Terra Boa Agronegócios - Ed 11 Dez/Jan 2014 - Triângulo Agro

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agronegócios ano 2 | edição 11 | Dezembro /Janeiro 2014

Triângulo Agro Agricultura com Precisão

Especial Embral Leilões, líder na pecuária leiteira

Fazendas do Basa Inovacão na venda de animais

Equinocultura Muares de Patrão




Leia na Terra Boa agronegócios

EXPEDIENTE Terra Boa Agronegócios é uma publicação bimestral da Editora Doce Mar ano 2 | edição 11 | dezembro/janeiro 2014 Direção executiva Bolivar Filho contato@terraboaagro.com.br Conselho editorial Bolivar Filho, Denise Bueno Edição Bolivar Filho Denise Bueno Projeto gráfico Edição de imagens e DTP Multimarketing Comunicação Dalton Filho / Thiago Ometto contato@multimarketing.ppg.br daltonfilho@multimarketing.ppg.br Jornalista Responsável Denise Bueno – DRT/MG 6173 redacao@terraboaagro.com.br Redação Adriana Dias Denise Bueno Revisão Ruller Rodrigues rullerrodrigues@hotmail.com Fotos Reginaldo Faria reginaldofaria@outlook.com Capa Triângulo Agro Filipe Andrade Impressão 3 Pinti Editora e Gráfica Tiragem 10 mil exemplares A Revista Terra Boa Agronegócios não tem responsabilidade editorial pelos conceitos emitidos nos artigos assinados e informes publicitários. Revista Terra Boa Agronegócios Av. Com. Francisco Avelino Maia, 3866 Passos/MG - 37902-138 - Fone: (35) 3522-6252 www.facebook.com/terraboa.agro Publicidade: publicidade@terraboaagro.com.br Envie a sua história ou curiosidade relacionada ao campo para a Terra Boa Agronegócios!

06 ESPECIAL O contagiante mundo dos leilões

10 CAPA O alavancar da Triângulo Agro

16 DEPOIMENTOS O milho certo para uma boa silagem

18 PECUÁRIA DE ELITE Fazendas do Basa

24 EVENTOS Interláctea

28 ARTIGO Desempenho e eficiência alimentar

30 CURTAS Aconteceu nos últimos dois meses

34 EQUINOCULTURA A disseminação da raça Pêga

38 ARTIGO Jumento Nacional se destaca

40 ARTIGO Cafeicultura sistema de cultivo

42 EVENTO Aproleite comemora 10 anos

44 RODEIO Americano vence a final de Las Vegas

48 RODEIO A arena de Marquinhos Medeiros

52 EVENTOS Hospital Otto Krakauer ganha novos parceios durante o Terra Boa Fest


fotos cedidas por Grupo Publique e ABCZ

Neste final de 2013, pecuaristas importantes para várias raças concluíram suas missões terrenas e partiram para outras conquistas espirituais. Seus legados, para os que ficaram, são extremamente importantes, tanto para a pecuária de leite como para a pecuária de corte. Nossa homenagem às famílias de Luis Evandro Aguiar, grande criador e incentivador das raças Gir Leiteiro e Girolando; Altair Maria Pedrosa Castilho, criadora e selecionadora da raça Sindi; João Cariello de Moraes Filho, criador e selecionador de Nelore Mocho e Aristides Martinez, criador e selecionador da raça Senepol.

agronegócios


Especial

O contagiante

mundo dos leilões Dizem que filho de peixe, peixinho é. O ditado é popular, mas mostra a trajetória de muitas famílias como a de Leonardo Beraldo, filho de Sebastião Beraldo, fundador da Embral Leilões, empresa criada há 33 anos que se especializou no mercado da pecuária leiteira e conquistou clientes em todo País.

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Foi administrada 27 anos por Sebastião, hoje é conduzida por Leonardo que está na Embral há 11 anos e trabalhou em todos os setores antes de assumir a direção da leiloeira. Ele encerra as atividades de 2013 com chave de ouro, comemorando um bom ano para a pecuária leiteira e, consequentemente, para a comercialização de animais. A expectativa para 2014 continua positiva com crescimento de

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leilões virtuais, podendo ultrapassar a marca de 150 leilões, entre virtuais e presenciais, e agenda comprometida para todo o ano; reflexo da expectativa de crescimento do consumo, o que movimenta o mercado do leite em todos os seus setores. A Embral, ao longo da sua trajetória, já contabilizou mais de 3.300 leilões e a comercialização de 1.100.000 animais. Tarefa nada fácil, mas prazerosa segundo

Leonardo. “Como dizia meu pai, o leite quando entra no sangue é contagiante. O nosso trabalho é muito prazeroso. A cada dia estamos em um local diferente e enfrentamos desafios diversos na comercialização dos rebanhos. É um grande prazer para a família Embral estar nas fazendas com os produtores e funcionários, atuando na venda dos seus animais. A responsabilidade é imensa, mas abraçamos a missão com coragem”, disse.


Leonardo, que assumiu a administração da empresa um ano antes do falecimento de Sebastião, mantém as mesmas diretrizes que fez da Embral, a leiloeira oficial da pecuária leiteira. Como dizia Beraldo: vivemos do leite, com o leite e para o leite. É com a mesma garra do fundador que ele destaca o trabalho de estar em lugares diferentes com clientes que são amigos e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de trabalhar com a venda de animais ou vender genética de qualidade para um público cada vez maior. “Eu costumo dizer que nós, da Embral precisamos estar unidos e sermos profissionais para comercializar da melhor maneira possível os animais preparados pelos criadores especialmente para os leilões”. A empresa presta serviços aos produtores antes, durante e após o leilão. A sua rede de clientes, mais de 60.000 em todo País, possibilita um excelente atendimento e boa liquidez nas negociações, cujos índices mostram venda garantida e média anual superior a 90%, obtendo 100 % de liquidez da maioria dos leilões. Para chegar a esta conquista, a profissionalização é uma necessidade do mercado, bem como a luta em prol do produtor, uma das marcas da Embral Leilões desde a sua criação. Seu fundador era um guerreiro e costumava defender os pecuaristas. Muita atitude para aquele que de promotor de feiras agropecuárias, passou a leiloeiro, por acaso, e fundou a sua própria empresa, sempre empreendendo e agregando valor aos animais comercializados.

Os Novos Leilões Nos últimos anos, as transmissões ao vivo dos leilões pela televisão promoveram uma grande mudança na forma de comercialização. A Embral realizou o seu primeiro leilão com transmissão ao vivo em 2005. “Para que o leilão seja um sucesso nossa equipe precisa trabalhar coesa e com um intuito só: colocar o que o mercado precisa. Nós não podemos simplesmente vender, mas indicar os melhores animais para os criadores conforme a sua meta, o seu planejamento, a sua produção. Temos que ter a visão do mercado, o que é melhor para cada um. O leilão não acontece em um dia apenas, mas nos 365 dias do ano”, afirmou. Este comprometimento reflete a parceria que mantém com os seus clientes.

Leonardo Beraldo Diretor da Embral Leilões

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Para Lucio Machado, zootecnista da fazenda Riacho, que realiza o seu leilão no ultimo sábado de maio, em Belo Horizonte, a relação entre as empresas é de credibilidade, pois a leiloeira faz a intermediação entre os produtores e os compradores. “Esta intermediação é uma relação de confiança. No caso da Embral, uma relação de confiança que veio desde a época do Beraldo e agora é mantida com o Leo. Isso fortalece a marca do produtor. A Embral passa credibilidade e sobra tradição. Para nós é um veículo de venda que gera confiança”, enfatizou. As relações com a sua clientela vêm de longa data, como é o caso da Fazenda Santa Luzia, do Grupo Cabo Verde, de Passos/MG. Nos 12 anos em que realiza o seu leilão anual ele é organizado juntamente com a Embral. Para Maurício Silveira Coelho são 12 anos de uma parceria saudável, comprometida e de bons resultados. “Procuramos juntos sempre fazer o melhor e isso é o que move o nosso trabalho e garante os bons resultados do leilão”, concluiu. Segundo Leonardo, a informação foi chegando aos poucos para o produtor e as mudanças foram se consolidando. “Hoje ele forma o seu rebanho para promover um leilão, disponibiliza a sua genética. É outra forma de comercializar os animais”, explicou. Com atuação expressiva em Minas, São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Piauí, a tendência de mercado para a leiloeira é que haja uma migração natural para outras regiões e, consequentemente, a expansão de vendas para outros segmentos. Naturalmente isso já ocorre no segmento da equinocultura. Nas brechas dos leilões da pecuária leiteira, entram os leilões de cavalos. “Temos clientes que trabalham nesse segmento e já solicitam a realização dos seus leilões. Vamos atendendo todos na medida do possível. Embora o nosso foco seja a pecuária leiteira, somos uma leiloeira e atendemos outros segmentos em que podemos atuar com a mesma qualidade e eficiência”, concluiu Leonardo.

