RN Educação 2019

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revista

NOME DA SEÇÃO

www.rneditora.com.br | Ano XIII | edição 13

2019

educação infantil Conheça os benefícios para as crianças que entram mais cedo na escola

Entrevista

Braulio Bessa fala da poesia que transforma

Expoeduc

Congresso educacional é destaque no RN

Parque na escola Projeto leva educação ambiental pelo RN

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PRIMEIROS P


PASSOS / CEI






EDITORIAL/SUMÁRIO

Educação em todos os momentos A RN Educação 2019 traz em sua capa matéria especial sobre a educação infantil e os seus benefícios quando se começa desde o primeiro ano de vida da criança. Ainda na educação dos pequenos, destacamos a avaliação inédita que será aplicada pelo Ministério da Educação sobre a qualidade do ensino; o Encontro Nacional ocorrido em Natal e os escritores mirins que lançaram seus livros. Nossa edição conta também com entrevista do poeta e cordelista Braulio Bessa, que esteve em Natal para o Congresso Educacional Expoeduc RN. Para o incentivo à leitura enfatizamos matérias sobre a rede potiguar de bibliotecas e a 8ª Feira de Livros e Quadrinhos (FLIQ). A edição da Cientec que homenageou os 60 anos da UFRN; projetos de sustentabilidade desenvolvidos no UNI-RN e os preparativos do XII Enpec que ocorrerá na capital potiguar no próximo ano. Por fim no esporte, reportagem com os atletas do karatê do colégio Prince que disputaram o Mundial da modalidade. Desejamos uma excelente e prazerosa leitura! Equipe RN Educação 8 | RNEducação | www.rneditora.com.br

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Educação Infantil

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Esporte

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Escritores mirins

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EXPOEDUC

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BRAULIO BESSA

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ENPEC

Benefícios para quem começa mais cedo

Karatecas potiguares disputam Mundial

Nova geração da literatura do RN

Confira o maior Congresso Educacional do RN

Entrevista com o poeta e cordelista nordestino

Natal sedia Encontro de educação em ciências

expediente

Edição Júlio Rocha Revisão Angélica Fonseca

Diretor Idalécio Rêgo

Projeto e diagramação Terceirize Editora www.terceirize.com

Marketing Sandra Oliveira

Impressão: Gráfica Sul

Fone: (84) 3222-4001 | 98891-4001 Site: www.rneditora.com.br | E-mail: rneditora@rneditora.com.br / idaleciorego@gmail.com



CAPA

Educação infantil

Quanto mais cedo, melhor Especialistas mostram vantagens para quem começa mais cedo na escola Muitos pais se perguntam qual a idade ideal para o filho começar a frequentar a escola. Enquanto a legislação determina a idade máxima de 4 anos para o início da vida escolar, especialistas e pesquisas comprovam que a partir de 1 ano de idade, quando as crianças começam a andar, é o momento certo para começar em uma instituição de ensino, o que reflete em benefícios para o desenvolvimento da linguagem, socialização, habilidades cognitivas e segurança. A orientadora pedagógica do Espaço Infantil Primeiros Passos, Suseli Ferreira, enfatiza que a partir do Estágio I do Ensino Infantil as crianças começam a despertar por meio de atividades lúdicas para as habilidades linguísticas e de expressão, entre outros benefícios.

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CAPA

“Muitas famílias estão entendendo essa importância e buscam inserir o filho desde cedo no ambiente escolar, percebemos uma evolução no aprendizado, na habilidade cognitiva e na própria segurança que a criança no decorrer da vida escolar demonstra em relação a quem entra com idade mais avançada”, destacou Suseli. De acordo com a psicóloga escolar Ana Beatriz Cortez, as crianças que entram a partir de 1 ano na escola demonstram maior confiança e começam a desenvolver independência. “Há estimulação e as crianças se tornam mais falantes, se expressam com mais fluência, socializam com mais facilidade, ampliando seu universo cognitivo e de relacionamentos”, enfatizou Ana Beatriz Cortez. A professora Larissa Martins que atua diretamente com turmas infantis a partir do nível I também reforçou as vantagens para o desenvolvimento escolar das crianças. “São muito claras as diferenças entre as crianças que iniciam desde o Estágio I em relação as que começam mais tarde, tanto na confiança desenvolvida, na participação e socialização com os colegas e na autonomia que vai adquirindo”, explicou Larissa. Orientadora pedagógica do Galileu Júnior Berçário e Escola, Ivla Cristina

Crianças desenvolvem socialização e linguagem mais rápido Gomes Lopes, explica que em algumas circunstâncias, crianças com menos de 1 ano já são introduzidas no ambiente escolar e apresentam evolução. “Observamos que as duas grandes vantagens das crianças que entram mais cedo na escola são a socialização e a autonomia, ou seja, as crianças logo cedo são estimuladas a conviver com o outro, esse outro que é diferente dele, e por isso, já começa a respeitar e compreender o outro, a dividir o que é coletivo e individual. Além de começar a entender sobre as regras de convivência. Geralmente as crianças que frequentam a escola desenvolvem

desde cedo a autonomia, principalmente em relação a atividades do dia a dia, como por exemplo: se alimentar sozinho, calçar sapatos e se vestir, ir ao banheiro sozinho, identificar seus pertences, entre outros”, disse Ivla. O período que as crianças passam na escola são estimuladas por mais tempo e a todo momento. “São essas estimulações cognitivas, psicomotoras, afetiva e sensoriais, a base de todo o processo de alfabetização. Como aprendemos por meio da repetição, então, quanto mais a criança for estimulada mais rápido ela aprenderá”, apontou a orientadora.

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CAPA

Período de adaptação é necessário Com as crianças entrando mais cedo nas escolas, uma das formas bem sucedidas de auxiliar nessa nova fase tanto para os pequenos quanto para os pais são as atividades de adaptação, que geralmente ocorrem antes do período letivo, como também nos primeiros dias de aula, como no caso do Primeiros Passos, que realiza a semana de adaptação em dezembro e,

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em um segundo momento, quando começarem as aulas em fevereiro de 2019. “Esse período é essencial para a família, crianças e escola, para que possam ficar menos ansiosas com o ambiente escolar, conhecer previamente o espaço físico, funcionários, ter maior proximidade com a nova rotina que irão começar de forma tran-

quila e segura”, disse Suseli Ferreira. Durante a semana de adaptação são preparadas atividades lúdicas de curta duração para as crianças com a presença dos pais e alunos. “É uma etapa nova na vida de toda a família, o primeiro contato da criança com o ambiente da escola, em que há essa transferência para uma nova rotina além do ambiente familiar, de forma tranquila, serena e segura”, explicou Suseli. No início das aulas, o processo de adaptação é retomado e as crianças são estimuladas no vínculo com o ambiente escolar. No Galileu Júnior, Ivla Lopes explica que a inovação para atender o público infantil é também um diferencial. “Estamos sempre inovando tanto no que se referem à parte material como humana, ou seja, buscamos melhorar nossas estruturas físicas e recursos didáticos, como também nossos profissionais estão sempre em formação e se atualizando, pois acreditamos que somente por meio de uma formação continuada é possível desenvolver e oferecer serviços educacionais de qualidade”, concluiu.



