Cores em Movimento 2019

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CORES EM movimento ANO I | Nº 01 | 2019

UMA PUBLICAÇÃO DA ESCOLA MOV

ESCOLA EM MOVIMENTO Em um ano a Escola MOV modifica padrões de sala de aula, fomenta o protagonismo juvenil e dialoga a educação com o universo jovem 1


CORES EM movimento



EDITORIAL

Nós crescemos. Como pessoas, como escola, como proposta. Depois de quase três décadas sendo referência em Educação Infantil em Natal, a Escola Lápis de Cor passou a ser reconhecida pela proposta pedagógica que se estendeu ao Ensino Fundamental Anos Iniciais. Agora sentimos a necessidade de embarcar em um novo desafio: crescer com os nossos estudantes, dando-lhes a oportunidade de passar mais anos escolares conosco. Em 2018 demos início ao Ensino Fundamental Anos Finais, com nossa primeira turma do 6º Ano. Como todo crescimento exige mudanças, adaptações, sentimos a necessidade de dar uma nova identidade visual a esse nosso novo projeto. Daí surgiu a Escola MOV - Educação Integral, dando continuidade aos níveis escolares da Lápis de Cor, fundamentada na experiência dos profissionais e colaboradores que atuam tantos anos conosco. Escolhemos esse nome porque somos movidos pela curiosidade, movidos pelo conhecimento e pelo pensar. Somos MOVidos por um perfil de jovens estudantes ávidos pela inovação, que são provocados por um mundo acelerado e em constante mudança. Para nós, a escola precisa acompanhar o ritmo do estudante do século XXI, e não o contrário. Isso fica na escola do passado. Por isso, a MOV vem para antecipar o que haverá de melhor na escola do futuro. Nesta primeira publicação, a revista Cor em Movimento fará uma breve apresentação da proposta pedagógica da Escola MOV, metodologias utilizadas, espaço físico, inspirações, diferenciais e muito mais. Você é o(a) nosso(a) convidado(a) a conhecer melhor uma escola com perfil inovador. Seja bem-vindo(a) ao movimento que é a MOV. Boa leitura!

Lorene Gaspar Diretora Geral

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CORES EM movimento DIRETORA GERAL Lorene Gaspar

GESTOR ADMINISTRATIVO/FINANCEIRO Arthur Gaspar GESTORA DE RECURSOS HUMANOS Mariane Gaspar COORDENAÇÃO EDITORIAL Carolina Souza - JP 1855/RN REPORTAGENS Kelvin Freitas Sthefanny Ariane FOTOS Ozair Lima Sthefanny Ariane REVISÃO Regina Medeiros

DIAGRAMAÇÃO Terceirize Proj. Gráficos e Editoriais www.terceirize.com

Av. Amintas Barros, 2823 Lagoa Nova - Natal - RN (84) 2030-5010 www.escolamov.com.br @escolamovnatal escolamovnatal


SUMÁRIO

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ESCOLA MOV UM ANO DE ENSINO INSPIRADO EM PAÍSES DESENVOLVIDOS

ATELIÊS

Experiências valorizam a criatividade, a autoexpressão, a curiosidade e o pensamento crítico

DIFERENCIAIS Capacidade inovadora da MOV antecipa características da “escola do futuro”

OPERAÇÃO BOSQUE

Alunos idealizam iniciativa que valoriza a preservação do meio ambiente e a conservação de espaço público

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MOVIMENTO

Um ano da

Escola MOV Saiba mais sobre o universo da instituição que se destaca em ensino inspirado em países desenvolvidos O ano de 2018 foi de muitas conquistas para a família Lápis de Cor. Simultaneamente com o início do ano letivo, a instituição lançou a Escola MOV – Educação Integral, recebendo crianças do 5º e 6º anos do Ensino Fundamental com práticas pedagógicas consideradas pioneiras no Rio Grande do Norte, difundidas em países desenvolvidos e reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC).

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Dado ao seu sucesso, a MOV anuncia novidades para o ano letivo de 2019: a expansão do Ensino Fundamental Anos Finais, passando a atender alunos do 7º ano, e a inserção do ensino de dança e música no currículo escolar. A expectativa é de que até 2021 a escola rompa os muros da Lápis de Cor – onde atualmente está sediada – e passe a receber estudantes do 8º e 9º anos. 6

“O crescimento da MOV nos orgulha profundamente e sinaliza que estamos no caminho certo, com práticas inovadoras em uma das maiores capitais do Nordeste do Brasil. Não medimos esforços para implantar o que há de melhor em educação em nível nacional e internacional e o foco é o desenvolvimento integral e o aprendizado do estudante”, comemora o diretor administrativo financeiro, Arthur Gaspar.