A Embral Leilões fecha o ano de 2013 com a certeza de ter colocado no mercado as melhores opções de compra e venda de gado de leite.

A Embral Leilões realiza mais de 150 leilões presenciais e 80 virtuais por ano.

Com respeito e transparência, em todas as etapas do negócio, os serviços da Embral começam na vistoria dos animais e continuam após a última parcela.

Em toda a sua história, a Embral já realizou mais de 3.300 leilões.

e vendeu mais de 1.100.000 animais nos leilões já realizados.


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O alavancar da

Tri창ngulo Agro


A Triângulo Agro, empresa de consultoria e comércio de sementes e fertilizantes, com sede em Passos/MG, chega ao seu quarto ano com muita história para contar. Muito mais do que histórias, a Triângulo registrou crescimento significativo nesse período e se prepara para atuar em outras regiões de Minas Gerais. A sua base é o Sudoeste, mas a partir de 2014 o Norte do Estado e a capital também farão parte da sua área de atuação. Criada pelos técnicos agrícolas Alexandre Silva e Marcos Antônio Pollo, em novembro de 2009, a empresa tem a marca dos dois profissionais, além, é claro, do empreendedorismo de ambos.

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A trajetória profissional de Alexandre se mistura com a de Marco Pollo em muitos momentos de suas vidas, quando atuavam como técnicos agrícolas e na comercialização de sementes de milho em várias empresas do setor como a Monsanto, Braskalb, Syngenta, Dekalb. Por cerca de 15 anos atuaram nessas empresas e quis o destino que viessem a se encontrar em um novo momento onde Marco buscava parceria com a Dow Agro Sciences, por acreditar na qualidade de seus produtos e pela oportunidade de abertura do mercado para a empresa na região de Passos. Assim surgiu a Triângulo Agro, empresa da qual a Dow AgroSciences se tornou a grande parceira.

O início

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O ano era 2009 e o período de plantio do milho já havia terminado. Mesmo correndo riscos, mas apostando na credibilidade conquistada ao longo de anos de trabalho, Marcos e Alexandre comercializaram 800 sacas de sementes de milho. Para armazenar as sementes, um amigo emprestou um barracão que se tornou a

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primeira sede da empresa. No primeiro ano de trabalho, com apenas um funcionário, conseguiram triplicar o volume de vendas e não pararam mais. Daquele início ainda tímido muito mudou. A meta para 2014 é trabalhar 40 mil hectares entre as culturas de milho e soja. Nada mal para quem está apenas há quatro anos no mercado e no início das atividades enfrentou o descrédito de muitos. Mas arrojados os sócios são e trabalham formando uma empresa cujos funcionários se especializam cada vez mais. Para Alexandre o grande diferencial da Triângulo Agro é a sua assessoria. Quando criaram a empresa entendia que esta era uma das dificuldades que os produtores enfrentavam. “Estamos profissionalizando a nossa equipe constantemente, contratando pessoas certas para cada setor. Mas, apesar do crescimento do volume de trabalho, boa parte do nosso tempo está na atuação em campo”, disse Alexandre. No entanto, esse cenário vai mudando aos poucos com a chegada de novas funções para os técnicos que também são os administradores da empresa. Por isso mesmo treinam sistematicamente seus técni-

Os sócios fundadores da Triângulo Agro, Marcos Antônio Pollo e Alexandre Silva

cos para que possam imprimir a mesma assistência dada por eles. O crescimento da empresa surpreendeu os sócios. “Nós sabíamos que poderíamos crescer, mas não da maneira que foi. Tudo é uma questão de oportunidade, criamos a empresa no momento certo em que o crescimento do setor e de novas tecnologias se tornaram uma realidade. Fomos abençoados”, disse Marco Pollo. Da pequena resistência por parte de alguns produtores e colegas nada restou. Hoje a busca pelos serviços da Triângulo Agro é constante com excelente fidelização de seus clientes. “Um fator é você ter credibilidade junto ao cliente, o outro é prestar um bom serviço. Somando tudo você consegue manter sua clientela. O preço do produto/serviço nem sempre está em primeiro lugar, mas sim uma assistência técnica bem feita”, disse Alexandre.

Projetos & Projetos Além do milho, que é o carro chefe da empresa, eles atuam também no segmento da soja e se especializam para atuar nas áreas de café e pastagem, a partir de 2014, em projetos inovadores. “A nossa perspectiva de crescimento para o próximo ano é grande, pois iremos duplicar a área em que atuamos em 2013 e nas quais obtivemos bons resultados”, disse Alexandre. Além desse crescimento previsto, o projeto de recuperação de pastagens em parceria com a Dow AgroSciences, a maior empresa desse segmento no Brasil, promete alavancar ainda mais a atuação da Triângulo. “Este é um projeto do futuro, por isso estamos nos preparando bem para iniciá-lo, pois sabemos do seu potencial. A partir do momento em que recuperarmos as pastagens e, consequentemente, aumentarmos o número de animais por área, teremos excelentes resultados. O projeto foca também o meio ambiente com a preservação das nascentes e de outras áreas abertas em decorrência do crescimento da pecuária”, disse Marco Pollo. A preocupação dos sócios está voltada para os resultados, por isso são muito criteriosos na formação de novas parcerias, como na escolha dos produtos e serem utilizados nas lavouras. “A cada dia buscamos aperfeiçoar a nossa prestação de serviços, em todos os setores, em todos os níveis. Para continuarmos crescendo temos


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que buscar profissionais capacitados. Mas temos a consciência que nossos técnicos estão capacitados para atender tanto o pequeno como o grande produtor”. Para dar segurança aos seus clientes, a equipe da Triângulo é treinada em campo, nas lavouras experimentais da empresa, ou em cursos e palestras ao longo do ano. Na equipe há profissionais com mestrado na área e que se preparam para o doutorado, sendo a maioria com formação em Agronomia. Com o foco na qualidade e para atuar em diversos setores, a Triângulo Agro se verticalizou e hoje atua em parceria com a Dow AgroSciences na venda de sementes. A empresa ainda é parceira nos segmentos de recuperação de pastagens, cereais e café. No setor da soja, a parceira é a Nideira, além de Consagro, Balagro, Omix, Fertibéria, Heringer e Nutriplant.

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Expansão e Oportunidades

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Os resultados da Triângulo Agro conquistaram outras regiões. Além do Sudoeste de Minas, em 2014 a empresa expandirá a sua área para o Sul no segmento do café e em parceria com uma das maiores cooperativas do Brasil atuará em Belo Horizonte e Norte de Minas. Para isso, deverá montar novo escritório da empresa próximo a capital para dar suporte a esta área de aproximadamente 20 municípios. Segundo Alexandre e Marcos, tudo na vida é oportunidade e trabalho sério. Para o segmento do café, por exemplo, embora o setor atravesse uma crise, vão trabalhar com produtos da Dow. “Sabemos que esta não é a primeira nem a última crise do setor. Vamos trabalhar de tal forma que mesmo o produtor enfrentando dificuldades com o valor de mercado do produto, possa garantir bons preços e não perder nas ações de condução da lavoura”, disse Marcos Pollo. “Nós estamos subindo uma escada, degrau por degrau e sabemos da capacidade de trabalho da nossa equipe, por isso acreditamos que em 2014 poderemos duplicar a nossa área de atuação. A evolução é constante, por isso temos um plano de estudo da empresa para os próximos cinco e dez anos, para não termos surpresas ao longo do caminho. Buscamos uma estrutura que dê suporte para o nosso crescimento”, disse Alexandre. Além dos projetos em andamento, a empresa em 2014 inicia a obra da sua sede própria em Passos.



Depoimentos

O milho certo

para uma boa silagem Em 1997, quando esteve nos EUA, o médico veterinário Marcelo Cassoli ficou “babando” ao ver análises de silagens de milho com 44% de FDN. Ele não imaginava que um dia produziria silagens com menos de 40% de FDN em sua fazenda nas Minas Gerais.

