Terra Boa Agronegócios - Ed 10 Out/Nov 2013 - Rocky Mountain

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ano 2 | edição 10 | outubro/novembro 2013

O Retorno do lendário

Rocky Mountain Especial

Associação

Rodeio

Equinocultura reúne esporte, lazer e família

Aproleite, 10 anos de sucesso

Novos nomes na PBR




Parceiros e Colaboradores Junior Fernandes é graduado em medicina veterinária com mestrado e doutorado na área. É especialista em outros segmentos como em temas comportamentais ligados à motivação, comprometimento e iniciativa dentro do agronegócio, Administração Rural pela FGV e MBA em Administração de Empresas pela FEA/ USP. Tem formação em Coaching Integrado, Negociação, Liderança, Gestão de Tempo e Hipnose Clássica. É sócio-fundador e instrutor da Academia da Pecuária e diretor técnico e comercial da Grama Senepol.

Mônica Carbonari é proprietária da agência Yes Viagens e Turismo, em Itatiba/SP, especializada em turismo equestre, Bull Rider e agronegócios. Como criadora da raça Quarto de Milha e de touros de pulo, no Brasil e no Texas, tornou-se grande conhecedora de competições internacionais ( Las Vegas, Texas e Oklahoma), o que lhe proporcionou condições de criar uma prestação de serviços especializada e diferenciada para seus clientes.

Cássio Paiva é engenheiro agrônomo e produtor rural. É também juiz efetivo do quadro de jurados da Associação Brasileira de Criadores de Girolando e leiloeiro rural. Também é diretor da CP Leilões Rurais com sede em Uberaba/MG, empresa que disponibiliza ao empresário rural suas modernas e eficientes ferramentas visando trazer benefícios a todos da cadeia produtiva.

Leandro Alves de Queiroz é competidor de Team Penning desde 2009. Na sua trajetória, já contabilizou vários títulos como uma vitória em Barretos e o troféu Potro Futuro de 2012. Em Passos, na Fazenda Nossa Senhora Aparecida, mantém um Centro de Treinamento de Animais.


Onofre Eustáquio Ribeiro é tradicional criador da raça Gir Leiteiro, na Fazenda São Bento e Estância Jasdan, em Paraopeba/MG. Selecionador da genética da raça utiliza de todas as biotecnologias disponíveis para a fertilização, incluindo a FIV e a clonagem. Ele e seus familiares mantêm contatos estreitos com a Índia, onde fez amizade com os mais antigos selecionadores da raça no mundo.

José Antônio de Paula é médico veterinário graduado pela Unifenas (Universidade de Alfenas). Atua na sua querida Animed (nas clínicas de Passos/MG e Franca/SP) que presta serviços em vários segmentos da veterinária, no Brasil e no exterior, onde também atua em várias ações de cunho social, resguardando sempre o valor de contribuir para o bem-estar da humanidade.

Roberto Barbosa Silva é um apaixonado pelo mundo dos rodeios. Atuou como assessor de pista em centenas de rodeios nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Rondônia. Atualmente, é diretor de arena e de cerimonial nas aberturas de rodeios da RBA (Robert Barbosa Assessoria), empresa que atua na região Sudeste e no Estado de Goiás.

Alexandre Silva é Técnico em Agropecuária pela Escola Técnica de Muzambinho. É sóciofundador da Triângulo Agro, empresa que atua na área de consultoria e vendas em Passos e região. Trabalhou na Monsanto como consultor. É também pecuarista de corte e produtor de grãos.


Leia na Terra Boa agronegócios

EXPEDIENTE Terra Boa Agronegócios é uma publicação bimestral da Editora Doce Mar ano 2 | edição 10 | outubro/novembro 2013 Direção executiva Bolivar Filho contato@terraboaagro.com.br Conselho editorial Bolivar Filho, Denise Bueno Edição Bolivar Filho Denise Bueno Projeto gráfico Edição de imagens e DTP Multimarketing Comunicação Thiago Ometto / Dalton Filho contato@multimarketing.ppg.br daltonfilho@multimarketing.ppg.br Jornalista Responsável Denise Bueno – DRT/MG 6173 redacao@terraboaagro.com.br Redação Renato Rodrigues Delfraro Adriana Dias Revisão Ruller Rodrigues rullerrodrigues@hotmail.com Fotos Reginaldo Faria reginaldofaria@outlook.com Capa Montagem sobre foto de Reginaldo Faria Impressão Cristal Gráfica e Editora Tiragem 10 mil exemplares A Revista Terra Boa Agronegócios não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados e informes publicitários. Revista Terra Boa Agronegócios Av. Com. Francisco Avelino Maia, 3866 Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252 www.terraboaagro.com.br www.facebook.com/terraboa.agro contato@terraboaagro.com.br Publicidade: publicidade@terraboaagro.com.br Envie a sua história ou curiosidade relacionada ao campo para a Terra Boa Agronegócios!

12 ESPECIAL Os cavalos e a família Prátola

18 CAPA Rocky Mountain, o cavalo

24 ASSOCIAÇÕES Associação Equestre Sul Mineira

28 CURTAS Aconteceu nos últimos dois meses

38 ASSOCIAÇÕES APROLEITE comemora 10 anos

42 ARTIGO As leveduras vivas no rúmen

44 ARTIGO Silagem de Milho Reidratado

46 DEPOIMENTO Mudanças e grandes resultados

48 CAFEICULTURA Semana Internacional do Café

52 ARTIGO A história do café

54 RODEIO Kaique Pacheco nas pistas

56 GENÉTICA O mercado promissor dos rodeios

60 TREINAMENTO Curso de Montaria

64 EQUINOCULTURA Prova de Marcha


Leitores da TB

SATYAJIT KHACHAR, O Marajá de Jasdan, em frente ao seu castelo, na Índia, em foto para a Revista Terra Boa, na edição em que a sua trajetória de criador da raça Gir Leiteiro é retratada juntamente com a história de Onofre Eustáquio Ribeiro, criador em Paraobepa/MG. A seleção genética realizada pela família do Marajá é considerada a mais antiga do mundo. Na Índia, a raça Gir sempre foi selecionada para leite, já que os Indianos, são na sua maioria, vegetarianos. Os Marajás mantinham em seus Palácios a seleção do gado para fornecer touros as aldeias e estes eram trocados a cada três anos para não haver consanguinidade Há cinco anos, o Marajá de Jasdan disponibilizou suas melhores matrizes para uma parceria com João Feliciano, Onofre Ribeiro, José Afonso Bicalho para coleta de embriões para exportação para o Brasil criando assim o Consórcio GIR/BRASIL/ÍNDIA, do qual é sócio. Parte deste material já está no Brasil para o refrescamento do sangue do Gir Leiteiro brasileiro.


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Ao leitor

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Boas notícias A cada edição da Revista Terra Boa Agronegócios, ficamos surpresos com a quantidade de informações que temos que selecionar para a publicação, em detrimento de tantos acontecimentos deste nosso mundo rural. Selecionar os mais importantes não é tarefa fácil, mas tentamos escolher aqueles que terão maior impacto no período. Entre tantos fatos marcantes e bons para o setor, destacamos o novo momento de duas grandes associações deste País: a ABCZ, que conta com nova diretoria desde o final de agosto; e a Girolando, que tem eleições programadas para dezembro. Enquanto novos líderes assumem a direção das associações, a seleção genética do rebanho nacional segue forte e mostra ao mundo a importância do Brasil nesse mercado. Em Uberaba Expogenética, Expoinel e Expobrahman mostraram a força das raças zebuínas; em Uberlândia os criadores da raça Senepol organizaram a sua maior exposição de animais. Aguardamos para o mês de novembro a força da pecuária leiteira a ser mostrada durante a Interlactea, que este ano será realizada em Avaré/SP. No último bimestre, o grande mundo dos cavalos nos encantou de várias maneiras. Histórias e competições do mundo equestre mostram a união de famílias, o desempenho de nossos parceiros nas pistas de competições e o amor ao Rocky Mountain, uma lenda da raça Quarto de Milha. O segmento é forte e movimenta R$ 7 bilhões gerando 3 milhões de empregos. Com tanta notícia boa, nós também queremos fazer a nossa parte e contribuir para um futuro melhor. Por isso, organizamos o II Terra Boa Fest, um evento diferenciado, no qual nos unimos em prol do Hospital Psiquiátrico Otto Krakauer, com sede em Passos/MG. A entidade atende uma área de 100 cidades. No dia 28 de novembro, em uma noite de confraternização e solidariedade estaremos unidos em prol desta causa. Você é nosso convidado, participe conosco desse momento. Um forte abraço! Bolivar Filho

Nas capas desta edição, o presidente da ABCZ, Luiz Claudio S. Paranhos Ferreira, por Rubio Marra, e Rocky Mountain em montagem com foto de Reginaldo Faria.

Você sabia que a Terra Boa também pode ser acessada na internet para leitura virtual? É no endereço abaixo:

http://issuu.com/terraboa Tenha uma boa leitura!




Especial | outubro/novembro 2013

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Os cavalos

e a famĂ­lia PrĂĄtola


“O cavalo une pessoas, une famílias”. Esta frase é bem comum entre os apaixonados pelos vários esportes equestres ou, simplesmente, apaixonados por cavalos. 13


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A primeira competição a atrair os Prátolas foi o Team Penning, considerado o esporte da família por reunir na prova pais e filhos.

“O cavalo une pessoas, une famílias”. Esta frase é bem comum entre os apaixonados pelos vários esportes equestres ou, simplesmente, apaixonados por cavalos. Na família Prátola, esta frase não é somente uma frase de efeito, mas uma certeza na vida de seus cinco membros. Tudo começou com os pais, Izabel Whitaker Lima Silva Prátola e Silvio Prátola Neto, ambos nascidos na capital, mas apaixonados pela vida no campo e, especialmente, por cavalos. O destino os levou as mesmas pistas, as mesmas exposições, onde se conheceram. Izabel uma esportista, praticante de hipismo, e Sílvio um admirador dos animais.

