Conviver - Habitação Compartilhada

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CONVIVER COMUNIDADE |SUSTENTABILIDADE | EXPERIÊNCIAS | QUALIDADE

HABITAÇÃO COMPARTILHADA NO BAIRRO SANTANA



04 - TEMA 05 - HISTÓRICO E EVOLUÇÃO HABITAÇÃO COLETIVA 06 - EXEMPLOS CONSOLIDADOS DE HABITAÇÃO 07 - HABITAÇÃO COLETIVA NO BRASIL 08 - COLIVING

LUGAR - ANÁLISE

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09 - HISTÓRICO DO LUGAR E DO TERRENO 10 - EQUIPAMENTOS URBANOS 11 - VIAS, VOLUMETRIAS, USOS 12 - ORIENTAÇÃO SOLAR, VEGETAÇÃO, F.O.D.A, MOBILIDADE 13 - LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO 14 - NORMAS - PDDUA, CÁLCULO DE ÁREAS

SUMÁRIO

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INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

PROGRAMA 15 - PROGRAMA PRÉ-DIMENSIONAMENTO, VALOR AGREGADO, FLUXOGRAMA 16 - REFERÊNCIAS EDIFÍCIO MALÁBIA, THE COLLECTIVE, TIETGENKOLLEGIET 17 - FONTES

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CONVIVER:

PARTIDO E CONCEITO 18 - CONCEITO, ESTRATÉGIA INICIAL 19 - DIAGRAMAS DE PARTIDO

COMPLEXO MULTIUSO DE HABITAÇÃO COMPARTILHADA RUA SANTANA 293 - SANTANA - PORTO ALEGRE/RS

Aluno: Thais de Aguiar Vieira Ramos Prof. Orientador: Taís Lagranha Machado

Etapa: Fundamentação Data: 24/08/16

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TEMA

PROBLEMÁTICA

Compartilhamento é um conceito em alta na vida contemporânea urbana. Diante da falta de espaço físico, preocupação com sustentabilidade, e desejo por um estilo de vida mais inteligente, compartilhar escritório, carro ou hospedagem já é uma realidade para muitas pessoas. Porém, apesar de tantas mudanças no mundo, o mercado imobiliário no Brasil segue oferecendo as mesmas soluções padrões de moradia, mais enxutas, com menos compartimentos e mais áreas condominiais, mas com a mesma idéia unifamiliar individual. Ao fazer um questionamento sobre nosso modo individualista de habitação atual, pesquisar sobre o tópico e aliar isso à diversos fatores como crise econômica, altos preços imobiliários, migração diária de pessoas à cidade, trânsito caótico para todos os lados entre outros, surge a proposta de criar um novo conceito de habitação para Porto Alegre, um complexo multiuso de habitação compartilhada.

TEMA

Murundaka Cohousing Community Melbourne, Austrália

O tema proposto para o concepção do projeto surgiu do conceito chamado de “Coliving”, que é a junção do termo “Community Living”, ou seja vivendo em comunidade. Tal conceito foi transformado durante os anos, mas surgiu inicialmente na década de 60, na Dinamarca, chamado de “Cohousing”. A idéia do coliving ou cohousing, não é apenas compartilhar moradia, mas sim criar um ambiente doméstico que inspira e capacita seus moradores para serem criadores ativos e participantes no mundo em torno deles. Estes ambientes cultivam a colaboração e a amizade entre seus residentes e permitem estilos de vida sustentáveis atráves do compartilhamento e uso eficiente de recursos e espaços. O funcionamento básico de uma moradia compartilhada consiste em cada residente possuir seu espaço particular, mas também dividir ambientes comuns com outros, estimulando a interação social, acabando com a idéia do individualismo e diminuindo custos de moradia na área central, porém com conforto e qualidade.

JUSTIFICATIVA OpenDoor Coliving Spaces California, Estados Unidos

SÆTTEDAMMEN Cohousing Dinamarca

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Os hábitos familiares mudaram muito durante as últimas décadas, em diversos sentidos. Quando antes era comum casar e constituir família antes dos 30 anos, hoje já é o contrário, muitos inclusive não tem essa aspiração de casamento. Mas não só isso, mudamos a forma como nos relacionamos, mudamos a forma como nos hospedamos ao viajar, já até mudamos nosso espaço de trabalho, quando antes o escritório ideal era todo compartimentado, hoje já é comprovado que o rendimento aumenta quando todos trabalham no mesmo compartimento, trocando informações diretamente. Porém ainda existem fatores que vão além dos nossos hábitos, como a crise econômica em que o país está atualmente, os altos preços imobiliários, principalmente nas áreas centrais, que acarretam em edificações praticamente vazias, e não por falta de demanda por moradia, mas sim demanda que tenha tal poder aquisitivo. A grande quantidade de pessoas que fazem migração diária de outras cidades, para vir trabalhar em Porto Alegre, aumentando o trânsito e a queima de combustível, desperdiçando seu tempo diariamente no longo deslocamento. Sem mencionar o próprio trânsito congestionado da cidade, no fluxo diário dos residentes da zona sul, leste e norte em direção à área central. A geração Y, também chamada de geração do milênio (nascidos entre 1980 e 1990), então atualmente no início da fase adulta, e muitos estão ainda morando com os pais por falta de recursos, ou até por comodidade. Esta é a geração da mobilidade, são pessoas que buscam novas experiências, e em sua maioria não almejam ficar no mesmo cargo por 30 anos, muito menos no mesmo local, ao financiar um imóvel durante anos. A proposta deste trabalho partiu da observação de todos estes fatores acima citados, que levou ao questionamento sobre porque, se tudo já mudou, continuamos com as mesmas opções de moradia.

