agronegócios ano 1 | edição 5 | novembro/dezembro 2012
Luciano Borges Rancho da Matinha: o Nelore além da beleza racial
Expoinel 2012
Cafeicultura
Pecuária de Elite
Raça Nelore supera expectativa de inscrições e volume de negócios
Cooxupé aposta em tecnologia e inaugura novo Complexo
Brahman: Brasil tem o 3º maior rebanho do mundo
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Parceiros e Colaboradores Eduardo Biagi Eduardo Biagi, o Duda Biagi, é descendente de uma família que se dedicou à produção e industrialização da cana-de-açúcar. Formou-se em agronomia e a sua primeira experiência na pecuária foi com a criação do Nelore. Trabalhou em diversas instituições ligadas ao agronegócio e hoje é presidente da maior associação classista da pecuária mundial a ABCZ ( Associação Brasileira dos Criadores de Zebu).
Abdalla Jorge Abib é jornalista, publicitário e administrador de empresas. É editor da revista Quarto de Milha e responsável pela área de notícias do site da ABQM ( Associação dos Criadores de Cavalo Quarto de Milha), órgãos oficiais de divulgação da Associação.
André Pimenta é cafeicultor e Gerente Geral de Administração e Finanças da Pimenta Agro Sul, concessionária da marca Case IH. É descendente de uma família que, tradicionalmente, trabalhou com concessionárias de veículos das marcas Volkswagen e Chevrolet. Também é sócio proprietário da SUPERNOVA, empresa de comunicação visual e painéis de propaganda, sediada em Alfenas/MG.
Leia na Terra Boa 10
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ESPECIAL Os desafios da pecuária leiteira
ASSESSORIA Conforto, bemestar e qualidade do sêmen
CAPA Rancho da Matinha: Além da beleza racial
EVENTO Expoinel 2012
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ARTIGO Agricultura brasileira e o comércio externo
GASTRONOMIA Delicias e segredos da culinária mineira
CAFEICULTURA Feira Internacional do Café
EQUINOCULTURA 34ª Nacional Mangalarga
Marco Pollo é natural de Altinópolis/SP, mas está radicado em Passos/MG há 21 anos. É técnico agropecuário e gestor em marketing. Trabalhou na Monsanto e atualmente é sóciodiretor da Triângulo Agro, empresa de consultoria a empresários rurais de Passos e região. É também produtor de milho em Alpinópolis/MG.
Yuri Baldini é natural de Passos/MG. Zootecnista graduado pela Universidade Estadual de Londrina é também mestre em Produção Animal pela ESALQ/USP. É membro do Colégio de Jurados da ABCZ e trabalha na Aval Serviços Tecnológicos, empresa que atua na avaliação de carcaça bovina por ultrassonografia para Programas de Melhoramento Genético e para a formação de lotes homogêneos de animais em confinamentos. Atua também na orientação técnica de projetos de pecuária de corte seletiva.
José Bonifácio de Almeida Filho Zezão, é consultor das raças Nelore e Gir Leiteiro. Começou a sua vida profissional no Mato Grosso do Sul, onde se encantou com o gado PO. Passou por Minas Gerais, Goiás e, hoje, atua em todo país. O consultor carrega na sua bagagem vários títulos, entre eles o Tricampeonato de Melhor Criador da raça Nelore, pelas Terras de Kubera.
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PECUÁRIA DE ELITE Brahman, o crescimento da raça
ARTIGO A importância dos volumosos
EVENTO Cooxupé inaugura Complexo do Japy
EVENTO Hora Certa Cooparaíso
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ARTIGO O papel do herbicida
LENDA VIVA Vou te contar uma história
ARTIGO Afecções de cascos
TRADIÇÃO FAMILIAR Pimenta para todos os gostos
Quem lê a Terra Boa agronegócios
EXPEDIENTE Terra Boa Agronegócios é uma publicação bimestral da Editora Doce Mar ano 1 | edição 5 | novembro/dezembro 2012 Direção executiva Bolivar Filho terraboaminas@hotmail.com Conselho editorial Adriana Dias, Bolivar Filho, Denise Bueno
Chegamos à quinta edição da revista Terra Boa Agronegócios com excelente resposta pelo trabalho realizado, o que é um prazer para toda a nossa equipe. Nos encontros e reportagens que produzimos, registramos também novos leitores, entrevistados e interessados que estão ligados nas matérias produzidas por nossos repórteres. Fique atento, o próximo click pode ser para você!
Edição Bolivar Filho Denise Bueno denisebueno@multimarketing.ppg.br Projeto gráfico Edição de imagens e DTP Multimarketing Comunicação Cleiton Hipólito / Dalton Filho cleiton@multimarketing.ppg.br daltonfilho@multimarketing.ppg.br Jornalista Responsável / Redação Denise Bueno – DRT/MG 6173 denisebueno@multimarketing.ppg.br Adriana Dias adriodias@hotmail.com Revisão Lucia Codignole Gazeta luciagazeta@ig.com.br Estagiária Marcela Muzetti marcelamuzetti@hotmail.com Fotos Reginaldo Faria reginaldofaria@r7.com
O presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, durante a inauguração do Complexo do Japy, conferindo a 5ª edição da revista Terra Boa Agronegócios
O Secretário da Agricultura de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, que foi o nosso primeiro entrevistado, lê a Terra Boa, durante SINAGRO, em Passos/MG
O criador de Nelore, Reinaldo Caravellas, confere a edição da revista em Uberaba/MG
A portuguesa Susana Martins , diretora geral da Fertiberia Brasil, confere a produção da revista
Impressão 3 Pinti Editora e Gráfica Tiragem 10 mil exemplares A Revista Terra Boa Agronegócios não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados e informes publicitários.
Revista Terra Boa Agronegócios Av. Com. Francisco Avelino Maia, 3866 Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252 www.facebook.com/terraboa.agro terraboaminas@hotmail.com Envie a sua história ou curiosidade relacionada ao campo para a Terra Boa Agronegócios!
Ao leitor
Crescimento O agronegócio brasileiro continua aquecido no mês de novembro. Eventos do setor movimentam negócios como a FEILEITE- Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite, entre outros já realizados, como a Feira Internacional do Café. Entre feiras e exposições, o potente mercado de grãos e carne brasileira ganha visibilidade e atrai os olhares do mundo. Diante de todo esse potencial, os produtores e criadores brasileiros investem em tecnologia e se especializam cada vez mais para atender toda essa demanda do mercado mundial. Para mostrar parte desse trabalho, entrevistamos o pecuarista Luciano Borges Ribeiro, do Rancho da Matinha, que investiu em um sistema moderno e eficiente, e hoje, oferece ao mercado, genética melhoradora que contribui para a maximização da produção de carne de qualidade a menor custo. Esse potencial de crescimento do país, no entanto, se esbarra em um dos grandes problemas do mercado de trabalho: o profissional especializado. As inovações, a evolução e o crescimento com qualidade e sustentabilidade só é possível, fazendo bem feito os procedimentos básicos. Esse é o alerta do professor e pesquisador José Luiz Vasconcelos, em sua entrevista para essa edição. E o alerta, embora com foco sobre a pecuária leiteira, vale para todos os segmentos de produção. Outra boa novidade que abordamos nessa edição é o retorno e o fortalecimento da raça Mangalarga às pistas da região Sudeste. No hipismo, o Haras Manoel Leão, em Brodowski, reuniu grandes nomes do esporte no Campeonato realizado no mês de outubro. Esperamos que gostem dessa edição que traz muitos outros casos de sucesso do agronegócio brasileiro. E como sempre, um forte abraço! Bolivar Filho
Você sabia que a Terra Boa também pode ser acessada na internet para leitura virtual? É no endereço abaixo:
Na capa desta edição, Luciano Borges Ribeiro, selecionador da raça Nelore, Rancho da Matinha.
http://issuu.com/terraboa Tenha uma boa leitura!
Especial
Os desafios
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da pecuรกria leiteira
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O passense José Luiz Moraes Vasconcelos, o Zequinha, inicia nosso bate-papo agradecendo a oportunidade dessa entrevista. Ele é médico veterinário, mestre, doutor, pesquisador, professor e um dos profissionais que incentiva e busca melhores índices de produtividade para a pecuária leiteira nacional. Graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1980, atualmente é professor assistente, doutor da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Campus de Botucatu. Como pesquisador, recebeu da Associação Americana de Ciência da Produção Leiteira (American Dairy Science Association), o Prêmio Pesquisador Internacional em Produção Leiteira, no ano de 2011. Reconhecimento internacional àqueles que contribuem para a melhoria da produtividade em bovinos de leite. Entre suas atividades se destaca a formação de jovens profissionais das áreas da veterinária, zootécnica e agronomia, através da Conapec Júnior, empresa de consultoria mantida pela Universidade Júlio de Mesquita Filho, onde os jovens estudantes se preparam antecipadamente para o futuro mercado de trabalho. Além dessas atividades, é também palestrante, pai, marido, orientador de alunos e um grande curioso. “Sempre temos algo a aprender”. Como ele começou agradecendo a oportunidade, nós o agradecemos aqui, publicamente também, por dividir parte da sua experiência, do seu conhecimento com os leitores da Terra Boa Agronegócios.
TB: Em 2011, você recebeu o prêmio Pesquisador Internacional em Produção Leiteira. De lá até hoje, quais são os seus desafios como pesquisador? JLMV: Esse prêmio é oferecido anualmente pela American Dairy Science Association para pesquisadores fora dos Estados Unidos. Para nós foi muito bom, prova de que estamos no caminho certo. Depois do prêmio continuamos a vida. Nossa missão dentro do sistema é formar alunos, fazer pesquisas e realizar palestras para divulgar nossos resultados, visando a aumentar a produtividade dos sistemas de produção de leite.
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TB: Atualmente, o que temos de novidade no setor da pecuária leiteira para se produzir bem e mais? JLMV: A lógica é fazer bem feito o básico: manejo, alimentação, genética, sanidade, reprodução. Não é simples nem fácil, mas tem que ser realizado para ter os resultados esperados. Se você fizer bem feito todo dia, o resultado será
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positivo. Às vezes aparece uma novidade, mas se você não estiver fazendo o básico não terá a resposta esperada. Tecnologias contribuem para o aumento da produção, mas para aplicá-las e termos resultados positivos, é preciso fazer todo o processo corretamente. TB: A produção leiteira no Brasil é heterogênea. Temos produtores que adotam muita tecnologia e apostam na qualidade, como temos produtores que ainda apostam na produção artesanal. Há perspectiva de que este mercado seja mais homogêneo com a tecnologia sendo disponibilizada para pequenos, médios e grandes produtores? JLMV: Não existe produção artesanal. Existe produção correta dentro do sistema escolhido. São varias as possibilidades para produzir leite. Produção a pasto ou confinamento? Com vacas puras ou mestiças? O ponto é escolher corretamente as tecnologias disponíveis mais adequadas ao sistema escolhido.
“Se o lucro por litro de leite diminui, mantémse a rentabilidade aumentando a produção. Quando fazemos isso, aumenta-se a oferta e cai o preço” Independente do sistema, o produto leite TEM que ter qualidade. Sem qualidade haverá perda de mercado, e consequentemente, de demanda e preços. TB: A pecuária leiteira registrou aumento de produção até 2011. Com a quebra de safra, e consequentemente, redução de grãos, os produtores enfrentam as dificuldades para conciliar produção, alimentos e custo. Mesmo assim a média de produção nacional crescerá diante desse cenário? JLMV: A produção sempre vai crescer, pois quem está na atividade são produtores que aumentam a sua produção. Se o lucro por litro de leite diminui, mantém-se a rentabilidade aumentando a produção. Quando fazemos isso, aumenta-se a oferta e cai o preço. Esse é
o sistema capitalista que faz as pessoas produzirem cada vez mais, e com isso os preços ficam estabilizados. Se o preço da ração subir e o produtor não tratar os animais, terá diminuição da produção, e poderá sair do negócio a médio prazo, pois diminuirá o custo variável, mas aumenta o custo fixo por litro de leite produzido. Se alguns produtores menos preparados saírem da atividade, tem a recuperação de preço. Então o caminho para o produtor é o crescimento da produção. TB: Hoje o produtor recebe muito mais informações do que no passado. Efetivamente dá para perceber que eles usam essa informação a seu favor? JLMV: O resultado de cada propriedade é reflexo da capacidade de aplicação das tecnologias, que depende do técnico em sugerir e do produtor em aceitar e conseguir implantar. Os técnicos e produtores estão procurando cada vez mais informações, mas é importante deixar claro que existe uma rotina a ser seguida. Usar a tecnologia de forma adequada é importante, por isso a importância da discussão prévia das possibilidades de ganho e das facilidades e dificuldades da aplicação dessa nova tecnologia a ser implantada. Ações isoladas não fazem a diferença, é o conjunto delas que traz o resultado positivo.