Desde o primeiro encontro nas arenas, já se passaram 26 anos. Hoje, centralizados em Mococa/SP, têm três seguidores, os filhos Gabriela, Fábio e Eduardo Prátola, todos apaixonados por cavalos e pelas diversas modalidades dos esportes equestres. Os filhos não teriam como fugir da paixão dos pais. Nas palavras de Izabel, desde pequenos eles ficam perto das cocheiras, já que por mais de 10 anos ela manteve uma escola de equitação. Com esta convivência, os filhos da competidora chegariam às provas. Seria apenas uma questão de tempo, o que exatamente aconteceu. A primeira competição a atrair os Prátolas foi o Team Penning, considerado o esporte da família por reunir na prova pais e filhos. Gabriela começou a competir com 10 anos, os irmãos com 4. Hoje, mais de 10 anos depois, eles estão profissionalizados. Investiram em animais, equipamentos, pista e no transporte dos cavalos, já que a cada final de semana podem estar concorrendo em uma das provas realizadas em todo País. Há alguns meses, após concluir o curso de agronomia, Gabriela intensificou os treinamentos para competir em outras modalidades como no Tambor e na Brakaway Roping, uma modalidade feminina para o laço de bezerro, recéminserida nas competições do Brasil. Nada mal para esta jovem de 22 anos que tem se dedicado às competições. Seu treinamento é sério, todos os dias da semana, para poder brilhar nas pistas em 2014. Gabriela se prepara para realmente ser uma competidora de várias modalidades. Na Liga Leste Paulista, por exemplo, no Team Pening, participa nas categorias amador e aberta, a qual ela destaca por reunir os melhores do ranking e ela como mulher competir de igual para igual com o grupo. Nessa década em que compete já ganhou motos e outros prêmios, além de troféus e fivelas. Em Jaguariúna garantiu o segundo lugar na modalidade Ranch Sorting em parceria com Kely do Estado do Paraná. Quando a equipe da Terra Boa esteve na Fazenda Guarantã ela chegava da Copa dos Campeões, evento realizado pela ABQM, de 08 a 13 de outubro, em Avaré/SP, onde participou do Team Penning.

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Já pensando nas competições de 2014, Gabriela se prepara para as provas do próximo ano onde concorrerá em outras modalidades. “Eu gosto muito de praticar o Tambor, a prova proporciona

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muita adrenalina”.

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Já pensando nas competições de 2014, Gabriela se prepara para as pistas do próximo ano, nas quais concorrerá em outras modalidades. “Eu gosto muito de praticar o Tambor, a prova proporciona muita adrenalina. Na prova do laço é outra concentração, outra emoção. No Team Penning, eu estou mais acostumada. Eu dependo dos bois e dos meus parceiros e de velocidade. É outra adrenalina. Cada prova tem a sua emoção. Eu estou me preparando para elas”. Os irmãos, em fase de preparação para o vestibular e conclusão do Ensino Médio se dedicam mais aos estudos, mas tem um tempo de pelo menos duas horas para treinarem, mesmo que isso aconteça durante a noite. “Na realidade eu me sinto um privilegiado, por morar em uma fazenda e ter condições de poder treinar com meus animais, mesmo que isso ocorra no final da tarde ou

à noite”, disse Eduardo. Aliás, a paixão pelo campo os filhos também herdaram dos pais. Eles são unânimes em afirmar o quanto gostam de estar no campo, de viver na fazenda. Na família Prátola eles não conseguem imaginar a vida sem o envolvimento com o cavalo, afinal todo o relacionamento do grupo familiar está focado neste universo, onde mantém a sua rede de amigos, a segunda família como costumam dizer. Para Izabel, a integração com os cavalos faz dos envolvidos seres mais humanos. “Quando vai aprender a andar a cavalo, a criança sabe que terá que mandar, conduzir o animal e automaticamente cuidar do mesmo. Observar o cavalo, a sua sede , a sua fome e atender aos seus anseios é uma troca de amor e faz com que a criança se torne mais humana e mais segura”, concluiu.


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Capa

Rocky Mountain: O Cavalo

Um dos melhores cavalos da raça Quarto de Milha, destacou-se em varias modalidades e em especial no Team Penning, Rocky Mountain, com seu carisma, rompeu as barreiras das pistas e ganhou verdadeiros fãs por onde passou. Virou um astro depois de muitas vitórias com o seu fiel companheiro, Luiz Augusto Ribeiro Tranquilini, o Guto. Rocky

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é filho de Ken Pep Playboy e Ginger Tari, de criação do Rancho Guanacaste.

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“O Rocky é um garanhão muito forte de conformação muscular invejada. Com certeza

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será pai de

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excelentes futuros competidores das provas do Quarto de Milha”

É considerado um garanhão de muita força, é idolatrado por seus proprietários que o adquiriram em condomínio, há um ano e meio, quando sofreu uma lesão em uma de suas patas traseiras. Mas, o que poderia ser considerado impossível para muitos, não o foi para Rocky. A sua força foi demonstrada na sua recuperação. Em forma e muito bem cuidado na Fazenda SL Barreiro de Luiz Manoel Tranquilini, está pronto para voltar às pistas. Enquanto descansa, sua genética está sendo disseminadas para várias regiões do País. Hoje, Rocky pertence ao condomínio formado por Cassiano Eduardo Silveira Avelar, Rafael Bicalho Nicholas, Luiz Manoel e Luiz Augusto Tranquilini, fãs do seu desempenho sempre acompanharam a sua performance nas pistas. Em cada fala dos proprietários suas qualidades se destacam de formas diferentes. “Uma prova de Team Penning sem o Rocky era o mesmo que um jogo sem o Neymar”, ressaltou Luiz Manoel. “Eu cansei de ver o Rocky ganhar nas pistas”, disse Eduardo. “O Rocky é um cavalo de muita força e inteligência. Ele sabe o que tem que ser feito, parece que adivinha o que a gente quer na pista. Ele não é bom só comigo, mas com todos os cavaleiros que já o montaram”, disse Guto. Para Gabriel Nicholas ele foi o fenômeno do Team Penning. “As passadas do Rocky eram um verdadeiro espetáculo”, complementa. O seu desempenho nas pistas sempre foi motivo de destaque e de atração. Segundo seus criadores todos gostavam de admirá-lo e as competições não eram as mesmas sem a sua presença.

Cavalo e Cavaleiro Eficiente nas pistas, Rocky Mountain e Luiz Augusto eram esperados nas provas. Era comum o público parar para ver a chegada deles, ou simplesmente, o Rocky sair do caminhão. Com ele, Guto ganhou motos, carros e valores em dinheiro. “O Rocky é um cavalo inteligente. Ele sabe o que a gente quer na pista. Tem muita força. É o


melhor cavalo que já montei”, destaca. Ainda segundo Guto, o Rocky é um cavalo diferenciado que tem senso de boi, além da velocidade, força e docilidade. Ele ressalta também a sua rusticidade e sanidade. “o Rocky é um cavalo saudável”. O que pode ser comprovado agora com a sua recuperação, após a forte lesão sofrida na pata traseira.

O Cavalo Rocky chegou ao Brasil no Rancho Coyote de Antônio Carbonari Neto, onde mostrou a sua grande adaptabilidade ao ser treinado em apenas quatro meses e ficar como Reservado Campeão na categoria Non Pro, na competição Potro do Futuro. Enquanto esteve no Rancho Coyote participou de várias competições, sempre pontuando muito bem. “O Rocky é um garanhão muito forte de conformação muscular invejada. Com certeza será pai de excelentes futuros competidores das provas do Quarto de Milha, disse Erik Carbonari. Até chegar a Fazenda SL Barreiro e encontrar Guto, Rocky Mountain passou por outros três criatórios. Na SL Barreiro quando fez história no Team Penning, ficou até ser vendido, pelo maior valor comercializado entre animais competido-

res da modalidade Team Penning, R$ 90 mil Reais, na época. Com o seu quinto proprietário, competidor Mineiro, sofreu uma grave lesão e os negócios o levaram novamente a SL Barreiro, onde sempre foi tratado com muito amor. Além dos sócios do seu condomínio, é também muito bem cuidado por seu tratador, o Maurão, que reafirma todas as qualidades ressaltadas do Rocky e acrescenta uma mais: “ele me entende, me atende, é só chamá-lo que vem onde eu estou”, disse. O amor pelo Rocky é tamanho que quando esteve ausente das baias, tudo ficou sem graça, tanto para Maurão, como para Guto. “Ele é um cavalo diferente”, afirmou Maurão que ainda ressalta que conheceu muitas pessoas através do Rocky. “Se não fosse por ele, eu não teria conhecido vocês que vieram fazer esta entrevista”, relatou o tratador para a equipe de reportagem da revista Terra Boa. O sentimento é o mesmo de Eduardo, Nenéu e Gabriel que acompanharam o desempenho de Rocky em sua trajetória no Team Penning. Agora a expectativa está sobre a sua volta às pistas e a performance de seus filhos; 34 já registrados na ABQM e muitos outros estão por vir.

Enquanto descansa das pistas, a genética do Rocky é disseminada pelo País. Os seus primeiros filhos, já treinados e com desempenhos desejáveis nas pistas, em várias modalidades como Laço, Apartação e Team Penning, demonstram as mesmas qualidades do pai. Contato 35 9728 9800 35 9978 7073

Ediuardo , Gabriel, Guto, Luiz Manoel e Rocky Mountain

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Competições | outubro/novembro 2013

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Copa dos

Lara e a esposa, Gabriela, também competidora das provas de Tambor.