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A reflexão sobre habitação coletiva, e os ideais modernos estão diretamente relacionados com os problemas do aumento da densidade populacional urbana e do crescimento das grandes cidades durante o século XX. Em um ensaio escrito por Mário Figueroa, é feito o raciocínio crítico do processo projetual relacionando as estratégias utilizadas na habitação coletiva com o desenvolvimento das cidades, mais precisamente, as quadras abaixo. QUADRA TRADICIONAL Uma cidade tradicional deve ser entendida como sendo um organismo urbano gerado através de um longo processo histórico, neste contexto o traçado viário e a habitação coletiva são elementos que não podem ser concebidos separadamente, pois não existem espaços indefinidos nesta relação restrita aos domínios do que é público e do que é privado. A quadra da cidade tradicional é caracterizada por ser claramente delimitada e homogênea, paralalemente a isso, o projeto dos edifícios era controlado (gabarito de altura, composição de fachadas, matérias e elementos construtivos) para regularizar o tecido urbano e dar força ao conjunto. A habitação coletiva trazia a diversidade programática da quadra através da sobreposição em distintos pavimentos, gerando edifícios multifuncionais. QUADRA DO PLANO CERDÁ O plano de expansão para Barcelona de Ildefonso Cerdá (1959-64) desenha uma grelha ortogonal, com quadras de 113m x 113m e vias de 20m de largura, de tal maneira que cada conjunto de nove quadras e vias correspondentes se inscrevem dentro de um quadrado de 400m de lado. Ele previa quadra com ocupação perimetral em dois ou no máximo três lados, com edifícios que não ultrapassariam mais do que dois terços da superfície do quarteirão, e espaços internos resultantes que se abririam para a cidade oferecendo equipamentos públicos e generosas áreas arborizadas. A relação edifício-rua não é mais o definidor da quadra, ou seja, o perímetro da quadra deixa de ser o limite do espaço público. Da idéia inicial de Cerdá permaneceu apenas o traçado viários, as quadras foram ocupadas maciçamente no perímetro junto ao alinhamento, retomando o mesmo caráter da quadra tradicional. QUADRA COM OCUPAÇÃO PERIMETRAL Esta tipologia teve experiências significativas em Amsterdã e Viena. O espaó interno evoluiu a partir da redução dos jardins privados e inserção de ruas e pátios internos destinado ao uso semipúblico. No caso de Viena a opção era para aproveitar vazios urbanos pré-existentes para inserir habitação coletiva operária através de grandes edifícios residenciais contínuos, chamados de “hoff”. Junto aos generosos espaços ajardinados internos de caráter semipúblico, haviam equipamentos urbanos. Os grandes pórticos resultantes definiam claramente os acessos ao interior da quadra. Nesse tipologia surgem duas novas questões surgem importantes nos projetos de habitação coletiva, a resolução das unidades em edifícios mais esbeltos (maior e melhor ventilação e insolação) e necessidade de projetar as fachadas internas destas novas quadras.

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HABITAÇÃO

HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA HABITAÇÃO COLETIVA

QUADRA COM EDIFÍCIOS LAMINARES PARALELOS No III CIAM, em 1930, o arquiteto alemão Walter Gropius analisa a questão da habitação (alta, média ou baixa) de acordo com implicações econômicas e sociais, discutindo as regras de implantação e afastamento dos edifícios e seus gabaritos de altura e densidade populacional. Quando antes a unidade de habitação era consequencia da forma do edifício, que por sua vez era resultante da forma do lote inserido na quadra, agora, para o urbanismo moderno a célula de habitação vira o elemento base da formação da cidade. A escolha pela forma laminar pelos urbanistas modernos surge devido à ausência de hierarquia entre as partes, capacidade de crescimento ilimitado, equivalência de condições para os distintos elementos e relação de proximidade entre o espaço interior e o espaço exterior. EDIFÍCIO-CIDADE Le Corbusier e seu pensamento arquitetônico-urbanístico da “Unité d’Habitation” em 1952, oferecem a conquista do espaço público contínuo ao implantar o edifício sobre “pilotis”, ou seja, a possibilidade da implantação do edifício não está mais vinculada ao sistema viário, mas sim à melhor orientação solar, e a incorporação em pavimentos elevados de funções urbanas tradicionalmente vinculadas à cota do chão, desde o comércio até os equipamentos coletivos. Sem dúvida foi a personificação das idéias contidas na Carta Atenas, que buscavam diferentes formas e práticas sociais de viver coletivamente decorrente das relações entre as funções básicas (habitação, lazer, trabalho e circulação).