TB: Entre as perspectivas de futuro para o Brasil, está o papel de grande produtor de alimentos para o mundo. A pecuária leiteira também dará essa contribuição? JLMV: A seca nos Estados Unidos deixou bem claro a fragilidade do mundo. Duas secas consecutivas nos Estados Unidos pode impactar negativamente de forma grave a segurança alimentar mundial. O Brasil tem grande potencial para produção de alimentos, pelas suas terras e clima. Estamos na
“O Brasil tem grande potencial para produção de alimentos, pelas suas terras e clima. Estamos na região tropical com muita água e calor, que é bom para a agricultura, mas péssimo para a vaca de leite”
região tropical com muita água e calor, que é bom para a agricultura, mas péssimo para a vaca de leite. Para sermos eficientes, temos que minimizar o efeito negativo do estresse térmico nas vacas, através de sistemas de ventilação e aspersão, de estação de parição, ou ainda através da utilização de genótipo mais adaptados. É uma aparente incoerência exportarmos carnes e grãos, mas importamos leite. Acredito que o sistema de pesquisa/órgãos do governo deveriam ter sistemas de produção de leite eficientes para que os produtores pudessem fazer adequadamente. Temos que ter produtos de qualidade em quantidade para termos competitividade. Se produzimos soja e milho para produzir leite em outros países, temos condições de produzir aqui, mas muito ainda deve ser feito. TB: Crescer com sustentabilidade é o desafio de todos. O que a universidade tem divulgado e promovido como técnica para que os produtores possam aumentar a sua produção sem agredir o meio ambiente? JLMV- Ser sustentável é ser eficiente. Com produtividade os fatores de produção homem, terra e animais estarão otimizados, permitindo a sustentabilidade do negócio.
TB: Entre seus projetos, tem alguma nova pesquisa em andamento? Pode antecipar para os leitores da Terra Boa seus resultados até o momento? JLMV: Estamos testando novos protocolos de IATF com resultados bem positivos, com aumento médio de 10 pontos percentuais de prenhez. Estamos também testando produtos à base de cromo, que está associado ao transporte de glicose para a célula, o que vai ajudar na produção da vaca, na qualidade dos ovócitos, na fertilização dos embriões. Nós trabalhamos com reprodução e produção, visando mais vacas gestantes na fazenda. Temos também dados de conforto, estresse térmico. Não podemos esquecer que moramos em um país tropical e que as vacas sofrem muito com o estresse térmico. O interessante é que quando terminamos um projeto, já temos mais dúvidas a serem respondidas.
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Assessoria
Conforto e bem-estar
O Gerente de Produção da Central de Touros da ABS Pecplan, em Uberaba/MG, Fernando Vilela Vieira, é um dos profissionais mais reconhecidos no mercado pecuário brasileiro. Com mais de duas décadas de experiência, aponta as características essenciais para a excelência do sêmen produzido no laboratório ABS: a tecnologia e o conforto animal. O Dr. Fernando, como é mais conhecido, formou-se em veterinária pela Universidade Federal de Uberlândia e sempre atuou na área de touros de reprodução. Com várias especializações, dedicou-se nos últimos seis anos às novas linhas de produtos da empresa, como o sêmen sexado, clones e Fertilty Plus. Recentemente voltou à gerência de produção da ABS Pecplan, onde vem coordenando a implantação de grandes inovações. Na sede da ABS Pecplan, ele recebeu a equipe da Terra Boa Agronegócios para falar sobre a importância da qualidade dos serviços na área de reprodução, e destacar pontos fundamentais para a excelência do sêmen. O laboratório da Central ABS Pecplan em Uberaba é o primeiro no Brasil a implantar o CASA-IVOS, o mais moderno equipamento para análise computadorizada do sêmen. O Sistema IVOS de análise de sêmen é reconhecido internacionalmente como rápido, preciso e cientificamente testado e validado. A Genus ABS, empresa norte-america-
na da qual a ABS Pecplan faz parte, já implantou essa tecnologia nos seus laboratórios dos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra. A inovação foi instalada pioneiramente aqui, em janeiro de 2011. Dr. Fernando explica que esse sistema avalia a qualidade do sêmen depois do congelamento. São diversos tipos de análise como: motilidade progressiva, velocidade das células, tipos de movimento espermático e a concentração de espermatozóides móveis na palheta. “São avaliações objetivas, não existem erros na interpretação da motilidade dos espermatozóides. Na análise visual, esse trabalho depende muito da perícia do técnico que o realiza”, destaca. O CASA-IVOS oferece maior garantia da qualidade do sêmen, o que, por consequência, gera maior fertilidade e melhores resultados de prenhez. Cada partida de sêmen é avaliada pelo equipamento e um registro fica armazenado em um banco de dados para garantia do cliente ou comparativo entre partidas. “Essa é uma das etapas importantes do Programa de Qualidade Total que assegura o controle ainda mais rigoroso de diferentes aspectos da produção do sêmen, que beneficiará muito os nossos clientes”, diz Fernando. “A qualidade do sêmen é um fator preponderante na predição da fertilidade de um touro. Por isso, o CASA-IVOS complementará os outros parâmetros utilizados pela
garantem a qualidade do sêmen
Tratamento de touros na Central ABS Pecplan
ABS Pecplan no controle de qualidade, tais como, a quantidade de espermatozóides com movimento progressivo pós-descongelamento, a porcentagem mínima de 75% de espermatozóides normais e a sanidade”, complementa o gerente. A mais recente novidade da ABS Pecplan no que se refere a equipamentos, é a implementação do Túnel de Congelamento de Sêmen, sistema patenteado e exclusivo da ABS em todo mundo, através do qual é possível congelar todo o sêmen já raqueado, evitando o manuseio do sêmen pós-congelamento e garantindo maior qualidade ao produto. “Temos também em desenvolvimento um novo software global para gerenciamento dos centros de produ-
portamento do animal e reflete na qualidade do sêmen”, afirma Vieira. Para gerar maior conforto aos touros de criatórios que utilizam os serviços da ABS Pecplan, os 140 piquetes são distribuídos em tamanhos que permitem movimentação do animal. Até a estética é levada em conta. A central tem frondosas árvores floridas e o silêncio só é cortado pelo canto dos pássaros que transmitem ar de fazenda para o gado, que se sente ‘em casa’. Vieira conta que o espaço será ampliado nos próximos seis meses, passando para 200 alojamentos. O laboratório de sexagem funciona 24 horas por dia. Para garantir o padrão e a fertilidade, alguns passos são essenciais como: controle sanitário, para preve-
ção ao redor do mundo, com relatórios on-line, precisão nas análises ligadas à produção e rapidez nas tomadas de decisões em todas as centrais”, disse Vieira.
Cuidados com o rebanho A ABS Pecplan é pioneira na sexagem, tendo iniciado sua atuação há oito anos, com um processo delicado. “O mercado é exigente e nós fomos buscando atender ao padrão do sexado, e implementamos essa rotina. O cuidado com o rebanho é importante e a equipe também deve ser especial. Até mesmo o tratador tem que se identificar com o animal e o animal com o tratador. Assistimos aqui tratadores ‘conversando’ com o rebanho e até ‘brincando’ com eles. Isso tudo trabalha a parte de comLaboratório Pecplan, eficiência e qualidade
“Todos os animais que passam pela ABS são | novembro/dezembro 2012
considerados de
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alta qualidade, e consequentemente, avaliados em Dr. Fernando Vilela Vieira
pequenas fortunas”
nir as principais doenças; nutrição com planejamento individual para cada animal; cascos e aprumos cuidadosamente alinhados para que possam dar sustentação e comodidade aos animais, e ambiente, fator essencial para garantir o conforto, saúde e a segurança. Todos os animais que passam pela ABS são considerados de alta qualidade, e consequentemente, avaliados em pequenas fortunas. Todos esses passos são importantes e necessários para que se tenha um produto final de elevada fertilidade, atendendo às expectativas de nossos clientes.
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Rancho da Matinha 18
AlĂŠm da beleza racial
GrowSafe Ê um sistema composto por cochos automatizados, que trabalham com balanças de alta sensibilidade e Ê ligado a um painel de comando, por sua vez ligado a um computador exclusivo, que monitora os cochos em tempo integral.
É com essa afirmação que o pecuarista, empresário e engenheiro civil, Luciano Borges Ribeiro, proprietário do Rancho da Matinha – conceituado criatório da raça Nelore em Uberaba/MG, inicia essa entrevista com a equipe da Terra Boa Agronegócios. Luciano da Matinha, começou sua trajetória como criador
em 1976, aos 36 anos. Hoje, seleciona a pasto o mais fino e produtivo Nelore Brasileiro. Com a tranquilidade de que agora trabalha da maneira certa, lembra que durante 18 anos agiu como a maioria dos criadores age: priorizando a caracterização racial. “Todos os programas
deveriam orientar os criadores, mas isso infelizmente não é feito. Os criadores focam seus trabalhos em caracterização, o que comercialmente é importante, mas não é só isso. Durante 18 anos posso garantir que andamos de lado, por falta de um objetivo claro de trabalho. Aí, passamos a estabelecer o obje-
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“Todos os programas de melhoramento genético no Brasil deveriam focar seus trabalhos nas características de maior importância econômica, e o Índice Econômico de Seleção, é a maior e mais eficiente tecnologia genética,
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capaz de melhorar as margens de lucro na pecuária de corte.”
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tivo que era desenvolver genética para maximizar a produção de carne de qualidade com o menor custo possível”. A busca por um programa de melhoramento e seleção genética diferenciado surgiu a partir dos anos 90, através da experiência com o cruzamento industrial e de novos conhecimentos. “Você vai desconfiando de que a maneira como está trabalhando não está dando certo, vai buscando se informar. Mas acho que o mais importante é a consciência. No final dos anos 80, houve um movimento de globalização, abertura de mercado, disputa direta e percepção de que o nosso rebanho de seleção não estava com um bom resultado econômico. Produzíamos genética para gado comercial, mas não sabíamos o que dava lucro”,
ressalta. Com essa avaliação, Luciano resolveu focar nas características de maior importância econômica: reprodução, crescimento, habilidade materna e temperamento. “Em termos de reprodução o rebanho nacional ainda é uma lástima. Devido às baixas herdabilidades e à difícil escrituração zootécnica das características reprodutivas. A priorização pelas características maternais tornou a genética Matinha única.” Em 2002 nós resolvemos acrescentar outras duas características relativas à carcaça: o rendimento de carcaça e bom acabamento na terminação. Incluímos no nosso rol de priorização, a ultrassonografia, que nos permitiu medir com precisão, tanto a área de olho
de lombo, quanto a espessura de gordura subcutânea das carcaças”, explica. Dessa maneira, o Rancho da Matinha seguiu até 2011, quando iniciou a “Seleção para Eficiência Alimentar”, identificando animais com menor consumo de alimento, mantendo assim níveis de produtividade elevados, e proporcionando maior rentabilidade ao cliente Matinha. “A dificuldade inicial estava sobre a medição diária do consumo dos animais. Essas medições só puderam ser feitas com precisão a partir do desenvolvimento do software canadense GrowSafe, que permite medir o consumo diário de cada animal, mantendo-os em grupo, sem ter que apartar para medir. Até então, alguns traba-
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lhos foram desenvolvidos, mas com animais em baias individuais, na qual o alimento fornecido e as sobras do mesmo é manualmente pesado, o que acaba afetando a precisão das informações”, afirma Luciano.
Modernizando
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Luciano, que buscava um diferencial para a seleção de Nelore, firmou parceria com a empresa canadense e com a ABS Pecplan, para instalar o sistema GrowSafe. Os investimentos feitos foram da ordem de R$ 1,2 milhão (equipamento, montagem do confinamento e rede de informática). O sistema é composto por cochos automatizados, que trabalham com balanças de alta sensibilidade e é ligado a um painel de comando, por sua vez ligado a um computador exclusivo, que monitora os cochos em tempo integral. Nas orelhas dos animais são inseridos transponders como brincos, que em conjunto com antenas localizadas próximas aos cochos, permitem que o sistema identifique o animal que está no cocho, quanto ele
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se alimentou a cada visita. O sistema é eletrônico e monitora todo o processo full time, para que a central no Canadá envie os relatórios diariamente ao Rancho da Matinha para avaliação. “O tempo de teste de cada grupo de animais é de 90 dias, sendo que 20 dias são de adaptação dos animais ao sistema. A cada 14 dias, todos os animais são pesados e não precisam ficar separados uns dos outros”, salienta. O primeiro brasileiro a importar a tecnologia do GrowSafe, conta que conheceu o sistema em fazendas dos EUA no ano de 2004. “Fazendeiros garantiram que o ganho de eficiência em média era de 20%, ou seja, havia uma redução da ordem de 20% com o gasto para alimentar o gado, entendi como um excelente negócio. Investimos e estamos satisfeitos”. O objetivo do Programa Matinha é oferecer, ao mercado de touros e de sêmen, genética melhoradora, que contribua para a maximização da produção de carne de qualidade a menor custo. O sério trabalho no Rancho da Matinha é representado em escultura de pedras , curiosamente montada em uma área da fazenda. Cada peça da obra representa um com-
“O objetivo do Programa Matinha é oferecer ao mercado de touros genética melhoradora, que contribua para a maximização da produção de carne de qualidade a menor custo”
ponente do objetivo da seleção: reprodução, desenvolvimento, qualidade de carcaça, habilidade materna, eficiência alimentar e temperamento. Essa estrutura está apoiada em base sólida, composta por quatro características fundamentais, que suportam o programa: padrão racial, estrutura óssea,
aprumos e pigmentação. A seleção de Nelore no Rancho da Matinha é a pasto. Atualmente o rebanho conta com 1.600 animais e sua qualidade pode ser conferida no leilão anual que a fazenda realiza. A comercialização de sêmen dos touros Matinha é toda realizada pela ABS Pecplan.
