Revista Guzerate

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Tradição e Modernidade com Identidade Própria

TESTE DE PROGENIE PARA LEITE 2021 22º BATERIA

GUANTANAMO PEIXE BRANCO BALIFAX FIV PEIXE BRANCO X CÓRDOBA PEIXE BRANCO

LACTAÇÃO OFICIAL: 6.743 KG DE LEITE

QUARUP B. PEIXE BRANCO X NICARÁGUA B. PEIXE BRANCO LACTAÇÃO OFICIAL: 4.106 KG DE LEITE

BRIGADEIRO B. PEIXE BRANCO X GRANDEZA B. PEIXE BRANCO LACTAÇÃO OFICIAL: 4.257 KG DE LEITE

TOURO TESTE DE PROGENIE PARA LEITE 2016 17º BATERIA

BALIFAX FIV PEIXE BRANCO

TREZNO B. PEIXE BRANCO X ITABIRA B. PEIXE BRANCO - LACTAÇÃO OFICIAL 5.603 KG DE LEITE GRANDE CAMPEÃO NACIONAL DA RAÇA GUZERÁ - APTIDÃO LEITEIRA 2018 TOURO TESTE PROGENIE PARA LEITE 2016 - 17° BATERIA

CÓRDOBA PEIXE BRANCO

LACTAÇÃO OFICIAL: 6.743 KG DE LEITE QUARUP B. PEIXE BRANCO X NICARÁGUA B. PEIXE BRANCO LACTAÇÃO OFICIAL: 4.106 KG DE LEITE

2 | G U Z E R A T EBRIGADEIRO B. PEIXE BRANCO X GRANDEZA B. PEIXE BRANCO

LACTAÇÃO OFICIAL: 4.257 KG DE LEITE


Um tiro Certo em todas as direções

FUZIL FIV PEIXE BRANCO

ENCANADOR VILLEFORT X - PERALTA B. PEIXE BRANCO LACTAÇÃO OFICIAL: 4.352 KG DE LEITE

Campeão Jr Maior - 50° ExpoAgro de Governador Valadares 2019 Grande Campeão da Raça Guzerá - 50° ExpoAgro de Governador Valadares 2019 Campeão Gran Sênior - III Expo Guzerá Centro-Sul / Uberaba 2022

DESDE 1957

DIOMÁRIO TEIXEIRA: (33) 99974.8904 FRED TEIXEIRA: (33) 98804.4735 DANIEL TEIXEIRA: (33) 9156.2008 MARCELO TEIXEIRA: (33) 98407.5757 PERALTA B. PEIXE BRANCO LACTAÇÃO OFICIAL: 4.352 KG DE LEITE BRIGADEIRO B. PEIXE BRANCO X UNHA B. PEIXE BRANCO

guzerapeixebranco@bol.com.br @guzera_peixebranco

3 | G U Z E R A T E guzera.peixebranco


REVISTA GUZERÁ | AO LEITOR

JUNTOS NOVAMENTE E RENOVADOS Caros Leitores, após dois anos de pandemia, só agora a pecuária começa a retornar sua jornada. Tivemos o cancelamento de vários eventos, como leilões, exposições, simpósios, cursos, publicações, etc. Quem imaginaria dois anos sem a tradicional ExpoZebu? Agora, veio o novo normal. Capa Guzerá Ibituruna, em Minas Gerais. Foto/Marcelo Cordeiro Colaboradores ACGB, Ariane Menicucci Figueirêdo, Vânia Maldini Penna, Liliane Andrade Ligori, Vera Lúcia Cardoso, Lenira El Faro Zadra, Eula Regina Carrara, Paulo Sávio Lopes, Renata Veroneze, Delvan Alves da Silva, Maria Gabriela Campolina Diniz Peixoto, Arthur Alves Silva, Luiz Tude Saback de Almeida. Paulo Rego, Eros Gazzineli, Thiago Ferreira, Lucas Souza Moreira, Douglas Brandão, Curt Cortês, Euler Fernandes, Larissa Vieira, Jamilton de Souza, Jadir Bison, Cláudia Monteiro, Gustavo Miguel, Yuri Silveira, Agência Oficina, Piazza e Marcus Dias. Jornalista Larissa Vieira Fotógrafos Marcelo Cordeiro, Jadir Bison, Piazza, Zzn Peres e Marcus Dias

Leilões presenciais, ora proibidos, migraram maciçamente para o formato virtual, e o Guzerá, o Guzolando e o Guzonel, fizeram-se presentes em vários pregões, com bons preços, mostrando a pujança dessas raças. Com o retorno quase normal das coisas, lançamos a revista , agora renovada e chamada GUZERATE, impressa e digital, que chega cheia de matérias, artigos e peças publicitárias, ricas em novidades sobre a raça Guzerá. Guzerate - Gudj(a)rat - por vezes chamado Guzarate, Gujaráti ou Gujarate, é um dos 28 estados da Índia e região onde a nossa grande raça Guzerá foi plasmada a mais de 5.000 anos atrás. Raça esta que muito contribuiu e contribui para a pujança da pecuária brasileira frente à pecuária mundial, e que, nos dá muitas alegrias e lucros. A capital do estado Guzerate é Gandhinagar e a maior cidade, Ahmedabad; as línguas oficiais são o guzerate e o hindu. O gentílico, cidadão(ã) nascido(a) no estado, é chamado de guzerate ou guzarate. Falta-nos ainda muita gratidão aos indianos, sobretudo aos rabaris (pastores e pecuaristas) de GUZERATE. Vai aqui nosso singelo gesto de reconhecimento aos GUZARATES indianos pelos nossos atuais GUZERÁS brasileiros. Um agradecimento da revista GUZERATE.

Rua Padre Nobrega, 423 - Minas Brasil Belo Horizonte/MG (31) 3413-2938 - (31) 99397-9697 (31) 99946-9697 A Revista Guzerate, é uma publicação independente. As matérias e os artigos assinados não representam necessáriamete a opinião do editor, sendo de inteira responsabilidade de seus autores.

Boa leitura.

REVISTA DIGITAL

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Tradição

GUZE RA genética e amor pela raça!

TABERNA STA CELINA

SEGUNDA STA CELINA

JUVENIL GA X ORNELA STA CELINA (GUEPARDO STA CELINA)

ÍCONE STA CELINA X MENSURADA STA CELINA (CURUPATI EB)

Grande Campeã Ituverava 2020 • 805 quilos aos 35 meses • Ipp 24 meses, parida de sua segunda cria antes dos 36 meses

Grande Campeã Expozebu 2019 • Vaca de beleza e conformação inigualável • Idade ao primeiro parto de 22,9 meses • Pesou 920 quilos aos 34 meses • Seu irmão Parceiro Sta Celina foi campeão da PGP/Embrapa á pasto

REITOR STA CELINA

ÍCONE FIV STA CELINA X FÁBULA STA CELINA Mais um filho de destaque do grande Ícone. • Traz em seu sangue Cabul, Jaguarão da Xarqueada e Marechal IZ. • Reprodutor jovem que se destacou nas pistas do país, pela carcaça harmônica, com uma linha de dorso-lombar impecável. • Reservado Grande Campeão São José do Rio Preto 2017

FAZENDA SANTA CELINA PORONGABA - SP

(11) 11 93093-2172 - fazendasantacelina@gmail.com www.fazendasantacelina.com.br fazendasantacelina01 facebook.com/Fazenda-Santa-Celina Prop. Otávio Correa 6 | G U Z E R AT E


GUZERÁ | RENTABILIDADE

GUZONEL: RENTABILIDADE EM TEMPOS DE DESAFIOS PARA A PECUÁRIA Uso do cruzamento no rebanho comercial de corte da Fazenda Villa Canabrava tem elevado a produção de arroba/hectare. POR LARISSA VIEIRA

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rabalhar com muita eficiência na gestão da propriedade e dos índices zootécnicos do rebanho tem sido a meta do pecuarista Rodrigo Canabrava à frente da Fazenda Villa Canabrava. Como a propriedade atende aos parâmetros da lista Traces Sisbov UE e Cota Hilton, a boiada entregue no frigorífico precisa atingir um padrão elevado de qualidade de carcaça de animais cada vez mais jovens.

Jornalista

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Para minimizar os efeitos dos altos custos de produção e as recentes incertezas e volatilidades do mercado, o criador investe em tecnologias que possam garantir mais eficiência. “Vivemos um cenário de incertezas, inclusive para o segundo semestre, tanto em relação à indústria da carne como os preços dos insumos. A alternativa é aprimorar os métodos de gestão e otimizar a produção, buscando a autossuficiência na produção de alimentos, garantindo uma silagem de qualidade, desmamando bezerros pesados, fazendo uma boa recria e um confinamento de terminação com tecnologia”, assegura Canabrava. Tradicional selecionador da raça Guzerá, ele tem conseguido melhorar os índices de produtividade da fazenda utilizando a genética zebuína em cruzamentos. Desde 1994 trabalha com Guzonel, e ultimamente vem ampliando o rebanho para chegar a 7 mil matrizes nos próximos anos. Atualmente, são 6 mil matrizes, sendo 500 Guzerá, uma parte delas vai para produção de Guzonel. “A vaca Guzerá, mesmo aquelas que não são a cabeceira do rebanho, desmama bezerros pesados, muito acima da média de outras raças. Ela tem uma habilidade materna insuperável”, diz o criador. A rusticidade da raça também contribui para os bons índices da Fazenda Villa Canabrava, que está localizada no município de Bocaiúva, no Norte de Minas, uma região com períodos mais longos de seca. Apesar das adversidades do clima, isso não afeta o desempenho da vacada Guzonel, que é a base do rebanho comercial de corte da propriedade. Das 5500 matrizes direcionadas para o sistema de cria do gado comercial, a maior parte é Guzonel. “É a melhor mãe. As fêmeas Guzonel são excelentes para os cruzamentos com taurinos, pois têm carcaça muito boa, maior habilidade materna, mais leite, fazendo com que elas consigam criar bem bezerros cruzados, que são bastante exigentes por conta do alto desempenho no crescimento. Elas respondem bem à essa demanda dos bezerros, conseguindo desmamar animais bem mais pesados”, conta Rodrigo Canabrava.

FOTO/DIVULGAÇÃO

Garrotes Guzonel no confinamento da Villa Canabrava

Na Fazenda Villa Canabrava, o tricross, Taurino x Guzonel, é feito com touro Simental e seus produtos têm apresentado grande precocidade. A propriedade aparta os exemplares mais pesados à desmama para fazer o “animal super precoce”, que é confinado após a desmama e abatido com 13/14 meses de idade. “A oferta de Guzonel, infelizmente, ainda não consegue atender a grande demanda. É um mercado importante para a raça Guzerá que pode ser atendido com a oferta de touros bem avaliados. Cabe aos criadores investirem continuamente em melhoramento genético da raça, pois o mercado exige animais com boa avaliação zootécnica”, alerta. Para produzir o Guzonel, o criador faz um cruzamento rotacionado, oriundo de acasala-

A alternativa é aprimorar os métodos de gestão, produzir o máximo possível em casa o alimento para o gado RODRIGO CANABRAVA

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Pecuarista Rodrigo Canabrava à frente da Fazenda Villa Canabrava

Como a fazenda é habilitada para exportação à União Europeia, precisa seguir um rígido controle sanitário e ambiental. Poucas fazendas do porte da Villa Canabrava, cuja área é em torno de 8 mil hectares, têm esse selo ambiental, a Licença Ambiental emitida por órgão publico estadual. De olho nas tendências do mercado, Rodrigo Canabrava aposta em um ano favorável, mas que exigirá o uso cada vez maior de genética de alta qualidade. “Está cada vez mais claro, que o aumento crescente dos custos é um desafio, e exigirá de nós o aprimoramento da eficiência nos processos produtivos. É aí que a boa genética dos rebanhos se torna uma aliada fundamental,” finaliza o titular da Fazenda Villa Canabrava.

Machos Guzonel do rebanho da Fazenda Villa Canabrava

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FOTO/DIVULGAÇÃO

mentos com Nelore e/ou Guzerá, de acordo com a predominância de sangue da matriz, sempre buscando o equilíbrio entre as duas raças, carcaças volumosas, tipo moderno, animais com mais costela, e características de precocidade. O criador vem computando dados de desempenho dos animais Guzonel à desmama e relata que houve um incremento considerável no número de arrobas na última década. Em 2010, machos Guzonel desmamaram com 7,19@ e as fêmeas com 6,32@; os Guzonel F1 com 7,10@ e as fêmeas com 6,50@. Em 2020, houve ganho em todas as categorias, com os bezerros machos Guzonel desmamados com 7,63@ e as fêmeas com 6,94@; os Guzonel F1 machos atingiram 7,34@ e as fêmeas chegaram ao desmame com 6,68@. A média de peso a desmama dos bezerros Guzonel foi 0,4 @ a mais que dos bezerros Nelore. “Isso equivale a 62 bezerros a mais, por cada 1000. Um ganho que impacta muito positivamente a rentabilidade da atividade”, destaca Canabrava, que ainda destaca o índice de prenhez final das Guzonel: 93,6% nas novilhas e 88% nas pluríparas. Já em 2021 a fazenda teve de estender o período de confinando mais que o recomendado, por conta embargo da China. “Para o confinamento ser rentável, é preciso abater os animais em seu ponto ótimo, quando prolonga a permanência deles prejudica um pouco a rentabilidade, mas, mesmo assim, conseguimos trabalhar com índices próximos aos de 2020”, explica o criador.

FOTO/DIVULGAÇÃO

GUZERÁ | RENTABILIDADE


INVISTA NA RAÇA DO LUCRO A N O T E

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LEILÃO GUZERÁ DA CAPITAL

05 NOVEMBRO SÁBADO ÀS 14H

FA Z E N D A E N T R E R I O S - B R A S Í L I A / D F TRANSMISSÃO

C O N T A T O S Neto (61) 98233-5335 | Adriano (61) 98117-0220 | Escritório (61) 3321-3570 1 0 | G U Z E R AT E

2022

Quando se fala em ganho de peso a raça Guzerá desponta como favorita. E com a genética Guzerá da Capital é certeza de produtividade com alta rentabilidade.