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Marcelo Maldonado Cassoli

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A produção de silagem na Fazenda Capetinga, em São João Batista do Glória, surpreendeu o produtor Marcelo Cassoli. A variedade escolhida foi o 2B 688 PW da Dow AgroSciences e os resultados superaram e muito os números da última safra, tanto em produtividade como em qualidade. Conforme dados do produtor, na última ensilagem (safra 2012-2013) foram produzidas 24 toneladas de matéria seca de silagem de milho por hectare, superando o índice do ano anterior que era de 18 toneladas. “Mas não foi só a quantidade, mas também a qualidade da silagem que nos surpreendeu. Vínhamos produ-

zindo em média 14-15ton de MS/hectare, com 33-35% de MS e 45-50% de FDN. Nesta última safra colhemos 24 ton de MS/hectare, com 38% de MS e 38,5% de FDN (média das áreas colhidas). Marcelo considera em sua avaliação apenas a Matéria Seca produzida por hectare, pois os nutrientes e a fibra de que a vaca necessita estão contidos na Matéria Seca, e não na Umidade. O cálculo de consumo de alimentos, bem como todo o balanceamento das dietas é feito baseados em Matéria Seca. “Muita gente pode ter colhido mais do que as 60,5 toneladas de Matéria Verde de silagem de milho que nós colhemos,


mas com muita umidade o que significa dizer que enquanto nossas vacas são atendidas nutricionalmente com apenas 31 a 33Kg de silagem/vaca/dia, quem produziu com mais umidade pode chegar a fornecer 40-45Kg/vaca/dia, para atender o mesmo animal”. Sobre a variedade 2B688 ele destaca que os grãos dentados (moles) com uma boa janela de corte, permitem a colheita com umidade acima de 35%, enquanto outras variedades não permitem esse processo pelo endurecimento rápido do grão. “Também temos que considerar que a maior parte do peso de uma planta de milho está na espiga, ou seja: o que mais contribui para o aumento da quantidade e da qualidade da silagem produzida são os grãos. E grãos de milho fornecem basicamente energia e, proporcionalmente, bem menos proteína, gordura, etc. Se a boa Silagem é aquela com maior percentual de grãos, a composição da silagem ótima deve se aproximar da composição do próprio grão”. Seguindo o mesmo raciocínio, já que uma ótima silagem deve conter bastantes grãos e ser fonte primordial de Energia, seu nível de Fibra (FDN - Fibra em Detergente Neutro), deve ser inversamente proporcional. Outro fator para buscar baixo teor de FDN na silagem de milho é o fato de ensilar plantas já maduras e por isso sua fibra não ser das mais digestíveis. “Uma ótima silagem com baixa FDN nos permite trabalhar com outras fontes de fibra na dieta, melhorando o resultado nutricional e econômico”, disse Marcelo.

Segundo o produtor, a fibra deve ter o tamanho correto para estimular o máximo a ruminação, garantindo a saúde ruminal e o desempenho dos animais, sem ser grande demais no silo o que prejudica a conservação da silagem e gera sobras no cocho. “Pensando nisto, na última safra colhemos com uma automotriz, regulada para 11mm de tamanho de partícula e “craker” regulado com menos de 2mm para processar todos os grãos do material. Já na próxima colheita, aumentaremos o tamanho de partícula para 15-16mm”. O volumoso produzido na fazenda é o alimento mais barato para oferecer ao rebanho. Porém, ele não é naturalmente complementado para atender as exigências nutricionais, sobretudo de vacas de alta produção. Por isso, deve ser complementado ou corrigido com a suplementação de concentrados, minerais, etc. que tem maior custo por Kg e maior peso no custo total das dietas. Quanto pior o volumoso produzido, mais gastos necessários com concentrados para corrigí-lo. “Resumindo, a silagem ótima é mais barata e exige menor suplementação de concentrados ou permite o uso de concentrados mais baratos (subprodutos, com mais fibra)”. Como exemplo, o produtor citou o seu custo de produção nesta safra usando a variedade 2B688 PW sendo de R$ 169, 00 a tonelada de matéria seca. A tonelada de MS da silagem de capim elefante produzida na fazenda no mesmo ano (média de 3 cortes no ano) custou R$233,00. “Se

lembrarmos que a qualidade nutricional da tonelada de MS da silagem de capim não passa nem perto da qualidade da silagem do 2B688, aí a diferença de custo fica gritante. Como resultado desta avaliação, no próximo ano, faremos silagem de aveia na cultura de inverno e aboliremos o uso de silagem de capim elefante. E, mais uma vez, estamos contando com a assessoria da Triângulo Agro na condução da cultura da Aveia para obtermos o melhor resultado possível”. Marcelo ainda ressalta que o fato de atingir médias de produtividade de litros de leite por hectare/ano ou de litros/vaca/ dia tão expressivos e crescentes e ter sido premiado pela Qualidade do Leite por dois anos consecutivos na Danone e este ano na Aproleite, significa que estão utilizando corretamente as ferramentas mais adequadas ao negócio, equilibrando o “ótimo técnico” com o “ótimo econômico”. “Tenho certeza de que a assessoria da Triângulo Agro, ao indicar e orientar o uso do 2B688 para produção de silagem de milho, tornou-se parte importantíssima dos resultados da fazenda, tanto zootécnicos, quanto sobre Teores de Sólidos no Leite e financeiros”, concluiu.

35 3522-1104

Silagem de Milho - Fazenda Capetinga toneladas/hectare 70 60,5

Toneladas / hectare

60

54,6

50,9

50 40,8 40

36 31,5

MV

30 20

24,3 15,31

18,6 12,7

MS

18,9

14,1

10 0 2007-2008

2008-2009

2009-2010

2010-2011

2011-2012

2012-2013

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Pecuária de Elite | dezembro/janeiro 2014

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Basa

Fazendas do

por Gustavo Ribeiro

Apresentam uma inovadora proposta e convida todos os envolvidos na cadeia produtiva do leite a acelerar o aprimoramento genético do rebanho nacional Com o objetivo de fortalecer a pecuária leiteira, Evandro Guimarães, titular das Fazendas do Basa (Leopoldina, Muriaé e Cataguases, todas em Minas Gerais), desenvolveu o “Melhor que a Encomenda”, um projeto que, além de propor uma modalidade inovadora de comercialização de animais, visa a debater como acelerar o aprimoramento genético do rebanho nacional. A estratégia de negociação proposta é pela encomenda, pensada para minimizar um gargalo da atividade leiteira: a oferta excessiva de animais em um mesmo período, o que resulta na depreciação dos preços. “Como ocorre em qualquer outro segmento, a lei de mercado se mostra soberana: a concentração da oferta derruba os preços, gerando, no caso da pecuária, um impacto negativo para o próximo ciclo”, expõe Guimarães. A encomenda vem, então, como uma alternativa eficiente. “Quem vende fica mais seguro, pois sabe que o negócio está garantido, e, ao mesmo tempo, continua estimulado a investir na produção de alta qualidade”, avalia. Mais do que uma ferramenta de comercialização de animais, o “Melhor que a Encomenda” tem o objetivo cívico de melhorar, em menos tempo, o rebanho nacional como um todo. A partir do acasalamento por transferência de embrião (TE) entre


uma doadora Gir Leiteiro de alta lactação e um reprodutor Holandês de qualidade comprovada, o interessado na genética escolhe a genealogia de acordo com os objetivos de seu rebanho. O produto final é uma ou mais bezerras Girolando ½ sangue já desmamadas, frutos de fertilização in vitro (FIV). É possível também encomendar animais Gir Leiteiro puros. Para viabilizar o projeto, Evandro conta com a assessoria de Luiz Ronaldo (Leite Gir), Celso Menezes e Davi Oliveira (Boi/BeefMilk Brasil) para orientações técnicas e com as empresas In Vitro Brasil e Minerembryo como parceiras em biotecnologia, o que permite a multiplicação dos animais em escala.

Banco de doadoras

Orientação técnica

Em princípio, o banco de doadoras é das Fazendas do Basa, mas a intenção é que outros criadores também sejam fornecedores de genética num trabalho coletivo, que acelere a substituição de vacas poucos eficientes por animais de genética consistente e de alta produtividade. Ao todo, são 840 fêmeas de famílias conhecidas, filhas das principais matriarcas do Gir Leiteiro e de touros líderes do Sumário Embrapa/ABCGil. E, principalmente, matrizes que possuem altas lactações. Segundo Evandro, “a comprovação de uma boa doadora é a produção de leite e a capacidade de transmitir essa característica às progênies”.

Para expressar o potencial genético de um animal, o pecuarista deve estar atento ao manejo, sanidade e nutrição do gado. É justamente nessa orientação técnica que a assessoria integra o “Melhor que a Encomenda” dando todo suporte aos interessados através da mesa assessora. “Nós prestamos uma orientação técnica personalizada para cada cliente. Avaliamos a realidade da sua fazenda, traçamos os objetivos e, a partir daí, fazemos a recomendação da melhor opção para investimento. Indicamos a doadora e os respectivos acasalamentos que podem ser feitos”, declara Celso Menezes, da BeefMilk Brasil.

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Para André Rigo, diretor de operações da In Vitro Brasil, o projeto despertará um círculo virtuoso de desenvolvimento, visto que o potencial genético de um animal está intimamente ligado às condições que lhe são proporcionadas. “Ao investir em um animal de alto potencial, certamente o produtor passa a se preocupar mais com todos os fatores que interferem no desempenho do gado”, pondera. Luiz Ronaldo, da Leite Gir, acrescenta que o programa apresenta um novo modelo de comercialização de animais, que tem foco técnico e não se preocupa apenas em comercializar animais. “O principal objetivo é orientar os interessados, difundir informação e tecnologia, diferente do que se encontra atualmente. O modelo de

encomenda preserva comprador e vendedor, uma forma de proteção dos dois elos da cadeia, eliminando o atravessador”, avalia.

