Terra Boa Agronegócios - Ed 06 Jan/Fev 2013 - Xapetuba Agropecuária

Page 1

agronegócios ano 2 | edição 6 | janeiro/fevereiro 2013

Xapetuba Agropecuária Eficiência, qualidade e muito leite

Assessoria Os 10 anos da Leite Gir

Equinocultura A reconhecida genética D2

Cafeicultura Café Gourmet conquista novos mercados






Leia na Terra Boa agronegócios

EXPEDIENTE Terra Boa Agronegócios é uma publicação bimestral da Editora Doce Mar ano 2 | edição 6 | janeiro/fevereiro 2013 Direção executiva Bolivar Filho terraboaminas@hotmail.com Conselho editorial Bolivar Filho, Denise Bueno Edição Bolivar Filho Denise Bueno denisebueno@multimarketing.ppg.br Projeto gráfico Edição de imagens e DTP Multimarketing Comunicação Cleiton Hipólito / Dalton Filho cleiton@multimarketing.ppg.br daltonfilho@multimarketing.ppg.br Jornalista Responsável Denise Bueno – DRT/MG 6173 denisebueno@multimarketing.ppg.br Redação Enio Modesto Graciela Nasr Heloisa Aguieiras Revisão Ruller Rodrigues rullerrodrigues@hotmail.com Fotos Reginaldo Faria reginaldofaria@r7.com Impressão 3 Pinti Editora e Gráfica

13 CAPA Xapetuba Agropecuária: Produção de leite em escala

20 HISTÓRIA A 50ª Expass

24 ASSESSORIA Leite Gir, Genética e Manejo

31 EQUINOCULTURA A genética D2

36 EQUINOCULTURA IV Copa Amigos do Tambor

Tiragem 10 mil exemplares A Revista Terra Boa Agronegócios não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados e informes publicitários. Revista Terra Boa Agronegócios Av. Com. Francisco Avelino Maia, 3866 Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252 www.facebook.com/terraboa.agro terraboaminas@hotmail.com Envie a sua história ou curiosidade relacionada ao campo para a Terra Boa Agronegócios!

40 EQUINOCULTURA NCHA Futurity

42 CAFEICULTURA Café Gourmet: paladares exigentes

44 TRADIÇÃO FAMILIAR Empório da Terra

46 GASTRONOMIA O pão de queijo dos mineiros

50 POLÍTICA Uma nova esperança

54 INFORME Case IH-Máquinas

58 INFORME Mais tecnologia, mais milho

60 GRANDES FAZENDAS Fazenda Água Limpa e seus causos


José Pereira Lima Netto 1928 – 2013 O filho ilustre de Mococa/SP, José Pereira Lima Netto, faleceu na sua terra natal, no dia 5 de janeiro, aos 85 anos. Filho de José Pereira Lima Filho e Maria Brígida Figueiredo Lima, José Pereira dedicou sua vida à agropecuária, bem como a ações sociais e políticas de sua terra. Casado com Dulce Ribeiro Pereira Lima é pai de sete filhos: Marília, Heloísa, José, Maria Silvia, Marcio, Ana Maria e Américo, dos quais quatro continuam o trabalho iniciado pelo pai: José Pereira, Marcio, Marília e Américo. Empreendedor e dinâmico, esse paulista começou a trabalhar cedo nas atividades agropecuárias e se dedicou ao desenvolvimento do agronegócio na cafeicultura, na produção leiteira, na criação de cavalos Mangalarga Pantaneiro e muares. Entre tantas atividades, tinha como paixão a pecuária leiteira e a criação de cavalos Mangalarga, tanto que foi pioneiro ao fundar a Associação do Cavalo Mangalarga Pantaneiro do Mato Grosso. Em Mococa este grande conhecedor do meio rural tinha duas propriedades: Fazenda Contendas de Cima e Fazenda Boa Vista. Em Rondonópolis/MT possuia a Fazenda São José das Águas. Na agropecuária fez amizades com grandes produtores como Olavo Barbosa e José Coelho Vitor e conquistou muitos amigos ao longo da sua vida. José Pereira também encontrou tempo para desenvolver atividades sociais e políticas. Foi presidente da Câmara Municipal e Diretor da Companhia de Força e Luz de Mococa. Na sua contribuição para a pecuária leiteira foi presidente por 20 anos da Cooperativa dos Produtores de Leite de Mococa e membro da Diretoria da Cooperativa Paulista.

agronegócios





Você sabia que a revista Terra Boa pode ser acessada pelo seu computador e tamb�m por disposi�vos móveis como o tablet ou smartphone? Acesse e tenha uma boa leitura!

h�p�//issuu�com/terraboa

Anuncie na Terra Boa e faca bons negócios!

´

35 3522-6252 | 9213-6432 | terraboaminas@hotmail.com

www.facebook.com/terraboa.agro


Capa | janeiro/fevereiro 2013

12

Ashley Bradley FIV 1/2 sangue Grande Campe達 Patos de Minas 2012 Grande Campe達 S. J. do Rio Preto 2012 Campe達 Novilha S棚nior Mega Leite 2012


Produção de leite em escala com genética de ponta 13


A Xapetuba Agropecuária trabalha com o melhoramento genético das raças Gir Leiteiro e Girolando, visando o melhor desempenho na produção leiteira; trabalho que tem como meta atingir 20 mil

| janeiro/fevereiro 2013

litros/dia.

14

O produtor rural e engenheiro José Antônio Silveira fundou a Xapetuba Agropecuária, em Uberlândia, no ano de 1985, explorando de início a cafeicultura. Logo depois investiu no melhoramento genético da raça Simental, na avicultura e suinocultura. Em 2008, os investimentos foram direcionados também para a pecuária leiteira em um projeto inovador e audacioso, por meio do qual a Xapetuba pretende produzir 20 mil litros de leite/dia. A produção de leite foi iniciada em 2011 e já atingiu o volume de 7.000 l/dia; a meta é chegar aos 50% da produção prevista no primeiro semestre de 2014.

A primeira impressão ao chegarmos à Xapetuba e conhecermos o “Projeto Leite” é de desafio, entretanto o projeto já nasceu grande e bem organizado. Thiago Silveira, administrador da fazenda e gestor do projeto, explica que começaram do zero, por isso tiveram condições de planejar tudo. “Fizemos mais de 30 visitas em propriedades nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e também fora do país, nos Estados Unidos, com isso conseguimos entender os diversos sistemas de produção, bem como conhecer as raças especializadas e assim poder definir a melhor opção para nosso clima e região”. O primeiro passo,


em 2008, foi a compra de 30 doadoras das raças Gir Leiteiro e Girolando de renomados criatórios do País, assim como MUTUM, CALCIOLANDIA, BRASÍLIA, PALMA, JMMA, VILA RICA E KUBERA. Em seguida foi realizada uma estação de reprodução de 4 meses que resultaram em 500 prenhezes de 1/2 sangue, 3/4 e 5/8 produzidas através da FIV, filhas dos principais touros Holandeses do mercado. As primeiras bezerras nasceram em 2009 quando já havia sido construída a estrutura de recria e mamada controlada. Enquanto os animais eram recriados e preparados para entrar em reprodução, a infraestrutura necessária surgia:

clima, e ainda muito produtivo já que é manejado em uma estrutura com instalação projetada e tivemos tempo de capacitar nossa mão de obra.”, disse Thiago Silveira. Na fase de projeto das estruturas a empresa teve a oportunidade de contar com a consultoria do médico veterinário, Cassimiro César de Castro, proprietário da Applic, empresa que presta serviços para pecuária de leite e corte, e que hoje é responsável pela produção, reprodução e qualidade de leite da fazenda. Na construção das instalações a experiência de José Antônio como engenheiro foi fundamental, o custo de

