agronegócios ano 2 | edição 9 | agosto/setembro 2013
AgroExport Pecuária brasileira tipo exportação
Rodeio Adriano Moraes, o homem e a lenda
ABQM
Especial
Campeonato Nacional
Divas do Girolando
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Leia na Terra Boa agronegócios
EXPEDIENTE Terra Boa Agronegócios é uma publicação bimestral da Editora Doce Mar ano 2 | edição 9 | agosto/setembro 2013 Direção executiva Bolivar Filho contato@terraboaagro.com.br Conselho editorial Bolivar Filho, Denise Bueno Edição Bolivar Filho Denise Bueno Projeto gráfico Edição de imagens e DTP Multimarketing Comunicação Cleiton Hipólito / Dalton Filho cleiton@multimarketing.ppg.br daltonfilho@multimarketing.ppg.br Jornalista Responsável Denise Bueno – DRT/MG 6173 redacao@terraboaagro.com.br Redação Renato Rodrigues Delfraro Heloisa Aguieiras Revisão Ruller Rodrigues rullerrodrigues@hotmail.com Fotos Reginaldo Faria reginaldofaria@outlook.com Foto da Capa Fábio Fatori / Arquivo AgroExport Impressão Cristal Gráfica e Editora Tiragem 10 mil exemplares A Revista Terra Boa Agronegócios não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados e informes publicitários. Revista Terra Boa Agronegócios Av. Com. Francisco Avelino Maia, 3866 Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252 www.terraboaagro.com.br www.facebook.com/terraboa.agro contato@terraboaagro.com.br Publicidade: publicidade@terraboaagro.com.br Envie a sua história ou curiosidade relacionada ao campo para a Terra Boa Agronegócios!
06 ESPECIAL Divas do Girolando
10 CAPA O Universo AgroExport
16 ARTIGO Leveduras vivas no rumem
18 PECUÁRIA DE ELITE Estância Jasdan
26 EXPOSIÇÕES Megaleite 2013
32 DEPOIMENTOS Qualidade e Produtividade
34 CURTAS Aconteceu nos últimos 2 meses
40 CAFEICULTURA Expocafé 2013
42 ARTIGO A história do café
44 EQUINOCULTURA Os recordes da ABQM
48 EQUINOCULTURA La Katrina Moon 2P
52 RODEIO Seleção Genética
58 RODEIO Adriano Moraes, a lenda
Foto: Edvaldo Clemente de Paula
José Nivaldo Barbosa 1924 - 2013 A raça Indubrasil perdeu um dos seus grandes incentivadores. José Nivaldo Barbosa faleceu no dia 06 de agosto, de infarto, em Surubim, Pernambuco, aos 89 anos. Natural de Limoeiro mudou-se para Surubim logo após a sua formatura em medicina, no ano de 1949. Foi também poeta e agropecuarista. Por muitos anos criou a raça Indubrasil em Surubim, sendo que seu criatório era referência até mesmo para selecionadores de outros países. Barbosa exportou a genética da raça para a Tailândia, Costa Rica e México. Foi membro do Conselho Deliberativo Técnico da raça na ABCZ. Participou ativamente de exposições e conquistou vários prêmios. Como médico foi membro da Academia Pernambucana de Medicina. Como poeta era membro da Academia de Letras e Artes do Nordeste e da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores. Publicou sete livros. Viúvo da também médica, Neíse Gondim de Souza, deixa sete filhos e 14 netos.
agronegócios
Especial
Pecuária leiteira sob um olhar feminino por Gustavo Ribeiro
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O espaço que as mulheres vêm conquistando na pecuária é o começo de um novo ciclo que fortalecerá ainda mais essa nobre atividade
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Um grupo de mulheres com amor incomum pelo agronegócio, aproximadas pelo trabalho, pela paixão campestre e pela pecuária leiteira decidiram se unir por uma raça. Donas de consagrados plantéis de Girolando, elas ocupam uma posição-chave no desenvolvimento da raça responsável por 80% do leite produzido no país. As Divas do Girolando, como foi batizado o condomínio formado por criadoras que possuem propriedades nos Estados de Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro, estão empenhadas em promover o crescimento da raça Girolando através de discussões acerca de infraestrutura de produção, das demandas de mercado, do manejo, das exposições e, principalmente, dos leilões. As Divas, juntas, darão um forte impulso na colocação da mulher no agronegócio, proporcionando um olhar feminino na pecuária. Engana-se quem pensa que essas mulheres não possuem punho forte para lidar com a árdua vida de produtor rural. Muitas delas herdaram suas propriedades de seus pais e avós, e carregam no sangue a tradição na pecuária. Tamanha experiência credita a essas supermulheres a responsabilidade de realizar um leilão especial, dentro da maior feira de gado leiteiro do País, a Megaleite. Alegria, clima de festa, decoração especial, música e um show de genética. Quem participou dos Leilões Divas do Girolando contagiou-se com a energia vibrante dos eventos. O leilão fez história durante a Megaleite de 2012 e 2013 e hoje, está consolidado no calendário anual da raça Girolando.
1º Leilão
Divas do Girolando Oferta: 34 lotes Girolando rigorosamente selecionados Média: R$ 19.860,00 por lote Destaque: Lama Preta Kamuela Lheros Girolando 5/8 – 50% de suas cotas comercializadas para Fazenda Araras por R$ 91.500,00
2º Leilão
Divas do Girolando Oferta: 34 lotes Girolando rigorosamente selecionados Média: R$ 18.218,92 por lote Destaque: Taful FR Recreio Girolando 5/8 – 50% de suas cotas comercializadas para Gabriela Diettrich e JJean Vic por R$48.000,00
Terra Boa – Como surgiu a ideia de formar o condomínio Divas do Girolando? (Daniela Martins - Java Pecuária) Nós tínhamos o desejo de formar um grupo de mulheres dentro do Girolando. A ideia amadureceu durante o 1º Congresso Brasileiro da Raça Girolando, realizado em 2011, no Tauá Grande Hotel e Termas de Araxá. Nosso objetivo foi reunir criadoras que realmente agarram na fazenda, que estão à frente dos seus negócios para discutir assuntos referentes à raça, trocar experiências e mostrar que a mulher está inserida diretamente na pecuária leiteira. Em 2012, durante a Megaleite, promovemos a primeira edição do Leilão Divas do Girolando. O resultado do leilão superou as nossas expectativas. Tal constatação provou que o trabalho
tinha futuro e que nós estávamos no caminho certo. Tempos atrás, a ideia de mulheres se unirem para fazer um leilão era uma barreira a ser superada, mas, hoje em dia, estamos caminhando ao lado dos homens e adquirindo o nosso próprio espaço. TB – Qual é o objetivo do grupo? (Maria Helena Tavares Domingos dos Santos - Fazenda São Domingos) O nosso objetivo é colocar à disposição do mercado animais de genética superior da raça Girolando. Escolhemos a Megaleite para ser o palco do nosso leilão, pois é a vitrine, o evento mais importante para a raça. As Divas estão mostrando que podem ajudar os seus maridos dentro dos negócios, alavancando o Girolando, promovendo
ações que visam a fortalecer e promover a principal raça para produção de leite nos trópicos. TB – Como vocês avaliam o atual momento da pecuária leiteira nacional? (Mila de Carvalho Laurindo e Campos Fazenda Recreio) A pecuária leiteira nacional atravessa um excelente momento, com o preço do leite em patamares que estimulam a produção para atender uma grande demandade mercado. Esse cenário é uma reação a um período anterior desfavorável, no qual os preços desestimulavam a atividade, aliados ao altíssimo custo de alimentação, provocando uma retração no volume de leite ofertado. Já vivemos, no passado, políticas adotadas pelo governo, que,
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quentemente, as coisas saem de forma diferente. Portanto, o conselho que dou para as mulheres que querem ingressar na raça é este: gostar do que fazem e ter perseverança, que no final os frutos colhidos serão muito bons.
ainda em momentos como o atual, não permitem o fortalecimento do segmento. Torcemos para que as autoridades governamentais e lideranças do setor adotem políticas públicas que permitam que a pecuária leiteira se solidifique como a atividade que é, pois, além de uma atividade econômica, tem forte cunho social, propiciando a fixação do homem no campo e fornecendo à sociedade um dos alimentos mais nobres para o desenvolvimento humano.
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TB – Como as Divas podem contribuir para o avanço da pecuária leiteira nacional? (Ilza Helena Kafalás Fazenda Baixadinha) A mulher, na sua pluralidade, dedicação, sensibilidade, senso intuitivo e determinação vem desenvolvendo importante papel no cenário nacional. Vários plantéis são administrados por mulheres. O poder de decisão aumentou e a sociedade já as reconhece. A raça Girolando cresceu muito e o mercado é, a cada dia, mais exigente. O Leilão Divas do Girolando é uma oportunidade de demostrar o trabalho sério e eficiente que nós estamos desenvolvendo em parceria com nossas famílias. Para isso, nós selecionamos a nata da nata dos nossos plantéis, mostrando a força da mulher na pecuária, a sensibilidade na criação do rebanho e ofertando, para todos, essa genética que a gente faz com tanto carinho em casa.