ENEI

Encontro nacional debate Educação Infantil no RN Políticas de educação foram debatidas no evento O Núcleo de Educação da Infância (NEI) e o Programa de Pós-Graduação em Educação, ambos vinculados ao Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), promoveram a 18ª Edição do Encontro Nacional de Educação Infantil, com o tema “Políticas de Educação Infantil: currículo, práticas e formação docente”. O evento bienal ocorreu no Praiamar Hotel, em Ponta Negra e reuniu cerca de 500 participantes. Consolidado tanto no cenário lo14 | RNEducação | www.rneditora.com.br

cal quanto no nacional, o objetivo do encontro foi instituir momentos de partilha e reflexão acerca das pesquisas e experiências dos pesquisadores, professores e estudantes, propiciando a socialização de estudos e práticas pedagógicas, que consideram a criança como sujeito histórico, social e cultural de direitos, interesses, desejos, opiniões, ideias e capacidade criadora no seu desenvolvimento global. Os grupos de trabalho abordaram seis temas: Educação Infantil e Práticas Pedagógicas do zero aos 3 anos;

Educação Infantil e Práticas Pedagógicas dos 4 e 5 anos; Educação Infantil, Políticas Públicas e Gestão; Educação Infantil, Diversidade, Inclusão e Direitos Humanos; Educação Infantil e Formação Docente; Educação Infantil e Mídias. “Durante os três dias de evento foram realizadas atividades como: mesas redondas, comunicações orais, diálogos pedagógicos, sessão de pôsteres, lançamento de livros e apresentações culturais”, destacou Márcia Gurgel, diretora do Centro de Educação da UFRN.



EVenTO

8ª edição da Fliq atrai leitores e escritores Durante os cinco dias foram mais de 100 horas de programação A 8ª Feira de Livros e Quadrinhos de Natal (Fliq) mudou de palco em 2018. A Arena das Dunas sediou o evento no período de 31 de agosto a 04 de setembro. Durante os cinco dias, foram desenvolvidas mais de 100 horas de atividades culturais gratuitas, entre palestras, debates, cordel, oficinas, lançamentos de livros, quadrinhos, games culturais, sessões de autógrafos e apresentações culturais. Consolidada como um dos principais eventos de Quadrinhos do Nordeste, a FLiQ Natal vem atingindo, a cada edição, uma marca de mais de 20 mil visitantes, entre escolas públicas e privadas, universidades e a sociedade civil. “Com o principal objetivo estimular os quadrinhos, a leitura e a produção literária, a Feira tem diversificado sua atuação na área cultural, registrando novas formas de potencializar 16 | RNEducação | www.rneditora.com.br

Osnir Damásio, coordenador da Fliq Natal a educação e a arte no Rio Grande do Norte”, enfatizou Osni Damásio, coordenador da Fliq. Uma das principais atrações foi a presença do jornalista Eduardo Spohr, maior escritor de literatura fantástica no Brasil, autor de “A Batalha do Apocalipse” e da trilogia “Os Filhos do Éden”. Houve ainda o lançamento de “Pensamento Inverso”, de Fábio Brazza, a participação do Cuscuz HQ

e da jornalista paulista Flávia Gasi, experiente em comunicação no mercado gamer e cultura pop. Escritores potiguares também participaram, entre eles o poeta Antônio Francisco, Glácia Marillac, Milena Azevedo, Manoel Cavalcante, Paulo Delage, Gabriel Andrade Júnior, Renata Nolasco, Wendell Cavalcanti, Wanderline Freitas, Dorinha Timóteo, e outros.



ESPORTe

Alunos do colégio Prince são destaques no karatê

João Gabriel e Bruno colecionam conquistas no karatê

Alunos do colégio Prince participam de Mundial de Karatê Atletas representaram o Brasil na competição O Rio Grande do Norte marcou presença no Campeonato Mundial de Karatê Tradicional realizado no último mês de outubro na cidade de St. Jonh´s, no Canadá, que reuniu atletas de vários países. Entre eles estavam os alunos do colégio Prince, João Gabriel Dantas de Azevedo, 11 anos, e Bruno de Almeida Halmenschlager, 10 anos, que participaram pela primeira vez da competição integrando a delegação da Federação de Karatê Tradicional. O professor, George Freire, explicou que os alunos se destacaram em competições seletivas estaduais e nacionais, como também no Panamericano realizado no Peru. “Nós começamos esse trabalho há 4 anos na escola, aliado à prática pedagógica e nas competições eles começaram a se destacar com conquistas e alcançaram a pontuação no ranking para representar o Brasil no Mundial”, disse Freire. João Gabriel, faixa vermelha, que competiu na categoria de 11-12 anos falou da experiência na competição internacional. “Treinei bastante e foi 18 | RNEducação | www.rneditora.com.br

muito bom ter participado, enfrentando atletas de várias partes do mundo. O karatê me ajuda muito a ser disciplinado, não ser agressivo, ter foco e caráter”, disse o atleta. A mãe de João Gabriel, Lidiane Azevedo falou com orgulho do filho. “Fiquei extremamente orgulhosa e vale a pena incentivá-lo, mesmo com todas as dificuldades, o esporte ajuda muito na educação dele”, disse a mãe. Nivia Halmenschlager, mãe do karateca Bruno, falou das dificuldades encontradas com a falta de patrocínio para as competições. “Para esta competição contamos com o apoio do colégio Prince, familiares e amigos, pois os custos são altos, mas foi uma experiência muito importante para a vida do Bruno”, disse a mãe. O atleta, que já foi campeão e vice-campeão brasileiro na categoria de 9-10 anos, está atualmente na faixa laranja e treina há quatro anos. “Foi uma experiência que gostei bastante e o karatê é muito importante para a minha formação no esporte e na escola”, disse Bruno.