Viabilidade O “Melhor que a Encomenda” foi concebido para atender produtores rurais, empresas, grupos de investimento, cooperativas e laticínios preocupados com a eficiência de suas bacias leiteiras. Essas instituições, por serem mais organizadas, tem um importante papel nesse processo que envolve planejamento e gestão. “O Brasil tem mais de 2.100 laticínios, que passam por algum tipo de inspeção e, certamente, para essas indústrias, receber matéria-prima de melhor qualidade é um bom negócio”, cita Guimarães.

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Luiz Ronaldo da Leite Gir

Fotos ZznPeres e Gustavo Ribeiro

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Segundo André Rigo, a viabilização do projeto, principalmente para pequenos produtores não familiarizados com as biotecnologias utilizadas na reprodução dos animais, pode ser feita através de financiamento. “Trabalhamos com linhas de crédito do Banco do Brasil, como: Pronaf, Pronamp e Inovagro, que estimulam o acesso dos produtores à tecnologia. Com prazos mais amplos e juros baixos, o pequeno produtor não terá um desembolso alto no início do processo”, avalia.

Faça sua encomenda O programa “Melhor que a Encomenda” vai ao ar todas as terças e quintas-feiras, de 20:30 às 20:45, com reprises nas quartas e sextas-feiras, às 20:30, pelo Canal Terraviva (Grupo Bandeirantes de Comunicação).

Celso Menezes da BeefMilk Brasil


A cada edição, o programa aborda um tema inédito. Dentre as pautas: os objetivos do projeto, os detalhes de cada etapa, informações e entrevistas a respeito de melhoramento genético, os desafios da pecuária leiteira nacional, discussões de como acelerar a evolução do rebanho e exibição das doadoras Gir Leiteiro que estão à disposição dos pecuaristas interessados em fazer encomenda. Evandro Guimarães e Eduardo Lopes (médico veterinário com larga experiência na pecuária leiteira), alternam-se na apresentação do programa, que é, sem dúvidas, um difusor de informação e tecnologia sobre o setor lácteo.

Etapas do Projeto O “Melhor que a Encomenda” convida os produtores de leite de todo o Brasil para, juntos, proporcionarem um rápido aprimoramento genético do rebanho leiteiro nacional. Neste primeiro momento, o projeto é colocado em prática a partir do rebanho das Fazendas do Basa, e, futuramente, por outros criadores parceiros do programa. O processo consiste em várias etapas interligadas: • Banco de doadoras: as fazendas participantes disponibilizam um seleto grupo de doadoras Gir Leiteiro para a escolha dos interessados; • Escolha da genética: Leite Gir e Boi/BeefMilk Brasil orientam os interessados na escolha das doadoras e dos respectivos reprodutores provados a serem utilizados, de acordo com a realidade de cada produtor; • Acasalamento: a In Vitro Brasil faz a aspiração dos oócitos das doadoras e realiza a fecundação in vitro (FIV); • Implantação dos Embriões: A Minerembryo conta com um rebanho de 7.000 receptoras para realizar a transferência de embriões e cuidar da gestação das bezerras; • Preparação do produto: as bezerras são criadas até a desmama, quando passarão por uma avaliação técnica para assegurar sua condição de saúde e sua qualidade.

As Fazendas do Basa As Fazendas do Basa iniciaram suas atividades na década de 1970, em Muriaé/MG, produzindo leite com vacas Girolando. No final dos anos 1990, Evandro Guimarães adquiriu outra propriedade no munícipio de Leopoldina/ MG, e implantou um sistema de ordenha mecânica, aumentando a capacidade de produção de leite. Além disso, o criador foi o pioneiro na realização do método FIV na região, abrindo caminho para essa nova tecnologia. No ano 2000, já era um dos maiores produtores de leite da região, com 2 mil fêmeas Girolando em seu plantel. Em 2008, iniciou as compras de prenhezes, bezerras e matrizes Gir Leiteiro, dos melhores criatórios nacionais: da Fazenda Brasília, filhas de Setiba, Proteína, Surpresa, Luzíada, Rotina, Oferenda, Ameixa, União, Tática, Soja, Ordenha, Deusa, dentre outras; da Calciolândia, filhas de Lenda, Polina, Prateada, Nagy, Planta, Paineira, Quica, Heresia, Profana, Quimbanda, Norina, e muito mais; da Mutum, filhas de Deliciosa, Edra, Eda, Lactose e Urgência 3R; da Estância Silvania, filhas da Brancura, da Elite, Unidade, e da Fábula. Do pioneiro Kinkão, ele destaca filhas da Siberinha, Ventosa, Sacada. Tem ainda filhas de outras vacas consagradas como Coraça, Bonita, Taça, Biriba, Fiara, Damini, Dádiva e Domada. São centenas de vacas filhas de mães com produção oficial superior a 10.000 kg de leite. As Fazendas do Basa também se dedicam à produção de Girolando F1(1/2 sangue), acasalando as melhores doadoras Gir Leiteiro adquiridas com os provados touros holandeses. “Hoje realizamos leilões anuais exclusivamente de fêmeas Girolando F1, com grande liquidez e procura”. O objetivo é permitir a democratização de animais de qualidade para os produtores de leite, criando, assim, um grande rebanho nacional, produtivo e otimizado. A certeza de que o trabalho de criação e seleção está no caminho certo é expresso nas pistas e nos torneios leiteiros, nos quais as Fazendas do Basa têm feito grandes conquistas. Um exemplo é a matriz Fábrica FIV de Brasília, Campeã Vaca Adulta Torneio Leiteiro ExpoZebu 2013, com média de 60,84 kg/dia. Fêmea de Evandro Guimarães, em condomínio com José Coelho Vítor (Grupo Cabo Verde).

Fabrica FIV de Brasília - Campeã Torneio Leiteiro ExepoZebu 2013

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Eventos

A Exposição Internacional do Agronegócio do Leite, maior evento da pecuária leiteira na América Latina, recebeu mais de 20 mil pessoas no Parque de Exposições Fernando Cruz Pimentel, em Avaré/SP, entre 11 a 16 de novembro.

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A raça Girolando reuniu animais de Minas Gerais, Paraná e Goiás. A Grande Campeã, na categoria Melhores Vacas, foi Beja Ocidente HPJ de Hamilton Pereira Junqueira, de Carmo de Minas/MG, com produção de 94,513 litros de leite por dia e 283,540 no total do evento. Na segunda colocação Germina Benta com produção de 273,350 litros, seguida por Arieta Finest FIV da Xapetuba com 227,630 litros. Na categoria Melhores Novilhas, a Fazenda Xapetuba garantiu os primeiros lugares com Borja Wildman FIV da Xapetuva com 170,5 litros em primeiro lugar e Lafe 316 Aquarela FIV da Xapetuba com 167, 5 litros.

Foto por JMMatos

| dezembro/janeiiro dezembro/janeiro 2014 2014

Realizado pela primeira vez no interior paulista, o evento reuniu também etapas estaduais das raças Gir Leiteiro, Holandês, Girolando, Jersey, Simental e Sindi. Mais de mil animais passaram pelo Parque, o que incluiu as exposições de equinos e ovinos. Torneio Leiteiro e leilões movimentaram o evento. A Interláctea congregou a 45ª Exposição Nacional do Gado Holandês, a 32ª Exposição Nacional da Raça Jersey, a 20ª Exposição Interestadual de Girolando, a 5ª Etapa do Ranking de Torneio Leiteiro e Exposição Simental, a 6ª Exposição Internacional Gir Leiteiro e o Torneio Leiteiro da Raça Sindi.


