Pernambuco Visita Turismo - Volume 1

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ANO I - EDIÇÃO 3

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Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer

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sta edição da revista Pernambuco Visita traz como tema o turismo em Pernambuco. Entre museus, prédios históricos, belezas naturais, culinária, artesanato, nosso objetivo é mostrar ao pernambucano e ao visitante que caminhos seguir para descobrir o estado. Em dois volumes, vamos apresentar Pernambuco

por “Região Turística”, segundo critérios do Programa de Regionalização do Turismo, do Ministério do Turismo. Percorrendo todo o estado com ênfase nas características turísticas de cada área. Neste primeiro volume, você pode encontrar conteúdo sobre oito delas: Cangaço e Lampião (Santa Cruz da Baixa Verde, São José do Belmonte, Serra Talhada, Flores, Calumbi e Triunfo); Chapada do Araripe (Araripina, Bodocó, Ouricuri, Granito e Exu), Costa Náutica Coroa do Avião (Goiana, Igarassu, Itapissuma, Abreu e Lima, Ilha de Itamaracá e Paulista), Da Sanfona, do Aboio e do Couro (Salgueiro, Serrita, Parnamirim, Verdejante), Encantos do Agreste (Agrestina, São Joaquim do Monte, Altinho, Cupira, Lagoa dos Gatos e Panelas), Engenhos e Maracatus (Itambé, Camaragibe, Timbaúba, Tracunhaém, Aliança, Lagoa do Carro, Vicência, Nazaré da Mata, Paudalho, São Lourenço da Mata), Moda e Ecoturismo (Santa Cruz do Capibaribe, Toritama, Riacho das Almas e Taquaritinga do Norte) e Teares, Bordados e Raízes Musicais (Bom Jardim, Limoeiro e Feira Nova). Encontre a programação que melhor se adapta ao seu estilo e descubra Pernambuco.

Diretoria Sergio Moury Fernandes Luciano Moura Coordenação Editorial Combogó Comunicação

Av. Domingos Ferreira, 890, sala 805- Boa Viagem CEP: 51110-050 | Recife-PE – Fone (81) 3216.8181 PERNAMBUCO VISITA TURISMO É UMA PUBLICAÇÃO DA TEXTOS EDITORA LTDA COM CIRCULAÇÃO DIRIGIDA EM TODO O ESTADO DE PERNAMBUCO.

Edição Kássia Alcântara Bruna Cruz Textos Wanessa Campos Projeto Gráfico Rafael Tenório Revisão Hugo Gonçalves

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Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer


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ÍNDICE Informações Úteis.............................................................................................................................. 7 Cangaço e Lampião........................................................................................................................... 8 Chapada do Araripe........................................................................................................................... 12 Costa Náutica Coroa do Avião ..................................................................................................... 14 Da Sanfona, do Aboio e do Couro............................................................................................... 20 Encantos do Agreste......................................................................................................................... 24 Engenhos e Maracatus...................................................................................................................... 26 Moda e Ecoturismo............................................................................................................................ 30 Teares, Bordados e Raízes Musicais............................................................................................. 33

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INFORMAÇÕES ÚTEIS

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Urgências Ambulância (SAMU) 192 Corpo de Bombeiros 193 Defesa Civil 199 Delegacia da Mulher 180 Polícia Militar 190 Polícia Civil 197 Polícia Federal 194 Delegacia do Turista (81) 3322-4867

Centro de Atendimento ao Turista CAT Aeroporto Internacional do Recife (81) 3182-8299/3355-0130 Praça Senador Salgado Filho s/nº- Imbiribeira - Recife – PE CAT Terminal Integrado de Passageiros (81) 3355-3402 Av. Pref. Antônio Pereira, 705 - Várzea, Recife - PE CAT Praça de Boa Viagem (81) 3182-8397 Rua Dr. Nilo Dornelas Câmara - Boa Viagem, Recife - PE CAT Shopping Recife (81) 3467-7468 Rua Padre Carapuceiro, 777 – Boa Viagem – Recife - PE CAT Aeroporto de Petrolina (87) 3867-9600 Rodovia BR-235, km.11 – Petrolina - PE CAT Praça do Arsenal (81) 3355-3402 Rua da Guia, s/nº, Bairro do Recife Recife - PE

Transportes Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes/Gilberto Freyre (81) 3464-4188 Endereço: Praça Senador Salgado Filho s/nº- Imbiribeira - Recife – PE Aeroporto de Caruaru/Oscar Laranjeiras (81) 3722-1855 Endereço: Rua Oscar Laranjeira, s/nº - Caruaru - PE Aeroporto de Fernando de Noronha (81) 3619-1311 Endereço: Vila do Depv. - Fernando de Noronha - PE Aeroporto de Petrolina /Senador Nilo Coelho (87) 3863-3366 Rodovia BR-235, km 11 - Petrolina - PE Porto do Recife (81) 3183-1900 Praça da Comunidade Luso Brasileira, 70 - Recife - PE Estação Ferroviária/Metrorec (81) 3224.0922 Realiza o transporte municipal por meio do metrô do Recife. Grande Recife consórcio de Transportes 0800.0810158 Realiza o transporte municipal por meio de ônibus. Faça o download do aplicativo CittaMobi em seu celular para conferir percursos e horário dos ônibus. TIP (Terminal Integrado de Passageiros) (81) 3452-1103 Realiza o transporte intermunicipal e interestadual.