MEGA-ESTRUTURAS A década de 60 foi um período de experimentalismo devido à união de uma revisão dos princípios da cultura moderna, eclosão das distintas tendências arquitetônicas nos países industrialmente avançados e otimismo em relação às novas possibilidades tecnológicas. Desde as propostas radicais do Archigram às fantasiosas idéias do Superestudio, todas compartilhavam o ideal Hegeliano do processo ilimitado do positivismo moderno, onde as mega-estrtuturas gerariam uma topografia artificial que comportaria as mais diferentes atividades necessárias para uma metrópole. Esta paisagem artificial deveria ser de múltiplos níveis, gerando um sólido tridimensional. Com esta nova escala dimensional acreditava-se poder recuperar uma maior liberdade e oferecer utopias alternativas ao caos urbano. QUADRA PÓS-MODERNA CONTEXTUALISTA A partir dos anos oitenta cidades européias como Berlim e Barcelona estavam envolvidas em profundas transformações urbanas. Houve uma remodelação das quadras parcialmente consolidadas no caso de Berlim, e a reestruturação de quatro grandes áreas urbanas em Barcelona. Essa quadra contextualista que surgiu recuperou a ocupação perimetral e o desenho da rua tradicional, voltou a valorizar a esquina como referência urbana. Ao fracionar o perímetro da quadra voltou a ser possibilitado o acesso ao interior da quadra, que assume novamente o papel de espaço coletivo recebendo equipamentos e generosas áreas verdes. QUADRA ABERTA A quadra aberta permite a diversidade e a pluraridade da arquitetura contemporânea, é por essência um elemento híbrido conciliador. Ela consegue recuperar o valor da rua e da esquina da cidade tradicional, mas também entende as qualidades da autonomia dos edifícios modernos. A relação entre os distintos edifícios e a rua se dá por alinhamentos parciais, o que possibilita aberturas visuais e o acesso mais generoso do sol. Os espaços internos gerados pelas relações entre as distintas tipologias podem variar do restritamente privado ao generosamente público, sem desconsiderar as nuances entre o semipúblico e o semiprivado.

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HABITAÇÃO

EXEMPLOS CONSOLIDADOS DE HABITAÇÃO COLETIVA ARRANHA-CÉUS DE MIES VAN DER ROHE

UNITÉS D’HABITATION DE LE CORBUSIER

A partir dos anos cinquenta, Mies Van Der Rohe realiza a transformação dos arranha-céus de pedra e tijolo por vidro e aço, estabelecendo um modelo que teve grande difusão nos Estados Unidos. Embora o interesse de Mies na construção vertical, remonte aos anos vinte, com suas primeiras torres de vidro para escritórios, de planta prismática e perimetro ondulado, concebidas no auge do expressionismo. Somente na Segunda Guerra Mundial, após a sua transferência para o Estados Unidos, foi quando Mies teve a possibilidade de construir seu primeiro arranha-céu, o Promontory Apartments em Chicago. A estrutura deste edifício foi realizada com cimento e alvenaria, porém ali foram feitos os primeiros estudos de uma estrutura alternativa com vidros e aço, a qual ele aplicou em seguida no Lake Shore Drive Apartments. Nessa torre, foi apresentada a conclusão formal do conceito de edificações multifamiliares, sendo entendida como um corpo rítmico e aberto, formado pela repetição dos mesmos elementos que os professores Escola de Chicago já haviam utilizado há mais de meio século antes. No projeto, como nos seus sucessores, Mies não inventa nenhuma tipologia nova, mas aplica pragmaticamente um mesmo modelo, baseado em um elemento central de circulação (escadas e elevadores dispostos simetricamente), que atende aos apartamentos situados em ambos os lados. Estes apartamentos estão organizados planimetricamente em um esquema onde os únicos elementos fixos são os serviços (cozinha e banheiro) localizados no interior do edifício, o que possibilita grande flexibilidade de planta. Nos seus projetos sucessores a este, foi utilizado o mesmo esquema, se adequando à necessidade dos terrenos e dos programas, como na casa de estudantes do Illinois Institute of Technology.

Concluído em 1952, a Unite d’ Habitation foi o primeiro de uma série de projetos habitacionais de Le Corbusier, cujo foco era a vida comunitária para todos os moradores, um lugar para fazer compras, divertir-se, viver e socializar, uma “cidade-jardim vertical.” A Unité d’Habitation foi uma nova abordagem de criar um grande complexo residencial para acomodar cerca de 1.600 moradores. Ao invés de projetar horizontalmente, como seria a alternativa mais óbvia para locar tal número de pessoas, Le Corbusier projetou um único edifício moderno, residencial e de grande altura. A cobertura é um terraço jardim com uma pista de corrida, um clube, um jardim de infância, um ginásio e uma piscina rasa. O projeto também possui, lojas, instalações médicas, e um pequeno hotel distribuído por todo o interior da edificação. Mas o essencial deste projeto está na tipologia habitacional, pois diferentemente da maioria dos projetos habitacionais que contam com um único corredor com unidades em cada lado, Le Corbusier projetou as unidades abrangendo toda a largura do edifício, um espaço de estar com pé-direito duplo reduzindo o número de corredores, sendo necessária apenas uma circulação a cada três pavimentos. Em cada extremidade das unidades tem um balcão protegido por um brise-soleil que permite a ventilação cruzada através da unidade.

