Quorum em revista web

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C ONTABILIDADE EM REVISTA

Natal - RN | Ano I | Edição 1 | 2016

A transformação da

contabilidade para o mundo digital

JUCERN

história

CRC/RN

a tecnologia para melhorar o ambiente de negócios do RN

Erivan relata os 55 anos do curso de COntabilidade na UFRN

O presidente João Gregório fala sobre educação continuada

Tânia Gurgel comenta sobre o Bloco K e o impacto na sua gestão




xxxxxxxxxx Editorial Artigos

10

TANIA GURGEL

Bloco K, qual o impacto na gestão?

20

Marconi Brasil

A NFC-e e a modernização do varejo no Brasil e no RN

24

Roberto Dias

Contador 4i: a quarta Onda nos Negócios Contábeis

30

Juscileide Ferreira

Resgate de ações e valores

34

Marcelo dos Santos

Inovação Disruptiva: quatro formas de gerar valor no escritório contábil?

42

Marco Antonio

Utilização indevida do celular no trabalho

4

marcos Dantas

As oportunidades multiplicam-se à medida que são agarradas (Sun Tzu) A responsabilidade de envolver empresas, instituições e pessoas para produzir informação e conhecimento não é tarefa das mais fáceis, mas, para nós, é um prazer permanente fazer com que terceiros sejam beneficiados com conteúdos atualizados e com segurança. Pensando nisso, a Quórum Soluções, uma empresa com mais de 15 anos de atuação comprometida com a informação e capacitação de pessoas para o crescimento profissional, enxergou essa grande oportunidade no mercado, editando esta publicação especializada para o público contábil e empresarial. Com a evolução tecnológica dos aplicativos e as importantes alterações na legislação, podemos assegurar que os profissionais da contabilidade foram os que mais absorveram essas novidades nos últimos 10 anos, inclusive impactando em todas as empresas associadas, sejam de pequeno, médio ou grande porte. E por que não dizer na sociedade como um todo. Nesta primeira edição, destacamos temas relevantes, tais como a iniciativa pioneira da Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Norte (Jucern) com o Escritório do Empreendedor, que reúne, em um mesmo espaço físico, os diversos órgãos responsáveis pela legalização e orientação das empresas. Enfatizamos ainda a atuação do Conselho Regional de Contabilidade (CRC-RN) na valorização profissional e educação continuada, como também artigos de Tânia Gurgel e Roberto Dias Duarte, renomados especialistas com destaque a nível nacional. Assim, a QUORUM EM REVISTA deseja a todos uma excelente leitura e nos encontraremos na próxima edição. Atenciosamente. Marcos Dantas Diretor



Sumário

índice

12

Jucern

Entrevista com Sâmya Bastos

14

CRC-RN

34

Demis Roussos

Entrevista com o presidente João Gregório Júnior

DICAS DE GESTÃO

Coloque um tubarão no seu próprio aquário

32

22

Segurança digital

Como se proteger contra o sequestro de dados

Depoimentos

Clientes da Quórum Soluções falam sobre capacitação

expediente C O N TA B I L I DA D E E M R E V I S TA

Diretor Marcos Dantas Edição Júlio Rocha

6 > Quorum em Revista <

Fotografia Demis Roussos, Diógenes Vasconcelos e arquivos pessoais

E-mail contato@quorumsolucoes.com.br

Revisão Angélica Fonseca

Comercial Marcos Dantas Fone:(84) 99981-5755

Diagramação Terceirize (84) 3211-5075

Impressão Unigráfica

As matérias assinadas não expressam necessariamente a opinião da Revista

Endereço Rua Villa Lobos, 3377 - Candelária - Cep: 59.065-440 Natal/RN Tels:l. (84) 99981-5755(TIM) 4141-4131 Site: www.quorumsolucoes.com.br





Artigo

Tânia Gurgel

Bloco K, qual o impacto na gestão? Bloco K: O que é? O Bloco K é um novo bloco de informações a ser entregue mensalmente dentro do arquivo da EFD (Escrituração fiscal digital) do IPI/ICMS, o também chamado SPED Fiscal. Nesse bloco, o contribuinte precisa apresentar todas as movimentações do processo produtivo, ou de compra e venda no caso de atacado, assim como as demais movimentações que impactam no estoque da empresa; além de apresentar o saldo quantitativo de estoque de todos os insumos e produtos. O fisco, também, terá mais controle sobre as baixas por perda, roubo, perecimento dentre outros, os quais com certeza impactam na apuração dos impostos, sejam eles do direito do crédito como do estorno quando a mercadoria não tiver saída subsequente. Importante destacar que atualmente o fisco já tem as informações do estoque que são transmitidas por meio do bloco H, e a movimentação dos materiais pode ser feita eletronicamente pelas informações da Nota Fiscal Eletrônica Nfe. Você deve estar se perguntando de que maneira o fisco controla, pela nota simples, pelo EAN, o Código de Barra do Produto. Isso mesmo, conforme o ajuste SINIEF 16/10, publicado em dezembro de 2010, desde 1º de julho de 2011, tornou-se obrigatório o preenchimento do código de barras dos produtos no campo referenciado na nota fiscal eletrônica. Dessa forma, os campos cEAN e cEANTrib devem conter o código de barras com o GTIN (numeração global do item comercial) quando o produto comercializado possuir essa codificação. Mesmo não sendo o fabricante, se o produto comercializado possuir código de barras com GTIN, deve ser informado na nota fiscal eletrônica.

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Quorum em Revista <

Quando começa a obrigatoriedade de entrega do Bloco K? Para janeiro de 2017, ficam obrigadas a entregar essas informações as empresas com faturamento superior a R$ 300 milhões e com CNAEs industriais (de 10 a 32). Além disso, é obrigatório para empresas do Recof ou regime alternativo. Para o ano de 2018, é indispensável às empresas com faturamento superior a R$ 78 milhões. Para 2019, o restante das empresas. Quais os impactos e preocupações com a implantação dessa nova obrigatoriedade? Quem ganha ou perde nesse cenário? Impacto operacional: uma vez que os sistemas ERP não estão preparados para gerar as informações no leiaute solicitado pelo Fisco, muitas empresas não possuem a integração das informações em uma única plataforma, muitas precisam contar com um módulo fiscal para complementar e realizar a geração das informações consolidadas, ai vem o questionamento, todos os dados estão alinhados? Processos internos: O problema começa desde o cadastro completo do produto e sua movimentação, pois esses processos não são centralizados em uma única área de gestão, e sim por diversas outras áreas (como Engenharia, Produção, Cadastros, Compras, Custos), assim o treinamento e capacitação de todos envolvidos e importante, pois todos terão que se adaptar a gestão em real time para que possam reportar as informações de forma adequada. Falta de contagem dos estoques, inventário por amostragem todos esses processos precisam ser revistos. Risco Tributário: Hoje há esse risco com as informações do Bloco H, mas com a implementação do Bloco K, o Fisco poderá criticar o saldo quanti-


Artigo

tativo de estoque dos insumos e produtos controlados pela empresa, tanto internamente como o estoque em poder de terceiros. Todas as movimentações que impactarem o saldo desses insumos e produtos devem ser apresentados no SPED Fiscal, nos dois Bloco H e Bloco K, e conciliados.

é um novo bloco de informações a ser entregue

realizado por profissionais com expertise em tributação, pode representar oportunidade de ganhos de créditos tributários, principalmente de ICMS, IPI, PIS e COFINS para a empresa.

Você sabe por onde começar? Contrate um serviço de consultoria, ou um especialista em SPED, com interface de experiência nas áreas produtiva, comercial e fiscal. Ele preparará sua empresa, de seus fornecedores e clientes como um todo para o atendimento da obrigação. As principais fases e atividades da consultoria são: • Mapeamento e Diagnóstico: • Entendimento da obrigatoriedade pela organização; • Compreensão das áreas chaves e mapeamento dos processos e pontos de ruptura; • Elaboração da matriz de riscos e sugestões; • Identificação de problemas operacionais; • Gestão da Mudança; • Montagem de plano de ação e acompanhamento da execução; • Apoio na parametrização e geração do Bloco K em seu ERP ou Solução Fiscal; • Suporte na resolução de dúvidas conceituais quanto ao Bloco K.

mensalmente dentro do

A empresa corre risco de perder seus Benefícios Fiscais? Claro que sim, pois a maior parte dos benefícios fiscais utilizados pelas empresas são baseados em informações de produção, compra e venda, sejam: Drawback, Reintegra, FCI entre outros. Caso as informações entregues no Bloco K e Bloco H estejam incoerentes com esses benefícios, a empresa corre o risco de perdê-lo ou sofrer autuações.

arquivo da EFD

Quais são os pontos positivos? Sempre menciono, se o Fisco sabe o quanto você comprou e vendeu e, através de parâmetros do mercado, seu lucro, por que você também não tem isso em real time? Dessa forma, destaco que o Bloco K tem se mostrado uma ótima oportunidade para a empresa implementar mudanças de controle sobre o processo produtivo e eliminarem os “ajustes contábeis”. Organizar a logística de entrega, prazos de recebimento e tempo de estoques, bem como, apoiar ações de marketing. Além, é claro, de tentar eliminar os ajustes de quantidades que muitas vezes são realizados sem lastro fiscal, fora do período de fechamento e normalmente impactam a formação do custo do produto vendido (CPV), podendo impactar a formação do preço de venda e até mesmo o Imposto de Renda. Fundamentalmente, o maior aspecto positivo é que o Bloco K e Bloco H exigem uma constante revisão de processos e da área fiscal de todos os insumos e produtos utilizados no processo produtivo, produtos de compra e venda e, caso seja

Faça já uma auditoria eletrônica de todo seu estoque: Realize uma varredura de toda a movimentação de entrada e saída dos últimos 5 anos e compare com as informações já repassadas ao fisco no Bloco H. Veja se as informações dos sistemas internos estão alinhadas. Se possível verifique a validação do Bloco K gerado pelo sistema, realize uma validação de ponta a ponta, analisando desde a coerência entre os registros até o recálculo dos estoques declarados pela empresa. Para isso, a TAF CONSULTORIA disponibiliza dois níveis de auditoria, entre em contato.

