR

COM ARTE E JÚBILO

O

ensino da musica na IEADERN tem se aprimorado com o passar do tempo. Tive a grata satisfação de pertencer ao quadro de professores por muitos anos, e hoje posso ver os frutos do meu singelo trabalho, pois o atual pianista, que é professor de teclado na escola de musica da IEADERN, e também alguns dos contrabaixistas da OFEG foram meus alunos.

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Comecei a aprender tocar teclado aos cinco anos de idade. Logo fui tocar na igreja, acompanhando os corais que o meu pai regia. Além disso, já tocava violão, mas me surgiu o desejo de aprender outros instrumentos, movido pela carência musical que existia nas igrejas por onde passava. Na OFEG, já toquei diversos instrumentos (teclado, bateria, tímpano, contrabaixo elétrico e contrabaixo

acústico), atendendo a necessidade do grupo, obedecendo às determinações do maestro. É uma realidade muito comum aos músicos que estão nas igrejas, tornar-se multi-instrumentista. Como arranjador, é importante para mim, ter conhecimento dos diversos instrumentos, isso facilita na hora da escrita; só assim entendendo as funções, extensões, timbres, o papel de cada um na orquestração. Sou grato a Deus por esse dom em minha vida...

Comecei a escrever na OFEG ainda muito cedo, mas logo fui orientado a procurar cursos para aprimorar os meus conhecimentos. Fiz o curso Técnico em Música e, posteriormente, o bacharelado na UFRN em contrabaixo acústico, mas sempre com inclinação às disciplinas da área de arranjo e orquestração. Tenho realizado vários trabalhos como arranjador; fiz muitos arranjos para várias produções de musicais locais e também para cantores evangélicos locais. Na figura de arranjador é imprescindível, além de ter conhecimento dos instrumentos isoladamente, saber a função de cada um dentro das diversas formações musicais que existem, pois temos: • Banda marcial Em sua maioria, instrumentos de metal (trompete, trompa, trombone, tuba, etc.); madeiras (flautas, clarinetes, etc.); palhetas (saxofones) e percussão (bumbo, pratos e caixa clara, etc.); • Orquestra

Em sua maioria, instrumentos de corda (violino, violas, cellos e contrabaixo acústico); madeiras (flautas, oboé, clarinete, fagote, etc); metais (trompete, trompa, trombone e tuba) e percussão (tímpano, bombo sinfônico, caixa clara, pratos, glock, etc); • Orquestra Jazz-sinfônica Tem a mesma formação da orquestra, mas com a presença de um naipe de saxofone e de instrumentos elétricos (teclado, guitarra, baixo elétrico) e ainda adicionada a bateria ao naipe de percussão. Esta última formação instrumental tem sido o perfil dos grupos nas igrejas, apesar de alguns teóricos não chamarem de “orquestra Jazz-sinfônica” e sim de “orquestra mista”. Além de existir essa diferença na formação instrumental, há também diferença no perfil dos hinos, já que as bandas têm uma tendência a tocar dobrados ou marchas. Arranjo, no seu conceito simples, é uma nova roupagem a uma determinada musica, sem tirar as suas caracte-

rísticas básicas ao seu reconhecimento. Por causa dos gêneros de cada formação instrumental, existe sim uma abordagem diferente para cada uma delas. Sou grande apreciador de trilha sonora, mas acredito que Deus tem dado inspiração maior para compor os arranjos. Fico emocionado e muitas vezes me perguntando se realmente os arranjos são meus. Às vezes, ouço alguém dizendo que Deus falou consigo através de um determinado hino, e isso é mais um motivo para dar gloria a Deus pelo que Ele tem feito na minha vida através desse dom. O conselho para os músicos evangélicos que querem desenvolver a habilidade de ser um arranjador musical é procurar orientação, em escola, faculdade... Ou até mesmo com alguém que já esteja escrevendo. Ouvir orquestrações de outros compositores, se possível, acompanhando com a partitura. Muita coisa aprendi errando e perguntando ao próprio músico, pois ele sabe o que funciona melhor no seu instrumento.

