Relatório ECO1803 | Comunidade Favorita | TETO Paraná

Relat贸rio Socioecon么mico

FAVORITA 2018

Relat贸rio socioecon么mico FAVORITA 2018

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Relatório Socioeconômico

FAVORITA

2018

Relatório com os dados obtidos pela ECO – Escutando Comunidades – realizada na comunidade Favorita (Araucária – PR) em Março de 2018.

Autores: Daniel Lima Ribeiro e Rodrigo Gonçalves Nascimento Voluntários de Diagnóstico Comunitário – TETO Marco Mazzarotto Relatórios Socioeconômicos – Diagnóstico Comunitário – TETO Larissa Petronzelli Coordenadora Diagnóstico Comunitário – TETO Laís Rocha Leão Coordenadora de Diagnóstico e Avaliação – TETO

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Sumário Introdução, 4 Sobre a Eco Metodologia, 6 Equipe, 7

Sobre a Favorita Histórico, 10 Localização, 11 Equipamentos comunitários, 12 Ações do TETO, 13

População Identificação de gênero, 16 Estrutura etária, 17 Identificação racial, 21 Origem e motivos da mudança, 22

Educação Alfabetização e nível de escolaridade, 24 Razões para interrupção dos estudos, 27

Trabalho e Renda Ocupação e taxa de desemprego, 29 Áreas de trabalho, 31 Renda, 32 Relação entre renda e gênero, 34

Relação entre renda, gênero e escolaridade, 35 Outros indicadores, 36

Transporte Locomoção para o trabalho, 38 Locomação para o estudo, 39

Saúde Atendimento médico, 41 Doenças e deficiências, 42

Moradia Tipos de moradia, 45 Características, 46 Fornecimento de serviços públicos, 47

Comunidade Relacionamento entre os moradores, 50 Problemas na comunidade, 52 Liderança e associação de moradores, 55 Sonhos, 56 Percepção e expectivas, 57

Conclusão, 59

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Introdução ESTE RELATÓRIO TEM COMO OBJETIVO apresentar os dados

Todos os dados aqui apresentados foram coletados pela apli-

obtidos em Março de 2018 durante o evento “ECO – Escutan-

cação de Enquete de Caracterização Socioeconômica (ECS),

do Comunidades”, realizado na comunidade Favorita, na

de modo a criar o perfil da comunidade em questão, levantar

cidade de Araucária, pela organização social TETO.

seus principais problemas, condições, necessidades e deman-

O TETO é uma organização internacional presente na Améri-

das, entre outros itens que serão dispostos neste relatório.

ca Latina e Caribe que atua há 10 anos no Brasil pela defesa

Entre as 398 moradias mapeadas, foram aplicadas enquetes

dos direitos das pessoas que vivem em favelas, engajando os

completas em 261, resultando em uma população da amostra

moradores e as moradoras das comunidades e mobilizando

conhecida de 886 pessoas. A margem de erro dos resultados é

jovens voluntários e voluntárias para trabalharem juntos na

de 3,6% para cima ou para baixo.

construção de uma sociedade integrada.

A seguir, os resultados são apresentados divididos em sete

Para superar a pobreza multidimensional nas comunida-

áreas: perfil da população, educação, trabalho e renda, trans-

des, o TETO desenvolveu uma metodologia de trabalho que

porte, saúde, moradia e comunidade. Sempre que possível, os

busca fortalecer as capacidades comunitárias de identidade,

resultados são comparados com os dados do Brasil e Paraná,

organização, autogestão e trabalho em rede, através de um

de modo a permitir um melhor entendimento deste diagnós-

modelo de intervenção contínuo e Programas Sociais que

tico dentro do contexto nacional e regional. Exceto quando

geram soluções concretas de desenvolvimento econômico e

indicado em contrário, o dados nacionais e regionais utiliza-

social e melhoria das condições de habitat e habitabilidade.

dos para comparação foram extraídos da PNAD – Pesquisa

Dentro deste modelo de trabalho, a ECO representa uma etapa importante no diagnóstico da comunidade, fornecendo

Nacional por Amostragem de Domicílios realizada continuamente pelo IBGE.

dados para as etapas seguintes de discussão dos problemas e proposição de soluções em conjunto com os moradores e moradoras.

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Sobre a ECO

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Sobre a ECO Metodologia FORAM MAPEADAS E CONSIDERADAS como universo amostral

Desta forma, com base no tamanho do Universo e da Amos-

398 casas. Tal universo consiste em todas as casas mapea-

tra coletada, considerando a não aplicação de questionário

das pela equipe de Mapeamento – subárea de Diagnóstico e

em 29,65% do Universo, conclui-se que, para estes dados es-

Avaliação do TETO Paraná, excluídos os imóveis desocupados

tatísticos, deve-se considerar margem de erro de 3,6 pontos

constatados nos três dias de coleta amostral (25 imóveis).

percentuais para mais ou para menos, dos dados coletados.

Dentro do universo amostral foram aplicadas 280 enquetes,

Os parâmetros do TETO Brasil estabelecem o cumprimento

das quais 261 completas e 19 recusadas (o equivalente a

de margem de erro de 3 a 5 pontos percentuais. Sendo assim,

70,35% da comunidade). Devido a limitação de tempo estabe-

garante-se que esta amostra de informações cumpre os re-

lecida para a execução do evento, 143 casas do universo não

quisitos estabelecidos pela Instituição nacionalmente e que

foram visitadas.

tais dados estatísticos representam com segurança o perfil

A área de análise foi dividida em 12 zonas territoriais, das quais 9 foram visitadas e completas. As 143 casas do univer-

da comunidade Favorita em Araucária (Paraná) na época de sua aplicação (mês de Março de 2018).

so que não foram visitadas compreendiam as zonas 1, 2 e 3. Desta forma, ao refazer a pesquisa em período de tempo futuro, poderão ser comparados os dados da mesma área de atuação.

Considerou-se 95% o nível de confiança da pesquisa pois não foram utilizados métodos de correção de estimativa, referentes aos parâmetros do universo utilizado como a concentração da amostra, homogeneidade, distribuição e possibilidade de inclusão no caso de recusa ao responder.

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Sobre a ECO Equipe

CTs (Chefes de Trabalho Massivo)

Equipe Médica

Isabela Pavan, Isabelle de Oliveira, Isabelly de Oli-

Fernanda Gonçalves e Luís Cervi

Paula Naomi Chihara

veira, Jefferson Jacob, Jéssica de Oliveira Carnieri, João Victor Coutinho Carvalho, Juliett Ribas Assis,

CEs (Chefes de Escola):

Comunicadores

Kaiana Hubler Mosko, Laís Rocha Leão, Leonardo

Miguel Carvalho e Nataly Falavinha

Aline Sanches e Milena Aparecida Chaves

Batistella Favretto, Letícia Andrade Staut Nunes, Leticia Petronzelli Mariano, Luciana Matos Dos

