Relatório ECO1709 | Comunidade Vila Nova | TETO Paraná

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Relat贸rio Socioecon么mico

VILA NOVA 2017

Relat贸rio socioecon么mico ViLA NOVa 2017

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Relatório Socioeconômico

VILA NOVA 2017

Autores: Carol Liz Stadler Voluntário Diagnóstico Comunitário - TETO Larissa Petronzelli Coordenadora Diagnóstico Comunitário - TETO Laís Rocha Leão Coordenadora de Diagnóstico e Avaliação - TETO


Sumário Introdução, 4 Sobre a Eco, 5 Sobre a Vila Nova, 9 População, 13 Educação, 21 Trabalho e Renda, 26 Saúde, 32 Moradia, 34 Comunidade, 37

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Introdução O presente relatório tem como objetivo apresentar os dados obtidos em Setembro de 2017 durante o evento “ECO – Escutando Comunidades”, realizado na comunidade Vila Nova, na cidade de Colombo, região metropolitana de Curitiba – PR.

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Sobre a ECO

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Sobre a ECO Metodologia Os dados constantes desse relatório foram coletados através de Enquetes de Caracterização Socioeconômicas (ECS), de modo a criar o perfil da comunidade, levantar seus principais problemas, condições, necessidades e demandas, entre outros itens que serão aqui dispostos. Aponta-se que a área mapeada não corresponde com a totalidade da comunidade, dessa forma foi especificada na figura abaixo a área onde foram desenvolvidas as atividades da ECO (área circulada em vermelho). O TETO já vem desenvolvendo trabalhos dentro da comunidade da Vila Nova. Foram realizados dois eventos de construção de moradias emergenciais, que ocorreram respectivamente em 09/2015 e 05/2016, e dois eventos de mutirões de limpeza. Além da ECO 1709, já havia sido realizada a ECO 1506. O evento aqui descrito será referenciado ao longo do relatório como “ECO1709”, sendo “ECO (Escutando Comunidades)” o nome do evento, e “17” e ”09” o ano e mês, respectivamente, da aplicação das ECS - Enquetes de Caracterização Socioeconômicas. Foram mapeadas e consideradas como Universo amostral 303 casas, na qual foram entrevistados 567 moradores. Tal

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Perímetro de aplicação da enquete.

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Universo consiste em todas as casas mapeadas pela equipe

da comunidade Vila Nova em Colombo (PR) na época de sua

de Mapeamento – subárea de Diagnóstico e Avaliação do

aplicação (mês de setembro de 2017).

TETO Paraná, excluídos os imóveis desocupados constatados nos dois dias de coleta amostral. Dentro do Universo amostral foram aplicadas 205 enquetes, das quais 162 completas e 43 recusadas. Devido a limitação de tempo estabelecida para a execução do evento, 98 casas do Universo não foram visitadas.

Neste relatório, os dados da ECO1709 serão colocados ao lado de dados fornecidos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), para que possa ser desenvolvido um parâmetro de comparação mais concreto e criando assim informações mais verazes.

Considerou-se em 95% o nível de confiança da pesquisa pois não foram utilizados métodos de correção de estimativa, referentes aos parâmetros do Universo utilizado como a concentração da amostra, homogeneidade, distribuição e possibilidade de inclusão no caso de recusa ao responder. Desta forma, com base no tamanho do Universo e da Amostra coletada, considerando a não aplicação de questionário em 32% do Universo, conclui-se que, para estes dados estatísticos, deve-se considerar margem de erro de 4 pontos percentuais para mais ou para menos, dos dados coletados. Os parâmetros do TETO Brasil estabelecem o cumprimento de margem de erro de 3 a 5 pontos percentuais. Sendo assim, garante-se que esta amostra de informações cumpre os requisitos estabelecidos pela Instituição nacionalmente e que tais dados estatísticos representam com segurança o perfil

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Sobre a ECO Equipe CTs (Chefes de Trabalho Massivo) Larissa Petronzelli Mariano e Pedro Kroeff Baggio Silva

André Mazzarotto Filho e Matheus Andrade Sanches da Cunha

Voluntários Amanda Costa Castilhano, Ana

CEs (Chefes de Escola)

Paula Chen, Ana Paula Tasso

Bruno Oliveira Freitas e Leticia

Candido de Lima, Anadia Catta-

Mota Silva

rin, Bruno Montilla Polla, Caio

Mapeadores Caroline Moriya e Laís Leão

Parahyba Ravagnani, Carolina Calefi, Diego José Ribeiro, Fernanda dos Reis Jacinto, Isabelle de

Intendentes

Oliveira, José Rodolfo Negrelli, Ju-

Lorena da Silva Soler e Luciana

liett Assis Ribas, Larissa Antonelo

Oliveira

Campos, Leticia Maria Oenning,

Líder de Enquete Carol Liz Stadler

Lorena Sanchéz Clavijo, Lorrany Gomes Zimmermann, Luana Cristina Piana do Amaral, Marina

