Balanรงo Empresarial de Pernambuco 2017
EM PERNAMBUCO, QUALIDADE FAZ ESCOLA.
São várias as conquistas recentes do nosso ensino público. Conquistas que são resultado de muito trabalho e investimento. As escolas da rede estadual estão mais modernas e bem equipadas. Incentivam os nossos estudantes a aprender. Eles sabem que educação de qualidade é capaz de transformar as suas vidas. E que é isso o que a nossa escola pública, hoje, oferece: um futuro melhor para milhares de jovens pernambucanos.
1º lugar do Ensino Médio no IDEB
37 escolas técnicas estaduais (10 novas desde 2015)
Menor taxa de abandono escolar no Ensino Médio
46 quadras já entregues pelo Programa Quadra Viva
Maior rede de ensino em tempo integral do país
Mais de 5 mil embarques pelo Programa Ganhe o Mundo
368 escolas em tempo integral (39 implantadas em 2017)
Novas modalidades desde 2015: Ganhe o Mundo Esportivo e Ganhe o Mundo Musical
51% das vagas do Ensino Médio em escolas em tempo integral
Passe Livre RMR disponível para mais de 260 mil alunos
empresas pernambucanas superam a crise e crescem em 2016
O
lise começou a ser feita, dez empresas figuraram em todos os seis critérios analisados. Nos demais anos, esse número não passou de três. O levantamento confirma, ainda, que uma economia diversificada é estratégica para encarar adversidades econômicas. No ano passado, 25 setores diferentes se fizeram presentes no ranking. Para esta edição do balanço, foram analisadas 272 empresas privadas com sede local que publicaram suas demonstrações financeiras referentes ao ano
de 2016 no Diário Oficial do Estado entre os dias 1º de janeiro e 15 de julho deste ano. Desse total, foram rankeados os 40 melhores desempenhos em seis itens: ativos, receita líquida, lucro líquido, variação da receita líquida, rentabilidade do patrimônio líquido e margem líquida. “Sinto que a crise serviu para aprimorar a gestão das empresas. O empresariado pernambucano conseguiu olhar para dentro e pensar: ‘O que preciso mudar para manter a minha empresa com rentabilida-
Jão Vicente
empresariado pernambucano deu um exemplo de boa gestão para o enfrentamento de uma crise econômica. No ano de 2016, as maiores empresas do Estado apresentaram resultados sólidos e rentáveis, de acordo com o Balanço Empresarial 2017 - realizado pela consultoria JBG & Calado Gestão e Negócios. Juntas, as 40 melhores empresas rankeadas registraram crescimentos de 27% de lucro e tiveram uma rentabilidade de 23% de seus patrimônios. E, pela primeira vez desde 2006, quando a aná-
josé emílio calado sócio da JBG & Calado Gestão e Negócios
Ranking Da Receita Líquida (R$ MIL) de adequada e continuar crescendo?’ E eles fizeram isso da maneira correta. Em resumo, isso é o que o balanço mostra”, analisa o sócio da JBG & Calado Gestão e Negócios, José Emílio Calado. A empresa que apresentou o maior lucro líquido do ano foi a marca de cartão de crédito que pertence ao Itaú Unibanco, a Hipercard, com R$ 506 milhões, quase 10% a mais do que no ano anterior. Na sequência, vem a indústria de baterias automotivas Grupo Moura, uma das dez empresas que se destacou em todos os critérios analisados e acumulou R$ 300,9 milhões em lucro líquido no ano passado. “Creditamos o resultado do Grupo ao longo de 2016 à continuidade da estratégia de crescimento que temos mantido nos últimos anos, além dos esforços em otimização e produtividade e os investimentos em inovação. Esses fatores têm sido fundamentais para termos atravessado o período mais agudo da crise, gerando resultados positivos e gerando riquezas para nossos colaboradores e região”, afirma o diretor financeiro e de controladoria do Grupo Moura, Tiago Tasso. A empresa, sediada na cidade de Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, esteve presente em todas as análises desde 2006. Ainda sob uma perspectiva de solidez ao longo dos anos, o setor de energia mais uma vez alcançou destaque, sendo o segmento com maior representatividade desta edição. A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) é líder em receita líquida no Estado, equivalente a R$ 4,69 bilhões, e vice-líder em ativos, com R$ 5,53 bilhões. Já o Sistema de Transmissão Nordeste (STN) alcançou a quarta maior margem líquida - relação entre o lucro e a receita -, de 51%. Enquanto a Energética Suape e a Brennand Energia apresentaram cada uma um aumento de 38% na rentabilidade do patrimônio líquido. Num olhar de mais curto prazo, a análise total das empresas mostra que 83% dos negócios listados em 2015 permaneceram no ranking de 2016. “Esse é um índice alto, muito positivo. Mostra que o negócio em Pernambuco é sustentável. É sólido. São empresas que vêm ano a ano se destacando”, ressalta Calado.
