Editorial O
Idealização: Mirton Realização: Mirton e Pecê Lopes Colaborações: Valter Nu, China, Manoel Jucélio, Jader Damasceno, Zan Viana, Lysmarck Lial, Viriato Campelo, Willame Figueredo,
utubro é o mês do Halloween, e não por essa festa típica americana, mas pela música tocada nela, resolvemos fazer uma ligação tênue com o rock na TEREZONA número 2. E essa ligação está na música e em muito mais. Há tempos o rock deixou de ser só uma canção adolescente rebelde e passou a fazer parte de outras artes, além da música. O rock amadureceu, mas não envelheceu. Continuou vivo e se renovando. E nessa edição da TEREZONA podemos ver um pouco desse rock nas fotos Doomer, Flávio Stambowsky, de Jader Damasceno – no Karine Tito, Arianne Pirajá, olhar artístico e irreverente de sua película. Ouvir que Gualberto Jr, Airlon Pereira o rock encontra sotaque e Sousa,Durvalino Filho, Fraga, novas levadas no disco do Solda, Tatiana Cesso, Núcleo pernambucano China – que do Dirceu, Academia Onírica, sempre soube fazê-lo muito Pecê Lopes, Mirton, Jéssica bem, desde sua época de Tavares e Paulo Moura. Sheik Tosado. O rock é música para pista Diagramação: Xeque Marketing. também e a pista é sagrada para Zan Viana, que aqui escolhe os seus favoritos. Revisão: Pecê Lopes O rock tá no corpo, no movimento, na expressão Quer participar? Envie um email e na vanguarda do Núcleo com sugestões para: do Dirceu – que é um grupo terezona.revista@gmail.com artístico contemporâneo cheio de atitude e ideias novas para Twitter: mudar a vida das pessoas. twitter.com/revistaterezona Ele também ponteia a arte psicodélica de Lysmarck Gostou? Então curta nossa página Lial, um jovem ilustrador que no FACEBOOK. abre seu portfólio pra gente e
mostra muito do seu talento. Disposição e verve artística que é atestada em altas doses na Academia Onírica, grupo que reúne jovens e irrequietos poetas em torno do fazer poético. O rock encontra toda a intelectualidade nos ótimos e irreverentes textos do Solda. É curto e direto como uma frase do Fraga. Aparece num dos grandes movimentos da nossa música, representado pelo mentor tropicalista Torquato Neto. Se mistura nos poemas de Arianne Pirajá, nas fotos instagramadas de Gualberto Jr, no texto e dicas rockers de Tati Cesso direto de Chicago, uma cidade extremamente musical. O rock tem ponto de vista de um roqueiro nato como Flávio Stambowsky, ou um passeio romântico na Buenos Aires querida de Karine Tito. O rock tá no cinema e em vários filmes, mesmo quando os filmes não sejam propriamente sobre ele. É típico dele ser underground, com uma cara de fanzine como na arte do Doomer. A Terezona é rock, é punk, é “Faça você mesmo”, é a vontade de fazer , isso me cheira a espírito jovem, então, aumenta que é rockkkkkkkkkkkkkkkk!
#Pronto_Falei T
Por Willame Figueredo
eresina recebia uma quantidade infinita de shows. Os festivais eram organizados com bandas nacionais de verdade, independente do gosto pessoal de cada um. Diversos shows grandes, independentes, feitos com as bandas no auge. Isso sem citar o Piauí Pop que, antes mesmo das grandes atrações, era um evento com espírito, atmosfera. Os históricos shows de metal semanais, por vezes mais de um gênero em um só sábado à noite. Sem contar os shows nacionais e internacionais no Noé Mendes. Enfim, o fim de semana era um marco histórico na vida de toda pessoa que gostava da noite, opções nunca faltaram. As coisas mudaram: hoje voltamos pra casa as duas, três horas da manhã e, quando não, os fortes guardiões da boemia noturna são obrigados a esticar a noite em praças, muitas vezes, pondo em risco a própria segurança. Shows nacionais são artigos de luxo, raros e, quando ocorrem, geralmente são de bandas de fora do circuito, já sem tanto espaço por aí. Vemos as pessoas ansiosas por festivais covers, organizados com bandas em muitas vezes sem lá tanta inspiração. Festivais tais que ainda são caros tanto no ingresso quanto na sobrevivência interna – cerveja, refrigerante, água, comida etc. Enfim, é como se tudo tivesse se tornado artificial, a falta de opção é tão latente que a cena cover local age de forma fora da realidade, como se o que eles fizessem fosse a salvação do rock piauiense e fogem do conceito de cover = diversão. Sim, as pessoas levam o cover tão a sério aqui que brigam com unhas e dentes por RECONHECIMENTO, sim, reconhecimento. O que quero dizer é que as noites perderam o sentido, a razão. Alguns de vocês podem até ter a mesma empolgação para uma noitada cover no Raízes ou mesmo por ver Validuaté e Roque Moreira pela 'quiquobilionézima' vez no Churu, mas realmente parece que tudo perdeu o sentido. Onde está aquela efervescência do passado, onde todos nós nos reuníamos na casa de uma pessoa para se arrumar e prever como seria a noite? Quem ficaria embriagado? Quem “pegaria " quem? Como seria a vaquinha do taxi da volta? Como faríamos pra voltar pra casa? A pé? No corujão? De carona? Será se a mãe e o pai estarão acordados? Será se vão emprestar o carro? Enfim, era tudo mais emocionante justamente porque não tinha marasmo, não era repetido, não era mesmice. Hoje nos contentamos com um pouco que se transformou em muito, que virou necessidade e fincou uma estaca de obrigatoriedade no meio da nossa diversão, desde a cerveja quente ao show cover de péssima qualidade, banheiros sujos e péssimo atendimento. Hoje não existe mais espaço para bandas autorais, as poucas que existem estão fadadas ao ostracismo ou ao desmanche para a criação de alguma banda cover como é de costume no nosso cenário. Sem citar nomes, mas quantas bandas de qualidade, com músicos excelentes acabaram para virar alguma banda cover caça-níquel? Exemplos você, leitor, têm aí aos montes. Enfim, não estou dizendo que nossa noite morreu ou que não há mais saída. Sempre há, mesmo no cover. Ou, quem sabe, que uma luz desça sob os ombros dos responsáveis pela noite e resolvam fugir da repetição constante que há no nosso cenário. Teresina tem público pra tudo, o que talvez falte é o interesse desse mesmo público em ter sempre novidade, em fugir do ostracismo e exigir que as coisas melhorem. E tais fatos não são difíceis, basta uma das partes – público ou organização – se manifestar de maneira coerente, tudo se resolve. Ou talvez, simplesmente, podemos estar ficando velhos e chatos e só consigamos nos divertir sentado na mesa de um barzinho com os amigos, em um restaurante comendo ou no fundo de uma rede lendo o caderno de esportes do jornal.
Teresina - Sรฃo Paulo - Fortaleza - Paranรก - Chicago - Pernambuco - Rio de Janeiro
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D
esde muito pequeno, Jader Damasceno se interessou por arte e fotografia. Com desejo de retratar o mundo à sua volta, ele começa a pintar telas ainda criança. E mais à frente passou a ter fotografia
como uma predileção para mostrar, por meio de suas lentes, o universo a seu redor. Atualmente, o jovem fotógrafo colhe os resultados da exposição Nu – A Lembrança Esquecida. Uma das atrações do 16º Salão de Fotografia de Teresina, no Piauí, a exposição mostra o nu em temas como raças, androginia e pecado. E conta com personagens expressivos em montagens que não rebaixam a nudez para o simplório, para a categoria de oportunista ou até mesmo apelativa. Segundo Jader, a intenção é justamente o contrário. É “criticar a venda do nu e do corpo como um objeto simplesmente de desejo e fetiches sexuais”, diz.
Fotos: Jader Damasceno
Entrevista: Pecê Lopes
“O ato de estar nu em capas de revista ou em qualquer outro lugar é visto como obscenidade, vulgaridade etc. O fio da fotografia de nu é muito tênue. Eu, como fotografo, tive que me dedicar muito ao estudo de algumas características que não transportasse minhas fotos para o lado vulgar”.