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Grupo de Xaxado Cabras de Lampião, de Serra Talhada

CANGAÇO E LAMPIÃO P

oucas regiões do estado possuem tantas histórias, tradições e culturas diversificadas como a do Sertão Pajeú. O seu nome se origina do rio Pajeú que significa rio do pajé, em Tupi. Ele banha 17 municípios e percorre 353 km no sentido contrário, ou seja, Oeste até “despejar no São Francisco”, como a música de Luiz Gonzaga. O turismo nessa abrangência atrai e agrada de historiadores a poetas, como as cidades que fazem parte do Ciclo do Cangaço. Lampião passou por lá e deixou pegadas que até hoje são seguidas pelos turistas. Serra Talhada, a 412 km do Recife, respira Cangaço. É chamada de Capital do Xaxado. Ali, nasceu Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião. A sua memória é preservada, cultuada e valorizada com o Museu do Cangaço, a Fundação Cabras de Lampião, o Centro de Estudos do Cangaço e o Grupo de Xaxado Cabras de

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Lampião. E mais: Parque das Esculturas, antigas igrejas e o potencial para a prática do ecoturismo na serra “partida” que deu origem ao nome da cidade. A casa onde nasceu Virgolino há 120 anos, na zona rural, foi restaurada e virou museu. Os cacarecos tocapelo Rei do Cangaço são peças raras e místicas. A literatura de Cordel facilmente encontrada na cidade ajuda a contar a história do filho famoso. Possui bons hotéis e pousadas, a exemplo da Maria Bonita e Lampião, oferecendo culinária sertaneja com destaque para as carnes de sol e de bode.

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A apenas 35 km dali, existe o ponto mais alto de Pernambuco, o Pico do Papagaio com 1.200 metros de altura. Estamos em Triunfo, a 400 km do Recife, a charmosa cidade serrana com frio seco de até seis graus em julho. Cidade festeira, promove eventos vários a exemplo da tradicional Festa do Estudante e do Festival de Cinema, em julho, no Cine Teatro Guarany (1922). Atrativos não faltam: Museu do Cangaço, a Cachoeira do Pinga, o Engenho São Pedro (produtor da Cachaça Triumpho), o Parque das Águas. O clima frio seco é um convite para o vinho. No Carnaval, os “caretas” dominam desde 1917. São mascarados que desfilam nas ruas e são o símbolo da cidade. O Hotel do Sesc, tido como o melhor do Brasil, oferece passeios com teleférico por cima do lago, numa extensão de 600 metros e 16 metros de altura. É para tirar o fôlego, fotografar e querer voltar. Já Santa Cruz da Baixa Verde, a 403 km do Recife é conhecida como a Capital da Rapadura por causa dos engenhos, alguns ainda banguê. A produção resulta na Feira da Rapadura realizada anualmente em outubro, com uma exposição dos produtos da cana-de-açúcar, tendo como atração uma rapadura gigante de 5.000 kg para assombro dos visitantes. Ela está no Guinness Book. Além disso, a beleza das serras encanta, e a Cratera da Panela, um local estranho no formato redondo e gigante, desperta a imaginação. Dizem que um disco voador causou o fenômeno.

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O Sebastianismo do século 16 está vivo em São José do Belmonte, a 473 km do Recife, num misto de teatro popular e religiosidade. Anualmente, no último domingo de maio, centenas de pessoas se dirigem à Pedra do Reino, na Serra do Catolé, para uma cavalgada inspirada no movimento sebastianista do século 19 quando houve um sacrifício sangrento em 1838 no local. O episódio é retratado com um misto de fé, cultura medieval e sertaneja, resultando em um belo espetáculo que passou a ser atração turístico-cultural. Montados a cavalo, os participantes vestem roupas do século 16 e percorrerem os 27 km da cidade até a serra para a missa campal. Depois, o clima é de muita alegria, com shows de forró, aboios, cantoria, violeiros, repentistas, xaxado, bacamarteiros, artesanato e culinária. Flores, às margens do rio Pajeú, a 341 km do Recife, possui as maiores atrações na zona rural. São 21 sítios arqueológicos, a exemplo do Sitio Cafundó, que serviu de abrigo para os cangaceiros. Os diversos caldeirões (tanques de pedras), as furnas, picos e serras são perfeitos para o turismo ecológico. No centro da cidade, um prédio chama atenção: ele foi construído ainda na época do Império e hoje abriga a sede da prefeitura municipal. Calumbi, pequena cidade do Pajeú, a 360 km do Recife, tem uma história para contar que passou a ser atração turística. Foi lá que, em 1926, aconteceu o maior confronto entre a Polícia Militar e o Bando de Lampião. Foram mais de dez horas de combate e tantos tiros que o episódio ficou conhecido como “Fogo na Serra”. Eram 320 militares contra 90 cangaceiros. Mais de 40 soldados morreram, mas nenhum cangaceiro. Esse combate foi o que deu fama a Lampião.

Costa Neto/Secult-PE

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Ilustração Rafael Tenório

O Rei do Baião, Luiz Gonzaga, filho ilustre de Exu

CHAPADA DO ARARIPE

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m passeio de barco na Lagoa do Barro, ver o pôr-do-sol sertanejo e ainda ter direito a pesca é sem dúvida um dos melhores programas relaxantes que Araripina proporciona ao visitante. Depois, vale a pena conhecer o Museu Municipal, onde a história da cidade e contada por meio de documentos, fotos e objetos pessoais das antigas famílias. O Santuário Senhor da Verônica, a três quilômetros da sede do município, é um lugar de reflexão desde 1909 quando um peregrino deixou a imagem do santo com um morador da localidade de Boca da Mata. A comunidade ergueu uma capela onde hoje são depositados votos, celebrados casamentos e onde acontecem milagres.