EMPRESA
2016
4.575.630
4.694.830
TOTAL DISTRIBUIDORA S.A
3.570.643
4.441.320
HIPERCARD BANCO MÚLTIPLO S.A
1.655.931
1.899.729
M&G POLIMEROS S.A
1.901.350
1.675.594
923.820
1.633.152
1.776.724
1.438.081
737.171
1.158.559
1.020.261
1.125.380
876.417
1.035.869
1.005.325
1.021.746
TEMAPE S.A
Ranking do Ativo (R$ MIL) EMPRESA
2015
COMPANHIA ENERGÉTICA DE PERNAMBUCO S.A
VORORANTIM CIMENTOS N/NE S.A SETTA COMBUSTÍVEIS S.A
2015
2016
HIPERCARD BANCO MÚLTIPLO S.A
9.516.428
14.396.344
ACUMULADORES MOURA S.A
COMPANHIA ENERGÉTICA DE PERNAMBUCO S.A
5.131.920
5.537.440
COMPANHIA PETROQUIMICA DE PERNAMBUCO
VOTORANTIM CIMENTOS N/NE S.A
3.457.948
3.706.111
960.631
3.340.044
3.513.729
COMPANHIA INTEGRADA TEXTIL DE PERNAMBUCO
632.950
ESTALEIRO ATLANTICO SUL GRUPO JCPM
3.226.002
3.338.719
900.602
2.563.850
2.706.228
COMPANHIA PERNAMBUCANA DE GÁS COPERGÁS
819.314
MOURA DUBEUX ENGENHARIA S.A VARD PROMAR S.A
2.302.514
2.132.704
808.528
818.183
SER EDUCACIONAL S.A
1.848.588
2.018.564
INDUSTRIAS REUNIDAS RAYMUNDO DA FONTE S.A
ACUMULADORES MOURA S.A
1.590.362
1.846.106
HOSPITAL ESPERANÇA S.A
664.653
773.958
BRENNAND CIMENTOS S.A
1.822.194
1.815.262
ESTALEIRO ATLANTICO SUL
599.008
669.958
COMPANHIA INTEGRADA TEXTIL DE PERNAMBUCO
2.506.341
1.457.752
BRENNAND CIMENTOS S.A.
449.629
633.649
1.454.473
SER EDUCACIONAL S.A
MOURA DUBEUX ENGENHARIA S.A
774.905
620.604
ENERGÉTICA SUAPE 2 S.A
755.040
592.308
GRUPO JCPM
480.291
451.220
VARD PROMAR S.A
954.264
372.309
ODEBRECHT AMBIENTAL S.A
350.333
344.920
282.893
341.061 305.750
COMPANHIA PETROQUIMICA DE PERNAMBUCO
2.572.380
INTERLIGAÇÃO ELÉTRICA GARANHUS S.A
1.178.434
M&G POLIMEROS S.A
1.432.538
1.282.660
VIA SUL VEICULOS S.A
BRENNAND ENERGIA S.A
1.335.532
1.157.723
1.245.507
USINA PETRIBU S.A
209.412
REAL ESTATE PERNAMBUCO S.A
974.494
895.850
USINA TAPICHE S.A
245.129
298.722
ENERGÉTICA SUAPE 2 S.A
867.426
843.092
COREMAL S.A.
305.866
284.968
STN - SISTEMA DE TRANSMISSÃO NORDESTE S.A
747.197
734.941
HOSPITAL ESPERANÇA S.A
572.516
692.955
ODEBRECHT AMBIENTAL S.A
479.417
650.642
ELETRICIDADE DO BRASIL S.A
558.273
629.445
USINA PETRIBU S.A
592.175
607.392
INDUSTRIAS REUNIDAS RAYMUNDO DA FONTE S.A
543.028
BRENNAND ENERGIA S.A
272.031
280.477
EUROVIA VEICULOS S.A
259.910
270.370
USINA CENTRAL OLHO D'AGUA S.A
281.726
260.869
ELETRICIDADE DO BRASIL S.A.
842.520
231.336
INTERLIGAÇÃO ELÉTRICA GARANHUS S.A
272.645
213.637
598.375
COMPANHIA ALCOOLQUÍMICA NACIONAL
175.948
212.830 187.697
ENOTEL - HOTELS & RESORTS S.A
485.202
572.142
TECON SUAPE S.A
191.554
NOVA COLORADO S.A
545.910
546.512
COMPANHIA EXCELSIOR DE SEGUROS
183.416
175.328
TERMELÉTRICA PERNAMBUCO 3 S.A
567.479
527.049
GRUPO MV
161.998
169.471
GRUPO PONTES
512.411
519.057
158.816
442.550
503.761
STN - SISTEMA DE TRANSMISSÃO NORDESTE S.A
158.987
COMPANHIA PERNAMBUCANA DE GÁS COPERGÁS
USINA UNIÃO E INDUSTRIA S.A
129.249
156.045
TOTAL DISTRIBUIDORA S.A
475.818
477.291
254.667
147.217
USINA CENTRAL OLHO D'AGUA S/A
358.547
404.876
NEX DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS LTDA
USINA TAPICHE S.A
298.509
394.111
142.154
294.973
342.944
EUROVIA AUTOMÓVEIS E UTILITÁRIOS S.A
139.826
COMPANHIA ALCOOLQUÍMICA NACIONAL
TERMELÉTRICA PERNAMBUCO 3 S.A
364.111
140.616
COMPANHIA EXCELSIOR DE SEGUROS
303.066
298.274
156.866
140.148
TEMAPE S.A.