Mapeadores

Voluntários

Santos, Luciana Ribas, Luidi Riyuiti Takakura,

Everton Bortolini e Fernando Augusto Lenz

Aline Cardoso de Bitencourt, Andressa Da Rosa,

Luísa Comim Nascimento, Maria Eduarda Dircksen

Arthur Gomes, Bárbara Tramontina, Beatriz Marins

Aguiar, Mariana do Rocio Ferreira, Marina Bonat-

Intendentes

Corrêa de Sá, Beatriz Siqueira Paiva, Beatryz da

to, Marluce Reque, Matheus Carvalho Cirilo da

Beatriz Pontes, Fernando Souza Junior e Robson

Costa Schneider, Bianca Mendonça Rodrigues,

Silva, Mayara Karolina Pazdziora, Nayara Miranda

Akio Ishii

Caio Augusto Mouchbahani Growoski, Caio Pa-

de Paula, Osni de Melo Martins Junior, Rodrigo

rahyba Ravagnani, Carla Vieira Pontes, Carolina

Gonçalves Nascimento, Rudson Romero Robert,

Líderes

Chinen Machado, Caroline Moriya, Cibele Marques

Taynara Camargo dos Reis, Taysla Farias, Thaiza

Ana Paula dos Santos Cerdeiro, Camila Dal Pra

Souza, Daymont Correia Castilho, Diego José Ribei-

Ramos Castro, Tore Oevsteboe Naess, Vânia Cris-

Soek, Fernanda Dos Reis Jacinto, Isabella Bonatto,

ro, Eduardo Kichileski Pinheiro, Fabio Yamanaka

tina Ferreira Bandeira, Vítor Flores, Wanderson

Larissa Petronzelli, Leticia Mota, Matheus Henri-

Hideo, Fernanda Andrade Staut Nunes, Fernanda

Hartmann e Yasmin dos Santos Silva.

que Cruzara e Pedro Marçal Marques

Carla Martins Veronezi, Fernanda Stadler, Francisco Dalla Stella Neto, Gabriela Moreira Nunes,

Líder de Enquete

Gabrielli Stocki Biss, Giovanna Marciano Cielo,

Carol Liz Stadler

Igor Furukita Baptista, Isabela Croco Nizzola,

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Voluntários da ECO 2018

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Sobre a FAVORITA

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Sobre a FAVORITA A FAVORITA É UMA FAVELA URBANA situ-

de legislação urbanística municipais,

ada no bairro Capela Velha, em Araucária

estaduais e federais.

– Paraná, cercada pelas ruas Avestruz, Coleiros, Sônia Bodziak e Alfredo Rodrigues.

Os principais desafios enfrentados atualmente na comunidade são a falta

Segundo dados da COHAPAR, a comuni-

de iluminação pública, de saneamento

dade existe a aproximadamente nove

básico e asfalto, bem como problemas de

anos, no entanto, segundo informações

esgotamento sanitário.

de moradores da comunidade, ela existe a doze anos e seu período de maior crescimento foi entre 2016 e 2017, estando em 2018 ainda em grande expansão.

O fornecimento de energia elétrica e o abastecimento de água se dão de maneira irregular e o esgoto é a céu aberto, havendo encanamentos improvisados

A propriedade do terreno é privada e

por meio de manilhas e seu despejo dire-

estima-se que existam cerca de 400 do-

to no córrego.

micílios na comunidade, sendo a maior parte das edificações de madeira.

A comunidade está localizada, em partes, sobre Área de Preservação Ambiental e uma pequena faixa da área encontra-se em Área de Preservação Fundo de Vale – APFV. Além disso, algumas residências estão localizadas à margem de curso de água, em distância inadequada de acordo com as previsões ambientais e

Não há iluminação pública, a iluminação existente foi instalada pelos próprios moradores da comunidade.

Atualmente a associação de moradores vem tomando maior representatividade e força, focando seu trabalho na regularização e tudo que a norteia, já havendo negociações com advogado para seguimento do processo.

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Sobre a FAVORITA

CAMPO LARGO

Localização

CURITIBA

FAVORITA

A comunidade da Favorita se localiza no Bairro Capela Velha, região nordeste da cidade de Araucária, na

SÃO MIGUEL

região metropolitana de Curitiba.

BALSA NOVA

BARIGUI

THOMAZ COELHO CAPELA VELHA PASSAÚNA

CHAPADA ESTAÇÃO

BOQUEIRÃO

PORTO LARANJEIRAS

FAZENDA VELHA

SABIÁ

TINDIQUERA

VILA NOVA

CACHOEIRA

CENTRO

ARAUCÁRIA

IGUAÇU

COSTEIRA

ESTAÇÃO CAPELA VELHA PASSAÚNA

CAMPINA DA BARRA

FAZENDA RIO GRANDE

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CONTENDA

11

Sobre a FAVORITA Equipamentos comunitários

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8 - CMEI Califórnia

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Ra

R. Ga

7 - Centro de Saúde CAIC

R.

UNIDADE DE SAÚDE

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2 - CRAS Industrial

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R. Faixa Adutora

47

10 - Capela São João Ba sta 11 - Congregação Cristão no Brasil

6

IGREJA

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Machado Pinto - Caic

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4 - Escola Municipal Professora Elvira de Franco

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1 - Escola Municipal Ayrton Senna da Silva

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COMUNIDADE FAVORITA

3 - Escola Estadudal Agalvira B Pinto

6 - Escola Municipal Professora Egle Cordeiro

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CMEI / ESCOLA / COLÉGIO / CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

5 - C E Lincoln S Coimbra - EFM

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LEGENDA:

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BOSQUES E PARQUES 9 - Bosque Sol Nascente

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Av. dos Pinhei

rais

12

Ações já realizadas pelo TETO •

Construção de 12 moradias em dezembro de 2017.

•

Realização da ECO (Escutando Comunidades) em março de 2018.

•

Mutirão de Limpeza em março de 2018.

•

Início das atividades da equipe fixa em março de 2018.

•

Oficina sobre regularização fundiária e reintegração de posse, julho 2018.

•

Construção da sede comunitária prevista para setembro de 2018.

Construção do TETO na Favorita Dezembro 2017

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Oficina regulamentação fundiária e reintegração de posse Julho 2018

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POPULAÇÃO

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POPULAÇÃO Identificação de gênero

Gráfico 1 – Identificação de gênero na Favorita e no Brasil

Das 886 pessoas abrangidas pela enquete, 461 (52%) foram identificadas como mulheres, 423 (47,8%) como homens, 1 (0,1%) como outro e 1 (0,1%) não soube ou não quis responder. A identificação foi feita pela autodeclaração do entrevistado ou entrevistada, ou, no caso de ele não estar presente, pelas informações dadas pelas demais pessoas residentes na mesma moradia.

Mulheres 52%

Homens 47,8%

Esse número de mulheres levemente mais alto do que o de homens reflete o perfil populacional do Brasil como um todo, no qual 51,6% são mulheres e 48,4% homens.

Favorita

Mulheres 51,6%

Homens 48,4%

Brasil* *Fonte para comparação: IBGE – PNAD 2017

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População Estrutura etária

Gráfico 2 – Estrutura etária da Favorita

A estrutura etária de uma população corresponde à sua distribuição entre os diferentes grupos de idade, conforme apresentado no gráfico ao lado. A partir dessa distribuição, é possível perceber se a população é predominantemente jovem (se a base inferior no gráfico for mais larga), adulta (se a porção intermediária for mais larga) ou envelhecida (se a parte superior do gráfico for maior).

Como pode ser observado no gráfico, a população da Favorita é formada principalmente por crianças, jovens e jovens adultos, visto que 62,9% da população tem menos de 30 anos.