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TB – Como é feito o trabalho de seleção dos animais que compõem o leilão Divas do Girolando? (Magnólia Martins - Fazenda Valinhos) Nós preparamos esse leilão com muito carinho e sensibilidade. Todas as integrantes das Divas são apaixonadas
pela arte de seleção e pelo trabalho de melhoramento genético do rebanho. É fundamental estar bem informada, atenta às inovações e, principalmente, ter um objetivo de seleção bem estabelecido. É necessário também ter uma equipe competente, composta por profissionais preparados e que estejam verdadeiramente envolvidos nas atividades de manejo e em sintonia com o processo de melhoramento do rebanho. TB – Qual é o conselho para as mulheres que se iniciam no ramo ou tem interesse em entrar para a agropecuária? A formação em ciências agrarias colabora em que intensidade? (Daniela Martins - Java Pecuária) A formação em ciências agrárias logicamente é muito boa, mas não é fator determinante. Acima de tudo, tem que ter amor pelo que se faz e gostar dos animais. A partir disso, tudo toma o rumo certo, com muito trabalho e perseverança. A mulher é mais detalhista e, conse-
TB – O processo de inserção das mulheres ainda se dá de forma gradual ou já e possível que uma mulher ‘inicie de cabeça’ no agronegócio? (Divas da Tropical Genética) Com certeza, já é possível começar ‘de cabeça’ no agronegócio! A mulher hoje é muito independente, forte, de opiniões muito maduras. Com um projeto em mãos, não tem mais essa de que precisa de um homem para seguir em frente. As mulheres têm amplo acesso às informações, procuram se especializar no que fazem e a participação delas no agronegócio cresce a cada dia. TB - Acredita que ‘ser homem ou ser mulher’ influencia na forma de manejo e tomadas de decisão na criação de novos animais? (Mila de Carvalho Laurindo e Campos - Fazenda Recreio) Hoje, presenciamos, nas mais diversas atividades, homens e mulheres exercendo funções que no passado eram rotuladas como masculinas ou femininas. A forma de manejo e tomadas de decisão na criação dos animais não depende do sexo do profissional, mas sim do conhecimento, domínio de técnicas, poder de observação, sensibilidade, percepção e capacidade de identificar problemas e enfrentar os desafios do dia a dia.
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Capa
AgroExport
O universo
Já se passaram 25 anos desde a primeira exportação de animais vivos feita por Silvio de Castro Cunha Júnior fundador da empresa Agro Export. Mais de duas décadas de muitas histórias, muitos desafios e, também, de alegrias para este empresário que trabalha com grandes volumes de animais, tratores, peixes, implementos e muitos outros produtos brasileiros comercializados por ele em 28 países.
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Mineiro de Uberaba, Silvio é filho de família pecuarista. Cursou agronomia na UFLA (Universidade Federal de Lavras); graduado, começou a comercializar animais no mercado interno até se deparar com a oportunidade de exportar animais vivos para o Peru, 500 Girolandas. Nada a perder. Participou da concorrência e ganhou. O financiamento para a viagem e o primeiro negócio veio através de um dos seus tios. Apesar dos percalços para exportar animais vivos no início da década de 80, ele não parou mais. Hoje, atende 28 países entre a oferta de animais vivos, para aqueles países que mantém acordo sanitário internacional aprovado pelo Ministério da Agricultura, e mais sêmen, embriões, implementos agrícolas, tratores, insumos e prestação de serviços. É a empresa mais tradicional nesse segmento com previsão de exportação em 2013 de 150 mil animais. Atualmente, é o maior exportador de tratores da marca Valtra. “Quando você começa a vender um produto, vende outro também”, destaca o empresário ao relatar a ampliação da sua atuação no exterior. Por isso, ele está sempre pesquisando as necessidades dos clientes. “Visito muitas feiras e vejo o que posso comercializar”. Atualmente, está concluindo a construção de uma usina de álcool e açúcar na África. “Eu só vendo aquilo que testo na minha fazenda, a Campo Florido, localizada em Uberaba/MG”. Segundo Silvio,
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dá mais segurança vender o que deu certo em suas atividades, pois saberá atender da melhor maneira as necessidades dos clientes. “Tudo o que uso aqui, vendo para outros países. Eu procuro solucionar os problemas dos meus clientes. Como sou agrônomo tenho uma visão geral, mas procuro bons especialistas para resolver o que não sei”. Além de levar produtos do Brasil para 28 países, Silvio traz comitivas para conhecer o País durante as grandes exposições como ExpoZebu, Megaleite e Expointer. A cada ano, cerca de 150 pessoas visitam o Brasil através da sua empresa. Mas, chegar aos 25 anos de Agro Export exigiu sacrifícios. No início da sua carreira, Silvio exercia todos os cargos: era o comprador, vendedor, entregador, ele era a empresa. Nas duas últimas décadas, a Agro Export cresceu junto com evolução do rebanho brasileiro. Apesar de todas as conquistas, Sílvio ressalta que exportar no Brasil continua sendo uma atividade heroica. Faltam estradas, logística para a escoação da produção, dificuldades de embarque nos portos, altos impostos, entre outros. Como exemplo ele cita o demurrage, uma despesa a mais para manter os navios nos portos por dificuldade de embarque. “Já tivemos que aguardar 30 dias para o embarque. As despesas são altíssimas. Criaram tantas regras que complicaram”.
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Sede da BRASAFRICA
Silvio Jr e representante do governo angolano
África, um continente amigo Silvio chegou à África no dia da morte da Princesa Diana, 31/8/97. Ele se lembra do hotel, das imagens em preto e branco do funeral da princesa na TV. O fato foi marcante. Naquela viagem ele vendeu 10 vacas. Voltou ao Brasil, comprou os animais e voltou para entregar. Hoje, ele tem uma empresa em Angola, a BrasAfrica onde comercializa produtos brasileiros. Segundo ele, a aceitação é excelente. Além de Angola ele atua também no Senegal, Gana, Costa do Marfim, Congo. O maior mercado da Agro Export é o gado para abate e o segundo a venda de tratores. Entre os fatos marcantes da sua trajetória profissional está a entrega de um boi Nelore, uma vaca Gir e uma Girolando para a princesa da Tailândia. A cerimônia reuniu vários empresários no palácio, mas ela saiu da cerimônia para receber o presente do brasileiro. Em 2013 a Agro Export trabalha para aumentar a sua área de atuação no exterior com a abertura de mercado para o Egito e Arábia Saudita. Como tudo na vida, o trabalho também tem seus percalços. “É preciso avaliar bem com quem vai negociar ou se associar. Já tive prejuízos e calotes de sócios”, alerta Sílvio.
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Sílvio Jr e a Ministra da Agricultura da Angola e agricultor da Venezuela no STIO - Sistema Integrado Tecnologico e Informatizado de Ordenha
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Brasil Em Minas Gerais, Sílvio é produtor de cana, soja e peixes na Fazenda Campo Florido, que pertenceu ao seu avô. Também cria animais e produz leite. Com a chegada do filho, Silvio Neto, ao negócio, investe em projeto para a produção de leite com meta de produção de 10 mil litros/dia. A produção atual é de 7 mil litros/dia. Os animais da raça Girolando são manejados no sistema intensivo a pasto. “Eu sempre escutei que o leite não era um bom negócio. Pelo contrário, hoje é uma excelente atividade rentável e ainda temos animais para comercializar”. Ele optou pela pecuária leiteira ao visitar um cliente que produzia 50 mil litros/dia em condições bem inferiores às do Brasil, o que lhe desafiou. Além do leite, Sílvio investe também na piscicultura. Parte das atividades será direcionada a venda de alevinos. A meta é abastecer frigoríficos que tenham uma demanda de 5 toneladas/ dia ou montar um frigorífico e abastecer o mercado. AgroExport www.agroexport.agr.br
O mecanismo de ação A melhor utilização das fibras da forragem em animais suplementados com levedura viva está bem estudada: sabe-se que a levedura estimula o crescimento dos fungos ruminais e das bactérias celulíticas. O fator que melhor explica esta ação é a capacidade da levedura viva de consumir o oxigênio presente no rumem. Os efeitos benéficos na produção de leite e carne são consequência do trabalho desenvolvido por elas. Efeito da presença de SC na germinação de zoosporas e no crescimento de fungo ruminal Neocallimastix Frontalis MCH3
Degradação de celulose por N.Frontais MCH3
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Meio de controle
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Meio de controle + vitaminas
Meio controle + 200.000 UFC/ml de SC Meio controle + 2.000.000 UFC/ml de SC Meio controle + 20.000.000 UFC/ml de SC Meio controle + 20.000.000 UFC/ml de SC + vitaminas
Meio controle + Sacch Cerevisiae viva
Comportamento de levedura viva (10.000.000 UFC/ml) e da parede de levedura na atividade celulitica de N.Frontalis
50 40 30 20 10
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4 Tempo (Dias)
Meio controle + SC viva
6 Meio controle + Parede Levedura
Continua na próxima edição
Tempo (Dias) Meio de cultura - Controle pobre em vitaminas
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Tempo (Horas)
Meio controle
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Crescimento de N.Frontais em ausência ou pre sença de SC viva.
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Obs.: Contagem de celulas vivas
Desaparecimento da MS (%)
O fungo anaeróbico ruminal Neocallimastix frontalis MCH3 coloniza, penetra e degrada material lignocelulósico, e hidrolisa a maioria dos polissacarídios das paredes da planta graças a seu complexo enzimático, composto por celulases, hemicelulases, glicosidades e estearases. Segue, na figura 2 , a hidrólise de celulose pelo fungo NF MCH3 com diferentes contagens de SC:
Na figura 3, aparece o comportamento de NF MCH3 na presença e na ausência de levedura viva: e na figura 4 uma comparação entre efeitos da levedura viva e da parede de levedura.
Número de esporos germinados/25mm2
Efeitos sobre a degradação das fibras
Desaparecimento da MS (%)
Artigo
das leveduras vivas no rumem (parte 2)
Maria Regina Ferretto Flores Diretora Administrativa regina@inf.com.br
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Pecuária de Elite
Estância Jasdan 77 anos de tradição Imagens: Memorial João Feliciano
A família Ribeiro seleciona a raça Gir há quase oito décadas. Ao longo desse período, enfrentaram todos os desafios com a raça, momentos bons e momentos ruins. Situada às margens da BR 040, na cidade de Paraopeba /MG, a estância Jasdan é uma referência no Gir leiteiro brasileiro.