Araripina tem o maior polo gesseiro de Pernambuco, abastecendo 95% do país, e ganha ares festivos com as vaquejadas realizadas no mês de setembro, quando existe uma feira diversificada de objetos de couro e

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produtos fundidos em gesso. No mesmo período, é realizada a Feira de Negócios, Arte e Cultura (FENARA), atraindo os público da região. O evento é uma grande oportunidade para intercâmbio comercial, lançamento de produtos, além do programa festivo, cultural e religioso com bandas de pífanos, forró etc. E turismo também. Pegando a BR-232 e depois a BR-116, são 640 km saindo do Recife para ter gratas surpresas em Bodocó. Na Pedra do Claramã, Sítio Pedra, de acesso fácil, é impossível não se emocionar com as imponentes rochas, cavernas gigantes e misteriosas. Até quadrilha se dança no local no São João. Ao redor, a vegetação de quipás, xiquexique, caruás, catolés, paus-d´arco, macambiras, cedro e tantas outras plantas características do Sertão Araripe. E mais: no topo da rocha Claramã, um imenso caldeirão chamado “olho da pedra” serve de piscina. Uma delícia. Além do banho, a vista panorâmica relaxa a mais estressada das pessoas. Ainda na zona rural, encontramos o Caldeirão do Amor em formato de coração, lugar ideal para piqueniques. O município possui inúmero riachos, boqueirões e cacimbas. A Matriz de São José, na praça principal, em estilo neogótico, centraliza a festa dedicada ao santo no mês de março que conta com programa profano animado com muito forró. O filho ilustre de Exu, Luiz Gonzaga é o grande centro de atenções na cidade. O Parque Aza Branca funciona como espaço cultural, reunindo: o Museu Luiz Gonzaga, o Mausoléu, a casa de Januário (pai do rei do baião) e mais: lanchonete, lojinha de artesanato e uma pousada. O local é ponto de cultura do Ministério da Cultura e nele estão expostos os gibões, discos, troféus, fotos, roupas e o famoso fole de ouro. Em dezembro, precisamente no dia 13, os exuenses comemoram o nascimento de Luiz Gonzaga. A história da cidade parece estar impregnada nos casarões, igrejas etc. Uma capela construída em 1868 pelo Barão de Exu, com as imagens vindas da França e bem conservada, é outro ponto a ser visitado, bem como as Igrejas de São Sebastião, ainda de 1919, e a do Bom Jesus dos Aflitos. A Pedra da Princesa, lugar onde se diz morar uma princesa encantada, também serve para alpinismo. Existem, ainda, as ruínas de uma igreja construída pelos jesuítas no século 18, que chamam atenção. No Povoado de Tabocas, existe um engenho do século 19, onde se produzia cachaça, açúcar mascavo e rapadura. Há alguns sobrados com senzala. A zona rural de Exu proporciona bons atrativos para o turismo ecológico com suas diversas cachoeiras e árvores centenárias. Ouricuri, localizada a 623 km do Recife, é local de romaria para os católicos da região. A cidade do Sertão Araripe mantém uma das mais tradicionais danças religiosas que passou a ser folclórica, a de São Gonçalo, dançada em círculos na igreja e que requer agilidade para seguir o ritmo e as batidas dos pés e mãos. Todos os participantes se vestem de branco. Outra tradição é a Festa da Exaltação da Santa Cruz com vários grupos folclóricos e destaque para o Bumba-Meu-Boi, dançado nas festas natalinas. As vaquejadas fazem a alegria dos mais jovens. Nessas ocasiões, a feira de artesanato com objetos de barro e palha é disputada.

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PERNAMBUCO VISITA TURISMO Turismo Pernambuco/Divulgação

Mar, sol e espaços de visita, como o Forte Orange, são atrações em Itamaracá

COSTA NÁUTICA COROA DO AVIÃO

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ma ilha encantada. É assim que Itamaracá ficou conhecida pelos seus “encantos mil” que vão das belas praias de águas mornas à sua história. Tudo começou em 1631, quando os holandeses descobriram a ilha e construíram o Forte Orange, em homenagem ao príncipe holandês Frederico Orange. Esses resquícios são encontrados na ilha. Estão bem conservadas as Igrejas do Pilar, de 1680, e de Bom Jesus dos Passos, de data controversa. Sabe-se que a sua imagem foi encontrada por um pescador no pé de uma mangueira há mais 100 anos. Mas Itamaracá, que significa pedra que canta, em Tupi, tem outros atrativos para quem prefere curtir as praias. São 16 km delas, inclusive algumas selvagens. As mais frequentadas são a Praia do Forte, do Pontal, Jaguaribe, do Fortinho, do Pilar, Forno de Cal. Elas contam com boa estrutura para gastronomia de frutos do mar. Na Vila Velha, parte antiga na ilha, são encontradas as famosas passas de caju. E em Jaguaribe, mora a cirandeira Lia, figura ímpar e que, aos sábados comanda a Ciranda de Itamaracá. São mesmo encantos mil.