A população mundial está crescendo e vai continuar crescendo”, analisa o patriarca citando países emergentes como a China, Índia e o próprio Brasil em que o consumo de alimentos, especialmente os derivados do leite, aumentou nas últimas décadas. A experiência de quase 20 anos na criação de animais para produção de carnes – como frango, suíno e bovino – e, nos últimos tempos a experiência com a produção de leite, dão condições para pai e filho confiarem no sucesso desse projeto. Atualmente, a média de produção na fazenda é de 23 litros por vaca, pro-

pista de alimentação, centro de manejo, bezerreiro, ordenha e a sala de leite, com capacidade para armazenar até 50% mais que a produção estimada, ou seja, 30 mil litros/dia. “O nosso projeto é ambicioso, mas fizemos investimentos importantes na base genética de nosso plantel o que nos possibilita produzir leite de qualidade com ótimos percentuais de sólidos, e acima de tudo formamos um plantel dócil, longevo, prolífero, adaptado ao nosso

implantação e os mínimos detalhes de acabamento foram analisados com muito critério. Assim a estrutura necessária foi surgindo de forma funcional para o manejo do rebanho, bem como para a maior praticidade e economia nas operações desenvolvidas da atividade. “Eu vejo com entusiasmo, vejo com muita esperança, o agronegócio em geral, especialmente o mercado de lácteos.

dutividade próxima da meta que é de 25 litros. O sistema leiteiro da fazenda tem capacidade para alojar 800 vacas em lactação. No começo de 2014, o grupo pretende atingir 10 mil litros, com 400 cabeças. Hoje, 300 vacas estão em lactação dos 1.200 animais do plantel.

15


Parceria Para fomentar mais o Projeto Leite, Thiago Silveira firmou parceria com o pecuarista, João Carlos Valeriano, proprietário da central da Brasil Embyo, empresa especializada em FIV. A Xapetuba disponibilizou as doadoras e a Brasil Embyo foi responsável pela reprodução e fornecimento de receptoras. O objetivo conquistado era produzir animais ½ sangue geneticamente comprovados, dentro de um menor espaço de tempo. João Carlos, conta que está entusiasmado com o resultado da parceria, pois teve a oportunidade de formar um rebanho com doadoras de muita qualidade. “O resultado não poderia ser outro, os melhores touros Holandeses do mercado acasalados com as doadoras Gir leiteiro da Xapetuba é garantia de sucesso”, diz João Carlos. O objetivo também é disponibilizar para o mercado produtos F1 diferenciados, com progênie consistente tanto de pai como de mãe, o que garante a esse animal mais chance de ganho genético nas características leiteiras.

Destaques

| janeiro/fevereiro 2013

Entre os animais de destaque da propriedade está a doadora, Ashley Bradley FIV da Xapetuba, grande campeã em Patos de Minas, São José do Rio Preto e Campeã Nacional “Novilha Sênior” da Megaleite 2012. No Simental, a Xapetuba Agropecuária também conquistou importantes premiações na pecuária Nacional. O currículo de José Antônio Silveira inclui três edições (2003, 2004 e 2006) como o Melhor Criador no ranking paulista, Melhor Criador da Feicorte (Feira Internacional da Cadeia Produtiva de Carne), realizada em São Paulo, também três vezes (2002,

16

A hora da mamada: cuidado especial com o leite das bezerras

A sala de ordenha da Xapetuba foi projetada para a produção de 20 mil litros/dia

2003 e 2006), Melhor Expositor Nacional, e em 2006, vencedor do prêmio “The Best”. Atualmente a seleção de Simental é manejada a pasto com foco na adaptabilidade dos animais ao clima tropical. O agronegócio dos Silveiras é diversificado, com um plantel de três mil matrizes suínas, que geram mais de 80 mil leitões por ano, além de aviários que produzem 50 mil frangos a cada 35 dias para exportação através da Brasil Foods. A pecuária de leite é a mais recente atividade do grupo e também segue o ritmo de produção em grande escala da empresa.

Toda essa estrutura poderá ser conferida de perto por criadores no próximo mês de maio, quando a Xapetuba realizará o evento: Xapetuba Genética e Leite na sua propriedade. O evento terá infraestrutura para dois leilões, Dia Campo sobre o Projeto Leite e, ainda, a participação das empresas parceiras da Xapetuba. A ideia é apresentar os novos conceitos de produção do Projeto Leite, para a troca de informações entre os produtores e técnicos. O público poderá conferir o evento pela TV no canal Terra Viva, que irá transmitir ao vivo os dois leilões programados para os dias 10 e 11 de maio.


17


| janeiro/fevereiro 2013

Principais Doadoras da Fazenda Xapetuba

18

Alpina Finest FIV

Alterosa Bradley FIV

Penn-Gate Finest ET X Feição TE F. Mutum Lac. Prev.: 8,073,72

Rockalli Bradley X Feição TE F. Mutum Lac. Prev.: 8,774,26

Africana Bradley FIV

Acceleration Taboo FIV

Rockalli Bradley X Sorte TE Alto Estiva Lac. Prev.: 9,145,73

Alta Taboo-ET X Oratória Jarro Cal Lac. Prev.: 6,729,78

Altesse Mischief FIV

Aurélia Bradley FIV

MorningView Mischief ET X Orquestra Alto Estiva Lac. Prev.: 8,966,67

Rockalli Bradley X Sorte TE da Alta Estiva Lac. Fech.: 6,327,73


Feição TE F. Mutum

Familia FIV F. Mutum

C.A. Sansão X Palma F. Mutum Lac. Ajust.: 12,459

Radar dos Poções X Moda F. Mutum Lac. Ajust.: 7,685

Koema FIV Vila Rica

Visagem FIV JMMA

C.A. Sansão X Solução de Brasilia Lac. Ajust.: 8,742

Efalc Paraiso Caju X Fada Vila Rica Lac. Prev.: 8,739

Inveja FIV de Brasilia

Rajapura TE Cal

Jaguar TE do Gavião X Soja de Brasilia Lac. Prev.: 6,264

Vale Ouro de Brasilia X Ema TE Pati Cal Lac. Ajust.: 7,950


História

(A força A

primeira exposição, realizada em novembro de 1943 no largo da Igreja Nossa Senhora do Rosário, hoje praça Geraldo da Silva Maia, comemorava o 13º aniversário de governo do Getúlio Vargas, mas sobretudo mostrava a força da pecuária do zebu e da produção agroindustrial do município. Foi denominada 1ª Exposição Agropecuária do Sudoeste de Minas. Esse evento ocorrido há exatos 70 anos foi realizado pela União Rural de Passos – fundada em 1938 – juntamente com

a Prefeitura Municipal, que tinha à frente Lourenço de Andrade. Mas, em seguida veio a famosa crise do zebu, que castigou duramente o setor. Outra exposição só ocorreu dez anos mais tarde, em 1953, e foi denominada “Exposição Comemorativa”. Ela aconteceu na região onde está hoje o Estádio Starling Soares, onde havia um campo de futebol. Nesse meio tempo, a política havia dividido os ruralistas em duas associações. A ARCIP - Associação Rural de Comércio e Indústria de Passos, criada em 1945, e a Associação Rural do Sudoeste Mineiro, em 1946. No ano de 1952, a Prefeitura doou à ARCIP a área onde está hoje o Parque de Exposições, com a finalidade de instalar no local a “Exposição Permanente Industrial e Agropecuária de Passos”, área que mais tarde foi transferida à “Rural”. As duas exposições anteriores não entraram na conta da Associa-

ção Rural que, em 1954, realizou na área do campo de futebol a 1ª Exposição Agropecuária e Industrial de Passos. No ano seguinte, 1955, a EXPASS transferiu-se definitivamente para a área do atual Parque, que recebeu o nome de “Adolpho Coelho Lemos” em 1966, mesmo ano em que foi criado o Sindicato dos Produtores Rurais de Passos, substituindo a Associação, por força de lei. Dificuldades no setor impediram a realização da EXPASS anualmente. Desde a 1ª EXPASS, em 1954, não foram realizadas exposições de 1960 a 1963; em 1970 e 1972; 1976, 1977, 1979 e 1980. A partir da 18ª EXPASS, 1981 em diante, ela vem acontecendo anualmente. Leonardo dos Reis Medeiros, atual presidente do SinRural de Passos, ressalta a importância da EXPASS: “As especializadas das raças Gir Leiteiro, Girolando e Nelore são todas do ranking nacional e

6ª Expass mostra o então governador magalhães Pinto, à mesa com o presidente João Querino, na antiga sede da Rural.

| janeiro/fevereiro 2013

Leonardo Medeiros

20


50a Expass

)

da tradição regional

Imagens: arquivo SinRural

pela qualidade do gado e importância dos criadores e expositores, a EXPASS se firmou entre as cinco mais importantes do Brasil”. Segundo ele, o sindicato de Passos permaneceu fiel às raízes, mantendo as exposições especializadas e torneio leiteiro, ao contrário da maioria que se transformou em meros eventos de lazer, com shows de música e outras diversões. “Aqui valorizamos o produtor rural, tanto que estamos na 15ª edição dos Jogos e Tradições Rurais, que reúnem em nosso parque as associações das comunidades rurais”.