“As roupas ajudam a construir personagens, mas não é a única coisa. Quando comecei a construção das fotos imaginei vários quadros sócio-culturais, passei a escolher os modelos, a maquiagem e cenários que poderiam ajudar a criar o clima que gostaria de passar. Mas, teve um fator que foi muito importante para a construção do ensaio, que foi o ato de conversar com os modelos e explicar o objetivo do ensaio. E em seguida explicar como seria cada fotografia e sua identidade ideológica. Isso facilitou que os fotografados mergulhassem de cabeça no mundo criado e assim produzi fotos com características de pintura e realidade”.
“O nu, como você frisou, vende bem. Mas, pode destruir o trabalho artístico se não for bem construído e pensado. Minha maior intenção não era a venda do nu, pelo contrario, era criticar a venda do nu e do corpo como um objeto simplesmente de desejo e fetiches sexuais”.
“A fotografia por si só é uma arma que pode e deve contribuir com aspectos sociais e culturais, eu acho que minha relação nasceu deste fato. Mas é necessário frisar que desde muito novo sempre adorei o mundo das artes e da fotografia”
Para ver mais de Jader Damasceno http://olhares.uol.com.br/jaderdamasceno/galeria-pessoal/214045/
Made by China Um papo descontraído sobre o novo disco, Moto Contínuo Comente essa matéria no Twitter com a hashtag #chinaina
D
o início dos anos 2000, quando se desligou do grupo Sheik Tosado, até hoje, lançando o terceiro disco de sua carreira solo; China vem evoluindo musicalmente e experimentando
muito. Ele abriu o leque musical, que era meio restrito ao som pesado e rápido do Sheik Tosado, para a versatilidade que vem mostrando desde o EP Um Só (2006). O EP deu resultado e um ano depois China lança seu primeiro álbum, Simulacro, bem recebido pela crítica. Hoje, um dos importantes nomes do cenário independente, lança seu novo disco com título de Moto Contínuo – disponível para download grátis no site da Trama. Trabalho que prova de uma vez por todas sua versatilidade, em um disco mais pop e cheio de participações de músicos e cantores amigos. Gente como os amigos do Mombojó, Vitor Araújo, Dengue da Nação Zumbi, Pitty, Tiê e Ylana Queiroga. Esses são alguns dos assuntos do papo que o artista natural de Pernambuco teve com a Terezona. Ele parou um pouco sua rotina corrida e recebeu o colaborador Valter Nu em São Paulo. Para se ter uma ideia do dia-a-dia desse incansável artista, hoje ele atua como cantor, compositor, apresentador da MTV e ainda é integrante da banda Del Rey nas horas vagas (?) – grupo que faz muitos shows em homenagem à Roberto Carlos e ao pessoal da Jovem Guarda.
Fotos: Manoel Jucélio
Entrevista: Valter Nu
Introdução: Pecê Lopes
TZ: E aí China, queria que você se conta... Demorou um ano
na rua, a maioria das coisas
falasse um pouco sobre o disco
pra sair, mas eu achei que no
falam de mim, de coisas que eu
novo.
final das contas foi bacana ir
vejo, tá ligado? Eu não consigo
CH: Bom, o disco novo chama
com calma na parada. Não ia
escrever de outra forma, assim,
Moto Contínuo. Eu lancei
adiantar muito eu ter pressa,
me colocando fora da situação.
primeiro virtual, no site da
porque eu não tinha grana
TZ: Em relação ao artista ter
Trama. E chegou às lojas dia
pra lançar. Então, era um
o distanciamento, em que ele
25 de setembro e, porra, é o
tempo assim, que eu tinha que
sai, cria o personagem, cria
primeiro disco que eu produzi
fazer o dinheiro entrar e fazer
situações para o personagem...
meu. Já tinha produzido o
funcionar, já que eu banquei o
CH: Eu não consigo fazer isso,
disco de outros artistas, mas
disco todo.
eu acho que eu não consigo.
produzir um disco seu é um
TZ: Em relação ao disco
Nunca tentei na verdade, que
puta desafio do caralho.
anterior, Simulacro (2007), ele
eu gosto tanto de tá dentro do
Porque você produzindo
passa a sensação que é muito
contexto, acho bacana assim.
seu próprio disco, você fica
pessoal, esse segue a mesma
São experiências minhas
criterioso pra caralho. Você fica
linha?
que, no final das contas,
querendo mudar tudo, toda
CH: Cara, é bem pessoal
você vê que outras pessoas
hora. A bateria eu regravei
mesmo. É bem as coisas que
compartilham. São questões
umas três vezes, guitarra nem
eu vivo, as coisas que eu vejo
que todo mundo da minha
geração tem, tá ligado?
Queiroga, tem uma galera,
CH: Sério? Você é a primeira
TZ: E quanto à sonoridade?
meu disco é meio puta (risos).
pessoa que me diz isso (risos).
Você agora está morando
Isso que é legal da liberdade
TZ: Como você lida com a sua
em São Paulo, o quanto isso
de você estar sozinho, você
pluralidade? Com essa coisa
influenciou no processo de
poder contar com todos os
de ser universal, um cara que
criação?
seus amigos. E aí na questão
parece que não é de lugar
CH: Acho que eu me libertei
da sonoridade, não tem uma
nenhum?
da forma. Como artista solo
sonoridade específica. Não
CH: Caralho, sabe que eu
eu me dei a liberdade de
dá pra dizer se o disco é mais
nunca tinha pensado nisso,
experimentar qualquer parada,
rock, mais rap, tem de tudo, tá
velho? Nunca tinha parado pra
sacou? Então, o disco é muito
ligado? A primeira música é
pensar, inclusive vou chegar
doido, que cada música é
um puta riff de guitarra pesado
em casa e vou ficar pensando
completamente diferente, cada
e a última música é uma valsa.
(risos).
música é gravada por uma
TZ: Eu tinha notado nessa
TZ: Falo isso porque notamos
banda diferente.
sua nova fase de TV e artista
que no Simulacro, já fica essa
TZ: Quem que participou?
solo, que você é um cara sem
pista, ele tem uma sonoridade
CH: Os caras do Mombojó,
“sotaque”, quero dizer, uma
universal, não fica catalogado
Vitor Araújo, Dengue da
pessoa que se comunica com
como um disco de São Paulo
Nação Zumbi, Pitty, Tiê, Ylana
todo mundo.
ou de Recife.
Ep: Um Só (2006)
Simulacro (2007)
Clique no disco ao lado para baixar o Moto Contínuo.
Moto Contínuo (2011) CH: Acredito que o Moto
pirando morar em São Paulo,
perguntando sobre esse
Contínuo vai nesse caminho.
tô achando um negócio do
showman: o VJ, que se mistura
Eu com 17 anos vim morar em
caralho, do mesmo jeito que
com o cara do palco do Del
São Paulo com o Sheik Tosado,
eu achei foda morar no Rio,
aos 20 eu estava morando no
tá ligado? Eu gosto de chegar
Rey, que é o China. E aí? Como
Rio. E nesse tempo: Recife,
num lugar e ficar mesmo como
Rio, São Paulo... Vivo nessa
esponja, absorvendo tudo que
há 13 anos, tá ligado? Eu sou
a cidade tem pra me dar, as
pernambucano, mas no final
pessoas, tudo, sacou? Porque
das contas eu sou de lugar
isso tudo reflete no meu
nenhum. Ou melhor, eu sou
trabalho, é matéria prima pra
de todos os lugares, porque
minha música.
eu acho do caralho trocar
TZ: Bom, China, queria
idéia com as pessoas. Eu tô
encerrar nosso papo
que você se vê? Isso é um personagem ou é você mesmo? CH: Cara, sou eu, na verdade é que em todas as coisas que eu faço, sou eu em tudo. Siga China pelo Twitter. Siga DJ Valter Nu pelo Twitter
Q Zan Viana é jornalista, DJ nas outras horas, considera a pista de dança um lugar sagrado e quer muito um clubinho na cidade que só toque rock and roll.