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Pérsida Gomes de Souza Rocha Professora de Violino

“Inclinar-me-ei para o teu santo templo, e louvarei o teu nome pela tua benignidade, e pela tua verdade; pois engrandeceste a tua palavra acima de todo o teu nome.” (Sl. 138:2-3)

OS PRINCÍPIOS CRISTÃOS NA PRÁTICA DO VIOLINO

C

omo professora da maioria dos violinistas da OFEG, vejo esse trabalho técnico musical como um chamado do Senhor. Sinto-me honrada por Deus e uma privilegiada por ter sido escolhida para desenvolver esse trabalho. No exercício docente também adquiro conhecimento, depois de muitos anos ainda me sinto motivada e feliz, desenvolvendo as aulas e analisando individualmente cada aluno. A partir dessa leitura, vou inserindo os conteúdos e meios de avaliação, de forma que o aluno consiga caminhar, mesmo que esteja desnivelado dos companheiros de turma. Aprendi que não existe bloqueio de aprendizagem ou aprendizagem lenta devido à idade ou a qualquer outro fator externo, mas que podemos ter sucesso quando existe INTERESSE E MOTIVAÇÃO.

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Já tive alunos de diversas faixas etárias; de criança ao idoso, nas duas situações tivemos casos de sucesso e de fracasso na aprendizagem, tudo depende do interesse e da motivação do aluno em aprender o instrumento. São vários níveis que o aluno passa; básico onde tem o primeiro contato com o instrumento e níveis posteriores onde trabalhamos leitura musical, solfejo aplicado ao violino (Suzuki ou Smoll), não seguimos uma metodologia única (depende do entendimento do aluno), mas aquela que se adequa melhor ao aluno. Um dos fatores que também nos motiva nesse trabalho, é que posso inserir de uma forma especial no cotidiano de cada aluno, os ensinamentos de palavra de Deus que aprendi com meus pais dos quais agradeço a Deus por tê-los, aplicando em cada situação os princípios e valores cristãos e da família. A carreira acadêmica em música é linda e ao mesmo tempo perigosa, pois mexe com egos, não podemos nunca nos esquecer de que o maior inimigo de nossas almas foi um músico e acabou caindo porque quis para si a glória que pertence somente a Deus. Sempre incentivo meus alunos a se especializarem, aperfeiçoarem e seguir carreia na música, mas fico preocupada, pois não muitos estão preparados espiritualmente para tal caminhada, fico maravilhada quando vejo meus alunos seguindo a carreira acadêmica sem perderem a fé e

princípios cristãos. Os alunos são incentivados a participarem da Orquestra de Alunos (OFEGAL) que é uma extensão da aula, onde vão colocar em prática o que aprenderam em sala de aula; técnicas de conjunto, disciplina, socialização, concentração, valores, serviço no Reino, além de terem a oportunidade de conhecer outros instrumentos. A OFEGAL os capacitará não somente para serem bons músicos, mas também para serem melhores servos no Reino de Deus. O recital de alunos promovido pelo DEMAD tem sido imprescindível no processo de aprendizagem, os alunos ficam com a satisfação de terem conseguido dar longos passos e se projetam como músicos ao verem que todo seu esforço e dedicação valeram a pena.

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Artigo

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Ana Paula Souza Regente Auxiliar / Violinista / Spalla / Solista / Bacharel em Música / Pós-Graduada em Práticas Interpretativas de Músicas dos Séculos XX e XXI / Música de Câmara “Apresentemo-nos ante a sua face com louvores, e celebremo-lo com (Sl. 95:2)

A performance do

músico cristão

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ensino de música na igreja é um grande diferencial na vida do músico cristão, pois a capacitação técnica e espiritual se faz necessária para o trabalho no ministério de música na igreja (Salmo 33.3). Além de contarmos com um quadro de professores de

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instrumentos musicais específicos, temos a orientação efetiva do Espírito Santo. Com certeza, este é um dos principais motivos do crescimento musical na vida dos alunos, que com pouco tempo de estudo prático executam seus instrumentos com desenvoltura. Cresci em um contexto fa-

miliar musical e desde a infância recebi a chamada de Deus para o ministério de música. Entre vários cursos que participei, conclui a graduação e pós-graduação. Hoje posso aplicar os conhecimentos adquiridos no ensino e também nos trabalhos musicais da igreja. Creio nos propósitos eternos de Deus e quando algo é da Sua vontade tudo acontece naturalmente. Muitas portas têm sido abertas para os músicos cristãos no Brasil; concursos nas bandas militares, orquestras sinfônicas estaduais, bandas sinfônicas, entre tantos outros disponibilizados na área musical. Somos muitos e creio que a medida que nós nos capacitamos através do estudo, Deus vai abrindo oportunidades de trabalho. É possível um músico cristão tocar secularmente dentro deste contexto profissional.