Em 1966, o então presidente Jairo Andrade com Adolpho Coelho Lemos e irmãos, no obelisco onde foi fixada a placa dando o nome daquele ex-presidente ao Parque.

3ª Expass, 1956 mostra como era descampado o local, distante da cidade.

21


22

| janeiro/fevereiro 2013


23


Assessoria

10 anos

de dedicação ao Gir Leiteiro Imagens: arquivo pessoal; revista O Zebu no Brasil e ZznPeres

Luiz Ronaldo Oliveira de Paula é um grande conhecedor da raça Gir Leiteiro. Veterinário de formação, sempre atuou ao longo da sua carreira com a raça. Hoje é consultor na Leite Gir Genética e Manejo, com sede em Uberaba/MG, empresa que criou há 10 anos. Além de consultor, Luiz Ronaldo é também criador, o que aumenta o seu conhecimento sobre os animais e sobre o mercado que impulsiona o Gir Leiteiro no Brasil. O empresário está otimista; em 2013 a Leite Gir completa 10 anos de fundação e as perspectivas

| janeiro/fevereiro 2013

de crescimento da raça no País são excelentes.

24


Com especialização em Melhoramento Genético, Luiz Ronaldo iniciou a sua carreira junto ao Programa Nacional de Melhoramento do Gir Leiteiro – Embrapa/ ABCGIL como estagiário. Posteriormente, passou a fazer parte do corpo técnico do programa. Atuou como gerente por mais de 5 anos e por fim, prestou consultoria ao PNMGL.Nessa trajetória conheceugrandes criadores como: Rubens Resende Peres e Gabriel Donato de Andrade, que segundo ele muito contribuíram para a sua formação. Luiz Ronaldo também é juiz de pista, tendo trabalhado na formulação dos critérios de julgamento para o Gir Leiteiro, embora não exerça mais essa atividade. Nesses 10 anos a Leite Gir cresceu. Hoje existe um corpo técnico que atua no processo de consultoria. Mas, Luiz Ronaldo ressalta que uma migração do mercado fez com que a empresa atuasse gradativamente em maior proporção em leilões. Do primeiro leilão registrado em 1998, até os 115 registrados em 2012. O trabalho de assessoria nos leilões não é só comercial, mas fundamentalmente técnico. A empresa é responsável pela apartação e definição dos animais/lotes a serem licitados nos leilões, o trabalho abrange também a orientação quanto ao preparo dos animais, a captação e organização dos dados zootécnicos, a formatação do miolo do catálogo, além da sugestão quanto à ordem de entrada dos animais. Luiz Ronaldo atua também como comentarista. Procuramos prestar um suporte técnico abrangente, zelando por vendedores e compradores. O maior patrimônio é o próprio Gir Leiteiro.

Luiz Ronaldo destaca que a sua passagem pela Embrapa/ABCGIL colaborou decisivamente para que ele se tornasse um consultor. Hoje, como técnico reconhecido, ele destaca que a chegada de novos profissionais é extremamente importante para o crescimento da raça no país. Os desafios do setor não se resumem a exposições, torneios e pistas de julgamento, a produção com viabilidade econômica e em harmonia com o meio ambiente é o grande foco do processo seletivo. Segundo o consultor, o grande trunfo do Gir Leiteiro e da pecuária leiteira Nacional está na produção a baixo custo e em harmonia com o meio ambiente, aproveitando ao máximo os recursos das pastagens. Ainda segundo Luiz Ronaldo, o Brasil é pioneiro no processo de seleção tecnificadada raça para a produção leiteira.

Luiz Ronaldo destaca que a sua passagem pela Embrapa/ ABCGIL colaborou decisivamente para que ele se tornasse um consultor. Hoje, como técnico reconhecido, ele destaca que a chegada de novos profissionais é extremamente importante para o crescimento da raça no país.

Luiz Ronaldo entre grandes criadores de Nelore e Gir Leiteiro

25


“Hoje, o sucesso está vinculado ao uso correto das informações disponíveis no mercado. O êxito no processo de compra e venda tornou-se facilitado em função dessas informações cada vez mais acessíveis aos criadores”

O consultor que é filho e neto de produtores rurais é criador de Gir Leiteiro há 10 anos. Ele destaca que a pecuária leiteira nacional é terra fértil para a raça, mas que o sucesso passa também por políticas de incentivo ao setor, ressaltando o importante papel social dos produtores de leite, que atuam na manutenção do homem no campo, gerando empregos em proporção semelhante à indústria automobilística. O setor, entretanto, não tem o mesmo reconhecimento do Governo. Uma das novidades da raça é a produção do leite A2, livre da Beta Caseína 1, proteína relacionada a uma série de processos alérgicos em seres humanos. O resultado dessa pesquisa, será um dos grandes diferenciais da raça, colaborando para o aumento do consumo do leite oriundo da raça Gir. A raça no Brasil Apesar do processo de seleção genética ser demorado, Luiz Ronaldo destaca que em 1930 alguns produtores já trabalhavam nesse sentido, como as seleções C.A e F.B., que deram origem aos pilares C.A. Sansão e F.B. Nefrita. Embora marginalizados por boa parte dos criadores da época, um seleto grupo de pioneiros colhe hoje os frutos de mais de 70 anos de seleção. Segundo o consultor, a raça passou por outras etapas de relevante importância no processo evolutivo. O aprimoramento técnico proporcionado pela parceria Embrapa/ABCGIL e posteriormente a inclusão de empresários/investidores, permitiu crescimento ao Gir Leiteiro. Luiz destaca a importância da Terras de Kubera no processo, como difusor de genética melhorada.“Hoje, o sucesso está vinculado ao uso correto das informações disponíveis no mercado. O êxito no processo de compra e venda tornou-se facilitado em função dessas informações cada vez mais acessíveis aos criadores”.

| janeiro/fevereiro 2013

Adriano Okano, Kinkão, Léo Machado e Luiz Ronaldo

26



| janeiro/fevereiro 2013

Luiz Ronaldo e a LeiteGir

28



Equinocultura

A Serra da Boa Esperança não é o único bem de Dauto Barbosa. Além da paixão pela terra natal ele é um dos grandes criadores do cavalo Mangalarga Marchador, uma raça genuinamente

| janeiro/fevereiro 2013

brasileira.

30

Dauto Naves Barbosa é conhecido em todo Brasil através da sua marca D2, identificação usada em cada um de seus animais. Esse mineiro de Boa Esperança, de 68 anos, é um grande conhecedor da raça, genuinamente brasileira, e um apaixonado pelo Mangalarga. A sua paixão por cavalos começou cedo, aos 4 anos, e a sua entrada na equinocultura se deu como adestrador. Anos mais tarde ele se consolidaria no mercado, também, como criador. Além da doma e da criação, gosta de trabalhar os animais na lida do campo.