* Tania Gurgel, Professora de Pós Graduação em diversas instituições, Contadora e Advogada Tributarista.

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Jucern

Jucern utiliza tecnologia para melhorar o ambiente de negócios e o desenvolvimento do RN A tecnologia ganha a cada dia mais importância nas relações empresariais e de desenvolvimento econômico, diminuindo a burocracia e oportunizando investimentos e lucratividade. Nesse contexto, a Junta Comercial do Rio Grande do Norte (Jucern) atua de maneira integrada aos demais órgãos necessários para a abertura e legalização das empresas, aliando agilidade e inovação. De acordo com a presidente da Jucern, Samya Bastos, o Estado está associado à Redesim, ferramenta que reúne os dados cadastrais da Receita Federal do Brasil e dos diversos órgãos Estaduais e Municipais. “Quando assumimos em 2014, a Redesim tinha apenas 20 municípios do RN integrados. Hoje já temos 165 municípios e todos eles 12 > Quorum em Revista <

trabalhando com a pesquisa de viabilidade, liberação da inscrição municipal e alvará de funcionamento pelo sistema do portal Redesim (www.redesim.rn.gov.br). O CNPJ, NIRE e Inscrição Estadual são liberados automaticamente após o registro ser aprovado na Jucern. O Corpo de Bombeiros também incorpora-se ao sistema de simplificação, assim sendo, para os casos de empresas de ‘baixo risco’ é liberado o Certificado de licença do Corpo de Bombeiros (CLCBM). Estamos em fase final de integração e, até o final do mês de novembro, estaremos com os órgãos de licenciamento sanitário estadual e municipal inclusos no Redesim”, detalhou Samya. A Receita Federal é responsável por emitir o ranking de integração nacional em relação à Redesim, es-

timulando uma competição sadia entre os estados. “Estávamos em 20º lugar em 2014 e hoje estamos em 8º lugar, com o objetivo de chegar ao topo”, ressaltou Samya. A Jucern também conta com o sistema Junta Digital. Com isso, nos casos de requerimento de empresário, o contribuinte não precisa mais se deslocar até a Jucern, através do certificado digital, ele envia do próprio escritório o documento referente a abertura da sua empresa. O que antes podia durar de 30 a 60 dias, hoje todo o processo acontece, em média, com pouco mais de uma hora de duração e tempo máximo de 24 horas, dependendo do horário de entrada no sistema. “Os processos estão sendo digitalizados nos nossos postos de atendimento nos interiores, dando assim maior agilidade no trâmite


Jucern

Presidente da Jucern, Samya Bastos

Junta Digital, permite a tramitação do processo eletrônico a partir da abertura e da certificação digital

interno e facilitando o acesso a Jucern de forma eletrônica. Temos trabalhado muito na questão da capacitação, junto aos conselhos, associações e Sebrae. A Junta Digital permitiu que ao invés de onze passos para o registro de processos de abertura, alteração e baixa, isso ocorra em apenas três etapas: Protocolo, Digitalização e Analise”.destacou Samya. O Governo do Estado desempenha a missão de criar melhores condições para o ambiente de negócios. “Dentro desse planejamento concentramos em um mesmo espaço físico, no shopping Via Direta, o Escritório do Empreendedor com todos os órgãos necessários para abertura e legalização de empresas, orientação, licenciamento ambiental, emissão de laudos técnicos e concessão de crédito. Em nível estadual, a nossa iniciativa é primeira no Brasil. Temos integração de órgãos federais, estaduais, municipais e técnicos especializados de todos os órgãos parceiros foram capacitados para o trabalho integrado e melhor atendimento”, salientou Samya. Trabalhando a simplificação dos

procedimentos a cada dia, o novo programa “Fácil RN” vem para ampliar os serviços disponíveis dentro do Redesim, fazendo com que seja possível, por meio do mapeamento dos processos atuais, simplificar as operações existentes, melhorando assim o ambiente de negócios do Estado, gerando emprego e renda. “Damos total apoio à atividade empresarial geradora de emprego, renda e riquezas para o Estado. Nossa meta é atingir no ranking de integração Redesim nacional, elaborado pela Receita Federal, o primeiro lugar com integração dos órgãos e 100% dos municípios, além de incorporar a OAB e cartório”, declarou”. Entre os dias 23 e 26 de novembro, Natal sediará o Encontro Nacional de Juntas Comerciais, com presença de todos os estados e o intuito de debater, padronizar e regulamentar todo o procedimento de forma nacional, uniformizando as regras de maneira cada vez mais célere. “Teremos também as presenças do ministro do Trabalho e secretário da Micro e Pequena Empresa”, finalizou Samya.

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CRC/RN

Conselho Regional de Contabilidade focado na Educação Continuada e na Valorização Profissional A atividade do profissional contábil é fundamental na sociedade atual, apesar de parecer distante da realidade de algumas pessoas. Os empresários com visão empreendedora enxergam o contador como um assessor importante para a condução de seus negócios. O Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Norte (CRC/RN), com foco na capacitação permanente e valorização do profissional, destaca que apesar do momento delicado de crise, a colaboração de um contador é essencial para auxiliar nas ações de recuperação das empresas e para a retomada do cres14 > Quorum em Revista <

cimento socioeconômico. O profissional é o intermediador entre o contribuinte e o Fisco, e exerce um papel estratégico da contabilidade para a gestão e sucesso dos negócios. O presidente do CRC/RN, contador João Gregório Júnior, à frente do conselho desde 2014, enfatiza que a preocupação com a educação continuada da categoria é uma das prioridades da instituição, para que o mercado disponha de especialistas qualificados. “Entre 2014 e 2016, ministramos palestras, minicursos e outros eventos, trazendo profissionais da área que são referências no país, visan-


CRC/RN

do a capacitação do profissional de contabilidade do Rio Grande do Norte”, afirmou Gregório. “Sabemos que hoje o mundo passa por uma turbulência na economia, momento oportuno para mostrar que somos capacitados e, nada mais adequado, do que contar com um consultor, perito, contador, auditor para na hora certa estar ao lado do empresário”, explicou. O volume de eventos realizados pelo setor de Desenvolvimento Profissional do CRC/RN mostra que a meta vem sendo alcançada a cada ano. De acordo com o Relatório de Gestão do Exercício 2014, foram realizados 66 eventos, entre seminários, encontros, palestras, fóruns, cursos e treinamentos, atendendo um público de 5.428 profissionais, em vários municípios do estado, como Natal, Mossoró, Assú, Caicó, Currais Novos, Ceará Mirim, Pau dos Ferros, Macau, João Câmara e Parnamirim. Já o relatório de 2015 aponta que foram realizados no ano passado, 52 eventos, beneficiando 4.300 profissionais. Em 2015, além dos municípios atendidos em 2014, aconteceram ações também em Angicos e Nova Cruz. A maioria dos eventos é gratuito e o participante faz a doação de um quilo de alimento não perecível. O CRC cumpre sua responsabilidade social, destinando o material arrecadado às instituições de caridade. Neste ano de 2016, antes mesmo de acabar o ano, o número de eventos praticamente dobrou em relação ao ano passado. Até o final de outubro, foram realizadas 96 ações e ainda estão previstas até o final do ano - a realização de mais cinco. Entre elas, destaca-se o XIII Encontro Norte-rio-grandense de Ciências Contábeis (ENCC),

o maior evento da classe contábil aqui no RN, que ocorre entre os dias 16 e 18 de novembro, no Teatro Riachuelo. Este ano, no mesmo período, será realizada a I Convenção Contábil Potiguar. “O XIII Encontro Norte-Rio-Grandense de Ciências Contábeis (CNCC) será umas das maiores edições do evento e, em paralelo, acontecerá a I Convenção Contábil Potiguar. A nossa expectativa é de que mais de 1.300 pessoas participem do encontro. O ENCC vai contar com presença de grandes palestrantes, como Eliseu Martins, um dos maiores nomes da contabilidade”, disse João Gregório. Eliseu Martins é professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP e acumula uma atuação plural e bons frutos conquistados pelo trabalho dedicado ao aperfeiçoamento da contabilidade no mercado de trabalho. Ele fará a palestra de abertura do ENCC e explanará sobre as IFRS em relação ao seu aparecimento, início operacional (adoção) e efeitos sofridos pelas empresas de forma crítica. João Gregório lembra ainda que, em 2017, além da 14ª edição do ENCC, também acontecerá, em Natal, o 13º Encontro Nordestino de Contabilidade (Enecon), que contará com a presença de todos os Conselhos Regionais do Nordeste e representantes de outras regiões. João Gregório prima pela transparência na gestão. Diante disso, o Conselho Regional de Contabilidade do RN atende criteriosamente o que determina a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, que dispõe sobre os procedimentos a serem observados para garantir o acesso às informações, previsto na Constituição Federal.

a colaboração de um contador é essencial para auxiliar nas ações de recuperação das empresas e para a retomada do crescimento

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CRC/RN DELEGACIAS REGIONAIS: O PROFISSIONAL DO INTERIOR MAIS PRÓXIMO AO CRC/RN Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Norte dispõe atualmente de 12 delegacias espalhadas pelo interior do estado. A mais nova unidade foi instalada recentemente em Ceará Mirim, numa solenidade ocorrida no último dia 21 de outubro. O presidente João Gregório empossou como titular da Delegacia do município de Ceará Mirim, o contador Luiz Antônio Pessoa de Araújo. Dessa forma, o CRC/RN já agrega as seguintes delegacias (além de Ceará Mirim): Mossoró - delegado José Nilson Rodrigues; Assú - delegada Morgania Cristina de Medeiros Soares; Caicó - delegado Vivaldo Miguel de Melo; Currais Novos delegada Antonia Ivaneide Santos Nobrega; Pau dos Ferros - delegada Hildérica de Sena Sarmento Freitas; Macau - delegado João Possidonio de Oliveira Neto; João Câmara - delegado Gilvan Dantas; Parnamirim - delegado Francisco Rodrigues de Figueiredo; Angicos - delegado Agecy Anaximandro da Cunha Pessoa; Patú - delegado Wylker Preston Leite Batista da Costa; e Nova Cruz - delegado Valdês Silva. As unidades regionais aproximam os profissionais contábeis do interior do Rio Grande do Norte à instituição, agilizando pendências e demandas, e promovendo capacitação profissional. CONTADOR: FIGURA OBRIGATÓRIA PARA A PRESTAÇÃO DE CONTAS ELEITORAIS As alterações na legislação para as Eleições Municipais de 2016 provocaram uma valorização significativa para o profissional da contabilidade. A Resolução 23.463/2015 do Tribunal Superior Eleitora (TSE) determina a obrigatoriedade de um advogado e um 16 > Quorum em Revista <