GUZERADACAPITAL

LEILOEIRA

REALIZAÇÃO


GUZERÁ | RAÇA FORTE

PORQUE CRIAR GUZERÁ? FOTO/MARCELO CORDEIRO

POR PAULO RÊGO Médico Veterinário, diretor da marca V.A.R e Presidente Núcleo de Criadores Bahia e Sergipe (Núcleo BASE)

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Brasil é um país tropical, com grandes extensões, com uma grande variabilidade de terras e de climas, onde há mudanças de acordo com regiões. Possui também variabilidade na fertilidade de solo, temperaturas, topografias, etc . A raça Guzerá, muito versátil, se deu muito bem no nosso país, por ser uma raça de fácil adaptação a diferentes tipos de climas e solos . Outro característica importante da raça Guzerá, é sua versatilidade, sendo na qual, a fácil adaptação nos seus cruzamentos, seja para corte, como também para leite. Prova disso, é o fato de que ela é base de formação de várias raças, a saber: Tabapuã, Brahman, Indubrasil , Guzolando, etc. O mundo a cada dia aumenta a demanda por alimentos e o Brasil se destaca por ser um grande produtor de vários produtos alimentícios e dentre eles, a carne e o leite. 1 1 | G U Z E R AT E


FOTO:ZZN PERES

Núcleo BASE em Exposição Agropecuária em Alagoinhas, Bahia

Há 26 anos Chancelando e Fomentando a raça Guzerá nos estados da Bahia e Sergipe

Em visita ao dia de Campo Fazenda Morumbi

GUZERÁ ARY Ariosvaldo Campos @guzeraary Fazenda Dona Vera, Maracani, Bahia. Tel: (77) 99828-9515 GUZERÁ DA JUVENTUDE Carlos Costa @guzeradajuventude Fazenda Flôr da Juventude, distrito de Murutuba, Cachoeira, Bahia. Tel: (75) 99132-4113 GUZERÁ FAZBEM Renaldo Barreto @guzera_fazbem Fazenda Belos Montes, Esplanada, Bahia. Tel: (75) 99966-6467 GUZERÁ SAT Sérgio Teixeira @sateixeira02 Fazenda Barro Preto, Ipiaú, Bahia. Tel: (73) 99966-4376 GUZERÁ V.A.R. Vivaldo Afonso Rego e Paulo Rego @guzera_v.a.r Fazenda Esmeralda, Itagimirim, Bahia. Tel: (73) 99985-4710

GUZERÁ DA BALI

GUZERÁ DA CATY

Firmino Ferreira Sampaio Neto @ferreirasampaioneto Fazenda Gravatá, Piritiba, Bahia. Tel: (71) 99708-4721 GUZERÁ DA MT

Manoel Paixão @lucianocarrarettobarreto Fazenda Floresta, distrito de Argolo, Nova Viçosa, Bahia. Tel: (27) 99984-2289 GUZERÁ DA PADRONAL

Sérgio Villas Bôas @faz_m_tereza Fazenda Maria Tereza, Jaguaquara, Bahia. Telefone: (71) 99985-6097 GUZERÁ JCN

John George Donald @johngeorgedonaldcarvalho Fazenda Logrador, Jeremoabo, Raso da Catarina, Bahia. Tel: (79) 99821-4080 GUZERÁ MUNDO VERDE

João Cavalcanti Neto @guzera_jcn Fazenda Olhos d’Água de Nazareth, Lajedinho, Bahia. Tel: (75) 99111-7234 GUZERÁ SIS

Fernando Vaz @guzeramundoverde Fazenda Mundo Verde, Formosa do Rio Preto, Bahia. Tel: (71) 99127-7794 GUZERÁ SM

Sergino Silveira Santos @guzerasis Fazenda Lagoa da Esperança, Ribeirão do Largo, Bahia Tel: (77) 99947-8366

Sérgio Meneses @sergioguzerasm Fazenda Nova Esperança, Nossa Senhora das Dores, Sergipe. Tel: (79) 99982-4009

Núcleo de Criadores de Guzerá da Bahia e Sergipe (Núcleo BASE) @nucleoguzerabase facebook.com/nucleobahiasergipe

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UM PAÍS TROPICAL COMO É O BRASIL, SE PRODUZ COM CUSTOS MENORES, O QUE LEVA NOSSOS PRODUTOS (CARNE E LEITE) A SEREM BASTANTES COMPETITIVOS NO MERCADO GLOBAL E em um país tropical como é o Brasil, se produz com custos menores, o que leva nossos produtos (carne e leite) a serem bastantes competitivos no mercado Global e a raça Guzerá, entra bem neste papel pois, converte com bastante eficiência as pastagens, em carne e leite a baixos custos. Seu leite, dentre as raças zebuínas, é o que possui o maior teor de proteína e gordura. Dentre os cruzamentos da atividade leiteira, a raça tem destaque por produzir fêmeas de boa produção e com um bom bezerro comercial ao pé. Um exemplo que vem se destacando muito é a raça Guzolanda, que consiste em uma vaca leiteira de mais estrutura, bem pigmentada, cascos mais firmes, menor incidência de mastite, mais rústica e, consequentemente, com intervalo de parto menor . Já na linha do corte, temos o cruzamento do Guzerá com o Nelore, conhecido como Guzonel , gerando fêmeas super mães pela sua boa habilidade materna e machos anim mais precoces, que terminam mais cedo e com bons rendimentos nos ganchos dos frigoríficos e, consequentemente gerando mais lucro para o produtor. No Tricross, também vai muito bem com excelentes resultados em desempenho na recria e na engorda. Em fim, a raça Guzerá é bastante responsável pelo azebuamento do rebanho brasileiro, gerando resultados muito satisfatórios não só na atividade de corte como na atividade leiteira e para quem não conhece, só usando para conhecer de perto seus resultados.

FOTOS/MARCELO CORDEIRO

GUZERÁ | RAÇA FORTE

Guzerá: carcaça moderna e precoce

Guzerá: facilidade em converter as fibras do capim em leite, com rusticidade

Guzolando: Leite com carcaça

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GUZERÁ MARCA V.A.R Fotos/Marcelo Cordeiro

buscando para você criador, sempre funcionalidade com evolução genética de resultados

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PBF 1852 - ALVO DO PONTEIO - 891KG 1 5 | G U Z E R AT E


GUZERÁ SIS

BCC 120 - PAQUETE BC Base genética do rebanho Guzerá SIS, avô materno de SOBERANO SIS, sendo Paquete BC consanguíneo em HERMA JM, mãe, avó e bisavó de vários touros nacionais importantes como Tenor, Discurso, Adorno, Editor, Paquete e Soberano

Nos 25 anos de seleção, o Guzerá SIS buscou produzir animais equilibrados nos quesitos funcionalidade, rusticidade, fertilidade, precocidade e raça. Para cumprir esses focos, despiu-se de preconceitos e agregou ao trabalho o que há de melhor nos diferentes plantéis nacionais, submeteu a um regime de produção exclusivamente à pasto e avaliou rigorosamente o desempenho dos animais nos controles zootécnicos internos da fazenda e no PMGZ/ABCZ. Essas diretrizes têm levado a produção de reprodutores e matrizes adequados à pecuária econômica no cenário nacional de ambientes tropicais. Guzerá SIS é raça a toda prova!

GUZERÁ SIS

Fazenda Lagoa da Esperança Ribeirão do Largo - BA Telefone 77-999478366 End: Caixa Postal 90 - Centro Cep 45.000-000 Vitória da Conquista (BA) E-mail: serginosis@gmail.com @guzerasis

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FOTOS/SERGINO SILVEIRA E DIEGO MENDES

PRIMEIROS FILHOS PO DO RESGATE GENÉTICO, ALVO DO PONTEIO


Guzerá,

da carne ao leite, essa é a raça!

Dirno DA FASF (MJRK 122) CAPITOLIO EG X ISBA DA MT (DANKHAR DO BRAVO)

Eolico DA FASF (MJRK 209) ANJO S X GERTRUDES DA SUACUI (BESOURO ROE)

Filkod DA FASF (MJRK 310) GALEGO X BHARUCA DO IZ (ELEGANTE RF)

Leal DA FASF (MJRK 975)

ENDERECO FIV GEO X FLAGRANCIA VILLEFORT (TALANTE FIV S)

Garboso DA FASF (MJRK 439) GUZ BARRA JANGO FIV X ALEGRIA DE AMAR (ANJO S)

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FOTOS/MARCUS DIAS

Centuriao DA FASF (MJRK 51) CAPITÃO X DEFUMADA DA COUROTEX (BARBANTE JF)

Narendra POI FIV CS (TOTG 1696) PATNINO X MEDHI VI 4C (RA KAYALINI 4C SF)

VENDA PERMANENTE DE TOUROS, Bba DA CAPITAL (CPTL 824) MATRIZES E SÊMEN. GANGES IMPORTADO X ALICE III TE MORUMBI (BESOURO ROE) 1 8 | G U Z E R A T E


TRADIÇÃO NA RAÇA VENDAS PERMANENTES DE TOURINHOS E FÊMEAS PO

João Cavalcanti Neto

FAZENDA OLHOS D’ÁGUA DE NAZARETH LAJEADINHO/BA

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GUZERÁ | PRODUTIVIDADE

GUZOLANDO CRESCE IMPULSIONADO PELO AVANÇO GENÉTICO DO GUZERÁ LEITEIRO O melhoramento genético de animais de linhagem leiteira tem garantido a produção de exemplares Guzolando longevos, férteis e precoces, atendendo inclusive a pecuária de corte POR LARISSA VIEIRA Jornalista

C

om os custos cada vez mais elevados, o produtor de leite tem priorizado os investimentos em genética para melhorar a rentabilidade do negócio. Um cenário que favorece os criadores de Guzerá, uma raça reconhecidamente de dupla aptidão e com vários criatórios atuando na seleção de linhagens mais leiteiras. É o caso do criador Dalton Canabrava Filho, proprietário da fazenda Central Leite, em Curvelo/MG. Há mais de 20 anos seleciona a raça, utilizando as fêmeas para a produção de Guzolando, oriundo do cruzamento entre Guzerá e Holandês. O rebanho da Central Leite é composto por animais CCG 1/2, CCG 1/4, CCG 3/4, além do 5/8. A maior parte ainda é F1, mas o número de vacas 1/4 está sendo ampliado, pois a partir delas é possível fazer animais 5/8. “O Guzerá fornece adaptabilidade, rusticidade, bons úberes,

boa estrutura e conformação ao Guzolando. São fêmeas muito longevas e que vão registrando um aumento nas lactações a partir da segunda cria e, em contrapartida, uma redução de intervalo en-

Dalton Canabrava, acompanha de perto o desenvolvimento do seu rebanho

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tre partos. No meu rebanho, a média por lactação está acima de 7 mil kg em 305 dias nas CCG 1/2 e acima de 5 mil kg nas 1/4”, garante o criador. Com um rebanho em torno de 300 matrizes registradas, a maioria Guzolando, a fazenda faz parte da história da formação do Guzolando no país. Os primeiros touros registrados pela ABCZ pertencem ao criatório. “É fundamental para o avanço genético do Guzolando que os criadores registrem seus animais, façam controle leiteiro e produzam outras composições raciais além do CCG 1/2”, explica Canabrava. Os animais Guzolando são longevos, férteis e precoces. Na pecuária leiteira, longevidade é uma característica importante e com grande impacto econômico. As fêmeas produzem por 10 anos ou mais, com aumento progressivo da produtividade desde a primeira lactação. Parte dessa longevidade do Guzolando vem do úbere herdado do Guzerá. Outra característica transmitida pela raça zebuína é a rusticidade, garantindo um manejo mais fácil do Guzolando nas mais diversas regiões do Brasil e custos menores de produção. Segundo Dalton Canabrava, o Guzerá tem contribuído para a consolidação do Guzolando, especialmente por conta da sua adaptabilidade aos trópicos e dupla aptidão. “O Guzerá vai, inclusive, ajudar na adaptação do rebanho nacional às mudanças climáticas, possibilitando a produção de uma vaca leiteira verdadeiramente sustentável”, assegura. Apesar das variações nas cotações de leite no último ano, o que levou a uma leve retração na procura por fêmeas Guzolando, o cenário atual é de retomada da demanda, influenciado pela recuperação do preço de leite pago ao produtor. Para aproveitar a flexibilidade do cruzamento proporcionada pela dupla aptidão do Guzerá, Dalton Canabrava optou no último ano por direcionar mais o rebanho para a composição 1/4. “Assim consigo vender os bezerros para fazendas de corte. O macho Guzolando terminado em confinamento tem um excelente peso e carcaça. Tenho feito isso, mas sem perder de vista a produção de leite do meu rebanho”, conclui.

34 anos de seleção de Guzerá leiteiro Outro criador que não tem do que reclamar sobre o mercado de genética de Guzerá é Marcelo Lack, do criatório Boa Lembrança. Apesar de não produzir Guzolando, boa parte dos animais que comercializa são utilizados pelos compradores para formação de rebanhos do cruzamento. “Vendo touros para melhorar a vacada cruzada, além de vacas Guzerá para fazer Guzolando. Esse é um mercado crescente, basta ver as médias do último leilão realizado pela Taboquinha, criatório referência na seleção de Guzolando. A média de preço das vacas paridas girou em torno de R$18 mil”, destaca Lack. A Boa Lembrança está completando 34 anos de seleção de Guzerá em 2022. Desde o início do trabalho, o foco foi em animais de caracte-

Vacas Guzolandas produzem por 10 anos ou mais

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GUZERÁ | PRODUTIVIDADE

Buscamos as características leiteiras, mas preservando o padrão racial do Guzerá, pois é a pureza genética da raça que garante uma boa heterose nos cruzamentos MARCELO LACK

corde de maior lactação na categoria Fêmea Jovem em torneio leiteiro, e as duas maiores lactações da raça na atualidade reconhecidas pela ABCZ são da Boa Lembrança. “Esses recordes são parâmetros importantes para mostrar ao mercado o potencial da raça, mas temos consciência de que não representam um melhoramento genético em si. O avanço genético tem sido comprovado nas avaliações geradas pelos programas de melhoramento que participamos e nos resultados a campo gerados por nossos animais Guzerá”, observa Lack. FOTOS/MARCELO CORDEIRO

rísticas leiteiras. “Na época, não existiam tantas ferramentas de seleção como hoje, mas sabíamos que investir em melhoramento genético era muito importante. Por isso, sempre participamos do Teste de Progênie da raça e do Serviço de Controle Leiteiro Oficial da ABCZ”, conta. A história do Guzerá Boa Lembrança começou no Rio de Janeiro, com a aquisição de animais dos criatórios JA e Fazenda São Luiz, de propriedade de Francisco José de Araújo Lutterbach. Tempos depois, Marcelo Lack concentrou os trabalhos somente em Uberaba. Recentemente, voltou a utilizar a propriedade no Rio de Janeiro para a criação de Guzerá, dividindo a criação entre os dois estados. Apesar disso, o foco de seleção continua o mesmo. “Buscamos as características leiteiras, mas preservando o padrão racial do Guzerá, pois é a pureza genética da raça que garante uma boa heterose nos cruzamentos”, explica Lack. São 100 vacas e novilhas, avaliadas pelo PMGZ Leite e CBMG. Também conta com touros em central e em Teste de Progênie. Como resultado, o criatório vem batendo seus próprios recordes em exposições. Detém o re-

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SÍTIO FLORESTA - RIO CASCA/MG Eduardo Maroca da Luz & Maria Zélia Maroca da Luz 2 4 | G U Z E R AT E

Contato: 31 999658013 • guzerafloresta@hotmail.com

A P O I O :


GUZERÁ: UM REFORÇO BRILHANTE NA SELEÇÃO DO ZEBU LEITEIRO O CRIATÓRIO BBR APOSTA NA SELEÇÃO DE GUZERÁ PARA ATENDER UM DOS MERCADOS MAIS PROMISSORES NA PECUÁRIA LEITEIRA, QUE É O GUZOLANDO

Com a devida maturidade da marca BBR – Bom, Bonito e Rústico, que ultrapassa 40 anos de atuação na pecuária leiteira, a raça Guzerá foi introduzida há três anos, complementando um sólido processo de seleção das raças zebuínas. A paixão pelo zebu faz parte da história da família do criador Breno Bolognesi Remédio, que segue escrevendo novos caminhos na seleção zebuína junto com a esposa Adriana e os filhos Breno e Adriano. Primeira raça zebuína a chegar ao Brasil e uma das mais antigas do mundo, o Guzerá foi a aposta do criador para ofertar ao mercado uma genética de dupla aptidão, com grande força leiteira, excelente qualidade de úbere, rusticidade, habilidade materna. São animais capazes produzir leite contém maior percentual de sólidos totais. São características que vêm sendo lapidadas no BBR por meio das ferramentas de seleção do PMGZ Leite. A experiência com a criação de outras raças leiteiras, como o Gir Leiteiro e Girolando, levaram o BBR a formar um rebanho jovem, porém de grande qualidade genética de Guzerá. Trabalho que vem sendo reconhecido pelo mercado nacional e internacional, consolidado por meio da exportação de material genético da raça. De maior capacidade de conversão alimentar e rusticidade, o Guzerá vem sendo manejado a pasto na Fazenda Bom Riacho, localizada em Arinos/MG. A opção é por um manejo rústico, dentro da realidade da pecuária a pasto brasileira. Os animais recebem uma suplementação, sem artificialismo, sendo que os que expressam maior qualidade são direcionados para o time de exposições. Como a região é muito seca, o criador decidiu iniciar a seleção da raça, com foco na produção do Guzolando, que é mais rústico e tem grande procura no mercado.