MOVIMENTO

Um pouco de história A ideia de começar uma nova história escolar em Natal surgiu em 2011 por uma inquietação da direção, que pensava em oferecer um novo conceito educacional na capital potiguar, sem que perdesse a mesma qualidade do ensino praticado na Escola Lápis de Cor. Até a organização do que viria se tornar a MOV, foram muitas imersões no Brasil e no exterior, estratégia conhecida no mundo dos negócios e de gestão como benchmarkin. De acordo com definições da Endeavor, o benchmarking “trata-se de um minucioso processo de pesquisa que permite aos gestores compararem produtos, práticas empresariais, serviços ou metodologias, absorvendo algumas características para alçarem um nível de superioridade gerencial ou operacional”. Nesses sete anos de pesquisas, foram intensificados os cursos, as palestras e as visitas em instituições de ensino de países ranqueados pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). As inspirações foram buscadas em Cuba, na Finlândia, na Estônia, na Rússia, na Polônia, na Inglaterra, na Argentina, em Portugal, no Canadá, nos Estados Unidos e, sobretudo, na Itália, país reconhecido 7


MOVIMENTO

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MOVIMENTO

por sediar a pequena cidade de Reggio Emilia. Nela, encontra-se a experiência educativa de excelência nascida logo após a Segunda Guerra Mundial, quando a população se uniu para reconstruir uma escola para crianças, onde elas são protagonistas e têm o adulto como mediador do processo de aprendizagem, com a participação efetiva dos pais. Com isso, nasce a MOV. A ideia da palavra de batismo, como o nome da escola sugere, vem de “mover”, ou seja, uma escola sempre em movimento. Sua metodologia está centrada na formação plena do estudante, ao mesmo tempo em que entende que os aspectos cognitivo, estético, ético, artístico, afetivo e emocional se integram. A metodologia da MOV está pautada com base nos documentos oficiais vigentes brasileiros e situada em pilares como: aprender a aprender/ metacognição (onde a aprendizagem é orientada a partir do contexto de vivência dos estudantes e eles têm consciência do seu processo de ensino-aprendizagem) e Ensinar como se aprende (as experiências pessoais são consideradas 9

e servem como orientadoras das atividades docentes). Essa abordagem educacional também é vivenciado pelos pais e diferencia-se das demais escolas, uma vez que o ensino praticado por maioria das instituições baseia-se exclusivamente apenas na transmissão da informação pelo professor, não atendendo mais às necessidades do século 21, especialmente entre a “Geração Z”, intimamente ligada à expansão da internet e ao surgimento de aparelhos tecnológicos como tablets e smartphones. “São vários os desafios da sociedade contemporânea que se expressam cotidianamente e continuamente nas salas de aula, exigindo da escola mudanças que possibilitem aos estudantes se formarem de maneira integral para serem capazes de resolver situações-problema em diferentes contextos de forma consciente. Esse é o princípio primordial em que está fundamentada a Escola Mov, com uma metodologia inovadora, capaz de repensar a educação considerando o desenvolvimento integral dos estudantes”, lembra a assessora pedagógica Rozicleide Carvalho.


ATELIÊS

Da Europa para o Brasil:

ensinamentos inovadores desbravam a Escola MOV Experiências valorizam a criatividade, a autoexpressão, a curiosidade e o pensamento crítico

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ATELIÊS Acolher, criar conexões, diminuir distâncias em sala de aula e fomentar o protagonismo juvenil. Tais características apontam para o ensino de excelência e inovador realizados na Escola MOV, onde teoria e prática pedagógicas dialogam entre si em um universo de conhecimentos infinitos, repleto de descobertas diárias dentro e fora dos muros do colégio. Essas peculiaridades transformam uma geração inteira que está em constante movimento e sonha em residir em um mundo mais humanizado,

bom para todos. “Tenho aprendido a ser cada vez mais proativa diante das minhas tarefas”, conta a aluna do 6º ano, Giovanna Gois, de 11 anos. O mesmo sentimento é compartilhado pelo colega de classe da garota, Pedro Molina, de 12 anos. “Aprender em grupo e sempre fazer o bem me motivam a ser uma pessoa melhor”, dispara. Exemplos partilhados por Giovanna e Pedro são reflexos de aulas transformadoras, que favorecem o ensino e tornam o aprendizado e a convivência entre alunos e professores cada vez mais significantes, onde todos aprendem juntos - uma experiência referendada pelo educador Paulo Freire, quando afirmou que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção”. Destaque para os ambientes da instituição, os espaços valorizam a criatividade, estimulam a autoexpressão, aguçam a curiosidade e reiteram a importância do pensamento crítico ante os desafios lançados. Estamos falando das salas de aula chamadas na MOV de “Ateliês” que, segundo defi-