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TORRES RESIDENCIAIS DE FRANK LLOYD WRIGHT O arquiteto Frank Lloyd Wright desenvolveu diversos projetos habitacionais ao longo de trinta anos, sempre apoiados no princípio de ter uma estrutura central, de onde saem as diferentes plantas dos pavimentos, remetendo a idéia de uma árvore ou algo maior.

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HABITAÇÃO

HABITAÇÃO COLETIVA NO BRASIL CONJUNTO RESIDENCIAL PREFEITO MENDES DE MORAES (PEDREGULHO) Affonso Eduardo Reidy - Rio de Janeiro, 1947

EDIFÍCIO COPAN Oscar Niemeyer - São Paulo, 1961

O conjunto de habitação coletiva foi projetado para abrigar funcionários públicos do então Distrito Federal, e está localizado no bairro São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Houve preocupações e cuidados com a estética, com as tecnologias aplicadas na sua construção, economia dos meios utilizados, controle de luz, controle de ventilação e facilidade de circulação, inspiração teórica e método do programa corbusiano. Na concepção arquitetônica do complexo, com 328 unidades, cada obra é definida por um volume simples, onde a forma indica a diferença de funções: o paralelepípedo destina-se aos prédios residenciais; o prisma trapezoidal aos edifícios públicos; e as abóbadas, às construções desportivas. A intenção de manter a vista da baía de Guanabara para todos os apartamentos leva Reidy a projetar uma grande construção sobre pilotis, que dribla o declive natural da área pelo uso de passarelas, e uma avenida posterior no topo do terreno, recursos que dispensam elevadores. Os pilotis de alturas variáveis constituem outra solução original empregada em função dos desníveis do solo. O conjunto do Pedregulho traz em sua concepção a naturalidade e consistência da Arquitetura Moderna Brasileira, aliadas aos preceitos urbanísticos dos CIAM’s, revelando de forma acabada a relação entre habitação social, modernização, educação popular e transformação da sociedade.

A projeto se baseia em uma lâmina esbelta em forma de S que abriga 1.160 unidades habitacionais, ela é feita da justaposição de seis blocos que funcionam como edifícios autônomos (embora, do ponto de vista estrutural, configurem-se somente quatro corpos). Sob ela, o embasamento ocupa toda a projeção do lote de geometria irregular e abriga uma galeria que funciona como extensão da rua, com funções de comércio e serviço. Enquanto a lâmina é leve e transparente, os pavimentos da base (dois subsolos, térreo, sobreloja, foyer e terraço) escondem-se em um volume maciço. No térreo, o piso inclinado da galeria acompanha o perfil natural do terreno. A laje do teto é paralela ao piso, o que atenua a percepção do desnível. Os pavimentos superiores é que irão, aos poucos, dissolver essa inclinação e configurar a laje horizontal do andar-tipo, que é repetido 32 vezes. A estrutura dos brises das fachadas maiores é independente e liga-se à estrutura principal apenas pontualmente. Já no interior dos apartamentos, os pilares acabaram sendo posicionados à revelia da recomendação de Niemeyer, de que houvesse independência entre vedos e estrutura. Com isso, acabou-se formando um paliteiro, com vãos variáveis e relativamente pequenos. Para que essa distribuição compartimentada não chegasse ao térreo, inviabilizando a galeria, foi pensado um pavimento de transição, apoiado na cobertura da base. Visto pelo lado de fora, ele constitui um trapézio extrudado horizontalmente sob toda a extensão da lâmina. O interior do volume possui pé-direito transitável e é ocupado por vigas no sentido transversal, com altura de piso a teto.

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O conceito de coliving surgiu na Dinamarca, em 1972, a partir de um projeto chamado Sættedammen, que teria sido o primeiro projeto de coliving do mundo. É uma comunidade de 35 famílias, cuja idéia principal era manter as moradias privadas e compartilhar espaços de convivência e atividades, como refeições e limpeza, com o objetivo de estimular o relacionamento entre vizinhos. É composto de 27 casas geminadas em torno de um pátio central, e uma área de atividades em comum, projeto do arquiteto Jan Gudmand-Hoyer. Em 1988, os arquitetos americanos, Kathryn McCamant e Charles Durrett, visitaram várias comunidades de coliving, e trouxeram o conceito para seus empreendimentos nos Estados Unidos. Até hoje mantém a The Cohousing Company, uma organização que acredita no convívio compartilhado como elemento essencial para uma sociedade mais sustentável. Desde então, este conceito vem se espalhando pelo mundo, e apesar de ser comparado com repúblicas estudantis e casa de repouso, o coliving apresenta diferenças cruciais, principalmente na idéia forte do senso de comunidade, conveniência e colaboração entre seus residentes.

“A tão am tro

crescente mobilidade da população e a repartição dos laços comunitários, esaumentando a ademanda por habitações unifamiliares individuais. Tais fatores champor uma reavaliação do modo como moramos, as necessidades individuais dendo contexto de comunidade e nossa aspiração por uma maior qualidade de vida.” Traduzido do livro Creating Cohousing: Building Sustainable Communities,

PERFIL DOS RESIDENTES Mulher, 32 anos, advogada mineira, veio à Porto Alegre em busca de uma vaga conquistada via concurso público na promotoria, não conhece ninguém na cidade.