GZF 75 - HANNAH DO GUGA ALINHADO TE IBITURUNA X CHARKHARI TE DO 2 5GUGA |GU (HUM SONHO ABSOLUTO)

O criatório trabalha incansavelmente pelo melhoramento genético, afinando cada vez mais a raça para ser protagonista de uma pecuária moderna, sustentável e eficiente. A experiência na seleção de zebu também é aplicada na pecuária de corte, já que a família conta com um rebanho de Nelore, comercializando tourinhos e animais para abate. Também seleciona Gir Leiteiro e Girolando, além de agricultura. OS DESTAQUES DO PLANTEL GUZERÁ SÃO: Época 4 Meninos, filha de Cubito G.I da ND. com Esbelta, foi consagrada Recordista Mundial na Exposição Nacional da Raça Guzerá em 2018 com produção de 59.330 Kg de leite e fechou com chave de ouro sagrando -se também, Campeã Melhor Úbere. Navalha FIV, filha de Escoteiro FIV Uniube x Garapa BL, foi Campeã Vaca Jovem e sagrou-se Recordista Mundial na Mega Leite de 2017 com a produção de 48.227 Kg de Leite. JFPA 613 Persefane FIV Ibituruna, filha de Russo TE JF x Atena TE JF (Perseu S) que vai fechar uma alta lactação pela ABCZ. Ela foi a primeira doadora adquirida pelo criatório e é uma aposta para 2022 na ExpoZebu. Já GZF 75 HANNAH do Guga, filha de Alinhado TE Ibituruna x Charkhari TE do Guga (Hum Sonho Absoluto), foi Grande Campeã do torneio leiteiro da Megaleite 2019 Torneio Leiteiro. Também é destaque JFPA1284 MANGANO IBITURUNA, filha de Nápole TEJF x Pepita Ibituruna (Uriel Ibituruna). Ele é um touro em teste de progênie, contratado pela central CRV Lagoa. Vem de uma família provada para produção de leite, capaz de aumentar a produção de leite aliado a fenótipo moderno.

AVPG 308 - Época 4 Meninos Z E R AT E

CUBITO G.I DA ND X ESBELTA


GUZERÁ

Breno Caria Bolognesi Remédio Telefone : 38 99951-4509 - 38 99952-1943 Email : breno.remedio@hotmail.com @agrobbrltda Arinos/MG e Brasília/DF

MANGANO IBITURUNA NÁPOLE TE JF X PEPITA IBITURUNA (URIEL IBITURUNA)

LKW 734 Navalha FIV Boa Lembrança ESCOTEIRO FIV UNIUBE X GARAPA BOA LEMBRANÇA 26

JFPA 613 - Perséfone fiv ibituruna | G U Z E R ARUSSO T E TE JF X ATENA TE JF (PERSEU S)


Guzerá Ibituruna. Os vinte anos de um trabalho chamado paixão. por Ariane Maria Figueiredo Menicucci e Henry Jen Figueiredo Ko

Em abril de 2002, comemorávamos entre irmãos

A experiência de multiplicar genética já era vi-

o título de Grande Campeã da Raça conquis-

venciada por nosso pai, José Transfiguração

tado por Nuvem JF no Concurso Leiteiro da Ex-

Figueiredo, que, desde 1992, apoiava a iniciativa

posição Nacional do Guzerá em Brasília. Em meio

de Bernhard Winkler em demostrar os méritos

à comemoração, conversávamos sobre a neces-

da Raça por meio de trabalho científico. Muitas

sidade de multiplicar a genética do Guzerá JF,

haviam sido as parcerias que ele havia feito para

uma vez que com o aumento da visibilidade que

formar as famílias do MOET. Agora começava

os títulos traziam, crescia também a procura por

uma nova, dentro da família, nós aderimos a este

nossa genética. Era preciso multiplicar para as-

trabalho.

segurar a continuidade do nosso trabalho.

Esta parceria foi orientada por Mica Figueiredo,

instagram: @guzeraibituruna

2 7 | G U Z E R AT E


que escolheu um lote de matrizes, que espelhava o rebanho Guzerá JF para multiplicar, expandir e

Algumas das matrizes que deram início ao nosso rebanho:

difundir a raça no sul do estado de Minas Gerais. Assim, em junho de 2002, adquirimos 20 matrizes e 1 touro como base para o trabalho que se iniciava na Fazenda do Pinheiro. Foram elas: Acha JF (Cassino JF x Namorada JF), Agência JF (Magnum S x Mesquita JF), Arapoca JF (Trigueiro D x Bigorna JF), Argentina JF (Nero S x Madona JF), Axé JF

Acha JF

Neta JF

Agência JF

Rainha JF

Caldeira JF

República JF

Caneta JF (Macao JF x Maravilha JF)

Tangerina S (Aladim S x Fava II S)

Matula JF

Batida JF

(Cassino JF x Namorada JF)

(Seridó JÁ x Rodésia)

( Trigueiro D x Pitanga JF), Batida JF (Barbante JF x Aia JF), Bélgica JF (Cassino JF x Marmita JF), Cafeína JF (Nobre JF x Orquestra JF), Caldeira JF (Fino S x Marmita JF), Caneta JF (Macao JF x Maravilha JF), Esfera JF (Nambu JP x União), Matula JF (Barbante JF x Academia JF), Neta JF (Seridó JÁ x Rodésia), Passeata JF (Nambu JP x Embira),

(Magnum S x Mesquita JF)

(Barbante JF x Cangalha JF)

Rainha JF (Barbante JF x Cangalha JF), República JF (Drakar S x Espingarda), Roma JF (Drakar S x Natureza), Romênia JF (Magnum S x Africana JF), Tangerina S (Aladim S x Fava II S), Unidade JF (Êxito TE x Batucada JF). O touro escolhido foi o Portal JF (Abaré JF x Ama JF). A maioria delas veio prenha,

(Fino S x Marmita JF)

(Drakar S x Espingarda)

o que trouxe maior diversidade genética ao novo criatório que se iniciava. Nasceram filhos de Naval JF, Instinto Taboquinha, Paredão S, Jequiá Taboquinha, Perseu S, Acaso S, Humaitá Taboquinha. Em agosto de 2002, os primeiros embriões começaram a ser produzidos. Nosso irmão, Mica Figueiredo, também conduziu este trabalho, escolheu as matrizes e os acasalamentos para elas. A direção do seu trabalho era a multiplicação de linhagens já selecionadas do Guzerá JF e também a abertura para linhagens importantes de outros criatórios.

(Barbante JF x Academia JF)

2 8 | G U Z E R AT E

(Barbante JF x Aia JF)


para acasalamento foram: Abaeté S, Barbante JF, Cravo TE Peac, Édipo de Alagoinha, Humaitá Taboquinha, Maranhão TE Peac, Naque Taboquinha, Naval JF, Navegante, Osasco 4M, Pacífico de Alagoinha, Perseu S, Seridó JA., Urutu NF, Virtual da Teotônio. Nesta parceria foram produzidos 350 embriões.

A docilidade de Notável TE JF

Neste tempo, ainda não havíamos nos associado à ABCZ, deste modo, os animais que nasciam na Fazenda do Pinheiro, assim como seus irmãos que nasciam na Fazenda Ygarapés, eram todos JF. Animais preciosos que ganharam espaço no mercado e no trabalho de melhoramento genético. Russo TE JF e Nehru TE JF formaram famílias MOET. Atlas TE JF, Adonai TE JF, Nápole TE JF, Notável TE JF, Nepal TE JF foram para o Teste de

Nehru TE JF e Nepal TE JF quando ainda garrotes

Progênie e se provaram positivos na produção de leite, na reprodução, na eficiência na produção leiteira. Entre as fêmeas, ganharam conhecimento público as que participaram de eventos da raça: Relíquia TE JF, Réplica TE JF, Noiva TE JF, Novata TE JF, Niágara TE JF, Nanauí TE JF, Nascente TE JF, Aura TE JF, Afrodite TE JF, Atená TE JF entre tantas outras excepcionais fêmeas nascidas desFoto: Zzn Peres

Paulo Menicucci e Ariane Figueiredo Menicucci

ta parceria em nosso rebanho. Também no lote de vacas adquiridas para serem

Foram escolhidas como genética a ser multipli-

base do rebanho havia muita qualidade genética

cada as seguintes matrizes: Acauã JF, Argélia JF,

e zootécnica. Destacou-se entre elas Axé JF, vaca

Banqueta JF, Bonança TE JF, Calçada JF, Canoa

estruturada, com excelente produção leiteira e

JF, Catimba JF, Malta II JF, Marmota JF, Nuvem JF,

grande eficiência reprodutiva. Veio para o nosso

Olaria JF, Palma JF, Platina JF, Princesa JF, Rega-

rebanho prenha de Jequiá Taboquinha e a filha

ta JF, Relva JF. Também foram multiplicadas va-

deste acasalamento fez história em nosso rebanho.

cas adquiridas de outros rebanhos: Biba S, Fibrila

Nascida em 26/05/2003, demos a ela o nome de

II S, Tequila S, Vassoura JA. Os touros escolhidos

Redoma JF.

instagram: @guzeraibituruna

2 9 | G U Z E R AT E


nos deu Uriel Ibituruna, touro que trouxe imensa

Redoma JF nos causou surpresa e espanto quando, em 10/06/2005, aos 24,5 meses, pariu.

consistência ao trabalho do Guzerá Ibituruna. Nosso criatório ganhou o nome Guzerá Ibituruna em agosto de 2005. O primeiro JFPA nasceu em 11 de agosto deste ano, filho de Matula JF e Guriri Taboquinha. A partir de então, os animais que nasciam na Fazenda do Pinheiro recebiam o sufixo Ibi-

Ela ainda estava em um grupo contemporâneo

turuna e os que nasciam na Fazenda Ygarapés o

onde havia machos e fêmeas e, desta forma, não

sufixo JF. A parceria continuou, acrescida de novas

conseguimos identificar quem foi o “tourinho”

matrizes e novos touros.

que a emprenhou. Não foi possível registrar o seu filho pela falta de informação, mas, esta evidên-

Este primeiro tempo foi de multiplicação do re-

cia de precocidade, deu a ela, de pronto, o status

banho por TE, FIV, monta natural, aquisição de

de “potencial mãe de touro” que mais tarde veio

matrizes de outros criatórios e de uma cuidado-

a ser. Redoma JF acasalada com Adonai TE JF

sa mensuração das qualidades dos animais que

Foto: M.Cordeiro

A precoce Redoma JF em exposição

3 0 | G U Z E R AT E


instagram: @guzeraibituruna

chegavam e dos que nasciam em nossa fazenda. Iniciamos o Controle Leiteiro Oficial em dezembro de 2005. As primeiras matrizes aferidas foram aquelas adquiridas de outros rebanhos, visando conhecer o potencial de cada uma delas neste quesito e também a orientação do trabalho. Em 2006 iniciou o Controle Leiteiro Oficial das primíparas produzidas através das TEs e FIVs, bem como as nascidas de monta natural (filhas do Portal JF) e Inseminações artificiais. Definimos desde este início que o manejo seria simples, sem artificialismo, para que o potencial genético pudesse se mostrar e nós pudéssemos selecionar com base em dados de realidade. E assim tem sido o nosso trabalho até os dias atuais: pasto e suplementação na sala de ordenha.

tuosa com os pesquisadores e melhoristas que conduziam os programas dos quais passamos a participar. Este compromisso moveu e continua a mover o nosso trabalho. Fazemos controle leiteiro oficial das primíparas, pesamos todos os animais, mantemos apontamentos zootécnicos com rigor, pois temos consciência de que uma boa parte do futuro de um rebanho é a gente mesmo que faz.

O compromisso com o Melhoramento Genético foi aprendido desde o começo, primeiro pelo exemplo de nosso pai e a seguir pela convivência fru-

Assim criamos as condições para começar a selecionar os animais do rebanho. Com os dados nas mãos passamos a multiplicar os animais que atendiam aos critérios de precocidade, eficiência

Algumas das doadoras que multiplicamos a genética:

Nuvem JF

Biba S

Regata JF

Olaria JF

(Seridó JA x Aeronave JF)

(Seridó JA x Oliveira JF)

(Paredão S x Góia II S)

(Nobre JF x Nuvem JF)

Estrela JF

Calçada JF

Bonança TE JF

Fibrila II S

(Navegante x Regata JF)

3 1 | G U Z E (Cassino R A T EJF x Namorada JF)

(Nobre JF x Regata JF)

(Aladim S x Décima S)


“Seleciono o melhor bezerro de corte filho da melhor vaca de leite” De pronto a aprendizagem. O foco está na mãe! A melhor vaca de leite cria melhor seu bezerro, que reprodutiva, produção leiteira, bom temperamen-

vem a se destacar nos atributos de corte. O que

to e bom desenvolvimento ponderal – este último

dá suporte a este critério é o conceito da herança

imprescindível para preservar a genética de du-

do DNA mitocondrial que é totalmente transferi-

pla aptidão desenvolvida pelo Guzerá JF que deu

do por herança materna. Contudo, consideramos

origem ao nosso rebanho.

que os touros, fornecedores de 50% do DNA nuclear, devem ser escolhidos para complementar

Outro critério adotado, a seleção de famílias

as matrizes. Acreditamos que os touros devem

maternas como base do trabalho, também foi

obrigatoriamente ser filhos das melhores matrizes

aprendido com José Transfiguração Figueiredo.

porque deixam mais descendentes no rebanho.

Quando, em uma conversa com seu neto e nosso sucessor Henry, ele foi questionado sobre como

O trabalho de seleção genética não tem fim, é um

escolhia os touros, sua resposta foi:

ciclo que se repete e deve ter a consistência sufi-

Alguns dos touros de central, testados, que nasceram aqui:

Adonai TE JF

Atlas TE JF

Nepal TE JF

Notável TE JF

(Cravo Peac x Fibrila II S)

(Abaeté S x Regata JF)

(Perseu S x Bonança TE JF)

(Perseu S x Calçada JF)

Nápole TE JF

Cambuci Ibituruna

Russo TE JF

Uriel Ibituruna

(Cravo Peac x Nuvem JF)

3 2 | G U Z E R(Urutu A T ENF x Banqueta JF)

(Russo TE JF x Aleluia FIV Ibituruna)

(Adonai TE JF x Redoma JF)


instagram: @guzeraibituruna

Gado selecionado à pasto

ciente para que os contemporâneos sejam com-

e ocorre quando as fêmeas não emprenham, a

parados.

pasto, até os 36 meses e os machos apresentam exame andrológico incompatível com a sua

A nossa primeira seleção ocorre na desmama, quando retiramos do criatório, animais de temperamento indesejável, baixo desenvolvimento e portador de defeitos.

idade, eliminando dessa forma os animais tardios e ineficientes. Desta forma temos selecionado as mães do nosso rebanho, que se tornam mães das mães de touros melhoradores. Desde o início os nossos dados, obtidos através de controle leiteiro oficial (ABCZ), são enviados para o PNMGuL (Programa Nacional de Melhoramento do Guzerá para Leite) realizado pelo CBMG²- Embrapa Gado de Leite. Este Programa realiza avaliações genéticas, publicadas

A segunda seleção ocorre ao sobreano, em torno

anualmente e, desde 1994, vem dando sustentação

de 18 meses, eliminando novamente os animais

ao trabalho nas fazendas que se ocupam em realizar

de menor desenvolvimento e defeitos adquiridos.

o melhoramento em seus rebanhos.