João Gregório Júnior, Presidente do CRC/RN contador na prestação de contas dos candidatos. Eles são responsáveis pela elaboração do processo e devem assinar a prestação de contas dos candidatos a cargos eletivos. O CRC/RN teve um papel fundamental na orientação e preparação dos profissionais para atender a demanda. O presidente do conselho, por meio de uma portaria assinada no dia 25 de maio de 2015, instituiu uma comissão de estudo e divulgação da prestação de contas eleitoral. “Por meio das nossas Delegacias Regionais, percorremos praticamente todo o RN, levando conhecimento para os profissionais sobre a matéria, além de vários outros temas e procedimentos da contabilidade”, disse Gregório.

CLASSE UNIDA, PROFISSÃO FORTALECIDA Fazendo uma análise sobre o momento atual, João Gregório sente orgulho em concluir que a classe passa por um momento de união e fortalecimento entre as entidades representativas. “Agradeço a toda equipe que faz o CRC/RN, todo o envolvimento dos profissionais dos diversos setores, conselheiros e apoio de toda a classe e entidades, como a Academia Norte-Rio-Grandense de Contabilidade, Associação dos Peritos e Auditores, Sescon e Sindcont/RN”, lembrou o presidente. A contabilidade é uma das profissões em maior ascensão no mercado de trabalho, mas é preciso estar atento à velocidade


CRC/RN

Através das nossas Delegacias Regionais, percorremos praticamente todo o RN,

Sede do CRC do RN das transformações tecnológicas, como também às constantes alterações impostas pela legislação. Nesse sentido, João Gregório Júnior destaca a importância da atualização profissional em um meio cada vez mais inovador. “Diante da informatização dos órgãos fiscalizadores, por exemplo, queremos mostrar à sociedade e ao empresariado a importância de procurar um profissional capacitado, além de investir em tecnologia de ponta na empresa. O profissional, por sua vez, precisa da consciência de que para gerenciar o seu cliente, é necessário também a utilização de uma boa ferramenta de gestão. Só assim o sistema operacional da empresa

poderá funcionar devidamente, controlando os custos, mantendo-se vivo e com lucratividade”. QUORUM EM REVISTA O presidente do conselho ressalta a importância do lançamento da publicação “Quorum em Revista” para a categoria contábil. “Surge no momento oportuno, com parceira de importantes instituições: CRC/RN, Secretaria de Tributação do Estado do RN, Jucern, UFRN e outras, como também de grandes profissionais locais e nacionais. Trata-se de uma revista com temas relevantes, atuais e que chegará gratuitamente a todos os profissionais com registro no CRC/RN”, explicou.

levando o conhecimento para os profissionais

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História

Contabilizando 55 anos de história do curso de Ciências Contábeis da ufrn Em 10 de março de 2017, o curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte completará 55 anos. O departamento, a coordenação do curso e a pós-graduação estão com uma programação voltada a essa importante data, incluindo a edição de um livro e uma galeria de fotos e vídeos. A programação ocorrerá entre os dias 06 e 10 de março de 2017, culminando em um evento social de confraternização. Essa história remonta a primeira escola com formato profissionalizante do RN, a Escola de Comércio de Natal, posteriormente transformada, pelo Decreto-lei de 1943, em Escola Técnica de Comércio, cuja fundação é atribuída aos esforços empreendidos por uma equipe de professores, com destaque para o papel exercido por Dom Antônio dos Santos Cabral e o professor Ulisses Celestino de Gois. Este, um dos grandes pilares da contabilidade brasileira e o primeiro professor da disciplina Contabilidade Geral. 18 > Quorum em Revista <

Pelos registros, em 28 de dezembro de 1964, a Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Atuariais foi agregada à Universidade do Rio Grande do Norte, conforme delimitou o artigo 1º da Resolução nº 101/64-CONSUNI, e, em 1971, a Lei 5.702 autorizou a incorporação da Faculdade à UFRN, de acordo com a publicação no Diário Oficial da União do dia 16 de setembro de 1971. Nesses 55 anos, o curso proporciona formação de pessoas, que atuam nas mais diversas áreas da profissão contábil. No seio empresarial, é inegável a participação da mão de obra formada pela UFRN. O curso tem ramificações nas grandes empresas de Auditoria, como Deloitte, Ernest & Young e PWC. No contexto público, essa representação é ainda mais considerável, com destaque a ocupação de secretarias de governo, em nível estadual e municipal. Atualmente três docentes do curso ocupam cargos de secretários, um


História

O CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UFRN É AVALIADO COMO UM DOS MELHORES DO PAÍS

no executivo municipal, e dois no nível estadual, tribunal de justiça e tribunal de contas. No âmbito da UFRN, docentes do curso são os titulares da Pró-reitoria de Administração, auditoria interna e outros órgãos. Outros profissionais ocuparam e ocupam cargos em importantes órgãos nacionais e internacionais, como a Secretaria Executiva do Ministério da Previdência, Ministério do Planejamento, Fundo Monetário internacional, Conselhos de Administração de grandes empresas e Banco Central. Grande parte da mão de obra que compõe as equipes docentes de outras instituições de ensino do Estado tem origem na UFRN, com destaque para a capacitação proporcionada pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis, que já titulou mais de 80 mestres e doutores ao longo da sua existência. Esse número é ainda mais expressivo se forem contabilizados todos os cursos de especialização já realizados. O curso também representa um elo entre as instituições da classe contábil e os futuros profissionais, pois consolida na sua formação uma aproximação dos estudantes com essas instituições, divulgando os valores e as conquistas resultantes da militância classista. Atualmente o corpo docente é composto por 44 professores, sendo 34 efetivos, dos quais 17 são doutores, 15 mestres e 2 especialistas. Dos mestres, 6 estão cursando doutorado e um dos especialistas, concluindo o mestrado. Fazem parte ainda da equipe 12 professores substitutos, dos quais apenas 3 ainda não têm mestrado, mas estão cursando. Sobre infraestrura, o curso dispõe de auditório e laboratórios

utor a Borges, Do Erivan Ferreir ontábeis pela em Ciências C FRN UnB/UFPB/U

próprios bem equipados e com recursos tecnológicos importantes, que permitem integrar os discentes à prática da profissão. A cada semestre é realizada uma semana de integração pedagógica, durante a qual a equipe discute os rumos do curso, revisam os planejamentos e socializam suas experiências em sala. Essas atividades só demonstram o nível de qualidade que o curso possui e refletem nas estatísticas sobre o desempenho dos formandos. Dados comprovam que a maior taxa de aprovação no exame de suficiência do Conselho Federal de Contabilidade é de egressos do curso de ciências contábeis da UFRN. Por essas e outras questões, o Curso de Ciências Contábeis da UFRN é avaliado como um dos melhores do país. Esse nível de importância é refletido nas produções técnicas e acadêmicas dos docentes e discentes, com a publicação de artigos e edição de livros técnicos na área empresarial e governamental. São muitas as conquistas por vir, mas pode-se afirmar que, até este momento, o curso tem exercido um papel relevante na sociedade, e o resgate histórico desse papel é apenas uma exigência natural desse mérito.

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Artigo

Marconi Brasil Soares de Souza

A NFC-e e a modernização do varejo no Brasil e no RN O mercado do varejo no Brasil tem reagido de forma positiva aos avanços tecnológicos propiciados pela era moderna, seguindo a tendência mundial como reflexo da popularização da internet e das tecnologias móveis, permitindo às organizações constantes revisões em seus processos internos com objetivo de alcançar excelência operacional e obter vantagem competitiva no mercado de atuação. É o caso, por exemplo, dos restaurantes que aos poucos estão inserindo o cardápio digital via tablet e outros serviços complementares por meio do uso de tecnologias móveis. Lojas de vestuário e calçados também começam a implantar novidades que permitem ao cliente, com o próprio smartphone, obter informações detalhadas sobre o produto, selecioná-lo e pagar através de processos digitais, tornando a experiência de compra mais agradável. Além disso, as novas tecnologias estimulam o comércio eletrônico, promovem a integração entre as lojas virtual e física, aumentando as possibilidades de vendas. Nesse contexto, a NFC-e (Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica), documento fiscal eletrônico implantado recentemente pelas administrações tributárias do Brasil, oferece solução tecnológica moderna baseada em internet e conectividade, conferindo simplificação às empresas no cumprimento das obrigações tributárias acessórias e favorecendo maior interação com o consumidor final, através da consulta e validação em tempo real do documento fiscal emitido. A NFC-e substitui o cupom fiscal impresso pelo equipamento ECF (emissor de cupom fiscal) e o tradicional talonário em papel (nota fiscal modelo 2) para representar as operações de ven-

