TFG - Biblioteca Sensorial - Thamiris Bernardes

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THAMIRIS BERNARDES DA SILVA

BIBLIOTECA

SENSORIAL

2020



RIBEIRÃO PRETO-SP 2020

ARQU TETURA

URBA NISM

BIBLIOTECA

THAMIRIS BERNARDES DA SILVA

SENSORIAL

Trabalho Final de Graduação apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá, orientado pelo Professor Mestre Éder Roberto da Silva.

CENTRO UNIVERSITÁRIO BARÃO DE MAUÁ


Agradecimentos

Agradeço ao espaço que tanto me ensinou, à todo o corpo docente que fez parte de minha formação e meu orientador, o Professor Mestre Éder Roberto da Silva. Agradeço aos meus pais por todo o apoio durante esses cinco anos de estudo e dedicação ao curso que sempre me encantou. Acredito que a arquitetura seja tão valiosa para a sociedade quanto o remédio ao enfermo. Dedico este trabalho aos meus amigos e companheiros de trabalho durante estes anos Emily Geisa Toni, Flávio Renato Pires de Moraes e Luis Ricardo Pascual Neto. A todos estes minha eterna gratidão.


‘’Em uma boa biblioteca, você sente, de alguma forma misteriosa, que você está absorvendo, através da pele, a sabedoria contida em todos aqueles livros, mesmo sem abri-los.’’

MARK TWAIN


Resumo

Para o desenvolvimento da proposta do Trabalho Final de Graduação no curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá será elaborado o projeto de uma Biblioteca Sensorial para o município de Batatais. O projeto tem como propósito atualizar a nossa percepção quanto às bibliotecas, trazendo o conceito e as estratégias da arquitetura sensorial. Visa instigar o usuário do espaço, criando através dos ambientes do objeto estímulos que provoquem experiências sensoriais, tentando despertar a visão e os outros sentidos.


Abstract

For the development of the proposal of the Final Graduation Work for the course of Architecture and Urbanism of the Centro Universitรกrio Barรฃo de Mauรก will be elaborated the project of a Sensorial Library for Batatais city. The project has as purpose update our perception of the librarys, bringing the concept and the strategies of sensorial architecture. Aim instigate the space user, creating trough the object environments stimuli that provoke sensorial experiences, trying to awake the vision and the other senses.


SUMÁRIO 11. 20. 42. 60. 120.

Introdução

Arquitetura Sensorial

Metamor fose das Bibliotecas

Truques de Mestres

Corpo da Cidade

A introdução aborda questões como o problema a ser abordado, objetivos gerais e específicos do trabalho, justificativas para a intervenção e quais as metodologias utilizadas.

22 Arquitetura Sensorial 23 Miopia Moderna 28 Plantas, pedras e perfumes 32 Ecos para os teus ouvidos 36 Um toque de Arquitetura 40 Sensação 44 Retrato da Leitura no Brasil 45 As bibliotecas na história do mundo 48 Evolução 56 Estrutura física das primeiras bibliotecas 58 A biblioteca contemporânea 63 Centro para Cegos 70 Termas de Vals 80 Biblioteca de Calgary 92 Biblioteca Northside 104 Mediateca em Thionville 112 Biblioteca de São Paulo 122 Localização 124 Análise (macrozoneamento) 126 Mapa de bairros (estudo socioeconômico) 128 Mapa de equipamentos urbanos 130 Levantamentos raio de 350m


142. 164. 182. 196. 224.

Processo Criativo

Relações do Objeto

Anteprojeto Arquitetônico

RealIdade

145 Brainstorm 146 Moodboards 156 Divisão do lote 158 Programa de necessidades 160 Organograma 162 Fluxograma 166 Estudo de distribuição 167 Plano de massas-área 1 170 Volumetria 173 Condicionantes naturais 180 Entorno imediato 181 Visadas prioritárias 184 Implantação 186 Planta do térreo 188 Planta primeiro pavimento 190 Planta pavimento superior 192 Planta de Cobertura 194 Cortes 198 Perspectivas externas 208 Perspectivas internas 220 Detalhes de porta 222 Detalhes de piso

Virtual

Referências Bibliográficas

224 Referências Bibliográficas 226 Listagem de figuras


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Introdução Compreender o hábito de leitura e o tempo médio despendido para essa atividade é importante para avaliar o nível cultural e educacional de cada nação. A leitura ajuda na construção do conhecimento e opiniões críticas, ​ incentiva a criatividade e melhora o desenvolvimento geral do indivíduo.*

Esses equipamentos impulsionariam o consumo gratuito de livros e atrairia cada vez mais consumidores que procuram este material, porém, não podem custeá-lo. Para que isso aconteça é imprescindível que as novas bibliotecas possuam todos os tipos de formatos de informação.

Pesquisas do Instituto Pró-Livro apontam o quanto o brasileiro está disposto a pagar por um livro. Revelou, ainda, que só não se lê mais no país por falta de dinheiro para investir na aquisição de livros, já que a população, hoje, está disposta a pagar menos por um livro do que estava em 2015.