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Marajá de Jasdan e Onofre Ribeiro no Centro de Preservaçao da Raça Gir, na índia, que leva o nome de seu pai, João Feliciano Ribeiro
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Visita do Marajá de Jasdan e do Lider Espiritual de Gondal a Fazenda São Bento, em 1996
O proprietário da Estância, Onofre Eustáquio Ribeiro, é herdeiro de João Feliciano Ribeiro, tradicional criador de Gir na Fazenda São Bento, também em Paraopeba. “Todos os negócios têm seus momentos bons e ruins e a perseverança sempre foi uma qualidade de meu pai, que sempre acreditou na Raça Gir.” afirma Onofre Ribeiro. Nesse período de crescimento da seleção genética, em que a ciência e a pesquisa contribuíram para o crescimento da pecuária, a possibilidade de preservar a genética de grandes raçadores e doadoras é o sonho de muitos criadores. Nesse quesito, Onofre investiu para perpetuar a genética de seus melhores animais e, para isso, usou as principais ferramentas da biotecnologia como a FIV e até a Clonagem. Os antecessores de Onofre Ribeiro na criação do Gir mantiveram laços estreitos com os indianos. O produtor procurou manter esses relacionamentos. “Na década de 1920, Gabriel Bernardes (Gabriel Caxambu de Dores do Indaiá) foi à Índia por duas vezes, sendo uma das viagens financiada por Júlio Ribeiro, irmão de minha bisavó materna, Maria Cândida. Este gado trazido da Índia foi cedido a alguns criadores da região. Meu avô paterno, Miguel Feliciano, tinha uma propriedade em São Gotardo, que era ponto de parada de boiadas. Meu pai, João Feliciano, tinha 12 anos e Gabriel Bernardes fazia da chácara de meu avô seu ponto de comercialização do gado trazido da Índia. Meu pai o ajudava na lida do gado e o acompanhava nas viagens mais próximas para comercialização. O sonho de meu pai era conhecer a Índia, pois os “causos” de Gabriel
o deixavam fascinado. Passados 70 anos, meu pai, aos 82 anos, realizou o sonho de conhecer a Índia, onde foi recebido pelo Marajá de Jasdan e inaugurou um centro de preservação da Raça Gir que leva seu nome”. Onofre Ribeiro afirma que na sua primeira viagem à Índia teve a felicidade de conhecer o Marajá de Jasdan (cuja família seleciona Gir desde 1660, sendo a seleção de Gir mais antiga do mundo) e o líder espiritual de Gondal, do qual se tornou amigo. “Até os dias atuais, mantemos uma relação muito estreita de amizade. Eu o visito sempre, ele por diversas vezes esteve em minha casa. Temos inclusive uma parceria para importação de material genético.” salienta. Onofre afirma que buscar animais na Índia para refrescar o sangue no criatório ou melhorar ainda mais a sua genética é uma das suas buscas atuais. “Apesar dos animais brasileiros estarem numa condição bastante evoluída, o grau de consanguinidade é muito grande, nos principais touros do ranking já existe endogamia. Diante da pressão por melhoramento genético, já que grande parte dos acasalamentos está direcionada para os touros melhor posicionados no teste da ABCGIL e no sumário da ABCZ, o nível de parentesco tende a aumentar. Medidas para reverter esse processo são limitadas, a não ser através da entrada de novas linhagens da Índia ou do incentivo a busca de linhagens alternativas nos touros mais antigos e que foram pouco utilizados.” Observa. Para Onofre, há perspectiva de crescimento da raça Gir no Brasil em médio prazo.
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Ministra JFR 1604 animal clonado
“Como o Brasil é um país de dimensão continental e de clima tropical, o Gir leiteiro é a raça ideal para produção de leite nos trópicos a baixo custo pela sua rusticidade e adaptação. Também é utilizada como uma ótima opção no cruzamento com a raça Holandesa que gera o Girolando. Tudo isso colabora para uma perspectiva muito boa para a evolução da raça no Brasil.” pondera. A Genética JFR é vendida para quase todos os estados do Brasil e América Latina. Os animais de destaque da Estância Jasdan, que segundo Onofre Ribeiro são inesquecíveis, são: Restinga, Regia, Taça, Orgia, Navalha, Ministra, Samanta, todas crias da Fazenda São Bento e os touros Gaiolão DC, animal adquirido da seleção do saudoso Celso Garcia Cid e Araxá. Segundo Onofre, os animais da Estância Jas-
Samanta TE JFR 2212 animal clonado
dan se destacam pelo equilíbrio racial, produtividade, docilidade com manejo simples e rústico com uso de homeopatia e lactações reais, além da qualidade da genética do grupo como diferencial da Estância Jasdan em relação a outros criatórios da raça Gir. “Quanto as doadoras e touros de maior destaque da Estância, atualmente podemos destacar a vaca Ministra TE JFR e Samanta TE JFR, que inclusive foram clonadas, e a vaca Tarantela TE JFR. Quanto aos touros, destaco o Touro Tutor TE JFR, que foi comercializado 50% para um criador do México e o touro Gailão DC, que foi um dos pilares de nossa seleção touro, esse cedido pela família do saudoso Celso Garcia Cid.” Nós produzimos genética de qualidade, mantemos um acervo da raça que está aberto à visitação pública, promovemos um evento anual da raça com simpósio e palestras direcionadas aos criadores, homenagens aos criadores que se destacaram na raça, tanto no Brasil como no exterior e finalizamos com o Shopping e leilão, onde disponibilizamos o melhor do nosso rebanho valorizando as palavras de meu saudoso pai João Feliciano, ‘O Gir faz Amigos’.” finaliza.
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Clone da Ministra TN1
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A História de João Feliciano Ribeiro por Onofre Ribeiro
Na década de 1920, Gabriel Bernardes foi à Índia por duas vezes sendo uma das viagens financiada por Júlio Ribeiro, irmão de minha bisavó materna. Esse gado trazido da Índia foi cedido a alguns criadores da região. Meu avô paterno Miguel Feliciano, tinha uma propriedade onde morava em São Gotardo, que era ponto de parada de boiadas. Meu pai, João Feliciano, tinha 12 anos e Gabriel Bernardes, fazia da chácara de meu avô seu ponto de apoio para a comercialização do Gado trazido da Índia. Meu pai o ajudava na lida do gado e o acompanhava nas viagens mais próximas para comercialização. O sonho de meu pai era conhecer a Índia, pois os “causos” de Gabriel o deixava fascinado. Passaram 70 anos e com 82 anos realizou o sonho de conhecer a Índia onde foi recebido pelo MARAJÁ de JASDAN e inaugurou um Centro de Preservação da Raça que leva seu nome. Na crise de 1929, meu avô perdeu quase tudo, já que as suas economias estavam todas em café. O amigo e compadre de meu avô Hermenegildo Ladeira, deu a
João Feliciano seu 1º emprego como escriturário. Com as economias alcançadas, comprou do patrão uma Mula e 10 Tourinhos Gir. Nascia aí o mascate e posteriormente o criador João Feliciano Ribeiro. Meu pai foi a Franca, Cássia e Uberaba e comprou gado Gir e espalhou este gado em toda região do Alto Paranaíba e Oeste de Minas, já que tinha domicilio em Campos Altos. Em 1946, casou-se com minha mãe Maria da Conceição, que também era da região e descendia de família de pecuaristas. Em 1953, transferiu residência para Araxá, adquirindo propriedade no município e também em Sacramento e Uberaba, dedicando ao comercio, criação e assessoria à criadores de Gir. Foi Virgilio Mendes Ferraz, criador na Bahia, que o assessorou nas décadas de 1950 e 1960; criador este que chegou a produzir 3.000 litros de leite/dia a pasto em vacas Gir, recorde até hoje não superado no Brasil. Com seu falecimento, deixou um legado de 50 novilhas na cabeceira para João Feliciano, todas filhas de touros indianos, que formaram base de nosso plantel. www.girjasdan.com.br 31 3714-7427
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Onfre Ribeiro e o Marajá de Jasdan na Estância Jasdan em Paraopeba/MG
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Leilões
Leilão Jasdan
oito anos de muito sucesso
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Situada às margens da BR 040, próximo à cidade de Paraopeba/MG, a estância Jasdan é uma referência no Gir leiteiro brasileiro. O proprietário, Onofre Ribeiro, é herdeiro de João Feliciano Ribeiro, tradicional criador de Gir na Fazenda São Bento, também em Paraopeba. Feliciano é mundialmente conhecido por ter criado a frase “o Gir faz amigos”. Onofre Ribeiro e José Afonso Bicalho são os promotores do leilão Jasdan, nesses oito anos, sempre realizado no mês de junho. Os organizadores já receberam convidados do México, da Bolívia, da Colômbia, da Costa Rica, da República Dominicana, da África e da Índia, de onde
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veio o verdadeiro Marajá de Jasdan, amigo pessoal e sócio de Onofre Ribeiro e José Afonso Bicalho no projeto de importação de material genético Indiano. No leilão de 2013, obtiveram a média dos mais importantes leilões da Raça em 32 lotes comercializados. Participaram diversos criadores de várias partes do Brasil e do exterior, que puderam acompanhar aulas de Morfologia e Julgamento,
Conceitos de Saúde do Casco e palestras sobre a Importação de Material Genético Indiano. Houve espaço para a entrega da Comenda João Feliciano Ribeiro pela AMCGIL (Associação Mineira dos Criadores de Gir Leiteiro), além de danças típicas, um belo coquetel e o sorteio de uma viagem a Paris entre os compradores do leilão.
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Exposições | agosto/setembro 2013
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Megaleite 2013 reflete avanço do setor leiteiro
A Megaleite (Exposição Brasileira do Agronegócio do Leite), principal feira do setor leiteiro do país, reuniu as raças Girolando, Gir Leiteiro, Guzerá leiteiro, Indubrasil, Jersey, Pardo-Suíço, Simental leiteiro e Sindi entre os dias 30 de junho e 7 de julho, no Parque Fernando Costa, em Uberaba/MG. A Megaleite comemorou 10 anos com a participação de cerca de 2 mil animais de oito raças leiteiras, batendo vários recordes de produção.