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A raça Gir Leiteiro participou com 211 animais dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Goiás em etapas da 6ª Exposição Internacional da raça, organizada pela Associação Paulista dos Criadores de Gir Leiteiro (APCGIL) e Associação Brasileira dos Criadores de Gir Leiteiro (ABCGIL) e registrou a quebra de três recordes nas categorias: Fêmea Jovem, Vaca Jovem e Vaca Adulta. Na categoria Fêmea Jovem, a vaca Cassiana FIV Alambari-ALAE 104 produziu 149,330 kg com média de 49,777, o recorde anterior era de 48,853. No segundo recorde, na categoria Vaca Jovem, Bandeira– CTA C20 registrou 189,600 kg e média de 63,200 Kg, batendo o seu próprio recorde de 56,567 Kg. No terceiro recorde, Bruna FIV Cabo Verde-JCVL 230 produziu 206,880 Kg com média de 68,960 Kg. A Grande Campeã foi Corona Sopa I FIV de Amilcar Farid Yamin, de Porto Feliz/SP. O grande destaque entre os machos foi Herms FIV Córrego Branco de Paulo Ricardo Maximiano, de Capetinga/MG. A exposição realizada pela primeira vez no interior paulista, em substituição

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a Feileite, que era realizada em São Paulo, contou com a presença do governador de São Paulo no local. Geraldo Alckmin destacou o potencial de crescimento da pecuária leiteira no Estado, que produz 50% do seu consumo. Na região sede do evento, Avaré, das 720 propriedades rurais existentes, mais de 250 destinam suas atividades à produção leiteira, segundo dados dos organizadores. O presidente da APCGIL (Associação Paulista dos Criadores de Gir Leiteiro) Carlos Alberto da Silva também confirmou a participação da associação no evento de 2014. A raça Holandesa realizou a sua 45ª Exposição Nacional durante a Interláctea, reunindo criadores das variedades Preta e Branca (HPB) e Vermelha e Branca (HVB). O Grande Campeão foi o touro G.C Esteves Fausto Durham 32-FIV do expositor Gilberto Carvalho Esteves. A Grande Campeã Diamantina Roca Goldwyn Tocha T de Dirceu Antônio Osmarini. Na categoria vaca leiteira BPB, Sinfonia Bovina Urca Powerful, de Maria Hubertina Gerarda Henderikx Lourenço garantiu o primeiro lugar. Na categoria HVB Bur Jr. Sayonara 1806 de Hendrik de Boer.

A raça Jersey levou para o recinto 128 animais. A Grande Campeã, Vaca Jovem, que contabilizou o título de 3ª Melhor Fêmea da Exposição foi Henriqueta 801 Guapo da Maya, da Cabanha da Maya. A Grande Campeã da raça Ilma 453 Jade da Alvorada-TE do expositor Terra Sant Agronomia Participações Ltda. A raça Simental levou para o Parque 50 animais. A Grande Campeã foi a vaca L 85 de propriedade da Ouro Branco Agronegócios S/A da Fazenda Santa Andréa, de Itararé/ SP, com produção de 104,330 litros de leite. Os destaques ficaram com a Ouro Branco, que ainda garantiu o título de Grande Campeã e o título de melhor criador e expositor para seus proprietários. A raça Sindi realizou durante o evento o seu Torneio Leiteiro. Na categoria Vaca Adulta a vaca PAZ FIV da Estiva garantiu a primeira colocação com média de 32,62 Kg de leite/dia. Na categoria Vaca, Belga FIV AJCG, de Adaldio José de Castilho Filho ficou em primeiro lugar e Ursulina da Estiva, do mesmo criador, com média de 23, 43 Kg de leite/dia ficou com o primeiro lugar na categoria Fêmea Jovem.


O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, durante a exposição, destacou o potencial de crescimento da pecuária leiteira no Estado, que produz 50% do seu consumo. Na região sede do evento, Avaré, das 720 propriedades rurais existentes, mais de 250 destinam suas atividades à produção leiteira, segundo dados dos organizadores.

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Artigo

Desempenho e eficiência alimentar de vacas leiteiras suplementadas com levedura viva

por Lignani Bitencourt, orientada pelo prof. Doutor Marcos Neves Pereira/ UFLA em dissertação apresentada à Universidade Federal de Lavras, como parte das exigências do Curso de Mestrado em Zootecnia, área de concentração em Produção Animal, para obtenção do título de “Mestre”.

Outras respostas à suplementação de Saccharomyces cerevisiae A suplementação com leveduras tem sido utilizada em monogástricos para induzir melhoria da função imune, tanto entérica quanto sistêmica (Davis etal., 2004). Oliveira et al. (2007), ao suplementarem 10 g de leveduras (Levumilk, 20 x 109 ufc/gr de Saccharomyces cerevisiae cepa KA500; Kera Nutrição Animal, RS) para vacas Holandesas em lactação, observaram diminuição na contagem de células somáticas do leite (190 vs. 302 x 1000 células/ml P=0,02). Estes resultados evidenciam que a suplementação com leveduras pode induzir respostas sobre o sistema imune de ruminantes semelhantes à observada em monogástricos. Derivados solúveis da levedura, como as glucanas, podem passar do trato gastrintestinal para a circulação dos animais (Rice et al., 2005), possuindo capacidade imuno-

estimulante. A resposta na contagem de células somáticas pode ser mediada pelo sistema comum de mucosas. Por este mecanismo, a resposta imune em mucosas induz a migração de células do sistema imune não apenas para órgão onde ocorreu o estímulo, mas também para outros locais como trato respiratório, urogenital e glândula mamária (Perdigónet al., 1999).

Queda da CCS Em experimento realizado pela UFLA - Universidade Federal de Lavras -MG, em 2006, sob a supervisão do professor Marcos Neves Pereira, a dois grupos de vacas leiteiras foi administrada a mesma dieta: a um lote se adicionou Levumilk e a outro não (controle). O lote que recebeu 10g/ cabeça/dia de Levumilk teve uma diminuição de 37,09% de CCS, além de produzirem o mesmo volume de leite com menor ingestão de alimentos, o que se traduz em menor custo com a mesma renda.

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CCS x 1.000 células/ml

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350 300 250 200 150 100

190

302

50 0

Levumilk

Testemunha


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Curtas

Genética

brasileira na Índia Os membros da Fundação de Desenvolvimento e Pesquisa Índia (BAIF), Girish G. Sohani e Ashok B. Pande, estiveram no Brasil em outubro e conheceram touros da bateria de zebuínos leiteiros da CRI. Os animais Gir, raça originalmente desenvolvida na Índia, foram o foco principal da visita, pois há interesse na importação de genética brasileira para o melhoramento do Gir na Índia. Os representantes também conheceram touros Guzerá e Girolando em produção na central. A BAIF trabalha no melhoramento da pecuária leiteira indiana e é um órgão parceiro na distribuição de genética CRI no país. Entre bovinos e bubalinos, a BAIF distribui 10 milhões de doses de sêmen por ano. Os indianos aprovaram a qualidade genética, os pedigrees, as características de produção e a conformação dos touros brasileiros.

Feicorte se transforma na

ExpoCorte

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Boi Verde

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O Circuito Boi Verde de Julgamentos de Carcaças, promovido pela ACNB (Associação dos Criadores de Nelore do Brasil), que tem por objetivo promover e fomentar a raça Nelore no país e no exterior, evidenciando seu potencial de produção de carne de qualidade, chegou a sua sexta edição na cidade de Mineiros/GO, onde realizou a maior etapa da história do campeonato. Sob o formato de uma competição anual, a iniciativa se propõe a mapear o perfil de carcaça dos animais da raça Nelore criados sob condições distintas, proporcionar o intercâmbio de experiências e valorizar os criadores que se destacam. Criadores que unem boas práticas, excelência em manejo, genética e nutrição fazem da região de Mineiros uma das mais importantes praças pecuárias do País. Esta foi a maior etapa já realizada na história do campeonato com 2.274 animais avaliados de 22 pecuaristas participantes; 71,6% dos animais avaliados tinham até dois dentes incisivos permanentes (cerca de 18 meses), 68,8% pesavam entre 17 a 21@ e 68,7% apresentaram gordura mediana e uniforme. Este resultado mostra o quanto a pecuária evoluiu ao longo dos anos devido aos programas de qualidade de carne e adesão a novas tecnologias. Contribuindo para o futuro da pecuária brasileira, os animais estão em condições de abate cada vez mais jovens.

A tradicional Feicorte, que foi realizada por 19 anos na cidade de São Paulo mudará de nome e passará a se chamar ExpoCorte. O evento será realizado em um novo formato no mês de junho, em São Paulo. O formato itinerante também será mantido e serão promovidas etapas em Cuiabá, Palmas, Campo Grande, Ji-Paraná e Uberlândia. Com o encerramento do período de concessão da administração do Pavilhão do Centro de Exposições Imigrantes e com o fim do Agrocentro, consórcio detentor da marca Feicorte, a solução de continuidade foi a mudança do nome e a condução do evento que passa a ser feita pela gerente de agronegócios, Carla Tuccilio. Ela comandará a produção integral da ExpoCorte e do Circuito ExpoCorte, iniciativa de eventos itinerantes pelo Brasil que terá sua terceira edição em 2014. O Circuito ExpoCorte deve ser realizado em cinco etapas nas cidades de Cuiabá (MT) em março, Palmas (TO) em abril, Campo Grande (MS) em julho, Ji-Paraná (RO) em setembro e Uberlândia (MG) em novembro.