No seu criatório trabalha com 50 matrizes e 6 reprodutores. Com muito critério em seus acasalamentos acompanha o desenvolvimento da raça focado em um andamento macio e boa caracterização racial aliados a um bom temperamento. Dauto é também um estudioso e procura aperfeiçoar a cada dia as habilidades do adestramento que exerce desde os 22 anos. Tanto que já fez curso na Universidade do Cavalo e afirma que está sempre aprendendo algo. “Esse negócio está evoluindo muito, nós temos que estudar, aperfeiçoar as técnicas e aprender com todo mundo”. A equipe da revista esteve na sua propriedade, Fazenda Serrinha, em Boa Esperança, no início de fevereiro. Quando chegamos o encontramos no redondel, montando o Manto D2. Depois de um bom bate-papo no entorno do redondel, seguimos para a sede onde conhecemos Maria Regina, sua esposa, também apaixonada por cavalos, e grande companheira. Na sede banhada pelas águas do Rio Grande, móveis antigos e modernos convivem harmoniosamente em um ambiente que mostra a trajetória da

A genética

D2 31


família. Os garanhões premiados têm lugar de destaque na parede, juntamente com o piano. E entre uma história e outra, regada por um bom café e um bom queijo mineiro, conhecemos toda a paixão por cavalos da família Barbosa, que se estende para a segunda geração. As netas, Alice e Júlia, já são campeãs em pistas de competição e seguem os passos do avô. O neto, Paulo, de apenas 6 anos, não fica atrás. Trajetória

| janeiro/fevereiro 2013

Há 55 anos trabalhando com cavalos Mangalarga Marchador , selecionando e contribuindo consideravelmente para o desenvolvimento da raça, Dauto é um grande conhecedor do Mangalarga e dos cruzamentos que caracterizaram os cavalos em Minas Gerais e em São Paulo. Segundo ele, muitos “trambiques” foram feitos no cruzamento das raças nos dois estados. “Para mim, o nome correto da raça é Marchador

32

Mangalarga e não o contrário, porque tanto nos cruzamentos de Minas, como no de São Paulo, nós temos animais marchadores e, também, cavalo trotão”. Ele destaca o garanhão Colorado como um dos animais mais importantes da raça, pois hoje os melhores animais dos dois estados têm sangue do Colorado. Dauto defende a abertura do livro de registro para os criadores de São Paulo, desde que os animais não tenham sangue de raças exóticas. “Eu sou a favor do Livro Aberto, desde que os animais tenham a caracterização da raça, genética e sejam marchador, para que possam transmitir à genética”. Mas o criador ressalta que esse registro só é possível, hoje, com os poucos criadores paulistas que mantiveram a genética dos animais. Como adestrador ele é preocupado com a morfologia dos animais, aquele que tem boa embocadura, e que facilita o adestramento. A sensibilidade está na boca dos animais, que precisa ser conduzida com leveza para que não se tornem pesados na embocadura. Segundo o adestrador é preciso muita leveza para que o animal exponha todo o seu potencial. O cuidado começa com a quantidade de dias destinados ao treinamento, dois dias na semana. “Mais do


Como adestrador ele é preocupado com a morfologia dos animais, aquele que tem boa embocadura, e que facilita o adestramento. A sensibilidade está na boca dos animais, que precisa ser conduzida com leveza. Segundo o adestrador é preciso muita leveza para que o animal exponha todo o seu potencial. Com o Manto D2 pudemos observar o que ele consegue dos animais, passos sincronizados, saltos e elegância na marcha

33


que isso os animais se cansam e não respondem”. Com o Manto D2 pudemos observar o que ele consegue dos animais, passos sincronizados, saltos e elegância na marcha. Os animais de Dauto Barbosa são encontrados em todo País. A partir de 1980 a sua marca começou a ficar conhecida quando o seu garanhão Etíope de Alcobaça foi Tri-Campeão Nacional. Dauto prima pela qualidade, por isso os cruzamentos e uso de barriga de aluguel seguem critérios rigorosos. Ele não trabalha com embriões, mas comercializa sêmem e óvulos. A coleta é realizada na própria fazenda por veterinária da sua confiança, Raquel Chaves Barbosa, que é sua sobrinha. Entre seus animais preferidos está o Castiço D2 e o Enfeite D2, o mais solicitado pelo mercado. A sua seleção poderá ser conferida em leilão virtual programado para o dia 24 de março, que será transmitido pelo canal Terra Viva. Serão 15 animais de sua propriedade e 25 de convidados que

têm genética D2. Além desse evento, Dauto levará seus animais para exposições nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A sua paixão pela raça será retratada em um livro no qual a história do Mangalarga se mistura a sua própria história. O lançamento acontecerá juntamente com o leilão virtual programado para março. Netos A segunda geração de Dauto mostra a genética D2. A neta Aline Barbosa Junqueira, é uma amazona e já ganhou em provas de tambor motos e TV. Alice monta desde os 6 anos e hoje aos 16 anos participa de competições. Alice também atua como adestradora, uma arte que é herança de seu avô. “Eu gosto das provas funcionais que mostram o potencial do animal”. A irmã Júlia também participa de provas de tambor, além de Paulo que, aos seis anos, segue o mesmo caminho.

Marcaram a história da Tropa D2 Matrizes da genética D2: Rainha D2 - Ribana D2 - Orgia D2 - Querida D2 - Bonança D2 - Xarna D2 - Uberaba D2 – Fagulha - Serra Brava - Espadilha do Sertão - Lacraia D2 - Ligeira D2 - Boemia, Campeã Nacional. Primeira égua do ranking em 2003 - Java D2 - Lambada D2.

| janeiro/fevereiro 2013

Reprodutores: Abrigo D2 - Baile D2 - Enfeite D2 - Castiço D2 - Manto D2 - Irônico D2.

34


35


Imagens: Daniela Venturini

Equinocultura

IV Copa Amigos do Tambor

atrai competidores de todo Brasil A Copa Amigos do Tambor da FNSL (Fazenda Nossa Senhora de Lourdes), realizada nos dias 1º e 2 de fevereiro, em Jaguariúna/SP, cresceu. Chegou à 3ª etapa de sua 4ª edição com muitas novidades, como maior número de inscrições,

| janeiro/fevereiro 2013

mais dias de competição, novas categorias e premiação de R$ 66.000,00.

36

Nesta etapa a disputa foi realizada nas categorias Amador, Principiante, Castrados, Cavalo Iniciante Geração 2009, Potro de Ouro Geração 2008 e o super Tira Teima, aberto para todas as categorias (exceto Kids) com premiação e peso livre. Com muitas novidades apresentadas pela organização a cargo da R4 Publicidade e FNSL, e forte divulgação, a prova registrou o total de 1.043 passadas. Um número expressivo para o esporte. A 4ª etapa está agendada para os dias 29 e 30 de março de 2013. A excelente organização e a nova premiação garantida de R$ 66.000,00 mais a premiação extra para Etapa no Tira Teima foram elogiadas pelos participantes. No Tira Teima foram mais

R$ 1.000,00 para o 1º colocado da 2D, vencida por André Coelho e mais R$ 1.000,00 para o 1º colocado da 3D, vencida por Claudio Silva. O primeiro colocado da 4D, Luiz Fabiano Veloso, ganhou uma moto OKM. Com a soma dos rateios de R$ 2.821,00 na categoria Castrados e R$ 2.712,00 na Categoria Cavalo Iniciante, foram distribuídos um total de R$ 76.000,00 em prêmios. A categoria Castrados abriu acompetição às 9h na 6ª feira. O vencedor foi Sidnei Pereira Júnior x Johnny O Lenna com o tempo de 17.158s. Na categoria Cavalo Iniciante o vencedor foi Décio Talon x Legal Red com o tempo de 17.251s e na categoria Potro de Ouro o vencedor foi Sidnei Pereira Júnior x Atari Keys HR com o tempo de 16.896s. Na úl-

tima competição do primeiro dia, na categoria Tira Teima, o vencedor foi Marcos Monzinho x HomeRun Seven com o tempo de 16.990s. No sábado, 2 de fevereiro, a competição começou com a categoria Aberta Sênior com o vencedor Marcos Monzinho x Fishers Down Dash com o tempo de 17.085s. Na categoria Aberta Júnior o vencedor foi Sidnei Pereira Júnior x Áustria Apollo MRL com o tempo de 17.131s, na categoria Kids o vencedor foi o pequeno João Gabriel Bruno Batista x Sanremo Par La com tempo de 18.789s. A categoria Jovem A ficou com Luiz Arthur Bruno Batista x Mister Red Wars com o tempo de 17.691s, Jovem B Gabriel Figueiredo x Gazebo For Me com o tempo de 17.447 e Jovem C Louise Rugolo



Galeria IV Copa Amigos do Tambor

| janeiro/fevereiro 2013

x Muscicdancinglady com o tempo de 17.579s. Na categoria Amador a vencedora foi Nayara Della Rovere Costa x Windy Spring Costa com o tempo de 17.141s. Amador Principiante, Bruno Rodrigues Azenha x DontSmoke com o tempo de 17.579s e na categoria Master AndrĂŠ Morganti x Massey com o tempo de 17.749s e finalizou a prova, na categoria Feminina, LetĂ­cia Frezzarin Fae x Urania Agae com o tempo de 17.197s. O grande destaque nesta etapa da Copa Amigos do Tambor foi o Haras Raphaela que teve 17 vitĂłrias em 8 categorias.