EXEMPLOS ATUAIS THE COLLECTIVE OLD OAK - Londres, Inglaterra Inaugurado recentemente, é o maior complexo co-living até hoje, possui 550 dormitórios e foi projetado com tantas amenidades que seus residentes não precisam sair do prédio. Além dos apartamente com áreas comuns compartilhadas, o complexo de 11 pavimentos possui espaço de co-working, restaurante, academia, cinema, spa e lavanderia.

ROAM - Diversos Países

COLIVING

COLIVING

Homem, 28 anos, autônomo, trabalha com branding e design de marcas, em busca de moradia com boa localização, perto de espaços multiusos de trabalho.

Mulher, 65 anos, aposentada, viúva, filhos e netos moram na área central, em busca de qualidade, conveniência e companhia.

É uma rede internacional de coliving misturada com hostel. A idéia do projeto é oferecer espaço e estrutura necessária para os nômades digitais viverem e trabalharem, pois além do seu próprio quarto e banheiro, os residentes tem acesso às áreas comuns partilhadas e espaços de coworking, eventos e reuniões, por até 1.800 dólares ao mês. A empresa já possui filiais em Bali, Madrid, Miami e planeja lançar em Tóquio, Buenos Aires e Londres.

WELIVE, PURE HOUSE, COMMON - Estados Unidos As empresas citadas acima possuem características semelhantes, são todas complexos de coliving, que oferecem tanto quartos com banheiro privados, ou pequenos estúdios, e as áreas comuns compartilhadas. Se localizam em Nova Iorque, California ou Oakland, e é possível locar espaços sem laços contratuais de tempo mínimo de permanência.

Mulher, 42 anos, divorciada, com filho de 16 anos, em busca de um local temporário, com qualidade e segurança.

Homem, 30 anos, solteiro, arquiteto, quer sair da casa dos pais mas não tem tempo nem vontade de cuidar de uma casa própria, em busca de conveniência e boa localização. Casal, 25 e 27 anos, recém-formados, ambos vindos do interior do estado, não conhecem ninguém da cidade, vieram em busca das melhores oportunidades na sua área.

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LUGAR

O lugar escolhido para a implantação do projeto em questão, é o Bairro Santana, mais precisamente um terreno de cerca de 2.780 metros quadrados, que possui duas fachadas principais, a primeira na Rua Santana, e a segunda na Rua Inácio Montanha. Os limites do bairro são os bairros Farroupilha, Santa Cecília, Azenha, Santo Antônio e Partenon

HISTÓRICO A partir do século XVIII, a área era conhecida como Arraial São Miguel, cortado pelo Arroio Sabão, atual Arroio Dilúvio. Na época, era um local ermo de poucos frequentadores, poucas casas distribuídas pela rua principal, na época chamada de Rua Dos Pretos Forros (escravos alforriados), atual Rua Santana. O local era pouco atraente devido às inundações do arroio, e seus habitantes eram famílias de baixo poder aquisitivo. Seu desenvolvimento começou a acontecer após a Guerra dos Farrapos, quando em 1865 o governador da província, Visconde da Boa Vista, inaugura uma nova via que ia da Rua dos Pretos Forros até o Riacho, denominada Rua Boa Vista, atual Vicente da Fontoura. Esta rua, após lento desenvolvimento, ganha ao final do Século XIX, a instalação do Prado da Boa Vista, próximo ao Campo da Várzea, o prado era tão grande que após sua mudança para o bairro Navegantes, parte que restou virou campo de futebol do Sport Club Americano. O projeto valorizou a região despertando o local para a cidade, o que aumentou sua população. A rua principal do bairro, Rua dos Pretos Forros, mudou o nome em 1871 para Rua 28 de Setembro em lembrança à Lei do Ventre Livre. Em 1885, a via se tornou a Rua Santana, remontando a origem da cidade, em homenagem a um dos seus primeiros nomes, Sesmaria do Morro Santa Ana. Ao final do século XIX, a via foi ampliada indo além do Riacho, com a construção de uma ponte. Essa obra introduz a linha de bondes da Cia Carris Urbanos para outras regiões, através do Bom Fim e da Rua Santana.

CARACTERÍSTICAS ATUAIS Atualmente é considerado um bairro residencial de classe média e heterogênea, que possui um comércio de pequeno porte, contando com bares e casas noturnas. É cortado por vias importantes, e possui um ótimo acesso ao transporte público da cidade, com fluxo grande de automóveis. Possui um fluxo médio de pedestres durante a semana, e fluxo diferenciado aos fins de semana devido à proximidade com o Parque Farroupilha. É um bairro diversificado, capaz de atrair tipos diferentes de moradores, comerciantes, e pessoas em geral atrás de lazer e serviços.

HISTÓRICO DO TERRENO O terreno escolhido para a implantação do tema, localizado na quadra entre a Rua Santana, Rua Ignácio Montanha, Olavo Bilac e Avenida Jerônimo de Ornelas, abrigou uma antiga e importante fábrica de calçados chamada Adams & Cia, cujo projeto data de 1925 e foi autoria do arquiteto imigrante alemão Joseph Franz Seraph Lutzenberger. Atualmente o local abriga um estacionamento há pelo menos 20 anos, em situação precária. Recentemente foi removida a fachada que restava do projeto antigo e só permaneceram as vigas e pilares que sustentam os telhados do estacionamento. O proprietário atual, fechou completamente a fachada para a Rua Santana e a entrada se dá pela Rua Ignácio Montanha.