143.670
295.262
SABARÁ QUÍMICOS E INGREDIENTES S.A
CONCESSIONÁRIA ROTA DO ATLÂNTICO S.A
292.553
284.586
TOTAL
30.220.941
31.380.114
GABRIEL BACELAR CONSTRUÇÕES S.A
314.134
281.422
TECON SUAPE S/A
269.301
265.565
TRAMONTINA DELTA S.A.
187.305
210.629
USINA UNIÃO E INDUSTRIA S.A
183.666
210.005
COMPANHIA ENERGÉTICA DE PETROLINA
170.182
192.665
54.827.068
59.765.974
TOTAL
O balanço trouxe, ainda, surpresas como o setor de distribuição de combustíveis, com o destaque para nomes como a Total, Temape, Setta e Dislub. “A Total, por exemplo, teve um crescimento de 24% na sua receita líquida. Isso porque ela começou a importar combustível e conseguiu ganhar um mercado grande”, afirma Calado, com base nos dados publicados pela empresa. Concessionárias de veículos também se fizeram presentes com a Eurovia e a Via Sul. Essa última ampliou sua receita líquida de R$ 282 milhões em 2015 para R$ 341 milhões no ano passado. Outro aspecto que se diferenciou das análises anteriores foi a descentralização geográfica dos empreendimentos de destaque, que ficaram fora do Complexo Industrial Portuário de Suape. Mas, mais alarmante que isso, são os relevantes desempenhos negativos dos poucos representantes que restaram desse polo. “Das 40 empresas que avaliamos em ativos, apenas sete estão em Suape. E, quando você começa a analisar quem são e a situação que estão, demonstra que o setor público precisa olhar para aquilo tudo e pensar em uma forma de não se deixar destruir o que já se construiu”, alerta Calado. Para se ter uma ideia da situação em que as representantes de Suape se encontram, a receita líquida do estaleiro Vard Promar despencou 60% em um ano e seus ativos encolheram cerca de 7%. A Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe) sofreu perda de 41% em seus ativos. Por fim, a Petroquímica Suape viu seus ativos diminuírem em 43% e sua variação de receita líquida ser a menor do ranking, de 2%. O vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Raul Henry (PMDB), garante que o governo está fazendo o possível para reverter as perdas sofridas pelo Complexo de Suape (leia a entrevista completa na página 14). “Em relação à Petroquímica, a Petrobras encaminhou a venda à mexicana Alpec - a segunda maior no mundo - ao Conselho Aministrativo de Defesa Eco-
nômica (Cade), mas ainda não há um relator des- Estaleiro Atlântico Sul junto ao BNDES. “Os melhores se processo. Quando houver um relator, nós vamos estaleiros do País estão instalados em Pernambuco e procurá-lo em nome do interesse do Estado”, asse- vamos defendê-los”. gura. Henry destacou ainda que o governo vem trabalhando para liberar os recursos contratados pelo Ranking DA MARGEM LÍQUIDA (R$ MIL) EMPRESA
Ranking DO LUCRO LíquidO (R$ MIL) EMPRESA
2015
2016
%
213.637
116.074
54%
SANDENE S.A.
27.208
14.211
52%
STN - SISTEMA DE TRANSMISSÃO NORDESTES.A.
158.816
81.759
51%
INTERLIGAÇÃO ELÉTRICA GARANHUS S/A
2015
2016
HIPERCARD BANCO MÚLTIPLO S.A
460.898
506.011
ACUMULADORES MOURA S.A
280.901
300.930
SER EDUCACIONAL S.A
161.065
230.448
USINA TAPICHE S.A
298.722
124.156
42%
USINA TRAPICHE S.A
19.431
124.156
ELETRICIDADE DO BRASIL S.A.
231.336
96.123
42%
116.074
BRENNAND ENERGIA S.A
280.477
98.877
35%
1.035.869
300.930
29%
INTERLIGAÇÃO ELÉTRICA GARANHUS S.A
55.439
HOSPITAL ESPERANÇA S.A
75.001
115.190
USINA CENTRAL OLHO D'AGUA S/A
260.869
73.449
28%
1.889.729
506.011
27%
451.220
107.546
24%
1.125.380
230.448
20%
ACUMULADORES MOURA S.A.
GRUPO JCPM
148.271
107.546
HIPERCARD BANCO MÚLTIPLO S.A
BRENNAND ENERGIA S.A
101.054
98.877
GRUPO JCPM
ELETRICIDADE DO BRASIL S.A
212.677
96.123
SER EDUCACIONAL S.A.
ENERGÉTICA SUAPE 2 S.A
95.699
94.738
NOVA COLORADO S.A.
49.503
9.615
19%
STN - SISTEMA DE TRANSMISSÃO NORDESTES.A
99.252
81.759
VIA AMBIENTAL ENGENHARIA E SERVIÇOS S.A
25.491
4.706
18%
VOTORANTIM CIMENTOS N/NE S.A
152.937
79.916
USINA PETRIBU S.A
305.750
54.905
18%
USINA CENTRAL OLHO D'AGUA S.A
25.169
73.449
TECON SUAPE S/A
187.697
30.305
16%
COMPANHIA PERNAMBUCANA DE GÁS COPERGÁS
50.733
70.974
ENERGÉTICA SUAPE 2 S.A
592.308
94.738
16%
IN FORMA SOFTWARE S/A
7.934
1.230
16%
TEMAPE S.A
21.326
69.865
USINA UNIÃO E INDUSTRIA S.A
156.045
24.183
15%
INDUSTRIAS REUNIDAS RAYMUNDO DA FONTE S.A
61.909
66.021
HOSPITAL ESPERANÇA S.A.