38


39


Imagens: Hart Photos

Equinocultura

2012

NCHA Futurity O NCHA Futurity é o maior e mais prestigiado evento do calendário mundial de apartação. Esta modalidade começou em 1962 em Sweetwater, Texas, com 35 cavalos concorrendo a US$18.375 em premiação. Em 1967 o evento mudou para Fort Worth. Devido ao apoio do Will Rogers Coliseum, cidade de Fort Worth e o Fort Worth Chamber of Commerce, ele continua lá até hoje.

O maior e mais premiado evento mundial de apartação, o NCHA Futurity, teve na sua final a participação de três brasileiros. As provas foram realizadas entre os dias 25 de novembro e 15 de dezembro de 2012. Jayme Toledo de Resende, de Guapé/ MG, apresentou Smooth Miss Tari nas finais do NCHA Futurity na categoria Amador. Ele marcou nota 216 para conquistar 3º lugar e US$8.304 em premiação. Jayme também apresentou um segundo animal chamado Rubys High Brow Cat (High Brow Cat x Ruby Tuesday DNA) que parou nas semifinais, mas acrescentou mais US$1.250 ao seus ganhos. Armando Costa Neto, de Espírito Santo do Pinhal/SP, foi finalista da categoria não profissional mais cobiçada, a

Non Pro. Ele ficou em 7º lugar e levou um cheque de US$36.546. Filipe Resende Barbosa também foi finalista, obteve o 28º lugar entre 210 competidores na categoria Non Pro Limitado e US$3.930 em premiação. Ele apresentou o animal Sweet Smoke Lena (Sweet Lil Pepto x My Shorts R Smokin). Filipe também foi semifinalista na categoria Non Pro apresentando Sho Hot (Spots Hot x I Sho Spensive) marcando nota 211 e levando mais US$5.000 para casa. Já na classe Amador, o destaque foi o alagoano Marcus Vinícius Tenório Guimarães, com a égua Wings Ofa Lena (Quejanai salena x Dual Heritage), marcando 205 na final, ficando em 16º lugar entre 254 competidores, com ganhos de US$ 5.184 em premiação.

| janeiro/fevereiro 2013

My Pink Pony - Armando Costa Neto

40


Sho Hot - Filipe Rezende Barbosa

Smooth Miss Tari - Jayme Toledo Resende


Cafeicultura

Café Gourmet:

paladares cada vez mais exigentes A indústria de bebidas, entre as de gêneros alimentícios, foi uma das que mais cresceu em variedades nos últimos dez anos, o que poderia representar uma ameaça para o cafezinho brasileiro. Isso, no entanto, nem de longe aconteceu. O café é a segunda bebida mais consumida no país, perdendo apenas

| janeiro/fevereiro 2013

para a água, e vem conquistando cada vez mais espaço.

42


Com o paladar mais exigente e renda estabilizada, o brasileiro está levando para casa cada vez mais os chamados cafés finos, ou tipo gourmet. Além disso, esses cafés também vêm ganhando um espaço enorme, principalmente nos grandes centros, servido em cafeterias com ambientes mais sofisticados que, por sinal, vivem lotados. E tem mais: o avanço do consumo, que deverá chegar a 21 milhões de sacas neste ano, ocorre porque a tecnologia colocou o café em todos os lugares, da loja de sapato à joalheria, diz Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic. O programa de qualidade da Abic monitora atualmente 476 marcas de café. Dessas, 115 são classificadas como gourmet e 108 são classificadas como de qualidade superior. Em 2000, as marcas eram voltadas só para café tradicional, sem essa diferenciação de qualidade, conforme dados divulgados pelo jornal Folha de São Paulo. É o lado “fashion” do café que está em alta. Mas o outro lado dessa mesma moeda merece uma análise mais apurada. Da “porteira para fora” torrefadores, indústria, corretores e pontos de venda vêm ganhando com o café diferenciado. Da “porteira para dentro”, ainda há dúvidas se o produtor de café tem visto sua renda aumentar com o tal valor agregado ao produto. “O café era pago ao produtor, há pouco tempo, R$ 500 a saca e recentemente chegou a cair a menos de R$ 300”, diz o produtor de Altinópolis, Daniel Felippe, que continua investindo em diferenciais nas suas lavouras, para conquistar cada vez mais qualidade. Outros vêm obtendo bons resultados e dizem que vale a pena sim essa busca pelo diferencial, como é o caso do produtor de São Sebastião do Paraíso - terra conhecida pela profusão da produção de excelentes cafés – Ricardo Ferreira, que teve uma grata surpresa quando seu café foi avaliado como um dos melhores de toda uma região. “O café foi secado em lona e feito lotes de um dia no terreiro. Depois de ‘meia-seca’, era ajuntado e aferia-se a umidade dos grãos para uma secagem uniforme. Antes de fazer o benefício O produtor Ricardo Ferreira e o rebenefício de seu café

o café, descansou por 35 dias. Tudo isso foi acompanhado pelo engenheiro agrônomo e classificadores da Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso (Cooparaiso) para obter um café de alta qualidade”, conta ele. Entusiasmado, relata o resultado de tanto trabalho: “O café que teve a qualidade superior foi produzido em apenas um hectare da propriedade. No dia da venda, o preço médio de uma saca de café tipo 6 bebida dura era de R$ 513 e o meu café foi vendido a R$ 850 a saca”, por isso ele acredita no diferencial da qualidade. “Os produtores que conseguem ter um produto de qualidade superior têm obtido um preço diferenciado, uma vez que os consumidores estão cada vez mais exigentes e procurando por essa qualidade”. O presidente da Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), Carlos Paulino, também acredita nesse caminho. “É uma via de mão dupla, os produtores também estão recebendo ganhos extras por este café. Na Cooxupé, nós repassamos aos produtores valores superiores ao valor do mercado para cafés finos. Temos também os cafés extrafinos. Há produtor que chegou a vender uma saca de café a R$ 1 mil”, conta ele. Para o superintendente de Relacionamento com o Cliente da Cooparaiso, Paulo Sérgio Elias, “Este mercado emergente, em especial o mercado brasileiro, que em poucos anos será o maior mercado consumidor mundial, não pode deixar de ser foco da estratégia de negócios de qualquer torrador nacional e internacional. O melhor canal para que os pequenos produtores participem deste

‘nicho’ é o associativismo, através das cooperativas. O ganho destes produtores vai além da valorização do preço de venda da matéria na comercialização. O desenvolvimento de uma cafeicultura sustentável tem sido foco destas cooperativas em parceria com outras entidades governamentais ou não, apoiando estes produtores em toda fase do processo produtivo, de forma integrada, o que assegura a sua permanência neste mercado competitivo como mini ou pequeno produtor rural”, ressalta ele, dizendo que esta é sua visão pessoal do que tem visto com o crescimento desse “café especial”.

43


Tradição Familiar

r o t u d o r p o n e Onde o pequ

o d i t n a r a g e t n e i l c m te

| janeiro/fevereiro 2013

Uma das grandes dificuldades

44

dos pequenos produtores rurais é escoar seus produtos, encontrar clientela que dê valor naquilo que eles e suas famílias trabalham para produzir de sol a sol. Foi pensando em ter um comércio que valoriza os produtos orgânicos e artesanais que o produtor, e hoje comerciante, Laércio Ribeiro Faria, 35, montou há cinco anos em São Sebastião do Paraíso/MG o Empório da Terra, uma loja que tem mais de mil itens feitos por cerca de 50 produtores, todos da região.