LITERATURA

Projeto incentiva

leitura infantil

Iniciativa combina pipoca e letras Com a finalidade de incentivar práticas de leitura e oferecer um ambiente em que as crianças possam manusear livros, ouvir histórias e comer pipoca, a pedagoga Maria Anunciada criou o projeto “Pipoletras” com alunos da educação infantil. “Realizando a atividade de leitura sugerida pelo projeto Pipoletras para os alunos, criaremos oportunidade para que eles aprendam as características de cada gênero e desenvolvam o comportamento leitor, pois, ao tentar ler, mesmo sem saber, as crianças procuram fazer ajustes do texto falado ao texto escrito e, assim, fazem descobertas sobre a leitura”, destacou Anunciada. O aluno também é incentivado a levar o livro para casa, ler com seus familiares e refletir nesse projeto com

relevância na sua rotina. “O aluno da educação infantil, que ainda não lê convencionalmente, realiza essa ação por meio da escuta da leitura de uma pessoa mais experiente”, disse a pedagoga. O projeto Pipoletras será instrumento pedagógico importante durante todo o período que antecede um processo formal de alfabetização. Essa iniciativa influenciará as crianças na aprendizagem tornando-as leitoras da sua realidade, ouvindo diariamente histórias farão comparações, descobertas e irão compreendendo o mundo em que estão inseridas. “Nosso objetivo é incentivar o hábito da leitura promovendo por intermédio de contação e da promoção de empréstimos de livros, um contato prazeroso com a literatura. Teremos

também um carrinho de pipoca na sala de aula, promovendo o incentivo para a importância do contato com a leitura, revelando o poder da leitura e da escrita”, enfatizou. Os objetivos específicos destacam as escolhas de livros para leitura e apreciação; recontar histórias e fatos em sequência; apreciar a leitura de textos apresentados pelos professores; conhecer diferentes gêneros literários orais e escritos e manusear diferentes tipos de livros. “A professora irá promover um momento agradável de contação de histórias com pipoca. Será confeccionado um avental e, no bolso dele, o aluno levará para casa livros de histórias, específicos para sua faixa etária”, finalizou Anunciada. www.rneditora.com.br| RNEducação

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PLANEJAMENTO

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Marista planeja ano letivo com excelência pastoral e educativa Escola continuará adequação à nova Base Nacional Comum Curricular Em sintonia com os horizontes e perspectivas para o ano letivo de 2019, o colégio Marista do Natal vive, neste momento, um tempo significativo de recordação da vida, avaliação e planejamento pastoral, pedagógico e administrativo em vista da excelência pastoral e educativa do ano vindouro. Para uma abordagem de excelência, o Marista propõe, para o ano de 2019, um tempo privilegiado para a continuação da adequação de nosso Currículo à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), conforme define a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 22 | RNEducação | www.rneditora.com.br

Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), dado que será por meio deste currículo que os objetivos de aprendizagem definidos vão chegar aos nossos educandos nas salas de aula e demais espaços pedagógicos, de modo a contribuir com a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. Dentre as diversas ações, destacamos, nesse primeiro movimento de adequação, em nossa comunidade educativa, as ações a serem empreendidas para o fortalecimento contínuo das áreas de Linguagens e Matemática e suas tecnologias. A Área de Lingua-

gem e suas Tecnologias potencializará as habilidades dos educandos voltadas para as linguagens artísticas com foco em Língua Estrangeira Moderna. Já Produção de Texto se concentrará na prévia sistematização da construção textual em trajetória para o ENEM. Em Matemática, enfatizaremos as experiências no laboratório, o acompanhamento personalizado a ação pedagógica do educador, o apoio pedagógico ao aluno para o crescimento em proficiência, bem como a assistência às famílias para o atendimento aos alunos nas atividades extracurriculares. www.rneditora.com.br| RNEducação

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TRADIÇÃO

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OrgulhodeSerEDMD EducaçãoVicentina

Somos a Escola Dom Marcolino Dantas e neste ano em que comemoramos 68 anos de história educativa, religiosa e cidadã, decidimos desenvolver uma temática baseada nos valores que norteiam a formação de cada partícipe de nossa comunidade escolar, “Ética e cidadania: Superando os diversos tipos de violência... na busca da valorização da vida é que somos todos irmãos!

ESCOLA DOM MARCOLINO DANTAS Desenvolvemos esse trabalho de formação e discussão sobre tipos de violências, sobre a mais frequente realidade nas escolas, a ação do bullying que a cada dia fica mais intensa entre jovens e adolescentes. Bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder. Para isso, a nossa escola neste ano utilizou mecanismos como: palestras educativas de acordo com a faixa etária dos alunos, peças teatrais, mostra cultural, formação com profissionais que lidam com problemas da infância e adolescência, miniprojetos relacionados ao tema em cada unidade trimestral, entre outras estratégias que possam expandir essa temática. Envolvemos os nossos alunos em assuntos atuais, discutidos de forma global, pois acreditamos que é fundamental para que este ser social possa construir novas ideias e aprender

o sentido de novos conceitos que antes eram entraves a serem quebrados e que hoje, diante desta revolução tecnológica, já não são mais indiscutíveis, são parte de um cardápio de tempestades de ideias, em que os nossos filhos e estudantes estão inseridos. Segundo o Ministério da Educação, nos inscritos de Construindo Valores na Escola e na Sociedade, na escola os distúrbios disciplinares, a violência e o autoritarismo nas relações interpessoais são alguns dos maiores problemas sociais da atualidade e vêm comprometendo a busca por uma educação de qualidade. São fenômenos complexos, cujo enfrentamento requer disposição e preparo para

buscar caminhos não autoritários. Enfrentar esses fenômenos exige dos profissionais da educação uma nova postura, democrática e dialógica, que entenda os alunos e as alunas não mais como sujeitos passivos ou adversários que devem ser vencidos e dominados. O caminho está no reconhecimento dos estudantes como possíveis parceiros de uma caminhada política e humana que almeja a construção de uma sociedade mais justa, solidária e feliz. E, nossa instituição como formadora de opiniões, acredita que os sujeitos precisam protagonizar as suas histórias e reinventar novas propostas que sejam pertinentes à evolução do meio no qual estão inseridos.