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uando a Terezona me pediu pra eleger meus roquinhos preferidos, pensei: pôxa que difícil! Mas quando botei a cabeça pra filtrar, com toda minha experiência rocker, percebi que é muito fácil enumerar 5 das minhas músicas preferidas. Vamos com meu top 5, o rocker ranking. 1 – Can't Buy Me Love – Beatles Impossível não começar com Beatles. E é fácil responder, de imediato àquela pergunta, que vira e mexe, nos é feita: - Pra você, qual é a melhor banda de todos os tempos? Na hora, sem titubear: Beatles. Adoro Beatles. A banda foi minha educação musical e o mais engraçado é que comecei a ouvir versões em português ainda criança. Depois que fui criando jeito de gente é que fui comprando os discos, gravando fitas (várias) e apreciando aqueles roquinhos suaves, pra cima e gostosos de ouvir que animam qualquer festinha (sem falar na fase psicodélica, um exemplo é Tomorrow Never Knows, música linda e que serve de trilha sonora no momento em que escrevo essas linhas, muito boa também pra ouvir durante uma faxina no quarto, na cozinha (preparando um rango). Passaria um bom tempo falando de Beatles, mas pra não ficar essa leitura chata, e tem ainda mais eleitas, dizer que adoro o grande Macca e dizer que Beatles é vida, foi inovação, sempre segurou minha pista de dança, a banda fez várias
revoluções e ainda hoje é atual. 4ever (escolhi Can't Buy Me Love porque é a que coloco mais nos meus sets e também porque é muita fofa, até a letra). 2 – Saturday Night – The Cure O rock gótico do The Cure embalou boa parte da minha adolescência. Até ensaiei vestir mais preto e investir na pegada obscura, sombria da banda, mas deixei isso pro Roberth Smith, vocalista da banda, gostava mesmo era da musicalidade e percebia era até uma certa alegria. Just Like Heaven, Close To Me, Friday I'm in Love (uma ode ao dia mais feliz da semana, a sexta), Why Can’t I Be You, Boys Don’t Cry, a fantástica Killing on Arab são os títulos mais conhecidos e que sempre fazem uma pista se emocionar e dançar muito. A música que escolhi como top do não é muito famosa: Saturday Night tem uma bateria embalante e um riff de guitarra poderoso, catártico. Assim como Beatles, The Cure é educação musical (vou deixar de fora o poeta dos amores perdidos e criador dos melhores nomes de música - Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me - Morrissey , ex-vocalista dos Smiths, mas fica aqui minha enorme consideração). 3 – Atomic – Blondie Desculpa ainda continuar na escola musical, mas o que dizer de uma mulher forte como Debbie Harry, vocalista da banda Blondie,
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que começou a fazer sucesso desde o início dos anos 80, foi pioneira da new wave e punk rock (estilos que eu adoro) e ainda hoje tem força vocal, força de imagem? A mulher é um verdadeiro ícone, uma musa fashion, uma inspiração pra muita cantora hoje em dia. E vai ser sempre. Músicas como a letra ótima de Heart of Glass, Call Me, Maria, One Way or Another são verdadeiros hinos, hits de pista. A música é, pra mim, a melhor música pra se dançar de todos os tempos, ela tem todos os elementos que importam e fazem a diferença: um rock glamouroso, pra cima, foi feito pra uma pista de dança: “faça- me hoje à noite dar tudo certo”. É glam rock de responsa. Vida longa a Debbie Harry, que ainda continua na ativa e mandando muito bem. 4 – Little Sister – The Queens of the Stone Age Vamos passar pra atualidade. A banda de rock californiana The Queens of the Stone Age tem os melhores riffs de guitarras que eu já ouvi. A banda é considerada de heavy metal, mas eu não a percebo tão heavy assim, é muito é massa pr’uma pista de dança intensa, cheia de atitude e força (sem perder o lado dancinha, passinho mesmo, num é bate cabeça não!). Detalhe, quando a banda faz uma música mais densa, é pra se rasgar todinho. O QotSA, como é chamado, também tem uma performance de palco incrível, graças ao charme loiro do vocalista e guitarrista Josh
Homme: agressividade discreta, parada e intensa ao mesmo tempo.
Muita gente até leva o rock pro lado pejorativo, do bate cabeça, da gritaria. Quem ainda pensa assim não conhece os hits que Sick, Sick, Sick; No One Knows; abalaram as pistas de dança, Regular John; Gonna Leave You seja em qualquer década. Põe são exemplos de músicas do um desses exemplos no youtube QotSA que abalam uma pista, que e analisa. É muito bacana, é pra salvam do tédio (álias, a banda cima, tem os vocais pra cantar é conhecida como salvação do junto, tem os gritos, tem a guitarra rock). Mas é Little Sister a minha e a bateria pra darem uma força preferida, pela bateria pontual e principalmente pelos riffs maior e pode vir junto qualquer poderosos que eu falei no começo. outro instrumento ou até recursos Esse é meu número de rock and da música eletrônica que tudo é roll. É assim que eu gosto de bem-vindo. música (rock), com essa força, essa agressividade e ao mesmo Sim, mas finalizo minha lista tempo, dançante; você movimenta com a música Come Closer , todo o corpo, se joga por inteiro, do inglês Miles Kane (também não somente a cabeça. conhecido como um dos vocalista da banda The Last Shadow (p.s. o que era o ex-baixista da banda, Nick Oliveri, tocando nu, Puppets junto com Alex Turner , nu no Rock in Rio em 2001?) do Arctic Monkeys e atualmente em carreira solo). Essa música é pra mim um sucesso pra uma pista de dança, vejo pegada das 5 - Come Closer - Miles Kane bandas acima (exceto Blondie), tem um refrãozinho pegajoso Quem gosta de rock and roll e principalmente, uma guitarra conhece hits como Allright do poderosa. Pra quem gosta de Supergrass, Last Night dos novidades – rockers , Come Strokes (o tão famoso novo rock que trouxe o rock and roll pr’as Closer é um dos hits da vez. pistas de dança – para uns), The Hives com Hate to Say I Told You Pra mim música boa é música So (esses sim, foram pioneiros no boa, não importa a data. Não segmento), Franz Ferdinand com troco David Bowie, Smiths, Take me Out, The Raptures com Duran Duran, B52’s, Ramones, a super, a gritenta sexy House of New Order, entre vários outros Jealous Lovers e ainda Gossip das antigas por muita banda com a intensa Standing in the mequetrefe que existe por ai. Way of Control, todos esses são Gosto de música boa. E de exemplos de como o rock and roll preferência rock and roll. funciona numa pista de dança.
Um galpão para ideias e produção de arte
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O
Núcleo do Dirceu foi criado pelo coreógrafo e pesquisador Marcelo Evelin em 2006. E desde o ano de 2009 possui uma sede própria, o Galpão do Dirceu, onde são desenvolvidos paralelamente diversos projetos, ações e criações através de parcerias locais, nacionais e internacionais. Vários espetáculos foram criados e encenados nesse trabalho de pesquisa e produção de arte contemporânea. Um dos grandes exemplos é o Bull Dancing, uma coprodução BrasilHolanda que ganhou o mundo e vários prêmios. Recentemente, foram responsáveis por uma bem sucedida temporada de espetáculos no Festival Lusófono, em Teresina (PI), e na Bienal SESC de Dança, em Santos (SP). E nesse mês, o grupo embarcou para Kyoto, no Japão, para apresentar o espetáculo Matadouro no Kyoto Experiment
2011 | Kyoto International Performing Arts Festival, no Former Rissei Elementary School Auditorium, nos dias 7 e 8 de outubro. No dia 9 de outubro, foi apresentada a palestra gratuita “Artes performáticas no Brasil hoje”, e no dias 11 e 12, houve workshop com Marcelo Evelin, no Kyoto Art Center Auditorium. Matadouro fecha a trilogia de Marcelo Evelin/Demolition Inc. iniciada em 2003, na Holanda, com Sertão, seguido de Bull Dancing, criado em 2006, no Brasil. A trilogia coloca em questão uma identidade territorial e cultural deslocada e o dilema da racionalidade versus animalidade no homem contemporâneo. Cada peça toma emprestada uma parte do romance Os Sertões, de Euclides da Cunha – respectivamente A Terra, O Homem e A Luta.