Estes dois processos são realizados antes do RGD, registro genealógico definitivo, emitido pela ABCZ

Temos nos beneficiado deste suporte. Ele nos

(Associação Brasileira dos Criadores de Zebu). A

permite realizar a nossa seleção com segurança.

terceira seleção considera aspectos reprodutivos

No período entre 2006 a 2021, avaliamos 412

3 3 | G U Z E R AT E


fêmeas, algumas oriundas de outros criatórios,

participamos deste processo, 21 touros do nos-

mas a maioria produtos da parceria com o Gu-

so rebanho foram escolhidos para esta prova,

zerá JF e suas descentes. Das 412 avaliadas, 320

destes 11 já se provaram. Dois deles possuem DEP

se provaram positivas para a produção leiteira,

Leite acima de 300, dois possuem esta DEP acima

2 tiveram avaliação igual a 0 (ficaram no meio

de 200, quatro acima de 100, um entre 0 e 100, dois

do caminho!) e 90 se provaram negativas. Como

possuem DEP negativas para leite. Os demais

regra, descartamos as negativas, poucas são as

continuam em prova.

exceções que, por possuírem outros atributos importantes para a seleção, são mantidas no re-

O trabalho que estes touros fizeram e estão fa-

banho e acasaladas com touros melhoradores

zendo em nosso rebanho são de importância

para leite. Suas filhas agregam qualidades na

impar. A título de exemplificação, vou tomar a

seleção para a dupla aptidão.

descendência do Uriel Ibituruna. Lembrando que em nosso manejo não existem dietas, nem

Considerando os mesmos critérios de seleção,

hormônios, que nosso regime alimentar é pasto

os machos têm sido escolhidos e disponibiliza-

de braquiária e uma pequena suplementação

dos para participar do Teste de Progênie da Raça Guzerá. Participar deste Teste veio acelerando o processo de melhoramento genético do rebanho.

Ao submeter nossos touros à apreciação de cientistas, de técnicos e de criadores parceiros, recebemos uma preciosa ajuda. Eles escolhem o que há de melhor e passamos a levar esse melhor para a nossa fazenda, seja o nosso melhor, seja o melhor dos outros rebanhos. Participar do Teste possibilita uma complementariedade no trabalho, permite a abertura de linhagens, enfim, enriquece a todos. Desde 2008 3 4 | G U Z E R AT E


instagram: @guzeraibituruna

em sala de ordenha, para dar o contexto. De 30

entram para a reserva do rebanho leiteiro. Alguns

filhas aferidas em controle leiteiro oficial, 17 tor-

animais que apresentaram esse perfil e foram

naram-se reserva da fazenda. Na primeira lac-

vendidos, alcançaram produções superiores a

tação, 7 entre elas produziram acima de 3.000 Kg,

6.000kg, em lactações subsequentes, em seus

outras 10 produziram de 2.500 a 3.000 Kg com DEL

novos lares, graças ao potencial genético sele-

médio de 334 dias. A maior produção foi de Rega-

cionado e à competência de manejo dos novos

ta Ibituruna que, na segunda lactação, produziu

proprietários.

5.069 Kg em 365 dias, média de 13 kg/dia. A seleção e o controle de desenvolvimento ponAtualmente, realizamos o controle leiteiro em dois

deral são realizados a cada dois meses, com a

formatos. O controle leiteiro oficial (CLO), exe-

pesagem de todos os animais, cuja idade seja

cutado na Fazenda do Pinheiro, quando duas or-

igual ou inferior a 24 meses. Essa avaliação de

denhas diárias são adotadas, nas condições que

ganho de peso e desenvolvimento é comple-

descrevemos anteriormente, e o controle leiteiro

mentar ao controle leiteiro, para garantirmos a

de fazenda (CLF), na Fazenda das Palmeiras, com

continuidade da dupla aptidão do rebanho. O

uma ordenha diária para retirar o excesso de

manejo de pesagem bimestral coincide com a

leite que os bezerros não conseguem mamar. Em

desmama programada. Esses períodos são es-

ambas situações o manejo rústico à pasto, com

tratégicos, pois a seleção se inicia na desmama.

baixa participação de concentrados é utilizado.

Nesse momento, a identidade do rebanho é de-

As matrizes que demonstram eficiência reprodu-

lineada, pelo padrão do animal selecionado, se-

tiva e lactações a partir de 2.500kg, em 305 dias,

guindo critérios pessoais e “olho do criador”. Em

Alguns dos touros Ibituruna que estão em teste atualmente:

Amon Ibituruna

(Escoteiro FIV Uniube x Uva FIV Ibituruna)

Aquiles Ibituruna

Foto: M.Cordeiro

(Cambuci Ibituruna x Poesia Ibituruna)

Foto: M.Cordeiro

Foto: M.Cordeiro

Abaré Ibituruna

(Fabuloso Villefort x Pádua Ibituruna)

Boieiro Ibituruna

(Ajáx TE JF x República TE JF)

Foto: M.Cordeiro

Magno Ibituruna

(Nápole TE JF x Pitanga Ibituruna)

Mangano Ibituruna

(Nápole TE JF x Pepita Ibituruna)

Nicola Ibituruna

(Uriel Ibituruna x Una FIV Ibituruna)

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Patrus Ibituruna

(Boieiro Ibituruna x Adelita FIV Ibituruna)


continuidade ao processo de seleção, os aspec-

ria, principalmente, em situações que a heterose

tos reprodutivos são avaliados pela projeção da

(“choque de sangue entre raças”) está presente.

idade ao primeiro parto, após diagnóstico positi-

Quando utilizado em rebanhos leiteiros, produz

vo de gestação das novilhas, e exame andrológi-

fêmeas leiteiras para reposição do plantel de

co positivo dos machos, candidatos à tourinho.

matrizes e machos de corte, que potencializam o

Finalmente, a conclusão do processo de seleção

aumento de receita, diversificando as fontes de

das fêmeas ocorre com a avaliação da produção

renda desses rebanhos.

leiteira e intervalo entre partos, sendo a eficiência produtiva avaliada pela associação dos dois

Concluindo, o objetivo central do nosso processo

critérios. E os machos através dos programas de

criterioso de seleção é permitir que nossos clien-

teste de progênie.

tes e parceiros alcancem resultados superiores aos nossos, de acordo com seus objetivos e com-

O Guzerá Ibituruna apresenta animais com eleva-

petências.

do potencial para produção leiteira e características desejáveis de carcaça, utilizando a dupla aptidão histórica da raça guzerá como sustentação do trabalho. Dessa forma, reprodutores oriundos desse trabalho podem ser utilizados em rebanhos de corte, para melhoria da habilidade materna das fêmeas e continuidade das características

“Trabalhamos para o seu resultado superar o nosso”

de corte dos machos, com potencial de melhoinstagram: @guzeraibituruna • guzeraibituruna@yahoo.com.br • +55 31 99984-9812 • +55 31 99953-9812 • +55 31 99913-6787

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GUZERÁ | AVANÇO

PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DAS RAÇAS SIMENTAL E SIMBRASIL INVESTE EM GUZERÁ A raça tem sido utilizada na formação do rebanho Simbrasil do criador Bernardo de Vasconcellos e em cruzamentos com outras raças para melhorar o desempenho do rebanho comercial POR LARISSA VIEIRA Jornalista

D

e grande pureza racial, o Guzerá vem sendo utilizado com sucesso na formação de outras raças bovinas, tanto de corte quanto de leite. Uma delas é o Simbrasil, uma raça sintética fixada na composição racial 5/8 Simental e 3/8 Zebu. Nos primeiros cruzamentos realizados no Brasil, a partir de 1950, na propriedade de Agostinho Caiado Fraga, em Muqui/ES, foram utilizados animais Guzerá. “Nesse cruzamento, o Guzerá traz consigo características importantes como pelo curto, cascos fortes, pele bem segmentada e solta, carcaça moderna, produção de leite, o que imprime maior rusticidade, adaptação e a longevidade. Já o Simental traz precocidade, produção de leite e qualidade de carne”, explica o criador de Guzerá Bernardo de Vasconcellos, atual presidente da Associação Brasileira das Raças Simental e Simbrasil. Na Santo Expedito Agropecuária (SAEXI), Vasconcelos seleciona Guzerá PO desde 2010, quando adquiriu animais superiores, oriundos de reconhecidos criatórios da raça. O rebanho está

concentrado na fazenda localizada em Itabira/ MG. São aproximadamente 500 animais. “Trabalhamos com a dupla aptidão da raça, focados na produção de touros melhoradores e fêmeas com carcaça moderna, estruturadas e boa produção de leite. As características priorizadas nos acasalamentos são estrutura, habilidade materna e temperamento”, destaca o criador. Além da seleção de raças puras e sintéticas, a SAEXI tem como foco de atuação a produção de

Ópera da Fortuna - Atual Grande campeã nacional da raça Simbrasil, 5/8 de sangue Simental e 3/8 Guzerá, descende do raçador Instinto TE Taboquinha

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bezerros super precoces, oriundos de cruzamentos com Guzerá, Nelore e Simental. São mais de 5 mil matrizes Nelore e Guzonel, com desmama anual de aproximadamente 4500 bezerros. Para atingir essa grande quantidade de produtos, a propriedade realiza IATF em 100% do rebanho e biotecnologias reprodutivas como a FIV, além do repasse de touros feitos com as raças Simental e Simbrasil. “Os resultados a campo têm sido consistentes e rentáveis, os bezerros desmamados frutos do cruzamento de Guzerá com Simental e Simbrasil são sempre os mais pesados a desmama. Isso se deve à excelente habilidade materna das fêmeas Guzerá”, assegura Vasconcelos, que também conta com fazendas nos municípios mineiros de Nova União e Várzea da Palma. Nas pistas, a genética Guzerá também tem garantido bons resultados à SAEXI. A Grande Campeã Nacional da raça Simbrasil de 2021, Ópera da Fortuna, é oriunda desse esquema de cruzamento entre Guzerá e Simental, através do reprodutor Guzerá Instinto da Taboquinha. “E é por meio de forte pressão de seleção genética, reforçada e ampliada por meio do uso de técnicas e tecnologias mais avançadas, que buscamos o nosso objetivo de aprimoramento constante, produzindo cada vez mais e de forma mais eficiente”, acredita. Advogado e empresário, Bernardo Vasconcelos atua na pecuária desde 1995. Uma história iniciada pelo avô, Edmundo de Vasconcellos, que começou a se dedicar à pecuária no Vale do Rio Doce, em 1940. Homem progressista com uma mentalidade além de seu tempo, desde então se dedicou a um intenso trabalho de seleção de seu rebanho através da utilização do serviço de touros de genética superior. Um trabalho que teve continuidade quando o pai de Bernardo, José Santana de Vasconcellos, iniciou, em 1979, seu próprio trabalho de seleção. Após um longo trabalho de estudos e experiências e certo da importância do cruzamento industrial para a pecuária brasileira, José Santana de Vasconcellos optou pelo Simental, iniciando a criação que empreende até os dias de hoje. Em 1998, foi a vez de Bernardo iniciar na pe-

Matrizes Guzerá PO- Mãe de touros melhoradores que são ofertados ao mercado pela SAEXI Santo Expedito Agropecuária.

cuária seletiva, começando com Simbrasil, e, 12 anos depois, com o Guzerá, com o objetivo de produzir touros para abastecer a própria demanda de seu projeto de cruzamento industrial. “Costumo dizer que nos norteamos em uma verdadeira e salutar ‘obsessão pelos clientes’. Cliente é um conceito mais amplo do que comprador, pois é aquele que recebe a correta orientação, compra e tem excelentes resultados com os animais adquiridos e muita rentabilidade, e por isso, volta a comprar. Firmes nestes valores e compromissos é que seguimos e seguiremos trabalhando, avançando e crescendo para produzir a melhor genética bovina”, finaliza Bernardo Vasconcellos.

Bernardo de Vasconcellos, Atual Presidente da ABCRSS e selecionador da raça Guzerá e seus cruzamentos

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GUZERÁ | RAÇA FORTE

O GUZERÁ NA ERA GENÔMICA Eula Regina Carrara, Paulo Sávio Lopes, Renata Veroneze, Delvan Alves da Silva

Gabriela Campolina Diniz Peixoto

Departamento de Zootecnia, UFV, Viçosa/MG

Embrapa Gado de Leite, Juiz de Fora/MG

A avaliação genética genômica, ou seja, a avaliação genética utilizando informações de marcadores genéticos amplamente distribuídos no genoma, tem sido realizada com sucesso em vários programas de melhoramento genético de bovinos leiteiros e de corte nas últimas duas décadas, mundo afora. Com um custo cada dia mais baixo e com a velocidade de genotipagem cada dia mais rápida, a genotipagem para obtenção de marcadores genéticos em animais é realidade nas muitas fazendas do Brasil e do mundo. Na raça Guzerá, a primeira iniciativa de obtenção de marcadores genéticos se deu para genes de efeito direto em características de interesse à bovinocultura de leite. Destacamos a disponibilização no sumário dos genótipos para a kappa e beta-caseína, conhecidos pela sua importância para o rendimento na fabricação de derivados lácteos e a saúde humana, respectivamente. De volta à genômica, salientamos que a inclusão de informações dos marcadores genéticos nas avaliações genéticas permite correções na genealogia, ocasionando aumento na acurácia dos valores genéticos dos animais. Valores

genéticos mais acurados significam ganhos genéticos maiores. Além disso, a utilização de informações do genótipo e fenótipo mensurado, já disponíveis para os animais nas bases de dados de alguns programas de melhoramento, permite estimar o efeito dos marcadores genéticos e, a partir desta informação, pode-se predizer o valor genético de animais jovens que ainda não possuem fenótipo mensurado; no caso das características leiteiras, principalmente para touros jovens que ainda não possuem filhas fenotipadas. Com isso, é possível selecionar animais precocemente e com boa acurácia, antes mesmo deles atingirem idade produtiva e reprodutiva. Em consequência, o uso de animais jovens poderá levar a uma redução significativa no intervalo de gerações, contribuindo para o aumento da resposta à seleção, ou seja, da velocidade de progresso genético. A avaliação genômica é especialmente importante para a pecuária leiteira, na qual se leva pelo menos 5 anos para que touros submetidos a testes de progênie tenham dados de muitas filhas, ou seja, dados suficientes para serem avaliados e publicados com acurácia mínima nos sumários,

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res genéticos, ou seja, de dados genômicos, já permitiram estudos de diversidade genética e de associação genômica na raça. Os estudos de diversidade genética são muito importantes e, no caso da população de bovinos Guzerá, foi verificado que ainda não se têm linhagens plenamente independentes para leite ou para corte. Assim, animais Guzerá possuem diversidade genética para contribuir com os rebanhos de corte, de leite, e de ambos os propósitos. Dada sua versatilidade, o Guzerá representa um excelente recurso genético para a pecuária brasileira! Os marcadores genéticos disponíveis também permitiram a identificação de regiões genômicas importantes para a produção de leite, que poderão orientar o processo de seleção. Estes resultados estão publicados em periódicos científicos de referência. Listamos ao final artigos científicos que divulgam resultados de pesquisa com dados cedidos pelo CBMG2 ao nosso grupo. Recentemente, os animais Guzerá passaram a ser genotipados com um painel de marcadores genéticos desenvolvido especificamente para zebuínos, o que torna os resultados ainda mais acurados. Os estudos científicos em andamento abordam a inclusão das informações genômicas nas avaliações genéticas para caracFOTO/JADIR BISON

de forma a serem utilizados nos processos de seleção ou cruzamento em rebanhos leiteiros. Com tantos pontos positivos, o Guzerá não está fora dessa! Estudos já foram iniciados em parceria do Centro Brasileiro de Melhoramento Genético do Guzerá (CMBG2) com a Embrapa Gado de Leite e a Universidade Federal de Viçosa. A ANCP publica desde 2019 DEPs genômicas para diversas características economicamente importantes para a cadeia produtiva de carne, incluindo bovinos Guzerá, porém, para as características leiteiras, ainda não temos DEPs genômicas, mas isso está bem próximo de ocorrer! Desde 2013, animais de rebanhos Guzerá com seleção para leite vem sendo genotipados, em um esforço conjunto das instituições envolvidas, com apoio do MAPA, em um momento, e sobretudo com investimentos próprios de alguns criadores pioneiros e arrojados. Essas informações são ano a ano utilizadas em estudos científicos prévios, visando definir metodologias e o momento adequado para serem utilizadas nas avaliações genéticas oficiais da raça, que muito em breve terá sua DEP predita com dados genômicos. As informações disponíveis dos marcado-