Líderes de equipe

Castro e Silva, Milena Aparecida

Arion Monteiro Bach, Bruna Cris-

Chaves, Peter Mackenson Civil,

tina Falavinha, Camila Zagonel

Rennan Zanon Balduino, Thais

Galperin, Daniel Lima Ribeiro,

Morais Cardoso da Silva e Victor

Lays Camargo Pederiva, Marco

Lago Costa Pinto

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SOBRE A VILA NOVA

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Sobre a VILA NOVA A comunidade Vila Nova se encontra em Colombo, região metropolitana de Curitiba, no Paraná. Estima-se que seja composta por mais de 300 módulos habitacionais, que ocupam uma área de aproximadamente 600.000 m², situada em uma região de terreno ondular, cuja característica mais marcante é a de um córrego cortando boa parte da comunidade. A ocupação foi iniciada de forma individual, quando a região ainda era coberta por vegetação, há cerca de 30 anos. É uma comunidade com uma diferença urbanística e social marcante, sendo que, na área mais alta as moradias são de madeira sobre um barranco próximo ao rio e, na área mais baixa, as casas são majoritariamente de alvenaria e as ruas em condições melhores e/ou pavimentadas. Devido à essa diferença entre as regiões as demandas dos moradores são diferentes, mas acabam convergindo para alguns pontos em comum, dentre os quais se destacam regularização, maior união dos moradores, melhoria da chamada “valeta” onde percorre o rio e o lixo acumulado em alguns locais. Para alcançar esses objetivos, os moradores vêm fazendo reuniões semanais, visando planejar e executar esses projetos.

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Sobre a VILA NOVA Localização A comunidade da Vila Nova está localizada no município de Colombo, no bairro Roça Grande, próxima à divisa com a região norte de Curitiba.

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COLOMBO | VILA NOVA - EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS

Sobre a VILA NOVA ESCOLA MUNICIPAL JOÃO BATISTA STOCCO

UNIDADE DE SAÚDE MOINHO VELHO

COLOMBO | VILA NOVA - EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS CRECHE FAVO DE MEL

Equipamentos VA - EQUIPAMENTOS COMUNITÁRIOS comunitários

ESCOLA MUNICIPAL JOÃO BATISTA STOCCO

ESCOLA MUNICIPAL JOÃO BATISTA STOCCO

CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL PINÓQUIO

CRECHE FAVO DE MEL

UNIDADE DE SAÚDE MOINHO VELHO

COMUNIDADE VILA NOVA

CRECHE FAVO DE MEL UNIDADE ESTRATÉGICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA SÃO DOMINGOS

C

GIO / O INFANTIL

A

S

COLÉGIO ESTADUAL JÚLIA CAVASSIN

ESCOLA MUNICIPAL GABRIEL D'ANUNCIO STRAPASSON

CRAS ROÇA GRANDE

COMUNIDADE VILA NOVA

ADUAL SSIN

R

LEGENDA:

UNIDADE ESTRATÉGICA

CENTRO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL PINÓQUIO

DE SAÚDE DA FAMÍLIA SÃO DOMINGOS

LIMITES COMUNIDADE VILA NOVA

COMUNIDADE VILA NOVA

UNIDADE DE SAÚDE

ESCOLA MUNICIPAL GABRIEL D'ANUNCIO STRAPASSON

CMEI / ESCOLA / COLÉGIO / CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

C

R

A

S

UNIDADE ESTRATÉGICA

CRAS

DE SAÚDE DA FAMÍLIA SÃO DOMINGOS

UNIDADE DE SAÚDE C

C

R

A

S

CRAS

R

A

S

COLÉGIO ESTADUAL JÚLIA CAVASSIN

ESCOLA MUNICIPAL GABRIEL D'ANUNCIO STRAPASSON

CRAS ROÇA GRANDE

LEGENDA: LIMITES COMUNIDADE VILA NOVA Relatório socioeconômico ViLA NOVa 2017

UNIDADE DE SAÚDE

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Sobre a VILA NOVA Ações já realizadas pelo TETO O TETO já vem desenvolvendo trabalhos dentro da comunidade da Vila Nova. Foram realizados dois eventos de construção de moradias emergenciais, que ocorreram respectivamente em 2015 e 2016, totalizando 14 casas. Também já ocorreram dois eventos de mutirões de limpeza. Além da ECO relizada em setembro de 2017 e outra em julho de 2015.

Construção do TETO na Vila Nova Out.2016 Relatório socioeconômico ViLA NOVa 2017

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População

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População Identificação de gênero

Gráfico 1.1 – Identificação de gênero na Vila Nova e no Brasil

Entre os 567 entrevistados que são residentes e domiciliados na Comunidade da Vila Nova, 48% ou 273 entrevistados são do sexo masculino, ou assim se determinam, enquanto 52% ou 294 entrevistados eram do sexo feminino, ou assim se determinam. Esse número de mulheres levemente mais alto do que o

Mulheres 52%

Homens 48%

de homens reflete o perfil populacional do Brasil como um todo, no qual 51,5% são mulheres e 48,5% homens.

Vila nova

Mulheres 51,5%

Homens 48,5%

Brasil* *Fonte para comparação: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua, IBGE, 2017.