Fotos: Mirton
Entrevista: PecĂŞ Lopes
Banda QUARTERテグ tocando no evento BAFO
Uma mulher cega vendendo um vestido - Marcelo Evelin
Foto: Jel Carone
Arte ambulante bate à sua porta
U
ma pessoa está em casa, num dia comum brincando com seu filho ou lavando a louça e escuta alguém bater à porta e dizer: – Ôooo de casa...! Bom dia! – Bom dia – ela atende. – Nós somos do Projeto 1000 Casas e estamos levando arte para as casas aqui no bairro. Podemos entrar e fazer uma performance pro(a) senhor(a)? – Fazer o que mesmo?! Já se imaginou numa situação dessas? Arte delivery, mas sem ao menos ser feito o pedido? Foi mais ou menos assim que começaram as ações do Projeto 1000 Casas. Idealizado pelo grupo artístico Núcleo do Dirceu , a ideia é realizada na região do Grande Dirceu, na periferia da cidade de Teresina, Piauí. E vem chamando a atenção da comunidade, tirando as pessoas de seu cotidiano. Coordenador do Núcleo do
inusitada, direta, na sala de estar ou cozinha das pessoas nem sempre é bem recebida. Há pessoas que negam abrir a porta de sua casa para o projeto. Marcelo Evelin fala sobre isso. Ele diz que “houve muitos nãos, e isso é completamente coerente no contexto, por as pessoas serem abordadas enganosamente por marginais para entrarem em suas casas”. E quando isso acontece, os artistas dão início a uma explicação, uma negociação, que vez por outra surte efeito e a porta é aberta. Com a permissão concedida, os artistas fazem sua performance e aproveitam para por em prática um dos maiores objetivos do Dirceu, Marcel Evelin, disse projeto: o diálogo com esse que a ideia faiscou a primeira público. A conversa toca em vez “quando começamos a assuntos como a função do nos deparar com a questão de espetáculo, o lugar do espectador, como atrair público para a arte levando em consideração os contemporânea”. E, depois de desejos, as expectativas, e muito debate e ideias, o projeto o entendimento particular da chegou ao “foco de hoje que é necessidade e da fruição de arte friccionar esse espaço entre eu e no cotidiano dessas pessoas. o outro, tentar esgarçar o espaço “As conversas e observações entre o artista e o espectador, deles são muito pertinentes, tentando deixar o trabalho em um e nos coloca nesse lugar de lugar entre arte e cotidiano”, diz. anunciadores e ao mesmo Basicamente, a proposta é visitar tempo testemunha daquelas e performar em 1000 casas existências”, comenta Evelin. dessa região entre os anos de Compondo esse projeto, estão 2011 e 2012. Tarefa que não 15 artistas autônomos que fazem parece ser das mais fáceis. seus procedimentos ajudados “Começamos por mapear o uns pelos outros. E essas visitas, bairro, que tem por volta de 250 via de regra, são documentadas mil pessoas e muitos sub-bairros, em foto e vídeo para rechear um vilas e ajuntamentos”, conta blog que serve como um diário, Evelin. E a partir daí, explica, como prestação de contas e “estamos tentando entender também como extensão desse o que seria “performatividade” trabalho. Embora desvinculado nesse lugar específico do poder público, o projeto tem (comunidade, casa das pessoas), essa coisa de ação pública e o que é criar esse contexto de (performatividade) em lugar artista-espectador no lugar do privado (o ambiente de uma casa) espectador (a própria casa) e não e disponibilizar na internet algo no lugar do artista (o teatro). que seja privado para vir então a Essa intervenção cultural se tornar publico.
O 1000 Casas já contabilizou mais de cem visitas, então muito ainda tem a ser feito. Entretanto, o projeto já começa a ser reconhecido e isso facilita muito o trabalho. “Já aconteceu de numa visita minha, uma menina que assistiu a performance, ao ver o selo (que é deixado na casa após a visita), reconheceu que na casa da mãe dela também tinha um”, disse Jana Lobo, uma das artistas que participam do projeto. A procura e o chamamento por visitas também tem animado o grupo. Já há pessoas que ligam ou mandam email com seus endereços para serem visitados.
Uma ação assim acaba por evoluir o público e o próprio artista. O coordenador Marcelo Evelin finaliza: “Não penso mais em público como a sala do teatro cheia, mas em como criar consciência nesse espaço entre eu e ele. Se ele não é contaminado pela nossa prática, tem de ser despertado. A internet é uma ferramenta superpotente de alargamento do lugar da arte na sociedade”. O 1000 Casas é um projeto que conta com o patrocínio da Petrobrás.
Lysmarck Lial Comente essa matéria no Twitter com a hashtag #portifolio
TZ: O que o levou a fazer arte-ilustração? LL: Bom, ilustrar é... Bem como eu poderia dizer, para mim isso é algo visceral, pois desenho desde criança e sempre tive vontade de ilustrar, mas até então eu apenas desenhava e havia pintado algumas telas, mas nada muito sério, então comecei a encarar isso e aproveitar a tecnologia para me ajudar e facilitar meu trabalho, no caso das ilustrações. Além disso, sempre procurei traços únicos, o que é um pouco complicado, mas sempre tentei buscar uma identidade para minhas ilustrações no aspecto de formação, tanto das idéias como da composição total das imagens de um modo geral. TZ:Pesquisas e dedicação sempre são importantes na arte. Mas, quanto ao mais primitivo: a inspiração?
LL:A inspiração para as minhas ilustrações aparecem quando eu menos espero geralmente elas bombardeiam minha mente a toda hora em qualquer lugar, portanto uso naturalmente muita coisa que vejo no cotidiano que me chama a atenção, como elementos de algumas das minhas ilustrações, às vezes são pequenos detalhes que observo, ou cenas, mas faço isso em uma linguagem na qual esses elementos muitas vezes confundam quem vê minha arte, isso pode parecer agressivo para algumas pessoas ou erótico demais, mas é somente arte. Essa inspiração pode acontecer a qualquer momento em qualquer lugar, caminhando pela rua, viajando, para mim é imprevisível. TZ: A arte, então, é cotidiana no seu dia-a-dia?
LL: Eu sempre estou pensando em desenhos, o tempo todo, é algo involuntário, independente do meu estado de espírito, e consequentemente chego a sonhar com eles. Alguns vão para o papel outros não, a mim resta apenas filtrar o que chega à minha mente. TZ: Trabalha profissionalmente com isso, arte, ilustrações? LL: Ainda não trabalho com isso profissionalmente só faço arte quando realmente tenho vontade, pra mim esse é o real sentido da coisa, é isso que acho que torna as minhas ilustrações tão especiais pra mim. Essa falta de obrigação quanto ao trabalho com arte me deixa a vontade para trabalhar de acordo com o meu tempo como artista, e isso somam muito na minha capacidade de criação. TZ: Notamos a força das
Foto: Arquivo pessoal
cores, o tom pop, traços de surrealismo e o tema mulher/ sensualidade também é forte em suas obras, confere? Fale sobre isso. LL: Sempre pensei nas cores como processo chamativo para minhas ilustrações, não importa o quão triste seja a idéia que eu queira passar com alguma imagem em especial, sempre usarei tons fortes nos meus trabalhos porque acredito que isso passe para quem vê o que realmente eu imagino antes de colorir um desenho, por exemplo. Eu tento ser o mais preciso possível quanto às cores, na verdade elas são fiéis ao que eu chamo de pré-ilustração, que é alguma coisa como as cores que eu vejo em estado bruto na minha mente antes de reproduzir uma imagem. Talvez o uso dessas cores contribua para a sensualidade presente nos meus trabalhos, quando associadas às formas
femininas tudo isso ganha um balanço que agrada aos olhos, e por isso acho que meus trabalhos pareçam ter um tom mais pop, mas isso também varia de acordo com o momento que estou vivendo. A presença da mulher nos meus trabalhos é na verdade uma admiração da beleza do corpo feminino, enfocando as lindas formas associadas ao surrealismo de uma maneira quase involuntária. Mas sempre mesclo o estilo da composição nas minhas ilustrações, com isso acho que consigo uma variedade de estilos nos meus trabalhos, o surrealismo é sem dúvidas o estilo que mais me chama a atenção, talvez pelo fato de poder dizer muita coisa ao mesmo tempo em diferentes pontos de vista, isso é fascinante, porque posso contar histórias diferentes com a mesma imagem para cada pessoa que vê minhas ilustrações.