Todas as áreas da sociedade precisam ser alcançadas pelo Sal da Terra e Luz do Mundo, vidas precisam ser impactadas com o testemunho de Cristo na vida dos filhos de Deus. Se tivermos em nosso coração o objetivo de glorificar o nome do Senhor em nossa área profissional, as portas se abrirão. O solista de uma orquestra secular deseja que em sua apresentação seja compreendido a característica musical do período da obra e a sua excelência técnica. Muitos destes solistas são aclamados pela crítica como os melhores do mundo, tornam-se famosos entre as

pessoas. Na igreja é diferente. Nossa música não visa a fama de homens e nem a glória deste mundo, mas busca a excelência para glorificar e honrar a Majestade do Senhor Jesus. Não apresentamos a nós mesmos para as pessoas, mas apresentamos a palavra de Deus e o Seu reino através do nosso som. Queremos que a nossa música agrade o coração do nosso Pai celestial e que o Espírito Santo ministre nas vidas através das notas e acordes musicais. Não existe uma música mais perfeita, senão aquela que é gerada no coração quebrantado e contrito do músico que adora a Deus. OFEG 49

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Depoimentos dos músicos da OFEG

Depoimentos dos músicos da OFEG Antônio Ventura

Davina Augusto Caldas Clarinetista Participo da OFEG louvando ao Senhor há 37 anos, e tenho visto a importância dos jovens aprenderem música na igreja, pois ao mesmo tempo em que louvam e adoram a Deus, resulta em um aprendizado que diferencia o santo do profano e o faz obedecer aos padrões bíblicos, capacitando-os, assim, para que desenvolva suas habilidades tanto na igreja como na vida secular. O jovem ao se envolver com as atividades da OFEG, melhora o seu relacionamento, na família, na igreja e por extensão no meio da sociedade, pois aprende a trabalhar em equipe, além do que, nos ensaios existe o devocional, com a oração e a ministração da Palavra de Deus, que nos ajuda a se firmar nos caminhos do Senhor. Um fato por demais marcante foi a inclusão das mulheres na Banda de Música da Igreja, que venceu muitos desafios, como a rejeição de alguns que achavam que as mulheres não teriam capacidade e não deviam ocupar posições vistas na época como exclusivas dos homens, esse achavam que não tinham problemas as mulheres tocar acordeom e piano, mas fazer parte na igreja de

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uma banda de música era visto de forma preconceituosa. Graças ao nosso bom Deus, hoje não existe mais esses problemas, o que nos deixa em igualdade de direito de louvarmos a Deus também. Sempre admirei a Banda da Iigreja, meu pai fazia parte dela e isso contribuiu para aumentar o desejo de também fazer parte. Outro fato marcante e decisivo foi a chegada do Pastor Daniel Batista e de sua família para se congregar em nossa Igreja, foi ele que recebeu a direção de Deus para transformar a Banda de Música em Orquestra (OFEG), fato determinante para o a expansão e a inclusão de novos instrumentos, pois eu tinha sonho de fazer parte de uma orquestra e Deus realizou esse desejo. A orquestra exige muito mais de cada um e o resultado é um trabalho maravilhoso, sei que Deus se agrada quando damos o melhor de nós louvando ao seu Nome. Quero agradecer em primeiro lugar ao nosso Deus, depois a Direção da igreja, e também da Orquestra, por pertencer e receber a minha colaboração em tão importante órgão de louvor da nossa igreja em Natal, que está de parabéns por tão especial data.

Prof. de Flauta Clarinete e Saxofone Ao dar aula na Igreja, nós (alunos e eu) contamos com um professor especial, o Espírito Santo. Ele, em nossas vidas, também nos ajuda a ensinar e entender o estudo da música. A igreja dá oportunidades aos alunos que não tocam para que deem os primeiros passos na prática instrumental. Temos recebido alunos de 12 a 62 anos. Constatamos que os acima de 50 anos de idade têm dificuldades no estudo instrumental, mas aplicamos uma didática diferenciada, bem objetiva. Nesses casos, utilizamos os estudos de percepção melódica e rítmica, para facilitar o processo de ensino-aprendizagem. Quando vão participar da OFEGAL, os alunos passam a aprender a disciplina “de estante”, por assim dizer, a qual se traduz na boa integração entre os demais componentes, na postura durante os ensaios, na prática de conjunto, na correta leitura dos gestos da regência, com suas dinâmicas e articulações. Por mais que venham para o Templo Sede de distantes e diversos bairros da cidade, todos os alunos querem participar da OFEGAL, motivados tanto pelos momentos de oração e adoração a Deus, como pelo repertório e técnicas.