A seleção de Nelore no Rancho da Matinha é a pasto. Atualmente o rebanho conta com 1.600 animais
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Peron Matinha
RGD: RDM 4885 Nasc.: 23/09/2010 Eficiência Alimentar: IR$MD : 45,24 • IR$MC : 104,72
Playboy Matinha
RGD: RDM 5049 Nasc.: 11/11/2010 Eficiência Alimentar: IR$MD : 38,02 • IR$MC : 116,22
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Poker
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Matinha
RGD: RDM 4919 Nasc.: 05/10/2010 Eficiência Alimentar: IR$MD : 41,59 • IR$MC : 107,77
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Evento | novembro/dezembro 2012
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A 41ª Exposição Internacional do Nelore, que aconteceu de 13 a 23 de setembro, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/ MG, superou todas as expectativas, com destaque para o expressivo número de 1087 animais em pista e volume de negócios. Entre os 140 expositores, a Rima Agropecuária fez a dobradinha de Melhor Criador e Melhor Expositor, e Udelson Nunes Franco conquistou a mesma dobradinha com o Nelore Mocho.
Foto: Fabio Fatori
Expoinel 2012
Nelore, educação e solidariedade
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Foto: Rúbio Marra
“Implementaremos novos projetos e iniciativas visando trazer mais benefícios e defender os interesses dos Neloristas de todo o país, desde o selecionador de genética, até o produtor de boi
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para o abate.”
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O volume de negócios realizados durante a Expoinel 2012, mais uma vez chamou a atenção e reafirmou a vitalidade da raça Nelore. Sem considerar o tradicional Leilão Mata Velha, que excepcionalmente não foi realizado nessa edição da Expoinel, o faturamento dos leilões apresentou crescimento acima de 15% em relação à edição anterior. Segundo Andre Locateli, gerente executivo da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, o sucesso da exposição e o grande número de animais em pista foi resultado de um trabalho intenso de toda a equipe e da Diretoria da ACNB (Associação dos Criadores de Nelore do Brasil). “Houve uma dedicação muito grande da equipe técnica, coordenada pelo zootecnista Marcos Pertegato, que junto com a LRS Processamentos, fez um trabalho muito importante de convite e captação de animais. Felizmente, conseguimos superar a nossa meta. Em nome da ACNB, agradeço aos criadores, gerentes, tratadores e apresentadores do Nelore e do Nelore Mocho, que responderam ao nosso
chamado, e fizeram da Expoinel 2012 a maior exposição de Nelore do país”. Essa edição também foi marcada pela posse da nova diretoria da Nelore Brasil, que aconteceu na cerimônia de abertura do evento, no dia 15 de setembro. Felipe Picciani entregou oficialmente a presidência para Pedro Gustavo de Britto Novis, que ressaltou: “Implementaremos novos projetos e iniciativas visando trazer mais benefícios e defender os interesses dos Neloristas de todo o país, desde o selecionador de genética, até o produtor de boi para o abate.” Desde o ano passado, a exposição passou a ser ainda mais decisiva na disputa dos campeonatos nacionais e regionais, isso porque para o Ranking Nacional, a Expoinel é de participação obrigatória, e para os Rankings Regionais, ela pode eventualmente ser utilizada em substituição a um dos melhores resultados alcançados dentro da região de disputa. Além disso, o índice da Expoinel tem um acréscimo de 10% sobre o valor calculado através da Tabela de Índices utilizada para todas as demais exposições do país.
Variedades Durante a Exposição, várias ações paralelas são desenvolvidas pela ACNB e parceiros, com foco na Ciência, na Educação e em ações solidárias. A Mostra Científica Expoinel é uma delas. Realizada pela Universidade do Boi e da Carne, a Mostra busca reunir trabalhos de renomados pesquisadores e de estudantes de Ciências Agrárias, em temas como genética, nutrição, reprodução, manejo e bem estar animal, qualidade da carne, sustentabilidade, e outros assuntos de interesse para o setor. O objetivo da Mostra é a interação entre o setor produtivo e o meio científico, estimulando a adoção de tecnologia e a aplicação do conhecimento na atividade pecuária nacional. Além da apresentação dos trabalhos científicos, foram promovidas palestras técnicas visando à difusão do conhecimento e de tecnologias para a produção pecuária. Nesse ano, cerca de 200 alunos de diversas faculdades e universidades de Ciências Agrárias estiveram no Parque de Exposições Fernando Costa e partici-
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param do Tour Técnico Expoinel. Os estudantes visitaram cinco estações, onde foram abordados temas como Nutrição, Sanidade, Manejo e Bem Estar Animal, além de Genética e Caracterização Racial da raça Nelore. Durante a tarde assistiram palestras sobre Novas Tecnologias em Pastagens e sobre o Uso de Aditivos Beta-Agonistas na Nutrição Animal.
Projeto Nelore Solidário Há cinco anos, a ACNB e o Grupo Marfrig, com o apoio do Museu do Zebu, promove o Projeto Nelore Solidário – uma iniciativa de cunho social que entrega anualmente uma tonelada de carne bovina para entidades beneficentes de Uberaba. É uma das principais ações de responsabilidade social da Expoinel, que já soma a doação de cinco toneladas de carne bo-
vina, beneficiando centenas de crianças, adolescentes, idosos, deficientes físicos e dependentes químicos. Nos últimos cinco anos, mais de 7500 pessoas foram beneficiadas pelo programa e mais de dez entidades são atendidas anualmente.
Educação O Projeto Saúde Brasil- Carne que reúne os parceiros ACNB, Museu do Zebu e Grupo Marfri, tem por objetivo apresentar a cadeia produtiva da carne aos alunos do Ensino Fundamental, preparando assim os cidadãos e consumidores do futuro. O projeto realizado durante a Expoinel, chega a sua 13ª edição. Nesse ano, os estudantes conheceram todo o processo de criação do rebanho, a alimentação e saúde dos animais, a importância da inspeção sanitária, e a reprodução e conser-
vação do meio ambiente através de uma peça teatral. Nos últimos dez anos, mais de 26000 mil alunos participaram do Projeto Saúde Brasil realizado na Expoinel. Para os apaixonados pela gastronomia, os tradicionais cursos gratuitos de culinária da Cozinha Nelore Natural foi uma das alternativas da exposição. Na edição desse ano, o curso esteve a cargo do Chef Paulo Ramos. Uma cozinha experimental foi instalada ao lado do Museu do Zebu. O Chef Paulo Ramos ensinou aos participantes receitas fáceis de preparar, econômicas e que valorizam o sabor da carne. “É uma oportunidade para conhecer o padrão da carne Seara Nelore Natural, aprender a escolher o produto com qualidade e como manipular e conservar o alimento”, explica Ramos. Os alunos também aprenderam como aproveitar bem cada corte de carne.
Galeria dos Grandes Campeões Expoinel 2012
Fotos: Rúbio Marra
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agronegócios
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Grande Campeão NELORE - NASIK FIV DA PERBONI - Marcelo Perboni e Irmãos
Grande Campeã NELORE - RIMA FIV ELLARA - Rima Agropecuária
Grande Campeão NELORE MOCHO - GABARITO FIV DA MAPA - APA Agropecuária Ar Frio
Grande Campeã NELORE MOCHO - ARATACA FIV ANGICO - Udelson Nunes Franco
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Brahman
O crescimento da raรงa
Pecuรกria de Elite
Grande Campe達o da VIII ExpoBrahman Muzzi Ebano - Ricardo Muzzi Guimar達es Fotos: Carlos Lopes
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O maior encontro brahmista do País foi realizado entre os dias 08 a 14 de outubro no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG e definiu os grandes campeões da raça, na VIII ExpoBrahman. Durante o evento, também foi realizado o Workshop Brasil-Austrália: Pecuária de Corte Sustentável
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A raça foi introduzida no Brasil em 1994, através da primeira importação de animais dos Estados Unidos. Entre os atributos dos animais mais destacadas pelos criadores estão a docilidade e habilidade materna. A docilidade ajuda no manejo do rebanho e faz com que a qualidade da carne seja melhor. A habilidade materna é importantíssima, porque bezerro bem alimentado e cuidado ganha mais peso durante a amamentação e consegue melhor desempenho no pós-desmame. Nesses 18 anos de Brahman no Brasil, a raça demonstrou que tem muito a contribuir geneticamente para o
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Grande Campeã da VIII ExpoBrahman Mandy da Canaã - César Tome Garreti
agronegócio brasileiro, incrementando e tornando o mercado da carne mais quantitativo (maior exportador de carne do mundo), e de muita qualidade. Na abertura do evento, o presidente da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil, Ary Marcos de Paula Bárbara, destacou a realização do WorkShop, pois a Austrália e o Brasil têm, respectivamente, o segundo e terceiro maiores rebanhos de Brahman do mundo. “A troca de experiências entre essas duas potências brahmistas e grandes produtoras mundiais de carne bovina, é uma oportunidade única para todos os envolvidos e interessados na produção de carne bovina dos dois países. É importante lembrar ainda que, ambos tem condições climáticas e topográficas semelhantes, o que torna esse encontro mais relevante. A Austrália é para nós – criadores brasileiros de Brahman – uma grande inspiração, uma referência em desenvolvimento tecnológico, avaliação genética, pesquisa e planejamento”, afirmou. Ainda segundo Ary, o Brasil, em apenas 18 anos, tem o terceiro maior rebanho de Brahman do mundo, sendo a raça zebuína de corte que mais cresce no país. Nos últimos seis anos,
apresentou crescimento de 80% no número de registros de nascimento junto à ABCZ. Já os criatórios, que registram animais Brahman junto à mesma associação, aumentaram 20% nos últimos dois anos. São mais de 240 mil animais registrados em 24 estados. Segundo o Anuário DBO 2011, o Brahman é a segunda raça zebuína que mais se valorizou em 2011: os 57 leilões da raça comercializaram mais de R$ 22 milhões; os reprodutores apresentaram valorização em cerca de 80% de 2005 para 2011, e as matrizes, aproximadamente 50% no mesmo período. O Brahman é também a segunda raça zebuína de corte que mais produziu sêmen no ano passado. Foi exportada genética brasileira, via centrais de inseminação, para cinco países (Angola, Argentina, Canadá, Equador e Paraguai), totalizando quase 12 mil doses, colocando a raça como a segunda maior zebuína em exportação no ano de 2011. A comercialização de sêmen da raça apresentou de 2008 a 2011, crescimento de 14,30%. Hoje, nos sites das nove principais centrais e comercializadoras de sêmen do Brasil, existem 224 opções de touros disponíveis para a produção e comercialização.
Galeria dos Grandes Campeões do VIII ExpoBrahman Fotos: Carlos Lopes agronegócios
RESERVADO GRANDE CAMPEÃO: MR Lince 1000 - César Tomé Garetti
RESERVADA GRANDE CAMPEÃ: Alexia da Canaã - Agropecuária Leopoldino
PROGENIE DE PAI CAMPEÃ: JDH MR MOSL. M. 3681 A
PROGENIE DE PAI RESERVADA CAMPEÃ: JDH Madison de Manso
PROGENIE DE MÃE CAMPEÃ: MS Monte Alto 190
PROGENIE DE MÃE RESERVADA CAMPEÃ: PRG da MS Arte Brahman 640
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Artigo
A importância da
qualidade de volumosos para a produção de leite A alimentação é o componente mais importante no custo de produção de leite (representando 45-50%), e a qualidade do volumoso ofertado é de vital
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importância na viabilidade do processo produtivo.
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A qualidade de alimentos volumosos é apontada como o aspecto mais limitante à produtividade animal (desempenho individual). O valor nutritivo dos alimentos normalmente baseia-se em sua densidade energética intrínseca. Esse parâmetro (densidade
energética), por sua vez, pode ser estimado através de equações de regressão, estabelecidas entre componentes da parede celular de vegetais (FDA, FDN, lignina e outros), e a digestibilidade apresentada por forragens a alimentos concentrados.
