GASTRONOMIA_CAPA_Festival Comida Di Buteco em nova edição por Salvador

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SALVADOR 11/4/2014

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HOJE EU QUERO FERNANDA VOLTAR SOZINHO MACHADO

Premiado longa nacional traz temática gay

Atriz está no suspense Confia em Mim

CINEMA 3

CINEMA 3

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EDITORA-COORDENADORA: SIMONE RIBEIRO / DOISMAIS@GRUPOATARDE.COM.BR

FIM DE SEMANA VIDAS AO VENTO, DE HAYAO MIYAZAKI, NO CIRCUITO

JON GOMM NO PORTELA CAFÉ

Guitarrista inglês faz show no domingo

FELIPE CORDEIRO NO PELOURINHO

Cantor paraense em apresentação gratuita

A BELA ADORMECIDA

Última semana para ver musical infantil

ADAPTAÇÃO DO CLÁSSICO CINDERELLA CHEGA A SALVADOR

Livro traz histórias da sacerdotisa

CINEMA 3

MÚSICA 4 E 5

MÚSICA 4 E 5

CRIANÇAS 7

CRIANÇAS 7

ESTAÇÃO 8

EBOMI CIDÁLIA

Fotos Divulgação

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Z I A R E D A H N I Z O C A A ALMA D

Em comemoração ao aniversário de 15 anos da criação do Comida di Buteco, a edição não terá ingrediente especial e a temática livre promete aguçar a criatividade dos chefs na elaboração dos petiscos

THALITA LIMA

Aquele prato “da casa”, com ingredientes regionais, receita da família e servido num ambiente informal e aconchegante. É essa a experiência gastronômica incentivada pelo concurso Comida di Buteco, que acontece de hoje a 11 de maio em botecos de várias capitais brasileiras. Em Salvador, a sétima edição da disputa conta com 31 estabelecimentos, sendo sete deles novos participantes. Já em nível nacional, o evento completa 15 anos de uma história que começou em Belo Horizonte, MG (a cidade que “não tem mar, mas tem bar”). Em comemoração a esse aniversário, a edição não terá ingrediente especial e a temática livre promete aguçar a criatividade dos chefs na elaboração dos petiscos.

Cozinha de raiz

“Uma boa conversa, uma boa paquera, um bom tira-gosto, uma boa bebida”. Para Beto Pimentel, chef e dono do restaurante Paraíso Tropical, esses são elementos que não podem faltar em um boteco de verdade. Além, é claro, da cozinha de raiz, aquela que traz elementos da cultura local. O colorido da moqueca de dendê, típico da culinária africana, a farinha e os pescados da alimentação indígena e um espaço acolhedor para comer são alguns itens que remetem à rica gastronomia baiana. “Boteco é que faz com que a raiz não seja podada”, diz Beto, ressaltando que a diversidade baiana ganhará vantagem na elaboração de um prato livre, com ingredientes variados. “Tem cozinhas que a Bahia tá perdendo e não pode perder. Você não acha mais em lugar nenhum um efó (iguaria baiana que pode ser feita com folhas como a taioba, língua de vaca ou espinafre)”, informa. “Quem sabe eles misturam um efó com um bobó e dá certo?”, disse.

Boteco espontâneo

Boteco, botequim, barzinho ou bodega? Para acabar com essa

confusão, a organização do evento pagou uma agência para fazer uma pesquisa nacional e identificar o que o brasileiro considerava um autêntico boteco. A pesquisa apontou que existem três perfis de boteco: o multifuncional, com música ao vivo e à la carte no almoço; o intencional, que se veste como um boteco, mas faz parte de uma rede de franquias e o dono não necessariamente gerencia o negócio; e o boteco espontâneo, esse sim entendido como o perfil de boteco que seria selecionado para o concurso. “O espontâneo é aquele em que o dono está à frente do negócio, tem alma e identidade de boteco e as pessoas se sentem em casa. A comida dos botecos espontâneos é própria, são receitas passadas de geração para geração. Tudo com a cara e o tempero daquele boteco. A alma da cozinha de raiz está no boteco espontâneo”, diz Dani Bicalho, representante do concurso no Norte e Nordeste. Entre os novos botecos espontâneos está o Zanzibar, escolhido para abrigar a inauguração do concurso para a imprensa. A dona do estabelecimento,

Dos 31 botecos que participam desta edição do concurso em Salvador, sete são novos participantes

“Tem cozinhas que a Bahia está perdendo. Você não acha mais em lugar nenhum um efó” BETO PIMENTEL, chef de cozinha

dona Ana Célia, conta que o boteco começa de uma cultura negra totalmente cultivada. Para participar, ela preparou uma isca de filé mignon que leva gengibre, pimentão, tomate, cebola e um purê de inhame. A chef conta que o Zanzibar – fundado na década de 70 na Rua dos Artistas (Garcia) –, pretendia ser um espaço para reunir pessoas negras. Mas o lugar acabou agregando gente de toda etnia e sendo reduto para a vida bôemia de intelectuais como Caetano e Gil, que sentavam para discutir a inserção do negro na sociedade da época. “Eu segurei a história da cultura negra, minha religião é o candomblé. Eu acho que faço a diferença de ser extremamente assumida: a minha casa é um gueto da minha religião”, disse Ana. Na decoração, os desenhos étnicos e o altar com santos e orixás confirmam a intenção. O dono do boteco Dona Eva, Wagner Lancelotti, vencedor da edição passada com o prato Macaxeira Espanhola, diz que o Comida di Buteco é mais do que uma disputa gastronômica. “É um concurso de educação e orientação aos donos de bar”. Esse ano eles concorrem com uma carne de porco defumada, acompanhada com queijo coalho em cubos, banana da terra, farofa d’gua e uma salada de couve- folha crua. Para Wagner, o prato tem que trazer a identidade do boteco e deve seguir no cardápio mesmo após o concurso. Como dica para os novos participantes, ele destaca a preocupação com todos os aspectos do espaço. A higiene, o atendimento, a temperatura da bebida e o petisco são os quesitos para a premiação. O voto do júri e do público vale 50% cada. “A gente tem que tirar essa máxima de que o atendimento na Bahia é fraco. A nossa cerveja tem de ser a mais gelada, os nossos bares têm que ser os mais limpos e o nosso atendimento e a nossa comida têm que ser os melhores”, diz Wagner. COMIDA DI BUTECO / HOJE A 11 DE MAIO/ VEJA ROTEIRO COMPLETO NA PÁGINA 5


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