O número de adultos entre 30 e 50 anos também é expressivo, representando 26,3% da população. Em contrapartida, o número de idosos é baixo, já que apenas 2,5% apresentam 65 anos ou mais.

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Essa população relativamente jovem da Favorita contrasta

Gráfico 3 – Estrutura etária da Favorita comparada com outras regiões

com o perfil do restante da população do Paraná e do Brasil.

Como pode ser observado no gráfico ao lado, a população com menos de 35 anos é relativamente maior na Favorita quando comparada com os números estadual e nacional.

Principalmente nos grupos de 0 a 14 anos, já que as porcentagens da população da Favorita nesta idade podem chegar praticamente o dobro do estado do Paraná ou do Brasil.

Já a partir dos 35 anos, a tendência se inverte e os do Paraná e do Brasil passam a ser maiores. Nos grupos de 50 a 54 anos são o dobro, e nos grupos de 60 anos ou mais são praticamente três vezes maior.

*Fonte para comparação: IBGE – PNAD 2017

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Razão de dependência e índice de envelhecimento Como forma de entender melhor a relação entre os diferen-

Como pode ser observado no gráfico, quase dois terços

tes grupos de idade de uma população, é possível separá-los

(63,1%) da população da Favorita é adulta. Em seguida,

em três categorias: Jovens (0 a 14 anos), Adultos (15 a 64 anos)

temos a população jovem, representando quase o um terço

e Idosos (65 anos). Entre esses grupos, é comum que se espe-

restante (34,4%). Já a população idosa representa apenas

re que os adultos (população potencialmente ativa) tenham

2,5% do total.

maiores responsabilidades sobre os jovens ainda em fase de estudo e sobre os idosos que já estejam saindo do mercado

A partir destes dados, é possível determinar a razão de dependência da população, que indica o peso que os jovens e

de trabalho (população dependente).

Gráfico 4 – Grupos de idade da Favorita

Idosos (65 anos ou mais)

2,5%

Razão de dependência jovens

Razão de dependência idosos

Razão de dependência total

Índice de envelhecimento

Favorita

54,6

3,9

58,5

7,2

Paraná*

27,9

14,2

42,1

50,9

Brasil*

29,5

14,4

43,9

48,8

Jovens (0 a 14 anos)

34,4%

Adultos (15 a 64 anos) *Fonte para comparação: IBGE – PNAD 2017

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63,1%

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idosos representam para os adultos. Quanto maior for o valor

Na Favorita, o índice de envelhecimento é de apenas 7,2 ido-

da razão de dependência, maior é o peso dos dependentes

sos para cada 100 jovens. Esse número contrasta em muito

sobre a população adulta. Como pode ser visto na tabela, a

com a realidade do Paraná (50,9) e do Brasil (48,8), apontando

razão de dependência total da Favorita é de 58,5, isso signifi-

para o fato de que a população da Favorita ainda está longe

ca que para cada 100 adultos potencialmente ativos, existem

de se tornar idosa.

58,5 jovens ou idosos potencialmente dependentes. Esse número é maior que o do Paraná (42,1) e do Brasil (43,9).

Analisando separadamente a razão de dependência de jovens e idosos, percebe-se que o maior peso sobre a população adulta vem do grupo jovem, com 54,6 contra apenas 3,9 do grupo idoso. Esse número é decorrência direta da baixa presença de idosos (apenas 2,5) na população da Favorita.

A razão de dependência dos idosos de apenas 3,9 presente na Favorita contrasta com os números do Paraná (14,2) e do Brasil (14,4), que são mais altos. A razão de dependência dos jovens (54,6) é bastante superior quando comparada a do Paraná (27,9) e do Brasil (29,5).

Por fim, outra correlação importante entre estes grupos que pode ser feita é o índice de envelhecimento, que representa a quantidade de pessoas idosas para cada grupo de 100 jovens.

Quanto maior for esse índice, maior é o indicativo que a população está gradativamente se tornando mais idosa.

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População Identificação racial Assim como a questão referente ao gênero, a identificação

Comparativamente (gráfico 6), os números da Favorita são

racial se deu por autodeclaração. Na Favorita, 10,3% da po-

próximos ao perfil brasileiro, porém distantes dos encon-

pulação (91 pessoas) foram identificadas como pretas, 42,2%

trados no Paraná. No Paraná, as pessoas que se identificam

(374 pessoas) como pardas e 42,9% (380 pessoas) como bran-

como pretas representam em torno de 3,67% contra 10,3%

cas. Em números reduzidos, 1,35% (12 pessoas) são orientais

da Favorita, as pardas são 28% contra 42,2% e as brancas, em

e 0,8% (7 pessoas) indígenas.

grande número, são 67,23% contra 42,9% na comunidade.

Gráfico 6 – Comparação dos dados de identificação racial

Gráfico 5 – Identificação racial da Favorita

*Fonte para comparação: IBGE – PNAD 2017

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População Região de origem A grande maioria dos moradores da Favorita são originários da região Sul (81,7%), sendo 77,9% do Paraná e apenas 3,2% de Santa

Ano no qual se mudou para Favorita Antes 2000 2001-2004 2005-2008 2009-2012 2013-2016 NS/NR

4% 3% 10% 23% 58% 3%

Catarina. Há também pessoas oriundas da região Sudeste (8,5%), principalmente do estado de São Paulo (6,1%). Das demais regiões, 4,3% vem do Nordeste, 3,8% do Norte e 1% do Centro-oeste.

Uma pequena taxa é originária do estrangeiro (0,2%).

Quanto ao ano de mudanças das famílias para a comunidade, o pico ocorreu entre 2013-2016, com 58% das mudanças, seguido por 2009-2012 (23%) e 2005-2008 (10%).

Quanto aos motivos para a mudança (gráfico 7), o principal é a possibilidade de não pagar aluguel (47,9%), seguida pela presença de família ou amigos na comunidade (15,7%), melhores condições de vida (13,8%) e falta de dinheiro (11,1%).

Gráfico 7 – Motivos para mudar para a Favorita

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EDUCAÇÃO

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23

Educação Alfabetização e nível de escolaridade Entre as pessoas com 8 anos ou mais, a taxa de alfabetizados

Assim como ocorre no cenário nacional, a maior quantidade

na comunidade da Favorita é de 94,4%. Isso significa que os

de analfabetos se encontra entre as pessoas que já passaram

5,6% restantes ainda não aprenderam a ler e/ou escrever

da idade escolar. Na Favorita, 4,3% das pessoas entre 8 e 17

(Gráfico 8). Observando o gráfico 9, percebe-se que a porcen-

anos ainda não aprenderam a ler ou escrever, número que

tagem de analfabetos é inferior à média brasileira (8%), mas

aumenta para 6% na população com 18 anos ou mais.

levemente acima da média paranaense (4,9%).

Gráfico 9 – Taxa de analfabetismo da Favorita comparada com outras regiões.

Gráfico 8 – Taxa de alfabetização da Favorita (8 anos ou mais)

5,6% não alfabetizadas

94,4% alfabetizados

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24

O número de pessoas na idade escolar (entre 8 e 17 anos) que

Gráfico 10 – Nível escolar mais alto completo pela população com 18 anos ou mais

não são alfabetizadas na Favorita (4,3%), apesar de ser mais baixo que das pessoas em idade adulta (acima de 18 anos), ainda é alto se comparado com outras regiões. No Brasil, 2,4% da população em idade escolar não está alfabetizada, número que cai ainda mais no estado (1,1%).