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População Estrutura etária

Gráfico 2 – Estrutura etária da Vila Nova

A estrutura etária de uma população corresponde à sua distribuição entre os diferentes grupos de idade, conforme apresentado no gráfico 2. A partir dessa distribuição, é possível perceber se a população é predominantemente jovem (se a base inferior no gráfico for mais larga), adulta (se a porção intermediária for mais larga) ou envelhecida (se a parte superior do gráfico for maior). Como pode ser observado no gráfico, a população da Vila Nova é formada principalmente por crianças, jovens e jovens adultos, visto que 57,1% da população tem menos de 30 anos. O número de adultos entre 30 e 50 anos também é expressivo, representando 24,3% da população. Em contrapartida, o número de idosos é ainda baixo, já que apenas 4,6% apresentam 65 anos ou mais.

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Essa população relativamente

Gráfico 3 – Estrutura etária da Vila Nova comparada com outras regiões

jovem da Vila Nova contrasta com o perfil do restante da população de Curitiba, do Paraná e do Brasil. Como pode ser observado no gráfico 3, a população com menos de 20 anos é relativamente maior na Vila Nova quando comparada com os números municipais, estaduais e nacionais. Destaca-se os grupos de 0 a 4 anos, 5 a 9 anos e 18 a 19 anos, os quais a porcentagens da população da Vila Nova é praticamente o dobro da curitibana. Já a partir dos 30 anos, a tendência se inverte e os números de Curitiba, do Paraná e do Brasil passam a ser maiores. No grupo com 65 anos ou mais, a população da Vila Nova é apenas a metade quando comparada.

*Fonte para comparação: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua, IBGE, 2017.

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População Razão de dependência e índice de envelhecimento Como forma de entender melhor a relação entre os diferen-

Como pode ser observado no gráfico, quase dois terços

tes grupos de idade de uma população, é possível separá-los

(66,7%) da população da Vila Nova é adulta. Em seguida,

em três categorias: Jovens (0 a 14 anos), Adultos (15 a 64 anos)

temos a população jovem, representando quase um terço

e Idosos (65 anos). Entre esses grupos, é comum que se espe-

do restante (28,4%). Já a população idosa representa apenas

re que os adultos (população potencialmente ativa) tenham

4,6% do total. A partir destes dados, é possível determinar a

maiores responsabilidades sobre os jovens ainda em fase de

razão de dependência da população, que indica o peso que

estudo e sobre os idosos que já estejam saindo do mercado

os jovens e idosos representam para os adultos.

de trabalho (população dependente).

4,6% Grupo idoso acima de 65 anos

28,4% Razão de dependência jovens

Razão de dependência idosos

Razão de dependência total

Índice de envelhecimento

Vila Nova

42,5

6,8

49,4

16,1

Curitiba*

44,6

14,6

59,1

32,7

Paraná*

47,4

13,7

61,1

28,8

Brasil*

29,4

14,1

43,5

48,1

Grupo jovem até 14 anos

66,7% Grupo adulto entre 15 e 64 anos

*Fonte para comparação: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua, IBGE, 2017.

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Quanto maior for o valor da razão de dependência, maior é o peso dos dependentes sobre a população adulta. Como podemos observar na tabela, a razão de dependência total da Vila Nova é de 49,1, isso significa que para cada 100 adultos potencialmente ativos, existem 49,1 jovens ou idosos potencialmente dependentes. Esse número é menor que o valor de Curitiba (59,1) e do Paraná (61,1), porém, maior que o do Brasil (43,5).

pulação está gradativamente se tornando mais idosa. Na Vila Nova, o índice de envelhecimento é de apenas 16,1 idosos para cada 100 jovens. Esse número contrasta em muito com a realidade de Curitiba (32,7), do Paraná (28,8) e do Brasil (48,1), apontando para o fato de que a população da Vila Nova ainda está longe de se tornar idosa.

Analisando separadamente a razão de dependência de jovens e idosos, percebe-se que o maior peso sobre a população adulta vem do grupo jovem, com 42,5 contra apenas 6,8 do grupo idoso. Esse número é decorrência direta da baixa presença de idosos (apenas 4,6%) na comunidade, ou seja, podemos considerar a população da Vila Nova jovem. A razão de dependência dos idosos de apenas 6,8 presente na Vila Nova contrasta com os números de Curitiba (14,6), do Paraná (13,7) e do Brasil (14,1), que são mais altos. Já a razão de dependência dos jovens (42,5) é próxima da de Curitiba (44,6) e do Paraná (47,4), todas estas superiores ao percentual brasileiro (29,4). Por fim, outra correlação importante entre estes grupos que pode ser feita é o índice de envelhecimento, que representa a quantidade de pessoas idosas para cada grupo de 100 jovens. Quanto maior for esse índice, maior é o indicativo que a po-

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População Identificação racial Dos entrevistados, 11% se consideram da cor preta, 41% se

ou em Curitiba. Na capital do Estado, as pessoas que se identi-

consideram raça/cor branca, 46% se enxergam da raça/cor

ficam como pretas representam em torno de 3,2% contra 11%

parda, 1% da raça/cor indígena, e 1% dos entrevistados não

da Vila Nova, as pardas são 15,5% contra 46% e as brancas, em

souberam ou não quiseram responder. O gráfico 5 ilustra estes

grande número, são 79,4% contra 41% na comunidade.

dados. Comparativamente os números da Vila Nova são próximos ao perfil brasileiro, porém distantes dos encontrados no Paraná Gráfico 6 – Comparação dos dados de identificação racial

Gráfico 5 – Identificação racial da Vila Nova

11%

Preta

41%

Branca

37,8 46%

Parda Amarela (Oriental) 0% Indígena

1%

N.S. / N.R.