773.958
115.190
15%
NEUROTECH TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO S.A
20.915
2.992
14%
7.741
14% 12%
BRENNAND CIMENTOS S.A
-151.911
60.719
USINA PETRIBU S.A
-30.712
54.905
68.363
47.626
AVANTIA TECNOLOGIA ENGENHARIA S.A.
56.892
M&G POLIMEROS S.A ODEBRECHT AMBIENTAL S.A
22.904
40.661
ODEBRECHT AMBIENTAL S.A
344.920
40.661
TECON SUAPE S.A
36.695
30.305
TRAMONTINA DELTA S.A.
133.311
14.761
11%
-580
24.183
RODOVIÁRIA CAXANGÁS.A.
128.793
13.562
11%
ECOPESA AMBIENTAL S.A
16.932
20.203
5.998
10%
3.505
17.030
PRIME IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S.A
57.567
SETTA COMBUSTÍVEIS S.A TRAMONTINA DELTA S.A
14.423
14.761
6.953
10%
9.724
14.211
COMPANHIA MULLER DE BEBIDAS NORDESTE
71.151
SANDENE S.A RODOVIÁRIACAXANGÁS.A
1.117
13.562
10%
EMPRESA METROPOLITANA S.A
1.440
11.505
MOURA DUBEUX ENGENHARIA S.A
72.734
9.703
NOVA COLORADO S.A
19.562
9.615
GRUPO MV
23.665
9.471
ENOTEL - HOTELS & RESORTS S.A
USINA UNIÃO E INDUSTRIA S.A
BRENNAND CIMENTOS S.A.
633.649
60.719
EMPRESA METROPOLITANA S.A
120.726
11.505
10%
POWER CLIMBER COMERCIO DO BRASIL S.A
5.122
450
9%
INDUSTRIAS REUNIDAS RAYMUNDO DA FONTE S.A
818.183
66.021
8%
-25.663
8.682
AVANTIA TECNOLOGIA ENGENHARIA S.A
7.574
7.741
CONCESSIONÁRIA ROTA DOS COQUEIROS S.A
17.238
1.367
8%
FIABESA GUARARAPES S.A
2.331
7.666
COMPANHIA PERNAMBUCANA DE GÁS COPERGÁS
900.602
70.974
8%
COMPANHIA MULLER DE BEBIDAS NORDESTE
8.819
6.953
8%
COMPANHIA ALCOOLQUÍMICA NACIONAL SABARÁ QUÍMICOS E INGREDIENTES S.A VIA AMBIENTAL ENGENHARIA E SERVIÇOS S.A COMPANHIA EXCELSIOR SEGUROS NEUROTECH TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO S.A TOTAL
-30.026
6.882
2.077
6.398
139
4.706
4.640
3.054
-19
2.992
2.099.495
2.665.611
6.108
467
ENOTEL - HOTELS & RESORTS S/A
HOTEIS DA FONTE S/A
130.184
8.682
7%
FIABESA GUARARAPES S.A.
135.118
7.666
6%
MV PARTICIPAÇÕES S.A.
169.471
9.471
6%
1.438.081
79.916
6%
GABRIEL BACELAR CONSTRUÇÕES S.A
51.836
2.453
5%
ENGETEC CONSTRUÇÕES E MONTAGENS S.A.
4.106
194
5%
140.148
6.398
5%
13.456.070
2.503.407
VORORANTIM CIMENTOS N/NE S.A.
SABARÁ QUÍMICOS E INGREDIENTES S.A. TOTAL
19%
o resultado do investimento consistente durante anos
N
o início dos anos 2000, Pernambuco via nascer na sua capital uma ambiciosa política pública para desenvolver uma nova matriz econômica: a tecnologia. Uniram-se a universidade, o governo e os empresários e, hoje, 17 anos depois, todo o Estado colhe frutos sólidos de um investimento bem planejado. Pela primeira vez, desde o início do Balanço Empresarial em 2006, empresas de Tecnologia da Informação foram listadas. Avantia, Neurotech, In Forma, Grupo MV e Pitang figuraram no ranking das 40 de mais destaque em itens como lucro líquido, variação da receita líquida e rentabilidade do patrimônio líquido. “Foi uma surpresa muito boa. O setor de TI (Tecnologia da Informação) está despontando entre grandes e tradicionais empresas do Estado. E os rankings onde elas aparecem são justamente aqueles que os investidores mais olham. Rentabilidade do patrimônio líquido, por exemplo, é o indicador com que 100% das empresas estão preocupadas. Porque é ele que vai dizer se é mais interessante para o investidor colocar dinheiro ali ou no mercado financeiro”, comenta o sócio da JBG & Calado Gestão e Negócios, José Emílio Calado. Sob esse aspecto, por exemplo, apareceram a In Forma e a Neurotech. A primeira é uma empresa de software voltada para o ramo industrial, criada em 1993, concentrada, hoje,
Ranking DA VARIAÇÃO DA RECEITA LÍQUIDA (R$ MIL) EMPRESA
2015
2016
%
CODEPE S.A.
