O CENTRO HISTÓRICO DE PLANALTINA
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PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO URBANA principalmente a falta de interação com o cotidiano das pessoas que ali vivem e ali reconstroem uma história. Além dos edifícios tombados há também uma grande quantidade de edifícios de relevância histórica no Setor Tradicional, dentre edifícios institucionais e residências, é proposta a preservação das residências do estilo vernacular tradicional, Art Déco e as demais que ainda possuem as características das casas padrões do ínicio da ocupação urbana de Planaltina. A indicação de preservação a esses edifícios reforça a ideia da existência em Planaltina de um “Setor Tradicional” que vai além do reconhecimento de dois edifícios, a Igrejinha e o Museu, mas o reconhecimento de uma malha urbana tradicional que possui diversos tipos edilícios importantes e de diferente épocas de sua ocupação. Portanto, o objetivo principal desse projeto é de integrar e destacar essa “Área Histórica”, transformando-a em um polo de atratividade e não apenas um local de passagem, gerando espaços de convivência e permanência entre esses novos pontos turisticos. A utilização de uma pavimentação diferenciada e elevada na área central permitirá de forma sutil a percepção da mudança de espaço e consequentemente de caráter, pois a área contará com redução de velocidade e de presença de automóveis, priorizando outros meios de locomoção e o principalmente o pedestre. Os elementos aqui trabalhados foram pensados unicamente para a escala do pedestre, pois é a escala que melhor permite uma relação de troca com o meio externo e portanto, uma maior dinamização do local. A escolha da pavimentação diferenciada serve também como um elemento de conexão entre os edifícios considerados de relevância para a área, criando-se um percurso turístico entre eles. Entre os edifícios principais da área, optou-se pela criação de ruas pedestrializadas, com acesso exclusivo a carros de moradores ou serviços de atendimento (carro de bombeiros e ambulâncias) para enfatizar ainda mais o percurso turístico do local, como por exemplo a ligação entre a Igreja Matriz e o Museu e, desse com a Igreja de São Sebastião. Ambas ligações terão encontro em um outro ponto importante da área, a praça Salviano Monteiro. Essa praça será o ponto de ligação com todos os outros edifícios e também o principal ponto de acesso e dispersão do fluxo para a nova Área Histórica. Como importante elemento de conexão, foi implementado a
Planaltina é uma região administrativa do Distrito Federal e nela encontra-se o Setor Tradicional, objeto de estudo deste trabalho e parte mais antiga da cidade, está situado entre a margem esquerda do Ribeirão Mestre d'Armas e da margem direita do Córrego do atoleiro. O terreno do Setor Tradicional é ligeiramente inclinado, entre 2 e 5% no sentido dos leitos dos rios e tem uma altitude média de cerca de 950 m, o que propicia diversos pontos de observação e perspectivas favorecidas ao nível do pedestre. Antigamente, as duas entradas principais da cidade eram a Avenida Goiás, levando os que chegavam de Luziânia e Paracatu até o setor, e a Avenida Marechal Deodoro que servia o fluxo vindo do Nordeste e Norte do país. Atualmente percebe-se ainda uma forte importância da Avenida Goiás como entrada da cidade, demonstrando também sua importância como caráter de conexão com as demais regiões. Até a década de 1980 a Praça Salviano, popularmente conhecida como Praça do Museu era cortada pela Avenida Goiás, após uma reestruturação viária, a Avenida passou a contornar a praça e estabeleceu-se um espaço público único como medida de segurança e proteção das construções. No entanto, essa ligação direta de automóveis ao Setor Tradicional, desembocando na Praça Salviano gera alguns conflitos entre automóveis e pedestres, e de uso e ocupação da área, pois a avenida que contorna a praça se carateriza como uma pequena barreira aos deslocamentos dos pedestres e divide a área do Setor Tradicional em quatro regiões separadas fisicamente. Após a análise desse setor percebeu-se o valor histórico e cultural da área e, principalmente, o seu potencial de exploração como um centro de atratividade econômica, cultural e turística. Nesse setor existem dois edifícios tombados: a Igreja de São Sebastião e o Museu Histórico e Artístico de Planaltina. Apesar de serem tombados, as ordens de proteção apenas orientam a conservação desses edifícios, no entanto, como não existem leis para essa proteção no Distrito Federal, essa ação não é reconhecida oficial. Já a área do Setor Tradicional, apesar de representada em mapas oficias, ficou reconhecida apenas informalmente como “Área Histórica”. Ambas situações de reconhecimento demonstram o forte valor histórico e artístico da cidade de Planaltina e ao mesmo tempo a falta de relação entre esses três elementos, a falta de conexão no contexto atual da cidade e
pavimentação elevada ao nível da calçada e retirada duas vias automotivas, afim de melhorar a integração da praça com os edifícios ao seu redor, que agora possuem uma conexão direta com os pedestres. Nesse caso, foi priorizado o deslocamento do pedestre porém sem retirar a possibilidade de passagem do carro pela praça, pois esse também contribui para a dinamização do local e desse modo aumenta-se a atratividade do local, pois atinge uma maior quantidade de pessoas. O projeto preve também a reestruturação viária de diversas vias, com intuito de integrar a malha urbana e melhorar a circulação e dissolução do tráfego automotivo na área central , com a criação de uma via de conexão lateral. Foi previsto também a reestruturação para favorecer a mobilidade urbana, com implantação de ciclovia no canteiro central das avenidas perimetrias e de ciclofaixas nas ruas locais compartilhadas.