1% Vila Nova *Fonte para comparação: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua, IBGE, 2017.

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População Região de origem A maior parte dos habitantes entrevistados é do próprio Paraná (87%). Em seguida, o estado de São Paulo com 5% dos morado-

Ano no qual se mudou para Vila Nova Antes 2000 2001-2004 2005-2008 2009-2012 2013-2016 NS/NR

44% 8% 12% 12% 22% 2%

res e de Santa Catarina e Minas Gerais com 2%. Os estados de Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul compõem, cada um, 1% da origem dos habitantes da comunidade. Quanto ao ano de mudanças das famílias para a comunidade, a maioria (44%) mudou-se antes do ano 2000. O segundo pico de mudança aconteceu e entre os anos de 2013-2016 (22%), seguido de 2005-2008 e 2009-2012, equivalentes a 12% cada época e por último entre os anos de 2001-2004, correspondendo a 8%. Os motivos para a mudança, o principal é a possibilidade de não pagar aluguel (30%), seguida pela melhor condição de vida (27%), presença de família ou amigos na comunidade (17%) e falta de dinheiro para se manter em outro lugar (12%).

Documentação Quanto à documentação e registro dos moradores, 1,23% dos moradores não têm nenhum dos seguintes documentos: Certidão de Nascimento, Registro Geral (RG) e Cadastro de Pessoa Física (CPF). Destaca-se que 91,4% dos moradores têm Certidão de Nascimento, 73,1% têm RG, e 68% têm CPF.

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Educação

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Educação Alfabetização Conforme ilustram os gráficos ao lado, do total dos morado-

Gráfico 5 - Alfabetização (menores de 8 anos de idade).

Apenas lê

res da comunidade com 8 anos de idade ou menos, 28,2% são alfabetizados e sabem ler e escrever. 4% apenas lê, 3% apenas escreve, 4% apenas assina o próprio nome, e o restante (58,5%) são crianças que ainda não sabem nem ler nem escrever. Quanto às crianças e adolescentes entre 8 e 11 anos, os dados

Apenas escreve Apenas assina o próprio nome Não alfabetizado

são ilustrados pelo gráfico 6. Neste grupos, 95% sabem ler e escrever, 2,5% apenas assinam o próprio nome e 2,5% nem lê

Lê e escreve

nem escreve. O número de pessoas entre 8 e 17 anos não alfabetizadas na Vila Nova (4%), apesar de mais baixo que das pessoas com 18 anos

Gráfico 6 - Alfabetização (entre 8 e 11 anos de idade).

ou mais, ainda é alto se comparado com outras regiões. No Brasil, 2,4% da população em idade escolar não está alfabetizada, número que cai ainda mais no Paraná (1,1%) e em Curitiba (0,7%).

Apenas assina o próprio nome

Já quanto aos moradores de 18 ou mais anos de idade, os dados são ilustrados pelo gráfico 7. Neste grupo, 85% sabe ler

Não alfabetizado

e escrever, 8% apenas assinam o próprio nome, 2% apenas lê e 1% apenas escreve. O número de pessoas com 18 anos ou mais não alfabetizadas na Vila Nova (15%), também é supe-

Lê e escreve

rior à média brasileira (9,2%), paranaense (5,7%) e o quíntuplo da curitibana (3,3%).

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Nível escolar Quanto ao maior nível escolar atingido pelos moradores com mais de 18 anos na comunidade da Vila Nova, a amostra apresenta uma média de 1% de pessoas que completaram a pré-escola, 19% concluíram o Ensino Fundamental I (até a 4ª série/5º ano), 8% terminaram o Ensino Fundamental II (até a 8ª série/9º ano) e 13% completaram o Ensino

Gráfico 7 - Alfabetização (maiores de 18 anos de idade)

Apenas lê Apenas escreve Apenas assina o próprio nome Não alfabetizado

Médio, 2% respondeu que completou o ensino técnico e apenas 4% responderam que não chegaram a completar

Lê e escreve

nenhum nível escolar. Estes dados estão ilustrados no gráfico 8. Dos moradores que têm entre 6 e 17 anos de idade (idades