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ANÁLISE EQUIPAMENTOS URBANOS Em um raio de 1.000m do terreno escolhido, existem equipamentos urbanos significativos, tanto para o local, quanto para a cidade, pois atraem residentes de todo lado. Como o Parque Farroupilha, o Hospital de Pronto Socorro, um dos mais importantes da cidade, o Colégio Militar, o Ginásio Tesourinha, o Planetário,a UFRGS, entre outros. O local está em uma área central, poWssui uma diversidade grande de transeuntes e atividades, tanto nos dias de semana, quanto aos finais de semana. Parques e Praças

Pousada e Hotéis

Escolas

Igrejas

Hospitais e Centros de Saúde

Shoppings e Supermercados

Universidades

Ginásio Poliesportivo

Planetário TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO Comissão Permanente Prof. Arq. Marta Peixoto Prof. Arq. Julio Ramos Collares Prof. Arq. Sergio Moacir Marques

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A análise das alturas do entorno demonstrou que existe uma diversidade de alturas, que vai de edificações térreas, até edificações de 11 pavimentos. Mas em sua maioria, são casas de até 2 pavimentos, e edificações em média de 4 pavimentos.

R. SILVA SÓ

ARTERIAIS

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ANÁLISE

VOLUMETRIA

VIAS

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USOS

SENTIDO DAS VIAS

A análise de usos do entorno do terreno, demonstra a diversidade do local, mas principalmente que a Rua Santana possui mais comércio e edificações mistas (habitação e térreo comercial), e que a parte da Rua Ignácio Montanha possui caráter mais residencial, mesmo que ainda possua alguns comércios (proximidade com Av. João Pessoa). Ou seja, poderia ter um caráter misto o terreno escolhido.

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ORIENTAÇÃO SOLAR

Nota-se que o local é bem arborizado, tanto as avenidas de maior fluxo quanto as de menor fluxo, de caráter mais residencial. No terreno escolhido porém, não há absolutamente nenhuma vegetação presente. Tanto dentro dos limites do terreno, quanto na fachada da Rua Santana, já na Rua Ignácio Montanha tem apenas uma árvore perto dos limites laterais.

O terreno possui boa insolação, com faces tanto para todas as direções. A fachada da Rua Santana possui face para o leste, sol pela manhã, e a fachada da Rua Ignácio Montanha possui face para o sul, e é a única face do terreno que não tem boa incidência solar.

ANÁLISE

VEGETAÇÃO

MOBILIDADE O local possui boas opções de mobilidade, tanto para o centro da cidade (em torno de 10 minutos de transporte coletivo), quanto para a zona leste (Av. Ipiranga ou Av. Protásio Alves), quanto para a zona sul e zona norte (Av. João Pessoa). Apesar de ser um local basicamente plano, ainda não possui faixas de ciclovias no seu entorno, mas a população local utiliza este meio de transporte mesmo assim.

F

Boa Conectividade com a Cidade Caráter Diversificado do Bairro Potencial Construtivo Diferentes Públicos Parque Farroupilha

D

Desvalorização do Espaço Ausência de Memória do Bairro Insegurança Potencial Construtivo Subutilizado Espaços Obsoletos

FORTALEZAS

DEBILIDADES

O

Preencher Vazio (terreno degradado) Valorização da Área Caráter Residencial Caráter Comercial Aproveitar o Fluxo de Pessoas OPORTUNIDADES Cárater Artesanal (Brique da Redenção)

A

Degradação Local Aumento da Subutilização Diminuição dos atrativos públicos Aumento da Insegurança

AMEAÇAS

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LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

FACHADA RUA IGNÁCIO MONTANHA

FACHADA RUA SANTANA

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CONVIVER:

COMPLEXO MULTIUSO DE HABITAÇÃO COMPARTILHADA RUA SANTANA 293 - SANTANA - PORTO ALEGRE/RS

Aluno: Thais de Aguiar Vieira Ramos Prof. Orientador: Taís Lagranha Machado

Etapa: Fundamentação Data: 24/08/16

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PLANO DIRETOR DE PORTO ALEGRE

ÁREA ADENSÁVEL: 2.780m² x 1,9 = 5.282,00m²

Logradouros: Rua Santana, 293 Rua Ignácio Montanha, 54 Área do terreno: 2.780m2

ÁREA NÃO ADENSÁVEL: 5.282m² x 0,3 = 1.584,60m² (30%) 5.282m² x 0,5 = 2.641,00m² (50% máximo)

MZ: 1

UEU: 52 QUART: 057

*Isento de Recuo de Jardim

DENSIDADES BRUTAS - ANEXO 4

ÁREA TOTAL A SER CONSTRUÍDA: 6.866,60m²

ÁREA DE OCUPAÇÃO INTENSIVA 17 - Corredor de Centralidade e de Urbanidade Solo Privado: 385 hab./ha 110 econ./ha Solo Criado: 105 hab./ha 30 econ.ha Total: 490 hab./ha 140 hab./ha