Filho de produtor de café, Laércio seguiu os passos do pai, porém queria que os produtos que ele, os vizinhos e os parentes produziam, chegassem à cidade e tivessem clientela. Hoje, além do café, a família produz mel e derivados, além de alguns grãos. É no Empório da Terra que o cliente encontra mel, rapadura, ovos caipiras, massas caseiras, queijos, goiabadas, geleias, uma grande variedade de ervas para chás, grãos, farinhas, temperos vendidos a granel, cachaças premiadas, uma variedade imensa de pimentas, cafés finos, linha de oliva (óleos, balas, sabonetes), entre muitos outros produtos. “Faz parte da filosofia da empresa dar oportunidade ao pequeno produtor local que antes não tinha lugar para comercializar sua produção, porque colocar um produto novo nas grandes redes de mercados, por exemplo, é muito difícil. A loja nasceu para ser um local de garantia da venda do produto, um canal para escoar essa produção diferenciada”, conta Laércio. O sucesso aconteceu. “Há produtos, como a rapadura, a cuja demanda não conseguimos atender. A abertura da loja foi boa para os dois lados do negócio: para mim, pois vendo produtos exclusivos e diferenciados e preciso muito desses fornecedores e para eles que hoje têm onde vender o que produzem. Eu sempre vi meu pai com dificuldade de comercializar aquilo que nós produzíamos, então quis encontrar uma solução. A produção se perdia por falta de lugar para vender e nós ficávamos sem renda”, explica.

Tal linha de produtos foi aumentando e caindo, cada vez mais, no gosto da freguesia. Assim, o primeiro endereço ficou pequeno e agora a loja, totalmente reformulada, está em um local mais nobre e maior. Com o novo espaço, o comércio também se transformou ganhando “uma cara” e se transformando em uma marca. A empresa passou a desenvolver uma identidade, com a adoção de ilustrações com personagens que formam uma família, significando que o produtor familiar faz produtos de qualidade que a família pode consumir com confiança. “A marca foi registrada há cerca de três anos e sua formulação já está quase pronta, o que vai beneficiar diversos produtores que terão um rótulo para seus produtos”, diz Laércio. O espaço foi redecorado e reformulado para a adequação dessa identidade, com papelaria própria (cartões de visita, folders, sacolas de dois tamanhos, entre outros), além de divulgação através das mídias sociais e publicidade em veículos de comunicação regionais. Neste ano, deve ficar pronto o projeto para franquias. Laércio reconhece que seus clientes possuem dois perfis diferentes:

aqueles que buscam seus produtos motivados por questões de saúde, o que inclui consumidores para os alimentos sem lactose, sem glúten e sem gorduras; e os turistas, que querem levar produtos diferenciados e típicos da terra que visitaram. “Ainda encontro muitos à procura de alimentos vegetarianos e para a culinária oriental, que tem tido muita saída e estamos investindo neles”, diz o comerciante, que emprega hoje cinco funcionários. Tanta busca pelo comércio de itens de qualidade e pela valorização daqueles que os produzem levou ao reconhecimento. No começo do ano, Laércio foi contemplado com o prêmio “Jovem Empreendedor”, promovido pela Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso, em parceria com Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável (CMDS).

A história Segundo Laércio, o Empório da Terra nasceu para ser essencialmente um espaço de comercialização de hortifrúti orgânicos, porém, na prática, isso não ocorreu. “Nós não conseguimos manter apenas essa linha de produtos. Não tínhamos clientela que a consumisse porque muitos ainda desconheciam os benefícios dos orgânicos, então decidimos adicionar outros produtos em nossa linha”.

45


46

| janeiro/fevereiro 2013

Gastronomia


O Bendito Pão de Queijo dos Mineiros Imagens: Dalton Filho

A receita é tradicionalíssima em Minas Gerais, mas tem variações e diversidade de sabor conforme os ingredientes utilizados. A sua origem ninguém sabe, mas acreditase que esta quitanda, tipicamente brasileira, tenha sido produzida a partir do século XVIII em Minas e Goiás. Na década de 50 do século passado

A certeza é uma só: pão de

queijo e café resulta em uma dobradinha saborosa. Na base da receita está o polvilho, azedo ou doce, mais ovos, óleo, leite, sal e o queijo, que dá um sabor diferenciado à massa conforme o tipo: Parmesão, Muçarela, Minas Padrão ou o Queijo da Canastra. Para trazer a receita dessa iguaria para as páginas da Terra Boa Agronegócios buscamos na Emater/MG (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), no município de Muzambinho, a receita de Maria Aparecida Alves, a Cida, que foi selecionada para integrar o livro das melhores receitas de Minas, produzido pela Emater, quando a empresa comemorou seus 60 anos de fundação. A receita já foi testada e aprovada por muitos. É uma tradição familiar passada de geração em ge-

ração. Cida é uma líder atuante e já esteve à frente da Associação Comunitária do Bairro Macaúbas, que produz a marca de polvilho Piza. Esse polvilho traz na embalagem a sua receita; que hoje, com certeza, está em muitas mesas de cafés por este Brasil afora. “Se o polvilho é bom e a receita é boa, não tem erro”, disse.

conquistou o paladar dos brasileiros e de outros povos. Hoje, o produto dos mineiros é encontrado alémmar: na América, Japão e Europa.

47


O casal Cássio Minchillo e Elaine Chame recebeu gentilmente a equipe da Terra Boa em sua casa. Como grandes apreciadores da boa culinária, Cássio e Elaine possuem uma cozinha nos moldes das antigas fazendas mineiras, porém projetada com a modernidade de hoje. Um agradável e oportuno lugar em que pudemos testar a receita. Uma interessante coincidência, que descobrimos ao chegar ao local, é que a nossa anfitriã é natural de Muzambinho, cidade em que buscamos a receita desta edição. Depois dessa descoberta o prazer de preparar este Pão de Queijo ficou maior.

Os anfitriões Cássio Minchillo e Elaine Chame

“Que bom que é morder um bem quentinho saindo fumaça, de manhã com cafezinho e de tarde com cachaca” W. Marques

| janeiro/fevereiro 2013

Experimente! É muito fácil preparar a receita e, melhor ainda, é saborear essa quitanda ainda quentinha, saída direto do forno.

48


E o dos Paulistas Como dissemos acima, o pão de queijo tem variação de sabor conforme o ingrediente. Assim, fomos buscar uma receita mais típica do Estado de São Paulo, por utilizar na massa o polvilho doce. Os demais ingredientes são os mesmos, mas o resultado final é bem diferente. A receita acaba por mostrar em cada estado, em cada mistura, a diversidade do País e, também, uma só verdade: todos os sabores são deliciosos.

Pão de Queijo Mineiro Ingredientes: 1 litro de polvilho azedo 15 gramas de sal 100 ml de óleo 4 ovos Queijo à vontade Leite

Modo de Fazer:

Coe o polvilho Acrescente um copo de leite frio e sove bem, até que fique bem fininho. Escalde o polvilho com o óleo e uma xícara de leite quente (Coloque o leite e o óleo em uma panela e deixe esquentar, depois jogue a mistura sobre o polvilho). Deixe esfriar e acrescente os ovos e o sal. Misture os ingredientes e acrescente o queijo. Faça as bolas e asse em forno quente.

Ingredientes: 4 copos de polvilho doce 500g 1 colher de sopa de sal 1 copo de óleo (150 ml) 2 ovos 4 copos de Queijo Minas ralado 1 xícara de chá de leite Modo de Fazer: Coloque o polvilho em uma tigela grande. Aqueça o leite e o óleo até ferver a mistura. Escalde o polvilho com essa mistura e amasse bem. Deixe esfriar e acrescente os ovos, um a um, e o queijo. Faça as bolas e asse em forno quente.


Política

Surge uma nova esperança

para o Agronegócio Produtores rurais de Passos se reuniram com o deputado federal Renato Andrade, na manhã de 25 de janeiro, no auditório do Sindicato Rural de Passos. Durante o encontro, os produtores pediram o apoio do deputado na Câmara, bem como apresentaram pedidos de melhoria para o setor. Leonardo Medeiros,

| janeiro/fevereiro 2013

presidente do

50

Sindicato, falou em nome da classe ruralista.