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A ilha também tem reservas ecológicas com vegetação nativa, mangues, passeios de catamarã e a Coroa do Avião para quem busca tranquilidade em águas calmas e mornas. Vale a pena esperar o pôr-do-sol para fotografar e se deslumbrar. O acesso deve ser pela PE-15, até entrar na BR-101 e, finalmente, PE-035. Cercada de rios, manguezais e Mata Atlântica, Itapissuma é um dos melhores destinos turísticos para quem busca uma gastronomia de frutos do mar. Bares e restaurantes instalados no “braço do mar”, ou seja, o Canal de Santa Cruz, permite um visual relaxante saboreando a famosa caldeirada. Um píer proporciona passeios de barco, completando o relax. É um dos polos náuticos mais movimentadosda região. Sua maior atração turística acontece no segundo domingo de janeiro, com a Buscada de São Gonçalo do Amarante, uma tradição religiosa que acontece desde 1861. Trata-se de uma procissão marítima levando a imagem do santo padroeiro até Igarassu. É a Levada. Uma semana depois, os mesmos barcos dos pescadores e dos turistas, trazem a imagem do santo padroeiro para sua igreja, quando a procissão recebe o nome de buscada. Um belo espetáculo de fé e turismo. Moradores de Itapissuma adotaram São Gonçalo padroeiro, pelo fato de sua imagem ter sido encontrada na praia. Itapissuma, pedra negra, na língua indígena, teve origem com o povoamento dos franciscanos em 1588, que conviveram com os índios, os primeiros habitantes. A cidade recebeu o título de Patrimônio da Humanidade da ONU, devido o cuidado com a preservação da Mata Atlântica. Fica a 45 km do Recife viajando pela PE035. Falando em Patrimônio, Goiana, 65km do Recife, é Patrimônio Histórico Nacional desde 1938, e uma das mais belas cidades históricas do Brasil, com seus monumentos religiosos, a maioria em estilo barroco do século 18. As igrejas de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos; de Nossa Senhora do Amparo dos Homens Pardos, onde se encontra o Museu de Arte Sacra e a Matriz de Nossa Senhora dos Homens Brancos, estão entre as mais antigas do Brasil. Há ainda, o Conjunto Carmelita que abriga a Igreja Nossa Senhora do Carm,o e o Cruzeiro em pedra calcária, de 1742. Todos de fácil localização. Além dos monumentos, bons para fotografar, as praias são atrativos à parte devido a beleza natural: Pontas de Pedra, Catuama e Tabatinga. No percurso, está a histórica Vila Tejucupapo. O obelisco lembra a vitória das mulheres contra os holandeses em 1645. Inúmeros empreendimentos imobiliários descobriram essas praias que contam com pousadas, bares e restaurantes típicos com frutos do mar. O mais conhecido é o Buraco da Gia, com os caranguejos amestrados, mas ele fica fora da área praieira. Oferece, ainda, belo artesanato em cerâmica e madeira. O artista mais famoso, é Zé do Carmo, tem como característica esculpir tipos nordestinos transformados em anjos (cangaceiros com asas e tocando flautas). O folclore do Litoral Norte, além de preservado é cultuado, através dos caboclinhos e maracatus rurais, tornando o Carnaval concorrido.

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Igarassum, uma das cidades mais históricas do Brasil, está localizada no Litoral Norte de Pernambuco, a 30km do Recife. É a segunda mais antiga do Brasil . Abriga o Sítio Histórico tombado pelo IPHAN, contendo a igreja mais antiga do país, a dos Santos Cosme e Damião, de 1535. O Convento São Francisco de 1588 e sua Pinacoteca protegendo documentos importantes da época colonial. A cidade pede uma caminhada pelas ruas ladeirosas e impregnadas dos acontecimentos importantes que ficaram na história. Vale a pena fotografar: o Museu Histórico; o Convento Sagrado Coração de Jesus; a Capela Nossa Senhora do Livramento, do século 18; a Capela de São Sebastião, de 1772; a Casa de Câmera e Cadeia, de 1782; o convento Franciscano de 1588; o Sobrado do Imperador de 1675 e o imponente Engenho Monjope. Quem prefere o ecoturismo, existe o Refúgio Charles Darvin, para passeios na Mata Atlântica e trilhas. Belas praias de areia fina, águas mornas e calmas, a exemplo do Mangue Seco e da Gavoa, a ilhota Coroa do Avião, ideal para quem deseja mar e sossego. O Maracatu Estrela Brilhante, a grande atração do Carnaval desde 1824, é Patrimônio Vivo de Pernambuco. Um paraíso verde. Assim pode ser definida a cidade de Abreu e Lima, distante apenas 16 km do Recife, lugar ideal para quem curte a natureza. A Mata Atlântica preservada em 70% e tombada em nível estadual, conhecida como Reserva Caetés, é perfeita para trilhas e passeios. Os caminhos ecológicos formam um ambiente turístico com as Ruínas de São Bento, o Córrego do Ouro, o Forno de Cal, o Forno Jatobá. O local permite ainda passeios de barco, pesca artesanal, canoagem, motocross e bike. Em Paulista encontramos 14 km de praias com águas mornas e azuis que atraem turistas de todo lugar, sendo as mais famosas Janga, Maria Farinha e Pau Amarelo, onde se encontra o Forte do mesmo nome, construído pelos portugueses no século 18. Foi nesse local que os holandeses desembarcaram no Brasil. Uma praia histórica. O Pontal Maria Farinha, composto por Nova Cruz, a Ilhota Coroa do Avião (Igarassu), Itapissuma e Itamaracá, forma um dos melhores polos de lazer náutico do estado. Passeios de barco ou de catamarã podem ser feitos pelo Rio Timbó, de onde se avistam as ruínas do velho porto marítimo e o bonito encontro do rio com o mar. Ainda se percebem casas suntuosas e o trabalho dos pescadores na praia. Outra pedida está no Veneza Water Park, um parque aquático ótimo para lear as crianças.