Campeões A 7ª Copa dos Campeões da raça Quarto de Milha, realizada de 08 de outubro a 13, no Parque de Exposições Fernando Cruz, em Avaré/SP, reuniu 1984 conjuntos, conforme dados do Departamento de Esportes da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM), os números superam os de 2012 incluindo mais 104 cowboys na pista. O passense, Rafael Lara de Moraes Silveira, ficou em 1º lugar na modalidade Laço de Bezerro, categoria Livre, no cronômetro, e em 4º no Laço Técnico. Apaixonado pelo esporte e treinando há quatro anos, Lara conseguiu pontuar em todas as competições em que participou. Em 2013 está classificado no ranking nacional em 14º lugar na categoria laçador de bezerro. Seu cavalo SUPER PINE ENC, filho de SUPER DOC BEE x MISS BURLE PINE tem Registro de Mérito, conquistado em 2012, depois de ser treinado por ele.

fotos arquivo pessoal


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Associações | outubro/novembro 2013

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Nasce a Associação

Equestre Sul Mineira

Fundada em Passos/ MG, em outubro de 2013, a Associação Equestre Sul Mineira tem como objetivo reunir em seus quadros não apenas os proprietários de cavalos, mas todos aqueles que gostam dos animais e são admiradores do mundo equestre. A sociedade, sem fins lucrativos, fundada por Cassiano Eduardo Silveira Avelar, Lucas Hipólito

Carvalho Maia, Leandro Queiroz, Bolivar José de Souza Filho, Luciano Queiroz e Gustavo Lima Garrido contou com o apoio da Prefeitura Municipal de Passos. A Associação tem como objetivo aproveitar a estrutura que a região oferece para a prática de atividades equestres em suas diversas modalidades, unir as pessoas que gostam e têm ligação com os cavalos e apoiar tudo e

todos que possam contribuir para a valorização da atividade equestre no Circuito Sul-Mineiro. Atualmente, na região, existem cerca de 400 cavalos estabulados, em treinamento para competições, sendo preparados para exposições, leilões ou, simplesmente, em manutenção básica para passeios. Animais das raças Mangalarga, Mangalarga Marchador, Quatro de Milha, en-


Um dos pontos mais importantes é a integração familiar e social, sendo que os esportes são praticados na maioria das vezes em família, o que fortalece os laços afetivos.

tre outras, sem contar um número considerável de muares. São realizados na região, periodicamente, passeios e competições, como Team Penning, provas de marcha e cavalgadas, que aproveitam a estrutura oferecida nos haras e centros de treinamentos, explorando também a diversidade ecológica, colaborando, inclusive, com o fomento do turismo regional, com a participação de turistas de diversas partes do Brasil. Todo esse potencial contribui de forma relevante para a geração de empregos diretos e indiretos, pois conta com a mão de obra especializada que inclui treinadores, domadores, ferradores, veterinários, etc. Segundo o CEPEA (Centro de Estudos Econômicos da Universidade de São Paulo), o setor movimenta mais de R$ 7 bilhões

por ano e gera cerca de 3 milhões de empregos. Toda a cadeia de negócios do setor, compra e venda de animais e a manutenção dos membros, movimenta a economia de forma considerável, contribuindo com o crescimento do setor agropecuário. Um dos pontos mais importantes e valorizados pelos praticantes é a integração familiar e social, sendo que os esportes são praticados na maioria das vezes em família, o que fortalece os laços afetivos. O senso de responsabilidade e o respeito à natureza e aos animais são valores preservados pelos apaixonados por cavalos. A Associação não tem intuito político. A partir da formação de sua diretoria pretende-se colaborar inclusive com as questões sanitárias, com a realização de exames periódicos de anemia e morno, e com prevenção e vacinação. O resgate de valores tradicionais, como apoio à cavalgadas e a realização de exposições do gênero, serão priorizados pela Associação, o incentivar projetos, como a equoterapia desenvolvida pela APAE de Passos, que proporciona integração, aprendizado e lazer aos seus alunos através do contato com o cavalo, podendo ser desenvolvida em outras regiões. Por fim, é de suma importância enfatizar que a Associação nasce para agregar e somar ao meio equestre, buscando apoio nas demais prefeituras e órgãos ligados ao meio rural que tenham interesse em colaborar e incentivar esta abençoada atividade. A Associaçao está de portas abertas para receber todos os apaixonados por cavalos. Contato 35 9728 9800 35 9978 7073

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Curtas

O produtor Leopoldo Antônio Pereira, das Fazendas Reunidas Antônio Carlos Pereira, de Carmo do Rio Claro/MG, fez seu depoimento durante o Interleite 2013, evento realizado em Uberlândia nos dias 10 e 11 de setembro. Leopoldo narrou a trajetória da sua família e falou sobre a motivação em produzir leite. O evento premia os 100 maiores produtores do Brasil. A Fazenda está em 6º lugar do Ranking com produção diária de 25.829,73 litros. A promoção é do site MilkPoint em parceria com a Elanco, CRV Lagoa, Dow Agrosciences e Nutron, com o intuito de reunir e homenagear os 100 maiores produtores de leite do Brasil.

O 2º Fórum Nacional de Agronegócios aconteceu nos dias 20 e 21 de setembro, em Campinas/SP. Reuniu cerca de 300 líderes empresariais e do agronegócio do Brasil, além de pesquisadores, investidores e autoridades públicas para debater “Os nós do agronegócio”. O evento, que é o maior encontro do agrobusiness no País, é promovido pelo LIDE - Grupo de Líderes Empresariais, presidido por João Doria Jr. e pelo LIDE Agronegócios, liderado por Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas.

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Radical

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Cafeicultores do Sul de Minas Gerais optaram por cortar parte da sua lavoura em detrimento do custo de produção e valor comercial do produto. Os produtores acreditam que desta maneira poderão conter os investimentos na manutenção da lavoura e mão de obra.

Mutum Weekend é recorde O evento, realizado de 13 a 15 de setembro, na Fazenda Mutum, em Alexânia/GO, foi o ponto de encontro da pecuária leiteira seletiva mundial. Em quatro leilões, foram apresentadas grandes oportunidades de adquirir animais rigorosamente selecionados, com carga genética apropriada para construir ou evoluir plantéis. O Leilão Baby e Prenhezes Gir Leiteiro registrou a expressiva média de R$ 33.509,43 por lote, dando o pontapé inicial do Mutum Weekend em grande estilo. A Mutum ofertou 50% das cotas de Galio TE F Mutum (Modelo TE de Brasília x Condessa TE F Mutum) – Bi Grande Campeão Nacional Megaleite e Expozebu 2010/2012, e Melhor Touro do Ranking ABCGil 2009/2010. Galio foi adquirido por venezuelanos a 30 parcelas de R$ 38.000,00. O Leilão Matrizes Gir Leiteiro obteve a maior média da história da raça Gir Leiteiro: R$ 293.224,42. O Leilão Girolando consagrou mais uma vez a Fazenda Mutum e demonstrou a confiança que o mercado tem nessa marca, registrando média de R$ 40.828.57 por lote, o que configura o novo recorde mundial de faturamento em um leilão da raça Girolando. Leilão Programas do Leite colocou em oferta animais de produção, criados a pasto, mas que carregam a mesma genética das grandes matrizes Mutum com média de R$ 8.918,18 por lote.


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Mais carne O Brasil precisa produzir carne bovina em quantidade e em qualidade para atender à crescente demanda da China. Há uma década, o consumo per capita naquele país era de pouco mais de 5 kg de carne por habitante/ano. A perspectiva é subir para 15.8 kg/hab em 2020 e para 24 kg/hab em 2030. A informação é de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central e presidente do Conselho de Administração da J&F durante a 6a Interconf – Conferência Internacional dos Confinadores, maior evento da pecuária intensiva do Brasil, que reuniu mais de 800 produtores em Goiânia/GO, no início de setembro. A 6ª INTERCONF teve como tema principal ‘O Confinamento de Precisão’, sob a ótica: Aumente o Peso do seu Negócio.

Minas investe R$ 12 bilhões O Plano Agrícola e Pecuário Safra 2013/2014 investirá em Minas Gerais R$ 12 bilhões para custeio, investimento e comercialização. Os recursos serão aplicados na agricultura familiar e empresarial. O Plano Agrícola e Pecuário abrange o programa ABC Minas, que incentiva ao produtor que adota boas práticas agronômicas para minimizar o impacto da emissão de gases de efeito estufa. O ABC também conta com uma novidade este ano: a Copa Verde, que destinará R$ 300 milhões para o apoio financeiro ao plantio de florestas de rápido crescimento como o eucalipto.

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Melhor Criadora

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Pelo terceiro ano consecutivo a pecuarista Mila Carvalho, proprietária da Fazenda Recreio, conquistou o título de Melhor Criadora/Expositora da Raça Girolando na 58ª Exposição de Muriaé - 5ª Exposição Ranqueada Girolando de Muriaé/MG, realizada de 5 a 8 de setembro. A Fazenda Recreio possui um dos plantéis mais expressivos da raça Girolando. Entre os destaques do seu plantel está Leopoldina FR Recreio, a vaca que conquistou o grande campeonato em Muriaé, é também detentora de inúmeros outros grandes campeonatos em exposições da raça. Soma em três lactações 38.825,5 Kg de leite produzidos, com intervalo entre partos de 12 meses. É a oitava melhor vaca 5/8 do Brasil, segundo o Sumário de Avaliação Genética das vacas Girolando, publicado pela Embrapa Gado de Leite e a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, em julho de 2013.


O ShopBoi é um site de classificado virtual para a comercialização de todos os produtos existentes em uma propriedade rural: desde equipamentos para manutenção da fazenda, passando por implementos agrícolas, insumos e máquinas até rebanhos de bovinos de corte e leite, ovinos e equinos e até mesmo a própria fazenda. A plataforma foi idealizada pelos pecuaristas José Paulo Teixeira Filho, dono da Fazenda Paraiso, em Bonito/MS e por José Eduardo Prata Carvalho Filho, o Adinho, dono das fazendas Santa Silvia e a Nova Esperança, em Porto Murtinho, também em Mato Grosso do Sul. No Brasil, mais de 46 milhões de pessoas realizam suas compras pela internet e, de acordo com levantamento da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, o setor registrou um faturamento de R$ 12,47 bilhões no primeiro semestre de 2013 e deve terminar o ano movimentando mais de R$ 28 bilhões. A principal vantagem apontada pelos consumidores é a conveniência para achar o que precisa pelo menor preço e com agilidade. O site já dispõe de inúmeros produtos para venda. www.shopboi.com.br

Brahman no mundo O zootecnista José Otávio Lemos apresentou a palestra “Brahman de onde veio, para onde vai”, durante a abertura da Assembleia Mundial da Raça Brahman, realizada no mês de outubro, no Equador. José Otávio que também é criador de gado comercial representou a ACBB (Associação dos Criadores de Brahman do Brasil). Em abril de 2014 estará na África do Sul no Congresso Mundial falando sobre o biotipo da raça.