Gráfico 8 - Nível mais alto de educação completo (acima de 18 anos)

onde há a obrigação do Estado em assegurar educação às pessoas), 87% deles estão estudando atualmente, 13%, no entanto, não estão. A maior parte dos estudantes estudam em um estabelecimento de ensino municipal (64%), e 32% estudam em um estadual. Apenas 4% estudam em locais privados de educação. É relevante notar que 63% das pessoas com 18 ou mais anos ainda não completou o ensino fundamental. As pessoas que apenas completaram o fundamental correspondem a 28%, enquanto 12% tem o ensino médio incompleto

Ensino técnico Ensino médio Ensino Fundamental II (até a 8ª série/9º ano) Ensino Fundamental I (até a 4ª série/5º ano) Pré-escola Não completou nenhum nível escolar

e apenas 13% têm o ensino médio completo. Os níveis de

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Os dados apontam para a necessidade de ações de redução do déficit educacional na comunidade da Vila Nova.

escolaridade posteriores são ainda mais baixos, 3% apresentam ensino técnico incompleto ou completo, 1% apresenta ensino superior incompleto e apenas um morador, dos 567 entrevistados, possui superior completo. De modo geral, esses dados apontam para a necessidade de ações de redução no déficit educacional da comunidade. O número de jovens entre 8 e 17 anos ainda não alfabetizados (5,4%) é alto se comparado à média nacional (2,4%) e principalmente com a curitibana (0,7%), o que aponta para a relevância de ações para reduzir esse atraso. Já na população com 18 anos ou mais, a maioria (50,6%) sequer tem o ensino fundamental completo e apenas 13% completaram o ensino médio. Esses dados, somado a dados referente a idade da população da Vila Nova, trazem a importância de ações no campo da Educação de Jovens e Adultos (EJA) para a diminuição do déficit educacional dessa população. Por fim, ações que aumentem a inclusão dos moradores e moradoras da Vila Nova em cursos técnicos e superiores também são necessárias, visto que apenas 2% possuem ensino técnico e apenas uma pessoa possui superior completo.

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Educação Razões para abandono dos estudos

Gráfico 9 – Motivos para abandonar os estudos

É importante que ações para diminuir o déficit educacional na Vila Nova levem primeiramente em consideração as razões pelas quais as pessoas interromperam seus estudos. Entre as pessoas com 18 anos ou mais, os quatro principais motivos para interrupção dos estudos foram a falta de tempo em decorrência da necessidade de trabalhar (45%), a falta de interesse (20%), a distância elevada e a dificuldade de transporte (9%) e a maternidade ou paternidade (8%). Voltar a estudar é uma vontade de 62,4% dos moradores, dentre esses que possuem interesse, 34% querem voltar ao ensino regular, 18% ao ensino profissionalizante, e 4% a algum outro tipo de ensino/educação.

Local de estudo Quanto à distância de casa ao local de estudo, 50% dos moradores consideram que os estabelecimentos de ensino estão perto de seu local de moradia, 23% consideram nem perto nem longe, e 27% afirmaram morar longe deles. Em relação ao tempo que os moradores levam para chegar ao local de estudo, é em média 4 minutos, e o principal meio de transporte utilizado para chegar aos estabelecimentos de ensino são a pé ou bicicleta (88%). Relatório socioeconômico ViLA NOVa 2017

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Trabalho e renda

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Trabalho e renda Emprego

Gráfico 10 – Taxa de desempregado de pessoas com 18 anos ou mais na Vila Nova comparada com outras regiões

A porcentagem de moradores da comunidade que têm 18 ou mais anos de idade e que está atualmente empregada é de 60%. O índice de pessoas com menos de 18 anos e que trabalham é de 3% (6 pessoas). A taxa de desemprego (gráfic0 10), formada pela quantidade de pessoas que não trabalham e estão procurando emprego, corresponde a 17% da população da Vila Nova. Esse número é superior à taxa nacional (11,7%), do estado do Paraná (7,7%) e da cidade de Curitiba (9,6%). Quanto à formalização do trabalho (gráfico 11), 52% dos tra-

Vila Nova *Fonte para comparação: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD, IBGE, 2017.

balhadores tem carteira assinada, 13% são empregados sem carteira e 35% são autônomos ou trabalham esporadicamente com “bicos”. O número de mulheres com carteira assinada

Gráfico 11 – Nível de formalização do trabalho

(64%) é superior ao de homens (43%).

Total

52%

Homens

43%

Mulheres

64% Com carteira assinada

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13%

35%

15%

42% 10%

Sem carteira assinada

26%

Autônomo / Bicos

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Gráfico 12 – Motivos para não procurar trabalho

Razões para não buscar emprego Entre os moradores maiores de 18 anos e que não estão trabalhando, 68% não procurou trabalho nos três meses anteriores à ECO. Entre as razões para isto, 26% está aposentado, 22% citou as tarefas do lar como motivo, 22% tem alguma deficiência ou está doente, 21% não tem com quem deixar os filhos, 3% está estudando, 1% cansou de procurar, e outros 14% citaram outros motivos. 4% não soube ou não quis responder.