Além de mostrar o avanço genético do rebanho leiteiro do Brasil, a Megaleite 2013 foi palco de cursos, palestras técnicas sobre melhoramento genético, debates, premiação dos vencedores do Ranking 2012/2013, homenagens, mostra cultural dos 10 anos da feira e projetos socioeducativos. Também foi inaugurado o Centro de Performance Girolando, local onde acontece a Pré-Seleção de Touros com a participação de mais de 60 reprodutores. Segundo o presidente da Girolando, José Donato Dias Filho, a décima edição da Megaleite refletiu o trabalho criterioso de seleção que vem sendo realizado pelos criadores das raças leiteiras em todo o país. “Essa qualidade genética foi decisiva para que muitos expositores fechassem negócios na feira, inclusive com a possibilidade de concretizar novas vendas pós-feira”, explica Donato. A genética das raças leiteiras tem atraído cada vez mais os estrangeiros. Nesta edição da exposição, mais de 50 estrangeiros de diversos países passaram pelo Parque Fernando Costa. Comitivas da Colômbia, Guatemala, México, Panamá, entre outros países, demonstraram interesse em firmar parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando para registro de animais e realização
de cursos técnicos. O ministro da Agricultura da Guatemala, Antônio Abánez, anunciou que pretende promover intercâmbio com o Brasil para levar ao seu país informações sobre a raça Girolando. A negociação de animais na Megaleite 2013 rendeu faturamento de R$9.673.580,00. Foram realizados 12 leilões e um shopping de animais. O animal mais caro da feira foi vendido no Leilão Genética Consagrada Gir Leiteiro. O macho Facho TE Kubera, que pertencia à Fazenda Terras de Kubera, foi comercializado por R$1.410.000,00, tendo como comprador Cicagen Biotecnologia em Bovinos S S Ltda./Vonaldo Antônio.
Torneio Leiteiro Recordes foram quebrados durante a Megaleite. Na raça Girolando, as novas recordistas são: Obra Prima da Centrogen FIV (categoria vaca 1/4), Gala Jaguar Santa Luzia (novilha 1/4), Grasi Wildman FIV LE (novilhas meio sangue), Germina Diana 671 (novilha 5/8). Entre as raças zebuínas, os quatro recordes registrados foram: Cristal AJCF (fêmea jovem da raça Sindi), Querência da AJCF (vaca jovem da raça Sindi), Lilás (vaca adulta da raça Indubrasil), Haical FIV (vaca jovem da raça Guzerá).
Raça Girolando quebra seus recordes O 24º Torneio Leiteiro da raça Girolando, realizado durante a Megaleite, foi marcado pela quebra de recordes de produção. A disputa contou com 42 fêmeas, entre elas a nova recordista nacional e a recordista da Megaleite. Na categoria Vaca, a fêmea ¼ Obra Prima da Centrogen FIV, de propriedade de Enos Toledo Yan Hsin Ma, bateu o recorde da Megaleite, com a produção de 184,090 kg/leite em 9 ordenhas e média diária de 61,363 kg/leite. O recorde anterior era de 56,887 kg/leite. Na categoria fêmea ¼ também houve quebra de recorde. A novilha Gala Jaguar Santa Luzia, pertencente às fazendas Cachoeira e Santa Luiza, venceu com produção total de 142,00 e média de 47,333 kg/leite, contra 42,620 kg/leite da recordista anterior.
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Já entre as novilhas meio sangue Grasi Wildman FIV LE, do criador Eurípedes José da Silva, bateu o recorde da Megaleite, que era de 59,733 kg/leite, ao produzir 61,500 kg/ leite e total de 184,500 kg/leite. A novilha 5/8 Germina Diana 671 do criador Bernardo Garcia de Araújo Jorge, bateu o recorde nacional, com a produção de 66,047 kg/leite e total de 198,140 kg/leite. O recorde anterior era de 55,693 kg/leite. Com isso, ela ficou com o título de Melhor Novilha. O Título de Melhor Vaca do Torneio Leiteiro ficou com Muralha Dramatic Santa Luzia, que obteve produção média de 85,163 kg/leite e total de 255,490 kg/leite. A vaca pertence ao criador José Coelho Vitor.
“Realmente, a Megaleite foi um sucesso total para nós, da Santa Luzia. Nossos animais se destacaram nas pistas e no Torneio Leiteiro, indicando que estamos trilhando o caminho certo na busca pela seleção genética e pela produtividade. Como grandes destaques tivemos a Baronesa Jurist Santa Luzia, Tri Grande Campeã Nacional ¾; única vaca da raça a conseguir tal feito, sendo o atual proprietário, o criador Delcio Tannus, de Uberlândia/MG. Também mereceu especial destaque a vaca Muralha Dramatic Santa Luzia, Grande Campeã ½ HZ e Campeã Geral do Torneio Leiteiro Megaleite 2013 com produção de 85.300 kg, resultado da parceria da Santa Luzia e João Roberto Bolelli, de Rifaina/SP. A Muralha também foi a vencedora do Torneio Leiteiro de Batatais/SP, logo após a Megaleite, com a produção média de 87.400 kgs e pico de 91.500kgs. Na categoria Novilha ¼ a vencedora foi Gala Jaguar Santa Luzia, com produção de 40.740 kg, que a consagrou Campeã do Torneio Leiteiro Novilha ¼ e recordista nacional da categoria. Este animal é resultado da parceria Santa Luzia e Roberto Martins Andrade de Nova Serrana/MG. Já no ranking das 1000 melhores vacas da Raça Girolando, a Santa Luzia fez a melhor vaca do ranking nacional ¾ e a terceira melhor no geral com a Mexerica Jurist Santa Luzia, além de duas de suas filhas estarem entre as 200 melhores da lista. Mexerica, que já era titular dos prêmios de Melhor Fêmea Jovem Nacional e Grande Campeã Nacional ¾, é resultado da parceria Santa Luzia e Mario Roberto Seixas de Franca/SP. Estes resultados são uma demonstração muito clara da qualidade dos animais que a Fazenda Santa Luzia produz e coloca à venda, já que muitos destes campeonatos foram conseguidos por clientes e parceiros que adquiriram a genética Santa Luzia”.
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Momento do Leite
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Depois de seis anos, o valor pago ao produtor de leite é considerado satisfatório pela cadeia de produção. O mês de junho registrou o melhor valor pago ao produtor desde 2007. Os preços refletem o aumento da produção e a baixa captação pela indústria. O mercado externo também influenciou na formação de preços com a queda da produção na Nova Zelândia, Estados Unidos e Europa. O Estado de Minas Gerais segue como o maior produtor de leite com média de 8.756 bilhões de litros por ano. Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás estão respectivamente na 2ª, 3ª e 4ª colocação do ranking nacional de produção leiteira.
Maurício Silveira Coelho
Fazenda Santa Luzia, Grupo Cabo Verde, Passos/MG
Dupla Duplaproteção proteção no no pós-parto pós-parto Proteção Proteção para para a vaca vaca recém-parida recém-parida • Repositor Repositor de deMinerais Minerais • Energético Energético • Protetor Protetor Hepático Hepático
TURBOCÁLCIO TURBOCÁLCIO éé um um suplemento suplemento energético energéticoeerepositor repositor de deminerais, minerais, contendo contendo Cálcio, Cálcio, Fósforo, Fósforo,Magnésio, Magnésio,Sorbitol Sorbitol (energético (energético de de metabolização metabolização imediata) imediata) eeooaminoácido aminoácido Metionina Metionina (protetor (protetor hepático), hepático), elementos elementos essenciais essenciaisno no tratamento tratamento ee prevenção prevenção das das doenças doençasdo doparto. parto.
Proteção Proteçãopara paraoorecém-nascido recém-nascido Dose Dose única única
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PRÓ-BEZERRO é um antibiótico ee antiparasitário PRÓ-BEZERRO é um antibiótico antiparasitário de longa ação, indicado nono controle das de longa ação, indicado controle dasdoenças doenças do do umbigo e e suas umbigo suasconsequências consequênciasdurante durante oo primeiro mês dede vida dodo bezerro. primeiro mês vida bezerro.
Quem Quemusa, usa, recomenda! recomenda!
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Depoimetos
Boas escolhas resultam
em qualidade e produtividade No Sítio Nossa Senhora Aparecida, em Pratápolis/MG, o gado Holandês recebe tratamento especial do senhor Valter Nassaro. Paulista, da região de Ribeirão Preto, tornou-se mineiro há quase 20 anos, ao adquirir 33 hectares de terra e investir na pecuária leiteira
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Detentor de grande habilidade, foi construindo com esmero suas instalações e aprendendo com as experiências vividas e as falhas, até se tornar produtor de 2.700 litros de leite/dia. Nada mal para quem começou ganhando um salário mínimo e exerceu muitas funções até chegar à pecuária leiteira. Quando a reportagem da Terra Boa chegou ao sítio, o Sr. Valter estava literalmente com a mão na massa. Junto com seus funcionários fazia a lim-
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peza do free stall, construído por ele e mais um funcionário. A reportagem começou ali mesmo, enquanto limpava o local para receber os animais após a ordenha. “Vaca para leite é holandesa”. Esta é a afirmação daquele que não entendia nada de leite, mas que aprendeu tudo na prática: manejo, alimentação e bem-estar. No Sítio Nossa Senhora Aparecida cada detalhe é pensado para proteger os animais e facilitar a alimentação do rebanho: altura do cocho, proteção para os cascos, água potável, sombra e muitos outros detalhes. O rebanho foi
gerado no Sítio através da inseminação artificial. O índice de nascimento é de 55% de fêmeas. Valter optou por não usar sêmen sexado. Os tourinhos são comercializados. O Sítio reflete o cuidado que o produtor tem com as instalações, mas principalmente com os animais. O resultado do seu trabalho pode ser conferido na qualidade do rebanho e na produtividade. Bem-estar, água potável, sanidade, boa alimentação e carinho garantem uma média de produção de 29 litros/dia com oscilações para mais, bem mais. Mamite? O que é isso? Na propriedade do senhor Valter
não existe essa doença. Mas, para garantir toda esta qualidade e produtividade dois requisitos são essenciais. O primeiro deles diz respeito as bezerras, que precisam de condições e cuidados especiais para que cresçam saudáveis. O segundo requisito é a alimentação. Sem alimento, o gado não produz. Há um ano o senhor Valter optou por formar a sua silagem com o híbrido da Dow AgroSciences 2B 688, o que lhe garantiu um aumento em produtividade de 15%. Esta variedade de semente se mostrou excelente para a produção da silagem e o surpreendeu com o aumento da produtividade. Outros benefícios foram ressaltados por Valter como a redução do feno, usado como complemento alimentar no cocho. “Reduzi de 700 gramas para 200 gramas a quantidade de feno com esta silagem”, afirmou o produtor. O 2B 688 é uma variedade precoce com dupla aptidão, podendo ser usado tanto para a silagem como para a produção de grãos. O híbrido tem excelente produtividade e é resistente a seca, além de ser indicado para a safra e safrinha. A Triângulo Agro, empresa de consultoria técnica, que presta assessoria ao Sr. Valter, indicou a variedade pela produção de leite da fazenda e os bons resultados do híbrido. Segundo Marco Pollo, sócio-diretor da Triângulo, o produtor tem uma estrutura enxuta e funcional, além de ser muito dedicado em tudo o que faz. “A indicação desta variedade de milho veio somar ao trabalho bem desenvolvido na propriedade, trazendo bons resultados para o produtor”, afirmou Marco Pollo. Além da silagem, Valter arrenda terras para o plantio do milho para grão. Em 2013 colheu 9.400 sacas.