A ênfase no uso de cultivares modernos de milho, mais produtivos e adaptados às condições locais, e plantas anatômico-fisiologicamente mais eficientes, têm sido apontados por produtores e técnicos como responsáveis pelos ganhos efetivos em produtivida-
de nessa cultura. Historicamente, a busca por cultivares que determinem alta produção de massa tem sido a principal preocupação do produtor, sendo esquecido o aspecto do valor nutritivo da massa ensilada. (Nussio 1991). A qualidade da silagem de milho geralmente é em função da porcentagem de grãos na matéria seca do material ensilado, e da qualidade de colmos e folhas. A escolha de híbridos à produção de silagem é assunto bastante polêmico. Durante décadas, ela foi baseada no potencial de produção de grãos da cultura. Recentemente, ratifica-se a posição histórica de se escolher plantas com alta porcentagem de grãos na matéria seca total, e associado a esse aspecto, conciliar as presenças de parte aérea (haste e folhas) com valor nutritivo superior. Até a última década, em decorrência do processo de seleção que sofreram as plantas com alta porcentagem de grãos, o valor nutritivo de hastes e folhas era, em geral, inferior ao daqueles provenientes de híbridos “forrageiros”. Esse fato foi resultado da seleção para rigidez de haste, a qual, invariavel-
mente, estava relacionada com maior presença de lignina no polímero da parede celular dessas plantas. Atualmente, é possível identificar híbridos contendo alta porcentagem de grãos e simultaneamente haste de bom valor nutritivo, sem que haja perda de estabilidade agronômica a campo. Estudos recentes demonstraram que silagens com menores teores de Fibra em Detergente Neutro (FDN), que representa a fração fibrosa do alimento na parte verde da planta, combinada com alta proporção de grãos, resultam em silagem de melhor qualidade. Mais recentemente, em estudos conduzidos em Lavras/MG, foi demonstrado que a constituição do grão de milho influencia a qualidade da silagem. Nesse trabalho, foi demonstrado que híbridos de milho com textura mole têm maior digestibilidade do que os híbridos de milho com textura dura. Esses novos pensamentos são somatórios, ou seja, a produção de uma silagem de boa qualidade deve ter alta produção de toneladas por hectare, com alta proporção de grãos de textura mole e com baixo teor de Fibra em Detergente Neutro.
Os parâmetros nutricionais avaliados em híbridos destinados à produção de silagem de milho foram: Parâmetro
Média %
Umidade 64,1 Proteína 7,9 FDA 25,2 FDN 49,4 Digestibilidade - Celulose 72,8 Açúcares 10,9 Amido 27,2
Julia Silveira Assistente Técnico Comercial Elanco Bovinos julia_silveiras@yahoo.com.br
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Olavo Barbosa O Rei do Leite 1923-2012 A pecuária leiteira nacional perdeu o precursor do agronegócio no País, Orostrato Olavo Silva Barbosa, o Olavo Barbosa, que faleceu em São Paulo, aos 89 anos, no dia 29 de setembro. Pecuarista e cafeicultor, Olavo Barbosa dedicou 73 anos da sua vida à agropecuária. Natural de Guaxupé/MG, marcou a história do município por seu empreendedorismo, seu espírito solidário e sua fé em Nossa Senhora Aparecida. Casou-se com Lenira Faria Barbosa, já falecida, com quem teve quatro filhos: Paulo Sérgio (falecido), Silvia Helena, Cristina e Olavinho, os quais continuarão o trabalho do pai. Iniciou a vida profissional em uma exportadora de café, na qual trabalhou por 10 anos. Depois dessa experiência comprou um armazém e fundou a sua própria exportadora de café, uma das dez maiores do País. Em 1960, começou a investir na pecuária leiteira e não parou mais. Não se conformou com a produção diária de 70 litros. Foi buscar tecnologia nos Estados Unidos e importou animais da raça holandesa. Sempre investiu em tecnologia, melhoramento genético, alimentação e qualidade, tornando-se uma referência para os pecuaristas de todo Brasil e da América Latina, como o maior produtor de leite. Para produzir mais e dar mais conforto aos animais PO da raça Holandesa, implantou o primeiro free stall do País, em 1987. Em 2005, começou a industrializar queijos e yogurtes da marca Fazenda Bela Vista. Na sua fazenda em São José, localizada na divisa das cidades de Tapiratiba/SP e Guaxupé/MG, a produção diária de leite é de 65 mil litros/dia. Com foco na qualidade, as salas de ordenha são totalmente informatizadas e construídas em aço inox com capacidade para ordenhar 275 animais/hora. No mesmo local são industrializados produtos lácteos e envasado o leite tipo A. A sua dedicação à pecuária leiteira sempre foi reconhecida. Entre os últimos prêmios recebidos está o “Balde de Ouro”, ano 2011, prêmio concedido ao maior e melhor produtor de leite do País na Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite (Feileite).
agronegócios
Evento
Cooxupé transforma
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processos de armazenagem e comercialização de café
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A COOXUPÉ (Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé Ltda), inaugurou no dia 18 de outubro a segunda fase do Complexo Industrial do Japy – Unidade de Preparo de Café, empreendimento que possibilitará a substituição das sacas de 60 quilos de café pelo produto a granel, nas fases de recebimento, rebeneficiamento, armazenagem e comercialização. O fato traz uma mudança completa nesses processos, proporcionando maior economia
para o produtor e para a própria cooperativa, que é considerada a maior do mundo no setor cafeeiro. Receber, separar e classificar o café são processos agora totalmente automatizados na Cooxupé, feitos por maquinários de ponta, sem o risco de mistura de qualidade, com identificação em códigos de barra, e sem contato manual. O produtor está deixando de gastar R$ 5 por saco e R$ 0,60 pelo serviço de carregamento dos caminhões
com o sistema graneleiro (preços que variam de região para região). Para o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, o investimento total de quase R$ 76 milhões (fase um e dois do complexo), traz para o mercado uma quebra de paradigmas. “Nós não fizemos nada, quem o fez foram os nossos 12 mil cooperados. Saímos na frente em direção ao futuro e isso muito nos orgulha”, disse ele na cerimônia de inauguração.
A inauguração foi aberta com o XXVI Fórum ABAG de Desenvolvimento da Cafeicultura Nacional, promovido em parceria com a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), com duas palestras sobre o tema “Café e Saúde”, apresentadas pelo renomado médico Dráuzio Varella e também Miguel Moretti, especialista e professor da Faculdade de Medicina de São Paulo e do Incor – Instituto do Coração. Mais de 1.200 produtores rurais da região prestigiaram o evento, além de autoridades do setor cafeeiro, os deputados federais, Carlos Melles, presidente da Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso (Cooparaiso) e Diego Andrade, presidente da Frente Parlamentar do Café, e ainda presidentes de cooperativas, sindicatos e os prefeitos da região.
Um gigante em números O complexo Industrial do Japy tem área total de 500 mil metros quadrados, sendo 40 mil de área construída. Nesse
espaço, há capacidade de recebimento de 35 mil sacas de café por dia. O produto chega em carretas, que sobem uma rampa que suporta até 30 toneladas e vai para um dos 80 silos para armazenagem e preparo. O local conta também com armazéns com capacidade para 46 mil bags. Todo o processo é feito de forma automatizada, desde a pesagem na balança da entrada e retirada das primeiras amostras de café, até o preparo para sua comercialização. A separação e limpeza dos grãos são feitas em seis estações de maquinários diferentes, cada um com sua função. Na estação um acontece a retirada de impurezas, com capacidade para processar 600 sacas por hora. Na estação dois há a separação conforme tamanho e formato do grão de café; na três, o grão é separado conforme seus “defeitos”. A estação quatro é responsável pela separação por cor; a cinco faz o sistema de liga, ou seja, separa a origem de maneira uniforme, onde são misturados também
Produtores e diretores durante inauguração do Complexo do Japy
uniformemente (a homogeneização é feita nos balões de expedição). A última estação faz o carregamento dos contêineres. A Cooxupé representa 14% da safra brasileira em café arábica, com meta de comercialização de 5,5 milhões de sacas neste ano, com faturamento de R$ 3 bilhões em 2011. Processa cafés produzidos em 224 municípios das regiões do Sul de Minas, Cerrado Mineiro e Vale do Rio Pardo (SP) e possui 22 unidades de negócios.
Café e Saúde “É preciso acabar com o mito de que café faz mal” O famoso médico Dráuzio Varella proferiu palestra na abertura do evento de inauguração da segunda fase do Complexo Industrial do Japy e disse que “é preciso acabar com o mito de que café faz mal à saúde, ao contrário, a bebida só traz benefícios, antes desconhecidos”, alertou.
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“Ainda não se sabe qual a quantidade certa e se há uma para que esses benefícios aconteçam no organismo de uma pessoa. Na verdade, isso varia de pessoa para pessoa, de sua genética e seu metabolismo”, explicou. Dráuzio Varella destacou que o café promove longevidade. “Quem toma café vive mais. Esse é um fator encontrado principalmente entre as mulheres”, ressaltou. Em relação ao poder antioxidante do café, o médico disse que isso traz vários benefícios: “entre eles está a diminuição do risco de ter doenças cardiovasculares e de ter um derrame cerebral.” Varella ainda lembrou que quem toma café “tem menos chances de desenvolver diabetes, tem maior capacidade de memória e de concentração, além do poder ‘animador’ que o café possui”. Para ele, ainda é cedo para falar sobre a capacidade do café em diminuir as chances de desenvolver certos tipos de cânceres. “Pequenos estudos apontam que a bebida é capaz de reduzir os riscos de ter um câncer de próstata e de útero, mas ainda requer mais pesquisas”. Quanto à capacidade de rejuvenescimento da pele e proteção de câncer de epiderme, Dráuzio Varella é enfático: “faz sentido devido aos componentes que o café possui, mas é cedo para se ter certeza”. E recomendou: “Enquanto isso, é melhor usar o filtro solar, que já está comprovado que protege a pele do envelhecimento e do câncer”. E encerrou com muito bom humor: “ ao tomar o café da Cooxupé, eu percebi o quanto o sabor é muito melhor do que aquilo que tomo em minha casa”.
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O médico Drauzio Varella durante palestra em Guaxupé
Diretores e convidados durante evento em Guaxupé
Vista parcial de área do Complexo construído pela Cooxupé
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Evento
Pimenta Agro Sul
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leva produtores aos EUA A Farm Progress Show é considerada a maior feira de máquinas e equipamentos agrícolas dos Estados Unidos. Realizada no mês de agosto, foi organizada em área de 360ha e reuniu este ano 550 expositores, com demonstrações de campo, exposições de máquinas, equipamentos de última geração e as principais novidades da agricultura de precisão. A Concessionária Pimenta Agro Sul CASE IH, de Alfenas, levou 30 produtores rurais à Feira, para conferir de perto os últimos lançamentos, as mais novas tecnologias que vão revolucionar as atividades agrícolas no mundo. O roteiro incluiu visitas a uma concessionária Case IH em Ames e a fazendas, para a troca de experiência e a oportunidade de conhecer um pouco da cultura americana.
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Depoimentos
Farmall 80
Um trator robusto, simples e eficiente
O Farmall 80, além de atuar no preparo da terra, também pode ser usado para a aplicação de herbicidas. A tecnologia da máquina é reconhecida | novembro/dezembro 2012
mundialmente
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pela robustez, simplicidade e flexibilidade de operação.
O desempenho dos tratores Case IH tem atraído cada vez mais os produtores rurais. Nilton Vieira Bueno é um deles. Morador de Nova Resende/MG, o produtor tem um sítio, denominado Retiro, no município de Bom Jesus da Penha/MG, onde planta milho em área de 40ha. Há um ano o produtor adquiriu um trator Farmall 80, atraído pela economia e força da máquina. “Eu não tenho o que reclamar da Concessionária Case IH. Seus mecânicos são bons e seu atendimento também, e o resultado conquistado com o uso do trator Farmall 80 na minha propriedade foi excelente”, disse contente o produtor. O Farmall foi indicado a Nilton por um amigo que usou a máquina e aprovou o seu desempenho. Nilton afirma que ao optar pela tecnologia oferecida pela Case IH, buscava um trator menor para trabalhar no preparo da terra, e o Farmall 80, por ser uma linha de tratores para cultivos mais leves, atende
bem as suas necessidades, sendo possível até mesmo prestar serviços para os vizinhos e aumentar o seu faturamento. O Farmall 80, além de atuar no preparo da terra, também pode ser usado para a aplicação de herbicidas. A tecnologia da máquina é reconhecida mundialmente pela robustez, simplicidade e flexibilidade de operação. Com a tecnologia oferecida pela Case IH e a eficiência do equipamento, o resultado é um só: produzir mais e com qualidade.