TZ:Planeja alguma exposição? Algum trabalho especial? O que está "tramando" atualmente? LL:Planejo muita coisa, voltei a pintar telas e pretendo fazer exposições em breve, atualmente estou trabalhando em novas ilustrações, essas especificamente para futuras exposições. Viver de arte ainda é algo pretensioso no país que vivemos, mas não é algo impossível e não custa tentar. Atualmente eu curso Publicidade e Propaganda, associado a um intuito meu de unir minhas habilidades e quem sabe aplicar com sucesso no ramo, mas me interesso por tudo que envolve arte e principalmente por tudo que possa aproveitar o que eu realmente gosto de fazer.
Mais ilustraçþes no Flickr de Lysmarck Lial http://www.flickr.com/photos/lysmarklial/
ESTAS PALAVRAS Por: Solda estas palavras sobre mim você pierre menard arnold schwarznegger fantasmas escombros betinho grandes sertões são petersburgo demi moore thelonius monk alan parker liberdade bhagavad-gita kundera privada sísifo bomba & brigite bardot estas palavras epitáfios poemas vida e morte al capone solidão sacco & vanzetti hiroshima & nagasaki nova iorque si is leider auch flagelo frieza vômito insinuações bilhetes rostos assombrações paulo leminski roma itararé boris karloff marcos prado versos páginas prosa & provérbios estas palavras carregam a cólera a úlcera as vísceras a bosta o tempo o espaço a virtude bob marley a estética platão a natureza o espírito o fogo mishima a água o adjetivo a fuga o vassalo o súbito der geburstag stanislaw ponte preta artichewsky wojciechovski o vazio & o saco cheio estas palavras não pedem as palavras estúpidas traiçoeiras canto gregoriano mudas adágios parábolas fonemas signos cruzadas indiscretas vãs párias imundas promessas madonna definitivas pitorescas obscenas inconvenientes caladas verbais escritas catatau & livro dos contrários
estas santas palavras pedem a palavra de hegel dos irmãos marx juan rulfo frank zappa ângela maria antonioni pablo neruda carlos estevão sadam husseim george bush capitão marvel penélope monteiro lobato bergson pelé mendigos punks padres arquitetos japoneses locutores paranistas aleijados jogadores de futebol mágicos amantes cozinheiros comunistas viados santos pitonisas cachorros pássaros & vice-versa estas palavras não dão a palavra têm a palavra palavrório palavroso palavreado palavrão tufado logomáquico expressão bagaçada conversa parlenda lábia loquaz papo opinião jorge amado pachouchada enfático empolada charada grammatiké & gramatiquice estas palavras são cópias de outras palavras de outras palavras de corbiére e foram minhas últimas palavras não necessariamente nesta ordem
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Mutações A influência O I-Ching Temos ipês e cerejeiras dentro do mesmo quarto. A moça mais nova do senhor do moço mais novo perde cerejas entre coxas apressadas 10 segundos de captação De noite, a abertura deve ser lenta A luz entra e eu já sinto seus dedos melados de um cheiro nada virgem de viagem Poema: Arianne Piarajá
Não conheço mais minha Teresina Nem a Tristeteresina do poeta E nem a "mais menina do que mulher" do outro Nova Teresina é apenas nome de bairro Como não conheço mais minha " paulicéia desvairada" Nem a minha " mi Buenos Aires querida" Nem a "venecia de cristal e crepúsculo" E nem mesmo meu "Rio de Janeiro, fevereiro e março" Da aldeia vai-se ao mundo Hoje o mundo vaia a aldeia Salve(me)(se) Quem puder à vida!
Poema: Viriato Campelo
Foto: Paulo Barros
Ideograma
Clique aqui para ouvir
Audiopoema
Poema: Durvalino Couto
Tudo que a noite mais quer ĂŠ, no dia seguinte, ser chamada de noitada
Frase: FRAGA
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Gualberto Jr. Arquiteto e cenógrafo.
O
cuidado que Gualberto tem em cada criação sua, vale também para seu olhar no instagram. Em uma viagem de férias, encontro com amigos e contemplações arquitetônicas, ele nos brinda com ótimas e divertidas imagens como a série "A different hat". Vale cada click. Siga no instagram: @gualbertojr
Maravilhas e curiosidades de uma brasileira em Chicago. Tatiana Cesso é uma paulistana verdadeira. Jornalista, foi editora de cultura da revista Estilo. Hoje, mora em Chicago e escreve para revistas como: Trip, Playboy e Marie Claire. Teremos um link direto com suas descobertas "instagramadas" do seu blog WONDERBEANS. Para ver mais, siga Tati no instagram: @wonderbeans
Roteiro fiel
O
que veio primeiro? A música ou a miséria? As pessoas se preocupam com crianças brincando com armas, vendo vídeos violentos, como se a cultura da violência fosse consumí-las. Mas ninguém se preocupa se escutam milhares de canções sobre sofrimentos, rejeição, dor, miséria e perda. Eu ouvia música pop porque era infeliz? Ou era infeliz porque ouvia música pop?”. Tai a frase de abertura de Alta Fidelidade (2000), um clássico entre os amantes do cinema e, claro, do rock’n roll. Baseado no romance
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de Nick Hornby, o filme foge do cenário original, Londres, para outro não menos musical: Chicago. John Cusack encarna Rob Gordon, proprietário de uma loja de vinis que vive em crise com sua vida amorosa. Ao lado do amigo nerd Barry, interpretado por Jack Black (de Escola do Rock), Gordon tem mania de elencar o Top 5 de todos os aspectos de sua vida e nunca deixa de zombar da ignorancia musical de seus clientes. De tão cult, as locações do filme viraram ponto turístico em Chicago. Para quem tem planos de visitar a cidade,
esse roteiro Top 5 coloca sua viagem na trilha do inesquecível Alta Fidelidade: 1. Reckless Records – 1532 N Milwaukee www.reckless.com Rob Gordon era dono da fictícia Championship Vinyl, em Wicker Park, mas bem que podia ser da Reckless Records, que fica no mesmo bairro e é uma verdadeira pérola para quem busca discos de todos os gêneros. Entre raridades e lançamentos, eles promovem pocket shows, palestras e encontros de feras da música.
Rob escolhe o balcão do bar mais iconico da cidade para 2. Music Box Theatre – lamentar o fim de mais um 3733 N. Southport Ave. www.musicboxtheatre.com romance. Aberto em 1907, o Green Mill já foi ponto de encontro de mafiosos No filme, Rob se encontra como Al Capone e palco com sua ex-namorada de memoráveis concertos Penny, uma crítica de de jazz. Hoje, divide sua filmes, no Music Box, um cinema clássico de Chicago. clientela entre turistas e Inaugurado em 1929, o lugar boemios locais. mantem os antigos assentos 4. The Rainbo Club com atmosfera um tanto - 1150 N. Damen Ave. at decadente. A programação inclui filmes independentes e Haddon Ave. estrangeiros. Ponto de encontro hipster em Chicago, esse simpático 3. Green Mill Cocktail pub fica em Ukrainian Lounge - 4802 N. Village e serve drinques a Broadway Ave. preços bem baratos. O gosto www.greenmilljazz.com musical dos bartenders é um
bom termometro para saber qual “The Next Big Thing” da música americana. É lá que Rob Gordon abre seu coração para Laura (Iben Hjejle). 5. Double Door - 1572 N. Milwaukee Ave. www.doubledoor.com De volta a Wicker Park, esse é o lugar onde finalmente Barry consegue fazer seu primeiro show. Apresentações ao vivo de bandas locais esquentam a noite desse club que é um dos mais animados da cidade
Karine Tito Arquiteta @karinetito
MI BUENOS AIRES QUERIDO
Q
uando pinta um feriado vem logo a vontade de viajar. E Buenos Aires foi o destino escolhido. Aqui estão as impressões de uma marinheira de primeira viagem em terras argentinas. • RECOLETA O bairro mais elegante de Buenos Aires é encantador. Comece o passeio pelo Cemitério da Recoleta, em que – presume-se – está o corpo de Evita Peron. O cemitério é todo cruzado por ruas e não existem sepulturas, mas mausoléus, cada um mais suntuoso que o outro. Em Buenos Aires cemitérios são pontos turísticos, onde as pessoas passeiam... não se assuste. Depois pare no La Biela, o café mais charmoso da cidade, lotado o dia inteiro. Fica a duas quadras da Av. Alvear, onde estão as lojas mais chics da cidade, e da Calle Posadas, onde vale a pena procurar o El Sanjuanino. Lá comi as melhores empanadas da viagem. Peça a tradicional de carne e coma com as mãos. Juro que você não vai se arrepender. La Biela, Quintana, 596 – Recoleta El Sanjuanino, Posadas, 1515 – Recoleta • SAN TELMO Aos domingos acontece uma feira imperdível, que dura o dia inteiro. É o bairro mais antigo da cidade e agora abriga mais de quinhentos antiquários, onde se vende de tudo, herança da velha aristocracia portenha. A feira é de pirar e não dá pra não ir – e, de preferência, com dinheiro no bolso. Rola tango o dia todo, no meio da rua, mas se você quiser ver um espetáculo de verdade, sugiro o El Viejo Almacén. Depois de tanto bater perna, nada melhor que comer uma autêntica parilla argentina no El Desnível. O local é bem simples, mas a carne é espetacular. Um local sem frescura e com um bife de chorizo de comer rezando. Escolha uma mesa na parte principal e se entregue à experiência. El Viejo Almacén, Balcarce, 799 – San Telmo El Desnível, Defensa, 855 – San Telmo • PALERMO O maior bairro de Buenos Aires e o mais multifacético. Palermo se divide em regiões, cada um com características peculiares: Parlemo Chico, com embaixadas, museus e parques; Palermo Viejo, onde vive o espírito criativo da cidade, numa mistura entre arquitetura do século passado e arte de vanguarda; Palermo Soho, opção de compras alternativa e muito
Flávio Stambowsky
badalada, Palermo Hollywood,
Músico / Guitarrista
apelidado assim graças aos
@Fstambowsky
seus estúdios e produtoras de televisão, cinema e rádio.