TAXA DE OCUPAÇÃO: 2.780m² x 0,90 = 2.502,00m² na Base 2.780m² x 0,75 = 2.085m² RECUO DE ALTURA (42m): 42m x 0,20 = 8,40m VAGAS DE ESTACIONAMENTO: 5.282m² ÷ 75m² = 71 vagas mínimo

REGIME DE ATIVIDADES - ANEXO 5 MISTA 02 - CENTRO HISTÓRICO Sem restrições quanto ao programa proposto (habitação, escritórios, lojas). RUA OLAVO BILAC

ÁREA DE OCUPAÇÃO INTENSIVA 17 Índice de Aproveitamento: 1,9 x 2.620m2 ­= 4.978m2 ­de Área Adensável Solo Criado Adensável: Sim Transferência de Potencial Construtivo: Sim Índice de Aproveitamento Máximo: 3,0 Quota Ideal: 75m2

27,6

14,70

ARÉA = 2.780m² 7,72

22,2

RUA SANTANA

RUA IGNÁCIO MONTANHA

RUA LÔBO DA COSTA

ÍNDICE DE APROVEITAMENTO - ANEXO 6

36,15 96,53

NORMAS

CÁLCULO DE ÁREAS

68,16

64,69

REGIME VOLUMÉTRICO - ANEXO 7

RUA GEN. JACINTO OSÓ

RIO

ÁREA DE OCUPAÇÃO INTENSIVA 09 Altura Máxima: 42m Divisa: 18m Base: 9m Taxa de Ocupação: 90% na base e 75% no corpo GARAGENS - ANEXO 10

AVENIDA JERÔNIMO DE ORNELAS

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Residencial (testada igual ou superior à 12m): 1 vaga/75m2 de área adensável até no máximo 03 vagas por economia Serviços (testada entre 12 e 30m): 1 vaga/75m2 de área adensável Comércio: 1 vaga/200m2 de área adensável, no mínimo 02 vagas Hotel: 1 vaga/5 unidades de alojamento Apart-Hotel: 1 vaga/3 unidades de alojamento

CONVIVER:

COMPLEXO MULTIUSO DE HABITAÇÃO COMPARTILHADA RUA SANTANA 293 - SANTANA - PORTO ALEGRE/RS

Aluno: Thais de Aguiar Vieira Ramos Prof. Orientador: Taís Lagranha Machado

Etapa: Fundamentação Data: 24/08/16

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COMERCIAL HABITAÇÃO

PRÉ-DIMENSIONAMENTO DO PROGRAMA

FLUXOGRAMA

46 Unidades de 15m² (quarto com banheiro) - 685m² 46 Unidades de 20m² (quarto, banheiro, copa) - 910m² 26 Unidades Studio 35m² (quarto, banheiro, copa) - 910m² Áreas Semi Privadas (copa, sala de estar) - 225m² Áreas Compartilhadas por 2 Pavimentos (cozinha, sala de jantar, sala de estar, sala de estudos/trabalho) - 630m² Áreas de Uso Comum (lavanderia, academia, salão de eventos, sala de jogos, sala cinema, bicicletário, churrasqueiras, terraços, piscina, jardim, depósitos) - 500m² Estacionamento - 1.200m² Área Técnica (reservatórios, casa de máquinas, depósito de lixo, central de gás, subestação) - 150m² Hall + Apoio Funcionários - 50m² Circulações - 960m²

ACESSO RESIDENCIAL

PRIVADO

ACESSO PÚBLICO

SEMI-PRIVADO

ACESSO COMERCIAL

LOJA/BAR

Área Total: 5.000m² 15m² e 15m² + 10m²

20 e 35m² 01 Loja/Bar: 150m² 06 Salas de Escritório Compartilhadas de 141m²: 850m² Circulação: 360m² Apoio (Sanitários, Depósito, Copa, Funcionários): 200m² Salas Multiuso (Reuniões, Eventos): 250m²

USO COMUM

150m²

SALAS USO ESCRITÓRIOS COMUM

Área Total: 1.810m² 210m²

CONDOMINIAL

141m²

USO COMUM

VALOR AGREGADO Preço Médio do m² de um Terreno no Bairro Santana: R$ 2.300,00* 2.780m² x 2.300,00 = R$ 6.394.000,00

500m²

250m²

Estimativa de Custo de Construção: Projeto Residencial Multifamiliar Padrão Normal: R$ 1.336,20* 6.800m² x 1.336,20 = R$ 9.086.160,00 (*) consulta agente imobiliário e CUB/RS de julho/2016 TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO Comissão Permanente Prof. Arq. Marta Peixoto Prof. Arq. Julio Ramos Collares Prof. Arq. Sergio Moacir Marques