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Quorum em Revista <

da para consumidor, notadamente nas operações do varejo de mercadorias. Com o novo documento fiscal eletrônico, as empresas têm a oportunidade de modernizar o processo de emissão do documento fiscal e reduzir custos operacionais, em especial, os decorrentes da dispensa de uso do equipamento ECF e procedimentos associados, tornando, inclusive, desnecessária a homologação de software emissor do documento fiscal. A revisão do conceito de ‘ponto-de-venda’ (PDV), o compartilhamento de impressora PDV comum – em média, 25% do custo de um ECF –, a racionalização de outros recursos tecnológicos e materiais, a padronização e uniformização do documento fiscal no país são alguns dos exemplos de benefícios para as empresas do varejo com o uso da NCF-e. Além disso, o novo modelo operacional permite a adoção de tecnologias inovadoras baseadas em mobilidade - tais como smartphone e tablets - dentro do processo de negócios, agregando valor aos serviços oferecidos ao cliente. No Brasil, algumas empresas do varejo – dos mais diversos segmentos - já transformaram essa oportunidade em realidade, graças às inovações tecnológicas decorrentes do uso da NFC-e. Os colaboradores incorporam o tablet e o smartphone como ferramentas de trabalho e usam aplicativos de vendas embarcados integrando os processos de pedido de venda, pagamento e emissão de NFC-e ao próprio sistema de gestão empresarial. Desde 2013 implantado de forma gradual em todo o país, a NFC-e fez com que as administrações tributárias estaduais investissem na preparação de um parque tecnológico capaz de suportar a demanda para processar e armazenar o grande vo-


Artigo lume de informações. Atualmente, cerca de 300 milhões de documentos fiscais do varejo são emitidos mensalmente por mais de 200 mil estabelecimentos espalhados pelo país. A quase totalidade de unidades federadas do Brasil (26, de um total de 27) autoriza o uso, ou já sinaliza, pela adoção da NFC-e. Esses fatos corroboram o sucesso da implantação e a efetiva padronização e uniformização do uso do novo documento fiscal eletrônico. No Rio Grande do Norte, a SET – Secretaria de Estado da Tributação, órgão responsável pela administração tributária estadual, sinalizou claramente pela adoção ampla da NFC-e em substituição aos documentos anteriores, cupom fiscal e nota fiscal modelo 2 (talonário em papel). O decreto 26.002/2016, publicado em abril de 2016, alterou o R-ICMS/RN e instituiu a NFC-e, sua operacionalização e todos os procedi-

mentos associados. A similaridade com o modelo operacional da NF-e (utilizado na venda entre empresas) é marcante e facilita, sobretudo, a sua implantação pelos estabelecimentos comerciais. Além disso, o mesmo instrumento normativo definiu os prazos de obrigatoriedade de uso da NFC-e no RN pelo varejo e demais estabelecimentos de venda para consumidor final, de forma escalonada por segmento econômico, entre janeiro e julho de 2017, como mostrado no quadro 1. Em termos práticos, significa dizer que todo e qualquer estabelecimento comercial potiguar que realize venda para consumidor final, independentemente da atividade, deverá adotar essa sistemática no próximo ano. Exceção prevista para estabelecimento inscrito na condição de MEI (micro empresário individual).

Principais segmentos obrigados ao uso da NFC-e no RN 1/Janeiro/2017 1/Abril/2017

1/Julho/2017

Peças e acessórios veículos e motos

Produtos alimentícios, bebidas e fumo

Peças e acessórios veículos e motos

Informática, telefonia, eletrodomésticos

Postos de combustíveis

Informática, telefonia, eletrodomésticos

Eletrodomésticos, peças e acessório de eletrônicos, Móveis, tecidos, livrarias, material esportivo

Farmácias, cosméticos, perfumarias, óticas Lojas de vestuário, calçados, jóias

As empresas podem se antecipar à obrigatoriedade e aderir voluntariamente ao novo documento fiscal e, assim, planejar a migração do sistema de gestão, proceder com a substituição dos equipamentos ECF e passar a usufruir dos benefícios da NFC-e para o varejo. No RN, em outubro de 2016, mais de 1.800 estabelecimentos já adotaram e aprovaram o novo modelo. Juntos, emitem cerca de 2 milhões de documentos eletrônicos por mês. A tendência é de au-

Eletrodomésticos, peças e acessório de eletrônicos, Móveis, tecidos, livrarias, material esportivo

mento dessa adesão, na medida em que se aproxima o prazo para a obrigatoriedade, a partir de 2017. Rapidamente, a NFC-e tornou-se uma realidade no país, transformando de forma positiva e irreversível a maneira de fazer varejo. Percebe-se, portanto, uma convergência de ações promovidas pela adoção da NFC-e e pela integração das novas tecnologias que oportunizam a modernização do varejo no Brasil e no Rio Grande do Norte.

* Marconi Brasil Soares de Souza é mestre em administração, professor efetivo da Faculdade Maurício de Nassau, auditor fiscal do Estado do RN e atua como líder estadual do projeto NFC-e

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Depoimentos

Hugo Taixo GILBERTO ALVES ROCHA Contabilista e Bacharel em Direito, trabalhando como gerente contábil e fiscal, há 25 anos no grupo A.Gaspar, composto pelas empresas: construtora A Gaspar s/a, a G Hoteis e Turismo s/a (Ocean Palace), Raros Agro Industria Produtos Aromáticos S/A, todas de lucro real e sociedades anônimas e, tendo em vista a complexidade das obrigações principais e acessórias, hoje tão absurdamente exigidas por parte dos entes federativos, necessário se faz estarmos sempre nos reciclando para atender estas demandas, e ,para isto, contamos com um belo oferecimento de cursos e seminários por parte da Quorum Soluções, através do seu sócio o senhor Marcos Dantas. O Brasil vive, atualmente, uma terrível crise entre os 3 poderes, tendo como consequência disso mudanças constantes nas legislações, tributária, previdenciária, contábil, fiscal e societária. Contamos sempre com a Quórum Soluções, pois ela está antenada com estas mudanças e nos oferecendo cursos diversos ministrados por excelentes instrutores.

Sempre acreditei na dedicação, na perseverança, e assim acredito na Quorum Soluções Empresariais, como uma parceira dos contadores e dos empresários, que ao longo dos anos dedicou-se a nos oferecer treinamentos, sistemas e outros produtos que auxiliam os empresários na busca de bons resultados.

Luiz Antonio Optar pela QUORUM em seus treinamentos, é buscar se qualificar com qualidade. É um investimento com retorno imediato, diante da segurança em aplicar o aprendizado no dia-a-dia.

Contabilista, CRC-RN sob nº 3.194 SRJ, responsável pelas escritas fiscais das empresas do Grupo SALINOR, com Matriz no Rio de Janeiro-RJ e Filiais nos Estados de São Paulo e Rio Grande do Norte, tenho participado, juntamente com minha equipe de vários treinamentos ministrados pela empresa Quorum Soluções Empresariais, nas cidades de Natal e Mossoró, e por meio destes treinamentos fizeram com que aumentássemos os nossos conhecimentos das matérias relacionadas aos assuntos de ordem fiscal, tributária e contábil. A empresa Quorum Soluções Empresariais está de parabéns por ministrar esses treinamentos, pois tem engrandecido o conhecimento da classe contábil.

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Artigo

Roberto Dias Duarte

Contador 4i: a quarta Onda nos Negócios Contábeis Uberização, mobilidade, Big Data, gamificação, internet das coisas, indústria 4.0. O que esses conceitos tão frequentes no mundo corporativo têm a ver com o universo dos escritórios contábeis? Durante o 20º Congresso Brasileiro de Contabilidade, que ocorreu em Fortaleza, de 11 a 14 de setembro, pude constatar que chegamos ao ponto de inflexão na curva de desenvolvimento dos negócios contábeis e que todos esses novos pensamentos têm convergido para uma transformação ainda mais profunda no modelo de negócios do setor. Ao observar e analisar detalhadamente todos os expositores e prestar atenção a cada palavra dita pelas centenas de pessoas que me procuraram para trocar ideias sobre a evolução do setor contábil, alguns fatos ficaram evidentes. O principal deles é que, por mais que os escritórios se esforcem no sentido de melhorar a sua gestão, há significativa pressão pela redução de preços, acompanhada pela enorme elevação dos custos. Muitos, inclusive, chegaram a me relatar que estavam se desfazendo de bens pessoais para cobrir o caixa do escritório, dado o cenário atual, agravado pela inadimplência oriunda da crise que se instaurou em nosso país. Em contrapartida, alguns poucos empreendedores da contabilidade esboçavam um largo sorriso, traduzindo os bons resultados de suas empresas. Estes, claramente, colhiam os frutos do investimento constante em inovação no modelo de negócios. Na outra ponta, a maioria absoluta dos expositores foi formada por empresas do setor de tecnologia da informação. Enquanto metade dos fornecedores de TI apresentavam soluções velhas para problemas igualmente velhos, a outra fatia trazia inova-

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ções como nunca antes vistas em anos anteriores. Era como uma competição de taxímetros mais modernos contra soluções, de fato, inovadoras, como o aplicativo Uber. Nem é preciso dizer quem chamou mais atenção, né? Acredito mesmo que boa parte das empresas do primeiro grupo não estarão no próximo Congresso. Mas o que está acontecendo? Explico fazendo referência à mudança a que todas as atividades econômicas estão sujeitas: a Quarta Onda da Revolução Industrial! As primeiras ondas da Revolução Industrial A primeira onda, no século XVIII, foi marcada pela mudança do processo produtivo artesanal pela linha de produção e pela mecanização do trabalho. O setor contábil também passou por essa transformação, mas em um tempo não tão distante. Os escritórios adotaram máquinas e criaram processos para escrituração de livros contábeis e fiscais. Ainda hoje é possível conhecer essas máquinas no Museu Brasileiro da Contabilidade, mantido pelo Conselho Federal. Com o aperfeiçoamento das máquinas e o uso da energia elétrica, a Segunda Onda surgiu nos Estados Unidos, ao final do século XIX. Máquinas mais sofisticadas e tecnologias de comunicação, como telefone, telex e fax marcaram alguns avanços nas organizações contábeis brasileiras na década de 1980. O surgimento da informática deu início à Terceira Onda da Revolução Industrial. Da mesma forma, os escritórios começaram a utilizar tais recursos a partir do final dos anos 80. Grandes ganhos de produtividade se multiplicaram desde


Artigo

então: técnicas industriais de controle da produção e programas de melhoria da qualidade passaram a ser largamente empregadas, o que fez muitas organizações contábeis conquistarem certificações ISO, seguindo os passos da indústria. O mundo 4i O dilema atual é que muita gente ainda não se deu conta de que estamos vivendo a Quarta Onda, que deu origem ao termo Indústria 4.0 ou, simplesmente, 4i. Automação extrema, hiperconectividade, computação em nuvem e a internet das coisas mudaram radicalmente o perfil dos consumidores. O tempo de espera deixou de ser medido em minutos. Alguns segundos já são suficientes para irritar qualquer um. Qualidade em produtos e serviços tornaram-se commodities e não é mais considerada ponto de vantagem competitiva. A hiperinformação do consumidor e a ultracompeticão, por sua vez, criaram uma feroz concorrência por preços. Máquinas conectadas produzem informações e automatizam processos de forma inimaginável. E o cliente só consegue perceber valor em serviços que proporcionam uma experiência incrível e memorável. Tecnologias disruptivas: o alicerce do Contador 4i Essa já é a realidade que vivemos nas empresas (não mais escritórios) contábeis. Quem poderia conceber a ideia de um scanner que armazena os documentos em nuvem, classificando-os, organizando-os e compartilhando-os automaticamente?