MAPA VIÁRIO Escala: 1:5000
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LEGENDA Área de pavimentação diferenciada Área de pavimentação elevada Edifício de relevância histórica Reestruturação viária Conexão viária Prolongamento viário até a DF128
MAPA DE INTERESSES
Pedestrialização Ciclovia ou ciclofaixa
Escala: 1:3000
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Área de estudo Edifícios tombados
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Edifícios de relevância histórica
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Residências coloniais de relevância histórica
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Área principal de intervenção
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1 - Igreja Matriz 2 - Bazar Guaporé 3 - Panificadora Bom Dia 4 - Biblioteca Pública e Antiga Prefeitura 5 - Casa do Idoso 6 - Casa das Artes 7 - Hotel O Casarão 8 - Armazém Goiás 9 - Casa e Antigo Cartório e Correios 10 - Colégio Franciscano Irmã Maria Assunta 11 - Museu Histórico e Artístico 12 - Casa e Antiga Farmácia 13 - Casarão Azul 14 - Casarão da Dona Negrinha 15 - Igreja São Sebastião
UnB FAU Técnicas Retrospectivas PROAU 8 Professores: Ana Elisabete Medeiros
Flaviana Barreto Lira | Eduardo Rossetti
“Conservação: se refere a toda intervenção de natureza preventiva, que consiste na manutenção da edificação e na reparação de instalações, elementos de composição da arquitetura ou, ainda, manutenção do sistema estrutural, dos materiais de construção e de revestimento. Restauração: diz respeito a toda intervenção de natureza corretiva, que consiste na reconstituição da edificação, recuperação das estruturas afetadas, dos elementos destruídos ou danifi cados. A obra de restauração procura preservar os elementos de maior relevância que foram acrescidos ao longo do tempo, resguardando a história da edificação. A restauração das edificações deverá ficar condicionada à existência de documentação ou indícios no local, devendo o projeto ser precedido por pesquisa histórica e arqueológica. Ainda acerca do termo restauração, o art. 44 da Lei Municipal nº 4.849/92 estabelece: Serão consideradas de interesse para a revalorização do Conjunto Monumental, as obras de restauração defi nidas no art. 44, tais como: I. Eliminação de acréscimos, comprovadamente desvinculados do contexto arquitetônico e ambiental. II. Modifi cação das fachadas, restabelecendo as relações compatíveis com as dimensões do imóvel e da vizinhança imediata, utilizando elementos de acabamento adequados ao conjunto. III. Recomposição dos telhados no que se refere a materiais, disposição e detalhes, com eliminação dos elementos incompatíveis com as características da edificação e do conjunto.”
Para a definição de novos gabaritos para a área, observou-se a situação atual do local e sua tendência a verticalização. Com a intenção de preservar ao máximo a característica horizontal de uma cidade histórica, resgatar e priorizar a história do local foi definido um gabarito de apenas um pavimento no entorno da Praça Salviano Monteiro, mas permitindo a sua verticalização à medida que se afasta do seu centro com gabaritos de até dois pavimentos. Na área abaixo da praça da Igrejinha permitiu-se um gabarito de até três pavimentos devido as características do terreno, que possui uma declividade acentuada e por isso não causa muitas interferências na permeabilidade visual da região. MAPA DE GABARITO Escala: 1:5000
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LEGENDA Térreo 2 Pavimentos Até 3 Pavimentos
Projeto Final de Intervenção Thais Lacerda 10/0053211
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