agronegócios ano 2 | edição 7 | abril/maio 2013
Nelore Vanguard Rogério e Kácia Santos a caminho do sucesso
Especial
Expozebu
Artigo
A Nelore Minas e Renato Barcellos
79 anos de muita história
Touros Melhoradores
CASE IH. MÁQUINAS DE MÁXIMA PRODUTIVIDADE E ALTA RENTABILIDADE. ESTEJA PREPARADO. A Pimenta Agro Sul oferece ao produtor as soluções avançadas Case IH. Equipamentos de tecnologia avançada para alta performance, para todo tipo de lavoura e de atividade no campo: do preparo do solo à colheita. COLHEDORA COFFEE EXPRESS 100 e 200 • COLHEITADEIRAS AXIAIS 2566 E 2688 • TRATORES FARMALL, MAXXUM, PUMA E MAGNUM • PULVERIZADORES PATRIOT
PIMENTA AGRO SUL www.pimentaagro.com
Alfenas (35) 3291-2010 Passos (35) 3522-1415
Parceiros e Colaboradores Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges o Arnaldinho, é criador da raça Nelore, na Fazenda Ipê Ouro, em Uberaba/MG. Além dessa atividade é também um dos jurados de pista da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) e consultor da raça no Brasil e na América Latina.
Ângelo Leite Pereira é filho de produtor rural. Foi pecuarista e administrador de cooperativa, em Carmo do Rio Claro/MG, onde também foi prefeito por três mandatos. Hoje presta serviços à Cemig no Programa Energia Eficiente. Também é membro do Conselho de Administração da MG Serviços.
Fábio Fatori é fotógrafo com passagens pela Fundação Bradesco, DBO Rural e pela Publique, onde foi sócio-diretor de criação e imagem. Natural de Arapongas/PR, uniu o gosto da pecuária, herdado do avô, com a fotografia, paixão paterna. Fotografou o Brasil de norte a sul, América Latina, Europa, África, sempre focando a natureza e os animais, em especial os bovinos. Em 2005 fundou sua marca própria - Fato Rural, fotografia, publicidade e treinamento profissional em fotografia rural com a realização de workshops.
Alexandre Silva é Técnico em Agropecuária pela Escola Técnica de Muzambinho. É sóciofundador da Triângulo Agro, empresa que atua na área de consultoria e vendas em Passos e região. Trabalhou na Monsanto como consultor. É também pecuarista de corte e produtor de grãos.
José Luiz Niemeyer dos Santos é criador de Nelore PO há 47 anos. Proprietário da Fazenda Terra Boa, com sede em Guararapes/SP, faz parte de um grupo de criadores que dedicaram sua vida ao melhoramento genético da raça.
Abdalla Jorge Abib é jornalista, publicitário e administrador de empresas. É editor da revista Quarto de Milha e responsável pela área de notícias do site da ABQM ( Associação dos Criadores de Cavalo Quarto de Milha), órgãos oficiais de divulgação da Associação.
William Ribeiro é natural de Passos, mas reside em Boa Esperança/MG, onde atua na pecuária leiteira e de corte, com animais das raças Girolando e Nelore. Neto de pecuaristas é um apaixonado pela atividade.
Loy Rocha Filho é Gestor Executivo da Nelore Minas desde 2004. Nascido em Seabra, na Bahia, está em Belo Horizonte desde 1972, onde cursou Comunicação Social Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Foi também presidente de cooperativa por 14 anos.
Leia na Terra Boa agronegócios
EXPEDIENTE Terra Boa Agronegócios é uma publicação bimestral da Editora Doce Mar ano 2 | edição 7 | abril/maio 2013 Direção executiva Bolivar Filho contato@terraboaagro.com.br
16 ESPECIAL Renato Barcellos
Conselho editorial Bolivar Filho, Denise Bueno Edição Bolivar Filho Denise Bueno
22
Projeto gráfico Edição de imagens e DTP Multimarketing Comunicação Cleiton Hipólito / Dalton Filho cleiton@multimarketing.ppg.br daltonfilho@multimarketing.ppg.br Jornalista Responsável Denise Bueno – DRT/MG 6173 redacao@terraboaagro.com.br Redação Enio Modesto Renato Rodrigues Delfraro Heloisa Aguieiras
PECUÁRIA DE ELITE Nelore Vanguard
28 TECNOLOGIA Mourão Ecológico
Revisão Ruller Rodrigues rullerrodrigues@hotmail.com
32
Fotos Reginaldo Faria reginaldofaria@r7.com
PROFISSÃO A difícil escolha entre os melhores
Impressão 3 Pinti Editora e Gráfica Tiragem 10 mil exemplares A Revista Terra Boa Agronegócios não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados e informes publicitários. Revista Terra Boa Agronegócios Av. Com. Francisco Avelino Maia, 3866 Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252 www.facebook.com/terraboa.agro contato@terraboaagro.com.br Publicidade: publicidade@terraboaagro.com.br Envie a sua história ou curiosidade relacionada ao campo para a Terra Boa Agronegócios!
34 HISTÓRIA Expozebu 79 anos
44 LENDA VIVA Lazer e Paixão
2
Quem lê a Terra Boa 1
3 4
A 6ª edição da Revista Terra Boa Agronegócios, edição comemorativa de 1 ano da publicação, conquistou muitos leitores. Com capa dupla e destaque para as raças Nelore e Gir Leiteiro foi vista por milhares de pessoas. A todos o nosso muito obrigado pelas palavras de apoio e incentivo. 1) Beto Quirino e Júnior Farjalla conferiram a 6ª edição da Terra Boa durante a 50ª EXPASS 2) O proprietário da PREMART, Daniel Godinho Martins, durante Dia de Campo promovido pela Triângulo Agro, na Fazenda Experimental da FESP, em Passos/MG. 3) A bióloga Nathalia Monéa e o administrador Luiz Bernardes Filho, da Fazenda Terra Boa, em Guararapes/SP, conhecem a edição da TB 4) Luiz Ronaldo Oliveira de Paula confere a edição da revista Terra Boa em Uberaba/MG
| abril/maio 2013
Ao leitor
12
Ano promissor O calendário anual de feiras, exposições e leilões começou a aquecer no final de fevereiro e está em ritmo acelerado nesse período do ano. As expectativas das pessoas envolvidas nesse segmento do agronegócio são grandes, uma vez que valores mais consistentes de mercado, resultados do melhoramento genético, negociações e transações vão pautar estes encontros presenciais ou virtuais de empresários. A Revista Terra Boa tem acompanhado o maior número possível de eventos, feiras e leilões da região Sudeste,para registrar o que acontece de melhor no setor. Nesta edição, temos a cobertura da Emapa Avaré/SP e da EXPASS Passos/MG, enquanto aguardamos ansiosamente a chegada da EXPOZEBU, a maior exposição do gênero no mundo. A expectativa com relação aos grãos também é grande,devido às oscilações do mercado de milho e do setor cafeeiro, que vive o seu momento de colheita com preços ainda muito aquém do que o produtor esperava para este período. Essas e muitas outras questões vão nortear o setor agropecuário este ano diante da oferta e procura, condições climáticas, estoques mundiais, enfim,diante das exigências do mercado globalizado que gera cada vez mais expectativas em todos nós. São esses anseios, que sempre moveram o homem do campo em busca do melhor, da superação, da conquista, que têm feito com que o Brasil se destaque em vários setores como no melhoramento genético do seu gado de corte, na alta produtividade de suas lavouras, no café de qualidade desejado pelo mundo, enfim, em muitos segmentos que podem mesmo fazer o Brasil o “Celeiro do Mundo” e aumentar o faturamento do produtor rural. Fácil não é, mais com uma luta constante, chegaremos lá. São essas expectativas que motivaram muitas conquistas que você vai conhecer nas páginas desta edição. Trajetórias de vários pecuaristas que dedicaram as suas vidas ao melhoramento genético das raças. Pessoas que acreditaram que a Exposição de Uberaba/MG seria a maior do Brasil, gente que quer produzir sempre mais e melhor, e todos aqueles que chegaram e continuam chegando à atividade agropecuária com o mesmo entusiasmo de nossos antepassados. Para que você possa acompanhar nosso trabalho com mais facilidade, a revista investe em novas tecnologias, que, através do mundo virtual, facilitam o acesso dos nossos leitores as novidades do agronegócio. Todas as nossas matérias, produções e notícias podem ser conferidas em nossa versão digital e acessadas por smartphones, tablets, etc. É um prazer para nós relembrar o passado e registrar o presente. Esperamos que esta edição possa ser proveitosa a você, como esperamos também, que, em algum momento de nossa história, possamos tê-lo aqui conosco, como um de nossos entrevistados. Boa leitura! Bolivar Filho
Nas capas desta edição, o casal Rogério Antônio Ferreira dos Santos e sua esposa Kácia, da Nelore Vanguard, e José Coelho Vitor selecionador da raça Gir Leiteiro, na Fazenda São José do Can Can, e fundador do Grupo Cabo Verde.