E essa máquina “ïnteligente” e conectada ainda gerar o lançamento contábil? Esses são um (apenas um) dos usos da internet das coisas que começaram o movimento de disrupção no mercado. Aplicativos, obviamente em nuvem, que conectam fiscos, clientes, empresas contábeis, clientes dos clientes e fornecedores dos clientes, utilizando os documentos fiscais digitais. E esses aplicativos ainda geram os lançamentos contábeis. Contratos compartilhados entre as partes interessadas, assinados no próprio smartphone do signatário, com validade jurídica e fluxo de assinaturas e aprovações controlado automaticamente. E… não preciso mais guardá-los! Sistemas de apoio à gestão, obviamente em nuvem, usando conceitos de videogames? Tudo para facilitar a vida do usuário (que não é mais usuário, é um cliente que quer uma experiência incrível). E ainda geram os lançamentos contábeis! Enfim, a Quarta Onda está causando uma gigantesca transformação no mercado. Tanto fornecedores de “taxímetro” quanto os “taxistas” estão entrando em declínio acelerado. Por outro lado, há empreendedores inovadores criando (ou recriando) modelos de negócios contábeis de altíssimo desempenho e entregando valor a seus clientes. A questão é: você já percebeu isso? Os seus clientes, posso garantir, já estão vivendo esse novo cenário e a única alternativa para sua empresa se manter competitiva é adaptar-se ao novo e desafiador mundo do Contador 4i. *Roberto Dias Duarte é professor, mentor de empresas de tecnologia e presidente do Conselho de Administração da NTW Franquia Contábil.

* É professor, mentor de empresas de tecnologia e presidente do Conselho de Administraçãoda NTW Franquia Contábil

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Atualização

Como se preparar para o

eSocial

A partir de janeiro de 2018, a comunicação entre empresas, órgãos e entidades do governo federal – entre elas Caixa Econômica Federal, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Ministério da Previdência (MPS), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) - seguirá novos rumos. Isso porque entra em vigor a nova obrigatoriedade que unificará a base de recebimento de dados trabalhistas, previdenciários e tributários, de modo que assim haja 26 > Quorum em Revista <

um cruzamento de dados, bem como a eliminação gradual de inúmeras obrigações acessórias atreladas à contratação de colaboradores, quer seja com vínculo empregatício ou sem vínculo, o chamado eSocial. A nova forma de comunicação, antes prevista como parte integrante do Programa do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), agora possui portal de informações separado que foi lançado em junho de 2013, no endereço www. esocial.gov.br.


Atualização

O que é o programa eSocial? O eSocial – Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas – é uma ferramenta eletrônica desenvolvida pelo Governo Federal, instituída pelo Decreto nº 8.373/2014, que sistematiza, por meio de um canal

único, as informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas de todos os empregados, tendo por finalidade padronizar sua transmissão, validação, armazenamento e distribuição, constituindo-se em um ambiente nacional, importante frisar o artigo 2º desse Decreto que menciona:

“Art. 2º O eSocial é o instrumento de unificação da prestação das informações referentes à escrituração das obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas e tem por finalidade padronizar sua transmissão, validação, armazenamento e distribuição, constituindo ambiente nacional composto por: I - escrituração digital, contendo informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas; II - aplicação para preenchimento, geração, transmissão, recepção, validação e distribuição da escrituração; e III - repositório nacional, contendo o armazenamento da escrituração. § 1º A prestação das informações ao eSocial substituirá, na forma disciplinada pelos órgãos ou entidades partícipes, a obrigação de entrega das mesmas informações em outros formulários e declarações a que estão sujeitos: I - o empregador, inclusive o doméstico, a empresa e os que forem a eles equiparados em lei; II - o segurado especial, inclusive em relação a trabalhadores que lhe prestem serviço; III - as pessoas jurídicas de direito público da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; e IV - as demais pessoas jurídicas e físicas que pagarem ou creditarem por si rendimentos sobre os quais tenha incidido retenção do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF, ainda que em um único mês do ano-calendário”. Diante do acima exposto, salientamos que o eSocial abrangerá os empregados regidos pela CLT; os empregados domésticos; os servidores públicos federais, estaduais e municipais; o trabalhador rural; o trabalhador avulso; o trabalhador temporário; o contribuinte individual; trabalhador cujo contrato individual de trabalho esteja suspenso, pela licença médica ou pelo afastamento por gozo de benefício previdenciário de auxílio doença ou de aposentadoria por invalidez; o cooperado e o estagiário. Há uma grande jornada pela frente e, para perfeita adequação a esse novo cenário, é indispensável

o envolvimento de toda empresa, pois o eSocial não atinge somente um departamento, mas diversas áreas da empresa, por exemplo, Tecnologia da Informação, Recursos Humanos, Departamento Pessoal, Compras, Fiscal, Jurídico, Contabilidade, Segurança do Trabalho entre outros. Por isso, é necessário seguir alguns passos para que não haja dificuldade na implantação e adequação ao eSocial, desta forma, é importante primeiramente organizar todos os dados do empregador e dos empregados, a fim de evitar riscos trabalhistas e autuações do Ministério do Trabalho e Emprego, do INSS e da Receita Fe-

eSocial não atinge somente um departamento, mas diversas áreas da empresa

deral, ou seja, revisar os cadastros dos empregados com relação à consistência do cadastro existente no banco de dados do CNIS – Cadastro Nacional de Informações Sociais versus CPF – Cadastro de Pessoa Física). Em segundo lugar, é muito importante a verificação do correto preenchimento dos laudos ambientais e condições de riscos (PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional; PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais; e o PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário). A respeito do risco de autuação pelas empresas sobre a carga tributária, recomendo a realização

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Atualização de um estudo acerca da incidência de FGTS, INSS, IRRF, Contribuição Sindical, das rubricas (verbas trabalhistas), principalmente se tem discussão na esfera judicial ou administrativa sobre determinada verba, pois o sistema não avisará se a correlação de incidência está correta ou não, mas com certeza esse será um dos pontos primordiais de cruzamento da fiscalização. Neste artigo não daria para retratar todos os pontos de atenção e alertas sobre o eSocial. Assim, é evidente que a capacitação da equipe também será outro ponto crucial para prevenir o envio de informações erroneamente aos órgãos competentes. O eSocial transporta para o ambiente digital obrigações que já são cumpridas pelas empresas atualmente, entretanto, existem novas informações cadastrais sobre funcionários que passarão a ser obrigatórias, segundo previsto no layout do sistema. Não tenho dúvida de que o eSocial não é só uma revisão dos processos nas empresas, mas também uma mudança cultural. Isso porque softwares só apoiam processos. Se a empresa trabalhar com automatização de processos errôneos, o fisco seja informado mais rapidamente dos erros cometidos pela empresa, mas com um detalhe muito importante: riqueza de provas e detalhes das informações. Em resumo, se hoje você não cumpre as normas da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), com o eSocial você informará isso mais rapidamente ao Fisco. A expectativa é de que as obrigações acessórias hoje existentes diminuam em médio prazo. Contudo, neste primeiro momento, empresas, contabilistas e demais envolvidos estão se adaptando às atuais e às novas exigências, como 28 > Quorum em Revista <

recentemente foi disponibilizado o manual da versão 2.2 e seus layouts. Esse material deve ser analisado com muito carinho, pois parece a implantação será morosa, porém, digo-lhes que a contagem regressiva já começou há muito tempo. Um grande ganho com esse sistema é para o trabalhador, principalmente o autônomo, pois terão no sistema eletrônico as informações já inseridas no Cadastro Nacional de Informação Social (CNIS), o que facilita a vida do trabalhador quando, por exemplo, necessita da concessão de um benefício do INSS. Antes, ele tinha que, diferentemente do trabalhador com carteira assinada, provar vínculo de prestação de serviço e guardar documentos utilizados na época. Com esse novo modelo, esses profissionais também poderão fiscalizar o próprio cadastro, evidenciando as prestações de serviço. Já para os funcionários, o governo espera que o eSocial permita aos próprios trabalhadores “fiscalizem” se as empresas estão cumprindo as obrigações, como o depósito do FGTS, e tenham mais facilidade para a elaboração de provas para concessão de benefícios previdenciários. Da mesma maneira, as empresas terão como comprovar de forma mais fácil que estão em dia e não devem nada aos colaboradores. O eSocial faz com que a relação entre empregados e empregadores seja mais transparente. Muitos questionam as multas específicas do eSocial, eu sempre menciono que, como nesse sistema há interface de dados com 5 (cinco) órgãos envolvidos no pro-

jeto, se houver omissão ou erro de informação, a empresa poderá ser autuada pela mesma informação por mais de um órgão no caso de ter previsão legal para esse dado omisso, fora de prazo ou errado, por exemplo, falta de registro do funcionário quando do início da prestação de serviço. Como todas essas informações são transmitidas online, ressaltamos que todos os arquivos serão no formato XML, implicando em cada evento corresponder a um arquivo, e a folha de pagamento será desmembrada por trabalhador, em outras palavras, se a empresa tem 100 funcionários, no mínimo, serão transmitidos 100 arquivos. Por fim, voltando às obrigações acessórias, vale destacar que o eSocial substituirá uma série delas, sejam o livro de registro de empregado, a folha de pagamento, a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), o perfil profissiográfico previdenciário, o arquivos eletrônicos entregues à fiscalização (Manad), o termo de rescisão e formulários do seguro desemprego, a Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (Gfip), a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e a Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf). Serviço TAF Consultoria Empresarial Fone: 11 - 5524-3015 www.tafconsultoria.com.br Av. Adolfo Pinheiro, 2056 - Alto da Boa Vista, São Paulo/SP