Nilton Bueno aprovou o desempenho do Farmall 80
Coffe Express 200
Sua competência surpreende cafeicultores
O sucesso da colhedora de Café Coffe Express 200, da Case IH, é uma realidade entre os cafeicultores. A eficiência associada à sustentabilidade destacam ainda mais a qualidade do equipamento e reflete no resultado da colheita. Entre as vantagens está a colheita dos frutos de modo seletivo e o auxílio no controle fitossanitário do cafezal, removendo as folhas doentes durante a colheita. Considerada a colhedora mais eficiente do Brasil, a Coffe Express 200 tem capacidade de colher até 160 sacos de café por hora em até 1.600 metros. A sua moderna tecnologia de derriçamento faz com que os grãos sejam colhidos por um conjunto de varetas de plástico com fibras, o que permite a panha total dos frutos ou mesmo a seleção dos grãos. Foi pensando nessas funções, na eficiência e qualidade final dos frutos, que o produtor Felipe Nery Monteiro da Silva, o
Felipinho, optou pela compra da máquina. Ele é proprietário da fazenda Muzambinho, no município de mesmo nome, no Sul de Minas Gerais. Segundo Felipe, que está formando mais lavouras de café, a máquina é muito eficiente. No seu primeiro ano de uso, atendeu bem as suas necessidades. Felipe tem área plantada de 300 ha. A
sua expectativa para os próximos anos é de aumento da colheita, por isso a escolha pela Coffe Express 200. O produtor ainda utilizará o maquinário para a prestação de serviços em outras lavouras, pois a eficiência da máquina permite terminar a sua colheita mais rápido e atender a demanda de cafeicultores da sua região.
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Artigo
Sami Máquinas promove
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visita à Jacto e Yanmar Agritech
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Entra ano e sai ano, a concessionária de tratores Sami Máquinas Agrícolas cumpre sua missão anual de levar produtores rurais para conhecer as fábricas de tratores Yanmar Agritech e de colhedeiras de café Jacto, das quais a Sami Máquinas é concessionária exclusiva na região. Nos dias 03 e 04 de outubro, dois ônibus saíram com destino a Indaiatuba/SP, local onde está sediada a Yanmar Agritech. O primeiro dia foi destinado aos produtores da região de São Sebastião do Paraíso/ MG, e o segundo aos da região de Franca/ SP. Este ano aderiram a essas duas viagens mais de 90 agricultores, em sua maioria produtores de café. Durante as visitas, os clientes conheceram de perto a linha de montagem de
tratores e todo o processo que é feito até a entrega do trator pela fábrica. Tiveram a oportunidade também de conversar com dirigentes da fábrica, esclarecendo dúvidas, dando sugestões e elogiando o belo trabalho de desenvolvimento de novas tecnologias que agregam valor às linhas de trator da Yanmar Agritech, sempre de acordo com as necessidades identificadas no campo. Além da Yanmar Agritech, os ônibus seguiram também para outras duas fábricas do grupo Agritech, a Fundituba, empresa de fundição que atende não só a fábrica de tratores como também a outros clientes no Brasil e no exterior, e a Engrenale, fabricante de engrenagens e eixos para as transmissões e motores fabricados pela Yanmar Agritech.
A viagem foi muito produtiva e rendeu bons negócios, alguns deles fechados na hora. Para Sami El Jurdi, diretor comercial da Sami Máquinas, é muito gratificante oferecer essa oportunidade para os produtores da região, não apenas como forma de divulgar o negócio, mas principalmente de trazer o produtor para dentro de casa e conhecer melhor os produtos que ele pretende adquirir, para que o possa fazer com conhecimento de causa e convencido de que está fazendo um ótimo negócio. Além da viagem para a Yanmar Agritech, a Sami Máquinas já está com viagem marcada para a Jacto, em Pompéia. Esta será a 11ª visita à fábrica das tradicionais e pioneiras colhedoras de café.
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Evento
A Hora Certa é agora:
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otimismo do produtor rural
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A Campanha Hora Certa 2012 da Cooparaiso (Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso), realizada de 11 a 13 de setembro, bateu todos os recordes. Foram comercializados mais de R$ 56 milhões em maquinários, insumos, implementos e outros produtos, superando os números de 2011, que foram de R$ 46 milhões em negócios. A feira teve também recorde de público em sua 12ª edição, com 6000 visitantes. O foco principal do evento sempre foi comercial, com a oferta de preços diferenciados e facilidade no acesso a financiamentos diversos, bem como nas formas de pagamento. Porém, ao lon-
Atrações como a gincana “Da Hora” e o “Espaço Mulher”, voltadas para a família rural foi um grande sucesso. O objetivo foi dinamizar o pilar social da cafeicultura, valorizando aquele que é o seu principal foco, o produtor e sua família. go dos anos, a feira vem contemplando, cada vez mais, também a família do produtor, com diversas atrações, como na edição desse ano. Atrações como a gincana “Da Hora” e o “Espaço Mulher”, voltadas para a família rural foi um grande sucesso. O objetivo foi dinamizar o pilar social da cafeicultura, valorizando aquele que é o seu principal foco, o produtor e sua família. A Gincana Da Hora reuniu 400 jovens que vivem em propriedades rurais, os quais participaram de atividades e palestras sobre o jovem no meio rural, questões ambientais e a importância da cafeicultura para a economia brasileira. A consultora do SEBRAE, Andrea Salermo, que ministrou as palestras para eles, disse que o futuro da cafeicultura e a busca pela qualidade do café estão nas mãos dos jovens.
Oficina realizada durante evento reúne produtoras rurais
nária Valtra, totalizaram R$ 14.274 milhões, contra R$ 5.800 milhões no ano passado. “Isso representa um aumento de 146% no resultado final das vendas. Foram comercializados 77 tratores Valtra durante a feira”, informou o diretor. O produtor Alex Sandro Cardoso, de Bom Jesus da Penha, proprietário do Sítio Penha-Gourita, disse que a feira recebeu melhorias significativas. “Neste ano há mais empresas expondo, com muito mais novidades”, disse. Ele contou que veio até a Hora Certa para “conhecer coisas novas em insumos e maquinário e fazer compras para a próxima safra porque os preços estão muito bons”. De olho na próxima safra, os produtores aproveitaram a feira para adquirir insumos. “A feira tem o nome
Comercialização Segundo o diretor de operações da Cooparaíso, Rogério do Couto Rosa Araújo, as vendas em maquinário agrícola, através da Divisão de Máquinas da Cooparaíso (Dimaq) e de sua concessio-
Sorteio atrai produtores e expositores
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correto, porque esse é o momento do produtor preparar a sua lavoura para o ano que vem. Encontrando os preços melhores de tudo o que vamos usar, acabamos por investir melhor no trato; por consequência, teremos mais café e um produto de maior qualidade, é um investimento certeiro. Temos que aproveitar mesmo uma campanha dessas. A Cooparaiso está de parabéns, e para mim, a Hora Certa é nota dez!”, elogiou Alex Cardoso.
Outras atrações
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Os visitantes ainda puderam assistir palestras sobre os efeitos climáticos nas lavouras cafeeiras e como os pesquisadores estão trabalhando para minimizar os prejuízos da seca ou da chuva na qualidade do café. O produtor também recebeu informações sobre Certificação, georreferenciamento e Norma Regulamentadora 31. Segundo o diretor da Cooparaiso, Rogério Araújo, a feira deve crescer ainda mais em 2013. “Ano que vem esperamos cerca de 90 empresas expositoras, tornando a Hora Certa uma referência regional”.
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Artigo
Foto: www.agorams.com.br
Agricultura brasileira
e o comércio externo por Eduardo Sampaio Marques
A agricultura brasileira abastece o mercado interno e ainda supre diversos mercados mundiais de importância. Garantimos o primeiro e segundo lugares no ranking das exportações mundiais em
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açúcar, café, suco de laranja, soja em grãos, carne de frango, carne bovina, óleo e farelo de soja.
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Estima-se que cerca de 70 % da produção brasileira são destinadas ao mercado interno, e o restante é exportado. Esse é um valor médio. Para alguns produtos, a importância do mercado externo é muito maior. As exportações são destino, por exemplo, de 76 % das exportações de açúcar, 65 % de café e 45 % de soja. Há grande potencial para o crescimento. O Brasil dispõe de áreas a se-
rem incorporadas ao processo agrícola – embora com limitações legais, de acordo com a atual legislação de proteção ambiental. Há também um potencial de aumento de produtividade da terra, principalmente pela conversão de parte das pastagens, que atualmente são pouco produtivas, em lavouras diversas ou sua recuperação, transformando-se em pastagens de alta produtividade.
O mundo cresce, a renda das pessoas e o consumo aumenta e espera-se que a agricultura forneça alimentos, combustíveis, fibras e matérias-primas para diversos tipos de indústria. O Brasil é um dos países melhores posicionados, senão o melhor, para expandir a produção e abastecer essa demanda crescente. Porém, nem tudo são flores. O agricultor brasileiro ainda enfrenta dificulda-
des. Talvez a principal seja a falta de infraestrutura de transporte. Produtores das regiões Sul e Sudeste são relativamente bem servidos de estradas asfaltadas, item raro nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Ferrovias são poucas e hidrovias, menos ainda. Com isso, o custo médio do transporte de produtos agrícolas da fazenda até seu destino é alto e tira do produtor parte importante de sua renda. Há, ainda, um grau de insegurança jurídica que ameaça muitos produtores e atrasa os investimentos no setor (vide as discussões em torno do código florestal e a questão de aquisição de terras por estrangeiros). A legislação trabalhista do campo também precisa de uma revisão. No tocante ao acesso aos mercados, também ainda temos muito o que avançar. O Brasil é membro de pouquíssimos acordos de liberação de comércio. Temos acordos apenas com os países da América Latina (MERCOSUL incluído) e Israel. Há acordos negociados com Egito e Palestina, ainda não em vigor. E só. Enquanto isso, o mundo se movimenta e costura acordos comerciais que permitem acessar mercados sem tarifas que oneram o produto brasileiro. E nós, continuamos reclamando das “barreiras” impostas aos produtos brasileiros. Pode ser que para a exportação de matérias-primas, os acordos não sejam tão importantes, uma vez que quase nenhum país impõe altas tarifas às suas importações de soja, milho, café e outros. Mas, se quisermos exportar produtos como, carnes, café torrado, produtos lácteos, alimentos prontos etc., temos sim, que negociar acordos que reduzam as tarifas aplicadas aos produtos brasileiros. O problema é que um acordo pressupõe redução das nossas tarifas também. Para o Brasil melhorar sua posição no mercado mundial e aproveitar todo o potencial oferecido pela sua vocação agrícola, é preciso deixar um pouco o discurso ufanista de lado e trabalhar na solução desses gargalos, que ainda limitam o crescimento da agricultura do país e, no fim, nosso desenvolvimento.
Eduardo Sampaio Marques Engenheiro Agrônomo e Mestre em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras. Tem experiência de mais de 15 anos como Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental nas áreas de Política Agrícola e Relações Internacionais no Ministério da Agricultura e atuou como assessor parlamentar na área de agricultura na Câmara dos Deputados por 1 ano.
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Gastronomia
Delícias e segredos da culinária mineira
Os sabores da roça ganharam uma nova leitura no 2º Festival de Gastronomia e Cultura da Roça, realizado no município de Gonçalves/MG, entre os dias 19 a 28 de outubro, pela prefeitura e COMTUR. Com o tema “Comida da Vovó”, o Festival tem o objetivo de valorizar e resgatar a cultura da roça, seus personagens, suas histórias e sua culinária. Participaram 20 estabelecimentos, entre restaurantes, botecos, cafeterias, empórios, produtores rurais e quituteiras, que apresentaram pratos que aprenderam a fazer com as avós, com um tempero especial passado de geração para geração. O município de Gonçalves destaca-se pelas belezas naturais e pelo agradável clima subtropical de altitude. Na Serra da Mantiqueira, em meio a florestas de araucárias e a belas cachoeiras, o município com 4.220 habitantes, recebe anualmente milhares de turistas, vindo de diversas partes do Brasil e exterior. Gonçalves faz parte do Circuito Serras Verdes do Sul de Minas, ficando próximo a cidades como Campos do Jordão e Monte Verde, e também próximo ao Circuito das Águas e das Malhas.
A proposta do Festival é valorizar os elementos tipicamente mineiros, da roça, comida que faz bem, aquece a alma, sacia o corpo, provoca risos soltos, sem motivo. Afinal, comer não é só um deleite, é também cultura! O tema desse ano inspira o carinho, a simplicidade, simplesmente irrecusável. “A comida da vovó nos faz voltar à infância, nos protege e emociona. Todas as avós têm segredos espalhados pelos quatro cantos da casa, da horta, do jardim. O amor é o principal ingrediente da comida da vovó e também o principal tempero da comida mineira ”, disse a diretora de turismo Marília Ribeiro. Foram convidados todos os restaurantes, botecos, cafeterias e quituteiras de Gonçalves para mostrar o que sabem fazer de bom. O Festival se estenderá até o dia 24 de Novembro nos restaurantes. Quitutes quentinhos e torresmos crocantes, broas de fubá, pão de queijo, lombo temperado, truta, frango caipira..., especiarias apreciadas por aqueles que foram ao festival.