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GUZERÁ | RAÇA FORTE

terísticas leiteiras e reprodutivas, tais como produção de leite e seus constituintes, e idade ao primeiro parto. Mesmo com um número ainda pequeno de animais genotipados, os resultados preliminares (ainda não publicados) são promissores!! Eles mostram um aumento na acurácia dos valores genéticos dos animais, principalmente nos mais jovens (ainda sem fenótipo mensurado) de até 96% para características leiteiras. Valores genéticos mais acurados implicam em maior confiabilidade na escolha do animal como reprodutor, impactando positivamente no progresso genético. A análise de interação genótipo-ambiente (IGA), que também está contemplada no sumário da raça e permite aos usuários da genética Guzerá provada definirem os touros que melhor se adaptam ao seu sistema de manejo, também se beneficiará com a inclusão de dados genômicos, que lhes conferirá ainda mais acurácia. Esforços vêm sendo realizados por meio

do CBMG2 e da Embrapa Gado de Leite para que mais animais sejam genotipados. Quanto maior o número de animais genotipados, mais próximos de uma avaliação genética genômica segura o Programa de Melhoramento Genético do Guzerá para Leite estará. A Embrapa Gado de Leite, em estreita parceria com o CBMG2 e a ANCP, publica anualmente o sumário de touros Guzerá, que além das avaliações genéticas para características leiteiras economicamente importantes, também contém informações sobre touros “duplo provados”, ou seja, com avaliação genética para características de corte e de leite. Muito em breve, “genomicamente duplo provados”! Com a inclusão de dados genômicos, o produtor de bovinos Guzerá terá ainda mais confiabilidade para a escolha de seus reprodutores, com a versatilidade que só o Guzerá oferece: leite, carne, ou ambos os propósitos. Vamos lá, Guzeratistas, genotipem seus animais!

ESTUDOS GENÉTICOS COM DADOS MOLECULARES E GENÔMICOS NA RAÇA GUZERÁ FONSECA, P.A.S. et al. Retelling the recent evolution of genetic diversity for Guzerá: Inferences from LD decay, runs of homozygosity and Ne over the generations. Livestock. Science, v.193, p.110-117, 2016. ROSSE, I.C. et al. Whole genome sequencing of Guzerá cattle reveals genetic variants in candidate genes for production, disease resistance, and heat tolerance. Mammalian Genome, v.28, p.66–80, 2017. SANTOS, F.C. et al. Identification of candidate genes for reactivity in Guzerat (Bos indicus) cattle: A Genome-Wide Association Study. Plos One, v.12, e0169163, 2017. FONSECA, P.A.S. et al. Reducing cryptic relatedness in genomic data sets via central node exclusion algorithm. Molecular Ecology Resources, v. 18, p.435-447, 2018. PERES, B.C. Strategies to improve results from genomic analyzes in small dairy cattle populations. 2019. 149 f. TESE - USP - Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, Pirassununga, SP. PAIVA, J.T. et al. Genetic parameters, genome-wide association and gene networks for milk and reproductive traits in Guzerá cattle. Livestock Science, v.242, E 104273, 2020. MATOSINHO, C.G.R. et al. Identification and in silico characterization of structural and functional impacts of genetic variants in milk protein genes in the Zebu breeds Guzerat and Gyr. Tropical Animal Health and Production, v.53, p.524, 2021. PEIXOTO et al. Population Genetic Structure of a Guzerá (Bos indicus) Meta-Population. Animals, v.11, p.1125-1139, 2021. 4 3 | G U Z E R AT E


Guzera Guapeva t r a d i ç ã o

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g e n é t i c a

Fazenda Guapeva Ipameri-GO 4 4 | G U Z E R AT E

Auricy Ribeiro Mesquita Telefone de contato: (64) 99607-4243/(64)3491-2040


GUZERÁ | PRODUTIVIDADE

GENÉTICA EFICIENTE DE NORTE A SUL

A raça Guzerá é a aposta de criadores de várias regiões do país para enfrentar as adversidades climáticas, elevar a produtividade com um menor custo de produção POR LARISSA VIEIRA Jornalista

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m um país de dimensões continentais e biomas diversos, o uso de bovinos de grande adaptabilidade tem viabilizado projetos pecuários em todo o Brasil. Um exemplo vem do norte do Pará, onde o Condomínio Tachi Sal viu na versatilidade da raça Guzerá um caminho para melhorar os índices zootécnicos de seu rebanho, tanto de corte quanto de leite. Com um plantel de 430 vacas em reprodução, o criatório produz touros puros para atender as fazendas de corte. Também produz bezerras Guzolando, que são comercializadas desmamadas para propriedades que trabalham com produção de leite no Pará. “Depois de utilizar animais Guzerá em cruzamentos com outras raças de corte, fiquei impressionado com o peso a desmama dos produtos e com a qualidade da carcaça. Decidi formar meu próprio plantel e já faz 20 anos que adquiri as primeiras novilhas

Guzerá. A dupla aptidão da raça e rusticidade são fundamentais para alcançar bons resultados em um estado como o Pará, que tem diversos microclimas”, diz Luiz Guilherme Soares Rodrigues, que conduz o Condomínio Tachi Sal juntamente com o criador José Luiz Almeida. O rebanho puro está concentrado em Santarém Novo e o Guzolando em Bragança, no norte do Pará. Nos cruzamentos com Angus, a propriedade tem alcançado rendimento de carcaça de até 61%, índice de marmoreio de 4,7, com os animais sendo abatidos aos 20 meses e peso em torno de 600 kg. “Estamos em uma região com bom regime de chuva e fazemos uma seleção a pasto, mas mesmo na seca, os bovinos continuam gordos e férteis. Além disso, o Guzerá possibilita produzir um gado maior, atendendo o padrão que o frigorífico valoriza”, assegura Almeida. Já em Macaíba, no Rio Grande do Norte, nem a falta de chuva prejudica o desempenho dos animais. Em 2021, a precipitação pluviométrica ficou em torno de 500 mm e mesmo assim o rebanho da Fazenda Vale Feliz mante-

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Rebanho Guzerá do Condomínio Tachi Sal no Pará

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ve um bom escore corporal. “O Guzerá aguenta bem o clima da região e mesmo na época de seca consegue emprenhar e parir bem”, assegura o criador Camillo Collier Neto, que deu continuidade à seleção iniciada em 1974, pelo pai, Camillo Collier Filho. No ano passado, a propriedade alcançou um índice reprodutivo de 91%. Utilizam IATF e touro de repasse. A biotécnica é aplicada em todas as categorias, inclusive nas fêmeas precocinhas, a partir dos 12 meses. Atualmente, o rebanho de matrizes PO é de 120 cabeças, mas o objetivo é ampliar nos próximos dois anos, chegando a 250 matrizes Guzerá PO em reprodução. “A demanda por fêmeas vem crescendo bastante na região e, para atender esse mercado, estamos fazendo FIV para produção de embriões. A procura por tourinhos também é alta, tanto para cruzamentos de corte quanto de leite”, diz Neto. Segundo ele, não só a versatilidade, mas as demais características da raça contribuíram para esse aquecimento do mercado de genética Guzerá. “Por causa de sua pureza racial, transmite muito bem para sua prole as características desejáveis. A busca é por um animal de frame médio, costeludo, perto do chão e de boa habilidade materna. Estamos conseguindo mostrar aos produtores da pecuária comercial que usar Guzerá em seus cruzamentos traz rentabilidade para o ne-

Rebanho Guzerá do criador Camillo Collier Neto

gócio”, destaca o criador, que vende animais não só para a pecuária comercial, mas também para outros selecionadores da raça de diversas regiões do Brasil. Na região que reúne o maior rebanho de corte do Brasil, o Centro-Oeste, a raça também é muito procurada para cruzamentos com taurinos e zebuínos, como o Nelore. A Fazenda Jaó, em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, seleciona Guzerá desde 1999. O rebanho é composto por 150 matrizes PO. A criadora Leda Garcia de Souza destaca como pontos fortes da raça a rusticidade, a habilidade materna e o excelente ganho de peso, características essenciais para melhorar a rentabilidade das fazendas que trabalham com rebanhos de corte. “Além de fornecer touros para a região, utilizamos o Guzerá para fazer o Guzonel, um cruzamento que responde muito bem às características climáticas da nossa região. Na seleção dos touros e matrizes de nosso plantel, priorizamos as características ligadas à precocidade, fertilidade e ganho de peso”, diz Leda. Segundo ela, a aceitação do Guzerá tem sido muito boa. “Temos clientes que fornecemos touros há mais de 10 anos e estão muito satisfeitos com o valor agregado que a raça traz para seus rebanhos”, assegura a criadora. Já no município de Baixo Guandu, no Espírito Santo, a raça é muito demandada não apenas pela rusticidade, mas pela padronização que imprime nos animais mestiços. “A região conta com muitos rebanhos leiteiros, oriundos de diversos cruzamentos, e ao utilizar a genética Guzerá o produtor consegue uniformizar a produção e

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melhorar a qualidade de seus bezerros, que são desmamados mais pesados. Além disso, a heterose que o Guzerá proporciona é fantástica”, esclarece o criador Carlos Fontenelle, titular da Fazenda Fontenelle. Por lá, a seleção do Guzerá é antiga, vem desde 1928 e o foco é no tripé Raça, Peso e Leite. O plantel conta no total com 1000 cabeças, sendo 430 matrizes. “São animais capazes de transmitir as características fenotípicas da raça, de imprimir peso, com bons desenvolvimento e rendimento de carcaça e leiteiros o suficiente para as vacas alimentarem bem suas crias. Nosso objetivo em explorar a dupla aptidão não é para produção comercial de leite, mas pensando na habilidade materna do Guzerá”, destaca Fontenelle. Segundo ele, como a propriedade está localizada em uma região montanhosa e que não tem produção de grãos, ou seja, o alimento dos animais é basicamente pasto, a rusticidade é extremamente importante. O município de Baixo Guandu tem um clima mais seco, com chuvas irregulares ao longo do ano, e com temperaturas que podem chegar aos 38 graus no verão. O Guzerá tem agregado valor à produção das fazendas locais, pois tem animais de grande longevidade, saúde, úberes fortes, proporcionando a sustentabilidade em pequenas, médias e grandes propriedades. E, até mesmo em uma região onde predomina a genética taurina, o Guzerá vem ganhando espaço. Na Agropecuária CJR, com propriedades localizadas nos municípios de Camaquã e Jaqui-

rana, no Rio Grande do Sul, o alto desempenho do rebanho Guzerá se mantem mesmo com as oscilações extremas do tempo. No inverno de 2021 e na seca verificada nos primeiros meses de 2022, as vacas prenhas do criatório continuaram com bom escore corporal. “Há uma busca crescente pela genética Guzerá no Sul, tanto para a formação de rebanhos puros quanto para cruzamento, não só pela rusticidade dos animais, mas também por ser uma raça que cria bem o bezerro, tem uma característica mais carniceira, com excelente musculatura no posterior, anca plana e porte grande”, destaca o criador Firmino Teixeira da Silva Júnior, titular da Agropecuária CJR. Desde 2010, ele produz fêmeas e touros PO, sendo que 70% deles são comercializados antes dos 18 meses para criadores da região, interessados em melhorar geneticamente seus planteis. O criatório tem alcançado peso a desmama nos bezerros PO de 270 kg. Já em seu rebanho comercial, manejado a pasto e com produtos oriundos do cruzamento com Guzerá, Hereford e Red Angus, a média de peso a desmama gira em torno de 230 kg. Os animais são manejados em campo nativo, no verão, e em aveia e azevém no inverno. “A fertilidade da raça é outro diferencial que contribui para a eficiência econômica do sistema. A maior parte das fêmeas pare aos dois anos de idade. Também desafiamos algumas novilhas bem jovens, por volta dos 14 meses, para avaliar a capacidade reprodutiva do Guzerá, e os resultados têm sido animadores”, informa o criador.

Rebanho Guzerá da Agropecuária CJR, no Rio Grande do Sul

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SELEÇÃO PARA MACIEZ E EFICIÊNCIA ALIMENTAR O criatório Guzerá IT conduz o projeto IT Quality visando gerar avaliação genômica e de maciez para os touros do plantel POR LARISSA VIEIRA Jornalista

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m busca de animais capazes de apresentar maior eficiência no gancho, a Fazenda Perfeita União, em Pirajuí/SP, há 400 km da capital paulista, vem “lapidando” ano a ano as safras de touros Guzerá. Entre os diversos projetos na área de melhoramento genético conduzidos nas últimas décadas pela família Tonetto, um dos mais recentes é o “IT Quality”. A proposta é gerar avaliação genômica e de maciez da carne, contanto, para isso, com a parceria da USP Pirassununga, Universidade da Califórnia e da empresa Aval Serviços Tecnológicos. O projeto avalia animais cruzados Guzonel e PO, além do grupo controle de animais Nelore e F1 Angus. Na edição de 2022, foram avaliadas 30 fêmeas PO, sendo a maioria da raça Guzerá. “Essas fêmeas avaliadas 5 7 | G U Z E R AT E


no IT Quality são oriundas de outro projeto da fazenda, o Super Mãe. Dele, participam todas as precocinhas entre 13 e 16 meses de idade da Perfeita União, porém, para permanecerem no projeto, elas precisam emprenhar durante a estação de monta após passarem por até três protocolos de IATF e repasse do touro. Se elas não cumprirem essa e outras regras, são enviadas para o projeto IT Quality”, explica Tarcisius Tonetto, do criatório Guzerá IT. Desde 2015, ano em que foi iniciado, o projeto já avaliou 160 animais, entre puros e cruzados. Como a proposta é avaliar o desempenho dos touros Guzerá dentro das condições adotadas na maior parte das propriedades brasileiras, todos os animais são recriados em sistema de semiconfinamento, recebendo uma suplementação. A dieta simula um pasto de excelente qualidade, com a proteína fornecida ficando entre 14% e 15%. Depois, seguem para confinamento. No caso das fêmeas Guzerá PO, elas foram abatidas com idade média de 18 meses, no dia 30 de março. Após o abate, cada carcaça foi avaliada por técnicos da USP-Pirassununga/SP, sob a direção do professor José Bento Ferraz, com mensuração de peso, AOL, acabamento, pH, coloração e maciez. Para completar, o DNA de cada animal é colhido e genotipado. Segundo o pesquisador e professor Emérito de Ciência Animal da Universidade da California, Roberto Sainz, resultados preliminares de todos os anos do projeto mostram que existe ampla variabilidade dentro da FOTO/DIVULGAÇÃO

Tarcisius (centro), ao lado de Yuri Farjala (AVAL) e dos sobrinhos Henrique e Filippi