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nições da palavra, significa o “espaço onde se realiza algum tipo de trabalho artístico ou de artesanato” formado por um “grupo de pessoas que trabalham juntas num projeto criativo ou num estudo de um tema ou de uma atividade”. “Qualquer semelhança dos ateliês que conhecemos não é mera coincidência se comparados com os da MOV, uma vez que esses espaços da nossa escola fundamentam a metodologia inspirada na cidade de Reggio Emilia, na Itália, ao dignificarem a produção didático-científico”, frisa a assessora pedagógica Rozicleide Carvalho. Em consonância com a didático-pedagógica da instituição, permitindo que os estudantes aprendam e se desenvolvam, as salas de aula são consideradas espaços de produção de conhecimento e não apenas de reprodução. Os alunos não ficam em um único ambiente durante as aulas. Eles se movem entre os “Ateliês”, que são organizados por áreas de conhecimento: Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Matemática e Linguagens.

Tenho aprendido a ser cada vez mais

proativa diante das minhas tarefas.” Giovanna Gois, de 11 anos


ATELIÊS

Aula Dialogada: Grécia

Aulas dialogadas O professor de cada disciplina dialoga suas aulas em seu próprio ambiente, utilizando móveis modulares e caracterização específica conforme necessidade de cada componente curricular, favorecendo o aprendizado e organização por parte dos alunos. “Nos componentes curricu-

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lares de Língua Portuguesa, História e Artes, foi possível apresentar aos alunos a historicidade do idioma brasileiro contextualizando com a arte indígena em aula temática sobre os primeiros habitantes do Brasil”, lembra com carinho a professora de Linguagens, Cintia Oliveira, que vestiu-se a caráter para agregar 12

valor aos assuntos discutidos de forma interdisciplinar. “Essa prática pedagógica é muito importante, pois vai além do tradicional. Os alunos ficam encantados e nós, professores, honrados por podermos transmitir o conhecimento de maneira lúdica, com a certeza de que o aprendizado é coletivo”, acrescenta.


ATELIÊS Para disseminar o pensamento crítico, cada componente curricular possui três livros distintos (com exceção de Português) a partir do 6o Ano. O objetivo é que o aluno estude um mesmo assunto, mas com o olhar de autores diferentes. Em dias de aulas estendidas, no contraturno, a produção do conhecimento dá o tom às habilidades manuais no “Ateliê Garagem”, conhecido por ser o local de elaboração, maturação e desenvolvimento das ideias, algumas nunca antes experimentadas

Ateliê Garagem

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como o trabalho desenvolvido em uma marcenaria ou da construção de um robô. Tal experiência, caracterizada como Cultura Make (Faça-Você-Mesmo) tem em sua base a ideia de que pessoas comuns podem construir, consertar, modificar e fabricar os mais diversos tipos de objetos, com consciência, com suas próprias mãos. “Dessa forma, tornamos o ensino e o aprendizado muito mais concreto e interessantes. Ganha o aluno e o professor”, reforça a assessora pedagógica Rozicleide.


DIFERENCIAIS

Do presente

para o futuro Capacidade inovadora da MOV antecipa características da “escola do futuro” Educar é mais que ensinar e transmitir informações, significa também uma reflexão sobre valores e conhecimentos apropriados. E, para inovar, é necessário um conjunto de fatores, não pensando somente em infraestrutura, mas em uma proposta pedagógica compartilhada entre professores. O gestor precisa enxergar a capacidade inovadora refletindo nas condições oferecidas para desenvolvimento das atividades e na metodologia utilizada no ensino dos seus alunos. Uma escola do presente que traz características que a levam para o futuro. É essa a abordagem da Escola MOV. Com foco no desenvolvimento integral dos estudantes, a escola propõe que eles utilizem seus conhecimentos para resolver situações problema com consciência. Segundo explica Rozicleide Carvalho, elaboradora da proposta pe-

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dagógica da MOV, existem três estratégias básicas, utilizadas pela Escola, que são os pilares para que a inovação ocorra: resolução de problemas, metacognição - que é o aprender a aprender - e o método funcional estrutural. “O diferencial da nossa escola é que não ficamos no campo do conceito, estamos também no campo dos procedimentos e atitudes, então, para isso, elegemos um conjunto de estratégias pedagógicas para que o professor possa se apropriar, articulado aos conceitos que ele já traz na sua competência técnica”, contou. A escola trabalha com os quatro pilares da Unesco: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, ensinando as crianças a “aprender a aprender”, tornando-os capazes de solucionar problemas do cotidiano.