Pecuária Mineira Cordeiro Certificado A VPJ Alimentos lançou o Dorper Lamb, produto de uma reserva especial, derivada de uma seleção exclusiva. Dentro dos abates realizados diariamente pela VPJ em vários estados brasileiros, a carne selecionada para os produtos Dorper Lamb - Reserva Especial é parte de uma pequena parcela de animais Dorper, os primeiros do Brasil a obter o Selo Cordeiro Dorper Certificado, auditado pela Aus-Qual através da Genesis Inspeções, Brasil Certificação e apoio da ABCDorper. Todas as carcaças selecionadas pela certificadora passarão ainda por um severo procedimento de seleção na linha de desossa e porcionamento da empresa, em busca de sabor, maciez e suculência superiores, os grandes diferenciais do Dorper Lamb - Reserva Especial. Inicialmente a linha contará com 06 cortes especiais, que, depois de maturados, serão congelados no ápice da qualidade, mantendo o sabor, maciez e a suculência, características que só a carne de cordeiro Dorper possui. Os produtos são apresentados em sofisticadas caixas com acabamento diferenciado e inédito no segmento, desenvolvidas especialmente para esta nova linha. Cortes da linha Dorper Lamb - Reserva Especial: Picanha; T-Bone; Striploi (Contra-Filé); Short (Leg); French (Rack); Double (Steak)

Morre Touro Russo TE JF O reprodutor da raça Guzerá, faleceu na primeira dezena do mês de novembro. O touro, filho de Urutu e Banqueta, era coletado pela CRI Genética desde 2008 e apresentava PTA positivo para leite (de 242 kg). “O falecimento de Russo é, sem dúvida, uma perda para a raça. O animal deixa um legado de característica racial inconfundível. As filhas são extremamente leiteiras, férteis e precoces, assim com os descendentes machos”, comentou Oswaldo Lopes, supervisor de vendas da CRI. A CRI Genética ainda tem estoque de sêmen convencional e sexado de Russo, mas com disponibilidade limitada.

O Valor Bruto da Produção (VBP) da pecuária mineira deve atingir, em 2013, cerca de R$ 14,6 bilhões. O crescimento em relação ao ano passado é de 6,7% e o leite tem estimativa mais favorável. Os dados são do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa). Em Minas Gerais, o produto da pecuária com maior valor é o leite, que deve alcançar, em 2013, cerca de R$ 5,6 bilhões, crescimento de 7,4% em relação ao ano passado. Os bovinos ocupam a segunda posição, com VBP de R$ 4 bilhões, aumento de 4%. Para o frango, a estimativa é de um valor de R$ 2,8 bilhões, variação positiva de 3,9%. O valor estimado da produção de suínos no Estado atinge R$ 1,5 bilhão, aumento de 7,7%. E a produção de ovos, no valor de R$ 782 milhões, deve superar em 27,6% a registrada em 2012. Na agricultura, o levantamento mostra o VBP da soja estimado em R$ 3,5 bilhões, valor 7,4% superior ao registrado em 2012. Entre outros produtos que se destacam com os valores e respectivos percentuais de crescimento estão os seguintes: tomate, R$ 1,6 bilhão (111,4%); batata-inglesa, R$ 1,5 bilhão (43,6%); banana, R$ 1,1 bilhão (60%); laranja, R$ 1 bilhão (61%). Para o secretário de Agricultura, Elmiro Nascimento, os preços dos produtos da pecuária de Minas aquecem o setor depois dos altos custos dos insumos registrados no ano passado. VBP da Pecuária – 2013 X 2012 Minas Total: R$ 14,6 bi (+6,7%) Leite: R$ 5,6 bi (+7,4%) Bovinos: R$ 4 bi (+ 4%) Frango: R$ 2,8 bi (+3,9%) Suínos: R$ 1,5 bi (+7,7%) Ovos: R$ 782 milhões (+27,6%) Brasil Total: R$ 141 bi (+2,5%)

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Emendas parlamentares

podem viabilizar projetos para pecuária Emendas parlamentares apresentadas por deputados federais e senadores poderão viabilizar recursos para a realização de projetos a favor da pecuária brasileira promovidos pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu), nas áreas de qualificação e treinamento rural, melhoramento genético, modernização tecnológica e a realização de eventos, como a ExpoZebu 80 anos. Ao longo dos últimos anos, a entidade tem realizado atividades de qualificação de produtores e trabalhadores em todo o Brasil, fomentando a adoção de novas práticas que contribuam para o aumento sustentável da produção de carne e leite. Dessa forma, os recursos oriundos das emendas parlamentares serão extremamente importantes, pois viabilizarão a ampliação destes programas sem onerar os criadores, uma vez que os cursos serão gratuitos.

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Girolando

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O engenheiro agrônomo e pecuarista Jônadan Ma é o novo presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando. A eleição aconteceu no dia 03 de dezembro, na sede da Associação, em Uberaba/MG. Jonadan obteve 655 votos contra 304 votos do candidato adversário Eugênio Deliberato. Votaram 1.214 associados, sendo 120 de forma presencial. Foram considerados nulos/inválidos/ brancos 255 votos. O processo de transição começou no dia 11 de dezembro quando membros da atual e da futura diretoria se reuniram, na sede da entidade, para verificar a atual situação da Girolando e definir novas ações. Na pauta da reunião a apresentação geral da associação e dos departamentos. O presidente eleito Jônadan Ma passará a conduzir a Girolando a partir de janeiro, mês em que ocorrerá a posse.


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Equinocultura

A disseminação da raça Pêga A paixão aliada à oportunidade fez de Guilherme Furlan da Silva Gomes um criador de muares da raça Pêga. Animais de alto padrão e extrema qualidade para cavalgadas, provas de marcha ou para o trabalho no campo são encontrados

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em seu criatório em São Tomás de Aquino/MG.

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A história de Guilherme começou com o nascimento de uma mula, na sua fazenda, que se transformou no seu troféu. Com apenas 12 anos tinha nas mãos uma oferta de R$ 30 mil pela mula preta, a Xaiane da Fazenda Coqueiro. Ciente de que tinha uma joia nas mãos, que o fez conhecido pelos criadores de todo País, começou a se aventurar pela criação dos animais e transformou ao longo do tempo, juntamente com o seu pai, Cleyton Pedroso Gomes, a Fazenda Coqueiro, em um belo criatório. Com pouco tempo de caminhada, mas com animais já consagrados pelo mercado, Guilherme mostra que é um novo criador, (ele tem 22 anos e há seis trabalha com muares) que veio para ficar no mercado. Para isso, tem pesquisado muito e adquirido animais consagrados, de criatórios reconhecidos, para formar a base dos seus animais, como os da marca MAAB, de Marco Antônio Andrade Barbosa, cujo trabalho é reconhecido em todo País e mais do Grupo Atala e Haras Tarumã. Os resultados já começam a aparecer. Na semana em que a reportagem da revista Terra Boa esteve na fazenda Coqueiros, Guilherme disse ter comercializado um jumento e uma jumenta para Rondônia. Pelo macho recebeu valor aproximado de R$ 160 mil. Segundo o criador, o maior preço já registrado no País entre os animais da raça Pêga.

“Nós não queremos ter muitos animais, mas formar animais de extrema qualidade. Dessa forma, poderemos atender melhor a nossa clientela, dando assessoria para os compradores na pós-venda”, disse. Levando em conta a empolgação de Guilherme ao narrar a sua trajetória como criador, dá para perceber de imediato que realmente ele é um apaixonado por muares. “Eu sempre gostei de mula. Herdei esta paixão, este gosto, do meu avô”. Apaixonado pelo seu trabalho na fazenda, ele não poderia escolher melhor profissão ao optar pela medicina veterinária para a graduação. Assim poderá associar a prática já adquirida com a parte acadêmica e aperfeiçoar ainda mais o seu criatório.