Quirerada com Costelinha de Porco Cozinheiro: Thiana
Ingredientes: 1 kg de milho de quirera 3 kg de costelinha de porco caipira 4 cebolas 6 tomates Tempero a gosto (alho e sal) Modo de Fazer: Lavar bem a Quirera, até tirar o branquinho do milho. Fritar a costelinha bem fritinha. Cortar a cebola e o tomate e refogar os dois. Colocar a Quirera para cozinhar em 3 litros de água fervente e deixar ferver por 1h30min. Depois misturar a costelinha que já está frita, o tomate, a cebola e os temperos. Deixar uma panela de água quente ao lado para ir colocando água aos pouco. Deixar cozinhando em fogo brando por mais 3h. Rendimento: 15 pessoas. Bom apetite!
A Terra Boa Agronegócios não poderia deixar de registrar essa história, essa curiosidade mineira, e mais, trouxe para os seus leitores uma receita especial de Gonçalves para que você também possa preparar em sua casa um prato tipicamente mineiro, uma receita da vovó. Aproveite. Bom Apetite!
“A comida da vovó nos faz voltar à infância, nos protege e emociona”
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Evento
Cooparaiso inaugura
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núcleo em Passos
A Cooparaiso (Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso), inaugurou, em 25 de setembro, uma oficina para tratores e maquinário agrícola em seu núcleo de Passos. A ocasião foi marcada com novas conquistas da parceria entre a marca Valtra e a cooperativa, com o anúncio da implantação de uma concessionária da marca para o núcleo, além da venda de cinco tratores em apenas um dia. Na inauguração, o coordenador geral da Valtra, Luiz Fernando Barroso, anunciou que o núcleo de Passos já está autorizado a implantar a concessionária da marca, faltando apenas para isso o cumprimento dos trâmites burocráticos. “Este é mais um grande avanço em direção à qualidade de atendimento ao produtor, ao cooperado. A Cooparaiso é uma das mais importantes representantes que a marca Valtra tem e quero confirmar nossa disposição de instalar em Passos uma concessionária, atendendo à solicitação da Cooparaiso”, afirmou Barroso.
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Cafeicultura
7ESPAÇOCAFÉBRASIL o
Feira Internacional de Café
Feira Internacional consolida crescimento do setor
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A 7ª edição do Espaço Café Brasil, realizada entre 4 e 6 de outubro de 2012, no Center Norte, em São Paulo, consolida o evento como a principal referência do setor no país. Realizada em parceria com a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), a Feira Internacional do Café atraiu 6.500 visitantes de 18 países, 100 marcas expositoras, e movimentou R$ 10 milhões em negócios diretos e indiretos, mostrando o crescimento do setor.
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Para os interessados em debater assuntos do mercado de café, foram promovidas palestras no Auditório de Inteligência de Mercado, workshops na Cafeteria Gourmet, além do DNA do Café - Seminário Internacional, com presença de experts de nível internacional, como o australiano Mark Dundon, da rede de cafeteria Seven Se-
eds, e a brasileira Isabela Raposeiras, do Coffee Lab – São Paulo. Mais do que um evento do café de qualidade, a Feira foi um brinde a tudo que esse produto pode proporcionar, desde grandes negócios para o Brasil até o despertar de muitos apreciadores para os seus novos sabores. Toda a cadeia cafeeira, do pro-
dutor ao consumidor final, participou da programação estruturada para o período pós-colheita. A data e conteúdo possibilitaram que compradores nacionais e estrangeiros, especialistas e público, degustassem lotes e microlotes de cafés frescos. Ao todo, 100 marcas mostraram seus produtos e novas tecnologias. “A cada ano o Bra-
Barista é o profissional especializado em cafés de alta qualidade (cafés especiais), cujo principal objetivo é alcançar a “xícara perfeita”. Também trabalha criando novas bebidas baseadas em café, utilizando-se de licores, cremes, bebidas alcoólicas, entre outros. Deve ser profundo conhecedor de todas as fases da vida do café, desde o cultivo da planta, etapas de processamento e beneficiamento do grão, processos de torra e moagem, além, é claro, dos detalhes e processos de extração da bebida, seja em máquinas de expresso ou em outros métodos de preparo.
Baristas em atuação durante a Feira
sil vem mostrando ao mundo o seu potencial no mercado de cafés especiais. Desde a produção dos grãos de qualidade até máquinas, acessórios e utensílios para degustar um ótimo produto”, analisa Marcos Racy Haddad, diretor comercial do Espaço Café Brasil. Um dos destaques deste ano foi a eleição Coffee of the Year Brasil, que selecionou dez cafés para serem degustados às cegas e avaliados pelo público.
O resultado contemplou produtores familiares e rótulos já conhecidos do mercado, com destaque especial para Minas Gerais, que apareceu em nove das dez amostras.
Baristas O Espaço Café Brasil também foi palco, pela primeira vez, do Campeonato Brasileiro de Barista. A curitibana Graciele Rodrigues (Lucca Cafés Especiais, Curitiba/PR), foi a grande vence-
Vencedores do Coffee of the Year Brasil: 1º Café Orfeu, Fazenda Sertãozinho Botelhos/MG 2º Fazenda Sr. Niquinho Carmo de Minas/MG 3º Sítio Monte Verde Carmo de Minas/MG 4º Fazenda Serrado Carmo de Minas/MG 5º Fazenda Braúna Araponga/MG 6º Albinati Specialty Coffee Campanha/MG 7º Fazenda Pico Agudo Carmo de Minas/MG 8º Sítio Guido Reguim Varginha/MG 9º Sítio Lagoa Poço Fundo/MG 10º Sítio Bom Destino Vila Pontões/ES
dora deste ano, acumulando títulos de campeã brasileira e campeã brasileira de Latte Art (arte de desenhar com leite em cappuccinos), e terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de Coffee in Good Spirits (com bebidas alcoólicas) – que teve como campeão o barista Ubirajara Gomes (Octavio Café, São Paulo, SP). O título de Campeã Brasileira garante a ela uma vaga no Campeonato Mundial que será realizado em Melbourne, na Austrália, em junho de 2013. A competição se baseia em aspectos técnicos e sensoriais do preparo do expresso, cappuccino e drinque de assinatura.
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Equinocultura
Grande Salto
de consagrados O 2º Campeonato de Salto Nacional promovido pelo Haras Manoel Leão, localizado próximo a Ribeirão Preto/SP, entre os dias 19 e 21 de outubro, registrou 363 inscrições nas provas aí disputadas. Participaram cavaleiros do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso. Entre eles, esportistas já consagrados como José Roberto Reynoso Fernandez, que disputou provas na última Olimpíada e Rodrigo Sarmento, Campeão Sul Americano 63
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O Haras Manoel Leão figura em quinto lugar entre os melhores Haras privados do País. Além das provas realizadas no local, o Haras oferece infraestrutura para os apaixonados pela equitação, mantendo uma escola de hipismo. Durante o Campeonato de Salto, que reuniu esportistas de várias categorias, foram distribuídos R$ 126 mil em prêmios, o Troféu Perpétuo Dr. Leão e brindes dos patrocinadores: Casa Afonso (Jóias); Baba Materiais de Construção; Coca-Cola; Rações Gabi; Haras Transwall; Jamef; Heineken; New Mix Concret; Posto Jockey; Shok Máquinas. Segundo o administrador do haras, Luiz Ribeiro, o evento foi um sucesso diante do público presente e da importante participação de cavaleiros já consagrados no hipismo brasileiro e mundial. Ele, que também já praticou o esporte, destaca a qualidade das pistas e os obstáculos que têm padrão internacional. Além desses fatores, o Haras prioriza o bem-estar dos animais, o que é fundamental para todos os praticantes do esporte.
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André Miranda
Bartolomeu Miranda
Rodrigo Chaves
Zé Roberto
Na prova mais disputada, percurso de 1,45 metros, idealizado pela course-designer internacional Marina Azevedo, foram contabilizadas 47 inscrições. Sete cavaleiros participaram do desempate em pista de grama. O grande vencedor foi o cavaleiro olímpico José Roberto Reynoso, montando o premiado Radiator JMen. O carioca Rodrigo Mesquita Marinho garantiu o vice-campeonato com Asteria II. O paulista José Luiz Guimarães ficou em 3º lugar com Diva.
Hispismo O Hipismo esportivo consiste em oito tipos diferentes de provas, o salto é uma delas. Durante sua realização, o cavaleiro deve transpor de 12 a 15 obstáculos em uma pista de 700 a 900 metros. Vence o cavaleiro que concluir o percurso em menor tempo e com o menor número de faltas. A altura dos obstáculos vai de 0,40m a 1,65m, dependendo da categoria. Felipe Juarez
Nando
Rodrigo Marinho
Ruy Lemos
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Artigo
Georreferenciamento de Imóveis Rurais Entenda como Funciona “Em regra, todos os proprietários de imóvel rural estão obrigados a fazer o georreferenciamento, mas ele é obrigatório, essencialmente, nos casos de transferência;
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também nos
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desmembramento de terras, remembramento e parcelamento”
O chamado georreferenciamento consiste na obrigatoriedade da descrição do imóvel rural, em seus limites, características e confrontações, através de memorial descritivo, firmado por profissional habilitado, contendo as coordenadas dos vértices definidores dos limites dos imóveis rurais, georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e com precisão posicional a ser fixada pelo INCRA. Em regra, todos os proprietários de imóvel rural estão obrigados a fazer o georreferenciamento, mas ele é obrigatório, essencialmente, nos casos de transferência (compra, venda, doação, doção em pagamento, sucessão, inventários e arrolamentos); também nos desmembramento de terras, remembramento e parcelamento. O georreferenciamento é cercado de muitas polêmicas pela sua dificuldade técnica e política de preços, além da falta de profissio-
nalismo entre muitos profissionais envolvidos. O processo é criterioso, pois exige a reunião de muitas informações e de documentação. O prazo de execução, se realizado por empresa idônea, pode se estender de seis meses a dois anos. Realizado em três etapas, o processo se inicia com o credenciamento do profissional habilitado para a execução dos serviços de campo e de elaboração do material. A segunda etapa consiste na apresentação do material ao INCRA, e a finalização ocorre no Cartório de Imóveis. Diante dessa realidade e das dificuldades vivenciadas pelos produtores rurais, a Neo Engenharia se preparou com profissionais habilitados, bem treinados e equipamentos de ultima geração, para atender os produtores rurais com eficiência e no menor tempo possível, nos processos de georreferenciamento.
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Evento Principal mostra do Cavalo de Sela Brasileiro também contou com uma movimentada programação social
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O Desfile das Aberturas foi um dos destaques da programação
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A cidade paulista de Franca recebeu, entre os dias 29 de setembro e 6 de outubro, a 34ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga. Realizada nas dependências do Parque de Exposições Doutor Fernando Costa, a mostra reuniu cerca de 500 animais, que marcaram presença em julgamentos morfológicos, disputas de andamento, provas funcionais e leilões. O evento, além disso, contou com uma diferenciada estrutura e uma variada programação social, especialmente desenvolvidas para conciliar o saudável clima de disputa da pista de julgamento, com o ambiente de camaradagem e amizade característicos do universo mangalarguista.
Fotos: Norberto Cândido
34ª Nacional Mangalarga evolução zootécnica da raça “Nós procuramos fazer este ano um evento diferenciado na parte social. Por isso, a programação incluiu diversos momentos de confraternização, como o coquetel de boas-vindas e o jantar dos criadores, que aliás, foi maravilhoso. A exposição ofereceu ainda uma confortável estrutura com destaque para o camarote vip, onde foi possível acompanhar os julgamentos com todo conforto, e o Espaço do Núcleo Feminino, que ofereceu um gostoso espaço para recepcionar a comunidade mangalarguista durante os oito dias de atividades”, ressalta Paulo Francisco Gomes Della Torre, Diretor de Exposições da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM).