ESCOLA DOM MARCoLINO DANTAS Da Educação Infantil ao Ensino Médio Rua Jaguarari, 1678 – Alecrim Telefone: (84) 3213-6889 | 2030-4942 EscolaDomMarcolinoNatal escoladmd_natal@yahoo.com.br www.escoladommarcolinonatal.com.br www.rneditora.com.br| RNEducação

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NOVIDADE

MEC avaliará qualidade de creche e pré-escola em 2019

Sistema de avaliação medirá todo percurso da educação básica De forma inédita, a educação infantil será avaliada a partir de 2019, por meio do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Essa e outras mudanças significativas no Saeb, que não era revisto desde 2001, foram anunciadas pelo ministro da Educação, Rossieli Soares. Com a inclusão da educação infantil, o Saeb passa a avaliar todo o percurso regular da educação básica. Rossieli Soares enfatizou que os 26 | RNEducação | www.rneditora.com.br

alunos da educação infantil não farão testes e a etapa será acompanhada por meio de questionários aplicados a dirigentes, diretores e professores, bem como pela coleta de dados de infraestrutura, fluxo e formação de professores a partir do Censo Escolar. “Ampliamos o acesso e não conseguimos olhar para os fatores de qualidade aos quais a educação está sendo entregue nas creches e na edu-

cação infantil”, apontou o ministro. Segundo o titular da Educação, entre os marcos legais para as mudanças no Saeb está a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da educação infantil e do ensino fundamental homologada em dezembro de 2017, que estipulou prazos para o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) revisar suas matrizes. Conforme anunciado pelo MEC


Ministro da Educação explica novo sistema de avaliação

em outubro de 2017, quando foram divulgados os resultados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) de 2016, os estudantes do 2º ano do ensino fundamental serão avaliados como nova etapa de referência para a alfabetização, adequando-se à BNCC. A Base antecipou a meta de alfabetização do país para a faixa etária de sete anos, idade em que a criança está matriculada no segundo ano. “Teremos em 2019, pela primeira vez, a aplicação da prova da alfabetização ao final do segundo ano, alcançando mais de 70% das crianças com oito anos e alinhado com a BNCC”, explicou Rossieli Soares. Já siglas ANA, Prova Brasil, en-

tre outras deixam de existir e todas as avaliações passam a ser identificadas pelo nome Saeb, acompanhado das etapas, áreas de conhecimento e tipos de instrumentos envolvidos. As aplicações concentrar-se-ão nos anos ímpares e a divulgação dos resultados, nos anos pares. Um dos destaques é a afirmação de dimensões da qualidade educacional que extrapolam a aferição de proficiências em testes cognitivos. Dentro do atual modelo, o Saeb avalia os estudantes em Língua Portuguesa e Matemática. A partir de 2019, os estudantes do 9º passarão por questões de ciências da natureza e ciências humanas. “É importante para a qualidade da educação começarmos a olhar outras áreas, para além de língua portuguesa e matemática”, destacou. “A inclusão de ciências da natureza e das ciências humanas propicia a ampliação da área de reformulação assim que a BNCC do ensino médio estiver pronta”. Maria Inês Fini, presidente do Inep, autarquia vinculada ao MEC, destacou a importância de comparti-

lhar essas evidências para criar políticas públicas direcionadas à educação no país. “Há atribuições que são do governo federal”, lembrou. “Ao elaborar essas avaliações, o Saeb cria os indicadores e as evidências e essa responsabilidade é compartilhada. O governo federal tem o dever de interpretar esses resultados e apresentá-los de maneira bem fidedigna para as nossas redes de ensino. Essa articulação dos três poderes [Executivo, Legislativo e Judiciário] tem condições de dar força para a melhoria da qualidade da educação.”

Próximos passos O MEC quer aplicar, como projeto piloto, testes do Saeb por meio eletrônico já em 2019. A ideia é que alguns alunos façam a prova nos dois formatos: por escrito e digital. As avaliações do Saeb são facultativas para as escolas particulares, mas o governo federal espera ampliar e contar com uma participação cada vez maior das instituições privadas.


InOVAÇÃO

MOV: Uma escola do presente para o futuro Escola em Natal busca ensinar seus alunos a “aprender a aprender” Educar é mais que ensinar e transmitir informações, significa também uma reflexão sobre valores e conhecimentos adquiridos. E, para inovar, é necessário um conjunto de fatores, não pensando somente em infraestrutura, mas em uma proposta pedagógica compartilhada entre professores. O gestor precisa enxergar a capacidade inovadora refletindo nas condições oferecidas para desenvolvimento das atividades e na metodologia utilizada no ensino dos seus alunos. Uma escola do presente que traz características que a levam para o futuro. É essa a abordagem da Escola MOV Educação Integral, inaugurada no início deste ano, em Natal. Com foco no desenvolvimento integral dos estudantes, a escola propõe que eles uti28 | RNEducação | www.rneditora.com.br

lizem seus conhecimentos para resolver situações problema com consciência. Segundo explica a Profa. Dra. Rozicleide Carvalho, elaboradora da proposta pedagógica da MOV, existem três estratégias básicas, utilizadas pela Escola, que são os pilares para que a inovação ocorra: resolução de problemas, metacognição - que é o aprender a aprender - e o método funcional estrutural. “O diferencial da nossa escola, no caso da MOV e da Lápis de Cor, é que não ficamos no campo do conceito, estamos também no campo dos procedimentos e atitudes, então, para isso, elegemos um conjunto de estratégias pedagógicas para que o professor possa se apropriar, articulado aos conceitos que ele já traz na sua com-

petência técnica”, contou. A escola trabalha com os quatro pilares da Unesco: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser, ensinando as crianças a “aprender a aprender”, tornando-os capazes de solucionar problemas do cotidiano. “Eu acho a escola legal e bem interativa, colorida e muita atrativa. Todos os professores são bem divertidos. A gente aprende bastante sobre solidariedade, importância da amizade e de ser educado. O diferencial aqui da escola é que nós alunos somos os protagonistas, normalmente [em outras escolas] são os professores, e essa é a coisa mais importante que acho da MOV” contou Eloah Sanches, 11 anos, aluna da escola.