4.689
13.675
192%
QGSEE COMÉRCIO E CONSTRUÇÃO S.A.
30.686
85.685
179%
POWER CLIMBER COMERCIO DO BRASIL S.A
1.855
5.122
176%
Ranking DA RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (R$ MIL)
TEMAPE S.A.
923.820
1.633.152
77%
EMPRESA
2015
2016
%
SETTA COMBUSTÍVEIS S/A
737.171
1.158.559
57%
EMPRESA METROPOLITANA S.A
4.051
11.505
284%
COMPANHIA INTEGRADA TEXTIL DE PERNAMBUCO
632.950
960.631
52%
VIA AMBIENTAL ENGENHARIA E SERVIÇOS S.A
1.927
4.706
244%
USINA PETRIBU S.A
209.412
305.750
46%
USINA UNIÃO E INDUSTRIA S.A
21.898
24.183
110%
3.705
5.321
44%
ODEBRECHT AMBIENTAL S.A
39.594
40.661
103%
BRENNAND CIMENTOS S.A.
449.629
633.649
41%
HOSPITAL ESPERANÇA S.A.
112.909
115.190
102%
SANDENE S.A.
19.484
27.208
40%
RODOVIÁRIACAXANGÁS.A.
15.214
13.562
89%
3.570.643
4.441.320
24%
TEMAPE S.A.
79.741
69.865
88%
VIA AMBIENTAL ENGENHARIA E SERVIÇOS S.A
20.781
25.491
23%
IN FORMA SOFTWARE S/A
1.431
1.230
86%
USINA TAPICHE S.A
245.129
298.722
22%
SETTA COMBUSTÍVEIS S/A
20.039
17.030
85%
AVANTIA TECNOLOGIA ENGENHARIA S.A.
46.989
56.892
21%
639
450
70%
COMPANHIA ALCOOLQUÍMICA NACIONAL
175.948
212.830
21%
191.078
124.156
65%
9.340
5.998
64%
VIA SUL VEICULOS S.A
282.293
341.061
21%
USINA UNIÃO E INDUSTRIA S.A
129.249
156.045
21%
TRAMONTINA RECIFE S.A.
17.679
20.960
19%
ACUMULADORES MOURA S.A.
876.417
1.035.869
18%
PRIME IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S.A
48.960
57.567
18%
HOSPITAL ESPERANÇA S.A.
664.653
773.958
16%
PORTO NOVO RECIFE S.A
TOTAL DISTRIBUIDORA S.A
ESTALEIRO ATLANTICO SUL
599.008
669.958
12%
NEUROTECH TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO S.A
18.760
20.915
11%
CIA PERNAMBUCANA DE HÓTEIS E TURISMO
3.975
4.425
11%
SER EDUCACIONAL S.A.
1.020.261
1.125.380
10%
COMPANHIA PERNAMBUCANA DE GÁS COPERGÁS
819.314
900.602
10%
CASA DA FARINHA S.A.
73.114
78.821
8%
ENOTEL - HOTELS & RESORTS S/A
121.334
130.184
7%
COMPANHIA MULLER DE BEBIDAS NORDESTE
67.480
71.151
5%
GRUPO PONTES
101.847
107.332
5%
GRUPO MV
161.998
169.471
5%
EMPRESA METROPOLITANA S.A
115.785
120.726
4%
EUROVIA VEICULOS S.A
259.910
270.370
4%
FIABESA GUARARAPES S.A.
129.961
135.118
4%
PITANG CONSULTORIA E SISTEMAS S.A
32.949
34.141
4%
BRENNAND ENERGIA S.A
272.031
280.477
3%
4.575.630
4.694.830
3%
139.826
142.154
2%
COMPANHIA ENERGÉTICA DE PERNAMBUCO S.A. EUROVIA AUTOMÓVEIS E UTILITÁRIOS S.A. COMPANHIA PETROQUIMICA DE PERNAMBUCO INDUSTRIAS REUNIDAS RAYMUNDO DA FONTE S.A TOTAL
1.005.325 808.528 19.419.178
1.021.746 818.183 23.045.451
2% 1% 9%
POWER CLIMBER COMERCIO DO BRASIL S.A USINA TAPICHE S.A PRIME IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO S.A CASA DA FARINHA S.A.
4.719
2.800
59%
ECOPESA AMBIENTAL S.A
40.886
20.203
49%
USINA CENTRAL OLHO D'AGUA S/A
164.120
73.449
45%
4.938
2.160
44%
250.837
94.738
38%
7.964
2.992
38%
BRENNAND CIMENTOS S.A.
161.637
60.719
38%
AVANTIA TECNOLOGIA ENGENHARIA S.A.
22.102
7.741
35%
COMPANHIA PERNAMBUCANA DE GÁS COPERGÁS
231.414
70.974
31%
SER EDUCACIONAL S.A.
757.233
230.448
30%
7.429
2.091
28%
1.133.235
300.930
27%
SANDENE S.A.
