ARTES VISUAIS_Independência da Bahia retratada nas telas de Sergio Cinturión

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2 História do time do Flamengo ganha versão teatral 6

SALVADOR TERÇA-FEIRA 2/7/2013

CENA O espetáculo O Mais Querido, do diretor baiano Edvard Passos, tem previsão de estrear no mês de outubro, no Rio de Janeiro

EDUARDA UZÊDA

Depois do sucesso do espetáculo A Voz do Campeão, que narrou a história do Esporte Clube Bahia por meio dos depoimentos de um torcedor apaixonado, o diretor baiano Edvard Passos resolveu investir em outro audacioso projeto. Trata-se do espetáculo O Mais Querido, que pretende levar ao palco as mais extraordinárias façanhas do Clube de Regatas do Flamengo, um dos times mais populares do país. Com estreia prevista para outubro, no Rio de Janeiro, o espetáculo já confirmou um baiano no elenco: o ator Emiliano D’Ávila, que interpretou Lúcio, na novela Avenida Brasil. “Contar a história do clube do Flamengo é contar a invenção do jeito brasileiro de jogar futebol”, afirma o diretor.

petáculo tem prólogo ambientado em 1895, quando quatro jovens estudantes cariocas, cansados de sempre perder as garotas do bairro para os musculosos remadores de Botafogo, decidem criar um grupo de regatas do Flamengo. Aos quatro estudantes juntam-se mais dois para cotizar a compra de uma velha baleeira e escapam, por pouco, de uma tragédia nos mares da Baía de Gua-

nabara. Foi o início de tudo.

Fluminense

O encenador afirma que, a partir daí, é mostrada a cisão do futebol do Fluminense, campeão carioca, em 1911. ”Jogadores tricolores rompem com a diretoria do time e o Clube de Regatas Flamengo ganha um plantel campeão, só que com uma estrutura totalmente improvisada”, diz.

A Geração de Ouro do Flamengo não fica de fora. Leandro, Júnior, Adílio, Zico, Nunes, Andrade, dessa vez como personagens, trarão à cena suas histórias e as conquistas do clube. São apenas alguns dos aspectos abordados.

Drama

O ator Emiliano D’Ávila, que garante que é torcedor do Flamengo, confessa que no início ficou

um pouco receoso de embarcar no projeto. “Como a história de um time de futebol poderia dar pano para manga no teatro? Depois, entretanto, pelas conversas com Edvard, vi que a história do Flamengo é repleta de drama, conflitos, momentos históricos”, afirma, entusiasmado. Sobre a equipe, Edvard ressalta: “O Bruno Lucena, nosso colaborador, é o historiador do Bruno Heitor / Divulgação

Edvard Passos investe neste projeto depois do sucesso de A Voz do Campeão, sobre o Esporte Clube Bahia

Dramaturgia

Ele conta que a dramaturgia de O Mais Querido foi construída sobre uma ampla pesquisa bibliográfica, além da consultoria da Diretoria do Patrimônio Histórico do Clube de Regatas do Flamengo. “Não quis repetir a mesma estrutura do espetáculo do Esporte Bahia, que teve texto assinado por mim e João Alfredo e que foi montado a partir do ponto de vista do torcedor. No caso do Flamengo, parto da premissa de um grupo forte de amigos para contar, com saltos evolutivos, a história do clube“, afirma Edvard Passos. Em cena, seis atores representarão diversos personagens ao longo dos muitos anos de vida do clube, assumindo por vezes a condição de narradores. Os intérpretes, além de cantar, deverão tocar instrumentos típicos de roda de samba. De acordo com Edvard, o es-

Clube de Regatas do Flamengo. Ele acompanhou todo o processo da peça e é nosso consultor para revisão dos dados históricos da dramaturgia. E Tânia Rocha é a representante da Rocha Rio Produções, que tem um excelente currículo”. O diretor informa que Ricco Viana é o diretor musical. “Ele já trabalhou em projetos maravilhosos como Clandestinos (peça e série de TV)”.

“Contar a história do clube do Flamengo é contar o jeito brasileiro de jogar futebol” EDVARD PASSOS, diretor

1895

O ator baiano e flamenguista Emiliano D’Ávila, que viveu o personagem Lúcio na novela Avenida Brasil, integrará o elenco do espetáculo

É o ano em que estudantes cariocas, cansados de perder as garotas do bairro para os musculosos remadores de Botafogo, decidem criar um grupo de regatas do Flamengo

Banda King Cobra volta aos palcos pelo puro prazer de tocar os clássicos do hard rock Chu Monte / Divulgação

nhecido tatuador, está de volta a capital baiana após um período morando no interior do estado (Itaberaba), fato que provocou a parada em 2010.

tel (bateria). Já na guitarra, posto ocupado por Oyama Bittencourt, também passaram alguns nomes bem conhecidos na cena local, como Martin Mendonça (Pitty), que foi o primeiro guitarrista, além de Ricardo Flash, Paulinho Oliveira (ambos ex-Cascadura) e Denis Carvalho (ex-Slow). A data do início do grupo não é bem certa. Jorge recorda que o grupo começou a tocar no final da Gridlock, banda que tinha como guitarrista Martin, autointitulada "a primeira banda de doom metal do Brasil". “Fizemos durante quatro anos os sábados no Calypso. O público era formado por músicos, que iam como se travestiam. Os Dead Billies iam de rockabilly, os caras do metal com seus casacos de couro. Existia essa libertação de ser o que se sonhava. Mas eu ainda vou de calça de couro e tudo mais", promete Jorge.