LEITURA

Escritores mirins são nova geração da literatura Ana Alice e Pedro Henrique lançaram livros educativos Ler e escrever são conquistas importantes na vida “Minha avó tinha uma escola, mas na biblioteca não de uma criança. Com o incentivo da família, professo- tinha um livro que falasse sobre inclusão, então penres e escola o gosto pela leitura pode se transformar sei e falei para ela da ideia de escrever um livro sobre em livro, como nos casos de Ana Alice Bezerra, 10 esse tema e ela me apoiou e começamos a escrever. anos, e Pedro Henrique Lourenço, 8 anos, escritores O livro quer mostrar que todos devem se respeitar independente de qualquer diferença, que todos se esmirins que lançaram suas primeiras obras literárias. “Eu tinha muita vontade de escrever um livro, forcem pela inclusão social”, contou Pedro. Segundo o escritor, o próximo livro de sua autoescrevia desde os 5 anos e agora tive oportunidade de publicar, era meu sonho que pudesse chegar a ria está prestes a sair. “Já estou escrevendo o segunque muitas crianças lessem” falou Ana Alice, autora do também, está quase finalizado para ser lançado. do livro “A princesa Ana e o Reino Encantado”, Deixo a mensagem que toda criança é capaz de ser um bom leitor e um bom escritor”, finalizou. com coautoria da professora Marilú Lourenço. A professora Marilu Lourenço contou a RN Segundo Ana Alice, a mensagem principal do livro é que as crianças acreditem em um mundo melhor Educação da alegria em ver a nova geração de escripelo amor. “Estamos diante de um mundo muito vio- tores mirins. “As crianças só precisam ser estimulalento, mas podemos ajudar uns aos outros amando a das no gosto pela leitura, a escola e os professores família, os animais, os seres vivos e fazer um mundo devem fazer esse papel. Sinto-me muito feliz quanmelhor. O livro tem várias ilustrações e história muito do vejo crianças dedicadas e empenhadas em fazer livros”, disse Marilu. bonita para todas as crianças”, enfatizou. A escritora pretende lançar outros livros em breFones: ve, “tenho muitas ideias e desejo de continuar lan(84) 99107-3751 | 99895-9679 çando livros. Gosto muito de ler”, concluiu. Pedro Henrique, neto de Marilu Lourenço, é auE_mail tor do livro “A galinha de angola e a raposa Pipa”, Marilu Lourenço escolacristorei@uol.com.br também com coautoria da avó e maior incentivadora. Consultoria Pedagógica

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TecnOLOGIA

OBR: o acesso à robótica já é realidade

para muitos jovens potiguares Olimpíada Brasileira de Robótica estimula o contato de crianças e jovens com a tecnologia do futuro; etapa nacional acontece em novembro Já imaginou ter a oportunidade de, desde cedo, construir robôs, programá-los e ainda competir com outros jovens cientistas? Para centenas de jovens em todo o Brasil isso já é uma realidade! A Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR) é uma iniciativa pública e sem fins lucrativos que se consagrou ao longo do tempo como uma das olimpíadas científicas brasileiras mais importantes, elevando a robótica como tema central. O objetivo da OBR é estimular os jovens às carreiras científico-tecnologógicas, promover debates e aperfeiçoar o processo de ensino-aprendizagem brasileiro, além de descobrir e incentivar novos talentos nessa área – jovens cientistas e futuros líderes. Segundo Sarah Thomaz, coordenadora da OBR em Natal, por meio do evento, o aluno entra em contato com a tecnologia, que é uma realidade 32 | RNEducação | www.rneditora.com.br

crescente no seu cotidiano. Em 2018, mais de 140.000 estudantes de todo país estiveram presentes nas etapas estaduais da Olimpíada, que teve a sua etapa nacional de 06 a 09 de novembro, em João Pessoa. A Robô Ciência, empresa referência nacional quando o assunto é robótica educacional, participa da Olimpíada com muito entusiasmo. Para Alexandre Amaral, diretor da Robô Ciência, a participação no evento vai além da conquista de medalhas. “Nos importa a integração dos valores da escola no processo, como o estímulo à participação, trabalho coletivo e o desenvolvimento integral do estudante”, pontua. A Robô Ciência foi a única escola potiguar a conquistar o título de campeã na etapa nacional da Olimpíada, em 2016, e participar da etapa internacional, na Alemanha. Destacam-

-se ainda as diversas conquistas em conjunto com as escolas parceiras em etapas estaduais, como Sergipe, onde os alunos conquistaram 12 medalhas, e Natal, que além dos prêmios de 2º e 3º lugar no nível 1, a empresa também conquistou 2º lugar e o título de melhor escola privada no nível 2. Em depoimento, Priscila Griner, diretora da Casa Escola, afirma que, graças à parceria firmada, os alunos puderam se engajar e desenvolver o potencial, chegando à OBR – etapa Natal com muita confiança. Otávio Augusto, 2º lugar na OBR – etapa Natal, e aluno de escola parceira da Robô Ciência, confirma a importância do evento. “É uma oportunidade muito gratificante, por meio da qual, além de todo o aprendizado em robótica, conseguimos criar muitas amizades entre competidores, treinadores e juízes”, destaca.



EVENTO

Expoeduc

Maior Congresso Educacional do RN Primeira edição terá grandes nomes nacionais e locais Aprendizagem, práticas de sala de aula, formação de professores e gestão. O Congresso Educacional Expoeduc RN 2018 junta todos esses conhecimentos em dois dias repletos de assuntos modernos e relevantes ao aprendizado, com muito dinamismo e cases de sucesso no mundo educacional, na primeira edição do evento que ocorre no hotel Hollyday Inn, em Natal. 34 | RNEducação | www.rneditora.com.br

De acordo com o idealizador do Expoeduc, Crislan Viana de Moura, o congresso nasceu da inquietação do Rio Grande do Norte não ter um evento de educação de grande porte. “Sempre participei de eventos como o Expoeduc fora do estado e isso me fez tomar a iniciativa e formatar toda a proposta do congresso. O Expoeduc tem o objetivo de ser um espaço formativo envolvendo

os temas mais pertinentes ao ambiente educacional trazendo nomes nacionais e do nosso estado com referência nos temas abordados”, explicou. Na programação estão inclusas atividades diversas, entre congresso e feira de negócios realizados durante todo evento, com a participação de grandes especialistas que irão abordar os temas mais atuais do setor.


NOME DA SEÇÃO

Crislan Viana, idealizador do Expoeduc RN

As conferências contam com grandes nomes do ramo educacional no país, entre eles: o poeta, empreendedor e ativista da cultura nordestina, Bráulio Bessa; o psicólogo e escritor, Dr. Rossandro Klinjey; a psicóloga e doutora, Cristiana Rocca; o pedagogo e músico-educador, Isaque Folha; o economista especializado em arte-educação e processos educativos, Caio Lo Bianco; a fonoaudióloga e psicopedagoga, Telma Pantano e o psicopedagogo e mestre em ciências da educação, Nery Adamy. “Nosso público alvo são professores, psicólogos, coordenadores, diretores, gestores de escola e estudantes da área educacional. Nossa estimativa é de 800 pessoas”, contou Crislan. Entre os temas que serão abordados durante o Expoeduc estão: neurociência e transtornos de aprendizagem; saúde mental na escola;

inteligência emocional na escola e desafios da escola na contemporaneidade, entre outros. É a oportunidade para expandir o contato com o público em geral, conquistar potenciais consumidores, apresentar produtos e serviços, ampliar seu mercado, gerar negócios com organizações e instituições de ensino e encontrar novas instituições ou serviços ligados à educação. Ainda segundo Crislan Moura, a ideia é que novas edições do Expoeduc ocorram e entrem no calendário oficial do Rio Grande do Norte. “A edição 2019 já está sendo preparada e acontecerá no primeiro semestre. A proposta é que a Expoeduc fique marcada no calendário anual do nosso estado”, concluiu. Este evento é uma realização da Idearte Produções. As inscrições estão disponíveis para serem realizadas por meio do site www.expoeduc.com.br.