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Aumento da safra A produção de laranja nos pomares mineiros, em 2013, somou 894 mil toneladas, segundo dados do IBGE. O aumento é de 3,5% em relação ao volume registrado na safra anterior segundo a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). De acordo com o subsecretário do Agronegócio, André Merlo, houve uma expansão de 7,2% na área colhida de laranja no Estado, que alcança atualmente 39,4 mil hectares. As safras da fruta em Minas, nos últimos seis anos, tiveram crescimento contínuo. Desde 2008, quando foram colhidas 583,9 mil toneladas, o aumento da produção foi de 53,2%. Os pomares do Triângulo Mineiro respondem por 664,8 mil toneladas de laranja, ou 74,3% da colheita total da fruta no Estado, sendo os municípios de Comendador Gomes e Frutal os maiores produtores, com 200 mil toneladas e 182 mil toneladas, respectivamente.

Disputa na Girolando A eleição para a escolha do futuro presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, triênio 2014/2016, contará com dois candidatos. O pecuarista Eugênio Deliberato Filho, atual 2º diretor financeiro da associação, é o candidato indicado pela Diretoria. O pecuarista Jônadan Hsuan Min Ma, atual 3º vice-presidente da entidade, concorre pela chapa Renovação. A eleição acontecerá no dia 03 de dezembro. Patrimônio genético nacional, fusão entre as raças Gir e Holandesa, o Girolando, soberano, competitivo e gerador de divisas, contribui de forma significativa para que o Brasil se mantenha entre as nações de maior potencial de produção leiteira no mundo, principalmente entre aquelas situadas na faixa tropical do planeta. A Associação da raça foi criada em dezembro de 1978 com o nome de ASSOLEITE-Associação dos Criadores de Gado de Leite do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Em 1989, a então ASSOLEITE, ganha abrangência nacional e consegue junto ao Ministério da Agricultura a delegação para conduzir o Programa para formação da raça bovina Girolando em todo o Brasil. Além de uma bovinocultura leiteira competitiva, o Girolando proporciona grandes vantagens socioeconômicas, tornando a atividade mais rentável, não só pelo aumento da produtividade leiteira, mas também pelas várias alternativas que o gado propicia.

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Novo Programa

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Com programação semanal, às terças e quintas-feiras, de 20h30 às 20h45, no canal TerraViva, as Fazendas do Basa oferecem, através da televisão, possibilidades para criadores, de qualquer Estado, aumentarem a produtividade e rentabilidade do seu negócio. Denominado “Melhor que a Encomenda”, o

programa oferece uma nova modalidade de comercialização de animais Girolando ½ sangue, acessíveis para criadores de todo o Brasil. A estreia aconteceu em primeiro de outubro. A iniciativa possibilitará que criadores de todo o País adquiram, permanentemente e em condições especiais de pagamento, prenhezes e embriões Gir Leiteiro e Girolando ½ sangue. O investidor encomenda o seu negócio: escolhe uma das doadoras Gir Leiteiro de altíssima lactação das Fazendas do Basa ou dos seus parceiros, e também escolhe o touro Holandês que irá utilizar no acasalamento. O projeto conta, ainda, com assessoria técnica da LeiteGir e da Boi/BeefMilk Brasil, que auxiliarão o interessado na hora de adquirir o produto.


pECUÁRIA lEITEIR A A Embral Leilões é parceira da Interlactea 2013 (Exposição Internacional do Agronegócio do Leite), antiga FEILEITE, que este ano acontece de 11 a 16 de novembro, no Parque Fernando Cruz Pimentel, em Avaré/SP. Nessa edição da Interlactea ocorrerão a XLV Exposição do Gado Holandês, a XXXII Exposição Nacional da Raça Jersey, XX Exposição Interestadual do Girolando, a 5ª etapa do ranking do torneio leiteiro Simental e Exposição das raças Gir Leiteiro e Girolando. O evento será organizado pela Companhia Paulista de Eventos e Turismo (CPETUR), pelo Sindicato Rural de Avaré contando com a colaboração técnica e institucional direta da Secretaria da Agricultura e Abastecimentos e das Associações de Criadores de Animais Leiteiros.

PROGRAMAÇÃO

Embral leilões 33 anos dedicados ao leite A Embral Leilões pela qualidade e liquidez presente nos serviços que presta, tem adquirido o status de “Sinônimo de Bons Negócios”, quando o assunto é leilão de gado leiteiro e conseguido que seus contratantes superem suas próprias expectativas. Resultado do trabalho sério de sua equipe, desenvolvido ao longo dos seus 33 anos de experiência, com os pecuaristas de todo Brasil. Durante a Interlactea 2013 promoverá os melhores leilões do evento, entre virtuais e presenciais, no Parque Fernando Cruz Pimentel, em Avaré.

11 de novembro, segunda-feira, às 21h, Leilão Virtual Anual Agropecuária JRV Girolando Registrado ½, 3\4 e 7\8 & Convidados Especiais com 120 fêmeas Girolando em lactação amojando e 40 novilhas amojando. 30 parcelas, transmissão Agrocanal. 14 de novembro, quinta-feira, Leilão Girolando Registrado da Interlactea às 21h, 45 lotes de animais altamente selecionados, 30 parcelas. Leilão presencial com transmissão Agrocanal. No dia 15 novembro, sexta-feira, às 20h, Estrelas Nacionais da Raça Holandesa Vacas, Novilhas, Bezerras e Prenhezes, 40 lotes, 30 parcelas. Leilão presencial com transmissão pelo Agrocanal.

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Associações

Aproleite a união faz toda a diferença Criada para dar sustentabilidade econômica aos seus associados, a APROLEITE- Associação dos Produtores de Leite do Sudoeste de Minas, com sede em Passos/MG, chega a marca dos 10 anos de fundação, no dia 29 de novembro de 2013, com conquistas relevantes para os seus associados. Com produção diária de 150 mil litros/leite/dia, a APROLEITE é presidida por Paulo Sérgio Soares, cuja diretoria mantém os mesmos ideais de seus

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fundadores: o fortalecimento da cadeira produtiva do leite.

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O presidente da APROLEITE e seus diretores. Da esquerda para direita, Luiz Carlos Vasconcelos, Marcelo Cassoli, Paulo Sergio Soares e Horácio José Ferreira


Os resultados dessa década de trabalho podem ser observados nas melhores condições de negociação com a indústria, melhoria na qualidade do produto, assistência técnica, operacional e comercial que foram aperfeiçoadas ao longo dos anos. Seu modelo de negociação com a indústria, através de contratos de compra e venda, foi um dos primeiros registrados no País e virou referência para outras associações e produtores. “Nós buscamos sair da informalidade e formalizar através de contratos o que o produtor receberá pela sua produção. Isso garante o que vamos receber pelo nosso produto e o fornecimento para a indústria, gerando garantias para ambas as partes do negócio e proporcionando condições de novos investimentos”, disse Paulo. O primeiro contrato fechado pela Associação foi com a Danone, pelo então presidente Paulo de Barros Calixto. “Este ano assinamos com a Mococa; 95 % do nosso leite está negociado em contrato, o que dá mais estabilidade para o produtor realizar investimentos e para a empresa compradora a matéria prima certa”, disse Paulo. O presidente ainda acrescentou que há 10 anos, os produtores não tinham um contrato formal para a venda do leite. Ou seja, o produtor não sabia o valor de comercialização do seu produto. Com a negociação em forma de contrato, isso não acontece, o produtor sabe o quanto vai receber, e pode gerenciar melhor a sua atividade. Conquistas As conquistas da APROLEITE se unem às conquistas do setor lácteo. Conforme dados do CEPEA (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP) os preços pagos ao produtor subiram no mês de setembro e alcançaram o maior patamar já registrado pelo CEPEA, desde o ano 2.000, quando criaram este índice. O preço bruto incluindo frete e impostos aumentou 2,8% em relação ao mês de agosto e chegou a R$ 1, 1162 o litro de leite. Este valor se comparado ao mesmo período de 2012 representa acréscimo de 21,7% na receita do produtor. Na APROLEITE o valor médio pago ao produtor no mesmo período chegou a R$ 1,20/litro. Alguns fatores contribuíram para o fortalecimento do setor como o aumento da produção de produtos lácteos em reflexo ao aumento do consumo, a seca ocorrida em países exportadores como Argentina e Nova Zelândia e a redução nas importações. Ainda segundo o CEPEA, o preço do produto em Minas Gerais é o segundo maior do País com média de R$ 1, 1550/litro. 39


Qualidade

Da porteira para dentro

Os desafios da APROLEITE ao longo dos últimos 10 anos passam entre tantas negociações pela qualidade do produto. Para manter os melhores contratos, a busca pela qualidade é uma constante. Para atender a esta solicitação do mercado, a Associação proporciona assistência técnica através de agrônomos especializados em nutrição e na qualidade do leite. Outros projetos incluem palestras para o aperfeiçoamento de técnicas. Ainda em parceria com o SEBRAE e empresas compradoras promovem o Educampo, projeto de gestão, que disponibiliza para os seus associados ampla avaliação das atividades da pecuária. “O produtor que não trabalha com os números da fazenda: reprodução, recria, nutrição, produção tem dificuldades para se manter no mercado. Nós buscamos fortalecer nossos associados, para sermos uma associação forte”, reafirmou Paulo. Sobre a qualidade, a APROLEITE conta ainda com a análise semanal da Clínica do Leite, um setor do Departamento de Zootecnia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo. Os produtores que não conseguem manter o índice de qualidade são orientados e através da análise sabem o quanto podem perder ou ganhar com as mudanças no manejo. Ou seja, manter a sanidade dos animais e a qualidade do leite significa maiores rendimentos no final da comercialização.

O que mudou na produção do leite com a criação da APROLEITE. A palavra do produtor está aqui representada por três associados com produções de 1.500 a 15 mil litros/dia.