Formações

INÍCIO DA TEMPORADA CAMISA DE VÊNUS E

Coletânea Lucas Cunha (interino) Jornalista

A coluna desta semana presta homenagem a um dos grupos mais longevos do rock baiano, que, após um recesso de três anos, está de volta celebrando o bom e velho rock'n'roll nos inferninhos de Salvador. É a King Cobra, banda que começou suas atividades nos anos 1990 com uma proposta simples: reunir amigos para tocar os clássicos do hard rock. Todos os integrantes sempre tiveram seus outros projetos autorais, com músicas próprias. Por isso, a King Cobra é vista como um momento de diversão, com um repertório que passeia por músicas de grupos como Led Zeppelin, Deep Purple, Whitesnake e Black Sabbath. O primeiro show deste retorno ocorreu no último dia 14, no Dubliners, Rio Vermelho. E uma nova chance de conferir a banda

A King Cobra é: Kayhru (bateria), Oyama (guitarra), Jorge (vocal), Eduardo (baixo) e Cris (teclado)

Cancões do Deep Purple, Black Sabbath, AC/DC, Whitesnake e Led Zeppelin estão no repertório do grupo

acontece neste sábado, na abertura da temporada que o Camisa de Vênus faz no próprio Dubliners, todos os sábados de julho, sempre com convidados. "Sempre digo que depois de tocar algumas das melhores músicas do mundo, fica difícil compor alguma coisa", conta o vocalista Jorge King Cobra. Jorge, que também é um co-

Além de Jorge, nos vocais, a banda atualmente conta com Eduardo Rios (baixo), Cristiano Macchi (teclado) e Kayrhu Pon-

CONVIDADOS (NESTA EDIÇÃO, KING COBRA E OS INFORMAIS) / SÁBADO, 22H / DUBLINERS IRISH PUB (R. DA PACIÊNCIA, RIO VERMELHO) / R$ 20 (LISTA) E R$ 25 (PORTA)

Rock instrumental As bandas de rock instrumental Vendo 147 e Tentrio se apresentam nesta sexta no Dubliners (Rio Vermelho). R$ 10 (lista amiga) e R$ 15 (na porta).

Rock de graça Quinta, tem show de graça no Dubliners com as bandas Van der Vous, Parafernália Sonora, Confusão Fusão e Aglomerasons. A partir das 22 horas.

Despedida Após três semanas, me despeço da coluna. Chicão tá de volta!

“Tentei repassar a analogia entre fatos universais e os que aconteceram na Bahia”

Independência da Bahia e seus heróis são retratados nas telas de Sergio Centurión Na comemoração dos 190 anos de Independência da Bahia, os heróis do Dois de Julho ganham homenagem especial. A história deles encantou o artista plástico uruguaio radicado na Bahia Sergio Centurión, que transformou detalhes desses episódios nas seis telas da exposição 2 de Julho – Traços da Independência, em cartaz de hoje ao dia 30, no Museu da Cidade (Pelourinho). “Tentei repassar a analogia entre fatos universais da história

Daganja disponibiliza hoje para download o seu segundo disco, Tá no Ar, além do clipe da faixa Nossa Conquista. Tudo no novo site: daganjaoriginal.com.

Divulgação

PLÁSTICAS

THALITA LIMA

Rapper lança disco

e os que aconteceram na Bahia”, diz Centurión. O trabalho exigiu cinco meses de pesquisa em livros e bibliotecas de Portugal, Rio de Janeiro e Bahia.

Obras

Entre as obras, destaca-se Heroínas da Independência da Bahia, painel com três telas que retratam a morte de Joana Angélica, a queima de barcos em Itaparica, comandada pela escrava Maria Felipa, e Maria Quitéria com a bandeira do Primeiro Império. A Batalha de Pirajá (1822) é

representada em A Cornetada de Luis Lopes, que mostra o corneteiro que trocou o toque da batalha para “avançar” e “degolar”, culminando em vitória brasileira. As lutas populares em Cachoeira, a dúvida de D. Pedro I sobre declarar ou não a independência do Brasil e a Revolta dos Alfaiates também são retratadas nas obras.

SERGIO CENTURIÓN, artista plástico

2 DE JULHO – TRAÇOS DA INDEPENDÊNCIA/ DE HOJE A 30/ SEG A SEX, DAS 10H ÀS 16H/ MUSEU DA CIDADE – PELOURINHO

Tela representa a morte de Joana Angélica, uma das heroínas

Os episódios das lutas pela Indepedência são representados com riqueza de detalhes nas pinturas


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