54.340
14.211
26%
USINA PETRIBU S.A
211.589
54.905
26%
ELETRICIDADE DO BRASIL S.A.
370.711
96.123
26%
COMPANHIA ALCOOLQUÍMICA NACIONAL
29.525
6.882
23%
STN - SISTEMA DE TRANSMISSÃO NORDESTES.A.
394.204
81.759
21%
PRISMA TRANSPORTES S.A. ENERGÉTICA SUAPE 2 S.A NEUROTECH TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO S.A
COREMAL S.A. ACUMULADORES MOURA S.A.
QGSEE COMÉRCIO E CONSTRUÇÃO S.A.
6.258
1.233
20%
BRENNAND ENERGIA S.A
519.668
98.877
19%
INTERLIGAÇÃO ELÉTRICA GARANHUS S/A
668.534
116.074
17%
INDUSTRIAS REUNIDAS RAYMUNDO DA FONTE S.A
399.041
66.021
17%
AGUAS MINERAIS SANTA CLARA S.A.
1.810
286
16%
FIABESA GUARARAPES S.A.
49.199
7.666
16%
GRUPO MV
63.594
9.471
15%
TECON SUAPE S/A
218.634
30.305
14%
3.915.016
506.011
13%
M&G POLIMEROS S.A.
405.324
47.626
12%
NOVA COLORADO S.A.
85.574
9.615
11%
10.677.396
2.444.846
23%
HIPERCARD BANCO MÚLTIPLO S.A
TOTAL
Divulgação
principalmente para a área energética. Já a segunda nasceu em 2000 e produz soluções para automação de operações de crédito, cobrança, risco e fraude. “Durante uma crise, enquanto alguns setores sofrem perdas, outros naturalmente se destacam. A procura por nossos serviços cresceu justamente porque empresas de outros segmentos precisam aumentar sua eficiência num período de recessão”, analisa o CEO da Neurotech, Domingos Monteiro. Presidente do Porto Digital, Francisco Saboya destaca que, apesar de terem aparecido pela primeira vez no Balanço do ano passado, as empresas nas-
domingos monteiro ceo da neurotech
cidas no ecossistema de tecnologia implementado no Recife vêm mostrando sua solidez há mais tempo. “Talvez elas não tenham publicado balanços antes, mas, com certeza, esse resultado é mais uma prova do trabalho de longo prazo que foi feito”, diz. Nesse sentido, destaca-se a participação das universidades no processo de consolidação de uma estratégia de política pública, que formou mão de obra para sustentar o investimento. “As empresas de TI não aparecem no ranking dos maiores ativos, por exemplo, porque o setor não demanda muitos investimentos físicos. O maior valor dessas empresas é o capital humano e em Pernambuco nós temos isso”, ressalta o presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação em Pernambuco (Assespro-PE), Ítalo Nogueira.
O retorno de um gigante da economia pernambucana
N Divulgação
o ano em que todos sentiram onde a crise mais aperta, um setor tradicional e diretamente ligado às origens e identidade de Pernambuco mostrou que continua forte e dando bons resultados. As usinas sucroalcooleiras ganharam destaque em todos os seis aspectos analisados, reforçando a ideia de que a boa gestão é determi-
renato cunha presidente do sindaçúcar
nante para a perpetuação das empresas ao longo do tempo. No total de nomes analisados, se destacaram entre as 40 empresas mais bem colocadas a Usina Petribu, Usina Central Olho D’água, Usina Trapiche e Usina União. A mudança no cenário, que permitiu o retorno das usinas ao ranking, vem sendo acompanhada
pelo sócio da JBG & Calado Gestão e Negócios, José Emílio Calado. “Lá em 2006, quando começamos a elaborar o Balanço Empresarial, as usinas apareciam, mas foram perdendo espaço com o tempo. Essas que apareceram são as melhores, sempre foram muito bem administradas. No ano passado, a situação do mercado internacional ajudou a fazer com que voltassem ao ranking”, analisa Calado. A transição a que ele se refere está relacionada às mudanças climáticas, que fizeram com que a moagem em Pernambuco passasse de 19,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 2007 para 11,4 milhões de toneladas em 2014. Além desses impactos progressivos em consequência da seca, no ano passado os produtores de todo o País ainda sofreram com as constantes variações nos preços do etanol, atreladas ao valor da gasolina, fazendo com que o setor perdesse previsibilidade. Para reverter esse quadro e ainda galgar números de destaque entre todas as empresas do Estado, o caminho foi apostar na boa gestão. “Quando se está sofrendo com determinado cenário, é preciso focar o que se tem disponível no seu macroambiente. As usinas se concentraram na exportação do açúcar refinado, que tem mais valor agregado, e na venda interna do açúcar empacotado para o mercado interno, se aproximando também do varejo. As usinas de Pernambuco procuraram o seu valor, apostaram na logística das vendas, mostraram capacidade de gestão”, diz o presidente do Sindicato da Indústria
do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar), Renato Cunha. Ele afirma ainda que a economia diversificada do Estado ajudou o setor, que pode fornecer produtos com foco industrial para abastecer os polos internos de bebida e alimentos, grandes consumidores de açúcar. Cunha chama atenção para a importância desse fator ao lembrar que outros estados grandes produtores de cana-de-açúcar, como Alagoas, por exemplo, não puderam contar com um mercado interno forte e de volume como o pernambucano e, por isso, ainda não conseguiram reverter as perdas geradas pela seca. No caso da Usina Petribu, que tem mais de
um século de história e está localizada na cidade de Lagoa de Itaenga, na Mata Norte de Pernambuco, a opção foi aumentar o valor agregado dos seus produtos, trabalhar com orçamentos rígidos e investir em qualificação profissional. Os números são expressivos. A Usina apresentou o sétimo melhor desempenho entre as 272 empresas analisadas no que se refere à variação da receita líquida, que cresceu 46% entre os anos de 2015 e 2016. “Não houve uma ação isolada. Esse resultado foi fruto de decisões tomadas ainda em 2014, diante do que vínhamos sofrendo, quando estabelecemos várias diretrizes sobre o que deveria ser feito”, conta o presidente do conselho administrativo da empresa, Jorge Petribu.