Você sabia que a Terra Boa também pode ser acessada na internet para leitura virtual? É no endereço abaixo:
http://issuu.com/terraboa Tenha uma boa leitura!
14
| abril/maio 2013
15
Especial
O desafio de Renato Barcellos frente à
Nelore Minas Imagens: Pitty/Nelore Minas
Aos 48 anos, casado e pai de dois filhos, ele se define como um bom sujeito que sempre pretende aprender e contribuir. “Desde que me entendo por gente estou envolvido com pecuária e os muitos que a fazem dinâmica e permanentemente inovadora, e pode-se conseguir conciliar atividades paralelas sem prejuízo de nenhuma delas. Tem sido um constante aprendizado”.
| abril/maio 2013
Ao assumir a presidência da AMCN (Associação Mineira dos Criadores de Nelore), a Nelore Minas, em outubro de 2012, para um mandato de três anos, Renato Diniz Barcellos Corrêa trouxe na sua bagagem a experiência de criador construída junto à Fazenda Mata Velha, uma das mais importantes linhagens nacionais do Nelore, que há mais de 40 anos trabalha com afinco para a seleção genética da raça. Além dessa experiência familiar e profissional, também na diretoria da ACNB – Associação Brasileira dos Criadores de Nelore, Renato é Diretor de Pecuária do Grupo Brasif, empresa que além do agronegócio e bioenergia, atua em outros segmentos como o financeiro, de distribuição e imobiliário. Com residência no Rio de Janeiro, Renato divide suas funções entre as montanhas de Minas, São Paulo (interior e capital) e o mar carioca. Confira abaixo as suas perspectivas para a Nelore Minas e para os criadores da raça.
16
TB- Ao assumir a presidência da Associação Mineira dos Criadores de Nelore, o senhor encontrou qual cenário em termos de instituição e de mercado? RDBC- Encontrei uma instituição com estrutura enxuta e funcional, ativa e respeitada. É uma honra estar presidente de uma entidade como a Nelore Minas, mas isso vem acompanhado de muita responsabilidade, em função do belo trabalho feito pelos antecessores. Em termos de mercado, além das mais conhecidas dificuldades - custos dos insumos e problemas climáticos - temos também as imposições dos grandes frigoríficos e a falta de uma política governamental para a cadeia produtiva da carne, tanto para o mercado interno quanto para o mercado externo. O mercado é intrinsecamente cíclico. O embate com os grandes frigoríficos é determinante para o maior ou melhor desempenho do setor. Vamos perseverar e investir em todos os meios disponíveis para fazer com que nossa atividade atinja um grau maior de estabilidade.
TB-Nesses quase seis meses de trabalho foi possível elaborar algum projeto para a Nelore Minas? Quais são eles? RDBC- Juntamente com os vice-presidentes eleitos comigo – é sempre bom frisar que formamos uma equipe - pretendo dar continuidade a ações implantadas pelos mais recentes presidentes, Fábio Costa e Ronan Eustáquio da Silva, e suas diretorias, principalmente no que se refere a consolidar a Expoinel Minas em Uberaba - pelo simples fato de que não há lugar melhor e mais adequado para realização de evento de tal porte –, incrementar a participação da Nelore Minas em eventos estaduais e nacionais que possam contribuir para a raça Nelore e, fundamentalmente, potencializar o apoio logístico a exposições em Minas Gerais, de maneira a reforçar as tradicionais e encorajar novas iniciativas. Trazer novos criadores para a raça, tornando mais dinâmico o intercâmbio entre estes e criadores tradicionais, resgatar criadores que por algum motivo se afastaram, são medidas que sempre nos nortearão. TB-Existe algum projeto que visa despertar o interesse de novos criadores e investidores da raça Nelore? RDBC - Temos procurado, no contato com criadores de outras raças, tentar atrair criadores potenciais para o Nelore, seja através da demonstração de quanto nossos animais são de fácil adaptação às mais diversas condições, seja através da desmistificação da crença de que criar Nelore é caro. Desenvolver um time de animais de pista custa caro, é inegável, mas deve ser considerado como um investimento de retorno líquido e certo. TB-Qual é o maior desafio do nelorista hoje em Minas Gerais? Quais são as maiores dificuldades enfrentadas pelos pecuaristas? RDBC - A pecuária de corte em Minas Gerais, como em todo Brasil, é penalizada pelo aumento dos custos dos insumos, como ração, vacinas, sais, etc., o que reflete diretamente no custo da produção e, consequentemente, nos preços ao consumidor. Mas, mesmo com esse cenário adverso, os criadores vêm se empenhando e expandindo suas atividades.
Até poucos meses atrás a seca no Norte de Minas (importantíssimo quando de trata de pecuária intensiva) submeteu criadores e seus animais a dificuldades extremas, ocasionando a morte de grande parte do rebanho. Mas, em contato com produtores da região agora que as chuvas chegaram, o que posso dizer é que estão confiantes na reversão do quadro.
Encontrei uma instituição com estrutura enxuta e funcional, ativa e respeitada. É uma honra estar presidente de uma entidade como a Nelore Minas TB-Para os próximos três anos quais são as suas metas para a Nelore Minas? RDBC-Temos hoje 155 associados e, como disse anteriormente, vamos sempre incrementar ações no sentido de fazer crescer esse número, promover troca de experiências entre criadores tradicionais e os recém-chegados, sugerir que visitem criadores em suas proximidades, enfim, estabelecer “pontes” entre eles, pois acreditamos que nada é mais eficaz que a verificação “in loco” e o testemunho de quem está fazendo acontecer. Quanto à comercialização, colocaremos interessa-
dos ou novos criadores em contato com criadores tradicionais, o que propiciará movimentação direta e possibilidades de relacionamentos duradouros. Como dizemos, o sucesso na criação de Nelore depende de três fatores: raça, ração e relacionamento. TB-A partir da Expoinel Minas começou o grande calendário de exposições que culminam com pontuações para o ranking. Como o Sr. analisa as primeiras apresentações de animais em 2013? RDBC- O que vimos foi um conjunto de animais no melhor de sua morfologia, depois de meses de aprimoramento em seus criatórios. Sem precisar de bola de cristal, com certeza 2013 será um ano de intensas disputas pelas melhores colocações no ranking, com cada vez mais exemplares de melhoradores da raça e a consequente valorização da atividade. TB-Em sua opinião, quais critérios tem em comum o Nelore Comercial, em pleno desenvolvimento, com o Nelore de pista? Em quais requisitos os criadores de Nelore Comercial são beneficiados com o desenvolvimento do Nelore de Pista? RDBC - São muitos, mas vale destacar que o Nelore Comercial é sempre reflexo do Nelore de Pista, pois é ali que são apresentados os animais melhoradores, que já citei, e que se pode ver, ao
Renato na cerimônia de abertura da Expoinel Minas 2013
17
dinâmico, sempre se buscará alterações que acompanhem o surgimento de novidades e necessidades.