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EnTReVISTA BRAULIO BeSSA

A poesia que transforma de

Braulio Bessa

“Embaixador do Nordeste” encanta multidões por onde passa

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Considerado um dos maiores fenômenos da poesia na internet com mais de 150 milhões de visualizações em seus vídeos, Braulio Bessa, artista cearense que também é figura cativa no programa Encontro com Fátima Bernardes, onde hoje atua como consultor de “Cultura Nordestina” e apresenta sob um olhar poético temas diversos, esteve em Natal palestrando no Congresso Educacional Expoeduc e conversou com a revista RN Educação sobre sua trajetória, cultura regional e suas obras de sucesso “Poesia com Rapadura” e “Poesia que transforma”. Confira abaixo a entrevista:


Como surgiu seu interesse pela poesia? Tive um primeiro contato com poesia na escola, quando tinha 14 anos, um professor me passou um trabalho para pesquisa sobre um autor nacional e fui buscar sobre o poeta popular Patativa do Assaré, minha maior inspiração a ser poeta. Cheguei a cursar Análise de Sistemas na faculdade, mas resolvi viver de poesia. Meu sonho era sempre lançar um livro, mas tinha muita dificuldade em ter acesso a editoras, então pensei em começar a fazer vídeos para internet. Meu primeiro vídeo postado no Facebook em 2012, em poucas horas foi assistido por 2 milhões de pessoas, tomei um susto, continuei postando e foi crescendo a repercussão até que surgiu um convite para participar do Encontro para falar sobre cultura nordestina, depois de várias participações hoje continuo como consultor. De onde vem sua inspiração para falar sobre vários temas e tocar tantas pessoas? Muita gente chama de dom, e acho isso muito abstrato. Apesar de acreditar que eu tenha esse tal de dom, não sei exatamente o que é, como funciona, mas acredito também em uma construção. O Bráulio Bessa poeta foi construído pelo que vivi, senti e pelas minhas experiências. No meu caso, vem também de um sentimento, uma necessidade de olhar para as pessoas. Sempre que começo a escrever um poema, a primeira coisa que faço é a última estrofe, porque quero entender como eu vou terminar aquilo que quero dizer. Às vezes fico duas, três horas pensando no que quero falar para as

O primeiro

contato com poesia foi na escola, quando tinha 14 anos. um professor me passou um trabalho para pesquisa sobre um autor nacional e fui buscar sobre o poeta popular Patativa do Assaré, minha maior inspiração

a ser poeta

pessoas, e as palavras vêm de forma mais fácil quando sei o que eu quero passar e o que quero fazer as pessoas sentirem. Aí vem tudo, flui de forma muito natural.

Como surgiu a “Poesia com Rapadura”? É o nome do quadro que eu

EnTReVISTA BRAULIO BeSSA

apresento no Encontro, comecei a escrever e quando tinha 14 anos e tinha o sonho de lançar um livro e transformar a vida das pessoas. Fiquei tão encantado com o poder da palavra que defino o livro como um conjunto de sentimentos e pensamentos de um fazedor de poesia. Foi um sucesso de vendas e muito elogiado.

Seu mais recente livro “Poesia que transforma” também está entre os mais vendidos, qual a mensagem que traz? O primeiro tinha uma intenção muito clara, de ser uma coletânea. Já este segundo tem uma intenção de mostrar esse poder transformador da poesia na minha vida, de como ela transformou aquele menino de 14 anos, que de repente coloca na cabeça que queria ser poeta, parecido com Patativa. Esse processo começa daí, até passar de transformado a transformador. O livro traz também depoimentos de fãs sobre o impacto que alguns poemas tiveram em suas vidas, como ‘Recomece’, por exemplo, que acabou virando um clássico. Esse poema tocou muitas pessoas em momentos importantes de suas vidas. Depois de dois livros, qual será o próximo passo? Estou preparando um espetáculo com causos, cordel e música. Está escrito, mas eu não estava esperando todo esse sucesso do livro. Só o que está faltando é tempo. E tem a televisão, as palestras. Quando der uma acalmada nos eventos de lançamento a gente começa a pensar no espetáculo. www.rneditora.com.br| RNEducação

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BIODIVeRSIDADe

Parque Itinerante

leva educação ambiental pelo RN Projeto já passou por mais de 40 escolas potiguares em três anos O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), por meio do Parque das Dunas, realiza há três anos o projeto “Parque Itinerante”, que já visitou mais de 40 escolas em todo o estado. As atividades do Parque Itinerante têm o principal objetivo de sensibilizar e despertar crianças, jovens e educadores para a importância da conservação do Parque das Dunas, reconhecido pela UNESCO como parte integrante da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Brasileira.

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A equipe composta por biólogos, ecólogos e turismólogos aborda, de maneira dinâmica e com a participação dos alunos, diversos assuntos no projeto. “Nossa proposta é sair das grandes cidades para atender mais municípios do estado. Nós utilizamos estratégias diferenciadas que possam aproximar alunos de escolas públicas ao parque e torná-los multiplicadores do conhecimento sobre a conservação e responsabilidade com o meio ambiente de maneira geral”, afirmou

o biólogo do projeto, Daniel Costa. A equipe do Parque das Dunas promove palestras sobre a importância do bioma da Mata Atlântica e também da vida marinha, exposição de animais taxidermizados, fungos, amostras de espécies da flora do parque e material biológico do Atol das Rocas, além da exibição de vídeos. Os educadores que desejarem receber o projeto podem entrar em contato com o Parque das Dunas através do e-mail parquedasdunas@rn.gov.br.



