CÊNICAS_Cobertura do Festival de Esquetes Teatrais

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SALVADOR SEGUNDA-FEIRA 14/4/2014

Fotos Lúcio Távora / Ag. A TARDE

COBERTURA Festival Curta Cena de Teatro levou grupos da Bahia, PR e RJ ao Xisto

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Festival reúne público e artistas interessados em esquetes teatrais THALITA LIMA

Mesmo servido de muitos atores, boas ideias e um público interessado em novos espetáculos, o teatro baiano ainda reclama espaço e incentivo para o crescimento em modalidades como a das esquetes teatrais. A terceira edição do Festival Curta Cena de Teatro, idealizado pela atriz Mariana Moreno, trouxe para o palco do Espaço Xisto, de terça a quinta passada, apresentações de até 15 minutos, que variavam em gênero (drama, comédia, monólogo) e em níveis de elenco (dos iniciantes até os profissionais). Embora seja frequente o acontecimento desses festivais em outros estados, os artistas da área apontam que o evento é único em reunir apresentações de esquetes na Bahia. “Não conheço outra iniciativa como um festival de cenas curtas aqui. E isso mobiliza bastante a cena teatral. São artistas amadores ou profissionais que querem experimentar alguma coisa”, disse o dramaturgo João Sanches, que participou da comissão julgadora do festival junto com as atrizes Evelin Buchegger e Hebe Alves. Mariana Moreno acredita que esses festivais são uma forma de conhecer a resposta do público em relação ao que está sendo produzido, visto que ir para uma temporada no teatro demandaria mais tempo. “O festival possibilita esse atalho. Exatamente porque são cenas curtinhas, você não necessita de uma grande produção, nem de muito dinheiro para montar aquilo, você precisa da sua ideia e executá-la num tempo curto”, diz. Nesta edição, receberam inscrições de grupos de fora: a Cia

1. Cenas de Sangue da Avenida São João – grupo Trupe Andarilhos de Teatro (Rio de Janeiro) 2. O Fim da Partida – grupo Mambembe (Bahia) 3. Andanças em Processo – Coletivo Livre de Espetáculos (Bahia) 4. Noite de Estreia – Xantili Cia de Comédia (Bahia)

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“A Bahia precisa de mais festivais, não somente de curtas cenas, mas de outros gêneros”

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XANDA FONTES, diretora e atriz

Hebe Alves lembra que ela e outros grupos montavam esquetes em bares nos anos 1970 Invasão de Teatro, do Paraná, com a cena Colapso, e a Trupe Andarilhos de Teatro, do Rio de Janeiro, que foi a vencedora do prêmio de Melhor Esquete com Cenas de Sangue num Bar da Avenida São João.

Além dos festivais

Porém, fora da organização formatada de um festival, para on-

de vão essas apresentações de esquetes no cotidiano da agenda cultural da cidade? Hebe Alves lembra que ela e outros grupos, nos anos 1970, apresentavam cenas curtas em bares. “Você não encontra muitas esquetes em casas de espetáculo. Antes do boom do stand up comedy, já encontravam-se essas cenas em bares”, disse.

Duda Woyda, vencedor do prêmio de Melhor Ator no Festival, diz que essas cenas também têm espaço abrindo ou fechando outros espetáculos. Para ele, as esquetes são mais simples no que se refere à duração, mas exigem o mesmo investimento de tempo para o cenário e figurino, a depender do porte da montagem.

QUADRINHOS

Recortes autobiográficos do mestre da HQ crédito foto / Ag. A TARDE / 00.00.0000

CHICO CASTRO JR.

Há vidas de artistas e vidas de artistas. E há Will Eisner (19172005), que muito mais do que artista, foi um visionário genial. Em Life, in Pictures - Vida, em Quadrinhos, o criador do Spirit oferece um painel semiautobiográfico reunindo suas HQs mais próximas da própria vida. O feto é que Eisner aliou como ninguém talento nato, formação artística, inspiração fora do comum e visão empresarial ao longo de uma carreira que cruzou quase todo o século 20. Sem contar o fato de que, como um dos inventores do formato graphic novel, contribuiu de forma decisiva para fazer dos quadrinhos a forma de arte adulta, respeitada e cultuada que é hoje em dia. Por isso mesmo, a narrativa sequencial deve muito a Eisner e os quadrinistas buscam na sua biografia o exemplo a seguir. Além desta propriamente dita (Will Eisner: Um sonhador nos Quadrinhos, de Michael Schumacher, lançada no Brasil em 2013), o leitor brasileiro agora dispõe dessa pesada coletânea cujas HQs, juntas, formam o que há de mais próximo de uma autobiografia do mestre.

HQ por HQ

Edição de luxo em formato grande, com capa dura e 500 páginas, o compêndio assusta um pouco a princípio – até pelo preço, que não é exatamente barato, mas compreensível para uma edição tão luxuosa.