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Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer

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Missa do Vaqueiro, em Serrita, reúne centenas de admiradores no quarto domingo do mês de julho

DA SANFONA, DO ABOIO E DO COURO

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algueiro é conhecida como a “Encruzilhada do Nordeste” devido a sua situação geográfica de fácil comunicação com cidades pernambucanas e cearenses. Possui um comércio movimentado e diversificado. Suas belezas naturais, ao lado da preservação histórica, asseguram a cidade como forte polo econômico e de turismo na região. Visitar o distrito de Conceição das Crioulas, por exemplo, é mergulhar no século 19. Não se pode deixar de conhecer a capela de

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Nossa Senhora da Conceição. O local é uma comunidade quilombola que já foi tema de inúmeras reportagens e de documentários para a TV. Ali se deu a origem da cidade. Seus moradores são excelentes artesãos, tocadores de pífanos e mantêm a tradicional Dança do Trancelim. No Centro de Cultura, Lazer e Turismo, os trabalhos em couro, palha e corda são os mais procurados. É nesse espaço que os festejos populares são realizados. Em abril, tem o Festival da Sanfona, e no Carnaval, a Bicharada do Mestre Jaime (homens fantasiados de animais) reina absoluta. Mas o forte do artesanato em couro encontra-se no Sítio Cacimbinha onde mora o Zé do Mestre, o mais talentoso. Ele se especializou na indumentária do vaqueiro, gibão, perneira, chapéu, entre ouros. Suas criações são as mais disputadas.Vale a pena visitar o Memorial do Couro onde a história do vaqueiro é contada com bela exposição. O imóvel foi adaptado para ser uma galeria sensorial, com música e iluminação visando causar impacto ao turista. Salgueiro, cujo nome se originou da árvore, oferece ainda o Museu Municipal, cinco sítios arqueológicos com inscrições rupestres e o Mirante do Cruzeiro proporcionando em belo panorama do Sertão Central. As festas juninas com bandas de forró e a Festa da Santa Cruz arrastam milhares de pessoas, do município e da redondeza. Cidade progressista, conta com seis universidades, cinco canais de TV e quatro emissoras de rádio. É também o ponto central da Transnordestina e recebe cortes para a transposição do Rio São Francisco. É um dos maiores polos produtores de cebola, algodão, frutas e tem na caprinocultura forte economia. Dista do Recife por 596 km.

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Uma missa pode ser a maior atração turística de uma cidade. É o caso de Serrita, a 553 km do Recife, Sertão Central. Todos os anos, desde 1972, um ato religioso atrai turistas de todo Brasil e vaqueiros do Nordeste para assistir a Missa do Vaqueiro. A cerimînia foi criada pelo padre João Câncio dos Santos em homenagem à valentia e bravura do vaqueiro que tem “o braço firme e laço forte”, como está na composição de Vandré, inspirada na morte misteriosa de um vaqueiro no Sítio das Lages, a 32 da cidade, em 1954, quando dois vaqueiros saíram em busca de uma

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rês e só um voltou, disseram que foi crime. O fato, quase lenda, inspirou o padre que, em parceria com Luiz Gonzaga e o repentista Pedro Bandeira, formatou o evento. O altar, em forma de ferradura, além do impacto visual, emociona a todos, especialmente na hora do ofertório, quando os vaqueiros vestidos a caráter, montados em seus cavalos, depositam no altar seus instrumentos do pastoreio: chapéus, perneiras, luvas, entre outros. Nessa ocasião, cada vaqueiro dá seu aboio, a sua característica principal. O aboio, de origem oriental, serve para chamar o gado ou localizar um parceiro. É ainda um grito de solidão na caatinga. Dias antes da missa, precede uma festa contagiante com vaquejadas, muitas danças com forró pé-de-serra, pífanos, zabumbeiros, xote, xaxado, baião, coco e aboiadores. E ainda: feira de artesanato de couro, comidas à base de milho e mandioca. Fora desse período, Serrita tem outras atrações, como o Memorial Frei Damião; a Vila Pueira, onde houve combate de Lampião em 1927; o Chalé Villa Maria, casa do coronel Chico Romão (fundador da cidade); e o Centro Cultural do Vaqueiro. Última cidade da BR-232, Parnamirim, que em Tupi significa rio pequeno, fica a 570 km da capitale é conhecida pela tranquilidade. Para quem busca repouso, melhor não tem. Entretanto, o agito surge nas terças-feiras quando acontece a feira livre, bem variada de cereais a artesanato de tecido, palha e couro. O ponto atrativo de Parnamirim encontra-se na Bacia do rio Brígida, que margeia a cidade, com riachos e açudes perfeitos para mergulhos. Sobrados e casarios antigos na Praça 31 de Março são muito fotografados. Em março, acontece a Festa do Umbu, fruta rica em vitamina C e abundante na região. A árvore, o umbuzeiro, era chamada de “Sagrada do Sertão” por Euclides da Cunha. A festa, na zona rural, tem duração de dois dias contendo doces, geleias, licores e a fruta, que reina absoluta. O forró pé-de-serra com zabumba causa alegria coletiva. Verdejante entrou recentemente na Rota do Turismo. A Festa do Vaqueiro, por exemplo, existe há mais de 80 anos mobilizando moradores das redondezas, sobretudo do Ceará com quem faz fronteira. A festa acontece todos os anos na igrejinha de Nossa Senhora da Conceição, localizada na Vila Bezerros. O programa consta de procissão, queima de fogos, solta de novilhos, vaquejada, apresentações de pífanos, de violeiros, de sanfoneiros e a feira de artesanato. As benzedeiras são atrações à parte. O povo religioso, hospitaleiro e alegre da cidade sabe receber o visitante.