ROCK IN RIO, Ô MEU !!
P
Não deixe de ir na Plaza Julio
ara começar, nada pior do que a transmissão com sotaque MTV paulistaninho, com Didi Wagner e Luisa Micheletti, no
Cortázar, também conhecida como Placita Serrano, é o
Multishow. Foi uma repetição insuportável, sem fim, de vícios de linguagem das duas,
coração de Palermo Soho.
“ajudadas” pelo esquisitíssimo Beto Lee, falando um palavrão atrás do outro.
Vira uma pequena feira de
• O sol se punha no primeiro dia, e a maravilhosa e doidinha Bebel Gilberto, junto
artesanato e brechó nos finais de semana. Vale a pena se perder e se achar nas ruas do bairro sem hora pra terminar o passeio.
• Titãs, Paralamas e Milton Nascimento passaram longe daquilo que foram um dia. Bem constrangedor. Se bem que os Titãs deram a volta por cima com os Xutos e Pontapés. • Mais constrangedor ainda foi a Cláudia Leitte. • Elton John mostrou que pode ser tão maravilhoso quanto burocrático e frio.Cold,
• CAFÉS E LIVRARIAS Fiquei
com Sandra de Sá, faziam arrepiar no palco Sunset. Circo Voador no Rock in Rio!
impressionada
cold heart.
com
a quantidade de livrarias e cafés da cidade. E todos vivem lotados de pessoas discutindo
• Mike Patton foi fantástico. Ed Motta com o Rui Veloso e Andreas Kisser foram arrasadores. • Continuo com a pior impressão possível do Angra, Slipknot etc. Não é que eu não respeite, mas acho de uma infantilidade incurável.
ou lendo livros, jornais ou
• Metallica: forte, vigoroso, supremo e impactante como sempre.
revistas. A livraria mais linda de
• Red Hot Chilli Peppers: em respeito aos fãs, prefiro não comentar sobre uma banda
todas é a El Ateneo, da Avenida Santa Fé, que era um antigo teatro do qual se conservam os camarotes, as frisas e até o palco, onde funciona um café. O
pela qual perdi o interesse antes ainda do Blood Sugar. • Já Stevie Wonder não fez só o melhor show do festival. Ele talvez tenha feito o melhor show internacional no Brasil em todos os tempos. • Infelizmente perdi o Jamiroquai e o Marcelo Jeneci + Curumim. • D2 respeitou demais o convite que lhe fizeram e fez um show bem redondo. • Sobre a Ivete Sangalo, sinceramente, não vejo lá muita qualidade nela, a não ser
café mais tradicional da cidade
quando se compara com sua cópia. Continuo achando-a um blefe. Muito carisma,
é o Café Tortoni, na Avenida de
mas pouca música de verdade. Piadinhas e pretensão. Banda excelente.
Mayo. Tem um estilo de fim de século e é programa imperdível pra todos os estrangeiros que vão à cidade. A noite tem um show de tango, mas também se pode ir à tarde, para tomar café com churros recheados de dulche de leche. A fila na porta pode demorar um pouco, mas vale à pena a espera. El Ateneo, Santa Fé, 1860
• Lenny Kravitz, diria, guardadas as porporções devidas, foi como o D2. Fez valer o convite e desfilou seus hits com tranquilidade e competência. • No sábado, Frejat e Skank deram uma aula de como fazer um show pop de festival. Hits, segurança e domínio total do início ao fim do roteiro. • Erasmo Carlos e Arnaldo Antunes, juntos, foram comoventes. Lindo mesmo. • Coldplay... Não consigo mais de cinco minutos. • Considero o Detonautas, desde sempre, e por todos os inúmeros motivos, uma palhaçada da estatura da Cláudia Leitte. E se tem uma coisa que eu não suporto é uma palhaçada levada a sério, como é o caso. • Mas quem se leva a sério mesmo é a Pitty. Noventa por cento das suas músicas não têm pé nem cabeça, mas a altivez dela impressiona. Talvez porque achou audiência para isto. Marrenta demais. Um dia se arrepende.
Café Tortoni, Avenida Del
• Guns n’ Roses: Brazilians, sweet idiots of mine.
Mayo, 825
O resto eu não vi ou não me interessei.
CINEMA E ROCK'N’ROLL Comente essa matéria com a hashtag #cinerock
A
proveitamos o clima rock n’ roll desta edição na seção de cinema. Decidimos fazer indicações de filmes com música, com o próprio rock n’ roll, como tema para seu cineminha caseiro. Cinco colaboradores tiveram a seguinte tarefa: pense em um filme sobre música, sobre rock, que valha mesmo as cerca de duas horas que te tiram do mundo real e escreva sobre ele. Dessa missão saíram uma biografia e um drama de 1991, outro drama de 2000, um documentário desse ano e uma ficção de 1998. Então, quer curtir uma boa sessão de cinema e entrar mais no mundo da música? Leia as indicações e veja (ou reveja) os filmes.