A inovação e a pesquisa são características de Guilherme, que busca alavancar dos criatórios de jumentos e mulas no País. “Se fizermos a raça avançar, daremos um passo de 20 a 30 anos no mercado”

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Animais de qualidade Para selecionar os seus animais, três critérios são observados: andamento, morfologia e docilidade. Se os animais não se enquadram nesses quesitos são descartados. O animal é, muitas vezes, muito bom quando selecionado, mas por um pequeno detalhe deixa de ser vendido para a disseminação de boa genética. Para o cruzamento, Guilherme mantém éguas das raças Campolina, Mangalarga Marchador e Mangalarga Paulista. Com cada uma das raças busca um resultado diferenciado. “Para as mulas de prova usamos o Mangalarga Paulista, já o Mangalarga Marchador e Campolina usamos para agregar mais beleza ao animal. Procuramos fazer mula de andamento para prova de

marcha. Aqueles animais que não se encaixam nesse quadro, vão para o mercado”. A meta de pai e filho é oferecer ao mercado o que eles têm de melhor. “O criador deixa de ser criador quando passa a ser um colecionador”, enfatizou Guilherme. Na busca do seu padrão de qualidade, ele mantém no seu criatório cinco matrizes de jumenta e dois garanhões, todos campeões nacionais. Em busca de melhorias para a raça, Guilherme aposta também em novas pesquisas juntamente com os veterinários, João Batista Figueiredo da Costa Neto, o Bimbo, especialista na transferência de embriões em equinos, e Vinicius Taveira Pucci. Entre essas pesquisas estão a inseminação de jumentas, a produção de um embrião de jumento, e as barrigas de aluguel em mulas. “Muitos desistem dessas experiências, mas

acredito que todas elas vão ajudar no crescimento da raça Pêga no Brasil e agregar valor aos animais”. A inovação e a pesquisa são características de Guilherme, que busca o alavancar dos criatórios de jumentos e mulas no País. “Se fizermos a raça avançar, estaremos dando um passo de 20 a 30 anos no mercado, o que será ótimo, pois a raça é pequena e temos dificuldades em fazê-la crescer”, enfatizou. Entre seus animais de destaque estão Beleza 2 MAAB mãe de campeões nacionais como MAAB Noé, também propriedade da Fazenda Coqueiros. Com o crescimento do mercado de muares, Guilherme acredita e aposta que está no caminho certo.

Guilherme Furlan Gomes 35

9951-2770

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Fotos Ney Braga

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Império da Fazenda Coqueiros

Noé Maab da Fazenda Coqueiros

Relíquia da Fazenda Coqueiros

Xaiane da Fazenda Coqueiros


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Artigo

Jumento Nacional se destaca na produção

de mulas de patrão Buscando aperfeiçoar e valorizar a qualidade de seus criatórios, muitos criadores de muares dos Estados de São Paulo, Goiás e Minas Gerais, têm utilizado como reprodutores os jumentos da raça Jumento Nacional ou Jumento Brasileiro, como também é conhecido.

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Filete da Coudelaria Paulista

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Feno da Coudelaria Paulista - Jumento Nacional

As crias nascidas do cruzamento deste asinino com éguas de boa qualidade têm surpreendido os criadores quanto aos quesitos: morfologia, docilidade e principalmente andamento, fato mais do que comprovado nas recentes cruzas do Jumento Nacional com éguas da raça Mangalarga, tendo produzido o que realmente pode ser considerado como as verdadeiras “mulas e burros de patrão”. Apesar de ser uma raça legitimamente brasileira, dificilmente se encontram animais puros, devido aos muitos cruzamentos com outras raças de asininos o que descaracterizaram o verdadeiro Jumento Nacional. Graças à iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, o banco genético desta raça esta sendo preservado pelo APTA (Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio), antiga Coudelaria Paulista na cidade de Co-


lina/SP, onde se podem encontrar os melhores e mais selecionados exemplares de Jumento Brasileiro. Fora dos limites do APTA alguns criadores, apaixonados por estes asininos, têm mantido pequenos plantéis, geralmente de animais de origem da própria Coudelaria Paulista – APTA, sendo que os animais (mulas, burros e jumentos) produzidos nestes criatórios já começam a mostrar nas pistas e exposições as qualidades tão procuradas pelos amantes dos verdadeiros muares de patrão. Por iniciativa de alguns destes criadores e sob orientação dos profissionais do APTA, já se pensa em reativar a associação dos criadores do Jumento Brasileiro, a fim de divulgar, incentivar e promover a criação destes tão importantes asininos, que são um verdadeiro patrimônio legitimamente brasileiro.

Tarcísio Corrêa de Melo Criador de Jumento Nacional 16 3635-7872 / 99767-6399

Pintura da Serrinha - Jumento Nacional x Égua Pampa

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Artigo

A História do Café

Cafeicultura: Sistema de cultivo por Patrick Figueiredo apreciador de cafés gourmet

| novembro/dezembro 2013 dezembro/janeiro 2014

A planta, o cafeeiro, exige clima quente. O solo, o local e a altitude são outros fatores importantes para o cultivo. A flora microbiana de certas regiões pode originar cafés de melhor ou pior qualidade. Vale lembrar que quanto mais longe da linha do Equador, menor é a altitude necessária para que o cafeeiro encontre um ambiente ideal para seu desenvolvimento. Os melhores cafés do Brasil, arábica, vêm das plantações que estão entre 700 e 1500 metros de altitude acima do nível do mar. Há, basicamente, dois tipos de cultivo: as plantações sombreadas e

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as que ficam a pleno sol. Neste último, mais usado no Brasil, Colômbia, Costa Rica, Quênia e Vietnã a fotossíntese é mais intensa, o que gera rendimentos mais altos. Há uma menor biodiversidade, por isso necessita-se de maior quantidade de fertilizantes. Na plantação sombreada, comuns na Etiópia, Índia e México as temperaturas variam menos entre dia e noite, há uma menor erosão do terreno e pouco crescimento de ervas daninhas, havendo maior biodiversidade e quantidade de nutrientes. A competitividade exige conhecimento e maior eficácia do cafeicultor.

Por isso, a busca de uma maior e melhor produtividade do cafeeiro demanda muita pesquisa. No Brasil há mais de trezentas mil propriedades produtoras, mas poucas são as que investem em qualidade. A maioria dos produtores, por exemplo, ainda não tem terreiros de secagem pavimentados. Quando a produtividade é baixa, geralmente há problemas, como lavouras velhas ou mal cuidadas, pouca adubação, falta de tecnologia apropriada no cultivo, etc. Por outro lado, alguns fatores ajudam a aumentar a produção, como a escolha da variedade adequada e o manejo correto do solo e a compreen-


são dos efeitos da umidade do solo no cafezal. A irrigação é frequentemente necessária em algumas regiões e há vários tipos de sistemas de irrigação que podem ser utilizados: Gotejamento, Aspersão Convencional, Pivô Central ou Sulco.

Duas diferentes espécies: Arábica e Robusta O cafeeiro pertence à família das rubiáceas (rubiaceae) que reúne cerca de sete mil espécies. Das cem espécies descritas no gênero Coffea, duas produzem frutos com importância econômica: Coffea arábica e Coffea canephora (variedade robusta). A arábica é a mais plantada delas (cerca de três quartos da produção mundial), tem as folhas verde-escuras brilhante e as flores brancas. Os arbustos já dão sua primeira produção após dois anos, mas é aos quatro anos que estarão com a produção máxima.

O fruto é formado por: Casca: ao amadurecer, ela passa de verde a amarela ou vermelha. Polpa: situada logo abaixo da casca, é bastante carnuda. Mucilagem: viscosa, rica em açucares, fica entre a polpa e o pergaminho. Pergaminho: película interna que envolve a semente. Semente ou Grãos: há duas sementes em cada fruto.

As Flores O espetáculo da floração dos cafezais é maravilhoso. No Brasil ela ocorre entre setembro e outubro, logo após o período da estiagem, com as primeiras chuvas. As flores, brancas e pequenas, têm um agradável perfume. Os sistemas de colheita, processamento e seleção serão abordados nos próximos artigos.

Vale lembrar que quanto mais longe da linha do Equador, menor é a altitude necessária para que o cafeeiro encontre um ambiente ideal para seu desenvolvimento. Os melhores cafés do Brasil, arábica, vêm das plantações que estão entre 700 e 1500 metros de altitude acima do nível do mar

Referência: OIC - Organização Internacional do Café Guia do Barista: da origem do café ao espresso perfeito; Edgard Bressani ão Paulo: Café Editora, 2011

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Eventos

Aproleite

Comemora 10 anos

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Fotos Studio Art

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A Associação dos Produtores de Leite do Sudoeste de Minas comemorou os seus 10 anos de fundação em grande estilo, reunindo associados e seus familiares em noite de festa e comemoração. O evento realizado no Auto Espaço, em 29 de novembro, teve momento especial com homenagens aos primeiros presidentes, funcionários da casa e produtores. A Associação lançou na mesma noite uma revista comemorativa da sua trajetória. Confira alguns registros da noite!


Galeria Aproleite 10 anos agroneg贸cios

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Rodeio | dezembro/janeiro 2014

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Silvano Alves

Bicampeรฃo Mundial 2ยบ Colocado em Las Vegas


Americano vence a final de Las Vegas Cinco brasileiros se destacam no Ranking Mundial, liderado pelo bicampeão de Las Vegas, SIlvano Alves A Final Mundial de Las Vegas, campeonato de montaria em touros, realizado de 23 a 27 de outubro, sagrou como campeão mundial de 2013 o americano J.B. Mauney. Mesmo com a vitória do americano, os brasileiros estão bem no ranking mundial. Silvano Alves, bicampeão mundial, ficou em segundo lugar com 430 pontos seguido por outros brasileiros que pontuaram entre os 10 melhores do mundo. Adriano Moraes permanece invicto com o seu título de tricampeão mundial.