CONHECIMENTO

Rede Potiguar de Bibliotecas incentiva leitura Mais de 80 espaços espalhados pelo RN foram cadastrados A formação de um Estado de leitores envolve diversas ações em prol da educação e da leitura. Uma das frentes de trabalho é investir no ordenamento, expansão e divulgação das bibliotecas para fortalecer o direito de acesso ao livro no Rio Grande do Norte. Com esse objetivo, o Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE), em parceria com o Instituto C&A, criou a Rede Potiguar de Bibliotecas para reunir todos os espaços de leitura do Estado. Até a publicação desta matéria, mais de 80 espaços foram cadastrados. Por meio do site www.bibliotecasdorn.com. br, a Rede tem mapeado as bibliotecas do RN: escolares, comunitárias, universitárias, itinerantes, entre outras. Assim, o Estado e a população passam a contar com bibliotecas interligadas e ações pensadas para o coletivo, como concursos, palestras e eventos literários de um modo geral, além da gestão de acervo. “É também uma forma de as pessoas exerceram o controle social, pois a partir do momento em que todas as bibliotecas estão expostas, é possível, por exemplo, cobrar da sua prefeitura um espaço, caso não exista, ou atenção com a que já está em funcionamento”, acrescenta Evania Oliveira, diretora-executiva do IDE. A maioria dos espaços cadastrados é das cidades de Natal e Parnamirim, municípios que contam com o apoio do IDE em iniciativas de formação de leitores. Porém, a meta é chegar a todo o RN e, aos poucos, é possível ver a expansão. Um exemplo é a “Leitura da Praça em Sibaúma”, no município de Tibau do Sul, que passou a fazer parte da rede e conta com mediação, clube de leituras, empréstimo de livros e CDs, consulta e centro de estudos.

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COnhecIMenTO

Cadastro das bibliotecas O cadastramento precisa ser divulgado e incentivado em todos os municípios. Feito por meio do site basta que as pessoas responsáveis pelas bibliotecas acessem o endereço na internet e realizem o cadastro com informações como nome, acervo, serviços já realizados e endereço. Desse modo, automaticamente, o espaço já estará disponível e exposto na Rede. “Queremos contar com o apoio de toda a comunidade no incentivo ao cadastramento. Quem já frequenta uma biblioteca pode avisar sobre o site, assim como alunos e professores devem procurar a coordenação escolar. É dessa maneira que estamos dando, juntos, vários passos na formação de um Estado leitor”, incentiva Evania Oliveira, à frente da organização não governamental que há 15 anos atua em favor da educação

Evania Oliveira, diretora do IDE, falou sobre o projeto pública potiguar. Ainda segundo a diretora do IDE, “a criação desse coletivo, assim como acontece com iniciativas semelhantes, a exemplo da Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias do Brasil, vai proporcionar, a partir da sua unificação, o

fortalecimentos da leitura em âmbito estadual. Com a automação, a população poderá se cadastrar, verificar os acervos e assim saber a quais locais se dirigir, além de poder participar das diversas ações culturais que serão desenvolvidas”, finaliza Evania Oliveira. www.rneditora.com.br| RNEducação

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PESQUISA

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Natal sediará

XII ENPEC

em 2019

Evento bienal ocorre pela primeira vez no Nordeste

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PESQUISA

De 25 a 28 de junho de 2019, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) sediará o XII Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências (ENPEC), com o tema “Pesquisa em Educação em Ciências: Diferença, Justiça Social e Democracia”. O evento bienal é promovido pela Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (ABRAPEC) e ocorrerá pela primeira vez no Nordeste. “Nossa intenção é de ampliar a oportunidade de fomentar novos diálogos, valorizando espaços acadêmicos públicos e culturais”, explicou a presidente da ABRAPEC, Fernanda Ostermann. O XII ENPEC tem como objetivo reunir e favorecer a interação entre os pesquisadores das áreas de Educação em Biologia, Física, Química e áreas correlatas, enfocadas isoladamente ou de maneira interdisciplinar, com a finalidade de discutir trabalhos de pesquisa recentes e tratar de temas de interesse da ABRAPEC. Dentre as atividades programadas para o evento destacam-se: mesas-redondas; conferências; sessões de apresentação de trabalhos completos no formato de pôsteres; rodas de conversa e encontros. Informações adicionais a respeito do evento serão divulgadas em circular específica. “O público-alvo do XII ENPEC é formado por interessados na pesquisa em Educação em Ciências da Natureza e áreas correlatas, incluindo professores-pesquisadores da Educação Básica e Superior, estu-

dantes de pós-graduação, estudantes de licenciatura, formadores de professores e pesquisadores”, detalhou Fernanda Ostermann. Os trabalhos que serão apresentados no XII ENPEC integrarão linhas temáticas em educação em ciências, são elas: Ensino e aprendizagem de conceitos e processos científicos; Formação de Professores; História, Filosofia e Sociologia da Ciência; Educação em espaços não-formais e divulgação científica; Educação Ambiental; Educação em Saúde; Linguagens e Discurso; Alfabetização científica e tecnológica, abordagens CTS/CTSA; Currículos; Diferença, multiculturalismo, interculturalidade; Processos, recursos e materiais educativos; Políticas educacionais e Questões teóricas e metodológicas da pesquisa. Os trabalhos devem ser inéditos e de pesquisa em Educação em Ciências, seja de natureza empírica com apresentação de pesquisa, finalizada ou em andamento, baseada em referenciais teóricos, contendo revisão de literatura pertinente, objetivos/questões de pesquisa, análise de dados, discussão de resultados e conclusões; ou de natureza teórica, um ensaio crítico devidamente fundamentado em literatura de pesquisa pertinente, apresentando objetivos/questões de pesquisa, articulações e argumentos teóricos consistentes, conclusões e indicação de implicações para o campo da Educação em Ciências. Outras informações e inscrições para o XII ENPEC podem ser consultadas no site: http://www. abrapecnet.org.br. www.rneditora.com.br| RNEducação

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MEIO AMBIENTE

UNI-RN desenvolve

projetos de sustentabilidade na graduação Iniciativas contemplam horta orgânica e energias renováveis Assumindo o compromisso da sustentabilidade, o UNI-RN, por meio de seus cursos da graduação e pós-graduação, estimula ações de educação ambiental de maneira interdisciplinar, unificando os pilares que 52 | RNEducação | www.rneditora.com.br

compõem o ensino superior: ensino, pesquisa e extensão. Neste semestre o Núcleo de Educação e Gestão Ambiental: UNI-RN Sustentável, em parceria com a coordenação do curso de Engenharia Ci-