vivo e em cores, a evolução da raça. Daí por diante, cabe aos criadores buscar informações, tecnologias, adquirir exemplares ou seus derivados, informar-se quanto a manejos adotados, etc.. Não foi de outra forma que os animais Nelore, nos últimos 25 anos, saltaram do peso médio de 800 quilos para, não raro, exemplares de mais de 1.300 quilos.
| abril/maio 2013
TB-Quais são as propostas da Nelore Minas para as próximas exposições? Haverá alguma mudança? RDBC- Participar de exposições custa caro com o que se gasta com transporte e cuidados especiais com os animais, além dos custos com pessoal e tudo mais, mas creio que elas devem ser vistas como um investimento, uma vitrine de alto nível, na qual animais especiais são vistos com olhos especiais num momento especial. Da nossa parte, visando contribuir para que esses custos diminuam, mantivemos na Expoinel Minas os valores das “argolas” cobrados no ano passado. O ideal é que, pelo menos nesse item, os valores sejam reduzidos ao mínimo. Para isso, uma possibilidade que vemos é buscar pacotes de patrocinadores para as exposições em geral, de tal forma que os benefícios cheguem aos criadores e expositores pela diminuição de custos com “argolas”, frete, etc.. Como já disse anteriormente, vamos tornar maior a participação da Nelore Minas em eventos estaduais e nacionais que tragam contribuição para a raça Nelore e, primordialmente, aumentar o apoio logístico a exposições em Minas Gerais, de maneira a reforçar as tradicionais e, ao mesmo tempo, incentivar novas iniciativas.
18
TB- E sobre o ranking alguma mudança prevista? RDBC -O Ranking Nacional é gerido pela ACNB – Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, que o faz muito bem. O Regulamento para o período 2012/2013 já está em execução e não teremos alteração. Para o futuro, por ser um documento
TB-Como conceituado criador da raça Nelore e presidente de instituição, quais as suas perspectivas em médio prazo para os criadores? RDBC-Como não poderia deixar de ser, acredito no sucesso da atividade, e, para isso, os criadores terão que perseverar e estar sempre abertos a correções de rota, experimentar novas tecnologias e alternativas, buscar genética comprovada, enfim, buscar seguir exemplos de sucesso. Isso funcionará em curto, médio e longo prazo, pois é uma questão de foco de cada um no seu negócio. TB- Durante muito tempo, os animais da Mata Velha pontuaram o ranking e as pistas no País. Vocês pretendem retornar a esta atividade? RDBC-Nunca diga nunca, mas em médio prazo não tencionamos voltar a fazer pista. Estamos trabalhando outros projetos, e pista, por demandar extrema dedicação, hoje não está entre nossas prioridades.
“Vamos tornar maior a participação da Nelore Minas em eventos estaduais e nacionais que tragam contribuição para a raça Nelore” Nelore Minas www.neloreminas.org.br
TB-Qual a sua opinião sobre o trabalho da imprensa junto à pecuária nacional? RDBC-A imprensa é fundamental em todos os ramos de atividade, por ser o canal múltiplo de fazer chegar a um número cada vez maior de públicos o que está ocorrendo em cada setor. No que tange à pecuária, são indispensáveis os inúmeros veículos para que a atividade se inter-relacione e aproveite os exemplos de sucesso que se apresentam. TB-O que o criador não pode deixar de fazer para ter excelentes animais? RDBC - Raça, genética aprovada, ração, nutrição e manejo adequados, e relacionamento, buscar intercâmbio com quem tem obtido sucesso na atividade! TB- Todo criador de Nelore é? RDBC - Um visionário que, a exemplo do que a história da maioria absoluta nos ensina, quer exercer sua atividade para mudar o mundo. Com prazer e objetivo de sucesso, claro!
20
| abril/maio 2013
21
Pecuรกria de Elite | abril/maio 2013
22
Nelore Vanguard
a caminho do sucesso
O imponente portal de ferro da Fazenda Vanguard, no município de Sete Lagoas/MG, já é um prenúncio de que vamos encontrar um lugar extremamente bem cuidado e de muito bom gosto. O visitante não se engana. Mas, além disso, esse lugar abriga gentileza, sensibilidade e delicadeza, fatores que talvez sejam o segredo do sucesso que o proprietário Rogério Antônio Ferreira dos Santos e sua esposa Kácia Marizeth Perez Santos alcançaram na raça Nelore.
Fazenda Vanguard 31 3712-1576 31 9956-1576
23
Há apenas três anos na atividade, Rogério chega ao ranking da Nelore Minas, em primeiro lugar na categoria “Novo Expositor” e segundo lugar na categoria “Novo Criador”. Ele é proprietário de uma fábrica de fertilizantes em Matozinhos/MG, e essa é a sua principal atividade profissional. Rogério ingressou no agronegócio como um sonho que acalentava de ter uma propriedade rural. Em destaque, o touro Congo TE da Mafra ,de 23 meses, primeiro prêmio da categoria “Touro Jovem” Avaré 2013. Em Passos-Expass 2013, primeiro prêmio “Touro Jovem” e Reservado Grande Campeão .Entre as fêmeas ,o destaque é Brenda FIV Vanguard, cria da Vanguard, de 29 meses. “É uma rês que tem um bezerro de cinco meses e já está prenha novamente, grande reprodutora”, explica. E Darla FIV Vanguard , uma bezerra considerada muito boa pelos empresários. “ Uma bezerra de futuro”. O início foi em 2000, na atividade leiteira, quando chegou a ter uma produção de 1.100 mil litros de leite por dia com gado 3/4 Holandês com o qual atuou por quatro anos. Em 2006, adquiriu a propriedade do Haras Catas Altas ,adquirindo posteriormente seu plantel com aproximadamente 60 animais da raça Mangalarga Marchador ,fazendo aí a vontade dos filhos, Gabriel (20), João Felipe (17), João
Victor (16) e Fernanda (15)que se afeiçoaram aos animais. Durante dois anos, os cavalos foram a atenção principal da propriedade, mas por influência direta dos clientes da Vanguard Fertilizantes e amigos, que eram exemplos na criação de Nelore, Rogério aderiu à criação da raça. “Eles falaram que eu ia fazer amigos, gostar do meio dos criadores e ainda ter um bom negócio. Encorajado, eu topei”, conta As primeiras compras foram algumas prenhezes e em seguida contrataram o zootecnista Joaquim Corrêa Lopes. “Contratamos uma equipe entendida no assunto, compramos alguns animais do criador Marco Antônio Araújo, que estava deixando a atividade. O projeto foi crescendo e percebemos que a propriedade não comportava o que havíamos planejado. A estrutura em área para pastagem era pequena,bem como a estrutura física para as doadoras e serviços de reprodução”, lembra Rogério. Por isso, compraram a Fazenda Baco Pari com 220 hectares, divididos em 137 hectares de pastagem e 70 módulos de piquetes rotacionados. Rogério enfatiza que o forte do trabalho é o melhoramento genético do gado Nelore. “Fazemos com que a filha seja melhor que a mãe e a neta seja melhor que a avó. O nosso trabalho é testado na pista, é quando comparamos nos-
| abril/maio 2013
“Eles falaram que eu ia fazer amigos, gostar do meio dos criadores e ainda ter um bom negócio. Encorajado,eu topei.”