Horácio José Ferreira

Fazenda Macaúbas, S.J.B. Glória Produção 4.600 litros/ dia A segurança na atividade chegou com a realização dos contratos firmados com a indústria de lácteos. Nós conquistamos a segurança para o setor através dos contratos, que refletem bem o mercado brasileiro através dos índices do CEPEA/ESALQ. Hoje, temos um valor real para o nosso produto. Antes da Associação tínhamos muita oscilação. Nós trabalhamos muito pela qualidade do leite, mas precisamos ter uma classe mais unida o que exige mudanças por parte dos produtores. Isso será o nosso grande diferencial não só na APROLEITE, mas em Minas e em todo País.

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Padrões e Qualidade

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Segundo Paulo, os produtores estão mais conscientes e cada vez mais preocupados com a qualidade. “O leite é um alimento nobre, então tem que ser de boa qualidade. A política da Associação forte está focada na qualidade do leite e na união dos associados, pois uma vez negociado nós temos a garantia do contrato pelo menos por um ano ou de até dois anos, como ocorreu com o novo contrato firmado com a Danone”, exemplificou. Para conseguir boas negociações os padrões de qualidade na APROLEITE ficam abaixo dos previstos pelas Instruções Normativas 51 e 62. Na Associação os padrões previstos são de 20 para CBT (Contagem Bacteriana Total), embora a legislação permita até 750. Sobre a CCS (Contagem de Células Somáticas) a meta é estar abaixo de 500.000. “Mantemos uma boa média de qualidade, tanto que o nosso leite na indústria é destinado a produtos especiais. Na análise realizada no mês de agosto, pela Clínica do Leite, a média da APROLEITE foi de 499 para a CCS e 21 para o CBT. As normativas de 2013 indicam 100 para CBT e 400 para CCS”.

Cléber de Oliveira Maia Fazenda Bocaina, Passos Produção 1.500 litros/dia

A atividade leiteira é e sempre foi um bom negócio. Eu sempre vivi exclusivamente desta atividade. É com ela que construi minha família, minha vida. Mas a atividade melhorou ainda mais com a nossa vinda para a APROLEITE. A Associação nos deu garantia para crescermos na atividade, tanto que eu, meus irmãos e meu pai, programamos crescimento de 15% ao ano. A nossa produção em grupo chega a 5.000 litros/dia. Hoje nós sabemos o quanto vamos receber pelo nosso produto. Podemos trabalhar os números da fazenda reduzindo o custo operacional, conforme o período. Conquistas possíveis com os contratos firmados com a indústria. Quando me associei a APROLEITE tinha consciência da necessidade de termos uma negociação mais transparente com a indústria, como também oferecer um produto cada vez melhor em qualidade. Se não melhorarmos dentro da atividade, não nos mantemos. Eu produzo um alimento nobre e agregamos preço a esse produto, sabemos o que vamos ganhar. Esse é o grande diferencial da APROLEITE.


Os seus 30 fundadores atraíram outros mais. Hoje são 59 em sete cidades: Passos, São João Batista do Glória, Alpinópolis, São José da Barra, Pratápolis e Bom Jesus da Penha, Delfinópolis, Cássia.

Maurício Silveira Coelho Fazenda Santa Luzia, Passos Produção 15.000 litros/dia

A criação da APROLEITE foi um passo muito importante para fortalecermos o trabalho em Grupo, abrindo mão da individualidade, mesmo no nosso caso onde éramos o maior fornecedor em volume. Todos nós tínhamos a intenção de crescer na atividade e queríamos então criar algo novo e moderno. Em pouco tempo nos tornamos uma Associação referência para o setor. Tenho a convicção que a Aproleite contribuiu não só para os seus associados, mas também para o setor regional como um todo. Com o evoluir do processo, aprimoramos os critérios de comercialização e, hoje, tanto o volume quanto a qualidade do leite são fatores de valorização do preço. Outro fator importante foi a colocação dos fatores de qualidade na composição do preço. Com isso os produtores da Aproleite começaram a se preocupar com a qualidade do leite produzido, antes mesmo do mercado fazer isto de forma geral. Hoje colhemos os frutos. Temos o melhor leite da região. Com a Aproleite cuidando da comercialização do nosso leite, sobrou mais tempo para cuidarmos da produção porteira a dentro. A maioria dos nossos associados aumentou a sua produção. Logo no inicio conseguimos de forma inédita até então, fazermos contrato anual de fornecimento de leite a indústria e criamos um mecanismo de formação do nosso preço atrelado a índices oficiais de mercado como o CEPEA/ESALQ e o Conseleite no Paraná.

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Artigo

O mecanismo de ação das leveduras vivas no rúmen (parte 3)

Resultados e discussão

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Porcentagem de ovelhas que possuem ciliados

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1) Importante: os gráficos anteriores são o resultado de três testes. (Reveja nas edições 08 e 09 pelo site: http://issuu.com/terraboa). 2) As células de SC num meio pobre de vitaminas aumentou a germinação de N. Frontalis. 3) A hidrolise da celulose foi maior na presença de SC viva, do que na presença de parede de levedura (SC); este efeito foi observado, também, em testes in vivo. 4) O aumento na contagem de N. Frontalis e na atividade enzimática depende da contagem de células de levedura viva adicionada. 5) As leveduras fornecem vitaminas, principalmente tiamina, ao fungo. A SC autoclavada não fornece o mesmo teor de vitaminas ao fungo, porque o calor destrói a vitamina. Os fungos ruminais são particularmente exigentes em vitamina B; células de levedura são ricas em vitamina B, especialmente tiamina, que se perdem ao levar a levedura a altas temperaturas. 6) Outros mecanismos de ação indicam a necessidade de células

vivas de SC: absorção de oxigênio no rúmem (o rúmen de uma ovelha tem 10-15 litros de capacidade e incorpora 16 litros de oxigênio/dia), consumo de açúcares solúveis (que inibem a hidrólise de celulose e produzem ácido lático, com diminuição de pH). 7) Mesmo quando o rebanho não recebe alimentação de qualidade, o aumento do crescimento de fungos graças à levedura viva melhora a degradação das forragens ricas em ligno-celulósicos. Impacto da levedura viva na maturidade do rúmen

Este impacto está fartamente documentado: animais jovens que receberam suplementação de levedura viva apresentam flora ruminal normal (bactérias, fungos e protozoários) em diversidade e contagem bem antes que animais que não recebem SC. Viabilidade e estabilidade de leveduras probióticas

Está demonstrado que as leveduras mantem sua contagem por 2430 horas, sem grande crescimento.

A partir daí, elas começam a morrer e em 4-5 dias já não se detectam. Vele a pena salientar que alguns produtos do seu metabolismo, como ácidos orgânicos, vitaminas e outros derivados da sua morte, como peptídeos e aminoácidos, glucanos e mananos, também participam dos efeitos observados na flora ruminal, e no intestino. Embora os efeitos benéficos da inclusão de S.C. viva sejam claros, todos os trabalhos deixam claro que estes resultados dependem da dieta, da produtividade do rebanho, da cepa utilizada e da quantidade de células vivas utilizadas.

Bibliografia Consultada Barriquelo L.A e outros - Estudo do uso de levedura viva probiótica no ganho de Peso de Bovinos. Gerard Fonty, Frederique Chaucheyras – Effects and modes of action of live yeasts in the rumuen. Frederique Chaucheyras, G. Fonty, G. Bertin, P. Gouet – Effects of live Sacc. Cerevesial cells on Zoospore Germination, Growth and CellulotylicActinity of the rumen Anaerobic fungus NF MCH3

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Meio controle Meio controle + SC

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Maria Regina Ferretto Flores Diretora Administrativa regina@inf.com.br


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Artigo

Silagem de milho reidratado

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na alimentação do gado leiteiro

Híbridos duros são menos digestíveis do que híbridos macios. Como híbridos de milho brasileiros têm baixa digestibilidade, por terem endosperma de alta vitreosidade, a silagem de milho reidratado pode aumentar a eficiência alimentar dos rebanhos leiteiros, já que o milho é nosso principal concentrado energético. A silagem de milho reidratado consiste basicamente na hidratação do grão maduro moído, o que propicia sua fermentação e armazenamento como silagem. Durante a ensilagem do grão ocorre a degradação de prolaminas envolvendo os grânulos de amido no endosperma, aumentando o acesso enzimático ao amido no trato digestivo, capaz de aumentar a proporção da digestão ocorrendo no rúmen. Maior digestão ruminal do amido pode aumentar a síntese de proteína microbiana, a eficiência de utilização do nitrogênio dietético, o consumo de matéria orgânica digestível e a relação entre o leite produzido e o alimento consumido. Maior teor dietético de amido degradável no rúmen pode aumentar a produção de leite e de proteína do leite, mas excesso pode deprimir o consumo de alimentos e o teor de gordura do leite, por ocorrência de acidose ruminal. Dietas devem ser formuladas para usar adequadamente o alimento. Como a moagem e ensilagem do milho maduro é uma operação programável, a tecnologia é adotável tanto por pequenos como por grandes produtores de leite, já que o moinho pode ter uso comunitário. A técnica pode aumentar a eficiência de uso da mão de obra e pode induzir ganho financeiro pela possibilidade de

armazenamento do milho na fazenda e pela obtenção de ganho em digestibilidade do amido, o que é capaz de reduzir o uso de alimentos concentrados (ração) por unidade de leite produzido. Práticas para confecção da silagem de milho reidratado Em grãos maduros a moagem pode ser fina, o que pode fisicamente aumentar a digestibilidade do amido no rúmen. Uma prática fundamental para a qualidade da silagem de milho reidratado é a homogeneização da água ao grão moído. Este processo pode ser realizado através de uma adaptação de canos ao moinho para hidratação simultânea à moagem próxima ao silo (Figura 1), por mistura da água ao grão já triturado em um vagão misturador ou por adição de água a uma rosca sem-fim após a moagem.