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O diferencial da nossa escola é que não ficamos no campo do conceito, estamos também no campo dos procedimentos e atitudes, então, para isso, elegemos um conjunto de estratégias pedagógicas para que o professor possa se apropriar, articulado aos conceitos que ele já traz na sua competência técnica.” Rozicleide Carvalho, elaboradora da proposta pedagógica da MOV


DIFERENCIAIS

Porque ser MOV Ensino Trilíngue “O ensino trilíngue permite aos alunos o desenvolvimento de outras línguas e isso pode ajudar bastante em várias situações dentro da escola e até mesmo no nosso futuro. Sempre que as crianças viajam precisam de um tradutor que fale duas línguas ou o idioma do local. Mas com as crianças aprendendo outras línguas podemos viajar sem precisar de ninguém para traduzir. Essa proposta daqui é diferente de outras escolas porque aprendemos com dinâmicas e atividades fora de sala de aula, não só escrevendo no caderno e escutando o professor falar”. Eloah Sanches, 11 anos.

Resolução de Problemas “Desde o início do ano a gente vem trabalhando com a resolução de problemas. O professor Fellipe (Ciências) e outros dois alunos, por exemplo, identificaram um problema no Bosque das Mangueiras e toda a turma se reuniu para encontrar uma solução. Isso funciona em todas as disciplinas e até mesmo fora da escola, ajudando a levar esse aprendizado para vida. Eu mesma já passei por uma situação fora da escola com minhas amigas. Foi no cinema, uma menina tinha perdido dinheiro e a gente foi lá, conversou com ela, colocamos em prática o que os professores ensinaram, aprendendo a estarmos sempre preparados para resolver os obstáculos que surgirem na nossa vida. É de extrema importância que a gente saiba identificar as situações-problema para resolvê-los, pois tudo começa com as coisas pequenas até se tornar algo maior e mais complicado de se resolver”. Giovanna Gois, 11 anos. 15


DIFERENCIAIS

Inteligência Socioemocional “Aprendemos a entender e a controlar as emoções em diversas situações da vida, como por exemplo na hora da prova. Se você não se controla e fica muito nervoso pode errar algumas questões, mesmo sabendo as respostas. E a gente ter essa educação emocional é importante para que os alunos aprendam a reconhecer e a lidar com as próprias emoções e não agir de forma agressiva”. Milena Freire Dantas, 10 anos.

Avaliação Qualitativa “A ficha metacognitiva é importante para nós alunos porque diz ao professor o que a gente não aprendeu, o que não estudamos, o que estudamos para chegar naquele resultado, o que falta estudar - ajudando os alunos a melhorar, mostrando para os pais o que estamos aprendendo e também mostra para a escola se o professor é bom. É importante para decidir se ele deve ficar ou não na escola”. Matheus Araújo, 11 anos.

Formação dos professores

“Eu acho bom e importante porque melhora no aprendizado dos alunos e faz com que a gente entenda os conteúdos mais rápido, através de novas dinâmicas que os professores aprendem e utilizam em sala. É importante para a gente e para o professor também”. Arthur Vinicius, 11 anos.

Aulas Dialogadas

“Eu gosto muito das aulas dialogadas porque são muito práticas, ajudando no aprendizado tornando tudo mais fácil. E a MOV é outro nível. As aulas no geral são totalmente diferentes, são teóricas e contextualizadas e por isso são bem legais. As vezes a gente sai para fazer alguma coisa fora da escola, dentro do tema da aula, além de peças realizadas”. Pedro Molina, 11 anos.

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DIFERENCIAIS

Material Didático “O material didático da MOV é muito bom porque eles disponibilizam tudo desde lápis, folhas, livros, tablets e computadores. Utilizamos tudo e tem muita coisa aqui. E o maior diferencial da escola são os livros porque não é só um livro específico para o ano todo. São vários livros com diversos autores. Eles entregam uma lista com vários livros de todas as matérias e cada aluno escolhe uma lista (e são várias possibilidades). Isso é muito legal porque não fica concentrado só em um tema e isso ajuda a aumentar o conhecimento - o conhecimento não fica preso em só em um dado ou um autor”. Letícia Alvares Medeiros, 12 anos.