MEIO AMBIENTE

vil, inauguraram a instalação de dois novos projetos de extensão: Automação da Irrigação da Horta Orgânica e Geração de Energia Solar e Eólica. O primeiro projeto trata sobre a instalação automática para irrigação da horta orgânica, que fica próxima a Casa Ecológica, no campus do UNI-RN. A instalação permite que o sistema programe o tempo de irrigação de forma autônoma, reduzindo o desperdício de água. O projeto tem o envolvimento dos alunos do curso de Engenharia Civil. Já o segundo projeto – instalação de protótipos de energia solar e eólica –, compete à geração de energia elétrica para os laboratórios do curso de Engenharia Civil. A energia é absorvida e gerada por meio de duas placas solares (energia solar) e uma turbina com hélice (energia eólica) instaladas no ambiente do Campus. Além do curso de Engenharia Civil, as ações de sustentabilidade também envolvem os cursos de Arquitetura e Urbanismo e Nutri-

ção em atividades interdisciplinares. Também são desenvolvidas diversas ações de conscientização, como o descarte correto do lixo eletrônico, sendo o UNI-RN um ponto fixo de coleta desse tipo de resíduo durante todo o ano, o uso consciente de materiais descartáveis e a preservação do meio ambiente. Com a ajuda do trabalho realizado pelo Núcleo, o UNI-RN alcançou em 2017 o 1° lugar, entre as instituições brasileiras particulares, no UI GreenMetric Ranking, desenvolvido pela Universidade da Indonésia, onde são analisadas as ações de sustentabilidade promovidas pelas instituições de ensino superior. Os projetos recebem a orientação do professor Fábio Pereira, coordenador do curso de Engenharia Civil do UNI-RN e estão inseridos nos programas do Núcleo UNI-RN Sustentável, coordenado pela chefe de gabinete Maura Marjorie, com apoio da gestora ambiental Mariana Nunes e professores de outros cursos da instituição. www.rneditora.com.br| RNEducação

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CIÊNCIA

Cientec homenageia 60 anos da UFRN Edição comemorativa teve programação intensa Com o tema “UF e RN do ontem ao amanhã – 60 anos de evolução”, a 24ª edição da Mostra de Ciência, Tecnologia e Cultura (Cientec) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) aconteceu excepcionalmente no mês de junho, em alusão às seis décadas de atuação da principal 56 | RNEducação | www.rneditora.com.br

instituição de ensino superior do estado. Quase 50 mil pessoas passaram pelo campus nos três dias de evento. “A Semana de Ciência, Tecnologia e Cultura da Universidade Federal do Rio Grande do Norte acontece todos os anos, expondo os principais fundamentos das atividades científicas, tec-


CIÊNCIA

nológicas e culturais da Universidade, buscando, dessa forma, uma interface com a sociedade”, destacou a reitora da UFRN, Ângela Paiva. A Universidade, enquanto espaço da troca de conhecimento e do diálogo de ideias, dispôs a Cientec a partir de pavilhões que abrigaram exposições interativas e transdisciplinares, enfocando as produções dos Centros Acadêmicos e dos Órgãos Especializados e Suplementares e dos Eventos Acadêmicos, como congressos, seminários e exposição de pôsteres. “Com essa organização, propõe-se a articulação das diferentes unidades de produção de ciência, tecnologia e cultura, evidenciando o que a UFRN tem desenvolvido de forma articulada no Ensino, Pesquisa, Extensão e produção cultural”, enfatizou a reitora. A programação gratuita e aberta

ao público contou com estandes, minicursos, oficinas e palestras, além de apresentações culturais. Os espaços mais visitados durante os três dias de evento foram o Planetário, Fazendinha, Museu Câmara Cascudo, Museu de Morfologia, Parque da Ciência e Espaço Sebrae. A programação cultural também foi intensa na Praça Cívica do Campus Central com apresentações da Orquestra Sinfônica e do Madrigal da UFRN, Gaya Dança Contemporânea, Banda Alfândega, Nara Costa, Orquestra Sanfônica, Entre Nós, Coletivo de Criação, Tropa Trupe, Sueldo Soares e Plutão já foi Planeta. CBEU O pró-reitor adjunto de Extensão da UFRN, Breno Cabral, destacou que a grande novidade da Cien-

tec 2018 foi a realização conjunta do VIII Congresso Brasileiro de Extensão Universitária (CBEU), que trouxe público de todo Brasil para discutir “Extensão e Sociedade: Contextos e Potencialidades”. “Foram cerca de 4 mil participantes e apresentados mais de 2 mil trabalhos, em um pavilhão com 24 salas, além de outras dependências da universidade que abrigaram atividades do Congresso. Foi uma grande realização receber esse importante evento nos 60 anos da UFRN”, afirmou Cabral. Outro evento que marcou também a passagem dos 60 anos da UFRN e ocorreu de 25 a 27 de junho foi o 43º Fórum Nacional de Pró-reitores de Extensão (FORPROEX), que discutiu o tema “Gerir desafios e gerar resultados”.

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MUDANÇAS

Ministro da Educação, Rossieli Soares, destaca mudanças na BNCC

Base Nacional altera currículo do Ensino Infantil e Fundamental Documento sobre o Ensino Médio segue em discussão A educação brasileira passa por transformações na estrutura de orientação de currículos com a implantação da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), homologada pelo Ministério da Educação (MEC) com previsão de ser implementada totalmente até 2020 em todas as escolas públicas e privadas do país. O documento define o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da educação infantil e do ensino fundamental. Também estabelece os conhecimentos, as competências e as habilidades esperadas para que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica. Uma das mudanças trazidas pela BNCC é a antecipação da alfabetização das crianças até o 2º ano do ensi58 | RNEducação | www.rneditora.com.br

no fundamental. Atualmente, as diretrizes curriculares determinam que o período da alfabetização deva ser até o 3º ano do ensino fundamental. Segundo o MEC, os professores receberão formação para conhecer em profundidade o documento e haverá a adequação necessária do material didático. Prevista no Plano Nacional de Educação (PNE), a BNCC começou a ser construída em 2015, seguindo as orientações do Ministério da Educação (MEC), Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação (Consed), União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e Conselho Nacional de Educação (CNE). O novo documento não trata do ensino médio. A base curricular para o ensino médio ainda está sendo debatida pelo CNE.

O que muda com a nova BNCC • Ensino religioso ganha diretrizes sobre o que deve ser ensinado do 1º ao 9º ano • Alfabetização deve ser concluída até o segundo ano • Orientações sobre identidade de gênero devem ser discutidas por comissão do CNE • Redes municipais, estaduais e federal precisam reelaborar seus currículos segundo a BNCC




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