Na lista de inovações promovidas pela Usina está a produção de energia a partir do bagaço da cana-de-açúcar, o que permitiu a criação de mais uma fonte de receita para a empresa. Melhorou, ainda, o setor de logística, aumentando a economia, e apostou em treinamento de pessoal para aumentar a produtividade dos funcionários. O resultado da aplicação de todas as decisões tomadas em 2014 foi a impressionante mudança nos resultados de lucro da empresa, que em 2015 sofreu um prejuízo de mais de R$ 30 milhões, transformados em lucro de quase R$ 55 milhões em 2016. A empresa também apresentou bons resultados no que se refere à rentabilidade do patrimônio líquido (26%) e margem líquida (18%).
quilômetros a partir do Recife, temos 90% do PIB do Nordeste, que se fosse um País, seria a 35ª economia do mundo e um mercado consumidor de 60 milhões de pessoas.
RAUL HENRY Divulgação
ENTREVISTA:
m
omentos econômicos difíceis demandam ações políticas coerentes e assertivas. Para entender como as empresas do Estado conseguiram resultados tão animadores durante o período que é considerado atualmente como o pior da crise, a Pernambuco Visita conversou com o vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Raul Henry (PMDB). Satisfeito, ele credita os resultados a questões naturais determinantes para o Estado, além do investimento em educação e boa gestão. Garante, ainda, que o governo está fazendo o possível para que os investimentos de Suape que lograram resultados ruins no Balanço - não sejam deixados para trás.
A que o senhor credita os resultados positivos do último Balanço Empresarial? RAUL HENRY Acho que a gente precisa fundamentar o porquê dessa capacidade de resposta da economia de Pernambuco. No período em que o Brasil estava crescendo, entre 2005 e 2014, Pernambuco cresceu mais. O Brasil cresceu de maneira acumulada 37% e Pernambuco cresceu 56%. Isso mostra a grande competitividade da economia do Estado. Acho que isso se deve, em primeiro lugar, à nossa localização geográfica. Pernambuco fica no centro da região Nordeste, que corresponde a 25% do mercado brasileiro. Para aquelas empresas que querem ter acesso ao mercado consumidor do Nordeste, Pernambuco é a melhor opção, seja para instalar uma planta industrial ou um centro de distribuição. Se a gente traçar um raio de 800
Mas não para na questão geográfica? RAUL HENRY Em segundo lugar, temos a melhor infraestrutura da região. Temos o melhor porto, um porto protegido, de águas profundas, com uma grande retroárea para implantação de empreendimentos industriais, numa área tranquila, sem rajadas de ventos, o que beneficia as operações. Temos o melhor aeroporto do Nordeste, com o maior movimento exatamente pela sua centralidade e pelos investimentos. Temos disponibilidade de água na Região Metropolitana do Recife, que é cada vez mais um fator determinante. Aqui nós temos um conjunto de bacias hidrográficas que abastece a região. E temos também um conjunto de estradas duplicadas - que precisam de um upgrade e isso deve acontecer com o programa de concessões - mas já temos algumas estradas importantes que já estão duplicadas. No terceiro lugar, em função disso, temos uma base econômica que se diversificou, principalmente a base industrial. Temos hoje um polo petroquímico, em Suape; um polo naval; um polo logístico importantíssimo, com 1.200 m² de armazéns gerais; um polo automotivo; um polo cervejeiro, em função da qualidade da água; um polo alimentício, que foi se desenvolvendo ao longo da BR-232. Essa base se diversificou bastante. E tem mais uma coisa que às vezes não dão um peso que merece, mas que está se revelando um fator diferencial na competitividade do Estado, que é a mão de obra. O Governo já recebeu esse feedback? RAUL HENRY O vice-presidente mundial da Fiat, responsável por toda a parte industrial da FCA, disse num evento em São Paulo que a melhor fábrica, de suas 150 no mundo, é a de Pernambuco e atribui isso à mão de obra. É uma mão de obra jovem, engajada, comprometida e criativa, com uma média de idade de 28 anos. Ouvi também da CEO da BR Foods que levava o pessoal daqui para treinar gente de outras fábricas do mundo. Isso tem a ver, certamente, com as escolas técnicas. A qualidade de ensino médio de Pernambuco é uma das