Os brasileiros fizeram bonito na final do mundial. Silvano Alves que é vice-campeão parou em cinco touros e enfrentou o touro Jack Daniel´s Tennessee, mas não ficou os 8 segundos sobre o touro. Pela façanha ganhou 180 mil dólares. Outro brasileiro estreou no campeonato, Cláudio Crisóstomo e fechou a etapa com 346,25 pontos. Dos seis touros enfrentados, ele parou em quatro. Claudio faturou 80 mil. Guilherme Marchi ficou em quinto lugar faturando 43 mil.

Depois da final concorridíssima em Las Vegas, Silvano Alves volta a montar em janeiro de 2014 nos Estados Unidos. Em 2014 disputa as etapas americanas e as brasileiras. Sobre o resultado de Las Vegas afirma que está super feliz com o que construiu no campeonato durante as suas quatro participações, duas vitórias e os primeiros lugares em dois campeonatos. “ Eu estou montando bem e é isso que importa. Quero continuar bem, com saúde e sem acidentes, isso é o mais importante”, ele ainda ressalta

J.B. Mauney Campeão da PBR em Las Vegas

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A esquerda - Claudio Cristomo A direita - Silvano Alves

Pontuação Geral Ranking Mundial

Campeões em Las Vegas 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

J.B. Mauney - 546,25 pontos Silvano Alves - 430,00 pontos (Brasil) Claudio Crisostomo - 346,25 pontos (Brasil) Cody Nance - 345,00 pontos Guilherme Marchi - 343,75 pontos (Brasil) Ryan Dirteater - 266,00 pontos João Ricardo Vieira - 265,75 pontos (Brasil) LJ. Jenkins - 264,25 pontos Matt Triplett - 257,25 pontos Shane Proctor - 256,25 pontos

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

Silvano Alves - 11.740,50 pontos (Brasil) J.B. Mauney - 11.720,75 pontos João Ricardo Vieira - 9.189,73 pontos (Brasil) Guilherme Marchi - 8.546,32 pontos (Brasil) Marco Ant. Eguchi - 8.233,55 pontos (Brasil) Eduardo Aparecido - 7.695,40 pontos (Brasil) Cody Nance - 7.685,29 pontos Mike Lee - 6.794,37 pontos L.J. Jenkins - 6.759,04 pontos Jory Markiss - 6.292,75 pontos

Fotos André Silva

que participa de uma competição e que ganhar ou perder faz parte do processo. A final da PBR em Las Vegas atrai brasileiros de norte a sul do País entre competidores, apaixonados pelo esporte, torcedores e empresários. Segundo o selecionador de touros de pulo no Brasil, Leonardo Poltroniere, devido a disputa entre o americano J.B.Mauney e o brasileiro Silvano Alves, duas feras da arena, a competição final foi interessantíssima. “O americano está muito bem, fez montarias de surpreender. Para o meio do rodeio está vitória de JB Mauney foi muito boa, pois quebra a sequência de brasileiros com o título de campeão mundial. Assim, acredito, que novos patrocinadores se interessem pelo rodeio nos EUA, afinal o título é de um americano”, concluiu Poltroniere. Leonardo analisou também as finais da ABBI, cujos animais são testados primeiramente com o dummy, o peão robô. “O nível dos animais está muito elevado, devido aos muitos anos de seleção genética dos americanos. Consequentemente, teremos bons touros para a categoria de peão nas disputas dos próximos anos”, afirmou.


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A arena de

Marquinhos Medeiros

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Ele é um apaixonado pelo mundo dos rodeios. Como competidor já montou em touro bravo, ganhou competições, machucou-se, mas não desistiu das arenas. Em decorrência de um acidente no brete, perdeu dois dedos da mão, mas segue firme o seu coração que ama o rodeio, atualmente, como empresário. Ele é Marcos Medeiros fundador da Companhia de Rodeios Marquinhos Medeiros, com sede em Passos/MG, mas com atuação no Sul de Minas Gerais e outros estados.

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Desde muito jovem, Marquinhos praticava o esporte da montaria. Adolescente ia para o brete onde a coragem e o medo se misturavam. No entanto, ele ressalta que o medo de machucar-se o atrapalhou a seguir firme como esportista. Em 2005 montou em Barretos/SP, na categoria amador, a arena mais disputada do País. Um acidente no brete, no mesmo ano, o deixou sem dois dedos da mão e o tirou das competições no ano seguinte Apesar do ocorrido, o esporte continuou correndo por suas veias. Com o conhecimento já adquirido se aventurou também na narração das competições. De arena em arena chegou a Barretos, também como narrador.

Ficar fora das disputas até podia, mas não poderia deixar o mundo dos rodeios. Com esta verdade montou a sua própria companhia há quatro anos. É com a Companhia de Rodeios Marquinhos Medeiros que carrega todos os seus sonhos da arena. A sua bela tropa e toda a infraestrutura para a festa do rodeio Marquinho leva a aonde o chamam. Tem viajado bastante muito além da sua área de atuação que é focada no Sudoeste de Minas Gerais. Seus touros têm feito sucesso por onde passam. São realmente touros bons de pulo. A busca pelos melhores animais é uma constante, por isso faz cruzamento das raças Nelore e Simental, além de buscar bons animais, fortes,

A busca pelos melhores animais é uma constante, por isso faz cruzamento das raças Nelore e Simental, além de buscar bons animais, fortes, agressivos, bons de pulo, para desafiar o peão por 8 segundos,

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em vários estados.

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agressivos, bons de pulo, para desafiar o peão por 8 segundos, em vários estados. Em uma das últimas participações de seus animais nesse ano de 2013, em Carmo do Rio Claro/MG, o campeão contabilizou 89 pontos com a análise de um dos juízes da arena de Barretos/SP. O resultado Marquinho considera uma vitória também para o seu touro Total Flex. Entre os destaques da sua companhia está o touro Bala de Prata. Os animais da sua companhia ficam na sua fazenda no município de Passos, onde também trabalha com outras atividades da agropecuária. Quando não está na temporada de rodeios, está na fazenda exercendo a função de pecuarista.

Marquinhos Medeiros 35

9981-3951


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Eventos

Hospital Otto Krakauer ganha novos parceiros durante o

A Revista Terra Boa Agronegócios reuniu 150 pessoas na segunda edição do Terra Boa Fest, realizado no dia 28 de novembro, no San Sevilha, em Passos/MG. O evento comemorativo pelos dois anos da revista teve momentos distintos com homenagens a pecuaristas e leilão de animais em prol do Hospital Otto Krakauer. Foram homenageados os neloristas Alberto Laborne Valle Mendes e Arnaldo Manuel Machado de Souza Borges, também consultor da raça e vice-presidente da ABCZ; na pecuária de leite o produtor Ernani Silveira Barros criador de Gir Leiteiro e Girolando, grande incentivador da pecuária leiteira no Sudoeste de Minas Gerais; na política os deputados Carlos Melles e Renato Andrade, que se destacam pelo apoio à classe ruralista no Estado Mineiro.

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Bolivar Filho e João Marcos, representando seu pai, Arnaldo Manuel

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O deputado Renato Andrade

Durante as homenagens, os deputados Carlos Melles, Renato Andrade e Luis Tibé se comprometeram a ajudar a instituição através da colocação de novas emendas no orçamento, a aquisição de ambulância e medicamentos, além da criação de uma frente parlamentar para trabalhar pela construção do Centro Regional Integrado de Atenção à Saúde Mental, obra orçada em R$ 3 milhões e que atenderá na sua totalidade 200 pacientes, sendo 80% com recursos do SUS e os outros 20% com recursos próprios, em ala particular. Na mesma noite, uma joia doada pela Associação de Esportes Equestres, recém-fundada em Passos, atingiu o lance de R$ 6.200,00. O valor foi destinado a APAE de Passos.

Marilda Cunha da Silva, representando Alberto Mendes

Paulo Delfante representando o deputado Carlos Melles

O produtor Ernani Silveira Barros e seu filho Claudio


Galeria Terra Boa Fest agroneg贸cios

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A Associação de Esportes Equestres promoveu durante o Terra Boa Fest II o leilão de uma joia, gargantilha e corrente, avaliada em R$ 2.800, em prol da Equoterapia da APAE de Passos/MG. A joia foi leiloada por R$ 6.000 superando o valor de mercado em mais de 100%. O empresário Luciano Alves Queiroz foi o benemérito da noite. Luciano presenteou sua esposa, Juliana da Silveira Queiroz, durante o evento. Esta é a primeira ação social da Associação de Esportes Equestre, recém-criada em Passos, entre muitas outras que pretendem fazer divulgando os benefícios da equinocultura.

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agronegócios Edição especial capa dupla!

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Leia aqui também a edição especial primeira capa disponível no Issuu.

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