24
“Fazemos com que a filha seja melhor que a mãe e a neta seja melhor que a avó” sos animais, a animais de criadores que fazem o mesmo tipo de trabalho, buscando o que há de melhor em seleção e melhoramento da raça. Prova de nosso trabalho e do melhoramento genético feito na Vanguard está nos resultados. A bezerra Dezirrêe FIV Vanguard, filha de Ejira FIV Ageo, vendida para a Nelore Colorado, sagrou-se com o segundo prêmio em Avaré 2013”, exemplifica.
As atividades Para conciliar tudo isso, Rogério conta, em primeiro lugar com o apoio da família. A mulher, Kácia, gosta e o acompanha sempre que pode. Além disso, tem ainda a força do filho João Felipe que demonstra que pode vir a seguir os passos do pai. “O segundo segredo para tocar tantas atividades ao mesmo tempo é se cercar de pessoas competentes que vão te ajudar sempre”, diz Rogério que tem 72 funcionários ao todo. A filosofia dos negócios se resume na busca pela qualidade, com organização. “Como criador tenho três sonhos: conseguir produzir um animal para vendê-lo na casa de R$ 1 milhão de reais, fazer um campeonato em Uberaba e fazer um grande campeão da raça em Uberaba. Já realizei dois deles, que foi vender um animal e fazer um campeonato em Uberaba”, e estou trabalhando para conquistar o terceiro que é o grande campeonato em Uberaba, diz Rogério com bom humor. No plano para um futuro próximo está o projeto de adquirir uma propriedade maior para trabalhar com pecuária extensiva , podendo recriar nossos animais tendo touros e matrizes a campo.
Filosofia “O dinheiro a gente pode conseguir trabalhando com competência e fazendo o que gosta. Amizades a gente não
Congo TE da Mafra conquistou o primeiro prêmio da categoria Touro Jovem, em Avaré 2013
Brenda FIV Vanguard, grande reprodutora
consegue comprar. Eu entrei no setor através das amizades, temos que valorizar isso. Argeu de Lima Géome ajudou em tudo, visitou a Fazenda Vanguard, me dando dicas de como eu deveria aproveitar a área para os animais, disponibilizou sua fazenda para meu gado no início, compramos animais em sociedade e até hoje ele me ajuda”, conta o proprietário, dizendo que tem como referência de conhecimento a Fazenda Sabiá e Rima Agropecuária, esclarecendo que é difícil citar apenas dois criatórios. Como grande conhecedor da raça Nelore elege Arnaldo Manuel Machado Borges, grande Arnaldinho, “ele fala com carinho sobre a raça e a conhece a fundo em todos os aspectos”.
Beleza e sensibilidade A Fazenda Vanguard destaca-se pela beleza no paisagismo e na decoração dos espaços, feitos por Kácia, que é profissional na área de designer de interiores. É ela também a responsável pelo batismo dos animais, fazendo-o sempre procurando significados para os nomes que escolhe. Ela ainda detém a arte do bem receber, orquestrando na cozinha o melhor cardápio mineiro para o almoço: galinha caipira com molho pardo e polenta. Tudo isso cercado de calor humano e muitos sorrisos que vêm naturalmente da simpatia que é peculiar a este casal. Pela soma de todos esses fatores a Vanguard tem alcançado cada vez mais sucesso.
25
Principais Doadoras da Nelore Vanguard
| abril/maio 2013
Fotos: JM Matos
26
ELKE FIV AGEO
LUX FINLร NDIA
Parceria Nelore Vanguard e Ageo Agropecuรกria Paysandu de Nav. X Naia Ed do Arrojo TE
Parceria Nelore Vanguard e Ageo Agropecuรกria Enlevo da Morong. X Lux Calandra TE
BRENDA FIV VANGUARD
EJIRA FIV AGEO
Nelore Vanguard Bitelo SS X Alika TE da Baluarte
Nelore Vanguard Big Ben da SN X Pousada Fiv J MV
ITALIA FIV VISUAL
FINOKA TE
Parceria Nelore Vanguard, Ageo Agropec., Monte Verde, Rio Mar e Kilder Basco SS X Italia TE IV JGAL
Parceria Nelore Vanguard, Lux Agrropecuรกria e Pedro Venancio Barbosa Panagpur Al da Paul. X Orquidea I TE AP
28
| abril/maio 2013
Tecnologia
uma opção sustentável
Mourão Ecológico
As questões que envolvem o desenvolvimento sustentável e a preservação do meio ambiente são debatidas incansavelmente no dia a dia. Os problemas causados pela poluição e pela falta de destinação correta do lixo são graves e afetam todo o planeta. Diante dessa necessidade mundial, reciclar é uma palavra de ordem e os produtos que surgem dessa necessidade do século XXI apresentam excelentes resultados.
O agronegócio, como toda empresa de produção, não está isento desse processo. Diariamente uma série de ações para preservar nascentes, não poluir e não desmatar são discutidas. E é justamente nesse segmento que novos produtos, como o mourão ecológico, vêm surpreendendo cada vez mais os produtores rurais. Criado através do plástico reciclado ele está substituindo a madeira em total sintonia entre a mais moderna tecnologia e o respeito ao meio ambiente. O mourão ecológico chega para suprir as necessidades do proprietário rural na colocação de cercas elétricas, dispensando o uso de isoladores, nas cercas convencionais de arame liso ou farpado, nos palanques ou esticadores para cercas, assentamentos de porteiras e pé direito de barracão. Conhecido como madeira plástica, a mesma tecnologia é aplicada em outros setores como dormentes poliméricos, cruzetas, calços entre outros. Uma das maiores empresas desse segmento no Brasil é a Wisewood, que trabalha sempre na busca do desenvolvimento de soluções inovadoras e sustentáveis. O seu mourão ecológico é um material que chega para substituir a madeira com inúmeras vantagens, como: excelente resistência mecânica, durabilidade e qualidade comprovada. O produto de alta tecnologia oferece as vantagens de resistir ao tempo, maresia, sol, ventos e umidade e de não requerer tratamento algum, evitando assim o uso de agentes químicos. É também isolante. Outra vantagem do produto está sobre a imunidade à ação de predadores como fungos, cupins, formigas e muitos outros. Com material cem por cento reciclado é ainda reciclável e não lasca nem solta farpas. No quesito sobre durabilidade e estética os mourões ecológicos possuem perfeito alinhamento e resistência uniforme. Ainda valoriza a propriedade carregando conceitos e ações sustentáveis.
29
Com todas essas vantagens, a sua aplicação já pode ser conferida em vários estados como Mato Grosso do Sul e em São Paulo em importantes propriedades como Fazenda Tropical em Brasilândia, Fazenda Compadre e Fazenda Jatobá em Santa Rita do Pardo, Fazenda União em Ribas do Rio Pardo/MS e no Estado de São Paulo nas Fazendas Santa Sylvia, HRO e Haras Sacramento em Avaré. Confinamentos JBS , CCR-AUTOBAN e Suzano Papel e Celulose.