LIFE, IN PICTURES - VIDA, EM QUADRINHOS / WILL EISNER

Criativo/ 500 p./ R$ 99/ editoracriativo.com.br/

Cena de Crepúsculo em Sunshine City: não é o Eisner, mas podia ser

Só que Eisner era tão bom naquilo que fazia que basta começar a ler – por qualquer uma das cinco HQs do álbum – que rapidamente o que era pesado (fisicamente) se torna leve, pois o autor “carrega” o leitor nos braços e vai embora com ele já nas primeiras páginas. Só o que pode afastar leitores de Eisner mais experientes de Life, In Pictures é o fato de que, das cinco HQs incluídas, apenas uma é inédita no Brasil. E é justamente ela que abre o álbum. Crepúsculo em Sunshine City (de 1986) reflete os últimos

anos de vida de Eisner, com sua mudança da amada Nova York para a Flórida. Na HQ, ele conta, com muita ironia, da mudança de um aposentado cercado de parentes interesseiros. Já o Sonhador (outra de 1986) é o relato de seus primeiros anos de quadrinista na Nova York dos anos 1930/40, em meio à Depressão e o surgimento dos super-heróis. Já Ao Coração da Tempestade (de 1991) é uma narrativa mais longa e ambiciosa. Traz as memórias do jovem Eisner na 2ª Guerra Mundial, entremeadas

com as trajetórias dos seus pais e avós entre a Europa e os Estados Unidos do fim do século 19 e o início do 20. Uma saga familiar contada de maneira íntima e sem rodeios, no melhor estilo Eisneriano. O Nome do Jogo (2002) é a história da família de sua esposa, Ann. Outra saga familiar – só que aqui, mais impiedosa, enfocando o jogo de casamentos por contrato ou interesse entre famílias judaicas. E O Dia em que me Tornei Profissional (2003) encerra o livro com uma breve e reveladora HQ.

Já para Xanda Fontes, atriz, produtora e diretora da Xantili Cia de Comédia, que se apresentou com Noite de Estreia, as esquetes funcionam quando montadas em sequência. “Não faz muito sentido montar uma cena curta somente por montar, a não ser que seja uma experimentação. Pode ser uma coisa pontual, para uma perfor-

mance num evento. Fora isso, você monta as esquetes e apresenta todas elas num espetáculo de 1h, 1h30”, diz. A diretora também lembra o exemplo de A Bofetada, que traz sequências de pequenas cenas. “A Bahia precisa de mais festivais, não somente de curta cenas, mas de humor, comédia e outros gêneros”.

CURTAS Circulando Moda em Morro do Chapéu Projeto da marca M.Bokapiu, Circulando Moda acontece no próximo domingo, no município de Morro do Chapéu (noroeste da Bahia), das 17h às 21h, no Mercado Cultural e na Praça Augusto Publio. A marca está completando 13 anos e o objetivo do evento é mostrar a moda em espaços públicos, fomentando intercâmbios entre interessados e moda. Nesta edição, a programação conta com a participação dos Djs Liv Drummond e Jorge Itaitu, que farão música mesclando sons do Brasil e batidas internacionais. A performance ainda terá um

desfile com a participação da população e uma oficina de criação de moda para jovens interessados.

9ª Ballace Festival Nacional de Dança

Exposição de fotos Carnaval da Cultura

Entre os dias 1º e 4 de maio, acontece a 9ª edição do Ballace Festival Nacional de Dança, na Cidade do Saber, no município de Camaçari, a 51 km de Salvador. Um dos destaques da programação será Ana Botafogo, primeira bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Ela encerrará o evento na manhã do dia 4, apresentando palestra e talk show. A programação deste ano também traz a participação dos bailarinos Diego Cunha e Karine de Matos, da Escola do Teatro Bolshoi, na abertura de um dos dias do evento. Mais informações e ficha de inscrição no site www.ballace.com.br.

O brilho e a tradição dos blocos afros, a animação e a diversidade de ritmos do Pelourinho, passando pela criatividade dos microtrios. A Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) abre hoje, às 19h, a mostra Carnaval da Cultura, no Palácio Rio Branco. A exposição reúne 40 fotografias registradas durante a festa nos programas Carnaval do Pelô, Outro Negro, Pipoca e Outros Carnavais. As imagens foram feitas pelos fotógrafos Álvaro Vilella, Edson Ruiz, Lúcia Correia Lima, Rosilda Cruz e Sidnei Rocha. De terça à sexta, das 10h às 18h, e aos sábados e domingos, das 10h às 14h. Entrada franca.

Marca M.Bokapiu realiza projeto Circulando Moda, com o intuito de mostrar moda em espaços públicos


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