Fábia Freire Violonista Com oito meses de nova convertida, iniciei os estudos de teoria e prática, que duraram cerca de um ano. Sou fascinada por música. Quando ouvi pela primeira vez a OFEG tocar, me apaixonei. Procurei saber como faria para estudar música, e alguém disse que eu não seria capaz de entrar na orquestra, mas com a força de vontade que me enchia (Deus) toda essa barreira serviu de motivo para me impulsionar nos estudos e avançar na orquestra. Acima de tudo, minha maior motivação foi dada pelo Espírito Santo, que me ajudou e ajuda a nunca desistir. Logo de início, estava querendo estudar violino, mas quando soube que havia poucos componentes no naipe das violas, e que a viola bem parecida com o violino (pelo menos, aos meus olhos de leiga na época), decidi, por fim, fazer o curso de viola. E não achei a clave de Dó difícil, por ter iniciado, tanto na teoria quanto na prática, o estudo musical nessa clave. Sinto-me privilegiada e contemplada por Deus para ser mais um instrumento em Suas mãos para tocar nos corações através da música, pois o louvor enche o espírito humano e eleva-o à presença de Deus.

Sydney Xavier Silva Técnico e Licenciando em Música Professor de Violão / Bateria / Trombone / Baterista Em primeiro lugar, louvo e agradeço ao meu Deus por fazer parte dessa história. Toda honra e toda glória sejam dadas ao nome do Senhor, pois só Ele é digno. O louvor é uma ferramenta poderosa contra o reino das trevas. Na nossa igreja, podemos ver o desenvolvimento técnico instrumental de maneira pragmática na vida daqueles que começam a dar os primeiros passos na jornada musical dentro de um estabelecimento de ensino como a casa do Senhor. Aqui, além de o aluno ter uma base de iniciação musical teórica e prática, aprende também que o louvor na igreja está ligado intrinsecamente a uma vida de oração, comunhão e leitura da palavra. Ou seja, o trabalho está firmado em dois pilares: o técnico e o espiritual. Também, a partir do ensino de música na igreja, boa parte dos músicos das bandas militares da Marinha, Exercito, Aeronáutica, Policia Militar, bem como bandas da prefeitura e orquestra sinfônica do estado iniciaram suas trajetórias profissionais bem sucedidas. Um dos instrumentos que ensino é o violão; instrumento riquíssimo com o qual se pode trabalhar bem os três elementos fundamentais da música: melodia,

harmonia e ritmo. Na fase preparatória da OFEG, o aluno estuda harmonia, bem como o conhecimento das inversões e a aplicação dos acordes dentro de cada tonalidade, sabendo, assim, utilizar as tensões de cada acorde de forma concisa. Estudos melódicos e progressivos também são abordados nessas aulas. Trabalhamos o repertório sacro, como exemplo os hinos da harpa cristã, que possuem letras e melodias belíssimas e que nos inspiram a trabalhar duetos, trios, quartetos, quintetos, enfim, a prática de conjunto. Quando tudo está bem encaminhado, o DEMAD promove os recitais, que na sua essência é um culto de adoração a Deus e um exercício público para os alunos. Daí o aluno passa a integrar a base da OFEG e também a tocar nas congregações. A migração dos violonistas para outros instrumentos da OFEG, como sax, trompa, viola se dá por causa da necessidade de suprir a carência em determinados naipes da OFEG, e também, em alguns casos, pelo interesse pessoal do aluno em futura carreira profissional visando a atuar em bandas militares e sinfônicas.

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Depoimentos dos músicos da OFEG

Depoimentos dos músicos da OFEG David Harlyson

Carlos Alberto Violinista Conheci a OFEG em 2002, fiquei admirado ao ouvir, meu coração batia forte e fiquei ansioso para participar desta Orquestra. Quando eu tinha 10 anos (1982), vi na televisão uma orquestra de São Paulo com um montão de violinos... Achei excelentíssimo e pela 1ª vez o som do violino foi até minha alma. Comecei a aprender música e, em meios aos desafios, eu dizia no pensamento “não vou desistir”, até que consegui en-

trar para a prática de violino. Tive muita dificuldade em mexer os dedos, doía muito, tudo duro, mas eu pensava: “quero tocar para DEUS e não desisto; vou passar pela prova e ser aprovado”. Hoje melhorou, sinto que melhorou até a minha vida. Oh Glória DEUS! Estarei, com fé em Deus, participando da OFEG até a vinda de Jesus! Meu coração é dEle e vou prosseguir sem medo. Sinto prazer e alegria em louvar a Jesus na OFEG.