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Curtas
MEGALEITE 2013 Os leilões realizados durante a Megaleite surpreendeu leiloeiros e criadores. A força da mulher na pecuária pode ser conferida no 2º Leilão Divas do Girolando, um dos melhores leilões da Megaleite, com muito sucesso na comercialização. A média ficou em R$ 18.218,92. Entre os vários eventos, o 1º Leilão Sucessores de Sucesso se destacou por reunir os principais criadores e selecionadores de genética Girolando do Brasil e de outros países. A média de R$ 22.617,39 foi expressiva. O animal mais valorizado da noite foi a jovem doadora Atual Rhoelandt Teatro Demolidora FIV, de propriedade de Rangel Queiroz, que foi comercializada por R$ 99 mil. O 1º Leilão Joias do Girolando, uma parceria entre as Fazendas Santa Luzia e Cachoeira, ofertou 60 animais de excelente qualidade, com média registrada de mais de R$ 16 mil. No 3º Leilão Minas de Ouro foram ofertadas prenhezes de qualidade superior, pedigree refinado e alta produção de leite. A média registrada foi de R$ 19.600,00. O lote de destaque foi uma prenhez da Kuipercrest Storm Butterfly, do grupo Boa Fé, arrematada por R$ 51 mil, pelo criador Thiago Dias da Costa. O 5º Leilão FIV Tropical Genética e Convidados ofertou produtos que são referência entre as grandes produtoras de leite. Os convidados não deixaram o prestígio de lado e ofertaram verdadeiras joias dos currais nacionais: a recordista mundial de produção 5/8, Germina Diana, da Estância Germina e a recordista ¼ de torneio leiteiro, Obra Prima da Centrogen, da Genética Boa Fé.
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Liquidação de Plantel
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As melhores prenhezes da Fazenda Cachoeira foram liquidadas em leilão da Fazenda realizado no mês de junho e no Leilão Joias do Girolando, durante a Megaleite. As últimas bezerras serão leiloadas no final do ano. Depois de anos de seleção da raça holandesa, a fazenda liquida seu plantel para investimento em novos empreendimentos. Segundo Érica Nolly a decisão não foi fácil, mas o importante é que toda a genética Cachoeira foi disseminada para todo País.
CLONE DE RECORDISTA
TEM 50% DE SUAS COTAS COMERCIALIZADAS A Tropical Genética, empresa especializada e reconhecida na América Latina pelo melhoramento genético de animais Girolando e Gir Leiteiro, em parceria com a Fazenda Calciolândia, pela primeira vez ao longo da sua história, ofertou um clone bovino da Recordista Mundial de Produção de Leite, vencedora do Torneio Leiteiro da ExpoZebu 2011, com média de 49,676 kg/dia, atingindo pico de 56,170 kg: Quimbanda CAL. Não bastasse, Quimbanda é mãe de outra recordista mundial: sua filha Urutaína CAL, que produziu 49,873 kg/dia. O clone da doadora, tem previsão de parto para setembro deste ano e teve 50% de suas cotas comercializadas por R$210 mil. O investidor foi o criador e selecionador José Naves de Ávila Neto, titular da Fazenda Santa Paula. José Naves tem se sobressaído por fazer grandes aquisições dentro das raças Gir Leiteiro e Girolando, formando um plantel diferenciado.
FAZENDA TERRA BOA
O jornalista Sidney Maschio, durante a Feicorte, autografando o seu livro, Versinhos de Caipira, Terceira Fornada, no estande da TV Terra Viva. Na sua 3ª versão, o livro retrata o cotidiano do boiadeiro, do roceiro, desvendando um universo de extraordinária riqueza cultural.
A 6ª edição do Leilão Touros Terra Boa de José Luiz Niemeyer dos Santos alcançou total de venda de mais de R$ 928 mil, destacando-se por conquistar uma média de quase R$ 9 mil por animal. O evento contou com a presença de grandes criadores, que confirmaram e reforçaram a credibilidade e qualidade do criatório TB. José Luiz comercializou 93 touros Nelore PO, com média de 8.930,00 por animal. Também apresentou 11 reprodutores Brangus, que foram arrebatados por cerca de R$ 8 mil, por cada. A oferta de sêmen superou R$ 11 mil. O maior comprador do leilão, a Agropecuária 7 Passos, investiu R$ 194 mil em animais de ponta.
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Liquidação Nelore OT
A família de Orestes Prata Tibery Júnior esteve reunida no 21º Leilão Seleções OT, Liquidação Nelore PO, realizado no dia 03 de agosto, em Três Lagoas/MS. O momento foi de muita recordação pelo trabalho incansável de Orestinho em prol da raça Nelore.
C.A Sansão O clone do touro C.A Sansão, criado pela In Vitro do Brasil, é um dos bons resultados do avanço genético. Grande touro da raça Gir Leiteiro foi invejado por muitos pecuaristas. O seu grande criador Joaquim da Costa Noronha, Kinkão, recepcionou em Uberaba, durante a Expogenética, aqueles que foram conhecer o seu trabalho.
Agropastoril
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dos Poções
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O rebanho de Girolando da Agropastoril dos Poções foi liquidado no dia 03 de agosto, em Jequitibá/MG. As bezerras saíram na média de R$ 2.208,62 e as novilhas, R$ 3.807,35. As vacas saíram a R$ 5.175,90, enquanto os machos foram comercializados a R$ 6.300,00. Animais da raça Gir Leiteiro também foram vendidos, alcançando média de R$ 9.120,00 nas bezerras e R$ 4.725,00 nos machos. Novilhas Jersolando ainda compuseram os lotes e foram negociadas com valor médio de R$ 2.400,00, colaborando para a média geral de R$ 4.174,03, faturada no evento.
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Minas Gerais vai receber em 2013 a IV Conferência Internacional de Cafés Arábicas Naturais. O encontro será realizado pela primeira vez no Brasil e faz parte da programação da Semana Internacional do Café, um dos maiores eventos mundiais do setor cafeeiro em 2013. Programada para o período de 9 a 13 de setembro, no Expominas, em Belo Horizonte, a Semana receberá a reunião de 50 anos da Organização Internacional do Café (OIC), a 8ª edição do Espaço Café Brasil – Feira Internacional de Café.
ALGODÃO MINEIRO CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL
A qualidade do algodão produzido nas lavouras de Minas é comprovada por um laboratório criado com a participação do governo estadual e reconhecido mundialmente pelo rigor na realização das análises da fibra. Localizado em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o Laboratório Minas Cotton tem certificação internacional e, neste ano, obteve a primeira e a segunda colocações mundiais quanto à precisão de suas análises, conforme avaliação do Comitê Consultivo do Algodão (International Cotton Advisory Committee – ICAC) entidade sediada em Washington (EUA).
No mês de julho foi embarcado pela primeira vez para a Europa um lote de café do Certifica Minas Café – programa do governo estadual coordenado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Foram vendidas inicialmente 50 mil sacas de 60 quilos, por intermédio da Exportadora de Café Guaxupé. O café deste lote terá uma premiação de R$ 3,00 por saca sobre o preço de mercado.
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SOS Café
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Mais de mil cafeicultores, de 41 municípios mineiros, se reuniram em Nova Resende/MG, no dia 27 de julho, para criarem a Comissão Estadual de Cafeicultores, que defenderá os interesses do setor em detrimento a grande desvalorização do café. O encontro, organizado pela Associação dos Cavaleiros de Nova Resende e Sindicatos dos Produtores e Trabalhadores Rurais, reuniu 1.200 pessoas e elegeu Emídio Madeira como presidente da Comissão. Municípios do Estado de São Paulo também devem integrar a campanha.
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A situação de crise na cafeicultura e a mobilização por uma política efetiva do governo federal que
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Cafeicultura
garanta renda real aos produtores estiveram
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presentes nos discursos de abertura da 16ª edição da Expocafé 2013, a maior feira da cafeicultura do Brasil, que aconteceu em Três Pontas/MG, de 11 a 14 de junho. A feira é uma realização da Epamig com apoio de vários parceiros, como a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas (Cocatrel), entre outras instituições.