A empresa Fundada em outubro de 2007, a Wisewood Soluções Ecológicas S/A tem como propósito pesquisar componentes plásticos recicláveis para substituir a madeira onde seu uso é temporário. Os produtos fabricados pela companhia compreendem mourões para cerca, dormentes para linhas férreas, cruzetas para transmissão de energia elétrica e resinas termoplásticas recicladas. O nome Wisewood, em português ‘madeira sábia’, não poderia ser mais adequado, já que a empresa tem como foco a produção de materiais compósitos, ou seja, derivados de outros produtos. Dessa maneira, a Wisewood se tornou um elo entre sociedade e meio
O nome Wisewood, em português ‘madeira sábia’, não poderia ser mais adequado, já que a empresa tem como foco a produção de materiais compósitos, ou seja, derivados de outros produtos. Dessa maneira, a Wisewood se tornou um elo entre sociedade e meio ambiente, atuando também como veículo de conscientização, colaborando com a preservação de nossas florestas e dando o destino correto ao plástico pós-uso.
ambiente, atuando também como veículo de conscientização, colaborando com a preservação de nossas florestas e dando o destino correto ao plástico pós-uso. O parque fabril da Wisewood está localizado no Distrito Industrial Alfredo Rela na cidade de Itatiba/SP, com total de terreno de 65.000 m², área construída de 7.000 m² e cerca de 30.000 m² relativos à reserva florestal. Neste espaço a companhia dispõe de moderno laboratório, maquinário de última geração, profissionais altamente capacitados e rígido controle de qualidade. Em seu processo de fabricação emprega mão de obra direta e indireta gerando renda para todos os níveis sociais.
35
9728-9800 | 9213-6432
31
Profissão
A difícil escolha entre os melhores A experiência de vida do pernambucano Murilo Mendes muito contribuiu para que pudesse exercer, com mais clareza, a sua profissão. Ele é juiz de pista e julga as raças Nelore e Gir Leiteiro, além de ser criador, veterinário
| abril/maio 2013
e consultor.
32
Vindo do Recife, sua terra natal e base de seu trabalho, ele esteve em Passos durante a 50ª EXPASS (Exposição Agropecuária), realizada no mês de março, para julgar os animais da raça Nelore. No seu primeiro trabalho de 2013, o juiz considerou o nível dos animais equilibrado e destacou que a cada ano há superação no melhoramento genético e no trabalho bem feito dos criadores. A EXPASS que pontua os animais para o Ranking Nacional deu sequência à avaliação registrada na EXPOINEL/MG, realizada no mês de fevereiro, em Uberaba. Segundo Murilo, os resultados da Exposição mostram a tendência dos eventos
deste ano com a apresentação de excelentes animais, o que acirrará cada vez mais a competição entre os criadores. “Hoje, ao avaliarmos a raça Nelore, o foco está sobre os animais equilibrados que tenham expressão racial, sejam funcionais, produtivos, com boa estrutura agregada a carcaça. As fêmeas com habilidade materna e fertilidade. Não podemos esquecer que a raça é uma produtora de carne. Precisamos de animais produtivos e geneticamente consistentes”, disse Murilo. Com o melhoramento genético dos animais, uma tendência natural do mercado, o julgamen-
to de tantos animais bons em um só evento não é tarefa fácil. “Muitas vezes são pequenas diferenças que classificam o animal em primeiro lugar. Pequenos detalhes da expressão racial, da carcaça, garantem a melhor pontuação”, afirmou. Mas são esses pequenos detalhes, que fazem toda a diferença, que mostram a sintonia do trabalho realizado nos criatórios. Murilo pontua alguns fatores que determinam a qualidade do animal entre eles a sintonia entre manejo, nutrição, genética, casqueamento e a equipe de trabalho. Todos fazem parte desse elo e é o trabalho em grupo que garantirá um bom resultado. Murilo ainda destaca que os custos com nutrição são altos e que a avaliação correta do animal é essencial para justificar o investimento. “Apesar de toda a tecnologia, o olho ainda é a ferramenta mais essencial. É preciso saber apartar para trabalhar com os melhores animais”, enfatizou.
Murilo sabe o que diz. Muito antes de exercer a função de juiz de pista adquiriu muita experiência na fazenda do pai, um apaixonado pelas raças zebuínas que criou a raça Indubrasil por 12 anos e hoje cria Guzerá. Cursou medicina veterinária e associa a sua experiência familiar à do profissional da saúde dos animais. Todas essas informações se unem no seu trabalho de consultor e criador. Apesar das atividades serem diferenciadas estão ligadas ao desenvolvimento e melhoramento da raça. Mesmo gostando de todas as atividades exercidas, a busca por um
touro campeão tem a sua paixão e é retratada nas suas palavras de criador/consultor: “Fazer o gado, buscar o melhor acasalamento e a expectativa de ver nascer um campeão”, o que ele pode comprovar no seu criatório e nas exposições do Brasil e na América Latina, onde também atua como juiz.
“Muitas vezes são pequenas diferenças que classificam o animal em primeiro lugar. Pequenos detalhes da expressão racial, da carcaça, garantem a melhor pontuação”
33
34
| abril/maio 2013
Hist贸ria
Expozebu
79 anos
de muita história Fonte e fotos: ABCZ - Museu Virtual do Zebu
Como já afirmava Aristóteles, o homem é o princípio das ações. E foram através de muitas ações, de diferentes criadores, que a EXPOZEBU se transformou na maior exposição do gênero no mundo.
35
| abril/maio 2013
36
animais entre bovinos, suínos e cavalares no Prado São Benedito do Jockey Clube de Uberaba. Participaram dessa mostra os produtores: Ismael Machado, Bruno da Silva Oliveira, Segismundo Mendes dos Santos, Raimundo Soares de Azevedo, Teófilo Rodrigues da Cunha, José Caetano Borges, Ângelo Costa, Saturnino da Rocha Miranda e Elieser Mendes dos Santos. O poder público continuaria organizando as próximas exposições até a criação da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro - SRTM - no ano de 1934.
“
Em 1911, as
exposições, antes de
apenas um dia, foram organizadas para 15
dias, em comemoração ao Centenário do Distrito dos Índios, hoje Uberaba. Esse período
“
A paixão pelas raças zebuínas marcou os criadores do Triângulo Mineiro, desde a introdução da raça na região, tanto quanto o empenho para que as exposições de Uberaba fossem as melhores do País. Talvez a meta inicial não fosse essa, mas a verdade é que a atual EXPOZEBU é a maior feira do gênero no mundo e teve suas raízes lá no ano de 1906 quando Cel. José Caetano Borges realizou, na sua fazenda Cassu, em parceria com o seu cunhado Joaquim Machado Borges, a primeira exposição de gado que reuniu 1.146 animais. Um número recorde para a época. Esta primeira exposição já demonstrou o que aconteceria décadas depois: grandes negócios, grande movimentação de pessoas e disputa entre os melhores animais das várias raças zebuínas no País. Dois anos depois da primeira exposição, os criadores se reuniram em novo evento com o intuito de se prepararem para a Exposição Estadual, que aconteceria em Belo Horizonte, com o objetivo de divulgar o trabalho dos criadores. Organizada pelo agente executivo (prefeito) reuniu 44
maior marcaria as exposições até os dias atuais.
Exposição em 1911
Em 1911, as exposições, antes de apenas um dia, foram organizadas para 15 dias, em comemoração ao Centenário do Distrito dos Índios, hoje Uberaba. Esse período maior marcaria as exposições até os dias atuais. Uma vila foi montada no Prado de São Benedito e cada produtor era responsável por seu pavilhão. Pela primeira vez o presidente de Minas Gerais visitou Uberaba, Júlio Bueno Brandão, acompanhado do secretário de agricultura, José Gonçalves de Souza. Esta participação política se tornaria uma marca das exposições em Uberaba, com a presença marcante de presidentes, governadores e deputados, proporcionando importantes debates sobre agropecuária. Em 1917, um marco na história das exposições. O Governo Estadual destinou 15 contos de réis para o evento daquele ano, que teria como objetivo a escolha dos melhores zebuínos a serem apresentados na Primeira Exposição Nacional de Gado e Indústrias Anexas, que aconteceria no Rio de Janeiro. Exposições preparatórias, a escolha dos melhores animais e apresentação do Zebu para o mundo já eram temas da exposição de 1922. Os melhores animais de Uberaba foram apresentados na Exposição Universal do Rio de Janeiro. Depois do marketing realizado em 1922 com a apresentação do Zebu para o mundo, em 1928 a exposição aconteceria em período conturbado, marcado pela crise internacional e pela grande crise na cafeicultura brasileira. Uma peste bovina também complicou o cenário dos criadores, mesmo assim eles realizaram a exposição de 1928.