Artigo

Juscileide Ferreira

Resgate de ações e valores Falar da Academia Norte-Rio-Grandense de Ciências Contábeis (ACADERNCIC) significa homenagear seu fundador e o patrono da contabilidade potiguar, o Professor Contador Ulyssis Celestino de Góis. A Academia iniciou as atividades no dia 16 de julho de 1977, por idealização do grandioso mestre Ulyssis, que se associou aos 39 jovens fundadores em prol do desenvolvimento dos aspectos prático e científico da contabilidade. Trata-se de uma instituição estadual, sem fins lucrativos ou econômicos, com prazo indeterminado e sede, em Natal-RN, na Praça André de Albuquerque, nº 04, sala 01- Cidade Alta, prédio do Sindicato dos contabilistas no Estado do RN. Possui por objeto a valorização educacional e cultural, a imagem, desenvolvimento e estímulo ao conhecimento filosófico, científico e tecnológico das Ciências Contábeis, inclusive na ação socioambiental. Visando a cumprir seu escopo abrange todos os aspectos educacionais e culturais, de comunicação, difusão e informação ao fiel cumprimento de seus objetivos. As 40 cadeiras da ACADERNCIC estão ocupadas por membros fundadores e efetivos, contabilistas brasileiros e bacharéis em Ciências Contábeis de mérito reconhecido, domiciliados nesta capital ou em outros municípios do RN, patrocinados por nomes que se destacam no Brasil pelo exercício profissional da contabilidade, magistério ou em atividades afins. Sendo uma instituição com 39 anos de existência, registra-se que ela, após o falecimento do professor Ulyssis, em dezembro de 1990, passou por um período de 20 anos em silêncio. Retornou suas atividades no dia 06 de maio de 2010, por ocasião de um fórum no Auditório da Reitoria da Universidade Federal do RN que abordou a temática, Academia Norte-Rio-Grandense de Ciências

Contábeis: uma busca através dos tempos. Projeto de responsabilidade do Departamento de Ciências Contábeis – UFRN, encabeçado pela professora Márcia Chacon, com a colaboração da contadora Jucileide Ferreira Leitão. Após esse resgate, a instituição destaca-se pelo cumprimento do seu objetivo social, mediante a realização de cursos e divulgação da história contábil potiguar. Por essa ótica, torna-se capacitadora do programa de educação continuada do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por meio da realização de inúmeros eventos. Vale destacar, o Fórum Internacional da história contabilística: Portugal – Brasil, ocorrido no dia 13 de julho de 2013, em Natal/RN; além dos eventos voltados à discussão da internacionalização da contabilidade nos exercícios de 2014 e 2015. Em 2016, concretizaram-se inúmeras ações que receberam pontuação do CFC: 1- IFRS aplicadas às pequenas e médias empresas – de Mossoró, Caicó e Natal; 2- Auditoria voltada às Normas Internacionais – Natal; 3- Contabilidade aplicada ao setor público – Natal; e 4- Cursos de perícia com visão teórica e prática –Mossoró e Natal. Para a divulgação da história contábil potiguar, criou-se o Memorial Contador Professor Ulyssis Celestino de Góis, resultado de uma parceria com o Conselho Regional de Contabilidade do RN-CRCRN e o SINDCONTRN, e aberto para visitação da sociedade contábil potiguar na sede do Sindicato dos Contabilistas no Estado do RN. O lemático da Academia está representado pelo “Ad Augusta Per Augusta”, que significa: Vai-se a coisas grandiosas, por meio de coisas grandiosas. Nesse contexto, percebe-se que a história representa a trajetória cultural de um povo, de uma categoria. E assim, apresentam-se as novas gerações à linha do tempo da profissão contábil em nosso Estado.

* Presidente da Academia Norte-Rio-Grandense de Ciências Contábeis (ACADERNCIC)

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Segurança

Como se proteger contra o

sequestro de dados

em computadores Por Marcelo Lau É extremamente comum a ocorrência de incidentes, onde empresas (de grande, médio e pequeno porte) são afetadas pelo sequestro de dados informáticos. Esta modalidade de crime se baseia na indisponibilidade ao acesso legível de arquivos às vítimas, com base em tecnologia que visa o embaralhamento (criptografia) do conteúdo destes respectivos arquivos. Nestes casos, o responsável pelo ataque, solicita um valor financeiro, visando o fornecimento de código que promete o retorno do acesso aos respectivos arquivos afetados. Este tipo de ataque aos sistemas informatizados também se denomina Ransomware (que do inglês significa sequestro de dados). 32 > Quorum em Revista <


Segurança Dentre estas empresas afetadas por um Ransomware, estão estabelecimentos comerciais e empresas de contabilidade, dentre outras empresas, que detêm dados de seus respectivos clientes. A área de TI (Tecnologia da Informação) ou área de informática, nada podem fazer para o restabelecimento destes dados, quando a empresa vitimada não possui medidas mínimas em Segurança da Informação. Os dados mais importantes, afetados por este tipo de ameaça, são bancos de dados e arquivos atrelados à produtividade como planilhas, documentos textuais, pois o sequestro de dados visa indisponibilizar arquivos de forma seletiva, visando o comprometimento de arquivos mais importantes às empresas. Algumas medidas podem e devem ser adotadas, visando a redução de riscos de uma empresa a este tipo de ameaça, onde se destaca em primeiro lugar a identificação de todos os arquivos críticos à empresa (mesmo os arquivos mais antigos que possam vir a ser requeridos por necessidades técnicas, operacionais, legais, dentre outros motivos). Uma vez identificados tais conteúdos, recomenda-se a adoção de realização de cópia de segurança (também denominado como backup), que tem como objetivo salvaguardar em local seguro tais informações. Para que estas ações sejam realizadas com sucesso, espera-se que seja adotado um processo, alinhado a tecnologias que permitam a realização de cópias de segurança em mídia, sendo esta salvaguardada em local seguro (com acesso restrito à mesma) e preferencialmente externo às instalações do local onde residem os dados da empresa. Se tem casos de comprometimento de dados pelo sequestro de arquivos, onde a empresa afetada contava com backup, entretanto o mesmo se encontrava conectado em sistemas afetados pelo Ransomware. Nesta condição, infelizmente, os dados salvaguardados também tinham

sido comprometidos pelo atacante. Outra preocupação atrelada à esta ameaça, está relacionada à forma que o Ransomware atinge sistemas e arquivos na empresa. É comum que tal ameaça venha a afetar um computador e por meio deste comprometimento, demais outros computadores sejam afetados em sequência, portanto a velocidade de identificação desta ameaça determina a extensão de computadores e dados afetados pelo sequestro de dados. Neste ponto, é recomendado que empresas sejam cautelosas ao uso de mídias removíveis como pen drives, que consiste em um dos vetores de infecção de computadores por este tipo de ameaça (mesmo que um antivírus esteja instalado e em funcionamento no computador). Além disto, é importante que o acesso à internet seja devidamente controlado por tecnologias que realizem a filtragem ao acesso à sites, pois isto reduz a probabilidade de infecção do computador em função do acesso indevido à algum link que leve a vítima ao download do Ransomware. Algumas restrições ainda complementares podem ser realizadas, desde que os profissionais de TI ou a área de informática tenha habilidade em “blindar” o ambiente, reduzindo a propensão de ocorrências indesejáveis como estas, atreladas ao sequestro de dados. Independente destas ações aqui recomendadas, ainda se torna imprescindível a orientação dos usuários de computadores sobre os riscos atrelados ao sequestro de dados e respectivas boas práticas que podem vir a ser adotados. Estas ações são denominadas como conscientização, e esperam que as orientações disseminadas aos funcionários possam não só impedir eventos indesejados como este, mas também serve como elemento de alerta, caso alguém possa identificar uma potencial ameaça que possa vir a comprometer os dados e as respectivas informações.