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Animais Guzerá no cocho eletrônico que mede o consumo alimentar

raça Guzerá para todas as características mensuradas. “Essa variabilidade é essencial para qualquer programa de melhoramento genético. Outro fator imprescindível para a melhoramento é a herdabilidade. Os resultados obtidos até hoje no IT-Quality mostram algumas diferenças entre as progênies de touros diferentes, indicando que essas características, como por exemplo a maciez, são transmitidas de pai para filho”, explica Sainz. Futuramente, quando o volume de dados for mais consistente, o criatório acredita que será possível obter avaliações genômicas e de maciez. Forte pressão de seleção Os touros Guzerá PO utilizados no rebanho Guzerá IT são avaliados minuciosamente quanto à precocidade, docilidade, qualidade de carcaça e eficiência alimentar. “Estamos identificando reprodutores capazes de produzir uma carcaça pesada, com excelente acabamento, em uma idade mais precoce e utilizando menos recursos, com menor impacto ambiental”, assegura Tonetto. No histórico das mensurações e avaliações realizadas no rebanho ao longo desses 55 anos, o criatório acumula 35 anos de participação em provas de ganho de peso, 23 anos de avaliações genéticas pela ANCP, sendo um dos primeiros rebanhos de Guzerá a participar do programa. A Perfeita União é pioneira em avaliação para CAR (Consumo Alimentar Residual) na raça Guzerá. Em busca de animais que engordam comendo menos, o criatório incorporou há 10 anos as medições de eficiência alimentar no rebanho. Os cochos eletrônicos instalados na propriedade permitem atualmente avaliar todos os fi-

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lhos dos melhores reprodutores do plantel, classificados nas primeiras provas ou líderes no teste de progênie. Eles são criados e desmamados a pasto e depois, aos 12 meses, entram na Prova IT-CAR, para avaliação da eficiência alimentar, ganho de peso, qualidade de carcaça. Os que alcançam métricas desejáveis, classificados como Elite ou Superior, são selecionados e têm a genética multiplicada no rebanho. O criatório finalizou em abril deste ano sua 39ª Prova IT-CAR. Desde sua primeira edição, a prova já avaliou quase 1300 animais. O acompanhamento conduzido pelo pesquisador Roberto Sainz apontou um percentual de consumo alimentar para mantença dos animais bem menor que em 2012, ano de início do projeto. Nos resultados divulgados pelo pesquisador no dia 21 de março, a evolução foi de 2% ao ano. Em 10 anos, o Guzerá IT conseguiu abaixar 20% do consumo de mantença dos animais. Uma redução que permite elevar a taxa de lotação, ou seja, colocar 20% a mais de bovinos na mesma área de pastagem. “No acumulado do percentual até 2022, esse índice chega a 20% mais de margem de lucro no índice Margem @, que é uma métrica do Guzerá IT para identificar se a fazenda está tendo lucro, considerando os gastos com nutrição”, explica Sainz. Os dados obtidos no Guzerá IT serão apresentados por Sainz durante o 7° EAAP International Symposium on Energy and Protein Metabolism and Nutrition, que acontecerá em Granada, na Espanha, no mês de setembro. Para o criador Tarcisius Tonetto, os dados de eficiência alimentar são importantes, mas não podem ser utilizados isoladamente. “É preciso produzir animais equilibrados para diversas características, aliando a informação de eficiência alimentar a outras DEPs de interesse econômico”, informa o criador. De todos os animais avaliados, foi possível identificar mais de 30% do rebanho com CAR negativo e sem alterar qualquer característica ligada ao ganho de peso, produção e qualidade de carne. Em relação à herdabilidade da eficiência alimentar, os pesquisadores apontam uma transferência genética em torno de 60% dos reprodutores aos seus descendentes. Segundo o pesquisador Yuri Farjalla, da Aval

Serviços Tecnológicos, para o pecuarista que trabalha com gado comercial isso é uma grande revolução, visto que a lucratividade da pecuária no Brasil é estimada entre 2% e 3% apenas, dessa forma quanto maior a eficiência, maior o lucro que um animal entrega ao pecuarista. “Por exemplo, um animal A consome 20% menos que animal B e teve o mesmo ganho de peso ou superior. Esse percentual menor de consumo reduz o custo para produzir uma arroba, o que aumenta a margem de lucro. Têm animais que terminam a prova com custo de produção da arroba mais alto, enquanto outros com custo menor; qual animal você quer em sua fazenda?”, indaga Farjalla. Ele pontua ainda que nenhuma característica funcional ou fenotípica foi afetada desde a adoção das medições de CAR, os padrões de seleção genética da fazenda; fertilidade, precocidade sexual e acabamento, rusticidade e temperamento se mantiveram.

RAIO X DO GUZERÁ IT

• 55 anos de Seleção para Funcionalidade • 10 anos de seleção para eficiência alimentar (Pioneiro na ANCP) • 19 anos de avaliação de composição corporal por ultrassonografia. O Guzerá IT foi pioneiro na geração de DEPs para carcaça ANCP • 18 anos de seleção com método objetivo para avaliar temperamento: Reatest • 35 anos promovendo e participando de provas de Ganho de Peso • 12 anos de avaliação intrarrebanho índice ISPF/AVAL • + de 900 mil doses de sêmen comercializadas dos reprodutores IT e parceiros • 23 anos de avaliação genética ANCP (Pioneiros) • + 10 anos de avaliação para marmoreio, pioneira da avaliação genética para essa característica ANCP • +40 reprodutores produzidos pelo Guzerá IT pelas centrais

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de

Fotos - Allan Moreira

Guzerá é a raça , UAU é a marca 6 0 | G U Z E R AT E


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GUZERÁ: CARNE DE QUALIDADE COM AVAL CIENTÍFICO Resultados de provas de desempenho e abates técnicos confirmam a vocação da raça Guzerá para produção de carne com alta qualidade e sustentabilidade POR LARISSA VIEIRA Jornalista

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ons de ganho de peso e de qualidade de carcaça. Abates técnicos e as provas zootécnicas vêm confirmando o bom desempenho da raça Guzerá nesses dois pontos de grande relevância para o mercado pecuário. Entrando na reta final, o programa “Zebu: Carne de Qualidade 2021/2022” conta com a participação de 25 animais Guzerá, sendo a primeira edição com a participação da raça. O projeto está acompanhando o desempenho dos

machos nas fases de recria, engorda e abate. Os resultados da primeira fase divulgados pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), no dia 16 de março, apontaram um bom ganho de peso dos animais, com Ganho Médio Diário (GMD) em 280 dias de avaliação geral de 711 gramas, com o índice variando entre 638g e 862g. “Nessa primeira fase, todos os bezerros passaram por prova de ganho de peso a pasto, pesagens e ultrassonografia de

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carcaça. E os resultados, mais uma vez, comprovaram a boa a performance do Guzerá dentro de um manejo a pasto com boa oferta de volumoso. As raças zebuínas foram feitas para ultrapassar barreiras e com certeza, na conclusão desta etapa pudemos constatar que temos nas mãos diamantes, que bem lapidados se revelarão joias valiosas”, assegura Lauro Fraga, gerente de Melhoramento Genético da ABCZ Os animais entraram com média de oito meses e chegaram com o peso médio de 422 quilos na segunda etapa da prova, que consiste no confinamento com avaliação de eficiência alimentar nas dependências da Fazenda Experimental da ABCZ, em Uberaba/MG. Nesta fase, está sendo mensurado o consumo alimentar residual (CAR), medidas de peso (PC ajustado à idade média do grupo), ganho em peso (GP), ultrassonografia de carcaça para área de olho de lombo (AOL), espessura de gordura subcutânea (EGS), espessura de gordura na picanha (P8) e marmoreio (MAR). Seguindo o cronograma da prova, em julho será realizado o abate técnico, conduzido pela equipe do professor Sérgio Pflanzer, da Unicamp. Na oportunidade serão mensura-

Lauro Fraga, gerente de Melhoramento Genético da ABCZ

das as seguintes características quantitativas e qualitativas da carcaça: Peso de Carcaça Quente (PCQ); Espessura de Gordura Subcutânea- EGS; Rendimento de Abate – RA (PCQ/ Peso Vivo); Gordura Intramuscular, mármore – MAR; Carne Aproveitável Total – CAT (AOL, EGS e PCQ); e, Maciez Instrumental – MI. Em todas as fases do ‘Zebu: Carne de Qualidade’ há ainda a mensuração dos custos do processo, para que os criadores saibam da economia e lucratividade na produção de arrobas com as raças zebuínas. Para o presidente da presidente da Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil (ACGB), Marcos Carneiro, trata-se de um projeto de muita importância, respaldado por instituições de pesquisa de grande competência. “Com este programa, o criador de Guzerá terá uma grande oportunidade de mostrar mais uma vez ao mercado que é uma excelente opção para a produção de carne de qualidade”, destaca. Touros Jovens em teste Outra prova que acaba de divulgar resultado com a raça Guzerá é o Teste Desempenho de Touros da Embrapa/AGCZ (TDTJ). As avaliações contemplam prova de ganho de peso a pasto e avaliação de Consumo Alimentar Residual. Na edição 2021/2022, o Guzerá conta com 26 animais participantes. A PGP foi iniciada em 16 de junho de 2021, com a fase de adaptação, na unidade da Embrapa Arroz e Feijão, em Santo Antônio de Goiás/GO. Os touros foram mantidos em pastagens renovadas por sistema de Integração Lavoura e Pecuária, sendo suplementados com mineralização adequada para a categoria animal e época do ano. O período de duração da PGP foi de 25 de agosto de 2021 a 6 de abril de 2022. O GMD 224 ficou em 717 gramas e o peso médio final foi de 419 quilos. A idade média final foi de 531 dias e o perímetro escrotal de 30,7 cm. De acordo com o pesquisador da Embrapa Cerrados, Cláudio Magnabosco, a raça Guzerá vem tendo a cada ano uma participação maior

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GUZERÁ | QUALIDADE

no TDTJ. “Isso mostra o interesse dos criadores da raça por provas de desempenho que avaliem a velocidade de ganho de peso, o desenvolvimento testicular, ultrassonografia de carcaça, área de lombo, que tem a correlação com rendimento, espessura de gordura e sua avaliação funcional. O desempenho que a raça vem experimentando é muito bom, estando condizente com aquilo que se espera de uma raça de corte”, diz Magnabosco. Após o encerramento da PGP, os animais Guzerá poderão participar do Teste de Eficiência Alimentar. Segundo a Embrapa Cerrados, esta etapa tem por finalidade identificar fenótipos promissores em eficiência alimentar através da mensuração do consumo e ganho de peso, além de características morfológicas e de ultrassonografia de carcaça. Finalizada as duas etapas, os exemplares selecionados poderão ser comercializados em leilão da Embrapa levando o selo de Touros Jovens Avaliados e Aprovados pela entidade. Abate de animais super precoces Não é só em prova zootécnica que a genética Guzerá vem comprovando sua qualidade. Abates técnicos promovidos por criatórios têm demonstrado que a genética da raça é eficiente em vários sistemas de criação, inclusive naqueles voltados para a produção de carne premium.

Em 2019, a Fazenda Santa Virgínia (Cia Mate Larangeira), localizada em Ponta Porã/MS, iniciou um projeto piloto onde constatou que era possível abater bois e novilhas com até um ano menos que a média nacional, atendendo as especificações do mercado de peso e cobertura de gordura. Para atender os objetivos do projeto, o criatório intensificou a produção por meio da ILP (Integração Lavoura Pecuária), adotando pastagens com alto valor nutricional, aliadas à uma seleção genética de décadas para produção de animais precoces e pesados. Este é o terceiro ano que intensificam a criação e ampliaram o projeto de cria, recria e engorda de animais super precoces. Em fevereiro de 2022, a fazenda realizou mais abate de animais oriundos de cruzamento com Guzerá. Foram abatidos 40 exemplares, entre machos inteiros e fêmeas, com idades entre 14 e 17 meses. A raça Guzerá alcançou bom desempenho em diversos cruzamentos, tanto com Nelore quanto com raças taurinas. As novilhas e machos inteiros abatidos foram manejados a pasto logo após a desmama, ocorrida entre os meses de março e junho de 2021. Eles foram recriados em pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu, seguindo, no período de outono/inverno (maio a agosto), para as áreas de integração com lavoura, cobertas com Brachiaria ruziziensis. Os bovinos ainda receberam suplementação com uma ração específica para recria, a fim de maximizar o desenvolvimento. Ao final do ciclo, os animais foram mantidos em confinamento, com fornecimento de silagem de milho com concentrado (resíduos de armazém de grãos, milho, aveia e núcleo específico para a terminação). O confinamento teve duração de 143 dias. Os machos Guzerá/Nelore entraram com peso de 317,5 kg, chegando a 539,5 kg na pesagem final, ganho de peso diário de 1,350 kg. Os Guzerá/Cruza Angus entraram com peso de 281,3 kg, chegando a 546 kg na pesagem final, ganho de peso diário de 1,568 kg. Já os Guzerá/

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FOTO/DIVULGAÇÃO

Cruza Bosmara entraram com peso de 317 kg, chegando a 582 kg na pesagem final, ganho de peso diário de 1,609 kg. As fêmeas Guzerá/Cruza Angus entraram com peso de 243 kg, chegando a 472 kg na pesagem final, ganho de peso diário de 1,547 kg. E as fêmeas Guzerá/Cruza Bosmara entraram com peso de 245 kg, chegando a 468,2 kg na pesagem final, ganho de peso diário de 1,508 kg. O diretor da Brazil Beef Quality (BBQ) e responsável pelas avaliações do abate, Marcelo Coutinho, destaca que a precocidade e a musculosidade dos animais abatidos chamaram atenção. “Conseguir um bom acabamento, gordura e marmoreio em bovinos extremamente jovens é um desafio, pois a gordura é um tecido que se deposita mais tardiamente na carcaça. E, apesar disso, a avaliação apontou que essas carcaças tinham espessura de gordura e acabamento adequados, classificados entre mediano e uniforme, conforme a indústria deseja”, explica Coutinho. Todos os animais abatidos tinham zero dentes definitivos, com ossificação (indicativo de maturidade fisiológica) baixa, comprovando serem extremamente jovens. Também foi verificado pH baixo na carne, inclusive dos machos não castrados, que em geral costumam ter alto pH em decorrência de uma série de fatores, dentre eles a susceptibilidade ao estresse pré-abate. O pH alto influencia na aparência da carne (cor mais escura), no tempo de vida útil na prateleira, na maciez e pode conferir um sabor desagradável. No caso dos animais abatidos, a cor da carne foi clara, vermelha brilhante, e a gordura apresentou um amarelo mais claro, indo ao encontro da preferência do consumidor. As carcaças apontaram alto rendimento de desossa estimado, com AOL médio de 80 cm nos machos inteiros e de 64 cm nas fêmeas, valores considerados bons para animais super precoces. O índice médio de rendimento de carcaça ficou em 55,2% e o acabamento em 3,1, nos machos. Entre as fêmeas, 52,1% de média de rendimento de carcaça e 3,9 de acabamento

A BBQ fez uma degustação da carne, durante o evento Coplacampo, em Piracicaba/SP, no mês de fevereiro, para avaliar a aceitação dos consumidores em relação a esse tipo de produto. O resultado sensorial apontou que os consumidores aprovaram a carne. “Isso mostra que os cuidados com a seleção genética e manejo adotados pela Fazenda Santa Virgínia para produzir animais super precoces foram acertados”, finaliza Marcelo Coutinho. Segundo Coutinho, a carne premium vem ganhando cada vez mais espaço no prato dos brasileiros. “É um nicho de mercado importante que o pecuarista brasileiro pode atender, pois temos tecnologia para isso, além de genética de excelente qualidade”, explica.

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GUZERÁ | PRODUTIVIDADE

GUZERÁ: A RAÇA IDEAL PARA PRODUZIR LEITE NOS TRÓPICOS Arthur Alves Silva Zootecnista, Doutor em Nutrição de Ruminante e Professor na Faculdades Associadas de Uberaba (FAZU).