Ricardo Moura/Secult-PE

22Banda de Pífanos e Trancelim no Quilombo de Conceição das Crioulas


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Festival Nacional de Jericos acontece em Panelas anualmente

ENCANTOS DO AGRESTE

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grestina fica 154 km distante do Recife e criou fama por meio do artesanato, principalmente o do chocalho. De produção totalmente artesanal feito de ferro ou latão galvanizados e de tamanhos variados, ele serve para localizar os animais nos pastos através do barulho do badalo. A produção cresceu tanto que provocou uma feira famosa realizada às segundas-feiras. Existe até a Cavalgada do Chocalho. Outro artesanato que causa admiração é o da Arte Medieval da Prince Art. São lustres, brasões, lanternas, espadas, móveis, entre outros que remetem à Idade Média. O folclore é outra riqueza. De bandas de pífanos a bacamarteiros e ainda a mazurca, uma dan-

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Rodrigo Lobo


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ça rara e antiga feita com batidas dos pés, quase indígena. Tudo pode ser visto na Festa de Santo Antônio, o padroeiro, durante o período junino com muito forró. Já São Joaquim do Monte é a cidade das romarias. A primeira tem início em janeiro com a Festa dos Santos Reis. Pregações religiosas e missas em louvor aos Reis Magos, durante três noites. Em seguida é a vez da parte profana com shows populares e cantores regionais. Entretanto, a maior delas é a Romaria de Frei Damião, no início de setembro. Com missas, confissões, ofícios, terços etc. Cerca de 300 mil fiéis participam durante os quatro dias. Mas todas as noites, um forró pé de serra faz a animação. Um elevado de 600 metros deu origem à cidade bem como ao seu nome: Altinho. Tudo começou com a construção de uma capelinha para Nossa Senhora do Ó, em 1750. O artesanato de cipó, balaios, cestas e calçados de couro são disputados. E agora, surge um comércio: grinaldas e buquê de noivas em tecido feitos no capricho para as noivas, sob encomenda. Para quem curte a natureza, visitar a Pedra do Letreiro para ter uma bela visão da redondeza tem que fazer parte da programação. E ainda tem a Festa de São Sebastião e de Reis em janeiro; maracatus, trios elétricos, no Carnaval, e muitas fogueiras e bandas de forró no São João. Na mesma rota encontramos a lendária Lagoa dos Gatos. Contam que um caçador, em fins do século 18, avistou vários gatos-maracajás bebendo água numa lagoa. Ficou encantado com a cena e foi experimentar a água. Era doce e saborosa. A qualidade da água espalhouse rapidamente e logo surgiram os primeiros habitantes. A cidade é perfeita para turismo ecológico, com clima de montanha, recursos naturais como cachoeiras, riachos, bicas, açudes, furnas, cavernas, barragens, trilhas e rochas. E mais: o canto dos pássaros e o barulho das águas atraem pesquisadores e turistas de toda parte. Já a cidade de Panelas, 182 km do Recife, tem um calendário festivo extenso. O Festival Nacional de Jericos, realizado anualmente no dia 1º de Maio, é o mais famoso e atrai turistas de diversas cidades, inclusive de outros estados, curiosos para ver os animais fantasiados. Outras atrações são: Trilha da Emancipação, Maratona dos Cravos, Desfile de Carroças e Carros de Boi, todos com público certo. Para quem prefere sossego, existem os sítios arqueológicos, cachoeiras e bicas nos pés de serra e ainda as belezas naturais das três serras que envolvem a cidade: Bica, Boqueirão e Timóteos. Essa última, foi palco da Guerra das Cabanas (1832) quando houve a rebelião contra a abdicação de Dom Pedro I. Panelas conta também com construções da época do Império, a exemplo do Engenho Amolar e da comunidade quilombola. A origem do seu nome tem várias versões. A mais usada conta que em determinada localidade foram encontradas panelas indígenas. Hospedarias e pousadas atendem aos visitantes. Seu acesso pode ser feito por meio da BRs-232 e 104.

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ENGENHOS E MARACATUS

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e um lado da rua é Pernambuco, do outro, Paraíba. Assim, é Itambé, cidade pioneira em revoluções que respira seu passado. Os obeliscos e placas contam tudo, como a que se refere à Revolução de 1817, iniciada ali, e a do Quebra-quilos. Esta marca a forte manifestação dos feirantes contra a mudança das balanças proposta pelo governo. Também há o aerópago, onde foi erguida a primeira loja maçônica do Brasil. Maracatus, caboclos de lança e cavalos-marinhos invadem as ruas durante o Carnaval, um dos mais alegres da região. O Maracatu Leão Coroado, por exemplo, conta com 80 figurantes causando uma bela plasticidade.

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Renata Pires/Secult-PE


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Berço do Maracatu Rural, Aliança surgiu no século passado por meio da união de famílias religiosas, daí o seu nome. O maracatu rural foi criado pelos cortadores de cana. A tradição é mantida até hoje. As fantasias, com um colorido bordado de lantejoulas nas golas e mantas, dão vida aos caboclos de lança e são criadas com as mesmas mãos que cortam cana. O Maracatu Estrela de Ouro, considerado patrimônio imaterial pelo IPHAN, é a grande atração no Carnaval. Os engenhos são outro atrativo. Destacam-se o Cipó Branco, Jucá, Limeira, Piraurá, Terra Nova, Vazão, Passagem e Cueiras. Vale visitar, ainda, o Mercado Público, a Vila Macujê e as igrejas de Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Lapa e de Nossa Senhora das Dores. Situada no Vale do Siriri, Vicência é perfeita para o ecoturismo. Vários engenhos viraram pousadas e mantiveram as características originais. Ao todo, são 51 catalogados. Conhecer a Usina Laranjeiras, onde estão a capela e a imagem de São Joaquim (1806), é reviver o auge da cultura canavieira. Já no Engenho Água Doce, é possível conhecer uma Cachaçaria que oferece quase 100 licores de frutas para degustação. E o Engenho Iguape, século 19, retrata bem o apogeu do Ciclo do Açúcar. Agora é pousada. O jundiá, mantém o estilo antigo e serve ainda para esportes radicais, contando com uma rampa para prática de voo livre. O Poço Comprido proporciona banhos de bica e abriga o Museu do Açúcar, que foi tombado pelo IPHAN. Nazaré da Mata é famosa pelo Maracatu do Baque Solto, tradição que se apresenta com colorido, animação, alegria e em grande estilo durante a festa de momo. A manifestação tem origem nas senzalas no século 18. O mais antigo é o Cambinas (1898). A cidade tem pontos turísticos como o Parque dos Lanceiros, o Espaço Cultural Mauro Mota e a Matriz de Nossa Senhora da Conceição. O Engenho Santa Fé é uma pousada com estrutura para descanso, boa gastronomia e cavalos para passeios no campo. Paudalho traz a marca histórica do corte de pau brasil e das terras exploradas no século 16. O foco turístico está nas romarias no Engenho Ramos, de setembro a janeiro. No local, fica a capela de Nossa Senhora da Luz e a sala de ex-votos dos pagadores de promessas para São Severino dos Ramos.