The Doors por Daniel Herculano @DanielHerculano crítico de cinema e produtor Fortaleza (CE)
U
m dos filmes mais injustiçados do anos 90, The Doors (Idem, 1991) de Oliver Stone, nos apresenta o nascimento de um mito, de uma das maiores e melhores bandas da história. Das praias de
Venice, Califórnia, para os palcos do mundo. Direto para todas as mentes. Para o peito. Para a vida inteira de qualquer um. Para a eternidade. E além... No longa, Val Kilmer toma as feições de Jim Morrison. Ou seria o próprio Jim Morrison tomando Kilmer de assalto? Por favor, palmas para Val Kilmer! Assim como o público (quase) sempre fez com Jim Morrison. O personagem primitivo que brinca com sua vida, que dialoga com a morte, que tem em seu corpo e voz a extensão do poder sobrehumano. O poder de desnortear as pessoas, começando por si mesmo, com suas palavras poéticas, suas afrontas, seus gestos maliciosos e atitudes sexuais. O comum deixa de existir. The Doors era formado por Jim Morrison (Val Kilmer), Robby Krieger (Frank Whaley), Ray Manzarek (Kyle McLachlan) e John Densmore (Kevin Dillon). Quem sempre os acompanhava era Pam (Meg Ryan), o primeiro e o último amor da vida de Jim. E de pertinho, temos os momentos mais loucos, shows minúsculos, shows históricos, o sexo, rituais, as drogas (e suas viagens), a polêmica, os confrontos com a polícia (e
prisões). Seu público entregue ao êxtase, dominado pelos acordes e principalmente pelo sacerdote Morrison. Gênio do desvairo, ele regia um mantra, e como num transe, a platéia (a maioria de mulheres) se mistura à insensatez divina do ídolo. Como uma overdose flamejante de imagens e músicas (nunca um grande videoclipe), tudo desconexamente conexo. Pegando fogo o tempo inteiro, ardemos em cenas avermelhadas, alaranjadas, belissimamente estouradas, as entranhas borbulham a cabeça inflama em pensamentos, com desejos pecaminosos... Impossível não pensar em sexo, drogas e rock n’ roll. Tudo contextualizado nas canções, letras, poemas e vida de Jim Morrison e The Doors. Esnobado pela crítica (e pelos prêmios e indicações), hoje o longa é um neoclássico obrigatório. Para o fã do The Doors, para o maravilhado por Morrison, para os apreciadores do rock (e sua história), mas acima de tudo para o amante do cinema. Título Original: The Doors Género: Drama/Biografia Ano de Lançamento: 1991 Direção: Oliver Stone
É
Talihina Sky – A História do Kings Of Leon por Dalson Carvalho @dalsoncarvalho editor e cineasta Rio de Janeiro (RJ)
The Commitments – Loucos Pela Fama por Pecê Lopes @pc_lopes jornalista cultural Teresina (PI)
S
empre que me perguntam ou me pedem indicação de filmes com temática musical, de cara me lembro de “The Commitments – Loucos Pela Fama”. E digo
momentos tensos de brigas com
um alivio saber que ainda existem bandas reais. Uma vez que o mercado do entretenimento converteu a música a um produto manufaturado, no qual seus artistas maquiados e montados duram pouco mais de uma estação. Mas eis que surge Talihina Sky – A História do Kings Of Leon, que, como filme, é também um alívio.
o produtor da banda, ao uso de
Já que o documentário tem uma linguagem crua de cortes secos e câmera na mão. Sem se preocupar em compor luxuosas pirotecnias cinematográficas, os personagens que compõem o passado da banda nos revelam que suas raízes são profundas e verdadeiras. O jogo é aberto e tudo é mostrado desde
alma.
mais, um filme sobre uma fictícia e malfadada banda de Soul na Irlanda não poderia dar mais certo que esse. O longa é baseado em um livro de Roddy Boyle e dirigido por Alan Parker, que tem em sua filmografia o musical The Wall (ANO). E narra de forma ímpar a carreira meteórica de uma banda, desde a escolha do nome, os testes para integrantes, passando pelo sucesso, as brigas, até chegar ao fim “poético”. Tudo narrado em uma história dramática, mas também cheia de bom humor. E quem tem bom conhecimento de música, sua história e astros, conta ainda com o bônus de se divertir mais com as várias boas piadas e tiradas no filme – como na passagem em que acontecem os testes. Hilário e emocionante. Difícil não se arrepiar com as performances da banda, especialmente a que faz de “Try A Little Tenderness” ao vivo em um bar um destaque no filme. Aliás, a trilha sonora é grande atração do filme. Com atores que são músicos e cantores de verdade. E que formam uma boa banda, de verdade. Atenção para as cantoras e a força e interpretação de Andrew Strong atuando e cantando em
“Mustang Sally”, “Take Me To The River”, “In The Midnight Hour” e a já comentada “Try A Little Tenderness”. E isso deu tão certo que a trilha sonora vendeu mais de 15 milhões de cópias, foi ampliada para um segundo volume e fez a banda tocar em vários palcos na vida real. Para finalizar, o livro que virou filme e, por seu turno, virou banda recebeu indicações ao Oscar, ao Globo de Ouro e faturou quatro prêmios BAFTA, nas seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Edição, Melhor Argumento Adaptado. Para quem ainda não viu o filme, sugiro que veja o trailer abaixo. E para quem já viu, dois links especiais: o primeiro é uma cena deletada do filme – o ensaio da música “Treat Her Right”com o empresário Jimmy Rabbitte nos vocais e o segundo é um registro de uma apresentação em comemoração a vinte anos do filme com grande parte da banda original tocando “Mustang Sally”
drogas, sexo e muito indie rock – mas em nenhum momento o registro parece posado, e as cenas convencem como se não houvesse câmera. É um filme que vai além dos fãs da banda: é para quem busca pessoas reais fazendo musica com
Título Original: Talihina Sky: The Story of Kings of Leon Trailer Género: Documentário Ano de Lançamento: 2011 Direção: Stephen Mitchell
Título Original: The Commitments Gênero: Drama Ano de Lançamento: 1991 Direção: Alan Parker
F
Quase Famosos Por Itallo Victor @itallo publicitário Teresina (PI)
Velvet Goldmine Por Mirton @mirton3 Publicitário e Músico Teresina (Pi)
S
e você é um fã de Bowie , Iggy Pop e do Glam Rock em geral, com certeza não deve deixar de assistir a essa pérola. O filme com
eche os olhos e faça uma viagem no tempo, para a década de 70 mais precisamente. Agora se imagine não só visualizando a cena, mas estando lá na pele de um jovem jornalista. Melhor ainda, um garoto que escrevia para a recente revista Rolling Stones – que de carona embarca para acompanhar a banda Stillwater. O grupo fictício faz parte da história contada pelo diretor Cameron Crowe, que retrata em parte do filme sua própria adolescência. Ele teve a oportunidade de acompanhar o Led Zeppelin, na real ocasião para a mesma revista do qual era contratado. Quase Famosos é o auge do rock n' roll pela quantidade de bandas que alcançavam o que poucas bandas na década de 60 conseguiram. Também foi o auge por essas mesmas bandas influenciarem as décadas posteriores, e fazerem muitos nos dias de hoje falarem
o roteiro escrito pelo diretor Todd Haynes, em seu terceiro longa metragem de ficção, conta com um elenco grandioso e uma trilha sonora apaixonante. Jonathan Rhys Meyers, Ewan McGregor e Christian Bale - no papel de artistas do período, os dois primeiros interpretaram vários dos números apresentados no filme. Entre os membros do elenco, encontram-se ainda Toni Collette, Eddie Izzard e Micko Westmoreland. Velvet Goldmine teve figurinos de Sandy Powell, com quem o diretor trabalharia novamente em Far from Heaven. A ousadia e a criatividade dos modelos desenhados pela inglesa rendeu-lhe sua terceira indicação ao Oscar. A trilha sonora reune clássicos do período glam de artistas tais como T. Rex, Iggy Pop, David Bowie e Roxy Music. A estória começa com o jornalista britânico Arthur Stuart (Cristian Bale), fã do glam rock que, dispondo de algum tempo livre, recebe a
que são fãs de Led Zepellin, Elton John, The Seeds, Nancy Wilson, The Who, David Bowie, Lynyrd Skynyrd e mais uma porção de outras bandas que fazem parte da trilha sonora do filme. Muitos documentários retratam a rotina de uma banda, falam de amizades, encontros e brigas de outras. Já Quase Famosos te mostra uma história interessante, baseada parcialmente em alguma experiência real do diretor. E assim vamos ao jargão: sexo, drogas e muito rock n roll, com a presença também de conflitos e amores. Aos fãs de música, rock ou curiosos por biografias esse filme é obrigatório e adianto que não é o melhor, mas com certeza sempre estará no TOP 5 de muitos. Título Original: Almost Famous Gênero: Drama Ano de Lançamento: 2000 Direção: Cameron Crowe
incumbência de escrever uma matéria sobre o cantor Brian Slade, ícone da era glam que forjou seu próprio assassinato no palco de um show como golpe publicitário. Desde então, seu paradeiro permanece desconhecido. Destaque para as atuações de Bale e Meyes. Velvet Goldmine é daqueles filmes que você tem vontade imediata de comprar a trilha sonora após assistir. Placebo, Lou Reed, T-Rex, Venus in Furs, Grant Lee Buffalo, entre outros fazem parte desse universo sonoro. Um filme ousado e qualquer comentário extra, pode estragar o grande brilho que é assistir uma sessão de puro rock 70 . Assista. Título Original: Velvet Goldmine Gênero: Musical Ano de lançamento: 1998 Direção: Todd Haynes
Traças à vista Por Jéssica Tavares Bastidores da arte @TavaresJessica_
C
aminhando o dedo por prateleiras de livros de um sebo, dá pra encontrar os mais variados tipos de organismos. Curiosamente o sebo parece ter se tornado a casa destes organismos e, dependendo do dia da semana, pode-se visualizá-los na mesma prateleira próximo dos mesmos livros. Eles possuem características bem marcantes, são astutos e sabem o que querem. Procuram estar perto de seus livros preferidos e possuem seus assuntos específicos. A prateleira de música é uma das mais assediadas. Os estilos pop, rock, dance, sertanejo, axé, entre outros, estão lado a lado. Não se misturam, mas não competem entre si para chamar a atenção. São silenciosos e estão à espera de novos organismos apreciadores que vão tirá-los um dia da prateleira e fazê-los tocar suas notas prediletas, mostrando então sua verdadeira identidade. Uma das prateleiras tem um visual bem chamativo, são cores e mais cores e desenhos dos mais variados tipos. Os organismos que transitam por esta prateleira, são menores que o normal. Geralmente não emitem as palavras corretamente e tem o péssimo hábito de usar o tom agudo para conseguir o que querem. São fofos enquanto sorrindo e extremamente irritantes quando decidem passear por todas as prateleiras emitindo os mais variados tipos de som.
