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Tabela 04 - Parâmetros da arquitetura escolar - Transparência e conexões

outras diversas questões que juntas tornarão o projeto do ambiente escolar personalizado.

TABELA 04 – PARÂMETROS DA ARQUITETURA ESCOLAR

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Transparência e conexões

PARÂMETROS IMPORTÂNCIA CARACTERÍSTICAS CROQUI

Transparência

A transparência deve transmitir que a escola celebra a educação e aprendizagem, além de criar um sentimento de abertura. -Abertura para áreas administrativas de socialização e estudo; -Visibilidade da entrada; -Visibilidade entre classes; -Corredores com luz natural.

Conexão entre espaços internos e externos

Assinatura local

As crianças, necessitam ter uma relação com o ambiente externo, por isso a escola deve propiciar esse contato com a natureza.

-Conexão com a natureza através de jardins e hortas; -Áreas externas como uma extensão; -Conexões físicas diretas e de livre acesso.

O projeto deve expressar a pedagogia e os valores que a escola deseja exprimir para a comunidade local. -Expressão da pedagogia e valores da escola; -Elementos simbólicos expostos, na parte interna da escola ou externa.

Conexão com a comunidade

Proteção e segurança O edifício escolar deve estar conectado à comunidade através da compreensão de seus valores e desejos para o espaço projetado. Tratar a segurança como uma questão humana e não mecânica. Projetar a escolar que as pessoas se vejam, se conheçam e se comuniquem. A escola deve estar próxima ao centro da comunidade; -Possuir relação com o comércio local; -Ter abertura para o uso da comunidade em suas infraestruturas.

-Espaços externos protegidos para segurança interiorexterior do sítio da escola;

Fonte: Adaptado de Nair, Fielding e Lackney (2013); Kowaltowski (2011); Deliberador (2016); Choas (2016) e Negris (2018). Após análise da tabela 4, é necessário ter em mente que, além de todas as considerações apresentadas, o projeto de uma arquitetura escolar deve ser

desenvolvido com base no microclima e na situação do entorno em que a escola será inserida. Esses aspectos devem ser considerados desde as etapas iniciais do processo projetual, tornando o ambiente único, indo ao encontro das necessidades locais. Outrossim, a tabela acima deve servir como ponto de partida para projetos escolares, de modo a identificar atributos espaciais importantes para a implantação dele, de acordo com a visão conjunta do arquiteto, da comunidade escolar e da comunidade local.

3. A ESCOLA PÓS-COVID

Pensar na reconfiguração da educação pós-pandemia global, ocasionada pela Covid-19, implica refletir sobre os impactos que toda essa situação gerou à comunidade escolar. O retorno às aulas é importante, principalmente referente ao contexto da sociabilidade que as crianças tanto necessitam para dar continuidade ao seu processo de ensino-aprendizado e desenvolvimento pessoal. É necessário reconhecer que esse cenário provocou efeitos emocionais na maior parte das pessoas: a angústia do isolamento, a ansiedade em relação à correta absorção do conhecimento e a sensação de pressão e cobrança são sentimentos que foram desenvolvidos por muitos durante este processo de pandemia. De fato, hoje, compreende-se a importância dos espaços escolares pela sua prática de sociabilização e acolhimento, indo além de um espaço onde o currículo formal é repassado do professor ao aluno. A arquitetura escolar, mais do que nunca, precisa ter como protagonista, em seu processo, o bem-estar dos alunos e dos professores, além de proporcionar a sensação de acolhimento. Este capítulo assume como perspectiva teórica e metodológica a análise de artigos científicos utilizando 3 bases de dados disponíveis na internet: Scholar Google; SciELO; Capes – periódicos, contendo revistas científicas como Revista Augustus, Revista Ifes Ciência, Boletim de Conjuntura, Revista Inovação Social, Revista Práticas Educativas, Memórias e Oralidades e Práxis Educativa. Para a pesquisa, foram utilizadas as palavras-chaves: arquitetura, escola, pós-covid e pandemia. Mediante a pesquisa, foram encontrados um total de 60 artigos, em português, que envolvem a temática estudada, porém, deste total, dez artigos foram descartados da análise, pois não se enquadravam na temática proposta, tratando de assuntos mais específicos, como plano de ações para hospitais escolas, entrevistas com profissionais da área da saúde, crise educacional segundo pesquisadores do continente africano, entre outros. A análise do material foi feita perante uma leitura prévia dos artigos, e o resultado foi a identificação de textos mais relevantes sobre a arquitetura escolar pós-covid. A leitura de todo material permitiu sua separação em categorias por área de atuação, sendo elas: Psicologia, Educação, Tecnologia, Saúde e Arquitetura, como demonstra o gráfico a seguir.

Gráfico 05 – Divisão dos artigos por área de atuação

Fonte: Elaborado pela autora com base nos artigos analisados. Desta forma, criou-se cinco blocos de discussão para a análise dos artigos estudados referentes as cinco temáticas abordadas: a) Educação; b) Psicologia; c) Tecnologia; d) Saúde; e) Arquitetura.

3.1 EDUCAÇÃO

Os artigos relacionados à educação, de uma maneira geral, tratam da adoção do ensino remoto emergencial para que o calendário escolar não seja alterado. Tal forma de ensino está respaldada pelo Conselho Nacional de Educação em uma nota de esclarecimento citada a seguir.

Em 18 de março de 2020, o Conselho Nacional de Educação (CNE) veio a público elucidar aos sistemas e às redes de ensino, de todos os níveis, etapas e modalidades, considerando a necessidade de reorganizar as atividades acadêmicas por conta de ações preventivas à propagação da COVID-19. (BRASIL, 2020, p. 01). Outro ponto abordado pelos artigos da área educacional diz respeito ao aumento das desigualdades sociais que, com a inclusão do ensino remoto, explicitou e intensificou a atual situação vivenciada por muitos brasileiros. A falta de recursos tecnológicos destinados à educação acaba inviabilizando o acesso à educação, ou seja, a falta de recursos de muitos alunos para acompanhar as aulas online e executar as atividades agravou as desigualdades.

Dentro do grupo de vulnerabilidade em função da desproteção dos direitos humanos estão as crianças e adolescentes, que tiveram, de forma abrupta, de interromper as atividades educacionais presenciais, tendo que dar continuidade aos estudos na modalidade remota. Em virtude das inúmeras

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