Os adultos não alfabetizados seguem o padrão do total da população – a média da Favorita (6,1%) é levemente superior à média do Paraná (5,7%), mas bem inferior à média nacional (9,2%).

Quanto ao nível de escolaridade da população (gráfico 10), é relevante notar que 53,2% da população adulta ainda não completou o ensino fundamental. 8,4% dos moradores completaram o ensino fundamental, 12,2% possuem ensino médio incompleto e 19,1% possuem como grau máximo o ensino médio completo. Os níveis de escolaridade posteriores são ainda menores, uma vez que 1,7% possui ensino técnico (completo ou incompleto), 1,3% possui ensino superior incompleto e outros 1,3% completaram o ensino superior.

Esse déficit educacional em cada um dos níveis escolares é melhor representando no gráfico 11. Como pode ser observado, 22,4% das pessoas com 18 anos ou mais não terminaram o Ensino Fundamental I (4º sério ou 5º ano completos), número que sobe para 50,3% no caso do ensino fundamental comple-

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

25

“

Os dados apontam para a necessidade de ações de redução do déficit educacional na comunidade da Favorita.

Gráfico 11 – Déficit escolar na comunidade da Favorita

to (8º série ou 9ºano). Quanto ao ensino médio, considerando

(1,1%), o que mostra a importância de medidas para a redução

a população com 19 anos ou mais, 80,7% não o concluiram.

desse atraso.Quanto a população adulta, mais da metade se-

No caso do ensino superior, 98,4% das população com 23

quer completou o ensino fundamental e pouco menos de 20%

anos ou mais não possui um diploma de graduação.

concluiu o ensino médio. Assim, ações no campo da Educação de Jovens e Adultos (EJA) se mostram importantíssimas para a

Esses dados apontam, portanto, para a necessidade de ações

diminuição do déficit educacional na população adulta. Além

de redução do déficit educacional da comunidade. O número

disso, ações que aumentem a inclusão dos moradores e mo-

de jovens na idade escolar (entre 8 e 17 anos) ainda não alfa-

radoras da Favorita em cursos técnicos e superiores também

betizados (4,3%) é quase o dobro quando comparado à média

são necessárias, visto que apenas 2,6% possuem algum tipo

nacional (2,4%) e quase o quádruplo da média paranaense

de especialização, seja técnico ou superior.

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Educação Razões para abandono dos estudos

Gráfico 12 – Motivos para abandonar os estudos

É importante que ações para diminuir o déficit educacional na Favorita levem primeiramente em consideração as razões pelas quais as pessoas interromperam seus estudos.

Entre as pessoas com 18 anos ou mais, os cinco principais motivos para interrupção dos estudos foram a falta de tempo em decorrência da necessidade de trabalhar (36,2%), a falta de interesse (19%), a maternidade ou paternidade (14,1%), a necessidade de ajudar nas tarefas do lar (5,2%) e a falta de dinheiro (4,1%).

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TRABALHO E RENDA

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Trabalho e renda

Gráfico 13 – Porcentagem de trabalhadores e não trabalhadores com 18 anos ou mais

Emprego Dos 525 moradores da Favorita com 18 anos ou mais que responderam à enquete, 276 (52,6%) estavam trabalhando no momento, enquanto 247 (47,1%) não estavam. Destes últimos, 130 (24,8%) não estavam procurando emprego e 117 (22,3%) estavam. Dois moradores (0,4%) não responderam ou não souberam responder (gráfico 13).

A partir do número de pessoas que não estão trabalhando, mas estão procurando emprego, é possível definir a taxa de desemprego da população (gráfico 14). Como pode ser observado no gráfico, na Favorita este número é de 29,8% da população, valor mais alto que a taxa de desemprego do Brasil como um todo (12,3%) e do Paraná (8,7%).

Gráfico 14 – Taxa de desempregado de pessoas com 18 anos ou mais na Favorita comparada com outras regiões

Gráfico 15 – Nível de formalização do trabalho

*Fonte para comparação: IBGE – PNAD Contínua Jan-Mar 2018

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Gráfico 16 – Motivos para não procurar trabalho

Quanto ao nível de formalização dessas atividades (gráfico 15), 48,2% das pessoas que trabalham com carteira assinada, 17% mesmo sem a carteira assinada e 34,4% são autônomas ou fazem bicos. Comparativamente, as mulheres trabalham mais com carteira assinada (50,5%) do que os homens (46,8%), assim como trabalham menos como autônomas ou fazendo bicos (27,2%) do que o sexo masculino (38,7%).

Quanto à população que não está trabalhando e nem procurando emprego, os principais motivos são apresentados no gráfico 16. Como pode ser visto, 29,2% afirmam que as tarefas do lar impedem que procure trabalho fora, 20,8% não tem com quem deixar os filhos, 18,5% já estão aposentados, 16,9% estão doentes ou apresentam alguma deficiência, 6,9% afirmaram que não estavam precisando ou não queriam, 6,9% estão estudando ou ainda não tem idade e 2,3% afirmaram que cansaram de procurar. Outros motivos foram dados por 14,6%.

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Trabalho e renda Áreas de trabalho

Gráfico 17 – Principais áreas de trabalho dos moradores da Favorita

Na Favorita, destaca-se o grupo de moradores que trabalha com construção, como pedreiros, serventes, eletricistas, etc, representando 19,7% dos trabalhadores. Em seguida, os serviços de limpeza abrangem 17,5% dos trabalhadores e o comércio (vendedores, caixas, balconistas, etc.) abrange 12,3%. A indústria conta com 12,3% dos empregados, seguida dos serviços domésticos, com 6,3%.

Outras áreas de trabalho são os serviços mecânicos (4,6%), cozinha (4,4%), transporte e entregas (4,4%), reciclagem (3,3%), segurança (3%), administrativo (2,2%), costura e artesanato (2,2%) e salão de beleza (1,1%).

Outros serviços representam 10,9%.

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

31

Trabalho e renda

Gráfico 18 – Renda mensal entre adultos com 18 anos ou mais

Renda O gráfico 18 apresenta a renda mensal dos adultos com 18 anos ou mais. Como pode ser observado, 50,1% não possuem nenhuma fonte de renda mensal, 1,5% recebem até R$ 300, 4,4% entre R$ 301 e R$ 600 e 6,3% entre R$ 601 e R$ 954. O salário mínimo em março de 2018 era de R$ 954, isso significa que somados esses grupos, 62,3% dos adultos com 18 anos ou mais da Favorita tem uma renda mensal inferior ao mínimo.

Já os adultos que têm renda mensal igual ou superior ao salário mínimo representam 31%, sendo que 10,7% recebem entre Gráfico 19 – Renda per capita

R$ 954 e R$ 1.200, 9% entre R$ 1201 e R$ 1500 e 11,3% acima de R$1501. Outros 6,7% não souberam ou não quiseram informar a renda mensal.

A renda per capita das pessoas da comunidade (gráfico 19) é de R$ 348,71 por habitante, valor muito inferior às médias brasileira e paranaense. O salário per capita no país (R$ 1.268) é mais de três vezes maior que a média na Favorita, e a média do estado (R$ 1.472), é mais de quatro vezes maior. Se considerarmos apenas os moradores com 18 anos ou mais, a renda per capita é de R$ 631,27, e considerando apenas os que têm alguma renda durante o mês, o valor sobe para R$ 1.278,25.