Veja também a revista Terra Boa no PC ou �or �is�osi�vos móveis h���//issuu.com/terraboa
Baixe o aplica��o gr� a par�r �o �ia � �e �aio
Acesse e tenha uma boa leitura!
www.terraboaagro.com.br
Anuncie na Terra Boa e faca bons negócios!
´
35 3522-6252 | 9213-6432 | terraboaminas@hotmail.com
www.facebook.com/terraboa.agro 37
Os anos
30 Em 1934 aconteceria a última exposição organizada pela municipalidade de Uberaba. A partir de 1935 os eventos foram organizados pela Sociedade Rural do Triângulo Mineiro, que então realizava a exposição anualmente, o que acontece até os dias atuais. Entre as autoridades presentes naquela exposição estava o então secretário de agricultura, Israel Pinheiro. No julgamento dos animais naquele ano deram prioridade as características dos animais como produtores de carne, uma novidade para aquele período. Participaram da exposição animais das raças Gir, Guzerá e Indubrasil. Em 1935 a primeira exposição organizada pela SRTM tinha como meta fixar normas e critérios para o desenvolvimento e criação do Zebu, o que se consagrou nos anos seguintes transformando Uberaba na capital do Zebu. A exposição daquele ano foi organizada para acontecer em 30 dias e foi realizada nos fundos da sede da SRTM. A década de 1930 traria grandes conquistas para os criadores de Zebu. Na exposição de 1936, o Ministério da Agricultura autorizou o
| abril/maio 2013
“
38
Em 1935 a primeira
exposição organizada
pela SRTM tinha como meta fixar normas e critérios para o desenvolvimento e criação do Zebu, o
Os anos
40 A década de 1940 confirma as conquistas da raça e atrai criadores de outros países. Em 1940 aconteceria a última exposição organizada nos fundos da SRTM. No ano seguinte a exposição já aconteceria no Parque Fernando Costa, inaugurado com a exposição daquele ano. Este evento reuniu a presença do Ministro da Agricultura que viabilizou o projeto, bem como o presidente da República, Getúlio Vargas, e o governador de Minas, Benedito Valadares. Em 1944, os governos municipal, estadual e federal apoiam a exposição. Em 1945 destacavam-se a venda de animais como o touro Tigre, da raça Gir, vendido por 1 milhão e duzentos mil cruzeiros e o touro Baiano por 1 milhão e 100 mil cruzeiros. No julgamento dos animais, registrava-se a presença do juiz americano Frank Scofield. No final da década de 40 a Expozebu já atraía criadores da América Latina, entre eles os Venezuelanos e Peruanos.
que se consagrou
“
Exposição em 1911
registro genealógico da raça bovina indiana, o que aconteceria oficialmente a partir de 1938. Altos volumes em negociação de animais foram registrados na exposição de 1937, quando um bezerro de 7 meses foi comercializado por 35 contos de réis, altíssimo valor para a época. Os altos valores nas negociações começam a ser uma constante e são também registrados na exposição de 1939. O Ministro da Agricultura Fernando Costa visitou a exposição de 1938, aquele que mais tarde nomearia o Parque de Exposições, palco da EXPOZEBU. Em 1939 estudantes já visitam a exposição para conhecerem a classificação dos animais, e assistirem as palestras.
nos anos seguintes transformando
Uberaba na capital do Zebu.
Exposição em 1911
Exposição em 1934
Juscelino Kubitschek
Em 1951 a feira atraiu produtores de todo País. Também estiveram na exposição o presidente, Getúlio Vargas, e o governador de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek, que voltaria a Exposição em 1956 como Presidente da República juntamente com o Governador de Minas, Bias Fortes.
39
Os anos
Os anos
50
60
A paixão pelo Zebu começa a tomar outras proporções na década de 50. Em 1950 acontece o primeiro leilão dentro do Parque Fernando Costa, o que seria grande atração do evento até os dias atuais. Em 1951 a feira atraiu produtores de todo País. Também estiveram na exposição o presidente, Getúlio Vargas, e o governador de Minas Gerais, Juscelino Kubitschek, que voltaria a Exposição em 1956 como Presidente da República juntamente com o Governador de Minas, Bias Fortes. Participaram as raças Gir, Indubrasil e Nelore. A falta da raça Guzerá na Feira foi registrada na revista Zebu, órgão oficial da ABCZ. Na década de 50 outras atrações compunham a programação da exposição como a participação de empresas através da associação Comercial e Industrial de Uberaba e rodeios. Em 1958 aconteceria a primeira mostra de gado leiteiro do Triângulo.
Em 1963 o presidente da república era João Goulart e as discussões durante a Expozebu versavam sobre a reforma agrária. Em destaque a venda de um touro Gir por 12 milhões de cruzeiros. Nessa participaram da exposição criadores das raças Gir, Nelore, Indubrasil e Guzerá. A partir de 1967 a SRTB foi transformada em Associação Brasileira dos Criadores de Zebu -ABCZque assumiu a organização da exposição. Nessa década também foi incluída na programação da feira um parque infantil para as crianças.
Os anos
70 A década de 70 marca o crescimento da exposição, 300 mil pessoas passam pelo parque Fernando Costa. A EXPOZEBU a partir dessa década atrai cada vez mais estrangeiros, que vêm em busca dos me-
| abril/maio 2013
A década de 70 marca o crescimento da exposição, 300 mil pessoas passam pelo parque Fernando Costa. A EXPOZEBU a partir dessa década atrai cada vez mais estrangeiros, que vêm em busca dos melhores animais do Brasil.
40
Exposição em 1966
lhores animais do Brasil. Shows de grandes nomes da Música Popular Brasileira marcam a festa. Em 1977 o então presidente Ernesto Geisel assina projeto de doação do Parque para a ABCZ,o que se concretizaria no ano seguinte.
Os anos
80 Na década de 80 passou-se a valorizar internacionalmente o evento com a realização das Assembleias da Confederação Mundial dos Criadores de Zebu e da Confederação Interamericana de Ganaderos. A valorização da raça também pode ser conferida com a inauguração do Museu do Zebu Edilson Lamartine Mendes, em 1984. Além de seminários, a década de 80 foi marcada também pela realização do 1º Congresso Internacional de Zebu. Getúlio Vargas
90 Na década de 90 cresce ainda mais a participação de delegações internacionais na exposição. Entre as grandes novidades do período está a democratização da comunicação com o lançamento oficial do site da ABCZ. A cadeia produtiva da carne era destaque nesse período. Na mesma década se comemorava os 60 anos de registro genealógico no Brasil. Em 1999 mais de 1500 animais participam da exposição entre eles alguns da Colômbia. No Torneio Leiteiro a raça Gir registra recorde nacional. A ABCZ entrou no novo milênio discutindo genética e a segurança da carne brasileira em detrimento da contaminação pela vaca louca na Europa. A venda de material genético cresce nesse período. Na parte do entretenimento os grandes shows sertanejos marcam as exposições.