Entre as solicitações estão os pedidos de apoio ao Grupo de Investigação Rural (G.I.R.) de Passos; à EXPASS-Exposição Agropecuária de Passos, que será realizada em março; às cooperativas que enfrentam grande concorrência das multinacionais; além dos pedidos de redução dos impostos PIS e CONFINS e a criação de uma “bolsa rural”, nos moldes do Bolsa Família, para beneficiar pequenos produtores. O deputado estava emocionado ao iniciar a sua fala, por estar na casa que o acolheu como funcionário e que o apoiou na campanha política. Ele enfatizou que representará com orgulho a sua cidade, o Estado de Minas e o Brasil. Renato enfatizou a necessidade de união do setor e acrescentou que trabalhará junto à bancada ruralista. Sobre as cooperativas destacou a sua importância para que

realmente tenhamos um País para todos e, ainda, destacou as questões que envolvem o meio ambiente e a necessidade de boas estradas, tanto para escoamento da produção, como para a qualidade de vida dos moradores das comunidades rurais. Entre os produtores que lotaram o auditório do Sindicato Rural o clima era de muita esperança, uma vez que Renato sempre esteve ligado ao meio rural. Para José Joaquim de Melo Lemos a expectativa está sobre o fortalecimento do cooperativismo. O ex-prefeito de Passos, Nelson Maia, destacou que o setor rural é o grande parceiro do País e Renato será um deputado de vanguarda para o segmento, pois é uma pessoa de muita responsabilidade social, engajado e que participa de corpo e alma dos projetos que desenvolve.

Entre os produtores que lotaram o auditório do Sindicato Rural o clima era de muita esperança, uma vez que Renato sempre esteve ligado ao meio rural. Para José Joaquim de Melo Lemos a expectativa está sobre o fortalecimento do cooperativismo.

Renato Andrade e os diretores do SinRural durante encontro em Passos

51


“Muitas cooperativas foram fechadas por falta de apoio, quando as montadoras ganham redução de IPI. E o produtor rural?”

O presidente do Sindicato, que também é presidente da Casmil, enfatizou as questões que envolvem o cooperativismo. Segundo ele, o governo olha de lado para o cooperativismo, um setor que desenvolve grande trabalho social, enfrenta grande carga tributária, a concorrência com as multinacionais, mas não tem reconhecimento. “Muitas cooperativas foram fechadas por falta de apoio, quando as montadoras ganham redução de IPI. E o produtor rural? “Sobre a bolsa rural ele afirmou que para segurar o produtor no campo é

Gilberto e Leonardo, do SinRural, e o deputado Renato Andrade

preciso de incentivo”. O pequeno produtor, aquele que produz 10, 20 litros de leite/dia, fica sem recursos quando os animais entram no período da recria”.

Produtores rurais de São Paulo, que participaram do encontro, afirmaram a importância de se ter mais um deputado na bancada ruralista. Entre eles o vice-presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga do Brasil, Gabriel Francisco Junqueira de Andrade. “Fico feliz em saber que temos um deputado da região de Passos para trabalhar pela pecuária em Brasília”, ressaltou. Renato afirmou que dará atenção especial para os produtores rurais de Passos e região. “O produtor rural é sempre o último da fila e o último a ser lembrado. Da minha parte não faltará empenho e coragem para lutar pelos interesses desses trabalhadores”.

| janeiro/fevereiro 2013

A Nova Bancada Ruralista

52

Renato assumiu o cargo de deputado federal em janeiro de 2013. Nos dois últimos anos foi Subsecretário de Política Urbana do Estado de Minas Gerias. Na eleição de 2010 conquistou 58.443 votos e se tornou o 1º suplente do Partido Progressista. Em Passos iniciou sua trajetória política no Sindicato Rural.



Informe

Capacidade, Qualidade

| janeiro/fevereiro 2013

Melhores Resultados

54

Somente numa concessionária da região, para a safra deste ano, foram negociadas 30 unidades da colhedora de café, a Coffee Express 200. Outras dez estão em negociação. A Axial-Flow 2688, um dos modelos para a colheita de grãos, também está com grande saída, mostrando o potencial de investimento de produtores rurais do Sul e Sudoeste mineiros na agricultura para 2013. Ambas as colhedoras são fabricadas pela Case IH, representada em Passos e Alfenas pela concessionária Pimenta Agro Sul. A qualidade dessas máquinas, as condições de pagamento e a assistência técnica no pós-venda são os motivos da pre-

ferência dos compradores, segundo representantes da empresa. “Nossos clientes recebem, gratuitamente, treinamento para operação e manutenção da máquina, durante três dias de curso. Compram e já marcam o treinamento”, ressalta o gerente Homero Damasceno. “O negócio da concessionária não é só vender”, observa Marcos Pires, supervisor de pós-venda, falando da assistência técnica permanente para uma colheita sem problemas. A colhedora Coffee Express 200 é uma das preferidas do cafeicultor devido ao seu alto desempenho na lavoura, na hora de colher o café. Essa máquina tem potência de 55 cv (cavalos)

e capacidade para panhar até 150 sacos de 60 quilos do produto por hora. Além de ser a mais produtiva, a Coffee 200 ajuda no controle fito-sanitário do cafezal, ao não danificar os galhos. Para Homero Damasceno, os clientes estão preferindo essa colhedora por causa de todas as suas especificações técnicas e também por questões econômicas. Afinal, a panha manual está muito cara, com altos encargos trabalhistas, sem contar outros fatores humanos que influenciam na produtividade. “Uma medida de café colhida pela Coffee 200 sai a R$ 2,70 enquanto que pela panha manual o custo vai para R$ 15,00”, compara o gerente, destacan-


A colhedora Coffee Express 200 é uma das preferidas do cafeicultor devido ao seu alto desempenho na lavoura, na hora de colher o café do outra vantagem: “De acordo com estudos do professor Fábio Moreira, da Universidade Federal de Lavras, de cinco anos para cá, a lavoura colhida com a Case produziu um litro a mais de café por pé do que a panha manual”. O sucesso dessa máquina na lavoura e os ganhos econômicos estão levando mais gente à concessionária. Só para a safra deste ano, a Pimenta Agro Sul negociou com a Case um total de 40 colhedoras de café, das quais 30 já foram vendidas.

Colhedora de Grãos

As colhedoras Coffee Express 200, de café, e a Axial-Flow 2688, de grãos, ambas da Case IH, já conquistaram os produtores rurais da região pela capacidade, qualidade e melhores resultados para o agronegócio

A colhedora Axial-Flow 2688 é um dos modelos da Case para grãos, começando pela 2566, passando pela 2688, 2799, 7120, 8120 e 9120. As características da 2688 (284 cv) são semelhantes, quanto ao desempenho, aos demais modelos: alta produtividade, com menor dano mecânico, menor perda de grãos, maior capacidade de debulha e garantia de qualidade do grão colhido. A exemplo da Coffee 200 e de todas as máquinas e tratores da Case, são oferecidos aos clientes os cursos de operação e manutenção para os operadores. O supervisor de pós-venda Marcos Pires revela que para a Axial-Flow 2688, alguns dias antes do natal, já foram treinados 22 operadores em Passos. Outros 16 iriam receber treinamento em fevereiro, em Alfenas.

“Os operadores são qualificados para não danificarem a colhedora por causa da operação inadequada e nem por falta de manutenção. Todos que adquiriram esse equipamento estão enviando seus operadores para serem qualificados pela Pimenta Agro Sul, através do nosso setor de serviços. Quem faz o treinamento recebe um certificado”, explica Pires. O pós-venda da concessionária é feito por uma equipe de 17 técnicos, que utilizam as ferramentas adequadas para qualquer uma das máquinas e tratores, conforme exigências do fabricante. De acordo com Marcos Pires, que supervisiona esse setor, o produtor recebe toda a assistência técnica onde for necessário, na lavoura, em caso de emergência, ou mesmo na oficina da concessionária, durante a revisão pós-safra. “Nós prestamos atendimento em caráter de emergência para situação crítica o mais rápido possível, para que a máquina não fique parada. Nós temos um parâmetro de atender bem rápido e com satisfação. E estamos tendo bastantes elogios por parte de nossos clientes”, observa Pires. A concessionária possui diversas condições de vendas, à vista ou por financiamento. Um deles é o Finame, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), órgão do Ministério do Desenvolvimento, que subsidia o investimento em máquinas para os produtores rurais.