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Contínuo aprimoramento Segundo o jurado Marcelo Toledo, os julgamentos reuniram uma tropa de muita qualidade. “O plantel da raça vem evoluindo ano a ano. Além disso, ele está obtendo um equilíbrio muito bom, com a morfologia alcançando o elevado nível que já havíamos obtido no andamento. Então, nesta Nacional nós tivemos em pista animais de bom andar e também com muito boa morfologia. Foi realmente muito prazeroso constatar todo esse progresso zootécnico”, explica Toledo, para quem o animal ideal para a raça deve apresentar bom andamento, boa caracterização racial e ser um cavalo de médio porte, reunido e ágil. Ainda na opinião do jurado, o equilíbrio do plantel se refletiu também nos dois animais que obtiveram os prêmios mais destacados do evento: o alazão Don Juan 42, exposto por Eduardo Henrique Souza de França e proveniente da criação de Ronaldo Andrade Bichuette, que superou outros 50 machos
O Parque Fernando Costa ofereceu uma ótima estrutura para a mostra mangalarguista
adultos para conquistar o Grande Campeonato Nacional Cavalo, e a também alazã Roma do Espinhaço, originária da seleção de Emiliano Abraão Sampaio Novais, que enfrentou outras 83 fêmeas na disputa pelo título de Grande Campeã Nacional Égua. “Eu acho que os biotipos desses dois animais são bem próximos. Ambos são mediolíneos e equilibrados. Enfim, foram os concorrentes que mais demonstraram equilíbrio entre andamento e morfologia durante o julgamento”, ressalta Toledo. Por sua vez, a disputa entre os criadores teve como principais
destaques Sergio Paiva, primeiro colocado no ranking da classe geral, e Paulo Eduardo Corrêa da Costa, que ficou com a primeira colocação na disputa dos especialistas na pelagem pampa. Já entre os expositores destacaram-se: Almiro Esteves Junior, o melhor expositor da classe geral, e novamente Paulo Eduardo Corrêa da Costa, o melhor expositor da pelagem pampa. Promovida pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), a 34ª Nacional Mangalarga contou com os patrocínios de Chevrolet, Budweiser, Ourofino e Socil.
Grandes Campeões 34ª Nacional Mangalarga
Fotos: Norberto Cândido
agronegócios
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Premiação do Grande Campeão Nacional Cavalo Don Juan 42
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Roma do Espinhaço sagrou-se Grande Campeã Nacional Égua
Grande Campeão Cavalo: Don Juan 42 Expositor: Eduardo Henrique Souza de França
Grande Campeã Égua: Roma do Espinhaço (TE) Expositor: Emiliano Abraão Sampaio Novais
Grande Campeão Potro: Luxo da Piratininga Expositor: Luiz Aparecido de Andrade
Grande Campeão Cavalo Pampa: Zatec do Pec Expositor: Paulo Eduardo Corrêa da Costa
Grande Campeã Égua Pampa: Utopia do AEJ Expositor: Almiro Esteves Junior
Grande Campeão Potro Pampa: Báltico do Pec Expositor: Paulo Eduardo Corrêa da Costa
Grande Campeão Cavalo de Andamento: Tigre do Mont Serrat (T.E.) Expositor: Luis Augusto de Camargo Opice
Grande Campeã Égua de Andamento: Badalada RB (T.E.) Expositor: Guilherme Pompeu Piza Saad
Grande Campeão Cavalo Pampa de Andamento: Detalhe HGF Expositor: Marcos Antonio de Nadai
Grande Campeã Égua Pampa de Andamento: Isa da Piratininga Expositor: Luiz Aparecido de Andrade
Grande Campeã Potranca: Diva da Piratininga (T.E.) Expositor: José Eduardo de Souza Grande Campeã Potranca Pampa: Belize do Pec Expositor: Paulo Eduardo Corrêa da Costa
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Evento
6ª Copa de Marcha
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do Rancho Alegre
A 6ª Copa de Marcha do Rancho Alegre, realizada em 27 de outubro em Passos/MG, reuniu competidores e criadores de cavalos e muares de Passos, São Sebastião do Paraíso, Alfenas e São Paulo. O evento organizado por Toninho Ferrador foi realizado no Rancho Alegre e registrou 130 inscrições. A paixão por cavalos tem atraído cada vez mais participantes nas mais diversas provas e modalidades. “A cada ano melhora a qualidade e o número de animais em competições. O cavalo hoje é uma terapia, esporte e lazer, ” comenta Dimitri Donizete de Lima, proprietário do Rancho Alegre. O grande campeão da 6ª Copa foi Farol do Haras Alice, propriedade de Bruno Valadão Aquilino, de Passos.
Brasil ACF
Campeão Cavalo Jovem Proprietário: Túlio Cesar Abreu de Castro Treinador: Anderson Ferreira
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no aumento da produtividade das pastagens
O papel do herbicida
Artigo | novembro/dezembro 2012
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O país vem passando por pressões de diversos setores, que cobram cada vez mais uma produção sustentável, na qual não se tenha aberturas de florestas nativas para ocupação de pastagem. Além desse fato, a atividade ainda sofre com a concorrência por área com agricultura e/ou florestas, ou seja, os campos já existentes são substituídos por outras culturas como soja, milho, cana e eucalipto. Entretanto, o recuo nas áreas de pastagem estimulará o uso de tecnologias, fazendo com que o empresário do agronegócio tenha que aumentar a eficiência produtiva de sua propriedade para se manter na atividade. Um dos principais fatores que influencia a baixa produtividade das pastagens são as plantas daninhas, que competem por nutrientes, luz e água. Todos esses fatores levam à queda da produtividade de carne ou leite por hectare/ano, devido à diminuição da produção de forragem. Podemos observar isso facilmente no campo. Com o sombreamento causado pela invasora,
o capim diminui o processo fotossintético, fazendo com que ele perfilhe menos e ocorra o efeito chamado estiolamento (emissão de menos folhas e mais hastes), o que diminui seu valor nutricional, e, com o tempo, causa perda de sua capacidade de suporte. O controle das plantas daninhas com herbicidas, aliado ao manejo correto da pastagem e à manutenção da fertilidade do solo, podem aumentar a capacidade de suporte do pasto. Notamos esse incremento em experimento realizado pela equipe técnica de pesquisa da Dow AgroSciences em uma fazenda assistida pela empresa no Pará. O experimento foi realizado com o uso de herbicida de pastagem, aplicado cerca de 40 dias após o plantio do capim na emergência das plantas daninhas, onde tínhamos duas áreas com a mesma espécie de capim e plantadas nas mesmas condições. Uma área foi tratada com herbicida e outra sem tratamento químico. Cerca de 50 dias após a aplicação do herbici-
Diferenças de perfilhos entre plantas forrageiras de área onde foi controlada as plantas daninhas X área onde não foram controladas as invasoras:
Plantas retiradas de áreas:
Com tratamento de herbicida
Sem tratamento de herbicida
da, ou seja, 90 dias após o plantio, foi realizado o levantamento da capacidade de suporte do pasto, efetuado com uma metodologia desenvolvida pela equipe de pesquisadores do depar-
tamento de zootecnia da ESALQ/USP. Delimitou-se com estacas de madeira o espaço de 1m², cortou-se rente ao solo a massa presente dentro do quadrado, separou-se em dois sacos o que era
planta daninha e o que era capim, e foi realizada a pesagem das amostras de capim das duas áreas. A partir daí utilizou-se a fórmula abaixo para encontrar a capacidade de suporte da área.
UA/ha = Amostra (kg/m ²) x Conversão Matéria Verde (0.25) x 10.000 x Perdas (0.50) x Eficiência de Pastejo (0.50) Período de Pastejo (dias) x Consumo animal diário (kg)
Um dos principais fatores que influencia a baixa produtividade das pastagens são as plantas daninhas,
Amostra (kg): peso da amostra de capim de um 1m²; Conversão Matéria Verde: multiplica-se por (0.25). Da massa total 25% é Matéria Verde; Perdas (fezes, urina e pisoteio): multiplica por 0.5 para perdas de 50% ou 0.30 para perdas de 70%; Eficiência de Pastejo: fator que indica a reserva fisiológica, multiplicar por
0.5 (50% de eficiência no pastejo); Período de Pastejo: para pastejo extensivo, consideramos 35 dias; Consumo diário: para bezerro é 1,8%, para garrotes 2% e para vacas/ bois magros (400kg), 2.5% do peso vivo. UA = animal de 450 kg. Jogando então na fórmula o volume coletado de capim na área tratada tivemos o seguinte resultado:
que competem por nutrientes, luz e água. Considerando que na área não tratada, o volume coletado foi de 0.9kg/1m² e que chegamos a uma capacidade de suporte de 1,61 UA/ha, a área tratada alcançou uma capacidade de suporte superior em 177%, comparada à área não tratada. Se tivéssemos nessa área 5.04 cabeças com 400kg equivalente a 4,46 UA por hectare, ganhando em
Área com tratamento de herbicida
UA/ha = 2.5 kg x 0.25 x 10.000 x 0.50 x 0.50 = 4,46 UA/ha 35 dias x 10 kg
média 0.5kg/cabeça/dia, no período de seis meses (período das chuvas), teríamos cerca de 15,12@ produzidas no período das águas, comparada à média nacional que é de 5@/hectare/ ano. Os resultados obtidos por meio do experimento comprovam a importante contribuição dos herbicidas para o aumento da produtividade das pastagens.
Ricardo Cruz Engenheiro Agrônomo, Representante Técnico de Vendas Dow AgroSciences
Área sem tratamento de herbicida
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Informe publicitário
A Fertiberia Brasil é uma empresa de fertilizantes, pertencente à ADP Fertilizantes (Portugal), do Grupo Fertiberia S.A. (Espanha). O Grupo Fertiberia S.A. é o maior produtor de fertilizantes da União Europeia, com 12 fábricas, das quais 2 em Portugal, 3 na Argélia e 7 em Espanha, com uma capacidade total próxima a 8 milhões de toneladas. A Fertiberia está construindo uma nova fábrica de amoníaco na Argélia, que terá uma capacidade 1.3 milhões de toneladas. As fábricas do Grupo Fertiberia dedicam-se à produção de matériasprimas nitrogenadas, como o amoníaco, a ureia, ácido nítrico e outras; produtos simples; produtos especiais, como sais para fertirrigação; produtos finais, como NPK, granulados, sólidos, dotados das mais sofisticadas tecnologias. Avilés - Espanha
O empenho na qualidade de todos os produtos fabricados pela empresa é absolutamente prioritário, desde o aprovisionamento das matérias-primas até a aplicação do produto final. Todas as fábricas possuem a Certificação ISO 14.001:2004, assim como o A.A.I. (Autorizações Ambientais Integradas). As empresas do Grupo da Fertiberia estão na vanguarda da tecnologia e desenvolvimento, com forte aposta em I+D+I, várias parcerias e projetos de investigação com universidades federais e fundações privadas. A Fertiberia Brasil comercializa a gama de fertilizantes específicos sólidos, que são produtos NPK, com macronutrientes secundários e micronutrientes no mesmo grânulo, diferenciados com tecnologia. A eficiência dos produtos é assegurada pelo KnowAlverca - Espanha
-how do Grupo Fertiberia. A Fertiberia Brasil, com uma equipe comercial de agrônomos preparados para prestar atendimento aos seus clientes, está presente atualmente em 4 Estados: São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná. Pretende em 2013, crescer e apostar nos estados mais a Norte, como Ceará. Hoje, os fertilizantes Específicos da Fertiberia Brasil, devido aos resultados comprovados no aumento da produtividade, são vendidos em culturas como cana–de-açúcar, soja, café, milho, banana, HF e outras. Os produtos mais vendidos são para plantio, o FERTISUPER C-VIDA®, e para cobertura, o SULFAZOTO COAT®. Com a sua tecnologia, tem permitido aumento de produtividade das culturas e maior rentabilidade para o produtor agrícola. Palos - Espanha
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Lenda Viva
Vou te contar
uma história!
Com personalidade marcante e muito carismático, o pecuarista e piloto Borsari, pescava e caçava por hobby. Hoje, é considerado um dos caçadores e pescadores mais antigos de Passos
Simpáticos, sorridentes, criativos e conversadores, os pescadores têm muito o que contar. Mesmo sujeitos à chuva, sol, dias sem dormir e saudades da terra, tentam manter o riso. A profissão é antiga, mas aos poucos foi se modernizando, tornando-se difícil para quem não consegue se adaptar. Amos Borsari, 86, filho de Dr Fortunato Borsari e Cândida Donabella Borsari, nasceu e reside em Passos/MG. Quando criança, vivia na Chácara da Dona Cândida. Anos depois, estudou em um internato na cidade de São Paulo, onde ficou por pouco tempo e logo retornou à cidade natal.
Com personalidade marcante e muito carismático, o pecuarista e piloto Borsari, pescava e caçava por hobby. Hoje, é considerado um dos caçadores e pescadores mais antigos de Passos. Em 1949 casou-se com Maria Valéria Lemos Borsari, mas antes, concluiu o curso de piloto, ofício que exerceu até meados de 1955. Tem dois filhos: Alex Borsari e Elizabeth Borsari, cinco netos e nove bisnetos. Amos morou na chácara praticamente sua vida toda. Pescava no Brasil todo: Goiás, Mato Grosso, Tocantins (vários rios e afluentes), mas sua paixão era mesmo a Ilha do Bananal, maior ilha fluvial do mun-
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do, cercada pelos rios Araguaia e Javaés, e os peixes: Pirarucú, Jaú, Dourado, Pirarara, entre tantos outros. Caçava praticamente de tudo, codorna, perdiz, paca, veado, jacaré (inclusive já matou muita onça); a caça foi abandonada ha muito tempo pela sua proibição. Por isso, também passou a se dedicar exclusivamente à pesca. Viajava pelo menos uma vez por ano e ficava durante 30 dias com os amigos. Primeiramente com o Sr. Otto Krakauer, com quem foi pela primeira vez à ilha do bananal, e depois com os companheiros de sempre: Ézio Joele, Farid Esper Kallas, Expedito da farmácia, entre outros, que ele sempre se lembra com muita saudade. “Pescava e caçava bastante e trazíamos muitos peixes e carne de caça para casa, mas os tempos mudaram”, lastima Amos.