A cerimônia oficial de abertura contou com a presença do secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento, que ressaltou a importância da cafeicultura para a economia de Minas e do país. Segundo o secretário, o governo do estado tem lutado para que os produtores tenham melhor remuneração por meio de ações como a implantação do Fundo Estadual do Café, e a apresentação de reivindicações do governador Antonio Anastasia, junto à presidente Dilma, pelo preço mínimo maior que o fixado recentemente em R$ 307. “O café é o produto agrícola mais importante para Minas Gerais, como gerador de empregos e riquezas. É fundamental a sua valorização e daqueles que o produzem. Vamos lutar por eles”, garantiu o secretário. O deputado federal, presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cafeicultura, Diego Andrade, disse que os governos, federal e estadual, são morosos e que o café precisa de respostas rápidas. “A cafeicultura movimenta a economia, por isso temos que defender o café e ações que garantam que o produtor não vai vendê-lo abaixo do seu custo de produção”. O presidente da Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso (Cooparaiso), secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, Carlos Melles, disse que este é um momento para que órgãos e lideranças do setor estejam unidos na busca de atender às outras reivindicações dos produtores, já que o preço mínimo de garantia do café pedido por eles – de R$ 340 – já ficou para trás. “Agora é hora de pensarmos em alternativas urgentes, para atender principalmente esse momento da colheita, de grande necessidade do produtor, já que o governo federal não deu a mínima atenção ao preço mínimo de R$ 340 e o fixou em R$ 307”, argumentou.
Política cafeeira marca a Expocafé 2013 A Expocafé contou com a participação de 140 expositores, apresentando mais de mil produtos para a lavoura de café. As máquinas agrícolas foram as vedetes da feira, vendidas a preços diferenciados e com formas de pagamento facilitadas, promovidas pela presença dos bancos e agentes financeiros que também montaram seus estandes para atender ao produtor de café. Uma grande novidade apresentada foi a colhedora de café Vetor 12000, uma inovação tecnológica, que permite a colheita em lavouras de pequeno e grande portes, cuja patente foi requerida pelo Núcleo de Inovação Tecnológica
da UFLA (Nintec), fruto de uma parceria entre um inventor independente e a Universidade. Construída para permitir a máxima retirada dos grãos com mínimos danos ao cafeeiro, a colhedora tem como diferencial o formato em triângulo, que permite mais equilíbrio e facilita as manobras, mesmo em terrenos irregulares. O projeto tem a participação do professor da UFLA, Fábio Moreira, que também apresentou outra inovação na Expocafé 2013, um sensor portátil para verificar a aderência dos grãos em diferentes pontos de maturação, visando a orientar os ajustes necessários para a co-
lheita mecanizada, com adequada vibração e velocidade das máquinas. “Vim conhecer as máquinas novas porque se o produtor não mecanizar a sua lavoura terá que sair da atividade”, disse Carlos Leite da Silva, produtor de Machado que foi em caravana com colegas para visitar a feira. O produtor de São Sebastião do Paraíso, João Barroso, comprou duas derriçadeiras para colheita semi-mecanizada. “Encontrei um preço bom e como estou em plena colheita, amanhã mesmo vou estrear as maquininhas”, disse ele entusiasmado. O faturamento da Expocafé 2013 ultrapassou os R$ 200 milhões.
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Artigo
A História do Café O café em solo brasileiro Por Patrick Figueiredo apreciador de cafés gourmet
Antes de chegar ao Brasil, o café já possuía um grande valor comercial, principalmente na Europa e Estados Unidos. Não há precisão histórica sobre o início da cafeicultura no Brasil. Atribui-se a Francisco de Melo Palheta as primeiras plantações no Pará, em 1727, com sementes obtidas clandestinamente em uma expedição à Guiana Francesa.
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Devido às boas condições climáticas, o cultivo de café logo se espalhou, com a produção voltada para o mercado doméstico. Sabe-se, com certeza, que Belém, no século XVIII, vendia o produto para a metrópole e por volta de 1760 temos notícias sobre seu cultivo na cidade do Rio de Janeiro. A partir daí, espalhou-se para o estado fluminense e o Vale do Paraíba, começando um novo ciclo de desenvolvimento econômico no país. Do Vale do Paraíba, passou para as terras roxas do Leste e Nordeste Paulista e Zona da Mata Mineira, Sul de Minas, Oeste Paulista e Norte do Paraná; mas foi no Estado de São Paulo que o produto mais cresceu. Num espaço de tempo relativamente curto, o café passou de uma
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posição relativamente secundária para a de produto-base da economia brasileira. Desenvolveu-se com total independência, ou seja, apenas com recursos nacionais, sendo, afinal, a primeira realização exclusivamente brasileira que visava à produção de riquezas. No final do século XVIII, a produção cafeeira do Haiti – até então o principal exportador mundial do produto – entrou em crise devido à longa guerra de independência que o país manteve contra a França. Aproveitando-se desse quadro, o Brasil aumentou significativamente a sua produção. Com a abolição da escravatura, em 1888, iniciou-se uma grave crise de mão-de-obra. Nessa época, o café passou a ter tal importância econômica que um complexo sistema ferroviário foi construído no Vale do Paraíba. Logo as ferrovias se espalharam para o Oeste Paulista, Campinas, Ribeirão Preto, Triângulo Mineiro e Sul de Minas – A Mogiana levou desenvolvimento e riqueza a estas regiões,
ligando-as ao porto de Santos que escoava a produção, isto proporcionou a geração de uma economia desenvolvimentista destes eixos, o que levou posteriormente à construção de importantes rodovias. Por quase um século, o café foi a grande riqueza brasileira, financiou a industrialização na região Sudeste do Brasil, contribuindo para o desenvolvimento da indústria, do comércio e das atividades financeiras, as divisas geradas pela economia cafeeira aceleraram o desenvolvimento do Brasil e o inseriram nas relações internacionais de comércio, sendo o café responsável por 65 % das exportações do país. A cultura do café ocupou vales e montanhas, possibilitando o surgimento de cidades e dinamização de importantes centros urbanos por todo o interior dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. O café trouxe gran-
des contingentes de imigrantes europeus e japoneses para a lida na lavoura, o que consolidou a expansão da classe média, a diversificação de investimentos e intensificou, com isso, os movimentos culturais. O desenvolvimento da produção cafeeira esteve intimamente relacionado com a quantidade de mão de obra disponível. Para incentivar a produção de café, a administração do estado de São Paulo fez da questão imigratória o projeto central de suas atividades, estabelecendo um sistema que oferecia auxílio formal à imigração europeia, principalmente a italiana. Por meio de um programa que cuidava da propaganda em seu país de origem, os imigrantes eram trazidos desde seu domicílio na Europa até a fazenda de café. A imigração ajudou na conquista de áreas ainda não exploradas, permitindo rápido desenvolvimento do estado de São Paulo. O Brasil dominava 70% da produção mundial e ditava as regras do mercado. Nessa época, os fazendeiros de café se tornaram a elite social e política, formando umas das últimas aristocracias brasileiras. A opulência dos plantadores de café permitiu a construção dos grandes e bonitos casarões das fazendas e mansões na cidade de São Paulo. As grandes safras da década de 20, junto com a recessão mundial, levaram governo e cafeicultores a procurar uma política de defesa permanente do café. A crise internacional de 1929 provocou a queda de toda a estrutura montada para defender o café, gerando falências, desemprego e preparando o caminho para a revolução
de 1930, que acabou com a oligarquia dos cafeicultores no Brasil. A quebra na Bolsa de Nova York em 1929 foi um golpe para a estabilidade da economia cafeeira. O café não resistiu ao abalo sofrido no mundo financeiro e o seu preço caiu bruscamente. Nessa época, milhões de sacas de café estocadas foram queimadas e milhões de pés de café foram extintos, na tentativa de estancar a queda contínua de preços provocada pelos excedentes de produção. Quando a economia mundial conseguiu se recuperar da crise de 29, o Sudeste do país voltou a crescer, desta vez com perspectivas lastreadas na cafeicultura e na indústria, que assumia parcelas maiores da economia. O café retomou sua importante posição nas exportações brasileiras, mesmo perdendo mercado para outros países produtores. Atualmente, o Brasil é o maior produtor de café do mundo, com aproximadamente 30 % do mercado e o segundo mercado consumidor, atrás apenas dos Estados Unidos, mas caminhando a passos largos para alcançar também a primeira posição, sendo o mercado interno um dos que mais crescem no mundo. As áreas cafeeiras estão concentradas no centro-sul do país, onde se destacam quatro estados produtores: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Paraná. A região nordeste também tem plantações na Bahia, e na região norte pode-se destacar o estado de Ron-
dônia. A produção de café Arábica se concentra em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia e parte do Espírito Santo, enquanto o café Robusta é plantado principalmente no Espírito Santo e Rondônia. Até o final da década de 1980 o País quase não havia se preocupado com a qualidade, a estratégia era exportar grandes quantidades. Países como Colômbia, Costa Rica e Jamaica investiram estrategicamente na melhora da qualidade e, com excelentes trabalhos de marketing, conseguiram maiores preços. Só recentemente o Brasil tem feito o mesmo e conseguido melhores resultados. Os grandes consumidores voltaram os olhos para os cafés gourmets e orgânicos brasileiros, especialmente para os de alguns cuidadosos produtores das denominações de origem regional do Sul de Minas e Mogiana.
Referências:
Organização Internacional do Café ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café Markcafé – markcafe.com.br BRESSANI Edgard; Guia do Barista: da Origem do Café ao Espresso Perfeito. São Paulo: Café Editora, 2011.
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Equinocultura
Os recordes
da ABQM
Mais uma vez o Quarto de Milha mostra a sua força e apresenta números que fazem o 36º Campeonato Nacional da Raça Quarto de Milha tornar-se um novo recordista no segmento.