O sebo é característico por trazer antiguidades e pérolas que geralmente não são encontradas em qualquer lugar. Interessante é analisar que a idade das traças é bem menor que a idade dos livros, ou seja, os organismos mais novos realmente estão interessados nas teorias dos mais antigos. Um ponto positivo em minha perspectiva. Pois, assim como disse um amigo: "não vamos mudar o futuro se não olharmos o que fizemos no passado e fazer as escolhas de um modo diferente".
Existe uma prateleira, por sua vez, que ao observar de dentro dos livros você veria as mais variadas espécies e esquisitices. E se surpreenderia com a imaginação dos autores em criar nomes do "arco da velha", com o poder de colocar o leitor dentro de um mundo que só existe dentro da imaginação. Mas as traças que frequentam esta prateleira são, por mais esquisito que pareça, os geeis de todas as prateleiras. São organismos super ligados no mundo e que não deixam de apreciar uma boa leitura. Foram horas analisando esses diferentes organismos. E confesso que me surpreendi. O número de traças no mercado é maior que eu pensava! Melhor ainda foi ver que
elas estão se transformando em traças cada vez mais cedo. E, mais interessante ainda é observar que essas tais traças vão ao sebo não apenas com o intuito de levar mais um livro. Elas querem adquirir mais conhecimento e passar um tempo num ambiente agradável. Tico, um personagem um tanto quanto intrigante que mais parecia um Hobbit da trilogia do Senhor dos Anéis, passeia pelo sebo admirado. Quando seus dedos tocam mais um "achado", ele se deslumbra. E pensa que enfim poderá se deliciar mais uma vez com a companhia das letras e palavras que vão entrar em seu cérebro, fazendo parte de uma caixinha chamada conhecimento. Poderá então unir à experiência e enfim externar com o timbre da sua voz para os alunos da aula de teatro. E assim criar um processo de transmissão de conhecimento através da palavra, transformando-a em movimentos corporais. Quão belo é o caminho que as palavras podem levar se soubéssemos realmente até onde levá-las. Minha esperança e vontade é que o mundo seja cheio de traças. Traças e mais traças. Traças everywhere! E que os livros sejam consumidos por cada uma delas e que pudessem externar seus conhecimentos e aprendizados através de palavras na busca por um mundo melhor. Nós, apaixonados por livros, não devemos deixar em momento algum que a tecnologia tome conta. Só quem lê, sabe qual a sensação de folhear um livro e mergulhar num novo mundo.
MEIO CHEIO
Por: Pecê Lopes @pc_lopes Comente essa matéria com a hashtag #meiocheio
DO IT YOURSELF!
S
e você não conhece essa expressão em inglês, certamente já a ouviu em português em algum momento da vida: faça você mesmo! A frase se tornou um dos símbolos do movimento punk. E influenciou a música, cinema, artes plásticas, moda e o comportamento dos jovens em meados das décadas de 70 e 80. E influencia até hoje. Resumidamente, podemos dizer que essa expressão e esse movimento incitavam os jovens a agirem, a serem empreendedores. Especialmente no tocante à arte e ao comportamento. Incentivavam a juventude a não esperar “as coisas caírem do céu”, não esperar que alguém promova suas ideias. Mas, sim, que fizesse por si, da forma que conseguisse. Uma negação à acomodação. E, a meu ver, ela se encaixa tão bem no cenário que vivemos hoje quanto na época em que se
popularizou. E talvez até mais! Porque as ferramentas para fazer, seja o que for, estão mais acessíveis. A verve artística sempre esteve presente nos jovens. Entretanto, era muito difícil conseguir publicar o que escreveu, conseguir uma guitarra pra tocar, ou um disco importado sequer. Hoje as coisas são bem diferentes. A tecnologia disponível quase que obriga quem tem essa verve a produzir. Música de qualquer lugar do planeta está a uns cliques de distância; seus poemas, romances, jornalísticos, o que for pode ser publicado em blogs e afins de graça na internet e com alcance planetário; e a dificuldade de conseguir uma guitarra naquele tempo é quase a mesma de gravar um EP hoje. Creio que isso não seja segredo pra ninguém. Mas então, o que eu quero com isso tudo? Simples: lembrar a mim e a você que se uma coisa o incomoda, saia da acomodação. Ou seja, se você quer produzir, produza. Se estiver cansado do que “a grande mídia” vem empurrando para “a grande massa” e quer coisa nova e boa, vá atrás. Se quiser simplesmente falar de tudo isso, divulgar e levantar discussões, então escreva e publique. Às vezes chego até a pensar que amolecemos com tanta “facilidade”. O certo é que temos bem menos desculpas que os punks daquela época para desistir de fazer algo. Bem menos para deixar de sermos somente espectadores e passar a sermos atores nesse cenário. E podemos começar... agora. – “One, two, three, four!”.
Academia Onírica: receita para renovação
S
e virmos exemplos históricos: todo grande movimento cultural, renovação artística de um cenário ou revolução começou com um grupo apaixonado se reunindo, (re)produzindo rápido como bactérias e espalhando seu trabalho como um vírus. A Academia Onírica vem fazendo uso dessa receita, com o produto/movimento/evento denominado “Poesia Tarja Preta” – que reúne poetas e músicos em torno do fazer poético. Não tardaria, assim, para a receita chegar ao papel. E o primeiro registro do grupo foi editado em uma revista com o nome do coletivo, que traz seu grupo fixo – Demetrios Galvão, Fagão, Kilito Trindade, Laís Romero, Thiago E., Valadares – e convidados/colaboradores especiais, que contam com nomes Durvalino Filho, Jorge Mautner, Nicolas Behr ente outros. Há receitas de comprimidos poéticos para diversos gostos e necessidades. Vale uma consulta: http://poesiatarjapreta.blogspot.com/ .
Catto diferenciado
C
anto diferenciado. Foi o que achei em uma navegação pela internet em busca de coisas novas, de surpresa cai em um vídeo da boa cantora Márcia Castro. Mas, não vou falar dela – pelo menos não agora. O vídeo em questão é um duo com um cantor chamado Filipe Catto, onde eles interpretam a clássica “Olhos nos Olhos” http://youtu.be/CGyg8vsHTWg. Arrebatou-me e fui pesquisar sobre o cara que é um baita contratenor – ou simplesmente canta com uma voz feminina de impressionar. Sem comparar, desde Ney Matogrosso ninguém com timbres agudos assim me chegou aos ouvidos e me pegou de primeira audição. Além de bom cantor, o cara é um compositor passional que tem bom gosto musical. Vale muito conferir o talento desse jovem artista que, ao mesmo tempo, nos leva a tempos áureos de estilos como tango, samba e blues sem parecer velho, sempre com um frescor muito bem vindo. Seu EP “Saga” está pela internet para download gratuito. Aqui você confere seu site http://www.filipecatto.com.br e aqui um vídeo da música “Adoração” http://youtu.be/wZLfyoshMH0.
HO_ENAGE_ SINTO. Está faltando algo na _ÚSICA
N
osso convidado pra essa galeria foi o ilustrador Arthur Doomer. Conheça um pouco mais dele no Flickr.
Uma publicação
(86) 3231-0147