A entrada no
século XXI Em 2003 o tema “ A Genética Zebuína Rumo ao Mercado Internacional” era o tema da exposição que buscava estreitar os laços da ABCZ com o comércio internacional. Nesse período criou-se também a Brazilian Cattle Genetics, Núcleo de Exportação de Animais Vivos e Material Genético Zebuíno que reuniu criadores, empresas, ABCZ e governo. Com o tema “Zebu, Carne e Leite Com Valor” reuniu no parque Fernando Costa, pela primeira vez fora de Brasília, a Comissão de Agricultura da Câmara e do Senado. A Genética Zebuína e as Questões Sanitárias eram discutidas no final dessa década. O então presidente da Repúbli-
ca, Luís Inácio Lula da Silva, também passou pela exposição. Em 2008 o tema da exposição era sustentabilidade e com a temática “Zebu, Pecuária Sustentável” trouxe para a feira pesquisadores que enfatizaram que é possível produzir sem agredir o meio ambiente. No final dessa década a ABCZ já colocava em prática o conceito da Pecuária Sustentável, como compostagem dos resíduos do gado e uso racional da água para a lavagem dos animais. O material reciclável também foi recolhido para destinação correta.
Ano 2010/2012 A ABCZ reafirma o seu compromisso com a Pecuária Sustentável. Destaque para a evolução genética dos animais, demonstrando a importância da tecnologia e investimento para o futuro da atividade. A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara continua se reunindo no Parque Fernando Costa durante a EXPOZEBU.
Ano 2013 03 a 10/05/2013 A feira acontece este ano de 3 a 10 de maio, enfocando a importância do Zebu para toda a cadeia produtiva da carne e do leite no Brasil. Algumas homenagens àqueles que dedicaram a sua vida a criação das raças zebuínas serão oficializadas durante a 79ª EXPOZEBU, entre elas o Tatersal ABCZ, totalmente reformado, recebe o nome do criador Rubico de Carvalho; a placa da Estância, que leva o nome do ex-presidente
da ABCZ, Orestes Prata Tibery Jr. A programação conta com 41 leilões oficializados, dois shoppings de animais, julgamentos, concurso leiteiro, mostras culturais, eventos técnicos e uma grande festa de encerramento. Outro importante momento da ExpoZebu será o lançamento da ExpoZebu Dinâmica, evento que passará a apresentar anualmente os principais lançamentos e novidades tecnológicas aplicadas à Agropecuária. Haverá demonstração de máquinas e tecnologias no dia 9 de maio, na Estância Orestes Prata Tibery Júnior. Uma festa de encerramento está programada para o Dia 10 de maio no Palanque Oficial da Pista de Julgamento “Torres Homem Rodrigues da Cunha”. Neste dia, serão entregues as premiações aos Grandes Campeões e Grandes Campeãs de todas as raças zebuínas. Também serão premiados os jornalistas vencedores do Prêmio ABCZ de Reportagem e os tratadores de animais da feira.
Fidélis Reis
Presidentes 1934/2013 – SRTM/ABCZ Fidélis Gonçalves dos Reis; Silvério José Bernardes; Augusto Borges de Araújo;Orlando Rodrigues da Cunha; José de Souza Prata; Licínio Cruvinel Rato; João Severiano Rodrigues Cunha (3); Carlos Smith (2); Adalberto Rodrigues da Cunha (5); Antônio José Loureiro Borges; Arnaldo Rosa Prata (4); Edílson Lamartine Mendes; Hildo Toti; Adherbal Castilho Coelho; João Gilberto Rodrigues da Cunha (3); Manoel Carlos Barbosa (2); Newton Camargo Araújo (2); Heber Crema Marzola; Rômulo Kardec de Camargos (2); José Olavo Borges Mendes (3); Orestes Prata Tibery Júnior; Eduardo Biagi.
( ) número de mandatos
Os anos
41
Artigo
Impacto Econômico da compra de touros melhoradores
| abril/maio 2013
A bovinocultura de corte representa a principal fonte de proteína animal do país, com grande potencial de crescimento. Em 2009 o consumo de carne bovina por habitante foi de 39,7 kg/ano/habitante, ao passo que em 1999 este consumo era de 35,6 kg ano/habitante e em 1990 era de 23,1 kg/ano/habitante.
42
No cenário internacional a pecuária bovina brasileira conseguiria ascensão ainda maior se não fossem as lentas melhorias no nível de tecnificação e nos índices zootécnicos. Embora enorme seja o desafio, nossa pecuária de corte está passando por importantes transformações. As fazendas estão se tornando empresas, contando com assessorias nas áreas de melhoramento genético, nutrição, manejo e sistemas de criação. O aumento da eficiência produtiva passou a ter uma demanda exacerbada, especialmente, como resultado das pressões impostas pela globalização da economia. Nesse cenário, a competitividade tornou-se elemento fundamental dessa atividade e, com ela, surgiu a necessidade de se disponibilizar, para o merca-
do consumidor, produtos que sejam de qualidade e apresentem baixos custos. Para produzir animais de qualidade é necessário o aperfeiçoamento das técnicas de criação pelo produtor aliando-as a um correto manejo nutricional e métodos de melhoramento genético adequados aos perfis produtivos, a fim de se inserir e permanecer dentro da cadeia produtiva. Assim, os programas de melhoramento genético contribuem para o aumento da qualidade do produto brasileiro, pois contemplam características relacionadas ao desempenho quantitativo e qualitativo desses animais de corte. O melhoramento genético visa mudar a composição genética dos animais, identificando e multiplicando os melhores genótipos. Os programas de
melhoramento genético avaliam características de crescimento, de reprodução, morfológicas de carcaça, e os resultados da avaliação genética publicados são as DEPs (Diferenças Esperadas na Progênie – valores estatísticos que indicam o patrimônio genético de um animal). Essas características de desempenho incluem os pesos e os ganhos de peso, tomados durante várias etapas da vida do animal. No grupo de características reprodutivas estão: perímetro escrotal, idade ao primeiro parto, período de gestação, intervalo entre partos, probabilidade de permanecer no rebanho, entre outras. As características de carcaça foram incluídas por serem importantes para todo rebanho bovino de corte. Maiores áreas de olho de lombo são relacionadas com maio-
res quantidades de carne presente na carcaça, assim melhor rendimento de carcaça ao abate. A gordura subcutânea na carcaça tem grande importância na indústria frigorífica garantindo qualidade à carne e também no rebanho de matrizes, favorecendo melhores índices reprodutivos. As DEPs são a certeza de que o touro e a matriz produzirão bezerros superiores. A DEP, então, permite comparar o provável desempenho da progênie de dois touros da mesma raça em uma mesma avaliação. Por exemplo, havendo dois touros, o touro
A com DEP +10 kg para peso ao sobreano e o touro B com DEP -5 kg também para peso ao sobreano, a diferença entre as DEPs dos animais será de 15 kg. Isto significa que a média da progênie do Touro A é 15 kg superior que a média da progênie do Touro B, sabendo que pode ocorrer que alguns filhos do touro A sejam mais leves que alguns filhos do touro B. É importante relembrar que o desempenho de um animal não é apenas resultado de seu genótipo, mas também dos efeitos de ambiente. Fica claro que reprodutores e matrizes bem avaliados geneticamente são de fundamental importância em qualquer projeto pecuário que vise lucratividade. Muitas vezes substituído pelo “boi de ponta de boiada” ou touro comum, o touro avaliado pode ser um dos pontos chaves na produtividade de um projeto de pecuária de corte, já que um reprodutor é capaz de produzir grande número de filhos no rebanho.