Considerando toda a população

Considerando maiores de 18 anos

Considerando apenas trabalhadores

*Fonte para comparação: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua- PNAD, IBGE, 2017.

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

32

“

62,3% dos habitantes da Favorita com mais de 18 anos não possuem uma renda mensal ou ela é inferior ao salário mínimo.

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

33

Trabalho e renda Relação entre renda e gênero A renda recebida pelas trabalhadoras e pelos trabalhadores da Favorita é desigual conforme o seu gênero e nível de escolaridade. Conforme apresentado no gráfico 20, a renda média das mulheres é de R$ 1.024, enquanto a dos homens é de R$ 1.427, ou seja, 39% mais alta.

Gráfico 20 – Comparação entre a renda de mulheres e homens trabalhadores com 18 anos ou mais.

Os trabalhadores homens da Favorita recebem em média 39% a mais que as mulheres.

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

Mulheres Homens Média

R$ 1.024 R$ 1.427 R$ 1.278

34

Trabalho e renda Relação entre renda, gênero e escolaridade

Gráfico 21 – Comparação entre a renda de mulheres e homens trabalhadores com 18 anos ou mais conforme o nível de escolaridade.

Além das diferenças entre gênero, o nível de escolaridade também influência na renda das trabalhadoras e dos trabalhadores.

Quanto à renda dos trabalhadores homens, ela começa em R$1290 para aqueles com o Ensino Fundamental I completo, aumentando apenas para R$ 1315 para aqueles com Ensino Fundamental II. Para os homens com ensino médio, a renda sobe para R$ 1834 e depois para R$ 2700 para aqueles com ensino técnico.

Como pode ser observado, no caso nos trabalhadores homens há um crescimento contínuo na renda conforme se aumenta o nível de escolaridade até o ensino técnico. Porém, na amostra entrevistada não havia homens com ensino superior completo e nem sem nenhum nível escolar.

Quanto à renda das mulheres, ela é em todos os níveis inferior inferiro a dos homens. Aquelas sem nenhum nível escolhar recebem em média apenas R$ 484, aumentado para R$ 845 com Ensino Fundamental I, para R$ 972 com Ensino Fundamental II e R$ 1260 com Ensino Médio. Porém, o salário diminui nos níveis seguintes para R$ 966 com ensino técnico e R$ 1022 com ensino superior.

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

35

Trabalho e renda Outros indicadores Quanto aos benefícios sociais, 17,2% da população recebem Bolsa família, 1,4% recebem outro benefício, enquanto os demais 81,4% não recebem benefícios (gráfico 22). Nos três meses que antecederam à aplicação da ECO, 14,6% das famílias deixaram de fazer alguma refeição por falta de dinheiro (gráfico 23).

Gráfico 23 – Deixou de fazer alguma refeição nos últimos três meses por falta de dinheiro?

Gráfico 22 – Benefícios sociais

Sim

Bolsa família

14,6%

17,2%

NS/NR 1,1%

Outros 1,4%

Nenhum

81,4%

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

Não

84,5%

36

TRANSPORTE

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

37

TRANSPORTE

Gráfico 24 – Tempo de deslocamento até o local de trabalho

Locomoção para o trabalho O tempo médio que os habitantes da Favorita gastam para se deslocar até o local de trabalho é de 57 minutos. A maior parte da população (29,7%) gasta entre 10 minutos ou menos, seguida pelos que gastam entre 11 e 30 minutos (25,1%) e em seguida pelos que gastam entre 31 e 60 min (21,6%). Os habitantes que gastam mais de uma hora até o local de trabalho somam 21,9%.

Quanto ao principal meio de transporte utilizado, 36,8% se deslocam até o local de trabalho com transporte privado. O número de habitantes que utilizam transporte público é de 34,6%. Os

TEMPO MÉDIO: 57 min

que vão a pé ou de bicicleta representam 23,3% dos moradores.

O transporte coletivo privado representa apenas 3,9%.

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

Gráfico 25 – Principal meio de transporte até o local de trabalho

38

TRANSPORTE

Gráfico 26 – Tempo de deslocamento até o local de estudo

Locomoção para o local de estudo Para a grande maioria (90%) dos estudantes da Favorita o local de estudo está a menos de 30 min de distância, sendo que para 30% ele está a 10 min ou menos, enquanto para os demais 60% ele está entre 11 e 30 min. Para 9% a distância é entre 31 e 60 min e para apenas 1% está a mais de uma hora.

O tempo médio de deslocamento é de 21 min.

Quanto ao principal meio de transporte, 54% vão para o local de estudo a pé ou de bicicleta. Em seguida, os outros meios de transporte mais utilizados são o transporte público (32%) e o transporte privado (10%). Apenas 4% utilizam o

TEMPO MÉDIO: 21 min

transporte coletivo privado.

Comparando com o perfil de deslocamento para o trabalho

Gráfico 27 – Principal meio de transporte até o local de estudo

apresentado anteriormente, podemos notar várias diferenças. A média de tempo de deslocamento para o estudo (21 min) é 36 min menor que para o trabalho (57 min). Os estudantes também utilizam mais o deslocamento a pé ou de bicicleta (54,28% contra 23,32% do trabalho). Por outro lado, utilizam menos o transporte privado (10,20 contra 36,75% do trabalho). A utilização do transporte coletivo privado é igual para ambos (4%) e a do transporte público é semelhante, sendo 31,58% para os estudantes e 34,63% para os que se deslocam ao local de trabalho.

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

39

SAÚDE

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

40

SAÚDE Atendimento médico Nos últimos três meses, 19% dos habitantes da Favorita

Gráfico 28 – Nos últimos três meses, teve algum problema de saúde, acidente ou necessidade de tratamento?

apresentaram algum problema de saúde, sofreram algum

Sim, contínuo.

Não

11%

7%

acidente ou precisaram de algum tipo de tratamento. Destes, 8% tiveram a necessidade de tratamento pontual, enquanto 11% precisaram de tratamento para um problema contínuo

Gráfico 29– Teve atendimento para tratar este problema?

Sim, pontual.

8%

de saúde (Gráfico 28).

Entre todos as pessoas que apresentaram algum tipo de problema relacionado à saúde, 7% não tiveram tratamento médico (Gráfico 29). Os motivos apresentados foram por não ter achado necessário o atendimento (50%), automedicou-se (17%), não teve tempo (8%), não teve dinheiro (8%) e outros motivos (17%).

Quanto à satisfação no atendimento recebido, 42% afirmaram estar muito satisfeitas, 32% satisfeitas, 16% insatisfeitas e 9%

Não

Sim

81%

93%

Gráfico 30 – Satisfação com o atendimento médico recebido.

muito insatisfeitas. Dessa forma, somando-se muito satisfeitos e satisfeitos, observa-se que a maioria (74%) aprova o atendimento recebido, enquanto 25% reprova. Não souberam responder ou não responderam totalizaram 1%.

Portanto, do ponto de vista da percepção dos moradores da comunidade que tiveram atendimento médico, os serviços de saúde ofertados são satisfatórios para a maioria. Todos que procuraram atendimento receberam e esse atendimento foi aprovado por 74% das pessoas.