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Trabalho e renda Renda

2% 3%

Dos moradores acima de 18 anos, 37% recebem um salário mínimo ou mais, 2% recebem entre R$ 601 e R$ 934, 3% entre R$ 301 e R$ 600, e 47% não recebem nada ou recebem abaixo de R$ 300. Segundo o IBGE, em 2015, o salário médio mensal era de 4

47%

salários mínimos, que neste ano era R$ 788,00. O percentual da população com rendimento mensal per capita de até 1/2 salá-

37%

rio mínimo na região de Curitiba foi 26,9%, sendo que a mesma renda na comunidade da Vila Nova, no ano de 2017, é de 47%. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 55.7%, sendo que na comunidade de Vila Nova equivale a 63%.

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10%

30


52% dos habitantes da Vila Nova com mais de 18 anos não possuem uma renda mensal ou ela é inferior ao salário mínimo.

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Trabalho e renda Local de Trabalho

Outras informações quanto à renda

Em relação ao tempo que os moradores que trabalham le-

vam para chegar ao local de trabalho, 72% leva menos de 10 minutos, 14% demora de 11 a 30 minutos, 8% entre 31 a 60 minutos, 4% levam mais de uma hora, 1% leva mais de duas

financiamento. •

tos de trabalho é caminhando ou de bicicleta (30%). 36% vai

faltará dinheiro. •

Nos três meses anteriores à ECO1709, 38% dos moradores gastaram mais do que receberam. 55% gastaram o dinhei-

de transporte público, 2% de transporte coletivo privado,

ro exato que receberam.

28% de transporte privado e 3% dos entrevistados não souberam ou não quiseram responder.

Nos três meses anteriores à ECO1709, 13% dos moradores deixaram de fazer alguma refeição durante o dia pois

horas e 1% não sabem ou não quiseram responder. O principal meio utilizado para chegar aos estabelecimen-

42% dos moradores possuem algum tipo de dívida ou

Entre os que gastaram mais do que receberam, 25% fizeram dívidas ou empréstimos para cobrir a falta de

Auxílios

dinheiro, e 30% fizeram bicos.

Moradores inscritos no Cadastro Único do governo federal somam 39%. Quanto ao recebimento de algum benefício fixo do governo, a marca atinge 18% da população da comunidade. Destes, 23%recebem do programa Bolsa-família, 2% recebe auxílio-desemprego e 2% afirmaram receber outro tipo de auxílio do governo. Destaca-se que 82% afirmaram não receber nenhum tipo de auxílio.

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Saúde

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Saúde Atendimento médico Os moradores da Comunidade que citaram ter

pé e bicicleta (68%). 11% usa transporte público,

Todos esses resultados são baseados nas infor-

18% transporte privado, 2% transporte coletivo

mações fornecidas pelas pessoas que responde-

privado, e 1% não respondeu.

ram as enquetes, ou seja, são auto declaratórios

ido a algum posto de atendimento à saúde nos três meses anteriores à ECO1709 somaram 24% da amostra, onde o restante (76%) citou não ter frequentado. Consideram que os locais de atendimento à saúde estão perto de seu local de moradia 42% dos moradores. Já 58% não consideram nem perto nem longe. Nenhum morador considerou morar longe de atendimento à saúde, conforme indicado no gráfico abaixo.

e podem não representar a realidade do diagnós-

Doenças

tico.

Para medir uma das interferências da falta de

Dependência química

saneamento básico adequado nas comunidades precárias, o TETO relaciona a diarréia como um

Em relação a dependências químicas, 17% dos

dos indicadores de saúde pública. Sendo assim,

moradores afirmaram fumar cigarros, 1% afirmou

nos três meses anteriores à ECO1709, 5% dos

ter dependência de álcool, e 1% dependência de

moradores da comunidade afirmaram ter tido

drogas. Os outros 81% dos moradores afirmaram

diarréia.

não ter nenhum tipo de dependência química. As-

Sobre doenças crônicas que atingem os morado-

Local de atendimento

res da comunidade: 80% deles não têm nenhum tipo de doença, 10,7% têm hipertensão, 5,6%

Em relação ao tempo que os moradores que tra-

diabetes, 1,4% obesidade, 0,77% câncer, 3,2% de-

balham levam para chegar a um local de atendi-

pressão, 3,7% doenças renais, e 4,6% afirmou ter

mento à saúde, 11% levam menos de 10 minutos,

outros tipos de doenças crônicas.

sim como os demais dados da ECO, essas informações são prestadas por declaração dos próprios respondentes, de modo que é possível que alguns moradores não tenham se sentido a vontade de apontar o consumo dessas substâncias.

62% demora de 11 a 30 minutos, 16% entre 31 a 60 minutos, 9% leva mais de uma hora e 2% não

Nos trinta dias anteriores à ECO1709, 79% dos mo-

soube ou não respondeu.

radores não tiveram nenhum tipo de problema respiratório. 13% tem rinite alérgica, 3% asma,

Os principais meios de transporte utilizados para

4,4% bronquite e 0,4% enfisema pulmonar e 2,3%

chegar aos locais de atendimento à saúde são: a

outros tipos de problemas.