Yuri Baldini Farjalla Zootecnista pela Universidade Estadual de Londrina (UEL); Mestre em Produção Animal pela ESALQ/USP e Técnico da Aval Serviços Tecnológicos yfarjalla@aval-online.com.br
43
Lenda Vi va
Lazer e paixão a tradição caminha com a memória viva O carro de boi, que tanto ajudou os produtores no passado, não podia ser relegado ao
| abril/maio 2013
esquecimento
44
O Sr. Emídio Madeira é um apaixonado por carros de bois. Depois de trabalhar muito com este “veículo” no passado, hoje, aos 75 anos, usa o carro de boi para momentos de lazer e para manter a tradição. Esse cafeicultor e pecuarista de Nova Resende/MG começou a lida cedo. Aos sete anos, já carreava junto com o pai. Era com o carro de boi que faziam tudo: aravam a terra, transportavam os frutos da colheita ou faziam mudanças. O menino Emídio cresceu, casou, formou família e o carro de boi foi substituído por novas tecnologias, mas
a paixão ficou no sangue. Casado com Efigênia Aparecida Madeira é pai de nove filhos, tem 23 netos e cinco bisnetos. Há cerca de 20 anos uma ação social em prol do Asilo de Nova Resende resultou no resgate dessa tradição. No município havia apenas quatro carros de bois. “Ao ver o Deodato Magalhães trazer em carro de boi lenha para o asilo, disse a ele que precisávamos resgatar essa tradição. Ele concordou. No ano seguinte tínhamos 15 carros de bois e, atualmente, temos 120. Nosso desfile, realizado no último final de semana de
45
maio, reúne até 150. Hoje participamos de desfiles na região, da Festa de Trindade em Goiás e da Festa de Barretos/ SP. Quanto à ação social em prol do asilo, ela continua. Hoje substituímos a lenha por alimentos”, disse Emídio.
Uma boiada Nelore Como criador da raça Nelore ele quis arriscar e domar uma boiada para formar o seu carro de boi. Muitos o acharam louco. E não é que deu certo, em detrimento do que todos achavam impossível. Ele lançou moda e já tem duas boiadas. “Eu ia amansar uma boiada de Gir, mas tinha uma boiada desmamada de Nelore. Muitos desconfiaram, mas eu disse que em três dias saberia se conseguiríamos a façanha. Chamei o Claudio e em pouco temos amansamos a boiada. Em todo lugar que levamos, chamamos a atenção”, disse. Em Barretos abriu a festa carregando a princesa no seu carro de boi e foi um show, segundo seu Emídio. “Em Barretos, a primeira vez que levamos a boiada acharam que era perigoso porque era Nelore. Depois a apresentação foi o maior sucesso, a atração da noite”, ressaltou com orgulho.
Encontro de Carros de Bois em Nova Resende
| abril/maio 2013
Último domingo de maio, 26/05/13 Contato: Emídio Alves Madeira emidiomadeira@hotmail.com 35 9838-1358
46
Emídio x Emídio, pai e filho, mantém a tradição dos carros de bois
A paixão por carros de boi atrai amigos, vizinhos, carreiros e candeeiros. No dia dessa reportagem eles foram a Santa Efigênia e deram aquela força para montar o carro. E é paixão mesmo, tanto que a maioria deles tem também o seu carro de boi.
O Criador Seu Emídio é também criador de Nelore há 15 anos e nesse período trabalha pela melhoria genética da raça. A sua meta não é ter muitos animais, mas ter animais de qualidade. Hoje ele tem bons touros e boas doadoras. O cru-
zamento é feito somente com animais de genética comprovada. “Quando era menino um boi levava anos para pesar 15 arrobas. Hoje com 18 meses já atingimos essa meta”, disse Emídio. “Eu estou gostando muito de criar Nelore. Aqui na Fazenda Santa Efigênia, tenho 250 cabeças de gado PO”. Em outras fazendas ele cria os caras limpas. Na 50ª EXPASS um de seus bezerros garantiu o terceiro lugar. “Eu quero formar uma gado de elite muito bom”. Nada mal para quem sonhou em ter dois alqueires de terra e no primeiro quinhão que conquistou plantou café e nunca mais parou de plantar. Já são 56 anos.
movimentam o Mangalarga Marchador
O cavalo sempre despertou o fascínio e a admiração nos seres humanos, desde o início da história da civilização ele se mostrou uma peça-chave na conquista de poder e riqueza. Nos últimos tempos, aos poucos, foi perdendo sua função de “motor” do desenvolvimento. Porém, a modernidade que fez do cavalo uma peça secundária, traz consigo a necessidade nos seres humanos de buscar um equilíbrio para a mente. Novamente então, o cavalo surge com função não menos nobre que antes, que é a de proporcionar lazer e entretenimento. Várias raças se aperfeiçoaram nessa função, porém, em Minas Gerais, temos o orgulho de dizer que possuímos uma raça legitimamente brasileira e totalmente adequada a essa nova realidade do cavalo. Originado no Sul de Minas, por volta do ano de 1812, estamos falando do cavalo Mangalarga Marchador, famoso pelo seu deslocamento cômodo e maciez. Impulsionado, em geral, pelo aumento do poder aquisitivo do brasileiro, melhoramento genético e ações de apoio aos criadores pela sua associação, o cavalo Mangalarga Marchador vive um momento de destaque no Brasil e, consequentemente, no Sudoeste Mineiro. A vinculação do nome Mangalarga Marchador, no último carnaval, com uma
das maiores escolas de samba do Brasil, a Beija Flor de Nilópolis, que teve como tema de seu enredo a história da raça, contribuiu de forma significativa para a exposição na grande mídia. O que gerou uma maior valorização dos animais. Isso, sem dúvida, se refletiu num expressivo aumento de novos criadores e leilões com bons índices de liquidez que garantem a rentabilidade do negócio. Outro indício de um mercado aquecido para a raça, é o grande número de competições conhecidas como “Copas de Marcha” que acontecem semanalmente, atraindo grande número de competidores e usuários do Mangalarga Marchador. A competição consiste em avaliar comparativamente, por categorias, o andamento marchado dos animais, considerando cinco quesitos: GESTO DE MARCHA; COMODIDADE; ESTILO; ADESTRAMENTO; RENDIMENTO e REGULARIDADE. O concurso de marcha é realizado em três fases: Seletiva, Classificatória, Fase Final e Comentário. Os árbitros devem, obrigatoriamente, montar em todos os animais durante a fase classificatória e o tempo de duração normal do julgamento de cada categoria é de no máximo 70 minutos; ao final o árbitro faz o comentário técnico justificando cada colocação, sendo esse comentário é de
Artigo
As provas de Marcha
grande valia para criadores e usuários, que podem, assim, direcionar o treinamento dos seus animais. Recentemente um grupo de criadores e usuários do MM de Passos e região reativou o Clube do Cavalo Mangalarga Marchador, entidade vinculada a ABCCMM (Associação Brasileira dos Criadores do Mangalarga Marchador) de Belo Horizonte. O clube criado em 1997, volta suas atividades de fomento da raça, com o apoio e organização de provas, inclusive com uma copa de marcha já agendada para o mês de junho/2013, no parque de exposições, com o apoio do Sindicato Rural de Passos.
Gilberto Pimenta de Andrade Criador e presidente do Clube do Cavalo Mangalarga Marchador do Sudoeste de Minas gpimenta@passosnet.com.br
47
48
| abril/maio 2013
49
agronegócios Edição especial capa dupla! Leia aqui também a edição especial segunda capa disponível no Issuu.
agro ano 2
José Co e A busca incessan lho Vit te pel or a melho
| abril/maio 2013
r genéti
50
ca
EMAP A e EX
A dispu
ta pelo
melhor
do rank
PASS
ing
Arti
neg
| ediçã
o 7 | ab
ril/maio
ócio 2013
s