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

41

SAÚDE Doenças e deficîencias

Tabela 2 – Doenças crônicas

Tabela 1 – Doenças respiratórias

A tabela 5.1 apresenta o número de habitantes da Favorita que informaram possuir alguma

Nº de habitantes

%

Nº de habitantes

%

doença respiratória. Como pode ser observado,

Rinite alérgica

142

16%

Hipertensão

68

7,7%

a rinite alérgica é a mais comum, presente em

Bronquite

44

5%

Diabetes

25

2,8%

16% da população. Em seguida, as doenças mais

Asma

23

2,6%

Depressão

19

2,1%

comuns são a bronquite (5%), asma (2,6%) e

Enfisema pulmonar

5

0,6%

Doenças renais

13

1,5%

enfisema pulmonar (0,6%).

Tuberculose

1

0,1%

Obesidade

11

1,2%

Quanto às doenças crônicas (tabela 5.2), a hiper-

Outros

17

1,9%

Câncer

4

0,5%

tensão foi a mais relatada (7,7%), seguida pela

Nenhuma

677

76,4%

Outras

70

7,9%

Nenhuma

720

81,3%

diabetes (2,8%) e depressão (2,1%). Em menor número, também foram relatados a ocorrência de doenças renais (1,5%), obesidade (1,2%) e câncer (0,5%).

Tabela 3 – Doenças relacionadas à falta de saneamento

Quanto às doenças possivelmente relacionadas à falta de saneamento (tabela 5.3), a diarreia

Diarreia

acometeu 7% da população, enquanto infec-

Infecção na pele ou olhos

ções de pele ou dos olhos ocorreram em 4%.

Tabela 4 – Deficências

Nº de habitantes

%

60

6,8%

35

4%

5.4, nota-se que 2,3% da comunidade possui al-

Dengue, Chikungunya, zika ou febre amarela

1

0,1%

guma deficiência física ou de mobilidade, 1,7%

Outras

14

1,6%

cegueira, 1% surdez e 0,5% mental.

Nenhuma

785

88,6%

Com relação às deficiências, listadas na tabela

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

Nº de habitantes

%

Física ou de mobilidade

20

2,3%

Cegueira

15

1,7%

Surdez

9

1%

Mental

4

0,5%

834

94,1%

Nenhuma

42

“

É possível que doenças como hipertensão, asma, depressão, câncer e diabetes não estarem corretamente diagnosticadas.

Todos esses resultados são baseados nas informações fornecidas pelas pessoas que responderam as enquetes, ou seja, são auto declaratórios e podem não representar a realidade do diagnóstico. Nesse sentido, comparando os dados da ECO com outras fontes é possível notar algumas discrepâncias relevantes nas ocorrências de algumas doenças na Favorita com os números do Paraná. Para esta comparação, os dados da Favorita tiveram que ser ajustados para considerar apenas a população com 18 anos ou mais, já que a outra fonte consultada (PNS 2013) traz os dados dessa forma.

Observando a tabela 5.5, no caso da hipertensão, enquanto o número de casos na Favorita é de 12,9% ele sobe para 21,4% no Paraná e no Brasil. O índice de asma dobra quando comparamos o número da Favorita (2,1%) com os outros (4,5% e 4,4%). Quanto à depressão, a porcentagem na comunidade (3,4%) é muito inferior à média paranaense (11,7%). O câncer é outra doença cujos índices diferem, apontando 0,6% na Favorita, 2,6% no Paraná e 1,8% no Brasil. Quanto à

Tabela 5 – Comparação entre índices de ocorrência na Favorita, no Paraná e no Brasil, considerando pessoas com 18 anos ou mais

diabetes, o desvio é menor, se comparado às outras doenças, mas ainda assim é notável a discrepância.

Favorita

Paraná

Brasil

É esperado que a comparação realmente gere números diferentes, já que os

Hipertensão

12,9%

21,4%

21,4%

dados usados não são exatamente dos mesmos anos (2013 e 2018). Da mesma

Asma

2,1%

4,5%

4,4%

forma, as próprias particularidades no perfil socioeconômico e estilo de vida dos

Depressão

3,4%

11,7%

7,6%

habitantes também podem provocar diferenças.

Câncer

0,6%

2,6%

1,8%

Mesmo assim, dado ao fato da ocorrência destas doenças ser muito inferior na

Diabetes

4,4%

5,7%

6,2%

Favorita, é importante que se considere a possibilidade de elas não estarem

Fonte: Pesquisa Nacional em Saúde - PNS 2013, IBGE.

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

plenamente diagnosticadas em uma parte considerável dos habitantes.

43

MORADIA

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

44

MORADIA Tipos de moradia

Gráfico 31 – Tipos de moradia da Favorita

O tipo de moradia mais frequente (38%) encontrado na Favorita é formada por retalhos, ou seja, restos de madeira e outros materiais reaproveitados. Em seguida se encontram as casas de alvenaria (36%) e de madeira própria para constru-

Retalhos de madeira

38%

ção (13%). Casas que misturam esses tipos sem que nenhum predomine são classificadas como mistas, e representam 12% das moradias.

Na comunidade existem 12 casas construídas pelo TETO, todas com madeira própria para construção.

36%

Alvenaria

Madeira própria para construção

13%

Misto

12%

Casas do TETO na comunidade:

12 casas

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

45

MORADIA

Gráfico 32 – Situação do terrano

Características da moradia A maioria dos terrenos da Favorita (78,9%) foram comprados por seus atuais moradores. Porém, como a área da comunidade ainda não foi regularizada, esses contratos de compra não significam segurança de posse da terra. Já 6,9% foram ocupados, 4,2% alugados, 3,8% foram emprestados e 3,5% foram doados. Novamente, nenhum desses terrenos encontra-se Tabela 6 – Perfil das moradias

em situação regular.

Cômodos por casa

4,3

Dormitórios por casa

1,8

com 3 moradores (tabela 6). São casas em média com 4 cômodos

Camas por pessoa

1,1

e 2 dormitórios, sendo que há uma cama ou lugar de dormir

Média M²

53,3

para cada pessoa. A área média das construções é de 53m².

Pessoas por casa

3,4

Em relação ao número de cômodos de cada casa (gráfico

Quanto ao perfil das moradias, elas abrigam em média famílias

33), não existe um padrão predominante. Os números mais Gráfico 33 – Quantidade de cômodos

Gráfico 34 – Quantidade de dormitórios

comuns são três cômodos (24%), quatro cômodos (24%), cinco cômodos (25%) e seis ou mais (18%). As casas menores, com um (3%) ou dois (6%) cômodos são minoria.

Quanto à quantidade de dormitórios (gráfico 34), quase metade das casas possuem dois (45,2%), seguidas por 38,7% com apenas um e 11,5% com três dormitórios. As casas com quatro ou mais são minoria (3,5%), assim com as que não apresentam nenhum (1,2%).

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

46

MORADIA Fornecimento de serviços públicos

Gráfico 35 – De onde obtém a àgua?

A maior parte das moradias (92,3%) tem a água obtida através de ligações irregulares (“gatos”) na rede de fornecimento. Apenas 3,8% das moradias tem seu próprio relógio e pagam a conta individualmente, 1,9% utilizam relógio de medição coletiva e 1,2% obtém água fora do terreno.