Ateliês “Os ateliês são formas novas de aprendizagem, onde não só se repassa o conhecimento, mas se constrói. E dentro dos ateliês temos as aulas práticas. São espaços lúdicos que nos ajudam a desenvolver outras formas de aprender a aprender com diferentes instrumentos do nosso dia a dia, como é o caso do celular”. Pedro Graça, 12 anos.

Carga Horária Estendida

“A carga horária estendida é legal porque o tempo que a gente fica em casa, sem fazer nada, podemos usar aqui na escola para brincar, se divertir e estudar também. Por exemplo, no meu tempo estendido aqui na escola eu faço alguns projetos, brinco bastante e estudo. E isso é importante para criança porque se ela cresce presa dentro de casa, pode ter alguns problemas psicológicos e na escola ela pode experimentar várias experiências diferentes e socializar”. Pedro Borges, 11 anos.

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OPERAÇÃO BOSQUE

“Fazendo o bem sem olhar a quem”

Alunos idealizam iniciativa que valoriza a preservação do meio ambiente e a conservação de espaço público Cada ação praticada no dia a dia é como uma semente. Ela é regada, aos poucos cresce, cria raiz, floresce e dá frutos. E é com pequenas atitudes que estudantes da Escola MOV estão fazendo a diferença e colhendo os frutos de uma ação social que visa revitalizar o Bosque das Mangueiras, conhecida área de lazer da zona

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Sul de Natal. Empenhados em restaurar e preservar o local, os jovens idealizaram o projeto interdisciplinar chamado “Operação Bosque”, que trabalha as noções de sustentabilidade, destacando a conscientização ambiental e social. A iniciativa propõe demonstrar a importância de preservar a natureza e conservar 18

áreas públicas para que as gerações futuras tenham acesso aos mesmo recursos que eles estão tendo hoje. De acordo com Fellipe Albano, professor de Ciências e orientador do projeto, a Operação Bosque tem ajudado a colocar em prática questões de reciclagem, reutilização e consumo consciente, ao mesmo


OPERAÇÃO BOSQUE

tempo que exercita o protagonismo, empreendedorismo e a responsabilidade comunitária e ecossistêmica. “Além de tudo isso, essa ação ainda ajuda a fortalecer vínculos e melhorar o envolvimento das crianças em sala de aula”, explica Fellipe. “A Operação Bosque vem possibilitando que eles tornem-se pessoas que se preocupam com o outro, tenham empatia pelo próximo e pela natureza. Desenvolvendo essa consciência, futuramente, se tornarão adultos que irão interferir ao encontrarem algum problema social ou ambiental”, contou. O projeto surgiu de uma conversa com os alunos do 6º Ano. Eles utilizam o ambiente para atividades práticas na sala de aula e, em uma de suas visitas ao bosque, perceberam que o local precisava de melhorias. Desde então, reuniões de planejamento e ações vêm acontecendo no local, sempre

nas segundas-feiras. As crianças também realizam bazares e arrecadam dinheiro para comprar materiais como tintas e pincéis. “Como professor, é gratificante quando vemos o conteúdo que ensinamos em sala de aula sendo colocando em prática de forma criativa, pois vemos que o nosso trabalho está gerando resultados positivos. Sabemos que estamos plantando uma semente junto das crianças, e

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elas poderão replica-lá amanhã ou depois com os colegas, amigos e família, tornando-se multiplicadores de boas ações”, falou Fellipe Albano. Os estudantes já construíram vasos com pneus para os canteiros do Bosque, lixeiras, puffs de garrafa pet, plantio de mudas, entrega de panfletos informativos, restauração dos brinquedos e da área de convívio e instalação de plaquinhas com QR Code - que os visitantes, ao aproximar o celular com a câmera ou aplicativo específico, podem encontrar vídeos produzidos pelas próprias crianças com curiosidades sobre as plantas nativas do lugar. “Estou gostando muito de participar do projeto, porque adoro atividades com coisas que envolvem o meio ambiente. E acho importante trabalhos assim, pois é algo que ajuda não só a escola, mas também toda a sociedade”, contou Eloá Sanches, 11 anos, aluna da escola.