História de pescador
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“Eu vou te contar uma que você não vai acreditar”, assim começam todos os pescadores, antes de contar algo que só eles acreditam. Como o ditado diz: É tudo história de pescador. “Uma vez pesquei lá no Araguaia um peixe de 149 kg. Estava eu e um moleque pirangueiro (geralmente menino de descendência indígena que ajuda pescadores em troca de uma gorjeta), e com muito custo conseguimos arrastar esse peixe até a praia. Um dos maiores que já peguei”, finaliza Amos.
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Amos numa caçada de Perdizes
Farid, Amos e Expedito em um bom dia de pescaria: um Cachara e outro Pirarucu fisgados, registro da história de Amos
Otto Krakauer, Ézio Joele e Amos, a prova dos velhos e bons tempos de caça
83 35 9117-7858 | 8872-8403
Artigo
Afecções de Cascos em bovinos exige cuidados e prevenção
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por Cláudio Eduardo Costa Nader
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A erosão do talão também é conhecida como podridão de talão e “V preto”. É uma lesão caracterizada por perda irregular de tecido córneo do bulbo e parte da sola, que leva ao desbalanceamento dos membros, sequela comum decorrente das dermatites digitais, interdigitais e laminite. Como a dermatite é causada por uma bactéria gram-negativa, denominada Dichelobacter nodosus, que age na destruição dos tecidos córneos me-
diante a produção de proteases, Espiroquetas podem estar envolvidas, mas ainda faltam estudos detalhados sobre os agentes infecciosos responsáveis. Na região do talão ocorrem escoriações e ondulações, com a presença de sulcos paralelos à coroa do casco, e há uma proliferação compensatória de tecido de má qualidade e retração do tecido córneo, expondo-o com maior probabilidade a infecções secundárias. Observa-se uma faixa escura em for-
ma de V, que se estende diagonalmente através da parte posterior do talão. Podem atingir a região muralha axial, sendo causa frequente de pododermatite séptica (broca). Essa incidência pode ocorrer após infecção crônica da pele digital e interdigital, bem como seguida de uma laminite (dieta desbalanceada), ou mesmo devido à exposição a elementos abrasivos (pisos, pedras) e ao acúmulo de matéria orgânica e umidade.
sequentemente, gerar novas lesões, como a úlcera de sola, abscessos, hematomas, dentre outras. Aconselha-se manter como rotina da fazenda o pedilúvio, o casqueamento e as observações diárias dos animais, pois quando acometidos, permanecem com o membro afetado levantado e com a região das pinças fincadas ao piso, preservando o talão.
rela Gui st a
E
Com a perda do tecido córneo, o talão não cumpre bem seu papel de amortecedor. Com o agravamento da erosão, o desconforto é evidente, acentuando a claudicação. O animal perde a estabilidade e se recusa a andar, propiciando o surgimento de mais lesões devido à má distribuição do seu peso corporal sobre o pé. Cuidados Primeiramente, deve-se conduzir o animal calmamente ao brete de contenção e fazer a assepsia do local afetado com produtos antimicrobianos. Depois, é preciso aparar os cascos nivelando a sola e limpar a parte axial para evitar acúmulo de dejetos na região interdigital. Em seguida, com uma rineta, retirar toda a porção necrosada do talão, em movimentos suaves e contí-nuos, tentando evitar a sua retirada excessiva, a fim de manter a integridade dos aprumos. Misturar uma solução de iodo 10% com antibiótico em pó e colocar em um pedaço de algodão. Fazer uma bandagem e retirar após três dias, repetindo o curativo conforme a necessidade e grau da erosão. Nos casos mais graves em que ocorram a retirada excessiva do talão e o descolamento da sola, o uso do “taquinho de madeira” é importante para aliviar o desconforto. Vale lembrar que é um procedimento que requer técnica e prática, pois mal conduzida, pode sanar a erosão, mas prejudicar os aprumos e, con-
Casqueamento Bovino (35) 9869-0860 (14) 9665-5014 casqueamentobovino@hotmail.com
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Artigo
Aspectos técnicos e práticos para otimizar a produção de leite
| novembro/dezembro 2012
por Carlos Giovani Pancoti; Geraldo Benedito de Souza Almeida
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A atividade leiteira no Brasil avança rapidamente na qualidade genética dos rebanhos, no plano nutricional dos animais e na gestão da produção. Cada vez mais os pecuaristas estão se profissionalizando com o intuito de produzir leite com mais eficiência. Esse aumento na eficiência ficou mais evidente de sua necessidade nos últimos anos, onde os produtores tiveram que lidar com aumento dos insumos (soja, milho, entre outros), estiagem e diminuição do preço pago pelo leite. Infelizmente, esses fatores que interferem nos preços dos grãos ou do leite, são efeitos do mercado, o qual é quem determina os valores. Porém, existem fatores em que o produtor tem partici-
pação direta, como o manejo e a estratégia alimentar do rebanho, que são os principais impactantes na produção. Um grande passo dado no manejo alimentar foi o fornecimento de dieta total (TMR). Nesse tipo de manejo, os animais tem acesso a uma dieta completa, buscando atender as necessidades nutricionais, diminuindo efeitos de seleção de ingredientes pelo animal, reduz riscos de acidose e possibilita melhor avaliação do que está sendo ingerido pelo animal. Outro ponto em que soma é a correta formulação das dietas, pois é a partir do balanceamento dos diferentes nutrientes que compõem uma dieta que se consegue a produção desejada e se mantém a saúde dos animais.
Em relação à silagem de milho, a determinação do ponto ideal de corte no momento da ensilagem é fator fundamental para a produção de forragem de boa qualidade. A silagem colhida com teor de matéria seca (MS) entre 32 e 38% terá melhor fermentação e, se tomados todos os cuidados no processo, vai permitir maior consumo e, consequentemente, melhor desempenho animal. Avaliações frequentes da MS da silagem são importantíssimas, pois irão prevenir o fornecimento insuficiente ou excessivo de nutrientes. Um método simples de avaliação da MS da forragem seria a utilização de um forno de micro-ondas.
Um grande passo dado no manejo alimentar foi o fornecimento de dieta total (TMR). Nesse tipo de manejo, os animais tem acesso a uma dieta completa, buscando atender as necessidades nutricionais Além dos nutrientes propriamente ditos que compõem uma dieta, como proteínas, carboidratos, gorduras, minerais e vitaminas, existem substâncias incluídas conhecidas como “aditivos”, que podem promover melhorias no desempenho através da elevação da eficiência de utilização destes nutrientes. Entre os aditivos mais utilizados na alimentação de bovinos leiteiros destacam-se os ionóforos, os antibióticos promotores de desempenho, as leveduras e os tamponantes. Entre esses, os antimicrobianos (ionóforos ou antibióticos) são os que apresentam a maior segurança aos pecuaristas em relação aos benefícios à produção leiteira. São utilizados amplamente em diversos países, entre eles o Brasil e Estados Unidos. A União Europeia somente permite seu uso para fins medicinais.
Ionóforos e antibióticos Os ionóforos e antibióticos agem no rúmen provocando melhoria no processo fermentativo através da inibição das bactérias Gram-positivas. Como resultado, aumentam a eficiência do metabolismo energético e proteico; reduzem a produção de ácido lático e metano no rúmen; efeito anticoccidiano e diminuem a incidência de timpanismo e acidose ruminal. Em resumo, aumentam a eficiência alimentar e a produção leiteira. Os ionóforos mais comuns são a monensina, a lasalocida e a salinomi-
Forragem fermentada, silagem
Forragem in natura
cina. A virginiamicina é um antibiótico que além de proporcionar os efeitos citados anteriormente, controla de forma eficiente as bactérias responsáveis pela redução do pH ruminal, reduzindo os riscos de acidose ruminal. Em vacas leiteiras, seu fornecimento tem tido ótimos resultados em rebanhos de elevada produção, as quais ingerem grandes quantidades de concentrado.
da fibra, promovem a manutenção do pH ruminal, aumentam a eficiência alimentar e auxiliam em promover maior consistência nas fezes das vacas. Com essa combinação de efeitos, as leveduras podem levar a um significativo incremento na produção de leite (0,8 a 1,2 kg leite/animal/dia). Deve-se salientar que apresentam colonização transitória, ou seja, necessitam de administração contínua na dieta. Esses aditivos são importantes ferramentas nutricionais, e promovem bons resultados nas propriedades que possuem correto balanço nutricional da dieta aliada a boas práticas de manejo. Porém, não substituem uma correta divisão de lotes, disponibilidade de água em quantidade e qualidade para os animais, volumoso de qualidade, conforto térmico e de instalações, entre outros. Logo, o produtor, juntamente com a assessoria técnica que ele recebe, deve sempre alinhar tecnologias às praticas de manejo e alimentação, de modo a obter o máximo do potencial produtivo dos animais sem afetar negativamente a saúde e reprodução, resultando em retorno financeiro com o máximo de eficiência.
Tamponantes Os tamponantes como o bicarbonato de sódio e o óxido de magnésio, são importantes agentes inseridos nas dietas com o objetivo de diminuir os riscos de acidose e as respectivas perdas ocasionadas por diminuição no consumo, queda na produção e gordura no leite. São importantes no intuito de controlar a queda do pH ruminal e minimizar os riscos de acidose e outros distúrbios metabólicos. São recomendadas inclusões de 0,6 – 0,8% sobre o consumo de matéria seca ou 1,2 – 1,6% no concentrado.
Leveduras As leveduras mais utilizadas na nutrição são do gênero Sacharomyces. Quando utilizadas nas doses corretas, agem modulando a fermentação ruminal reduzindo o oxigênio disponível no rumen (os microorganismos ruminais são sensíveis à presença de oxigênio), aumentam a digestibilidade
Welvany Martins Agropecuária Life Pec São João Batista do Glória/MG Fone: (35) 9152 0832
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Tradição Familiar | novembro/dezembro 2012
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Pimenta A atividade exercida por diversos produtores de forma artesanal, passou a ser administrada de forma profissional pelos irmãos Marcos Antônio Vilela e Clésio Vilela, em Carmo do Rio Claro/MG, há oito anos. A ideia de investir em um novo segmento de produção surgiu através do pai, o produtor e político Pedro Henrique Vilela, já falecido, que gostava de presentear com um vidro de pimenta. Assim, tudo começou.
para todos os gostos Marcos e Clésio cultivavam batata, café e milho. Mas deixaram essa atividade para apostar na plantação de pimenta. O início não foi nada fácil, pois como diz o ditado: “pimenta nos olhos dos outros não arde”. Tudo era complicado, o plantio, a colheita, o armazenamento dos frutos e a comercialização.
O começo foi tímido, com a pimenta Cumari, hoje, os irmãos plantam espécies nacionais e de outros países. A empresa comercializa molhos especiais das espécies Bhut Julokia (considerada a mais ardida do mundo), Cumari, Biquinho, Cayena, Malagueta, Habanero, Tabasco e também as pimentas em conserva. Outras espécies vão
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Marcos e Clésio Vilela na sede da Pimenta Fogo Mineiro
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sendo testadas e plantadas. Marcos, que é técnico agrícola, afirma que não se arrependeu da decisão tomada de abandonar a cultura do café. Ele está feliz com os resultados conquistados nos últimos anos, com a venda de pimentas. Em oito anos, a Pimenta Fogo Mineiro conquistou um bom mercado e expande suas vendas por diversas regiões do País. Cresceu o plantio de variedades e a diversidade de produtos da empresa. Tanto que industrializam a marca Fogo Mineiro e prestam serviços para outras indústrias de São Paulo e Minas Gerais. O molho de pimenta, que tem agradado muitos consumidores tem um segredo só: qualidade. A safra colhida em um ano é preparada e comercializada no ano seguinte. Tudo devidamente analisado por uma nutricionista. Segundo Marcos, esse processo deixa o molho com um sabor especial
e garante a qualidade do produto. Em 2011, eles produziram 20 toneladas de molho de pimenta, que estão sendo comercializadas. Este ano eles plantaram 12 hectares e já se preparam para enfrentar o mercado da Copa do Mundo que se aproxima.
Em oito anos, a Pimenta Fogo Mineiro conquistou um bom mercado e expande suas vendas pelo país
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