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THE COLLECTIVE OLD OAK

ERLICH-PAIVA STUDIO A+I BUENOS AIRES, ARGENTINA - 2010-2011

PLP ARCHITECTURE LONDRES, INGLATERRA - 2016

ÁREA CONSTRUÍDA: 3.234m²

ÁREA CONSTRUÍDA: 126.000m²

Construído no terreno de uma antiga fábrica de chocolate, o edifício encosta sobre o muro divisório sul, criando um espaço urbano que conecta o coração do quarteirão à rua. Isso contribui para vistas inesperadas a partir do espaço urbano e gera uma continuidade verde onde os espaços se entrelaçam à maneira das passagens internas de muitos edifícios de Buenos Aires. Os terraços das diferentes unidades estão voltados para esta rua interna. Inspirado nas típicas casas “chorizo” de Buenos Aires, cuja tipologia de terreno é parecida com as do Bairro Santana, o edifício aloja jardins interiores e oficinas de artistas, e está constituído por três tipologias de apartamentos: semipisos (dois apartamentos por andar), lofts e ateliers. As unidades propõem um modo de uso similar às velhas casas com espaços altos, pátios laterais e churrasqueiras, integrando-se, ao mesmo tempo, a outras vantagens da vivenda contemporânea em propriedade horizontal. O projeto estrutural de concreto sem vigas permitiu a integração fluida dos espaços altos com os terraços e janelas de piso a teto que maximizam a iluminação e a ventilação. No pátio interno, se localizam as unidades de atelier, onde no térreo são os espaços de trabalho, e no segundo pavimento

É o maior complexo de coliving construído até hoje, e pretende ser um novo “hub” para profissionais urbanos na área de West London. Possui 550 unidades de habitação, espaços compartilhados, e espaços condominiais como spa, restaurante, academia, sala de jogos, cinema, biblioteca, lavanderia, e um espaço de trabalho. A idéia do projeto, é que seus residentes não precisem sair do local, pois já possuem uma diversidade de conveniências no próprio

REFERÊNCIAS

EDIFÍCIO MALÁBIA 933

local.

estão os apartamentos de cada atelier com terraço.

TIETGENKOLLEGIET - LUNDGAARD & TRANBERG COPENHAGUE, DINAMARCA - 2005 ÁREA CONSTRUÍDA: 26.515m² Uma das maiores propostas de habitação estudantil já construídas, reflete em sua arquitetura o diálogo entre o individual e o coletivo. Conta com 360 dormitórios, distribuidos entre 6 pavimentos, e no térreo estão localizados todos os serviços, como lavanderia, bicicletário, café, auditório, sala de estudos, sala de internet, etc. As unidades habitacionais estão viradas para o exterior do terreno, com vista para o canal e vegetação, e as áreas comuns são viradas para o pátio interno. Sua forma circular é uma resposta urbana ao contexto em que está inserido, e cria um sentido de igualdade e de unidade.

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FONTES

FONTES DE PESQUISA DEEZEN - www.dezeen.com THE COLLECTIVE - www.thecollective.co.uk PDDUA - site da prefeitura de porto alegre ARCHDAILY - www.archdaily.com PURE HOUSE - www.purehouse.org KRASH - www.krash.io WELIVE - www.welive.com WEWORK - www.wework.com COMMON - www.hicommon.org LOS ANGELES TIMES - www.latimes.com PLP ARCHITECTURE - www.plparchitecture.com FAST COMPANY DESIGN - www.fastcodesign.com ROAM - www.roam.co HABITAR AUTREMENT - www.habiter-autrement.org/33_collectifs/contributions-33/danish_and_pacific_nw_cohousing.pdf ARTE DE PROJETAR EM ARQUTETURA - Neufert GOOGLE EARTH - www.google.com COHOUSING - Tese da University of California, Berkeley FUTURE LIVING: COLLECTIVE HOUSING IN JAPAN - Claudia Hildner COHOUSING: BUILDING SUSTAINABLE COMMUNITIES - Charles Durrett, Kathryn McCamant DESIGN FOR GENDER EQUALITY - The History of Cohousing Ideas and Realites - Dick Urban Vestbro e Liisa Horelli VIVIENDAS EN BLOQUES AISLADOS - Cambi Gobbi Steiner SUMMA+ - www.revistasummamas.com.ar MÓDULO DE VIVIENDA Y GRUPO RESIDENCIAL: TIPOLOGIAS - Sting, Hellmuth HÁBITAT : TIPOS DE UTILIZACIÓN, TIPOS DE PLANTA, TIPOS DE EDIFICIO, TIPOS DE VIVIENDA - Deilmann, Harald

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ESTRATÉGIA INICIAL A estratégia inicial toma partido do caráter das ruas limites do terreno, Rua Ignácio Montanha com caráter mais residencial, e Rua Santana com caráter misto. A idéia era lançar uma barra residencial orientada para que todas unidades tivessem insolação, e outra barra de escritórios, esta em direção à Rua Santana pelo apelo comercial. Pensando no tecido urbano do quarteirão, onde os lotes ora são em uma direção, ora em outra direção, e o terreno escolhido fica situado no limite desta diferença de lotes, foi dividido o terreno conforme estes alinhamentos em pequenas barras nas bases, de forma a criar três pátios. O pátio privado, seria apenas de uso residencial, o pátio do meio seria compartilhado entre ambos, e o pátio “público” seria aberto durante o dia e fechado à noite.

Divisa até 18m de altura

ESTRATÉGIAS

COMPARATIVO DE ALTURA

Corpo até 42m, Base até 9m Impossível chegar até 42m, experimento com 30m.

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PARTIDO

PARTIDO USOS

CIRCULAÇÕES E ACESSOS

INSOLAÇÃO

CORTE ESQUEMÁTICO

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