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Moradia

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Moradia Tipos de moradia

Gráfico 6.1 – Tipos de moradia da Vila Nova

O tipo de moradia mais comum na Vila Nova são as casas de alvenaria (49%). Em seguida estão as formadas por retalhos (21%), ou seja, restos de madeira e outros materiais reapro-

21%

Retalhos

veitados. As casas construídas com maderia própria para construção são 18% e outros 12% são mistos destes materiais ou de outros tipos. Do total de moradias visitadas, percebe-se a média de 5 cômodos por casa, sendo uma média de 2 dormitórios, obtendo-se uma média de 57m² e 3,3 pessoas por casa.

Casas de alvenaria/bloco

Madeira própria para construção

49%

18%

Casas do TETO na comunidade

14 casas Misto ou outros

Relatório socioeconômico ViLA NOVa 2017

12%

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Moradia

9% 24% 65%

Fornecimento de serviços públicos

1%

O abastecimento de água às moradias na comunidade é, em

1%

sua grande maioria (65%), realizado regularmente. 24% utili-

1%

Gráfico 16 De onde obtém a àgua?

za abastecimento irregular (“gato”), 9% das moradias fazem uso de relógio de medição coletiva (rateio), 1% não sabe ou não quis responder que tipo de abastecimento de água utili-

49%

za, conforme indica o gráfico abaixo (Gráfico 16).

49%

Todas as casas pesquisas possuiam energia elétrica. Em torno da metade (49%) tem o fornecimento regular e paga conta de luz, enquanto a outra metade (49%) tem fornecimento

1%

Gráfico 17 Possui energia elétrica?

1%

irregular (“gatos”). Com relação a esgotamento sanitário, 56% das moradias têm

56%

destinação do esgoto doméstico a céu aberto (esgoto vai direto para o córrego), enquanto 34% utilizam a rede pública de esgoto fossas ou buracos no terreno (gráfico 18).

34% 0,5%

Gráfico 18 Como é o despejo do esgoto?

3%

O descarte do lixo é realizado principalmente em um ponto

0,5%

de coleta na comunidade, o que totaliza 55% de todo o des-

5%

carte. Já 45% das moradias tem o lixo coletado em frente à casa, 3% queima o lixo produzido e 3% recicla (gráfico 19). 55% 45%

Gráfico 19 Como é descartado o lixo?

3% 3% Relatório socioeconômico ViLA NOVa 2017

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Comunidade

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Comunidade Problemas judiciários

Gráfico 20 - Problemas judiciários

Com relação a problemas na Justiça, 44% dos moradores não tem problema, 26% têm problemas judiciais como “nome sujo”, 10% tem processos trabalhistas, 9% tem algum histórico penal, 5% tem divórcio litigioso, 2% tem problemas com o Conselho Tutelar, 1% tem problemas no JEC, e 3% alegam ter outros tipos de problemas na justiça, conforme ilustra o gráfico 20.

Processo de remoção Dos moradores da comunidade do Vila Nova, 7% já sofreu processo de remoção de alguma comunidade e os outros 93% não sofreram. Daqueles 7%, 53% foi devido a reintegração de posse dos terrenos ocupados, 20% foi por notificação da Defesa Civil, 20% por expulsão ou remoção sem justificativa, e 7% foi devido a obra da Prefeitura ou Plano de Urbanização. Pontua-se que 82% das famílias que sofreram remoção não tiveram nenhum auxílio para se reestabelecerem em outro local, 12% não soube responder e 6% diz que teve algum outro tipo de auxílio (que não auxílio aluguel, cheque despejo ou programa habitacional).

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Comunidade Problemas da comunidade

Gráfico 21 – Problemas relacionados à infraestrutura apontados pelos moradores da Vila Nova.

O gráfico 21 apresenta os principais problemas referentes à infraestrutura relatados pelos moradores da Vila Nova. Como pode ser observado, a falta de pavimentação nas ruas (47%), a falta de saneamento adequado em boa parte das casas (39%) e o excesso de sujeiro e lixo nas ruas (35%) são as três principais preocupações. Em seguida, a ocorrência de alagamentos (22%), a falta de equipamentos de lazer (19%) e de iluminação pública adequada (13%) também são problemas frequentemente citados.

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A falta de pavimentacãO, DE SANEamento E O EXCESSO DE SUJEIRA E LIXO são os 3 principais problemas apontados pelos moradoes.

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A preocupação com a falta de saneamento é reflexo direto da presença na comunidade de uma grande área de esgoto a céu aberto, região chamada pelos moradores de “barroca”. A sua canalização é um sonho de grande parte das pessoas que moram nesta parte da comunidade, já que o impacto dela na qualidade de vida das pessoas é muito negativo.

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Já o gráfico 22 também apresenta outros problemas apontados pelos moradores,

Gráfico 22 – Problemas não relacionados à infraestrutura apontados pelos moradores da Vila Nova.

mas nesse caso não ligados apenas a questões de infraestrutura física. Os três principais problemas apontados são o atendimento ruim ou demorado nos centros de saúde (58%), o tráfico de drogas (42%) e a violência e falta de segurança na comunidade (33%).