ATITUDES POSITIVAS

Você ganhou uma bolinha Ação lúdica utiliza bolinhas coloridas para destacar atitudes positivas dos estudantes

Isabel Dantas, coordenadora pedagógica

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ATITUDES POSITIVAS “Você é gentil. Você é inteligente. Você é importante.”. Uma das frases mais significativas do filme “Histórias Cruzadas” (The Help), citada pela personagem Aibileen à sua filha de criação, demonstra em poucas palavras a importância de um discurso cordial sobre a personalidade de uma criança. A motivação é uma característica inerente ao ser humano e o encorajamento de um adulto é influenciado pela maneira como esse traço é trabalhado durante a infância. Buscando motivar os estudantes, fazendo-os entender que suas atitudes são importantes, foi criado no início do mês de outubro na Escola MOV uma ação voltada a valorizar atitudes positivas entre os jovens, de modo que eles possam ser reconhecidos pelos seus comportamentos em diferentes contextos na escola. O incentivo aos bons comportamentos se dá através de bolinhas coloridas. Um quadro com divisórias foi construído em um espaço próximo aos ateliês da MOV, onde cada divisória possui um avatar representando um aluno. Cada professor tem uma cor de bolinha, que representa o seu componente curricular, e os alunos vão ganhando à medida que os professores identificam as atitudes positivas durante as aulas. Segundo explica a coordenadora pedagógica da Escola, Isabel Dantas, o objetivo dessa ação é evidenciar o bom

comportamento do estudante, diante de uma perspectiva de mudança, transformação da realidade, compreensão, protagonismo e empatia. Ela conta que, ao entregar uma bolinha ao aluno, o professor faz uma reflexão compreendendo o desenvolvimento de cada criança, respeitando sua individualidade e subjetividade, sem usar outras crianças como parâmetro, o critério é ela mesma. “Se temos uma criança que não participava da aula, atrapalhava e não colaborava para que a atividade fluísse e de uma hora para outra ela passa a ter um comportamento diferente de participação, cooperação e ajuda, não só mudando sua postura, mas olhando para o outro, reconhecemos essa atitude e mostramos para o aluno que ele está melhorando, então, premiamos o seu 21

comportamento com uma bolinha para que se sinta motivado”, acrescentou. Apesar de fazer pouco tempo dessa ação na escola, já é possível observar os resultados. Além dos professores, as crianças também estão entregando bolinhas para os amigos - justificando a atitude positiva que percebeu no outro e aconselhando comportamentos inadequados que poderiam ser melhorados. “É um trabalho bem interativo, nosso relacionamento com os amigos na sala evoluiu. Começamos a reconhecer as atitudes boas que a pessoa faz. Não estamos mais brigando tanto. Acho que se tivesse isso em outras escolas e se a sociedade destacasse e buscasse as coisas positivas... teríamos um mundo bem melhor, um mundo mais amigo”, falou Vinicius Campos, 12, estudante da Escola MOV.


ATITUDES POSITIVAS

O outro dia vai ser melhor e mostramos que

Criança, um ser em formação Quando os pequenos não têm comportamentos adequados é necessário mostrar-lhes os erros, ensinando que o que foi feito não foi legal, mas lembrando que suas atitudes podem ser melhoradas e que elas não os definem. “O outro dia vai ser melhor e mostramos que ela é uma criança inteligente e gentil. Comunicando que erros acontecem mas que podem ser consertados, que foi apenas um deslize, ela adquire consciência das suas atitudes e busca melhorar”, explica Cristiana Carolina, psicóloga da Escola. O objetivo é que as crianças se tornem adultos positivos, autoconfiantes e capazes de superar as dificuldades da vida, acreditando que tudo pode ser refeito e melhorado, enxergan-

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do “o copo sempre meio cheio”, transformando-se em pessoas solidárias e bondosas consigo mesmas e com o próximo. Quando se evidencia as práticas positivas diante da sala e para os colegas, as crianças começam a compreender que suas atitudes podem mudar não só a realidade deles, mas a realidade de outras pessoas também. “Quando eles entendem isso, há uma modificação em toda a estrutura psíquica deles, desestruturando um pensamento que possuíam. A partir disso, reestruturam esse pensamento com novas representações das ações diante da sociedade, transformando comportamentos”, explica Hortência Fonseca, 24, estagiária de psicologia da Escola MOV. 22

ela é uma criança inteligente e gentil.

Comunicando que erros acontecem mas que podem ser consertados, que foi apenas um deslize, ela adquire consciência das suas atitudes e busca melhorar.” Cristiana Carolina, psicóloga da Escola


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