Algumas estratégias podem ser adotadas para adaptar a tecnologia às bibliotecas transformando-as em ambientes mais interativos e dinâmicos, uma delas seria fazer uso das mídias sociais e digitais. Outra medida seria posicionar a biblioteca como uma plataforma de aprendizagem e desenvolvimento da comunidade.

Uma alternativa está sendo a compra de livros digitais que possuem um valor mais acessível que o livro físico. Sabemos que a tecnologia está para ficar e sempre em evolução, mas, afinal, como os dispositivos digitais de leitura influenciam o mercado? Os dispositivos digitais ampliaram os formatos de comercialização dos livros. Hoje, existem a versão em e-book e a versão em áudio book da mesma obra que é vendida impressa na livraria. Ou seja, os suportes a esses materiais precisam ser repensados.** Sendo assim, a proposta aqui apresentada visa destacar a importância da presença de mais bibliotecas públicas. Um meio de incentivar o crescimento do hábito de leitura e por fim não haveria ao leitor o custo com a compra de livros, sejam eles físicos ou digitais, tornando mais fácil o acesso à informação e conhecimento.

* Texto adaptado do site Diagramando. com - Saiba quais são os países que mais leem livros no mundo ** Texto adaptado do site Printstore.com Hábito e consumo de livros no Brasil

As nossas memórias são formadas de várias nuances de cor, cheiro, aromas e sentimentos. Usá-las no conceber projetos é talvez uma dimensão a ser incorporada com mais paixão no ato de projetar. Aromas diversos ornando corredores podem aumentar a percepção do espaço e a sensação de descobrí-lo. Esta introdução ao trabalho final de graduação justifica-se devido à grande influência que a psicologia exerce sobre as pessoas e seu comportamento. A pesquisa busca contribuir com estudos, análises, levantamentos de dados e informações, diretrizes, referências e ferramentas, de modo a ampliar a quantidade de materiais sobre o tema. Tendo em vista exemplificar de forma clara, as melhores estratégias para obter-se uma reformulação e modernização do conceito que temos pré-estabelecido sobre as bibliotecas. Restaurar a sua valorização e ressignificar a ideia de ser um mero “depósito de livros”.

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Esta introdução ao trabalho final de graduação justifica-se devido à grande influência que a psicologia exerce sobre as pessoas e seu comportamento. O levantamento aqui desenvolvido contribui para ampliar a quantidade de materiais sobre o tema. Busca contribuir para conversas e debates sobre o papel da influência psíquica e a fruição sensorial da arquitetura sobre os espaços projetados voltados aos sentidos, a servir como referência para outras produções cientificas.

Apoiando-se documentalmente em dissertações, artigos e sites sobre o tema e objeto, bibliografias pertencentes ao acervo do Centro Universitário Barão de Mauá entre outros materiais correlatos e por fim, análises de referências projetuais relacionados ao projeto.

A fruição sensorial é a resposta imediata dos órgãos sensoriais perante um estímulo. Através de características do espaço arquitetônico, tais como a escala, a materialidade, o programa e a formalidade, promovem intencional ou inconscientemente a fruição sensorial do usuário.

Portanto, as questões levantadas e discutidas até agora, e as colocações existentes serão questionadas e aprofundadas e sustentarão a problematização a ser enfrentada por este trabalho.

As reações físicas despertam também as reações psicológicas, onde a arquitetura, neste caso passa a funcionar como o estímulo de todas as sensações. Portanto, a influência psíquica é a influência mental e energética exercida por um indivíduo ou ambiente sobre o nosso cérebro e ocorre em grande parte das vezes de forma totalmente inconsciente, neste caso é como o ambiente afeta nossa saúde mental.

‘’Sabe o que eu quero de verdade? Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma. Porque sem ela não poderia sentir a mim mesma...’’

A metodologia a ser implementada durante o desenvolvimento do anteprojeto arquitetônico de uma Biblioteca Sensorial baseia-se no mapeamento quantitativo das instituições educacionais do município. Para o mapeamento quantitativo e qualitativo de livrarias e similares do município serão feitos levantamentos e análises de dados do município, bem como da legislação vigente.

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A partir de análises urbanísticas da região de inserção do objeto, será desenvolvido o levantamento fotográfico e análise da área e entorno, o levantamento e análise física do terreno e estudos de implantação do objeto.

- Clarice Lispector.