Assim como o de água, o fornecimento de luz ocorre majoritariamente (98,5%) através de ligações irregulares (“gatos”). Apenas 0,8% tem o fornecimento de luz regular e paga sua conta. 0,8% não responderam ou não souberam responder.

O despejo de esgoto da maioria das residên-

Gráfico 36 – Possui energia elétrica?

cias (61,7%) é feito irregularmente no rio, gerando a contaminação da água e o aumento da probabilidade de ocorrência de doenças. O número de moradias ligadas à rede pública de esgoto é de apenas 1,9%. Outros 14,2% possuem fossa (séptica ou não), 7,3% despejam no solo, 2,3% não possuem banheiro e 1,2%

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

47

utilizam outra maneira de despejo. Chama

Gráfico 37 – Como é o despejo do esgoto?

atenção o fato de que 11,5% não sabiam ou não quiseram responder essa pergunta.

Quanto ao despejo do lixo, a grande maioria dos moradores afirmam dar um fim regular aos dejetos. 62,5% tem o lixo coletado na frente de casa e 36% levam para um ponto de coleta. Apenas 0,8% afirmam que também reciclam. 1,5% afirmaram que queimam e 0,8% faz o descarte fora da comunidade. Nenhum morador afirmou que descarta o lixo nos rios ou enterra.

Gráfico 38 – Como é descartado o lixo?

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

48

COMUNIDADE

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

49

Comunidade Relacionamento entre os moradores

outros moradores, enquanto 19% disseram que tem ótimos

Como a análise do gráfico 39 aponta, mais da metade da co-

amigos na comunidade.

munidade da Favorita está dividida entre moradores com me-

Essa falta de laços de relacionamento e amizade por uma

nor nível de interação entre a comunidade e seus vizinhos.

parcela da população provavelmente impactam também

Nessa parcela com pouca interação, 5% afirmaram que não

nas respostas dadas nos gráficos 40 e 41. Estes dois gráficos

se relacionam com ninguém, enquanto 54% disseram que

apresentam a percepção das famílias de como elas ajudam

se relacionam pouco. Na parcela com maior interação, 20%

os vizinhos e de como são ajudadas por eles. O que se pode

afirmaram que gostam de se encontrar e de conversar com

perceber nessa comparação, é que existe uma percepção

Gráfico 39 – Relacionamento na comunidade

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

Gráfico 40– Como sua família ajuda seus vizinhos?

Gráfico 41 – Como seus vizinhos te ajudam?

50

nas famílias que eles ajudam mais do que são ajudadas. 39% afirmam que ajudam os vizinhos com apoio moral, porém o

Gráfico 42 – Por quais problemas você estaria disposto a trabalhar junto com seus vizinhos para buscar soluções?

número de vizinhos que diz ser ajudado dessa maneira é de 30%. Quanto à ajuda nas tarefas domésticas, 28% afirmam que contribuem com isso, enquanto só 19% afirmam que são ajudados dessa forma. Financeiramente, 18% afirmam ajudar, enquanto 8% afirmam ser ajudados dessa forma. Quanto à ajuda com coisas que necessitam, como comida e roupas, 54% dos moradores afirmam ajudar com isso, enquanto 29% afirmam ser ajudados. Nenhum morador afirmou que não ajuda os vizinhos, porém 36% afirmam que não são ajudados.

Com base nesse cenário, é importante pensar em estratégias que possam aumentar a cooperação entre os moradores da comunidade. No gráfico 42 são apresentadas ações para as quais os moradores afirmaram estar dispostos a trabalhar conjuntamente com os vizinhos para buscar soluções. Entre elas, estão a regularização dos terrenos, para a qual 64% estão dispostos a trabalhar juntos, seguida pelo acesso à serviços básicos (49%), projetos de saúde (40%), espaços comuns da comunidade (38%), condições das casas (34%), projetos de educação (30%), capacitação profissional (28%) e segurança na comunidade (27%). Apenas 5% afirmaram não estarem dispostos a trabalhar em conjunto com os vizinhos por nenhum motivo.

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

51

Comunidade Problemas da comunidade

Gráfico 43 – Problemas relacionados à infraestrutura apontados pelos moradores da Favorita.

O gráfico 43 apresenta os principais problemas percebidos pela população da Favorita em relação à infraestrutura da comunidade. Como pode ser observado, a falta de saneamento é um problema apontado por 56% dos moradores. Porém, como já apresentado anteriormente no gráfico 37, o despejo do esgoto é feito majoritariamente no rio, o que adiciona uma complexidade a mais neste problema.

Na sequência, aparece a falta de pavimentação nas ruas, apontada como um dos principais problemas por 40% da população A relevância destes dois problemas para os moradores pode ser confirmada por dados que serão apresentados na sequência deste relatório, na parte referente aos sonhos para o comunidade. Entre os três primeiros sonhos listados pelos moradores estão pavimentação das ruas, saneamento e água.

Outros problemas relatados são os alagamentos (28,4%) e o abastecimento precário de água (27,6%).

Vale lembrar que a Favorita sofreu alagamentos durante o período de aplicação da ECO em março de 2018. Analisando novamente os dados do gráfico 35

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

52

(abastecimento de água) é possível entender o porquê dessas duas questões serem problemas relevantes para a comunidade. Apenas 3,8% das casas tem abastecimento regularizado por relógio próprio. Nas demais, 92,3% tem o abastecimento fornecido através de gatos.

Continuando a análise dos problemas relatados, 20,7% apontaram a falta de iluminação pública, lembrando que 98,47% da comunidade possui instalação de luz irregular (gato).

“

Outras questões que são problemas para os moradores são a sujeira e lixo (9,2%) e a falta de lazer (4,6%). Outros pro-

A falta de saneamento e pavimentação, o abastecimento de água e os alagamentos são os principais problemas apontados pelos moradores.

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

blemas em menor grau foram listados por 6,13%, enquanto 1,2% afirmaram não haver nenhum problema relacionado à infraestrutura.

Já o gráfico 44 apresenta o restante dos problemas apontados pelos moradores da Favorita e que não estavam relacionados diretamente com a infraestrutura da comunidade.

Com pode ser observado, o principal problema desse tipo relatado pelos moradores é o desemprego, listado por 40,2% dos respondentes. Retomando os dados de emprego apresentados no gráfico 14, é possível entender essa preocupação, já que a taxa de desemprego da Favorita é de 29,8% da população com 18 anos ou mais e que está procurando emprego.

53

Esse número é 17,5 pontos maior que a média nacional e 21,1 pontos maior que a média paranaense.

Gráfico 44 – Problemas relacionados à infraestrutura apontados pelos moradores da Favorita.

Na sequência, o segundo problema apontado é referente ao atendimento ruim ou demorado nos centros de saúde, reclamação de 34,9% das famílias. Esse número está pouco acima da avaliação dos serviços de saúde apresentada no gráfico 30, no qual apesar da maioria afirmar estar satisfeita ou muito satisfeita com o atendimento, 25% afirmam não estar satisfeitos.

Em terceiro, se encontra distância dos serviços públicos apontada por 19,5%. Em quarto temos a violência ou falta de segurança (18,8%) e em quinto o tráfico de drogas (18%), esses dois itens possuem valores bem aproximados, podendo se interpretar que ambos estão diretamente relacionados.