Figura 1: Moinho adaptado com canos para propiciar a hidratação do milho durante a moagem do grão maduro para ensilagem


A adaptação no moinho consiste em passar canos perfurados imediatamente abaixo da peneira do equipamento. Desta maneira, o milho triturado é imediatamente misturado à água e cai no silo bem homogeneizado. Caso a água seja incorporada ao milho moído por mistura não vigorosa, a hidratação do grão não será perfeita, e pode resultar em perda do ensilado por crescimento de fungos. É muito importante a incorporação perfeita da água ao milho moído. Distintamente da prática de aspergir inoculantes em silagens com o intuito de atuar positivamente sobre o processo fermentativo no silo, a quantidade de água necessária para trazer o teor de umidade do grão maduro para valores adequados à ensilagem é bem maior. Com base no pH final das silagens, obter teores de umidade do ensilado acima de 30% da matéria natural é adequado. A recomendação prática tem sido acrescentar de 250 a 300 litros de água por tonelada de milho com teor de umidade ao redor de 12%. Ao longo do processo de moagem e incorporação da água é recomendável mensurar periodicamente o teor de umidade do grão hidratado e ajustar a vazão de água de acordo com a meta desejada. Na prática, isto pode ser feito de forma simples por tostagem em frigideira de uma quantidade conhecida de grãos, até que não ocorra mudança no peso da amostra. Em silagem de milho reidratado, a densidade é de 900 a 1000 kg/m3, quando teores de umidade do ensilado atingem mais de 30% da matéria natural. Como a profundidade de descarga de silagens deve ser de pelo menos 15-20 cm da face, visando reduzir perdas por deterioração aeróbica durante o descarregamento, se recomenda que silos de milho reidratado sejam menores que

silos utilizados para a forragem de milho, já que a quantidade do alimento fornecido por vaca é menor e a densidade da silagem é maior no reidratado. Menores valores de perda de matéria seca e pH em silagens aditivadas com inoculantes microbianos sugerem que o investimento neste tipo de aditivo é recomendável. Apesar da ensilagem ocorrer mesmo sem o uso do inoculante, o alto valor financeiro por unidade de milho ensilado, comparativamente a uma silagem de planta inteira, pode justificar a prática de inoculação, como forma de garantir um melhor perfil fermentativo e reduzir a perda de alimento durante a estocagem no silo.

Marcos Neves Pereira Médico Veterinário, Ph.D. e Professor associado DZO/UFLA mpereira@dzo.ufla.br

Como fazer silagem de milho reidratado • Moer o milho finamente para obter a máxima digestibilidade. • Incorporar água de forma uniforme para obter teor de umidade acima de 30% da matéria natural (Ideal 35 a 38% de umidade) (>250 litros por tonelada de grão). • É recomendável usar inoculante bacteriano na ensilagem. • Encher o silo rapidamente e compactar bem. • Retirar camadas de pelo menos 15 cm/dia ao descarregar (Densidade em torno de 900 kg/m3) Estimar o gasto diário para dimensionar os silos. • A abertura do silo pode ser realizada poucos dias após a ensilagem e com aumento no tempo de armazenamento ocorre ganho na digestibilidade. • Balancear a dieta das vacas para proteína, minerais e vitaminas. Milho é fonte de energia. Para acessar gratuitamente planilhas de dietas formuladas com milho reidratado acesse: www.grupodoleite.com.br

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Depoimento

Silagem:

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pequenas mudanças, bons resultados Mudanças no manejo do rebanho leiteiro resultam no aumento da produtividade. Karina da Penha Freire, que trabalha na Fazenda Luanda, do produtor Antônio Martins, em São João Batista do Glória, que o diga. Prestes a concluir o curso de veterinária, pela Universidade Federal de Lavras, ela acompanha o manejo do rebanho na fazenda desde o início do ano como estagiária. Há quatro meses assumiu o cargo de gerente e tem feito pequenos ajustes que pontuam diferenças na produtividade. A primeira observação feita por Karina foi sobre a silagem que passou a ser feita com automotriz. “Com a automotriz conseguimos partículas maiores da folha, o que nos proporciona fibra fisicamente efetiva sem afetar a maceração do grão, essencial para sua digestibilidade. O bovino é um animal ruminante. Com os cortes maiores ele faz esse processo tendo a energia do milho e a fibra da folha”, disse Karina. Outra alteração

ocorreu na substituição da brachiaria por aveia, o que melhorou a digestibilidade, aumentando a taxa de passagem dos alimentos. “O animal não terá uma saciedade física, o que limita o consumo mais rapidamente, mas sim a saciedade metabólica. O animal passa a ingerir mais e, consequentemente, produz mais leite. Foi o que aconteceu: aumento de mais de um litro de leite por animal”. Com produção de 6 mil litros/dia, a meta da fazenda é chegar a 10 mil. Para isso Karina está ajustando vários processos desde o plantio dos grãos, como o milho, com o uso da agricultura de precisão, até o treinamento na sala de ordenha. No seu primeiro emprego ela não demonstra insegurança, pelo contrário muito segurança na condução do manejo da fazenda. Para 2014 ela espera reduzir o intervalo entre partos, aumentar a produtividade do rebanho e a produção. Na área de plantio ela conta com a assessoria da Triângulo Agro, empre-

sa que presta serviços na fazenda há 6 anos. A meta é produzir mais grãos em 2014 em uma menor área de plantio. A variedade a ser utilizada será o 2B 688 da Dow AgroSciences. “O meu próximo passo será medir o amido da silagem, para ajustar a nutrição”, ressaltou Karina. Para o sócio-diretor da Triângulo Agro, Marco Pollo, o leite pode ser o melhor negócio do mundo, mas tem que ter qualidade e produtividade em todos os seus processos. “Com a resposta positiva na produção de grãos, faltava a busca pelo aumento da produtividade do rebanho, o que a Karina tem procurado com os seus ajustes”. Integrante do Grupo do Leite da UFLA, local onde encontrou a sua paixão pela atividade, Karina trouxe esta experiência para a fazenda. Segundo ela o importante é conciliar todos os elos da cadeia, como os funcionários, o produtor e a necessidade da produção. O famoso bom senso que ela está aplicando em todas as atividades que exerce.


Publicidade da Triangulo Agro

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Cafeicultura Minas Gerais, mais precisamente Belo Horizonte, tornou-se a capital mundial do café durante a Semana Internacional do Café, evento

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realizado entre os dias 09 a 13 de setembro, na Expominas

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O debate sobre a cadeia de produção, comercialização, qualidade e tendências aconteceu em momento oportuno diante do valor de mercado; inferior aos custos de produção. Ainda durante o evento comemorou-se os 50 anos da OIC (Organização Internacional do Café), com sede em Londres. A escolha de Minas Gerais para sediar o evento não aconteceu por acaso. O Estado é o maior produtor do País e garante 25% do consumo mundial. O Brasil se mantém no ranking como o maior produtor mundial e é o segundo maior consumidor do produto. O principal objetivo da Semana Internacional do Café era divulgar os cafés brasileiros e mineiros e aproveitar a comemoração dos 50 anos da OIC para mostrar o café de qualidade dos mineiros. Os países-membros da OIC representam 97% da produção mundial e mais de 80% do consumo de café.


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Café Brasil

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Política Internacional

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Os participantes da reunião Geral da OIC (Organização Internacional do Café) consideraram significativas as ações do Governo Federal brasileiro ao retirar do mercado 13 milhões de sacas, para equilibrar o preço do produto. Eles aprovaram a Declaração de Belo Horizonte, com os principais pontos acordados nos quatro dias de discussões. Entre os principais temas, a OIC reitera o compromisso de disponibilizar informações estatísticas e econômicas objetivas e abrangentes sobre o mercado global de café como meio de possibilitar a tomada de decisões com base em dados precisos e atualizados. Participaram da reunião da OIC 157 delegados, 58 observadores e 79 visitantes convidados, de 70 países. Para o diretor de Operações da OIC, o colombiano Maurício Galindo, a queda dos preços preocupa particularmente o setor. “Estamos chegando ao patamar do preço praticado em 2009, de US$1,17 a libra de café (cada libra pesa 0,45359237 quilogramas). Um agravante do valor praticado no mercado internacional é que, além da queda do preço, há um inevitável aumento dos custos de produção” analisa. Apesar disso, Galindo crê na manutenção do crescimento da demanda, da casa de 2% anuais. “Temos visto um significativo aumento da procura, principalmente pela modalidade robusta, presente nos cafés solúveis, mais consumidos pelos países emergentes. Isso nos leva a crer que a demanda de café para os próximos anos será ainda mais expressiva. Outro dado que nos leva a essa conclusão é a recuperação da economia americana, maior consumidora do produto”, pontua.

Atração principal da Semana Internacional do Café, junto com a Reunião de 50 anos da Organização Internacional do Café (OIC), o Espaço Café Brasil, feira criada em 2006, é hoje o mais completo evento do setor cafeeiro e reúne público nacional e internacional, entre produtores, cooperativas, indústrias, profissionais do mercado, representantes de equipamentos e produtos e apreciadores da bebida. Realizado pela primeira vez em Minas Gerais, o Espaço Café Brasil, superou as expectativas, com mais de 12 mil visitantes em quatro dias de evento. A feira proporciona o contato direto do produtor e torrefadores com compradores do mundo todo. Foi o que aconteceu com Nathalia Martins, proprietária da marca de café Campos Altos. Satisfeita com o retorno, ela conta que fez contato com vários países, como China, Líbia, Alemanha, Rússia, Angola e Nicarágua. “É uma boa oportunidade para aumentar as exportações do produto”, ressalta, destacando a importância da comemoração dos 50 anos da OIC durante o evento. Outro destaque da programação foram as competições nacionais de barista (especialistas em preparar bebidas com café) e provadores (cup tasters), que agitaram o público presente. Para Elmiro Nascimento, secretário da SEAPA ( Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, a Semana Internacional do Café foi bem além das expectativas. “O número de expositores e visitantes, os negócios gerados e as medidas discutidas nas reuniões da OIC foram de extrema importância. Ficamos surpreendidos com a força do evento, que foi essencial para mostrar ao restante do País, e especialmente ao mundo, que Minas não é só o maior produtor, mas que também produzimos um café de excelente qualidade.” A expectativa dos organizadores é que a feira tenha movimentado R$ 20 milhões em negócios e R$ 30 milhões indiretamente.