Promovido pela ABQM (Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha), o evento realizado de 13 a 21 de julho, no Parque de Exposições Dr. Fernando Cruz Pimentel, na cidade de Avaré/SP, registrou 5.751 inscrições em conjuntos, 10% mais do que o registrado em 2012. Desse número, 5.286 são referentes às provas válidas pela ABQM e 465 pela American Quarter Horse Association (AQHA). As inscrições correspondem a 2.215 animais em competição, que disputaram o título nacional em 18 modalidades e a premiação recorde de R$ 1.040.190,00, além de 200 fivelas e mais 850 troféus. As competições atraíram um público aproximado de cinco mil pessoas/dia. Eventos paralelos para quartistas e familiares contribuíram para manter o parque animado durante todo o Congresso. Um mini shopping de moda country e acessórios para montaria foi montado no local. “Sem dúvida, são dados fantásticos que nos enchem de orgulho. Este ano, o Nacional foi promovido em três pistas cobertas, consolidando, assim, um trabalho planejado por nossa diretoria, proporcionando uma estrutura ainda mais qualificada a todos participantes”, disse o presidente da ABQM, Paulo Farha. Os quartistas presentes no Parque durante o Campeonato Nacional puderam acompanhar a realização de sete importantes leilões, que movimentaram a receita geral de R$ 13.456.600,00. Nos pregões o 8º Select Quarter Horse Sale, Speed Champions, 7º Parceiros de Raça, 10º Tradição & Raça, 14º WV, Haras Imperial e 8º Haras Sacramento comercializaram 254 animais por R$ 11.087.580,00 (média: R$ 43,6 mil), além de 19 cotas de coberturas por R$ 510 mil (média: R$ 26,8 mil) e 307 coberturas individuais por R$ 1.859.020,00 (média: R$ 6 mil).
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Team Penning
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O passense Leandro Alves de Queiroz garantiu o primeiro lugar no Team Penning na categoria Amador Livre, juntamente com os companheiros Sérgio José de Matteo Neto e Luiz Augusto Ribeiro Tranquilini e a 2ª colocação na prova de Ranch Sorting, também na categoria Amador Livre, formando dupla com Francisco Heitor Calle Filho. Leandro tem conquistado muitos prêmios desde que iniciou no Team Penning em 2009. Hoje, contabiliza mais de 30 motos ganhas em competição por todo País. Para ele a atividade é um hobby, que leva a sério. Para concorrer ele mantém três animais: Somebody Missy JTR, vencedor do Potro Futuro 2012, Cigana e Clude Lat. Na sua sala de troféus, a vitória em Barretos, campeão 2011, em uma das pistas mais disputadas do País e o Troféu Potro Futuro de 2012. O Campeonato Nacional da ABQM foi a mais recente competição e uma das mais importantes por reunir competidores de todo o Brasil. “Os melhores do Brasil estavam em Avaré”, ressaltou Leandro. No mês de julho, quando a equipe da revista o entrevistou, ele se preparava para as provas de Barretos, que acontecem em agosto, onde tentaria novamente o título de campeão. Contagiado pela competição, Leandro afirma que o Team Penning é uma fábrica de fazer amizades.
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Destaque Após as grandes atuações do norte-americano JD Yates, no Laço em Dupla, o brasileiro Otávio Daniel Moreira Lopes roubou a cena no Laço de Bezerro-Técnico. Montando Doc Rooster Win, na Classe Aberta Júnior levantou a arquibancada que aplaudiu a nota 230, a mais alta da categoria em toda a história do Laço de Bezerro nas provas oficiais da ABQM. O herói desse feito foi o macho Doc Rooster Win, filho de Rooster Tru Luck e Flowers Cody (Hobby Top Cody), de propriedade de Daniel Gontijo Magalhães.
As duas paixões de
Aeileen Varejão A trajetória artística de Aeileen Varejão começou no Espírito Santo, quando atuou como apresentadora de TV para duas grandes redes. Sua visibilidade na mídia nacional, no entanto, viria com o programa Mulheres Ricas; um reality show da Rede Bandeirantes, exibido no primeiro semestre de 2013. Estudante do curso de Rádio e TV da FAAP, Aeileen busca também a carreira profissional como cantora country, arte que desenvolve desde os oito anos de idade. No entanto, a vida da capixaba não é somente esta. Filha de um dos mais tradicionais criadores da raça Quarto de Milha, Edmilson Varejão, do haras Floriano Varejão, Aeileen não tinha como fugir a regra, ao ser herdeira de uma família de exímios cavaleiros. Desde a infância está envolvida com a criação de cavalos, fascínio de toda a sua família. Nas arenas uniu as suas duas paixões: os cavalos e o palco. Participou de aberturas de provas, do Congresso da ABQM e de rodeios, conduzindo a imagem de Nossa Senhora e cantando.
Depois iniciou a sua carreira de esportista participando das Provas de Tambor. Apesar de ter se afastado das competições devido a sua atuação no reality show, já está de volta às pistas, para ganhar, é claro! Durante o 36º Congresso da ABQM ela esteve em Avaré revendo seus amigos de longas jornadas. Não participou da competição, mas estava na torcida pelo pai. “Aqui eu me sinto em casa. É onde revejo meus amigos de muitos anos. Viemos em família, meu pai também participa das provas. É sempre muito bom estar aqui”, ressaltou Aeileen. Para ela a confraternização, o estar junto nos trailers com vários competidores, se divertindo e cantando, é um dos bons prazeres da vida.
Atuando em duas frentes de trabalho: nas pistas e no palco, ela prepara lançamentos e estuda novos projetos para o segundo semestre de 2013. Em outubro deve lançar o seu primeiro CD como cantora country e divulgar projetos para a TV. Entre uma atividade e outra, ela estará nas pistas das Provas de Tambor.
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Equinocultura
La Katrina Moon 2P dá show !
O criador e competidor Paulo Márcio Pieroni se tornou campeão do 36º Campeonato Nacional da ABQM na prova de Laço Pé Técnico, categoria Amador Light, montando a égua La Katrina Moon 2P, em Avaré/SP, no mês de julho. Campeão dessa categoria e reservado campeão na prova do cronômetro. Ele está satisfeito com o resultado, pois La Katrina é genética 2P.
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Aos 4 anos de idade, filha de Docs Litte Moon TMR x Royal Fern Doc mostra que fará sucesso nas pistas. Aliás, esta linhagem conquistou boas pontuações em provas oficiais. A irmã de La Katrina, Florida Docs também se destacou na prova de Team Penning e Laço em Bezerro. Essa vitória vem reforçar o trabalho de Paulo Márcio, iniciado no ano 1999, quando comprou uma potra Quarto de Milha, seu primeiro animal PO, de Bolivar Filho. Em 2007 adquiriu o seu primeiro garanhão, Docs Little Moon TMR. A escolha não poderia ser melhor. Ele buscou o animal de um dos haras mais respeitados do Brasil, o Think a Mite Ranch, de propriedade de Sandra Navarro. A partir dessa fase começou a fazer cruzamentos direcionados no Rancho 2P, em Formiga/MG. O foco do seu trabalho na criação está direcionado para as provas de trabalho e laço. “Eu gosto de animais grandes, fortes e bem estrutura-
dos”. Paulo atua também no fomento do esporte na sua região promovendo encontros de esportistas e provas do laço no seu rancho. Para o treinamento dos seus animais ele conta com o profissionalismo de cinco amigos: Renato Leonel, Edvaldo Silva, Everton Corrêia, o Periquito, Antônio Valentin, o Toco e Rogério Rocha. “Cada animal é direcionado para uma modalidade de acordo com suas aptidões”, afirma ele. Segundo Paulo, o Campeonato da ABQM é o sonho de todo criador e competidor, o degrau mais alto. Ele garantiu duas colocações na competição de 2013: 1º lugar no Laço Técnico e 2º lugar no Cronômetro. O parceiro da prova que o consagrou Reservado Campeão foi Ricardo Villas, da cidade de Pedro Leopoldo/MG. Em 2012, na sua primeira participação no Campeonato da ABQM, Paulo garantiu o 3º lugar como Amador Principiante. Rancho 2P
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Cavalos & Negócios Paulo se encantou pela raça Quarto de Milha e pela Prova de Laço desde que assistiu uma apresentação em Formiga/MG, o que mudaria toda a sua trajetória profissional. Filho de uma família tradicionalmente pecuarista ele ainda exerce a atividade da pecuária de corte. No entanto, a sua atuação como criador de cavalos o levou a outra atividade, a produção de feno. Nos 15 hectares da produção da forrageira ele abastece a região onde mantém seu rancho. Mas o negócio prosperou e Paulo duplicará a área de plantio chegando aos 30 hectares aumentando assim a sua área de produção e comercialização. Outro segmento que começa a atuar é a venda de genética de seus animais. O desempenho de La Katrina Moon 2P lhe abriu muitas portas. “Agora podemos divulgar nossa Genética respaldados em resultados nas competições dentro e fora do estado de Minas!Já adquirimos outro Garanhão, Son Ofa Sage, um animal completo,que atende nossos critérios de seleção, capaz de gerar grandes animais com a linhagem de La Katrina e das outras matrizes!”
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Rodeio
Seleção genética de touros de pulo
Há três anos, o empresário Erik Carbonari é sócio de Adriano Moraes em projeto de seleção genética de touros de pulo, mas a sua história com o rodeio começou bem antes, na arena; dos 18 aos 20 anos, Erik participou de montarias como competidor. Dessa experiência surgiu a Companhia de Rodeios Terra
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Alegre, empresa que atualmente tem touros participando de eventos PBR.