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Artigo

Marcelo dos Santos

Inovação Disruptiva: quatro formas de gerar valor no escritório contábil? Como você, contador, quer ser percebido pelo mercado e por seus clientes? Você quer ser visto como um empresário que busca a inovação na contabilidade ou prefere manter-se na zona de conforto, sem grandes diferenciais em meio à concorrência? Basta ver o que está acontecendo em diversos segmentos: a queda das livrarias tradicionais, com o advento da Amazon e seu modelo de e-commerce seguido em todo o mundo; o fim da era PC (computadores pessoais), com a disseminação e o aumento do poder de processamento dos smartphones; até a reviravolta da indústria de táxis, com a chegada do Uber. Todos esses exemplos de inovação disruptiva estão revolucionando os seus segmentos tradicionais de atuação, fazendo com que as empresas tradicionais do ramo precisem se reinventar ou, até mesmo, fecharem as portas. No segmento contábil, o contador do futuro precisa também buscar inovação para seus serviços. Ser bem sucedido é ter entusiasmo para adaptar-se ao mundo em rápida mudança. Mas como você pode capitalizar essas tendências de inovação disruptiva e diferenciar sua prática daquelas organizações contábeis que ainda estão presas ao passado? E mais, como essa inovação contábil pode ser transformada em valor para o seu escritório e percebida por seus clientes? No blog ContaAzul para Contadores, você já leu sobre segmentação, franquias contábeis, proximidade com o cliente, formas de buscar produtividade e como mostrar seu valor para posicionar-se e firmar seu espaço. Tudo isso é de grande relevância para gerar diferenciação e, neste artigo, serão apresentadas e reforçadas mais quatro dicas de como o contador do futuro pode transformar a inovação disruptiva em valor para a sua organização contábil. Confira:

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1. Conteúdo de valor A publicidade tradicional não está mais funcionando. A dica é criar um conteúdo “matador”, a partir de postagens no blog do seu site, com orientações para melhorar a organização das informações contábeis para as PMEs. Por exemplo, você pode demonstrar o seu talento e inteligência para atuais e potenciais clientes. Não esqueça que postagens utilizando o recurso de vídeo criam diferenciais e um chamariz no excesso de informações disponíveis hoje. Uma sugestão é incluir na proposta de trabalho o acesso a conteúdos e vídeos educativos. 2. Mobilidade A adoção generalizada de dispositivos móveis possibilitou uma enorme mudança para qualquer negócio. Certifique-se de otimizar o seu conteúdo online para smartphones. Qualquer um que faça uma busca online deve ver, em primeira mão, um mapa e uma descrição geral do seu negócio no Google. Se ainda não o fez, essa é a primeira coisa que você deve corrigir para ter presença online. É preciso, contudo, estar preparado para ser ágil no atendimento. Certifique-se de que você está conectado para resolver potenciais momentos de insatisfação do cliente, dúvidas e desejos. Por “você”, entenda-se todos os pontos de contato da sua empresa com o cliente. O sucesso de Uber foi devido ao fato de que seus carros realmente aparecem rapidamente ao serem chamados e você pode ver a localidade deles, o que não ocorre para a maioria das pessoas ao chamar um táxi. Com isso, as centrais de táxi tiveram que rapidamente adotar as mesmas tecnologias mobile do Uber, a fim de buscar competitividade.


Artigo

3. Previsão de sucesso Com dados ricos sobre o desempenho dos negócios prontamente disponíveis nas plataformas em nuvem, é hora da organização contábil pensar em si mesma como uma empresa de gestão de processos de negócios. O contador pode (e deve!) aproveitar a riqueza de dados de seus clientes para obter uma maior compreensão sobre a sua saúde financeira. Usando um software de integração contábil na nuvem, como o ContaAzul para Contadores, é possível analisar rapidamente o que está acontecendo no negócio do cliente e fornecer um serviço de maior valor agregado do que simplesmente realizar obrigações fiscais. Muitas vezes, as questões financeiras das empresas causam mais falhas para o negócio do que as condições de mercado. Por isso, contar com a tecnologia para trabalhar de forma integrada com um contador que atue de forma consultiva, leva ao aumento das receitas para os clientes. Passando da economia da atenção para a economia da intenção, você ajuda seus clientes a compreender e aproveitar essa mudança em seu benefício. 4. Propósito Propósito pode ser definido como um modo único e autêntico, por meio do qual sua marca faz a diferença no mundo. O publicitário americano Joey Reiman, apontado como um dos gurus que estão mudando as formas de trabalho, quer ajudar as empresas a identificar seu “propósito” – e lucrar com isso. Reiman foi o responsável pela in-

ternacionalização das sandálias Havaianas para a Alpargatas. “Descobrimos que a marca vai muito além dos chinelos. Ela vende a alegria de viver do povo brasileiro e hoje é um sucesso de vendas em todo o mundo.” A Apple, uma das marcas mais admiradas e desejadas do mundo, também é um ótimo exemplo de propósito que gera valor. Steve Jobs dizia que sua empresa não vende computadores ou smartphones, vende design, inovação e criatividade. Outro caso de sucesso é americana Graco, uma das líderes mundiais de assentos infantis e carrinhos de bebês. Antes, quando limitava-se a fabricar e vender seus produtos, faturava 450 milhões de dólares. A partir do momento em que estabeleceu como propósito ajudar os pais a criar melhor seus filhos e direcionar suas ações para isso, em uma década, o faturamento mais que dobrou, para 1,3 bilhão de dólares. Em relação aos negócios, quando o propósito pessoal é bem definido, é muito provável que o da empresa também seja. Em consequência disso, fica muito mais fácil promover uma oferta de valor para o mercado, porque você consegue transmitir confiança naquilo que oferece. Você pode escolher ser engolido pelas mudanças disruptivas ou abraçar essa inovação, garantindo que a sua organização contábil esteja numa posição mais para Uber e Amazon do que para a livraria da esquina ou para o velho táxi. Na contabilidade do futuro, o software online na nuvem disponível, acessível e integrado é o suporte para gerar inovação disruptiva. * Sócio & Head do ContaAzul para Contadores

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Metas

DICAS DE GESTÃO

Coloque um tubarão no seu próprio aquário O ser humano em geral é um ser que nasceu para ser desafiado. Durante milhões de anos tivemos que correr para conquistar nossos objetivos. Ainda na época das cavernas éramos desafiados para conseguir alimentos, fugir dos predadores, procriar e dar continuidade à espécie. Os japoneses, por exemplo, sempre gostaram de peixe fresco. Contudo, as águas perto do Japão

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não produzem peixes há bastante tempo. Assim, para abastecer a população, os japoneses começaram a fabricar navios pesqueiros maiores, que pudessem ir a grandes distâncias. Quanto mais longe iam, mais demoravam para retornar com os peixes, que chegavam “passados”, desagradando os consumidores. As empresas de pesca tentaram resolver o problema: instalaram nos navios

grandes aquários, nos quais colocavam os peixes vivos. Com isso, porém, os animais retornavam em tanques superlotados e, por falta de espaço, não conseguiam nadar, chegando cansados e abatidos, embora vivos. Infelizmente os japoneses não gostaram do sabor desses peixes, pois, em função de não se mexerem, perdiam todo o frescor. Como, então, resolver o problema?


Os japoneses formularam soluções para resolver esse entrave mercadológico e chegaram a uma conclusão muito parecida com o mundo dos humanos: colocaram dentro do aquário um pequeno tubarão. O predador comia alguns peixes, mas a maioria chegava ao destino vivo, nadando rápido e muito frescos. Ter um tubarão no aquário é saudável. Da mesma forma, o profissional de qualidade deve mergulhar no aquário que contenha um tubarão, deve estar atento a ambientes competitivos e colocar-se em situações desafiadoras, que o deixarão mais preparado. Se você é líder, lembre-se de que seus subordinados são seres humanos regidos por essa lógica. Se você não mantiver o grupo desafiado, as pessoas tenderão a acomodar-se. É importante que

existam metas e objetivos que façam todos ficarem velozes e alertas o tempo inteiro. Uma forma de manter o tubarão sob controle é planejar o futuro. EMPRESÁRIO Defina o motivo filosófico da sua empresa existir, pense se as ações, rotinas e métodos aplicados estão de acordo com o propósito da empresa. Neste momento, analise se os colaboradores possuem os valores, as crenças e a ética para contribuírem com o propósito da firma. Analise se há um tubarão no seu aquário, se possui um concorrente agressivo e se o mercado está mudando mais rápido do que a sua capacidade de adaptar-se. GERENTE Você precisa ter a noção de que é muito importante inserir um tu-

barão em seu setor, que as metas e objetivos sejam desafiadores e que as pessoas percebam que uma empresa se faz com cada setor contribuindo para o todo. Sugiro a você que imprima e entregue este artigo para todos da empresa. Depois disso, marque uma reunião, peça aos colaboradores que elenquem quais são os tubarões que os movem continuamente. Diga a todos que essa dinâmica tem como proposta criar um ambiente colaborativo, em que todos ajudem a montar uma estrutura de cobrança mútua. Enfim, você, enquanto líder, deve criar o que é mais importante para uma empresa: entendimento do seu time. Além disso, tem a chance de ser o tubarão no aquário de cada setor, visto que a presença do líder faz todos se mexerem, crescerem e aprimorarem-se.

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Informação

EFD-REINF O QUE É? A Escrituração Fiscal Digital das Retenções e Informações da Contribuição Previdenciária Substituída (EFD-Reinf) é o mais recente módulo do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e está sendo construída em complemento ao Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). A liberação antecipada do layout EFD-Reinf, em versão beta, associada à regular liberação de versões melhoradas, cumpre dois grandes desideratos: • fomenta a construção coletiva que caracteriza o SPED e oportuniza a preparação gradual das empresas para adaptação de seus sis-

temas à nova obrigação acessória. A EFD-Reinf abarca todas as retenções do contribuinte sem relação ao trabalho, bem como as informações sobre a receita bruta para a apuração das contribuições previdenciárias substituídas. A nova escrituração substituirá as informações contidas em outras obrigações acessórias, como o módulo da EFD-Contribuições, que apura a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB). Essa escrituração está modularizada por eventos de informações, contemplando a possibilidade de múltiplas transmissões em períodos distintos, de acordo com a obrigatoriedade legal.

Dentre as informações prestadas através da EFD-Reinf, destacam-se aquelas associadas: • aos serviços tomados/prestados mediante cessão de mão de obra ou empreitada; • às retenções na fonte (IR, CSLL, COFINS, PIS/PASEP) incidentes sobre os pagamentos diversos efetuados a pessoas físicas e jurídicas; • aos recursos recebidos por / repassados para associação desportiva que mantenha equipe de futebol profissional; • à comercialização da produção e à apuração da contribuição previdenciária substituída pelas agroindústrias e demais produtores rurais pessoa jurídica; • às empresas que se sujeitam à CPRB (cf. Lei 12.546/2011); • às entidades promotoras de evento que envolva associação desportiva mantenedora de clube de futebol profissional. Fonte portal RFB.