A

Ana Luiza da Costa Cruz Borges Médica Veterinária, Doutora em Nutrição de Ruminantes e Professora Titular na Escola de Veterinária da UFMG.

seleção para animais especializados para produção de leite tem aumentado nos últimos anos, impulsionada inicialmente pela criação do Núcleo Moet e atualizada anualmente nas publicações do Sumário do Programa Nacional de Melhoramento do Guzerá para Leite pelo Centro Brasileiro de Melhoramento Genético de Guzerá (CBMG) em parceria com a EMBRAPA Gado de Leite. A medição da produção de leite é o primeiro passo na seleção para essa característica, daí a importância do controle leiteiro de todos os indivíduos durante uma lactação inteira.

ITEM

MÉDIA

MÁXIMO

Leite kg/dia LC4%G*, kg/d Gordura, % Sólidos totais %

9,46 11,07 5,08 14,34

15,56 20,24 7,22 16,40

O Grupo de Estudos em Nutrição de Ruminantes da Escola de Veterinária da UFMG, coordenado pela professora da Escola de Veterinária da UFMG e pesquisadora do INCT Ciência Animal, Ana Luiza da Costa Cruz Borges desenvolveu uma pesquisa que avaliou o consumo, a digestibilidade, o comportamento ingestivo e a produção e composição do leite de vacas Guzerá de aptidão leiteira em sistemas extensivos de produção e com baixos níveis de suplementação (no máximo um quilo de concentrado por dia). Foram utilizadas 32 vacas PO paridas (rebanhos GUZA, GUZ e GLUZ) em pastagens de

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A porcentagem de vacas pastejando durante os períodos do dia pode ser vista na tabela abaixo. PERÍODO DO DIA* Manhã Tarde Noite Madrugada

% VACAS PASTANDO** 31,81 59,92 24,33 23,45

ºC*** 22,23 29,66 16,43 14,15

* Em que: manhã (entre 7h01min e 12h), tarde (entre 12h01min e 18h), noite (entre 18h01min e 24h) e madrugada (entre 0h01min e 7h); ** % de animais em relação ao lote; *** temperatura média

FOTO/DIVULGAÇÃO

braquiarão da fazenda GUZERÁ LUZ em Luziânia, Goiás. A produção e a composição do leite durante toda a lactação estão na tabela abaixo. Os animais foram acompanhados durante toda a lactação, com pesagens e análises do leite mensais. Verificou-se excelente capacidade em produzir leite com altos valores de gordura, proteína e sólidos totais. Mesmo com baixos níveis de suplementação alguns animais alcançaram produções acima de 20 quilos de leite por dia e com até 7,22% de gordura e 16,4% de sólidos totais. A energia e proteína presentes no leite foi superior à maioria dos relatos encontrados na literatura devido à alta concentração de sólidos no leite produzido pelas vacas Guzerá. Tais valores conferem às matrizes da raça uma habilidade materna excelente, podendo desmamar bezerros mais pesados. Os bezerros desse experimento tiveram ganho médio de 0,935 kg/dia. O comportamento ingestivo foi avaliado durante 24 horas seguidas, com intervalos de 10 minutos entre as leituras.

Alexandre Ferreira Gabriel, Mestrando em Zootecnia, observando o comportamento de pastejo

Os animais da raça Guzerá, que além de pastejarem nas horas mais frescas do dia, também apresentaram picos de pastejo no final da manhã e início da tarde, momentos do dia que a temperatura estava elevada, chegando a 33,2ºC. Tal fato pode ser explicado por sua maior adaptação às condições edafoclimáticas tropicais. Essa pesquisa também avaliou o consumo de pasto, a produção e composição das fezes e a partição energética de vacas Guzerá em lactação, com determinação das exigências nutricionais de energia para mantença (energia para manter as funções vitais). Os dados fazem parte da tese de Doutorado de Arthur Alves Silva e serão em breve publicados em revista de alto impacto científico e divulgados em eventos técnicos. Em setembro deste ano será apresentado em Congresso Internacional em Granada, na Espanha.

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GUZERÁ BOTELHO Produtividade a toda prova AQUI TEMOS MANIA DE BALDE CHEIO, PASTAGEM DE QUALIDADE E VACAS COM MAIS DE 10 MIL KG DE LEITE

LACTAÇÃO OFICIAL

DRIK 10 DALVA FIV

10.156 KG DE LEITE EM 356 DIAS

BOTG 4 AMÉRICA BOTELHO Drik 10 Dalva Fiv x Dodi Boa Família PROMESSA DE ALTAS LACTAÇÕES

Segunda lactaçao consecultiva com mais de 10.000 Kg leite. Dalva FIV, possui uma filha de primeira cria, com 2 pesagens superirores a 26 kg leite.

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LACTAÇÃO OFICIAL

10.333 KG DE LEITE EM 356 DIAS

FOTOS: PIAZZA E CURT CORTES

WRP 76 JANAÍNA FIV

LACTAÇÃO OFICIAL

10.439 KG DE LEITE EM 356 DIAS

WRP 15 FLÂMULA FIV PTA: 429,41

FAZENDA BOTELHO

Estrada da Rodagem s/n - Imbiu - Carapebus - RJ - CEP : 27998000 Propietário : Guaracy Ribeiro Botelho Tel : (22) 98115 0368 Curt Pinto Cortes Gerente Técnico e Comercial Tel ( 22 ) 992527313

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GUZERÁ | LEITE

QUAL O SEGREDO DA EFICIÊNCIA DO GUZERÁ NA PECUÁRIA? Gerente Técnico e Comercial da Fazenda Botelho

F

Fui um dos primeiros técnicos do Projeto Balde Cheio no estado do Rio de Janeiro, programa onde tive a oportunidade de me aperfeiçoar profissionalmente e de aprender a trabalhar com sistemas de produção de leite economicamente viáveis e com diversas raças leiteiras e seus cruzamentos. Na época, não acreditava no potencial do Guzerá como raça leiteira devido a diversos mitos e propagandas malfeitas sobre esses animais zebuínos. Minhas experiências profissionais em propriedades leiteiras mostraram que eu estava totalmente enganado. Trabalhei na Fazenda São Joaquim, onde produzíamos bastante leite a pasto, e como consultor na Fazenda Itaoca para implementar um sistema de produção de leite e no sistema de produção de feno para venda na Fazenda Engenho D'Agua, ambas no estado do Rio de Janeiro. FOTO/ JADIR BISON

POR CURT CORTES

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FOTO/ JADIR BISON

Após esse período, pude conhecer o potencial da raça Guzerá ao ser convidado para ser gerente da Fazenda Guzerá Botelho pelo médico-veterinário, Marcos Bom, então assessor do proprietário do criatório, Guaracy Botelho. Convite aceito, fui conhecer de perto essa raça fantástica, visitando criatórios de várias regiões: no Norte de Minas, estive nos criatórios Guzerá Sula e Guzerá JF; na Zona da Mata Mineira, no Boa Família; e no estado do Rio de Janeiro, no Guzerá Sati. Voltei impressionado positivamente com o que vi. O trabalho na Fazenda Guzerá Botelho tem me surpreendido a cada dia. E não digo isso como ativista da raça, mas, sim, como um profissional técnico já com vários anos de atuação na pecuária. Tenho observado o grande potencial que a raça tem para contribuir com os sistemas de produção leiteira. Na atualidade, a pecuária exige cada vez mais eficiência produtiva, baixo custo de produção, práticas sustentáveis,

atendendo à produção de alimento de qualidade em larga escala para alimentar o mundo. Agora, após ler esse relato, você pode estar se perguntando: “Qual o segredo da eficiência do Guzerá na pecuária?”. Na verdade, no meu ponto de vista, após observações e realizar escriturações zootécnicas, entendo que o segredo está na pureza racial do Guzerá e nas condições em que foi selecionado naturalmente em sua origem, na Índia. Isso lhe aferiu uma capacidade tremenda de produzir com muita saúde e eficiência, inclusive imprimindo essas características quando utilizada em cruzamentos com raças taurinas de aptidão leiteira. O Guzerá seguramente permite a produção de animais longevos, férteis e precoces. E na pecuária leiteira, longevidade tem grande impacto econômico. É uma raça que tem muito ainda a contribuir para a pecuária do Brasil, especialmente nas atuais exigências do mercado internacional em relação à sustentabilidade.

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GUZERÁ | LEITE

SELEÇÃO PARA MAIS DE UMA CARACTERÍSTICA

A

eficiência econômica dos sistemas de produção de leite depende de vários fatores, como nutrição, manejo, genética e sanidade. Os rebanhos sempre devem ter em mente que várias características proporcionam, em conjunto, o retorno econômico de um sistema de produção e, ao selecionar os animais, as características de importância econômica devem ser consideradas. A utilização de índices de seleção permite a seleção de animais para múltiplas características com base no seu mérito genético-econômico. Dessa forma, os reprodutores são classificados com base no seu mérito total, ou seja, com base no seu mérito para todas as características consideradas no objetivo de seleção para a formulação do índice de seleção.

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FOTO/ JADIR BISON

Viviane Andrade Ligori¹ , Vera Lúcia Cardoso¹ , Maria Gabriela Campolina Diniz Peixoto² , Vânia Maldini Penna², Lenira El Faro Zadra1 1 Instituto de Zootecnia, Nova Odessa, SP, Brasil. 2 Embrapa Gado de leite, Juiz de Fora, MG, Brasil.


FORMULAÇÃO DO ÍNDICE DE SELEÇÃO O índice de seleção combina as informações econômicas e parâmetros populacionais das características de interesse, como a variabilidade genética, as estimativas de herdabilidade e as suas correlações genéticas e fenotípicas. A importância econômica de cada característica é determinada por meio de valores econômicos, que são fundamentais no direcionamento da seleção e contribuem para o entendimento da influência econômica de cada característica de interesse na eficiência da exploração considerada. Os valores econômicos expressam quanto o produtor vai lucrar ou perder, em reais, quando há o aumento em 1 unidade de característica por meio do melhoramento genético. Estes valores são estimados a partir de modelos bio-econômicos, que descrevem os custos e receitas de um determinado sistema de produção para o cáculo do lucro ou receita líquida, calculada pela diferença entre a receita menos o custo (Lucro = Receita-Custo). Para tal, a descrição de cada sistema de produção, bem como de receitas e custos que os produtores computam, são essenciais para a alimentação dos modelos bio-econômicos e o cálculo fidedigno dos valores econômicos das características que irão compor o índice de seleção. Após a estimação dos valores econômicos, juntamente com as estimativas de parâmetros genéticos para as características, são estimados os fatores de ponderação para cada característica, que são pesos atribuídos aos valores genéticos de cada animal, a fim de gerar a classificação de cada reprodutor com base genético-econômica. SELEÇÃO PARA A PRODUÇÃO DE LEITE E QUALIDADE Até pouco tempo, o principal objetivo de seleção dos programas de melhoramento genético de gado de leite no Brasil era o aumento da produção de leite. Porém, com a crescente exigência do consumidor e das agroindústrias por produtos de melhor qualidade, em 1996, por iniciativa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Raça Guzolanda: Rusticidade com alta produtividade

(MAPA), foi criado na Embrapa Gado de leite, o Programa Nacional de Melhoria da Qualidade do leite (PNQL), com os objetivos de garantir a melhoria da qualidade do leite e seus derivados, assegurar a saúde da população e aumentar a competitividade dos produtos lácteos em novos mercados. Como parte integrante deste programa, entrou em vigor a Instrução Normativa (IN) 51/2002, e depois a IN 62/2011, ambas revogadas com o implemento das IN 76/2018 e IN 77/2018, e atualizadas pela IN 59/2019 (MAPA, 2018). Estas normativas estabeleceram padrões mínimos de qualidade do leite na sua composição e aspectos sanitários a serem cumpridos pelos produtores e pela indústria. Como consequência, nesse período, iniciou-se uma política de pagamento diferenciado pela qualidade de leite no Brasil por cooperativas ou laticínios, com o intuito de incentivar o produtor a investir na qualidade do produto. Dessa forma, as características como as produções de proteína e gordura e a contagem de células somáticas tornaram-se importantes para proporcionar uma melhor remuneração aos produtores leiteiros. Assim como a produção de leite, a inclusão dos constituintes do leite nos objetivos de seleção passaram a ser importantes para

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GUZERÁ | LEITE

os programas de melhoramento genético de gado de leite no Brasil. ESTUDO REALIZADO PELO INSTITUTO DE ZOOTECNIA EM PARCERIA COM O PROGRAMA NACIONAL DE MELHORAMENTO DO GUZERÁ PARA O LEITE O estudo que realizamos para a raça Guzerá teve por objetivo obter valores econômicos para características de importância econômica na atividade leiteira baseada na utilização de animais puros ou mestiços da raça Guzerá. Os valores econômicos foram calculados para as produções de leite, gordura e proteína e para a contagem de células somáticas (CCS) em 305 dias de lactação. Foram enviados aos criadores um questionário socioeconômico e por meio das respostas fornecidas, quatro sistemas de produção distintos foram identificados: Sistema 1 (Brachiaria/Silagem de Milho) Pastejo rotacionado de Brachiaria brizantha com suplementação de silagem de milho durante a estação seca: vacas mantidas em pastagens de Brachiaria brizantha durante todo o ano, consumindo 65% de forragem (100% pastagem) e 35% de concentrado (18% PB) durante a estação chuvosa, e 60% de silagem de milho e 40% de concentrado (22% de PB) durante a estação seca. Sistema 2 (Brachiaria/Cana com ureia) - Pastejo rotacionado de Brachiaria brizantha com suplementação de uma mistura de cana-de-açúcar e uréia na estação seca: vacas mantidas em regime de pastejo de Brachiaria brizantha durante todo o ano, recebendo 75% de volumoso (100% pastagem) e 25% de concentrado (18% PB) durante a estação chuvosa, e 70% de volumoso (100% mistura de cana-de-açúcar mais 1% de uréia) e 30% de concentrados (22% de PB) durante a estação seca. Sistema 3 (Mombaça/Silagem de Milho) - Pastejo rotacionado de Panicum maximum cv. Mombaça com suplementação de silagem de milho durante a estação seca: vacas mantidas em pastagens

de Panicum maximum cv. Mombaça durante todo o ano, consumindo 65% de forragem (100% pastagem) e 35% de concentrado (18% PB) durante a estação chuvosa, e 60% de silagem de milho e 40% de concentrados (22% de PB) durante a estação seca. Sistema 4 (Mombaça/Cana com Ureia) Pastejo rotacionado de Panicum maximum cv. Mombaça com suplementação de uma mistura de cana-de-açúcar e ureia na estação de seca: vacas mantidas em regime de pastejo de Panicum maximum cv. Mombaça durante todo o ano, recebendo 75% de volumoso (100% pastagem) e 25% de concentrado (18% PB) durante a estação chuvosa, e 70% de volumoso (100% mistura de cana-de-açúcar mais 1% de uréia) e 30% de concentrados (22% de PB) durante a estação seca. Um modelo bioeconômico foi desenvolvido, para computar as necessidades de energia por vacas em lactação, bem como as receitas e custos, de acordo com o desempenho médio das vacas com base nos dados de produção média de leite em 305 dias de lactação (2,442.7 Kg/lactação), fornecidos pelo banco de dados mantido pelo PNMGuL. Para se obter os valores econômicos de um quilograma extra de leite, foi considerada a diferença marginal entre receitas e custos para se produzir um quilo de leite com 2,9% de proteína e 3,0% de gordura. Escolhemos considerar

Guzerá Ibituruna - Ibituruna - Minas Gerais

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Nosso foco de seleção objetiva a fertilidade, a rusticidade e a produtividade, com regime 100% a pasto.