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Não foi à toa que São Lourenço da Mata recebeu esse nome. Extensas florestas identificavam o local, habitado por índios tupinambás nas imediações dos rios Capibaribe e Beberibe. É uma das cidades mais antigas do Brasil (1554) que possui um rico patrimônio com usinas, igrejas, engenhos e a Estação Ecológica de Tapacurá. Ali fica o Museu do Pau Brasil, com mais de 100 mil árvores da espécie. Reza a lenda que, tempos atrás, um carro de boi caiu no açude nomeando esta cidade da Mata Norte: Lagoa do Carro. Hoje, o açude passou a ser uma área de lazer com calçadão e bancos, sediando shows e feiras típicas. A cidade é conhecida pelos tapetes em lã produzidos em oficinas, como a Cooperativa Arte Nossa. A variedade assusta e os preços são mais em conta no local. Outra atração é a Cachoeira do Roncador. Cercada por rochas e vegetação rasteira, oferece três belas quedas. A última forma uma convidativa piscina para banhos. No Museu da Cachaça, que está no Guinness, é possível achar 3.500 tipos da bebida brasileira e de mais 18 de diversos países. A lojinha local permite a aquisição de derivados da cana de açúcar e lembrancinhas.

Daniela Nader/Divulgação

28Obras dos filhos de Mestre Nuca, de Tracunhaém


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O Moda Center Santa Cruz é o maior centro atacadista de confecções do Brasil

MODA E ECOTURISMO F

ica no Agreste, 192 km do Recife, a cidade que mais recebe turistas em Pernambuco, Santa Cruz do Capibaribe. São 50 mil por semana, chegando aos 100 mil nos finais de semana de maio/junho e novembro/dezembro. Isso se deve as inúmeras confecções de todos os tipos, que tranforam a cidade na maior produtora de confecções do Estado e a segunda maior do Brasil, segundo o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Lugar perfeito para o turismo de negócios, ela faz parte do chamado “triângulo das confecções” junto com Caruaru e Toritama. A comercialização da sua produção se concentra no Moda Center Santa Cruz, o maior centro atacadista de confecções do Brasil, reunindo mais de 10 mil pontos comerciais, entre boxes e lojas, onde são comercializadas peças no atacado e no varejo. O sucesso das confecções teve início em 1960, quando dois comerciantes tiveram a ideia de aproveitar restos de um tecido chamado elanca para costurar. Deu certo e as produções passaram a serem chamadas de sulanca, mesmo utilizando outros tecidos. Mas não só de moda vive a cidade. Ela tem outros encantos como a Igreja Matriz de Bom Jesus dos Aflitos, construída em 1874 com vitrais e imagens belas; o Sítio Arqueológico da Serra do Pará, com cavernas e mais de cem pinturas rupestres, na zona rural.

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Divulgação


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A capital pernambucana da moda também é festeira e sabe receber bem o turista, principalmente na Festa do Cobertor contendo exposições e shows populares; Circuito Pernambucano de Motocross e na famosa Sulanfolia, o Carnaval fora de época. O São João começa a crescer a partir do investimento do poder público na data. E, geralmente no mês de outubro, acontece o Estilo Moda Pernambuco, evento destinado ao mercado de moda que reúne as marcas da cidade, imprensa especializada e convidados de todo o país para desfiles, palestras e debates. Com tanto movimento, a cidade oferece boa infraestrutura de hotéis e restaurantes. O seu acesso pode ser feito pela BR-232 vindo do Recife, até Caruaru, depois a PE-104 e, por último, a PE-160. Outra cidade que não pode deixar de ser visitada, se você quer encher as sacolas de roupas de boa qualidade e com preços acessíveis, é Toritama. A cidade faz parte da Rota de Confecções do Agreste, sendo responsável por cerca de 16% da produção nacional, uma potência econômica consolidada. Para o lançamento das roupas de verão ou inverno, são realizados grandes desfiles com shows de cantores famosos no Parque da Feira onde está concentrada toda a venda tanto no atacado como no varejo. Depois das compras, a pedida é conhecer a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a padroeira, as formações rochosas Pedra da Torre e os diversos portais que são os picos, ou seja, pedras gigantes localizadas às margens do rio Capibaribe. Algumas com mais de 230 metros de altura. O seu nome, vem de origem indígena: tori, pedra, e tama, região. Surgiu a partir de uma fazenda de criação de gado no início do século 19. Para chegar lá, segue-se pela BR-232 até Caruaru, depois a BR- 104 e em seguida, a PE-90. Na cidade vizinha, Riacho das Almas, um novo artesanato está surgindo, feito com restos de jeans. A ideia veio de uma artesã observando o monte de retalhos que não eram aproveitados. São cerca de 80 mil toneladas de jeans sem uso por dia. Então, a artesã Adjane Souza foi buscar orientação ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e ao Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e criou um grupo chamado Fulô da Terra. São 30 mulheres que criam os mais variados trabalhos na Vila Viturino. Elas transformam os panos em colares, agendas, bonecas, diademas parecendo “novo” e ninguém percebe. A Empetur e Prefeitura Municipal apoiam. A Dália da Serra, assim é conhecida Taquaritinga do Norte, localizada a 164 km do Recife. Uma das melhores cidades para turismo devido