55


56

| janeiro/fevereiro 2013



Informe

Mais tecnologia melhores resultados na lavoura de milho Trabalhar com o plantio de grãos não é tarefa mais de pai para filho. A paixão pela agricultura pode até ser herdada, mas se manter nesse universo competitivo exige cada vez mais especialização, conhecimento e o uso de novas tecnologias.

Conhecedora desse desafio, a Triângulo Agro empresa que presta assessoria e consultoria, está cada vez mais capacitada para atender a demanda de Passos e região. Parceira da Dow AgroSciences, empresa que se dedica exclusivamente à pesquisa, ao desenvolvimento, à produção e à comercialização de produtos agroquímicos, de sementes, especialidades domissanitárias e de saúde animal, a Triângulo Agro busca levar o que há de melhor no mercado para que o produtor rural tenha os melhores resultados na sua lavoura. O Grupo TGB e Irmãos, de São João Batista do Glória, é um dos exemplos de sucesso da parceira Triângulo/ Dow. A empresa buscou a assessoria da Triângulo Agro para o plantio de milho

e comemora os resultados dos 190 sacos por hectare. Dos 400 hectares plantados, 30% da área foi destinada a sementes da Dow AgroSciences. Quando a equipe da Revista esteve na propriedade do Grupo, José Waldiner Gomes Brito estava, praticamente, no início da colheita, mas a expectativa já era de rendimento superior a safra passada em 20%. A safra de grãos da fazenda é toda direcionada a alimentação de suínos; uma das atividades do Grupo que também investe na criação de Nelore e trabalha com o reflorestamento de eucalipto. Com a baixa oferta de milho no mercado e os altos preços pagos com a alimentação do rebanho, José acredita que o resultado da colheita agregará

| janeiro/fevereiro 2013

Antônio Borges Filho, da Fazenda Estiva, e o consultor da Triângulo Agro

58


A safra de grãos da fazenda é toda direcionada a alimentação de suínos; uma das atividades do Grupo que também investe na criação de Nelore e trabalha com o reflorestamento de eucalipto. Com a baixa oferta de milho no mercado e os altos preços pagos com a alimentação do rebanho, José acredita que o resultado da colheita agregará valor à carne; o que poderá trazer mais equilíbrio nas contas com a alimentação.

José Waldiner Gomes, do Grupo TGB, confere o resultado da lavoura

valor à carne; o que poderá trazer mais equilíbrio nas contas com a alimentação, um dos grandes gargalos, hoje, dos criadores, em qualquer segmento do agronegócio. O Grupo mantém parceria com a Triângulo Agro há 5 anos e afirma que a empresa abriu novos horizontes de investimento. Tanto que em 2014 eles devem direcionar 30% da área de plantio para a soja, que começa a ser explorada na região. Nesse período de safrinha eles investem em sorgo, feijão e girassol com a assessoria da Triângulo Agro. Quando se fala em plantio de grãos, a produtividade é sempre um desafio para o produtor. Na Fazenda Es-

tiva, em Cássia, os sócios Antônio Borges Filho e Domingos Inácio, investem na irrigação e em novas sementes para garantir uma boa produtividade. Assim, na colheita desta safra de milho eles conferem a produtividade da semente 2B 810 da Dow AgroSciences que resultou em 229 sacos por hectare. Com a safra já comercializada, os proprietários apostam na pesquisa desenvolvida pela empresa para que a produtividade no Brasil se equipare a produtividade dos Estados Unidos e Argentina. “Nós esperamos que a Dow AgroSciences continue suas pesquisas de novas sementes, para que possamos competir com outros países cuja pro-

dutividade é alta”, disse. Como toda a lavoura é irrigada, os proprietários não sentiram impacto com a seca, mas garantem que o calor noturno registrado este ano foi maior do que nos anos anteriores. O que pode ter atrapalhado, de alguma forma, o resultado da lavoura. Na Fazenda Estiva eles se dedicam ao plantio de milho e feijão, mas querem introduzir o trigo. Este ano só não foi possível devido o excesso de chuvas no final de janeiro. Com a assessoria e tecnologia disponível, os produtores buscam associar novas culturas a tradicional lavoura de milho. Entre elas o sorgo e a soja, que cada vez ganha mais espaço.

59


Imagem: Edmundo Figueiredo

Grandes Fazendas

A mística das grandes fazendas centenárias brasileiras remonta nossa história e resgata muitos casos que brincam com a nossa imaginação. A importância dessas fazendas, no cenário histórico, vai da formação da economia do País, da base da sociedade política, das estruturas familiares até a formação das culturas locais.

Fazendas

São muitas histórias que se misturam de maneira parecida nas mais diversas regiões do País e que não podem ser esquecidas. Por isso, a partir dessa edição começaremos a resgatá-las. A escolhida para abrir esta editoria foi a Fazenda Água Limpa, de Joaquim José Vilela Soares e Antônia Maria de Carvalho Soares, localizada em Carmo do Rio Claro/MG. Construída pelos escravos em 1.800, a arquitetura da fazenda foi projetada em L. As paredes de pau-a-pique formam cômodos amplos, alguns escuros, assoalhada com tábuas largas, com forro de

| janeiro/fevereiro 2013

Centenárias

60


taquara e coberta com telhas coloniais. A casa foi levantada sobre alicerces altos de pedras, que dão origem aos porões. Quase um padrão diante das necessidades daquele período. A base produtiva da fazenda era a pecuária leiteira, a cafeicultura e a criação de suínos e de ovinos, os quais cediam as lãs para a produção em tear das tradicionais colchas. A subsistência da Casa Grande, em boa parte, dependia da produção própria. Uma das produções de destaque da fazenda era a Manteiga Carmelitana, produto que concorreu em 1.908, no Rio de Janeiro, em um Concurso Comemorativo dos 100 anos de Abertura dos Portos Brasileiros ao Comércio Internacional, conquistando a Medalha de Prata.

A Fazenda era uma referência na região. Em 1.920 inaugurou o 1º banheiro carrapaticida de imersão, para seu gado. Atualmente, a atuação da fazenda é diversificada abrangendo vários ramos de negócio como a pecuária leiteira, extração de areia, cafeicultura, plantação de eucaliptos, além da exploração do turismo histórico, com visitas agendadas, nas quais o visitante pode conhecer a história da fazenda através de relatos, fotos e objetos decorativos e utensílios da sede. Um dos porões está sendo transformado em museu, onde se concentrará objetos como roupas, jornais, livros, peças de tração animal, peças de uso na fazenda como ferro a brasa, entre outros. Uma cozinha caipira está em construção

para atender à demanda dos visitantes. Os “causos de assombração” fazem parte da história da Fazenda Água Limpa, do seu mistério. Mesmo com as mudanças ocorridas ao longo do tempo e a desmistificação dessas histórias criadas, muitas vezes, entre patrões e escravos, os causos da fazenda são famosos e se perpetuam através dos tempos modernos. Assim, recolhemos relato da jornalista Cleise Soares, moradora da fazenda na sua infância e frequentadora nos tempos atuais. “No Salão de onde se contam histórias, um visitante recente viu um homem muito bem vestido e de sapatos sociais balançando naquela cadeira de balanço. Depois, não conseguiu localizar em ninguém aquele sapato...” www.senhoradocarmo.blospot.com.br

61


agronegócios Edição especial capa dupla! Leia aqui também a edição especial primeira capa disponível no Issuu.

agro

| janeiro/fevereiro 2013

ano 2

62

Pecuá r

Fazenda

ia de

Ipê Ouro : paixão

o 6 | ja

neg

neiro/f evereir o 2013

ócio

Fazend a Terra Genétic a, p reservaç ão e sus

Elite

de pai p

ara filho

| ediçã

Como p re

Artig o

pa

Boa

tentabil id

ade

s


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.