Com menor ocorrência, outras questões apontadas pelos moradores são a falta de transporte público (8%), a educação de baixa qualidade (6,9%), alcoolismo e uso de drogas (6,9%), a má relação entre vizinhos (2,7%) e outros problemas (4,6%).

Uma porcentagem de 8% indicaram não haver nenhum tipo de problema.

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

54

Comunidade Liderança e associação de moradores 33% dos moradores afirmam existir um líder comunitário, enquanto 40,6% disseram que não e 26,4% não souberam ou Gráfico 47 – Conhece projetos realizados pela associação?

não quiseram responder. Quanto à existência de uma associação de moradores, 37,2% afirmaram que sim, 33,7% que não e 29,1% não souberam ou não quiseram responder.

Entre os projetos realizados pela associação mais conhecidos estão os de infraestrutura (19%), projetos de lazer (7%), projetos de educação (4%), capacitação profissional (3%), empreendedorismo e saúde (5%). Os projetos foram avaliados como bem feitos por 46% dos que responderam que conhecem algum projeto, enquanto 24% afirmaram que são “mais ou menos” e 18% que são mau feitos.

Gráfico 45 – Existe alguma pessoa que represente os moradores da comunidade?

40,6% Não

26,4% NS/NR

Gráfico 46 – Existe na sua comunidade uma associação de moradores?

33,7% Não

Gráfico 48 – Como você avalia os projetos realizados?

12% NS/NR

29,1% NS/NR

18% 46%

Mau feitos

Bem feitos

33%

37,2%

Sim

Sim

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

24% Mais ou menos

55

Comunidade Sonhos A nuvem de palavras geradas através da análise dos depoi-

sentados, é possível perceber a importância delas para a comu-

mentos dos moradores aponta seus principais sonhos para

nidade. 64% dos moradores estão dispostos a trabalhar em con-

a comunidade. Como pode ser visto, a regularização dos

junto com seus vizinhos para resolver a questão da regularização

terrenos é o principal. Em destaque também é possível notar

fundiária. Já a falta de saneamento e de pavimentação são os dois

as palavras “asfalto”, “pavimentação”, “saneamento”, “água”

principais problemas de infraestrutura relatados pela comunidade,

e “luz”. Cruzando essas palavras com dados anteriores apre-

citados respectivamente por 55,9% e 40,2% dos moradores.

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

56

Comunidade Percepção atual e expectativa para o futuro A maioria dos moradores tem uma percepção positiva de

Gráfico 49 – A comunidade está melhor se comparado a 2 anos atrás?

9% NS/NR 7% Pior

como está a comunidade atualmente em comparação ao passado e como estará no futuro. 49% acreditam que a comunidade está melhor hoje do que a dois anos atrás, 34% afirmam que está igual, 7% pior e 9% não responderam.

Quanto às perspectivas para o futuro, 74% acreditam que a comunidade estará melhor daqui 2 anos, 16% igual, 7% pior e

49%

34%

Melhor

Igual

3% não responderam.

Gráfico 50 – A comunidade estará melhor daqui a 2 anos atrás?

3% NS/NR 7% Pior 16% Igual

74% Melhor

Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

57

Construção do TETO na Vila Nova Out.2016 Relatório socioeconômico FAVORITA 2018

58

Conclusão O presente relatório apresentou os dados recolhidos duran-

terminaram o ensino fundamental (53,2%) e um

te o evento “ECO – Escutando Comunidades” realizado na

número baixo de moradores com o ensino mé-

comunidade Favorita em Março de 2018. Durante o evento

dio completo (23,4%). Esses dados apontam para

foram entrevistadas 261 famílias, representando um total de

a necessidade de ações de redução do déficit

886 pessoas. A margem de erro da pesquisa foi de 3,6% para

educacional entre os moradores da Favorita.

cima ou para baixo.

Quanto à taxa de desemprego, ela é de 29,8%,

Muitas famílias da Favorita se encontram em uma situação de grande vulnerabilidade social e econômica.

Com base nos dados, foi possível entender melhor o perfil

dezessete pontos percentuais e meio maior que

socioeconômico da comunidade, seus principais problemas

a média nacional. Entre os moradores com 18

e sonhos. Esses dados são fundamentais para a continuação

anos ou mais, 62,3% não tem nenhuma fonte de

do trabalho do TETO na Favorita, possibilitando a discussão

renda ou ela é inferior ao salário mínimo. A renda per capita

em conjunto com os moradores de estratégias para tentar

considerando todos os moradores é de R$348,71, bem menor

solucionar os problemas identificados. Ter um retrato geral

que a média do Paraná (R$ 1.472).

dos moradores também permite à comunidade se enxergar como um todo, aumentando seu senso de identidade.

Em relação à saúde, foi possível notar que a declaração por parte dos moradores de doenças como hipertensão, depres-

Os dados aqui apresentados, principalmente quando com-

são, câncer e obesidade foi bem inferior que a média para-

parados com os números referentes ao estado do Paraná ou

naense. Isso pode indicar que talvez haja vários casos não

ao Brasil como um todo, permitem visualizar que muitas fa-

diagnosticados dessas doenças.

mílias da Favorita se encontram em uma situação de grande vulnerabilidade social e econômica.

Quanto às moradias, mais de um terço das casas (38,3%) da comunidade é feita com retalhos de madeira ou outros

Entre os dados coletados, é relevante citar que o índice de

materiais reaproveitados, o que reduz suas condições de

analfabetismo na comunidade é de 5,6%, atingindo princi-

habitabilidade. Quanto ao fornecimento de serviços básicos,

palmente a população acima de 18 anos. Há também uma

92,3% das moradias tem o fornecimento de água através de

grande quantidade de pessoas com 18 anos ou mais que não

ligações irregulares (gatos), número que aumenta para 98,5%

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no caso da energia elétrica. Sobre o esgoto, apenas 1,9%

decisões por parte da comunidade e no trabalho do TETO,

estão ligadas a rede pública, enquanto 61,7% despejam os

do poder público e das demais instituições relacionadas ou

dejetos no rio próximo.

interessadas. De modo que possamos gradativamente nos

Os cinco principais problemas relacionados à infraestrutura apontados pelos moradores foram a falta de saneamento (55,9%), a falta de pavimentação nas ruas (40,2%), alagamentos (28,4%), a precariedade no abastecimento de água (25,8%) e a falta de iluminação pública (20,7%).

aproximar da visão que temos do futuro, formado por uma sociedade mais justa, igualitária, integrada e sem pobreza em que todas as pessoas possam exercer plenamente seus direitos e deveres e tenham as oportunidades para desenvolver suas capacidades.

Não diretamente ligados à infraestrutura, os demais cinco principais problemas relatados foram o desemprego (40,2%), o atendimento ruim ou demorado nos centros de saúde (34,9%), a distância dos serviços públicos (19,5%), a violência ou falta de segurança (18,8%) e o tráfico de drogas (18%).

Quanto aos principais sonhos dos moradores para a comunidade, estão a regularização fundiária, a pavimentação das ruas e a melhoria e regularização no fornecimento de água e luz.

Esses dados negativos não devem ser olhados em nenhum momento apenas sob uma ótica pessimista. Identificar claramente os problemas é o primeiro passo para desenvolver estratégias e implementar ações para mitigá-los ou até mesmo resolvê-los. Dessa forma os dados aqui apresentados são importantes para auxiliar na organização e tomada de

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