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José Waydson

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Rampa do Pepe

ao seu clima frio em torno de 18 graus. Possui o segundo ponto mais alto do estado, 1086 metros de altitude, a Serra Taquara. Cidade cercada de serras, onde são feitas cavalgadas e trilhas ecológicas. A Rampa do Pepe é a preferida para esportes de voos livres atraindo muitos jovens. Promove eventos tradicionais a exemplo da Festa da Dália e do Café Orgânico. Aliás, o café é cultivado em grande escala e essas festas garantem um público. Maior produtora de café orgânico do Agreste, Taquaritinga do Norte esconde uma raridade em meio à sua produção agrícola: a arábica típica, primeira planta cafeeira a ser introduzida no Brasil, em 1727. O mais famoso deles é o Yaguara. Vale a pena uma paradinha para um café quentinho. Outra festa tradicional é o Festival de Cinema durante as férias de julho. O seu nome se origina da língua indígena – itacoaroetinga, buraco de pedra. A flor dália, se adaptou e prosperou no clima, sugerindo o nome da cidade.

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Chico Pelinca

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Para chegar à Capela do Cristo Redentor, em Limoeiro, é preciso ter fôlego: são 670 degraus até lá

TEARES, BORDADOS E RAÍZES MUSICAIS

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istante apenas 97 km do Recife, no Agreste pernambucano, Bom Jardim preserva marcas do século 18, como engenhos e seus conjuntos arquitetônicos, casas grandes, capelas e moita (casas de engenho). Um exemplo é a Boa Esperança, onde se hospedou o abolicionista Joaquim Nabuco e nasceu Francisco Julião, criador das Ligas Camponesas. A cidade é perfeita para estudantes de arquitetura. O passeio pode seguir pelos engenhos Passassunga, século 19, onde fica a capela dedicada a Nossa Senhora do Rosário; e o Santa Cruz, ainda do século 18, às margens da PE-90 e um dos mais visitados em qualquer época do ano.

Além dos seculares engenhos, as formações rochosas da cidade são convites para o lazer. A Pedra Fina, cercada de bananeiras, é um recanto perfeito de recolhimento. Para reunir amigos, a Pedra Nossa Senhora de Lourdes é a preferida, com restaurantes, bares e lanchonetes. Na Pedra da Perua, há uma rocha granítica gigante e lendária. Dizem que, na lua cheia, ela se transforma em ouro e quem a toca fica abençoado. Há, ainda, o Sítio Arqueológico da Pedra do Caboclo, também lendário. Nele, foram encontrados urnas mortuárias, cerâmicas e utensílios domésticos que estão expostos no Museu do Homem do Nordeste, no bairro de Casa Forte, no Recife.

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Bom Jardim, cujo nome se originou dos inúmeros paus-d’arcos, árvores com flores amarelas predominantes na cidade, faz contraste com as rudezas das jazidas e fábricas de granito. Lá existe a extração da pedra mana imperial, a única no Brasil cuja produção está sendo exportada para a Ásia. Vale conhecer o artesanato (bijuterias com pedras semipreciosas), o folclore e a gastronomia, rica em pratos regionais e chupetinhas de açúcar. Limoeiro, outra cidade desta rota, é uma antiga aldeia dos índios tupis e passou a ser uma cidade cheia de atrativos para passeios nos fins de semana. Localizada a 77 km do Recife, a cidade possui igrejas seculares, casarios e prédios do início do século 20, hoje transformados em órgãos públicos e que mantêm as características originais. É o caso do Açougue Municipal, de 1915, que abriga o Centro de Artesanato. Lá podemos encontrar peças bordadas à mão, cintos, sandálias, bolsas de couro, tecelagem, entre outras. A sede da prefeitura, também da mesma época, bem como a Câmara de Vereadores, está instalada em um prédio preservado. Os engenhos Guabiraba e São João Batista, respectivamente dedicados à Senhora Santana e a São João Batista, ainda conservam os conjuntos arquitetônicos, compostos de casa grande, moita e capelas, em bons estados. Para conhecer a Capela do Cristo Redentor, construída em 1905, é preciso ter fôlego. São 670 degraus. Ali, vem sendo realizada a Via Sacra durante as madrugadas da Semana Santa. Chama atenção, ainda, a Igreja de Nossa Senhora da Apresentação, de 1853, em estilo gótico. Outra que merece a visita é a Igreja de Santo Antônio, construção do século passado, ostenta dois sineiros. Para ter uma visão panorâmica da cidade, é só ir aos Mirantes da Pedra do Umbu e do Morro Redentor. Bom para fotografar. Os artistas da cidade produzem um diversificado artesanato em madeira, couro e barro, além dos bordados. Já Feira Nova, distante 11 km de Limoeiro, é uma das poucas cidades pernambucanas que não se originou do sentimento religioso. Foi o comércio, precisamente o da farinha de mandioca, que deu impulso à economia do lugar. Antes, chamada Jardim, a partir de 1938 passou a ser Feira Nova com o progresso de uma nova feira tendo como produto principal a farinha que reina até hoje e tem nas casas de farinha visita frequente dos turistas. Possui folclore diversificado, com maracatus, mamulengo, coco, cavalo marinho e blocos carnavalescos. As festas juninas também são destaque. O artesanato começa a despontar com bordado e pintura em tecido, assim como trabalhos em casca de mandioca. A grande festa acontece no mês de setembro – a Festa da Farinha. Do Recife até lá, a viagem dura cerca de uma hora (76 km).


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