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Artigo

Marco Antonio Granado

UTILIZAÇÃO INDEVIDA DO CELULAR NO TRABALHO Atualmente, o uso do telefone celular no ambiente de trabalho vem se tornando um grande problema para as empresas. Ultrapassada, nossa legislação trabalhista não menciona a aplicação da lei sobre o uso deste aparelho. Enquanto isso, de grandes a pequenas companhias já estão restringindo – ou mesmo proibindo – a utilização de celulares durante o expediente. Há funcionários que acham absurdas as aplicações de tais medidas e entendem que se trata de uma violação ao direito de comunicação. Temos que ressaltar que o empregado vende ao empregador sua força motriz, ou seja, o trabalho. O trabalho é todo exercício destinado a obter um retorno, cuidado, tarefa, obrigação e emprenho. Para alcançarmos este objetivo, ele precisa fluir de forma constante e lógica. O celular se tornou, então, um dos grandes vilões, tirando o foco e causando o constante fracionamento do trabalho. Ora, se a lei proíbe o uso do aparelho celular quando dirigimos, sob o risco de desatenção e acidentes, fica explícito que seu uso em qualquer outro lugar tira a atenção. Durante as atividades manuais e rotineiras, o uso do celular é um forte elemento para a ocorrência de acidentes. Para os trabalhos intelectuais, a perda do foco leva a grandes desperdícios, como na leitura deste artigo. Caso você pare para atender o celular, ao retornar a leitura, asseguro que terá que procurar onde parou relendo frases até que retorne onde estava. A princípio parece um tempo insignificante, porém se multiplicarmos pela quantidade de ligações no decorrer do seu dia, irá notar que se trata de um tempo valioso e sem volta.

As empresas podem adotar procedimentos para reduzir e restringir a utilização do telefone celular, estabelecendo um Manual de Procedimentos e Regras. A adoção de tal norma deverá apresentar, no ato da contratação do funcionário ou prestador de serviço, uma cópia do documento para que se conheçam as regras e os procedimentos do local que irá trabalhar ou prestar serviços. Pela falta da lei já existe jurisprudência sobre o assunto: EMENTA: “RESTRIÇÃO AO USO DE TELEFONES CELULARES NO HORÁRIO DE LABOR. PODER DIRETIVO DO EMPREGADOR. A proibição do uso de aparelho celular pelo empregado, no período em que está laborando, está inserida no poder diretivo do empregador, porquanto tais equipamentos permitem que a qualquer momento o trabalhador interrompa suas atividades profissionais para dedicar-se a questões particulares, nem sempre de caráter urgente, desviando sua atenção. A interferência na concentração gera não apenas uma interrupção dos serviços, mas também pode provocar acidente de trabalho, pondo em risco a integridade física dos trabalhadores envolvidos na tarefa.” (Ac. 3ª T. Proc. RO 0000852-84.2011.5.12.0032. Maioria, 20.03.12. Rel.: Juíza Maria de Lourdes Leiria. Disp. TRT-SC/DOE 30.0312. da de Publ. 02.04.12). Ao restringir o uso do celular, a empresa poderá colocar à disposição dos colaboradores um telefone fixo para que recebam ligações, no caso, por exemplo, de uma emergência familiar. O assunto é polêmico, e vale a pena refletir, mesmo morando no “país do jeitinho”.

* Empresário contábil, contador, bacharel em direito, pós-graduado em direito tributário e consultor tributário e contábil do SINFAC-SP – Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring do Estado de São Paulo.

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Tecnologia

A contabilidade e as

tendências digitais

Por ContaAzul – Parceiro Jornal Contábil

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Quais tendências terão o maior impacto sobre as empresas de contabilidade e seus clientes ao longo dos próximos cinco anos? E quão preparados estão os contadores para aproveitar essas tendências? Essas duas perguntas são fundamentais para toda e qualquer contabilidade que busca crescer e fazer com que os seus clientes cresçam junto. Uma pesquisa realizada pela Wolters Kluwer, com cerca de 500 contabilidades norte-americanas, definiu as 5 principais tendências que todo o mercado contábil irá encarar nos próximos anos:

Maior foco no serviço ao cliente O serviço ao cliente progrediu nos últimos anos. O contato entre a empresa e seus clientes passou de pouco frequente e superficial para mais presente e aberto. O grande desafio agora é proporcionar melhor atendimento ao cliente, aproveitando-se da tecnologia para automatizar processos e liberar sua equipe para oferecer uma consultoria personalizada através de aconselhamentos estratégicos aos clientes. “Agilidade supera capacidade. O ritmo de mudança está mais rápido do que nunca, e os contabilistas que se concentram mais na agilidade do que na capacidade vão prosperar nos próximos anos.” Doug

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Sleeter, fundador e CEO da The Sleeter Group Inc., o maior orgão independente norte-americano de apoio à contadores de MPE’s. De acordo com os resultados da pesquisa, oito em cada dez empresas afirmam que um maior foco no serviço ao cliente terá um enorme impacto sobre o futuro do seu negócio. Além disso, quando solicitados a classificar a importância da tecnologia para empresas de contabilidade, 76% dos escritórios que se sentem muito bem preparados, disseram que a tecnologia terá um impacto importante sobre a sua capacidade de prestar serviços, suporte e agregar valor, bem como manter os clientes.


Tecnologia

2 Desafios da integração de tecnologia Muito se fala hoje sobre investimentos estratégicos em tecnologia, oferecendo um caminho de migração e integração harmoniosa de tecnologias novas e emergentes. Mas quais são as recompensas para a integração de tecnologias? Hoje, no Brasil, muitas automatizações já ajudam os escritórios a realizar os fechamentos contábeis de seus clientes, como por exemplo a baixa das notas fiscais de saída dos clientes que pode ser feita do site do governo. Mas o que ainda é um grande atraso para os escritórios são os inúmeros documentos que depois de digitados pelos clientes, precisam ser novamente digitados e lançados no sistema da contabilidade. Por isso, o ContaAzul está desenvolvendo um software que revolucionará a forma como os escritórios contábeis encaram essa realidade, podendo reduzir toda a digitação da movimentação financeira que, segundo nossos estudos levam em média dois dias inteiros de trabalho para cada cliente, para apenas quinze minutos.

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4 A gestão de talentos e planejamento de sucessão Um grande desafio para os escritórios contábeis é a identificação e gestão de novos talentos, assim como o desenvolvimento de novas e diferentes habilidades, e gerenciamento da aposentadoria de líderes seniores. Segundo a pesquisa, quase 7 em cada 10 empresas preocupam-se com a gestão de novos talentos e investem em uma equipe de planejamento de sucessão. Uma realidade do mercado contábil brasileiro é que 75% dos contadores possuem mais de 40 anos de idade. “Grandes empresas, com 50 ou mais empregados, normalmente têm planos de sucessão, com os esforços para reter talentos. Entre as empresas menores, com menos de 25 trabalhadores, cerca de 70% não têm qualquer tipo de plano de sucessão, nem intensão de capacitar os seus empregados. Isso se traduz em um enorme desperdício de talentos.” Bill Carlino, Diretor do Transition Advisors

5 As mídias sociais como ferramenta de negócio Segundo uma pesquisa realizada em dezembro de 2014, pelo empresário Roberto Dias Duarte, cerca de 33% dos escritórios contábeis utilizam as funcionalidades das redes sociais como forma de divulgar sua empresa, comercializar os seus negócios, encontrar e engajar os clientes on-line e acompanhar o cenário competitivo. Entre os outros 70%, alguns escritórios planejam ingressar em um futuro próximo e outros nem ao menos cogitam a hipótese de usufruir da ferramenta. As empresas que utilizam as mídias sociais dizem que os maiores benefícios de se ter presença digital estão no aumento da satisfação do cliente, seguido pelo benefício de atrair e conquistar novos negócios.

Oportunidades digitais: Redução dos custos, aumento da produtividade dos funcionários, aproveitamento dos dispositivos móveis e plataformas digitais, e integração com a nuvem. Tudo isso já é uma realidade em algumas contabilidades. De acordo com a pesquisa, quase 80% das empresas que se dizem preparadas para as novas tendências digitais, afirma que tal realidade irá desempenhar um papel muito significativo em seus negócios dentro dos próximos cinco anos.

Além disso, entre os 93% dos contadores que dizem ter soluções móveis já implementadas ou fazem planos de possuir, afirmam que o benefício número um é de melhorar o atendimento ao cliente (58%), seguida pela melhoria da produtividade (55%) e maior qualidade de vida profissional e pessoal (49%). Apesar de não ser uma realidade brasileira, a pesquisa também constatou que a maioria dos escritórios contábeis norte-americanos (65%) já adotaram a tecnologia cloud em seus processos.

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Foto divulgação: Canindé Soares

Fotos divulgação

Eventos em 2017

XI Encontro Nacional da mulher contabilista em Gramado- RS de 13 a 15/09/17 XVI Convenção de Contabilidade do Rio Grande do Sul 13 a 15/09/17

Natal será a sede do próximo Encontro Nordestino de Contabilidade Após mais de duas décadas, Natal recebe a próxima edição do Encontro Nordestino de Contabilidade (ENECON). A decisão foi anunciada no encerramento da 12º edição do evento, na última sexta-feira, 2, na cidade de Recife. Presente ao momento, o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do RN, João Gregório Júnior, destacou que “será um desafio grande organizar este evento, mas com a experiência que adquirimos com o Encontro Norte-Rio-Grandense, que realizamos anualmente, acredito que repetiremos o sucesso desta edição”. Caberá ao CRCRN organizar a 13º edição do ENECON, que acontece em 2017. “Construiremos um evento cujo principal objetivo será propiciar um espaço para debates que servirão de referência e base sobre a contabilidade. Em minha interpretação, o cenário digital que se apresenta atualmente será intensificado, o que requer dos profissionais capacitações para nos mantermos atualizados. Este será o norte da programação que vamos montar”, colocou Gregório Júnior. ENECON O Encontro Nordestino teve sua primeira edição realizada em 1993. A única vez em que o RN foi sede do evento foi no distante ano de 1995, quando o CRCRN estava sob a presidência de José Jeová Soares.

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XXXII Conferência Interamericana de Contabilidade - Lima/Peru de 23 a 25/10/17 Informações: Informações sobre esse evento no site: ccpsm.org.pe/sede-la-xxxii-conferencia-interamerica

17ª CONESCAP Manaus/AM 15 a 17/11/17




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