maiores do Brasil e isso, com certeza, faz a diferença. E, naturalmente, também fruto do trabalho do Senai e outros institutos de formação de mão de obra. Pela primeira vez, empresas de tecnologia nascidas no Porto Digital aparecem entre as maiores no Balanço. Começamos a colher os frutos também de um investimento de longo prazo, muito ligado à educação? RAUL HENRY Entre as bases de diversificação da economia de Pernambuco está o centro de serviços tecnológicos da RMR, com o Porto Digital. Nosso parque tecnológico tem prestígio internacional, temos aqui 8.500 pessoas trabalhando em TI só no Bairro do Recife. Esses dados do Balanço mostram isso. São empresas que adquiriram escala e que dão a ela um faturamento que fornece condições de competir no mercado nacional e internacional. O Porto Digital é um dos grandes sucessos da economia de Pernambuco e graças à qualidade da mão de obra, de inteligências que a gente tem aqui. De um lado temos o surgimento de novos negócios, e do outro, o ressurgimento de negócios mais tradicionais, como o setor sucroalcooleiro. Como o senhor vê essa retomada? RAUL HENRY Isso é uma coisa muito positiva. O que aconteceu, ao que me parece, é que tivemos alguns problemas com o preço do álcool e do açúcar nos últimos anos por conta do represamento artificial do preço da gasolina. Isso praticamente sucateou o setor sucroenergético no Brasil. Mais de 70 usinas fecharam, outras 70 pediram recuperação judicial. Isso tudo devastou o setor. Acrescente-se aqui o problema da mudança climática com a maior seca de todos os tempos
da região. O setor sofreu muito. O que me parece ser a causa desse ressurgimento é que houve empresas que foram administradas com excelência. Empresários que conseguiram superar tudo isso e que em uma retomada do ciclo conseguem novamente aparecer porque conseguiram atravessar esse momento profundo de crise que o setor viveu. Falando em gestão, pela primeira vez desde a realização do primeiro Balanço Empresarial dez empresas se destacaram em todos os quesitos avaliados. Dentre elas, várias são familiares. São os nomes tradicionais do Estado que estão resistindo? RAUL HENRY Acho que há uma percepção hoje de que o mercado é muito competitivo. Certamente são pessoas que fazem parte da família e se aprimoraram, se especializaram nas técnicas de gestão e hoje conseguem apresentar esses resultados. Isso é uma coisa muito positiva, um sinal que essa nova geração que começa a comandar os negócios familiares está apta, está preparada para enfrentar os desafios da economia e os desafios do futuro. Tivemos muitas notícias boas, mas também algumas ruins. Nesse sentido, o Balanço confirmou os desempenhos negativos apresentados por empresas importantes localizadas em Suape. O que o Governo do Estado pode fazer para mudar esse cenário? RAUL HENRY Em relação à Petroquímica, a Petrobras encaminhou a venda à mexicana Alpec - a segunda maior no mundo - ao Cade, mas ainda não há um relator desse processo. Quando houver um relator, nós vamos procurá-lo em nome do interesse do Estado para dizer que é muito importante que confirme essa compra pela mexicana porque a Petrobras já disse
claramente que se a venda não for efetivada, ela não tem interesse em permanecer com a empresa. Algumas pessoas falaram que a empresa está sendo vendida por um preço inferior ao valor de construção da sua planta, mas ninguém pode responder pelo superfaturamento do passado. O fato é que o preço de mercado dela agora é esse. Quem superfaturou que responda por isso, responda à Lava-Jato, o que for. O que é importante hoje é que ela seja vendida pelo preço do mercado e que possa funcionar e gerar riquezas aqui. E os outros empreendimentos? RAUL HENRY Em relação ao Estaleiro (Atlântico Sul), nós já estivemos no BNDES, com o governador Paulo Câmara, para conversar com o presidente do Banco para assegurar as parcelas de financiamento, que já estava contratado junto à instituição. O problema é que hoje, no Brasil, qualquer pessoa decente, que tenha zelo pela sua biografia, está com receio de assinar papel. Mas recebemos do BNDES uma mensagem tranquilizadora de que essas etapas do financiamento serão cumpridas. O Estaleiro tem encomendas até 2019, conseguiu melhorar muito a produtividade, já está alcançando lucro operacional. Tem um endividamento elevado, estamos defendendo uma MP para alongar esse endividamento porque a indústria naval, de maneira geral, é intensiva em mão de obra. Os melhores estaleiros do País estão instalados aqui e vamos defendê-los. O outro estaleiro, o Vard Promar, obtivemos a informação de que é o mais competitivo do Brasil para produzir as Corvetas que a Marinha está contratando porque ele hoje pertence a duas empresas, uma norueguesa e outra italiana, especialistas nesse tipo de embarcação, e não há outro estaleiro especialista no Brasil em embarcações militares.
EXPEDIENTE U MA PR OD U ÇÃ O:
C on s u lt or i a e Le va n ta me n t o d os da d os :
Coor d e n ação d o pr oje t o:
Ediç ão :
Combogó Comunicação e Estratégia
Kássia Alcântara
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Engenho de Mídia
João Paulo Angelim
R e dação:
Revisão :
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