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Comunidade Colaboração comunitária

Expectativas

Quanto a ajuda entre os vizinhos, 33% das pessoas afirmaram

Comparando três anos antes (da ECO1709), 67% dos entre-

que os vizinhos não os ajudam, 26% que os vizinhos ajudam

vistados afirmou que a comunidade estava melhor atual-

com apoio moral (conversas, escutam os problemas) e 11% que

mente do que antes, e 83% dos entrevistados acredita que a

eles ajudam com tarefas de casa. No sentido contrário, 29% da

comunidade estará melhor nos próximos três anos (depois

população afirmou que ajuda os vizinhos com as coisas que

da EC01709).

eles necessitam (roupas, comidas), 27% disse que ajuda com apoio moral e 16% disse que ajuda com tarefas da casa.

Líder e projetos comunitários Quando perguntados se existe alguma pessoa que represente os moradores da comunidade, 71% dos moradores disseram “Sim”, 21% afirmou não haver um líder comunitário e 8% não soube ou não quis responder. Quanto à participação da população local em reuniões da associação de moradores, 49% disse ter participado de uma reunião nos últimos 12 meses anteriores à ECO1709, e 51% disse não ter participado. Com relação aos projetos realizados pela associação de moradores, 39% da população afirma que não conhece nenhum projeto que tenha sido realizado. 32% citou projetos de infraestrutura, e menos de 5% citou, somando todas as alternativas, projetos culturais, de educação, de lazer e de saúde.

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Conclusão O presente relatório apresentou os dados recolhidos

Podemos notar que a taxa de desemprego na

durante o evento “ECO – Escutando Comunidades” realizado

comunidade é de 17%, que ao ser comparada

na comunidade da Vila Nova em Setembro de 2017. Durante o

a Curitiba (9,6%), ao Estado do Paraná (7,7%) e

evento foram entrevistadas 160 famílias, representando um

a do Brasil (11,6%), há uma discrepância muito

total de 567 pessoas. A margem de erro da pesquisa foi de 4%

grande com relação a população economica-

para cima ou para baixo.

mente ativa (PEA) na comunidade (264 pessoas)

Com base nos dados, foi possível entender melhor o perfil

e a economia da região.

Muitas famílias da Vila Nova se encontram em uma situação de grande vulnerabilidade social e econômica.

socioeconômico da comunidade, seus principais problemas

Apenas 27% dos adultos de 18 anos ou mais con-

e sonhos. Esses dados são fundamentais para a continuação

cluíram o ensino fundamental, o que nos mostra

do trabalho do TETO na Vila Nova, possibilitando uma discus-

que é necessário um incentivo maior no campo da Educação

são em conjunto com os moradores para traçar estratégias

de Jovens e Adultos (EJA) para a diminuição do déficit edu-

para tentar solucionar os problemas identificados. Além

cacional dessa população. Por fim, ações que aumentem a

disso, ter um retrato geral dos moradores também permite

inclusão dos moradores e moradoras da Vila Nova em cursos

à comunidade se enxergar como um todo, aumentando seu

técnicos e superiores também são necessárias, visto que ape-

senso de identidade.

nas 2% possuem ensino técnico e apenas uma pessoa possui

Os dados aqui apresentados, principalmente quando com-

superior completo.

parados com os números referentes à cidade de Curitiba, ao

Além disso constatamos que cerca de 21% das casas são de

estado do Paraná ou ao Brasil como um todo, permitem visu-

retalhos de madeira, o que demonstra a necessidade de polí-

alizar que muitas famílias da Vila Nova se encontram em uma

ticas públicas e de melhor infraestrutura em prol de mora-

situação de grande vulnerabilidade social e econômica.

dias melhores.

Constatamos que a população da Vila Nova pode ser conside-

Alguns dos principais problemas apresentados pelos próprios

rada jovem, pois 57,1% dos moradores entrevistados apre-

moradores diz respeito a falta de saneamento e esgotamento

sentam idades inferiores a 30 anos.

básico, a iluminação público e ao abastecimento de água. A

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preocupação com a falta de saneamento está diretamente relacionada com o esgoto a céu aberto presente na área da comunidade conhecida como barroca. A sua canalização é um sonho de grande parte dos moradores dessa área. Esses dados negativos não devem ser olhados em nenhum momento apenas sob uma ótica pessimista. Identificar claramente os problemas é o primeiro passo para desenvolver estratégias e implementar ações para mitigá-los ou até mesmo resolvê-los. Dessa forma os dados aqui apresentados são importantes para auxiliar na organização e tomada de decisões por parte da comunidade e no trabalho do TETO, do poder público e das demais instituições relacionadas ou interessadas. De modo que possamos gradativamente nos aproximar da visão que temos do futuro, formado por uma sociedade mais justa, igualitária, integrada e sem pobreza em que todas as pessoas possam exercer plenamente seus direitos e deveres e tenham as oportunidades para desenvolver suas capacidades.

Esgoto a céu aberto na área conhecida como “barroca” Relatório socioeconômico ViLA NOVa 2017

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Construção do TETO na Vila Nova Out.2016 Relatório socioeconômico ViLA NOVa 2017

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