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Ciclone Terra Alegre
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Furacão Terra Alegre Fotos: André Silva
Como empresário do setor, Erik está participando da PBR e ABBI, empresas americanas, com unidades no Brasil, que promovem provas de montaria e regulamentam a qualidade dos touros de pulo. “Focamos o nosso trabalho na seleção genética de touros de pulo. Com a nossa experiência, buscamos os acasalamentos corretos para geneticamente criarmos mais touros que tenham aptidão para o pulo. O touro não é treinado. Pular é uma aptidão do animal. Ou ele pula, ou não”. O resultado desse trabalho deverá chegar ao mercado em 2014. Por enquanto, os animais são mantidos em Centro de Treinamento, para atividades com robôs, o chamado peão mecânico ou dummy, em fazenda no município de Itatiba/SP. Os touros jovens, de 2 a 3 anos, atuam nas provas com o peão mecânico, conhecidas como Futurity. Somente depois desse processo é que estão preparados para as provas com os peões, conhecidas como Classic. Segundo Erik, para a seleção genética eles buscaram animais com velocidade, pulo alto, pulo com giro, coice e intensidade (força). Estes machos foram cruzados com fêmeas mestiças de boa qualidade e conformação. O resultado são as F1, as matrizes, que formaram a base do rebanho da Moraes Terra Alegre, Genética de Touros de Pulo. No Brasil, não há uma raça específica utilizada para o cruzamento direcionando aos touros de pulo, mas Erik afirma que a raça de base é o Nelore, por serem ágeis e fortes. “Nós, através da genética, do uso da FIV, conseguimos oferecer mais touros de pulo ao mercado. Como exemplo, entre os animais não selecionados geneticamente, o índice é inferior. Na proporção, entre 100 animais, apenas 10% teriam aptidão para o pulo. Com a genética aumentamos este índice para 50%”, ressaltou. Segundo EriK o mercado está se consolidando no País. “Nós acreditamos na genética e buscamos produtividade e eficiência, aumentando o número de animais de pulo, aumentando a quantidade de bons touros no mercado de rodeios”. Os americanos, que são referência nesse segmento, segundo Erik, estão há 50 anos na frente dos selecionadores brasileiros. “Nos EUA, a raça Longhorn gerou os melhores touros de pulos daquele país. Hoje temos touros tão bons quanto os americanos, mas o trabalho de manejo deles é bem melhor do que o nosso, bem como o de nutrição do animal”.
Vendaval Terra Alegre 55
Riachinho Terra Alegre Arenas Na Moraes Terra Alegre, genética de touros de pulo, os animais são manejados para serem as estrelas do rodeio. A precocidade dos animais possibilita que eles sejam conduzidos ao treino com o peão mecânico a partir dos 12 meses, iniciando, assim, a preparação para as grandes competições. “O touro de pulo é um artista e tem a sua vida prolongada”, reafirmou Erik. Entre os projetos da parceria de Erik e Adriano Moraes está a realização de um leilão de touros de pulo.
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ABBI
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A ABBI Brasil tem cerca de 20 associados e é a responsável pelo registro genealógico dos touros brasileiros. Erik é um de seus membros e foi apoiador para que a Associação viesse para o Brasil. Somente a partir da criação ABBI no Brasil é que os touros passaram a ter registro genealógico, o reconhecimento da filiação, bem como condições para a perpetuação da genética de bons animais de pulo. “A nossa meta é termos um criatório de qualidade, com touros de atitude, bons de pulo. O rodeio é o segundo mercado de entretenimento no mundo”. Contato: erikcarbonari@hotmail.com
Peão Mecânico A tecnologia está presente no mundo dos rodeios. O peão mecânico, ou dummy, criado nos Estados Unidos, imita o peso do homem sobre o boi, o que leva o animal a pular. Com este recurso, os criadores evitam uma série de acidentes com os peões, no período em que os animais são preparados para o rodeio.
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O fenômeno da arena
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A vida no campo e o contato com os animais sempre foi natural para Adriano Moraes, afinal ele nasceu e cresceu na fazenda do pai, em Cachoeira Paulista/ SP. Começou a montar aos 15 anos e aos 17 enfrentou o seu primeiro rodeio profissional. No segundo campeonato já pontuou ficando em terceiro lugar. A partir desse feito, passou a dedicar-se a montaria. No Brasil ganhou muitos rodeios e conquistou títulos em 1992 e 1993. Em 1994 foi para os Estados Unidos participar dos campeonatos da PBR e PRCA
(Professional Rodeo Cowboys Association). Foi o primeiro campeão mundial da PPR no ano de criação do campeonato, 1994. A sua trajetória nos EUA o tornou ídolo dos americanos e o fez merecedor de uma estátua de bronze, fixada na porta da PBR, em Pueblo, Colorado. Em 2008 anunciou que encerraria a sua carreira, participou das provas classificatórias e da final. Após encerrar a carreira nas arenas, Adriano Moraes permaneceu nos Estados Unidos atuando nos bastidores da
PBR e da ABBI (American Bulking Bull) como membro do Comitê de Regras e Regulamentos. Paralelamente desenvolveu ações de evangelização através da Comunidade Canção Nova, na Casa de Missão dos EUA, fundada com o seu apoio e o de sua esposa, Flávia Moraes. Desde 2001 atua no Brasil como representante da PBR. Na sua volta ao País assumiu também o cargo de presidente da ABBI, associação que registra os touros de pulo e estimula a seleção genética dos animais.
Quando o assunto é rodeio em touros, o Brasil tem um dos peões mais “invejados” de todo mundo: Adriano Moraes. Vencedor de grandes rodeios no Brasil é considerado um fenômeno e ídolo dos americanos pelos dois títulos no NFR (National Finals Rodeo) e três campeonatos da PBR (Professional Bull Riders), que o elegeram o melhor do mundo e o tornou tri-campeão mundial; título ainda inédito.
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A arte de desafiar touros não domesticados e permanecer por até 8 segundos sobre o animal não é uma atividade fácil, mas a competição de força entre o homem e o touro atrai cada vez mais competidores no mundo. O desempenho na arena encanta plateias e faz do rodeio um dos grandes eventos de entretenimento. O esporte que atrai multidões é comum em vários países como Brasil,
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Estados Unidos, México, Canadá e Austrália.
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“Minha carreira está em transição”. Com essa afirmação Adriano Moraes iniciou a entrevista que concedeu a Revista Terra Boa Agronegócios, em Avaré/SP, durante o Campeonato da ABQM, no mês de julho. “Estou fazendo outras coisas além do mundo do rodeio. Continuo na fazenda trabalhando com o gado, mas estou me envolvendo no mundo dos cavalos, sempre gostei de cavalos, o que me levou a alguns projetos para a TV. Tenho uma parceria com o empresário Erik Carbonari na seleção genética de touros de pulo e mantenho um curso de montaria. Na rádio Canção Nova apresento um programa semanal”. Mesmo exercendo atividades diferenciadas, a sua vida se entrelaça ao mundo do rodeio. Acredita que foi mal compreendido no início da sua carreira no Brasil, mas trabalhou para defender as causas da profissão e a sua regulamentação, o que levou a algumas conquistas para os que hoje atuam nas arenas.
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Rodeios Em se tratando de rodeios, ele é a voz da experiência, pois é conhecedor de grandes arenas. Na sua comparação entre os rodeios americanos e brasileiros pontua algumas diferenças relacionadas à locução e ao manejo dos animais. “Nos EUA é tudo muito organizado. Para o peão lá é mais fácil, o rodeio é a festa. No Brasil muitas outras atrações tiram o foco do rodeio”. Sobre montarias, Adriano afirma que muito além da coragem é preciso ter determinação e persistência para seguir a profissão. “ A maioria dos peões vêem a profissão como uma grande oportunidade de vida, mas nada é fácil. Nem tudo é glamour. Eu, por exemplo, montei por muitos anos, mas fiz sucesso apenas em três. O sucesso demanda muito esforço e perseverança”. Adriano enfatiza que se estivesse no apogeu de sua condição física montaria novamente. Entre os novos nomes que despontam nas competições ele cita Silvano Alves. “Pela idade e pela condição física, acredito que ele superará os meus títulos”. Família e fé
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Casado com Flávia Moraes, desde 1989, tem quatro filhos: Pedro, Victor, Jeremias e Antônio Moraes. É cristão católico e um homem de fé. Na sua missão atua como evangelizador da rede Canção Nova, tanto no Brasil como nos EUA. Questionado sobre o que faria diferente se voltasse no tempo afirmou que rezaria mais.
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Fotos: André Silva / Arquivo pessoal Adriano e o Mons. Jonas Abib, fundador da Comunidade Canção Nova
Títulos 1992
Campeão Brasileiro 1993 Bicampeão Brasileiro
1994
Finalista do “Texas circuit” Vice-Campeão do “Coors Showdown” Vice-Campeão do “Bull Riders Only” Campeão do “Calgary Champion”, no Canadá Campeão mundial pela PBR Campeão do “National Final Rodeo” 3º homem na história da “Professional Rodeo Cowboys Association” a montar os 10 touros da “National Final Rodeo” pelo tempo determinado
1995
Vice-campeão do “Dodge National Circuit Final”
1996
Bicampeao do “National Final Rodeo”
1997
Vice-Campeão do PBR
2000
4º Lugar Campeonato Mundial da PBR
2001
Campeão Mundial do “Challenge Tour” Bicampeão Mundial pela PBR
2003
Bicampeão Mundial do “Challenge Tour”
2004
Vice-Campeão mundial pela PBR
2006
Tricampeão Mundial pela PBR
2007
Campeão Mundial por equipes pela PBR, representando o Brasil
Com sede em Colorado, a PBR (Professional Bull Riders) uma associação que integra os pilotos profissionais de touros, ou simplesmente peões, foi criada em 1992 por 20 visionários cavaleiros do touro. Hoje a PPR é mantida por 44 cowboys. Mais de 1.200 cavaleiros de touro dos EUA, Austrália, Brasil, Canadá, México mantém a associação. Eles competem em mais de 300 rodeios por ano em série elite, regionais e circuitos internacionais da PPR no Brasil, EUA, Canadá, México. O objetivo final para os atletas da PBR a cada ano é se qualificar para a prestigiada Final Mundial da PBR, em Las Vegas, onde o cobiçado título de Campeão Mundial da PBR é decidido. A combinação de esporte e entretenimento de qualidade tem impulsionado a PBR a forte crescimento. Professional Bull é um esporte violento, áspero e duro com raízes profundamente arraigadas na cultura americana. É esporte radical original da América.
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agronegócios Edição especial capa dupla!
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Leia aqui também a edição especial primeira capa disponível no Issuu.
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