Francisco Wagner Sax Tenor Na juventude, não tive oportunidade, mas Já adulto e na Igreja encontrei o meio de aprender música. Deus me abençoou porque meu objetivo era cooperar na obra do Senhor e crescer espiritualmente. Escolhi o sax-tenor porque me identifiquei com ele. Tenho o desejo de aprender outros instrumentos. O estudo de música

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melhorou a minha vida, pois me mantêm ocupado estudando e me sinto valorizado por estar trabalhando para a obra de DEUS por meio da OFEG. Foi difícil, mas Ele me deu vitória. Tenho muito que aprender, mas de uma coisa estou certo: de que, quando toco, eu não apenas toco, louvo a Deus e sempre O louvarei.

Professor de teclado / tecladista Já fui aluno de teclado aqui na igreja e hoje sou professor. É a concretização de um trabalho; é o fruto de um investimento. Na igreja, o objetivo de nós, professores, é repassar o conhecimento a todos quanto pudermos, para que nossos alunos possam louvar a Deus com seus instrumentos. Por isso, para mim é uma alegria ter, tocando ao meu lado na OFEG, uma das alunas que aprendeu teclado comigo. Não há restrições de idade para aprender teclado. Tenho, como alunos, desde crianças até pessoas da terceira idade. Todos têm capacidade de aprender. O aluno que estuda teclado tem uma formação completa para atender as necessidades das nossas igrejas, porque ele é um instrumento que agrupa funções de vários instrumentos. O teclado chama a atenção por ser, apesar de desafiador, necessário nas igrejas para acompanhar tanto cantores e conjuntos, como corais e bandas etc. Por fim, gostaria de frisar que, na OFEG, é utilizado um repertório bem selecionado, técnica e espiritualmente, que consegue transmitir de forma genuína a mensagem do evangelho ao mesmo tempo em que aprimora o que foi aprendido durante o curso.

Ednaldo Barbosa da Silva Trompetista Após estar como militar da reserva, e ter disponibilidade de tempo, queria aprender música num local que acolhesse àqueles que desejassem ter acesso ao estudo da música sem concorrência. Antes de vir aprender música na Igreja não encontrava oportunidades, pois não fazia ideia onde estudar musica e como fazer aplicação desse aprendizado. Não conhecia a OFEG e um dia fui convidado por um dos seus componentes para o 58º aniversário da

orquestra. Foi aí que conheci pela primeira vez, e o trabalho desenvolvido pela OFEG superou minhas expectativas. Foi também quando tomei conhecimento de que estavam abertas as inscrições para o Curso Básico de Música no Templo Central da Assembleia de Deus, para o período de AGO e SET de 2012. Iniciei o estudo teórico de música. Antes, sofria com dores por todo corpo, distúrbio do sono, fadiga, depressão e ansiedade – síndrome diagnosticada

como Fibromialgia. Após certo tempo, já integrante da OFEGAL (2013), percebo melhoras na saúde. Em continuidade aos estudos, participando dos ensaios junto à OFEG (2013), percebo que estou fora do quadro de saúde inicial. Sinto-me curado (2014). A minha participação atual com a música na igreja restaurou-me a saúde. Fazer parte deste grande organismo de louvor, diante de todos os fatos expostos, deixa-me muito feliz. “... Até aqui nos ajudou o Senhor”. 1Sm 7:12.

Nathay Marques Técnica em Música / Professora de Flauta Transversal / Flautista Comecei a aprender música com estudos de flauta doce, que posteriormente me conduziram à flauta transversal, sempre incentivada pela minha prima Elizabeth, ex-professora de Flauta do DEMAD e ex-componente da OFEG. Como eu não possuía o instrumento, ela me emprestava, até que, depois de alguns meses, minha tia me presenteou com uma flauta transversal. A escolha da igreja como instituição de ensino de música partiu dos meus pais, por ser um ambiente confiável, no qual os alunos têm a inicia-

lização musical teórica e prática, e são conduzidos ao louvor a Deus, através de seus instrumentos. A OFEG contribui, efetivamente, na aprendizagem dos alunos como fator motivador. Isso se dá, principalmente, através da OFEGAL, onde eles podem interagir com instrumentos de diversas famílias, conhecendo, na prática, o repertório de músicas sacras executados na liturgia dos cultos. Além disso, os alunos, na OFEGAL, são aprimorados nos conhecimento sobre escalas, ritmo,

intensidade e articulação. O ensino de flauta transversal tem me proporcionado experiências ímpares. Ao ensinar a alunos de diversas idades, tenho descoberto como lidar com suas dificuldades e progressos a cada aula. Tenho desenvolvido atividades com métodos, inserindo também músicas eruditas e evangélicas, individualmente ou em duetos. Agradeço Deus por essa oportunidade de aprender e contribuir para o desenvolvimento do trabalho musical na igreja. OFEG 53

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DEMAD DEPARTAMENTO DE MÚSICA


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