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Um dos eventos mais esperados da Semana Internacional do Café foi a palestra do diretor da P&A Marketing Internacional, Carlos Brando. O especialista abordou as principais tendências de consumo do café no Brasil e no mundo. De acordo com ele, o Brasil vive um momento diferente do que se percebe no restante do mundo. “O consumo no país tende a aumentar consideravelmente nos próximos anos. Mas, ao contrário do que se percebe no mercado global, o brasileiro tende a ampliar seu consumo da modalidade arábica. No restante do mundo, principalmente nos mercados emergentes, como Rússia, China e Coreia, o aumento se dará principalmente de café solúvel, que leva em sua composição basicamente café robusta”, analisa. Brando, um dos especialistas mais respeitados no mercado de café de todo o mundo, explica que um dos motores desse crescimento da venda do tipo arábica no país são as lojas de café e a ‘descoberta’ do brasileiro das cápsulas, ou café em dose única, produzida de acordo com as novas tendências de consumo como o descafeinado. A tecnologia cresce no Brasil pela praticidade, mas já é largamente usada na Europa.

Com nossos pensamentos, transformamos ideias em ações e fazemos um mundo melhor

Tendência: Cápsula de café

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Artigo

A História do Café

O café no Sul de Minas Gerais por Patrick Figueiredo apreciador de cafés gourmet

O início do século XX foi de prosperidade para o Sul de Minas Gerais. Nessa época, o café passou a ter tal importância econômica que um complexo sistema ferroviário havia sido construído no Vale do Paraíba e se espalhou para o Oeste Paulista, Campinas, Ribeirão Preto, Triângulo Mineiro

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e Sul de Minas

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A Mogiana, principal dessas malhas ferroviárias, criada para o transporte da produção de café e gado, logo se destacou, sendo por várias décadas a ‘artéria’ que levou desenvolvimento e riqueza a estas regiões, ligando-as ao porto de Santos que escoava a produção, isto proporcionou a geração de uma economia progressista destes eixos, o que levou posteriormente à construção de importantes rodovias. A Companhia Mogiana de Estradas de Ferro (CMEF) fundada em 18 de março de 1872 teve quase 2000 quilômetros de linhas, serviu aos estados de São Paulo e Minas Gerais até 1971, quando foi incorporada à Fepasa - Ferrovia Paulista S.A. Seu último trecho inaugurado foi em 1921, quando os trilhos da CMEF chegaram em Passos/MG, que apesar de não ter tradição na cafeicultura já tinha uma intensa atividade agropecuária e uma importante influência política estadual sendo uma das principais cidades do estado naquela época. A cultura do café não prosperou por estas terras já que a pecuária com a criação de gado era hegemônica e para se plantar café necessitava conhecimento e domínio do solo, do clima, da planta e da colheita, era preciso trabalhar o fruto além de conhecer a lógica do mercado, então era mais fácil continuar criando gado e o município, com isso, ficou rodeado pelas grandes e ricas regiões produtoras que posteriormente acompanharam o processo de industrialização do eixo São Paulo - Nordeste Paulista, Sul de Minas, Mogiana Paulista e Cerrado Mineiro. Este fato histórico foi decisivo e determinou a dificuldade da região de Passos em acompanhar o desenvolvimento industrial trazido ao Sul de Minas pela

riqueza do café. Este desenvolvimento paulista veio até Poços de Caldas e posteriormente entrou pela rodovia Fernão Dias que saia de São Paulo, criando outro eixo desenvolvimentista em Pouso Alegre e Varginha com intensa industrialização nos dias de hoje. Alfenas e sua enorme produção, Varginha com seu porto seco, assim como Guaxupé e São Sebastião do Paraíso, que faziam parte do sistema Mogiana criaram suas enormes cooperativas e souberam aproveitar a riqueza trazida pelo café e conseguiram ser grandes polos armazenadores e exportadores da produção de toda a região, além de participarem ativamente do movimento imigratório e cultural que o plantio, a colheita e a renda traziam. No entanto, nesta região do Sul de Minas às margens do Rio Grande, com o solo rico em calcário, altitude próxima dos 1.000 m, clima tropical de altitude, onde a vegetação vai se transformando em cerrado e que seria uma excelente área produtora do melhor café do mundo, a cultura do ‘boi-de-engorda’ e a política coronelista daquela época prevaleceu e perdeu-se o bonde do desenvolvimento industrial,

mas a cidade de Passos soube contornar se diversificando economicamente e elevando a pecuária ao estado de excelência com o agronegócio. Por quase um século, o café foi o grande gerador da riqueza brasileira, financiou a industrialização na região Sudeste do Brasil, incluindo o Sul de Minas, contribuindo também para o desenvolvimento do comércio e das atividades financeiras desta importante região de Minas Gerais e do Brasil. Atualmente, o Sul de Minas e a Mogiana produzem um dos cafés mais apreciados do mundo e muitos produtores já perceberam isso e investem cada vez mais na produção com qualidade, muitas vezes orgânica. O investimento no estágio final da produção, que é a manipulação e o empacotamento dos melhores blends, já pode ser notado em algumas regiões com denominação de origem.

Referências: OIC – Organização Internacional do Café ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café CMEF – Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, www.cmef.com.br

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Rodeio

A nova esperança das arenas brasileiras

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O itatibense Kaique Pacheco cresceu cercado pelo encantador universo do mundo dos rodeios, já que a paixão pela montaria corre no sangue da família. A começar pelos avôs que tinham boiada de rodeio, o pai e dois tios eram competidores e um outro tio salva vida na arena. Com tantos familiares trabalhando com rodeio participar da atividade seria uma questão de tempo, e foi.

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O jovem competidor é natural de Itatipa/SP e conquistou vitórias em São Paulo e Goiás superando competidores já consagrados. Aos 12 anos ele já se aventurava na montaria, mas no rodeio profissional começou aos 17 anos. Em 2012 participou pela primeira vez da etapa CBB PBR, o que lhe exigiu ser emancipado. Entre seus ídolos estão o pai e os tios, mas suas montarias são espelhadas no desempenho de Adriano Moraes, Paulo Crimber e Guilherme Marchi. “Eu ficava observando as montarias deles e pensava: um dia vou ser igual”. O esporte admirado no Brasil e no mundo não é nada fácil. Pode até parecer que o tempo de 8 segundos em cima do boi seja uma pequena fração de tempo, mas para quem está na disputa de habilidade com o touro é tempo demais. “É preciso ter concentração, foco, agilidade, reflexo, raciocínio rápido”, enfatizou Kaique. Nada fácil para exercer em apenas 8 segundos. Hoje, aos 18 anos, Kaique já desponta como uma das grandes promessas da arena com vitórias sobre competidores na-

Fotos André Silva


cionais e internacionais, como o ocorrido na etapa da Brahma Super Bull PBR realizada em Frutal, onde ficou em primeiro lugar superando peões já consagrados como o bicampeão mundial Silvano Alves e o bicampeão brasileiro Edevaldo Ferreira. “Este momento foi muito importante para mim, pois sempre me via no meio da arena. Graças a Deus estou nas competições, mas quero ir mais longe”. Kaique ainda acrescentou que participar desta prova junto com competidores já consagrados foi emocionante demais. “Eu sabia que tinha que dar o melhor

de mim, pois sei da experiência e da capacidade de cada um deles”. O jovem competidor segue firme no seu propósito. Em 2014 ele pretende ir para os Estados Unidos disputar o título de Rookie WWof the Year e o de campeão mundial. Nada mal para quem se espelha no campeão mundial ainda com o título invicto: Adriano Moraes. Entre os sonhos também está o campeonato nacional. Kaique começou bem sua carreira. Em 2011 foi Tri-campeão consecutivo Rancho MP Bull´s de Itatiba e levou uma moto

de prêmio. Ainda garantiu a 4ª colocação no Rancho Esteio Veio de Valinhos/SP. Em 2012 garantiu muitas vitórias. Foi campeão em Embu Guaçu/SP e em muitos outros rodeios garantiu a segunda e a terceira colocação. Em 2013 foi campeão em Salles Oliveira/SP na etapa Brahma Super Bull PBR e campeão em Santa Helena do Goiás, Frutal/MG, Leme/SP, e na primeira e segunda semana de Limeira/SP, na Etapa Brahma Super Bull PBR. Atualmente é o atleta mais jovem do campeonato brasileiro de montaria em touros, o Brahma Super Bull PBR.

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O promissor mercado dos rodeios

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Fotos André Silva

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Há oito anos Leonardo Poltronieri investe em um dos segmentos que mais cresce no Brasil e no mundo, o mercado de rodeios, mais especificamente ele trabalha com a criação e o melhoramento genético de touros de pulo. Filho de um advogado apaixonado pela pecuária herdou a paixão do pai. Hoje é a terceira geração da família que investe no agronegócio. Em 2005 criou a Companhia de Rodeios São Pedro, com sede em Amparo/ SP. A companhia foi a maneira que encontrou para agregar valor aos animais da sua fazenda, mas o negócio acabou se transformando também em um hobby. Há oito anos começou a treinar animais resultantes do cruzamento de touros Simental com vacas Nelore. E iniciou a sua seleção genética para produzir animais com aptidão para o pulo. Hoje, usa a base do cruzamento industrial com grau de sangue variado, principalmente das raças Simental e Marchigiana. “A partir de acasalamentos direcionados iniciamos os cruzamentos visando chegar a um animal ideal. Animal esse que traga as características que os juízes do rodeio avaliam”, disse Poltroniere. Na sua análise, o mercado de touros de pulo está em franco crescimento, tanto no Brasil como no mundo, o que exige a renovação constante dos touros. “Uma companhia de Rodeio é como um time de futebol, os touros são como jogadores, ou seja, são atletas e cada companhia quer ter um número maior de craques”, ressaltou. Ainda segundo Poltroniere, esse mercado crescente desperta a atenção de investidores do setor e os levam a adquirir parte, ou a totalidade de animais, em sociedade com tropeiros do Brasil e do mundo.