MAJESTOSO PHB

ORNAMENTO PHB

Patinino x Vaca Acari

Melão x Vaca Ala-direita

guzerá de dupla aptidão

PHB

FAZENDA LAGOA SECA CARLOS CHAGAS - MG

e Pedro Henrique Bamberg 7 4Gustavo | G U ZHenrique E R A TBamberg E Tels. (33) 3522 44 87 - 99999 60 58 - 99140 4855

FOTOS/MARCELO CORDEIRO

FAZENDA LAGOA SECA


GUZERÁ | LEITE

os valores percentuais mínimos para proteína (2,9%) e gordura (3%) estabelecidos pela Instrução Normativa 76 (MAPA, 2018) pois, abaixo desses limiares, há penalidades aos valores pagos para o leite, pela maioria dos laticínios. A fonte de receita considerada foi o preço do leite pago aos produtores por empresas distintas localizadas no estado de Minas Gerais. Uma tabela de bonificação foi usada para cada empresa e, para padronizar os pagamentos, foram estabelecidas, por meio de regressões lineares, equações únicas para cada componente (gordura, proteína, CCS) associando o preço pago pelo leite em função das diferentes classes determinadas pelas empresas, para cada constituinte. As médias de produção foram calculadas para a raça Guzerá e seus mestiços, por meio das informações do banco de dados da raça Guzerá e também informações encontradas na literatura para esses componentes. O conteúdo original de cada componente foi aumentado em 1% (por exemplo, aumentava-se o teor de gordura em 1% e mantinha-se o de proteína constante) e, então, os custos e receitas foram recalculados. Ou seja, calculamos o impacto do aumento de 1% para cada característica, sobre os custos e receitas. Diferenças no lucro devido ao aumento em 1% na produção de proteína e de gordura foram multiplicados pela produção média de leite em 305 dias de lactação por vaca, e por sistema de produção, e então, os valores econômicos para cada

Guzerá JF em Governador Valadares, Minas Gerais

Fazenda Serrinha - Betim - MG

componente foram expressos em quilogramas. O cálculo do valor econômico da contagem de células somáticas (CCS) foi realizado de forma um pouco diferente. Primeiramente a CCS foi transformada para escore de célula somática (ECS). Foram usados 17.309 registros realizados no controle leiteiro oficial de animais da raça Guzerá e seus mestiços, fornecidos pelo PNMGuL. Calculamos a frequência e a distribuição dos ECS observados em cada classe (sendo identificadas 6 classes, variando de tanto a tantos ecs), calculamos os pagamentos. Os valores de ECS originais foram aumentados em 1ECS e novamente foram calculadas as frequências e distribuições por classe, assim como os pagamentos. Assim, os preços do leite em cada classe de CCS foram multiplicados pelas suas respectivas frequências antes e depois do aumento de 1 escore. Essa diferença dos valores (frequência x preço do leite), antes e depois do aumento de 1 escore é o valor econômico para a CCS. Os valores econômicos para produção de leite e proteína foram positivos para todos os sistemas de produção, indicando que a seleção para estas características implicaria em ganho econômico para o produtor. Para a produção de gordura, os valores foram positivos nos sistemas de produção 2 e 4, porém, negativos nos sistemas 1 e 3, indicando que, dependendo do sistema de produção praticado, a seleção para esta caracte-

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VALORES ECONÔMICOS (R$)

CARACTERÍSTICAS

Leite (Kg) Gordura (Kg) Proteína (Kg) CCS (escore/Kg de leite)

VALORES ECONÔMICOS (R$)

Sistema 1 1,28 -1,13 5,45

Sistema 2 1,38 0,33 6,31

Sistema 3 1,28 -1,15 5,44 -0,014

Sistema 4 1,38 0,30 6,29

Sistema 1 – Brachiaria/Silagem de milho, Sistema 2 – Brachiaria/Cana com ureia, Sistema 3 – Mombaça/Silagem de milho, Sistema 4 – Mombaça/Cana com ureia.

rística poderia gerar um impacto econômico negativo ao produtor (Tabela 1). Observa-se que a proteína proporciona maior retorno econômico que a produção de leite e de gordura. E também, que o cálculo dos valeres econômicos dependeu da alimentação fornecida aos animais no período de seca. O valor econômico para CCS foi negativo, porém próximo de zero, e representa o impacto gerado pelo aumento de 1 escore de CCS por Kg de leite, correspondente ao aumento de 25.000 CCS por Kg de leite, neste caso. O valor econômico negativo para a CCS já era esperado, pois o intuito do melhoramento genético é reduzir a CCS. Assim, quanto maior a CCS, menor é o retorno econômico. A partir desses valores econômicos obtidos foram propostos e avaliados quatro índices de seleção. CONSIDERAÇÕES GERAIS A valorização ou desvalorização do câmbio atinge diretamente os gastos na produção animal, e por consequência, afeta os valores econômicos para as características estudadas. Por exemplo, na ocasião em que este estudo foi realizado, a cotação do valor do dólar se encontrava em alta (US$ 1.00 = R$ 4.58), ocasionando uma menor magnitude dos valores econômicos de forma geral. O aumento do custo dos insumos, especialmente nos sistemas que utilizam silagem de milho na dieta, causou um maior impacto nos valores

econômicos, principalmente para a produção de gordura, quando comparados aos sistemas que utilizam a cana com ureia. Com o aumento do dólar os produtores de milho tenderiam a exportar o produto, diminuindo, assim, a oferta dentro do país e, consequentemente, aumentando o seu preço no mercado interno. O uso da cana-de-açúcar na alimentação animal começou a ser considerado pela facilidade de cultivo, baixo custo por quilograma de matéria seca produzida e a coincidência da sua maturidade se dar no período seco do ano, sendo uma alimentação de custo reduzido e que sofre menor impacto econômico, devido à variação na cotação do dólar. Para corrigir o baixo conteúdo proteico da cana-de-açúcar usualmente é adicionado 1% de ureia. Porém, em relação à silagem de milho,

Guzerá CP em Curvelo, Minas Gerais

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GUZERÁ | LEITE

a cana-de-açúcar apresenta baixo consumo de matéria seca, baixa digestibilidade da fibra em detergente neutro, baixa taxa de passagem e alto tempo de retenção. A produção de gordura sofre grande influência da alimentação, sendo que o seu conteúdo é maior com o aumento de consumo de pastagem de qualidade e menor suplementação. Já a característica produção de proteína, sofre maior influência de fatores genéticos e é menos influenciada pela alimentação. No Brasil, existem três fatores que dificultam a definição dos índices de seleção com base genética-econômica. Primeiro, existe uma diversidade muito grande dos sistemas de produção, o que dificulta a padronização dos cálculos para um único sistema de produção, gerando valores econômicos representativos. Segundo, para estimar os valores econômicos os registros econômicos e zootécnicos são primordiais, e existe uma falta desses registros nas propriedades, além de, em alguns casos, resistência do produtor em fornecer esses dados para os estudos. Terceiro, apesar dos benefícios para a lucratividade dos sistemas de produção provenientes dos programas de pagamento diferenciados para a qualidade do leite, a inexistência de um padrão comum de pagamento praticado pelas cooperativas e laticínios nas diferentes regiões do Brasil dificulta e gera uma diver-

Marcos Figueiredo ( Mica), em memória, e Rena JF parida de gêmeos.

sidade de resultados entre os estudos de valores econômicos. Os próximos passos do projeto incluem a introdução de um índice de seleção para características leiteiras no Sumário de Touros e Matrizes da Raça Guzerá, junto a equipe do Programa Nacional de Melhoramento do Guzerá Para Leite, e a continuação do estudo adicionando características do bezerro para corte, visando a seleção para o duplo propósito, a fim de aproveitar a aptidão da raça. Além disso, à medida que tivermos mais dados fornecidos sobre diversos sistemas e remunerações industriais por qualidade, possibilitando novos estudos, a intenção é a elaboração de novos índices.

Referências: BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Instrução Normativa n° 76 e 77, de 26 de novembro de 2018. Aprova os regulamentos técnicos de produção, identidade e qualidade do leite. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 30 nov. 2018. Seção I, p. 09. Disponível em:< http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-59-de-6-de-novembro-de-2019- 226515335>. Acesso em: 01/05/2020. CARDOSO, V. L.; LIMA, M. L. P.; NOGUEIRA, J. R.; CARNEIRO, R. L. R.; SESANA, R. C.; OLIVEIRA, E. J.; FARO, L. E. Economic values for milk production and quality traits in south and southeast regions of Brazil. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 43, n. 12, p. 636– 642, 2014. CEPEA/ESALQ-USP. Consultas ao banco de dados do site: Leite. Anual. Período: Janeiro/2019 à janeiro/2021. Disponível em: . Acesso em 08/02/2021. CHARFEDDINE, N.; ALENDA, R. Genetic parameters and economic values of lactation somatic cell score and production traits. Genetic parameters and economic values of lactation somatic cell score and production traits., v. 15, n. 15, p. 84–91, 1997. GROEN, A. F.; STEINE, T.; COLLEAU, J.; PEDERSEN, J.; PRIBYL, J. REINSCH, N. Economic values in dairy cattle breeding, with special reference to functional traits. Report of an EAAP-working group. Livestock Production Science, v. 49, n. 1, p. 1–21, 1997. GROEN, A.F.; VAN ARENDONK, J.A.M. Breeding programs. Wageningen: Wageningen Agricultural University, p. 98, 1997. HAZEL, L. N. The genetic basis of constructing selection index. Genetics, v.28, p.476-90, 1943. SADEGHI-SEFIDMAZGI, A.; MORADI-SHAHRBABAK, M.; NEJATI-JAVAREMI, A.; MIRAEI-ASHTIANI, S. R.; AMER, P. R. Estimation of economic values and financial losses associated with clinical mastitis and somatic cell score in Holstein dairy cattle. Animal, v. 5, n. 1, p. 33–42, 2011. SCHUKKEN, Y.H.; MARTIN, S. W. Ontario bulk milk somatic cell count reduction program. I impact on somatic cell counts and milk quality. Journal of Dairy Science, v. 75, n. 12, p. 3352-3358, 1992.

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GUZERÁ | PRODUTIVIDADE

GUZERÁ PRODUTIVO A IMPORTÂNCIA DOS CRUZAMENTOS DIRIGIDOS PARA A RAÇA GUZERÁ POR LUIS TUDE SABACK DE ALMEIDA Engenheiro Agrônomo e Mestre em Zootecnia luistude@gmail.com

O

Guzerá como toda raça pura, para ser devidamente reconhecida e valorizada no ambiente tropical, deve apresentar uma versatilidade na sua utilização que ultrapasse a sua seleção como raça pura, devendo sua recomendação estar ampliada pela utilização em Cruzamentos Dirigidos, valorizando assim ainda mais a expressão da carga genética dos animais puros selecionados, obtendo excelência em animais F1 oriundos dos Cruzamentos Dirigidos (raças que se completam), destacando ainda mais o rebanho da raça em seleção e ampliando o seu campo regional de ação genética. O selecionador experiente não fica restrito ao purismo absoluto, pois sabe que nem todos criadores podem adquirir animais puros, devido ao alto valor financeiro que possuem principalmente fêmeas puras. Ao mesmo tempo, sabe que o cruzamento dirigido pelo uso de seus animais se-

lecionados, juntamente com raças complementares bem escolhidas, proporcionará um animal F1 possuidor de alta produtividade a custos economicamente viáveis. Assim o Cruzamento Dirigido, proporcionará além de uma forma de produzir um animal com produções eficientemente maiores racionalmente para sua propriedade, com menores custos econômicos, também obterá bezerros de engorda e matrizes cruzadas F1 em ótima qualidade disponível para venda, principalmente estes animais F1 que detém 100% de heterose, recebendo valores excelentes por animal, uma vez que o F1 reúne o que de melhor geneticamente possuem seus pais e de forma mais acessível economicamente para outros pecuaristas. A Dupla Aptidão Funcional proporciona a maior eficiência econômica em pecuária nos trópicos, onde o regime de pastoreio é preponderante e o pecuarista necessita de ganhos extras para tornar sua propriedade mais eficiente economicamente. A Dupla Aptidão Funcional se caracteriza em um biotipo e função num animal que tenha até 70% de aptidão para corte ou para leite e 30%

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CRUZAMENTOS PARA DUPLA APTIDÃO:

Guzerá de dupla aptidão - Cortesia de Fernando Augusto Trindade e Maria José Sampaio - Bahia

Guzerá Leiteiro - Cortesia Jadir Bison - Minas Gerais FOTO/REVISTA AGROPECUÁRIA TROPICAL

rusticidade e até o outro extremo de 70% rusticidade e até 30% de aptidão para corte ou para leite. Estes potenciais valem tanto para uma variante funcional dentro da mesma raça pura, como para a obtenção de F1 da aptidão escolhida e variam de sistemas de criação intensivos a extensivos respectivamente, contudo sugerimos ficar em 50% tanto para carne ou leite e 50% de rusticidade e também na F1 ( primeiro cruzamento), por estarem mais convenientes à pecuária dos trópicos no Brasil. Saber reconhecer zootecnicamente um animal F1 superior requer os mesmos conhecimentos de seleção racial, e com isto sugerimos duas características mais importantes, onde uma delas é a cor da pelagem variando se possível do amarelo creme à vermelha, proporcionando menor absorção de calor solar e menor incidência de ectoparasitos, tendo ainda como segunda boa opção a pelagem preta. A outra característica é o porte corporal médio que proporcionará maiores taxas de lotação a pasto da propriedade e maior eficiência de fertilidade. As Variações de aptidão funcional na raça Guzerá existem pela seleção de plantéis de dupla aptidão com preponderância leiteira e plantéis com preponderância para carne. Todas estas duas variações são importantes, mas para regiões mais quentes como o Semiárido a Dupla Aptidão para leite é a que mais recomendamos em face de apresentar maior funcionalidade e menor custo de produção tanto para sistemas semi-intensivos como para semi-extensivos.

Guzolanda V&B - Cortesia Fernando Augusto Trindade - Bahia

Dupla aptidão: Red Poll

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GUZERÁ | PRODUTIVIDADE CRUZAMENTOS PARA DUPLA APTIDÃO COM PREPONDERÂNCIA PARA CARNE:

Para dupla aptidão com preponderância leiteira sugerimos o cruzamento com as a Raças Red Poll formando o tipo funcional da raça Pitangueiras, o Holandês V&B formando o Guzolando e a Jersey formando a Gursey, sendo esta última, preferencialmente para região Semiárida, pois a Jersey ao promover o menor porte e pelagem mais adaptada, é mais recomendada para sistemas intensivos de baixo custo, sempre pensando em produzir animais F1 .

Recomendamos dois excelentes cruzamentos, tanto com o Nelore formando o Guzonel, como com o Red Angus, sempre buscando precocidade na maturação da carcaça. Este cruzamento é mais recomendado para sistemas extensivos de baixo custo, sempre pensando em produzir animais F1 de grande qualidade. Finalizando, gostaríamos de ressaltar que as seleções da raça pura são tão importantes quanto a produção de F1 dos Cruzamentos Dirigidos e que uma raça por excelência tanto produz animais puros de alta qualidade como produz cruzados também de alta qualidade. Nisto está seu grande valor! FOTO/MARCELO CORDEIRO

CRUZAMENTOS PARA DUPLA APTIDÃO COM PREPONDERÂNCIA LEITEIRA:

FOTO/CORTESIA DA FAZENDA CANOAS

Guzerá Leiteiro - Cortesia Fazenda Ygarapés - Minas Gerais

Gursey - Cortesia Fazenda Canoas - Minas Gerais

Guzerá Carne - Cortesia Fazenda Baguassu - São Paulo FOTO/MARCELO CORDEIRO

Guzonel - Cortesia Rodrigo Canabrava - Minas Gerais

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LACTAÇÃO: 3.218KG

LACTAÇÃO: 5.269KG

LACTAÇÃO: 9.643KG

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