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O número de rodeios no Brasil já demonstra que o mercado está em crescimento, levando multidões às festas por todo País. “A expansão com certeza será ainda maior, pois cada vez mais pessoas lotam as arenas para assistir às montarias e não apenas os shows. Tanto visto que os animais, os touros de pulo, atraem fãs por todo mundo. Bonés, camisetas e souvenirs com imagens dos animais são comprados em grande número durante os eventos”, disse Poltroniere. Para acompanhar a tendência mundial, pela terceira vez Poltroniere acompanhará a final mundial de rodeios que acontece no mês de outubro em Las Vegas. No evento consagra-se o melhor peão do mundo. Consequentemente, o touro da final também terá o seu destaque. “O evento é incrível e atrai amantes do esporte do mundo todo. Durante os dias da competição você encontra pessoas de diferentes nacionalidades vestidos de bota, fivela e chapéu, por toda a cidade de Las Vegas.” ressaltou. Ainda segundo Leonardo a presença de brasileiros é marcante nesse campeonato, tanto que o Brasil tem os títulos de tri-campeão com Adriano Moraes, título ainda inédito, e o Bicampeonato com Silvano Alves. O mercado de touros de pulo teve uma alavancada com a entrada da PBR (Professional Bull Redes) no Brasil motivando o profissionalismo e a seriedade para este universo que envolve o espor-

te, a competição e mercado financeiro. Ainda segundo Leonardo, a PBR trouxe mais tranquilidade tanto para os tropeiros como para os peões e comissão organizadora dos eventos. “Regras estabelecidas pela PBR tornaram o rodeio brasileiro um verdadeiro negócio. Hoje, festas chanceladas pela PBR mostram que o rodeio é um evento organizado e profissional, preocupado com o bem-estar animal e a segurança dos peões”. Segundo Leonardo a seleção genética de touros de pulo é crescente e sem volta no Brasil. A referência é o mercado americano, após quatro déca-

das de seleção. “ O touro de pulo é um animal com aptidão para pular, é genética, e isso é transmitido a seus descendentes. A seleção de touros de pulo está apenas iniciando no Brasil, mas chegará aos mesmos patamares dos cavalos de hipismo e de corrida, com uma grande diferença, o touro de pulo não é obrigado a transpor alturas impostas nem correr contra o relógio, ele pula para onde quiser no momento que a porteira do brete é aberta”, explicou. Contato 19 99910 5949

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Treinamento

Curso de Montaria

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O primeiro Curso de Montaria em Touros promovido pela Revista Terra Boa Agronegócios teve como professor nada mais, nada menos, que o tricampeão mundial, Adriano Moraes.

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Vencedor das maiores e melhores provas no Brasil e nos Estados Unidos, Adriano tem uma trajetória de vitórias que o mantém ainda no ranking do ineditismo, com o título de tricampeão Mundial. A oportunidade foi rara, pois Adriano ministra apenas cinco cursos durante o ano. Os aspirantes a peão, ou piloto de touros, como também são chamados, conviveram intensamente com Adriano por três dias em aulas teóricas e práticas. O evento, realizado na Fazenda Nossa Senhora Aparecida, em Passos/MG, reuniu 24 alunos, nos dias 04, 05 e 06 de outubro. Entre os participantes muitos já são competidores, mas buscam novas técnicas.

O rodeio em touros é um dos esportes que mais cresce no mundo. Apesar da dureza das provas, os competidores são apaixonados pelo esporte, muitas vezes desde a infância, ou adolescência, como Gabriel Mendes Marques, de 13 anos, que participou do curso. Apesar de não ser comum participar desse treinamento assim tão jovem, o garoto é animado e seu sonho é competir em Las Vegas, na grande final. Embora Gabriel apresente uma boa montaria, Adriano o aconselhou a ir com calma, afinal ele tem tempo, pelo menos mais quatro anos, para iniciar no profissional. O sonho americano de Las Vegas é almejado por muitos brasileiros. Foi lá

que Adriano se consagrou tricampeão mundial da PBR. Em 2013 está no páreo do título outro brasileiro: Silvano Alves que é bicampeão e concorre em outubro ao tricampeonato. Se ganhar se igualará a Adriano Moraes. E é por isso que cada vez mais os pilotos de touros buscam o aperfeiçoamento para melhorar a habilidade, muitas vezes nata. O sonho de ser campeão é o que norteia a maioria dos competidores. Guilherme Henrique Reis, de Passos, que o diga. Pela primeira vez está fazendo um curso, embora já tenha se arriscado em alguns campeonatos. Em 2013, em São João Batista do Glória foi campeão na cate-


atrai mineiros e paulistas

goria amador. “Tudo que o Adriano nos disse é muito importante, para fazermos certo. Eu estava fazendo tudo errado”, ressaltou. Para Weliezer Augusto Marques, o aperfeiçoamento é fundamental. Este é o seu segundo curso de montaria. Estudante do curso técnico de administração, ele espera associar outras atividades à montaria. O mundo dos animais está no seu foco, já que também pretende cursar medicina veterinária. Breno Cristiano Rosa saiu do Curso todo feliz. Foi o eleito de Adriano Moraes para receber uma fivela, uma homenagem por ser o aluno destaque do curso. Breno nunca havia montado em touros, não sabia nada. Foi para o curso com a espora e a bota, os demais equipamentos conseguiu com amigos.

Ele enfatizou que ficou surpreso com a escolha: “foi o mesmo que ganhar um rodeio profissional”, concluiu. Na análise de Adriano Moraes o curso teve o nível muito bom com alunos já experientes buscando o aperfeiçoamento da técnica e bons animais. Ele acredita que muitos possam se tornar bons peões. “Eu realizo de 05 a 06 cursos por ano. Este projeto é desenvolvido pela Flávia, minha esposa, e os organizadores locais. O sucesso, é claro, depende dos participantes, mas muito da estrutura local. Foi muito bom o curso realizado em Passos”. Para Bolivar Filho, organizador do evento, o resultado final foi excepcional. “Trazer um professor como o Adriano, e encontrar tantos peões interessados em

se aperfeiçoar foi o que fez deste curso um sucesso. Nós desejamos que todos possam ter muitas vitórias em suas carreiras”. Ainda segundo Bolivar Filho a realização do evento só foi possível porque contou com vários parceiros. Entre eles Marquinho Medeiros, José Lano, Danilo e Duílio que disponibilizaram suas boiadas. “Sem essas parcerias não seria possível. O apoio do Leandro e do Luciano Queiroz, que nos cederam a Fazenda Nossa Senhora Aparecida, foi fundamental. Como também o manejo do rebanho realizado pelo Robert Barbosa. Contei ainda com a ajuda da Cristina, responsável pela alimentação de todos os participantes”, concluiu. O curso atraiu também investidores do mundo do rodeio. O selecionador de genética de touros de pulo, Erik Carbonari de Itatiba/SP, veio conferir o desempenho da boiada. ”Nós observamos não somente o pulo, mas o movimento dos animais. Encontrei bons exemplares de touros de pulo na boiada escolhida para o curso”.

Adriano Moraes Tri-Campeão Mundial da PBR e PRCA

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Galeria Curso de Montaria agroneg贸cios

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Equinocultura

Prova de Marcha e Leilão reúne cavaleiros do Sul de Minas No dia 28 de setembro, a Revista Terra Boa Agronegócios e o Centro de Treinamento Equestre Anderson Carvalho realizaram uma Prova de Macha e Leilão de Cavalos de Sela, no Campo do Cascavel,

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na cidade de Passos/MG

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Foram julgadas oito categorias: cavalo paulista, cavalo jovem, júnior e adulto, égua marcha batida, mula marchada e cavalo e égua na marcha picada. Entre todas as provas, o Grande Campeonato.

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Campeões da Prova de Marcha

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Grande Campeonato Ilustre, S.S.do Paraíso/MG Reservado Campeão Ludovic do Faxa, Passos/MG Cavalo Paulista Cacique, Passos/MG Reservado Nativo 3 Estrelas, Passos/MG Égua Marcha Picada Caçula Darinês, Passos/MG Reservada Púrpura Meireles, S.S. Paraíso/MG

Cavalo Marcha Picada Violineiro, Jundiaí/SP Reservado Xodó, Capetinga/MG Cavalo Júnior Ludovic do Faxa, Passos/MG Reservado Zinco, S.S. Paraíso/MG Cavalo Adulto Ilustre do Adriano, S.S. Paraíso Reservado Kisamã do Eufar, Passos/MG


O evento reuniu cavaleiros do Sul de Minas e de São Paulo, que colocaram seus animais na pista para a avaliação do juiz Daniel Botrel Diniz. Os animais foram julgados em sete horas de prova. A Prova tem como objetivo avaliar o andamento dos animais, a melhor marcha, aquela que dá mais comodidade e tranquilidade ao cavaleiro. Foram julgadas oito categorias: cavalo paulista, cavalo jovem; júnior e adulto; égua marcha batida, mula marchada e cavalo e égua na marcha picada. Entre todas as provas, o Grande Campeonato. O nível da competição foi considerado muito bom pelos participantes e organizadores. Segundo Daniel, que julgou e comentou a prova, os animais tinham níveis muito parecidos, o que estimulou a competição. “Os animais são muito “parelhos”, muito marchadores. O nível da prova está muito bom. É um bom começo para que Passos volte a promover provas e competições”. Criador há 40 anos de Mangalarga Marchador, Délio Naves, de Boa Esperança, foi auxiliar de pista e reafirmou a avaliação do juiz. “Os animais presentes na prova são muito marchadores, bons representantes do Mangalarga Marchador, nosso cavalo sem fronteira”.

Leilão

Cavalo Jovem Indi do Faxa, Passos/MG Reservado Tupã, Passos/MG Égua Marcha Picada Cuíca, Passos/MG Reservada Lorena, Passos/MG Mula Marchada Serena, Passos/MG Reservada Jaborandi, Passos/MG

O Primeiro Leilão Cavalos de Sela reuniu 32 animais na pista. O evento aconteceu depois de 20 anos sem a realização de um pregão no município de Passos. Para Bolivar Filho, da Revista Terra Boa Agronegócios, este primeiro encontro de compradores foi positivo, com animais de boa qualidade e média de R$ 7.250,00. “A nossa intenção é deixar este leilão no calendário de eventos e aperfeiçoar a cada ano. Em 2014 ajustaremos alguns detalhes que farão o leilão ainda melhor”, esclareceu. Entre os animais, equinos e muares das raças Mangalarga Marchador, Mangalarga e Campolina que foram comercializados sob o martelo de Cássio Paiva.

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Galeria Prova de Marcha agroneg贸cios

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