A Arquitetura é nosso principal instrumento de relação com espaço e tempo, por ela envolver várias experiências sensoriais que se integram entre si. As edificações imponentes de algumas grandes cidades contemporâneas mostram uma certa falta de humanismo, quando deveriam estar focadas em aguçar todos os sentidos. Mostrar que a visão não é o principal, nem único sentido importante. Os ambientes que frequentamos por algumas horas ou os quais passamos o dia todo acabam por influenciar coisas como rotina, comportamento e relações. Uma das funções da arquitetura é projetar estes espaços assim como as condições para uma interação saudável entre o usuário e o lugar. No caso de equipamentos públicos a função social da arquitetura é potencializada para comportar e atender um grande número de pessoas das mais diversas faixas etárias e classes sociais. As bibliotecas públicas há muito tempo vem tendo dificuldades em atrair a população, principalmente as novas gerações, se tornando um equipamento esquecido, pouco utilizado e por isso carente de investimentos e propostas que visem a modernização das mesmas e o engajamento do público-alvo. A situação atual das bibliotecas, de modo geral no Brasil, é de prover basicamente estantes com livros. Em cidades mais populosas e desenvolvidas a tecnologia já se mostra mais presente, através de salas de informáticas, pontos de carregar celulares, notebooks, tablets e outros equipamentos. Porém, não se aplica a todas as instalações existentes. O

espaço físico também não é capaz de atender ao público que busca utilizar esse equipamento público, muitas vezes sem a infraestrutura adequada acaba afastando o usuário, que não tem uma boa experiência e decide não retornar, preferindo o conforto de seu lar. Além desses aspectos já conhecidos, existe a falta de acessibilidade, e não estou dizendo isso no sentido que nos acostumamos a entender essa palavra, cadeirantes devem sim ter acesso, mas não só eles. A pergunta que faço a você leitor é: por que as nossas bibliotecas estão focadas em atender somente as pessoas que tem a visão? Isso acontece porque o mundo está acostumado a lidar com a maioria, sendo assim, a minoria, acaba por ficar sem as mesmas oportunidades, neste caso de acesso a informação e ao conhecimento. Felizmente, durante os últimos 25 anos houve maior direcionamento da arte e arquitetura aos sentidos, a percepção e à experiência humana, mesmo que de maneira rasa. A arquitetura passou a atentar-se mais expressivamente com a materialidade, espaço, simbolismo, a relação da mesma com o contexto e atmosfera, em conjunto. Tendo em vista isso, alguns municípios como São Paulo buscam maneiras de mudar esse cenário. A Biblioteca de São Paulo (BSP) chama a atenção pela arquitetura que coloca o público como foco, e não o acervo, diferente do que acontece nas bibliotecas tradicionais.

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Uma particularidade da BSP é o público: a biblioteca atrai pessoas de diferentes idades, gêneros e condições socioeconômicas, ao contrário da maioria das bibliotecas públicas cujo público é formado por pessoas em idade escolar.* A proposta é desenvolver um espaço que proporcione ao leitor acesso natural ao acervo, considerando que ele tenha a visão ou não, audição, estimulando o tato, olfato, todos os sentidos, sem discriminação, provendo suporte e integração de todos os públicos.

Poderá fornecer por exemplo, materiais em braile, áudio livros e projetar uma arquitetura que permita ao usuário se locomover, localizar, usufruir do espaço, e ao longo do caminho, experienciando as intervenções projetadas para comunicar com os sentidos humanos. O foco será o ser humano e a relação com o espaço, criando memórias não só visuais, memórias mais profundas e sinestésicas.

‘‘Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê.’’ - Monteiro Lobato

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Fig.1:Livros representando sentidos.


O objetivo geral do trabalho é elaborar o projeto arquitetônico de uma biblioteca sensorial na cidade de Batatais visando atualizar este equipamento público. Cujas diretrizes principais sejam abordar, analisar, explicar e fundamentar a arquitetura e os cinco sentidos humanos. Tendo em vista apontar as manifestações que os mesmos causam nos usuários e como o uso de cores e da iluminação em projetos de arquitetura podem influenciar o modo como sentimos a arquitetura.

Analisar a arquitetura de bibliotecas semelhantes para auxiliar no estudo do programa de necessidades; Estudar modos de integrar livros físicos e digitais para melhorar a compreensão do tema e sua relação com o objeto da proposta de trabalho; Criar acessibilidade de todos os públicos ao acervo;

Estimular a criatividade do visitante e usuário do espaço;

Elaborar ambientes que despertem os sentidos.

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Os livros ajudam na formação crítica do cidadão, fomentam a construção do conhecimento e o desenvolvimento da criatividade. É também uma forma de apresentar ao leitor novos mundos, gerando em si a reflexão de sua realidade e de conceitos como ética, empatia, respeito, sororidade, compaixão e compreensão. Há diversas preocupações com a quantidade de imagens e visões que recebemos no mundo contemporâneo. Olhar não significa necessariamente que você está, de fato, prestando atenção e tirando proveito da experiência. Desenvolver novas formas de conhecer e ampliar os outros sentidos é preciso.* Pensando nisso foi desenvolvida a chamada “Arquitetura Sensorial”, uma arquitetura pensada nos mínimos detalhes, planejada para criar perspectivas e comunicarse com cada sentido que possuímos. Adaptemos a visão da biblioteca como espaço que não só abriga livros, mas também garante ao usuário um lugar seguro. Onde há a possibilidade de contato com pessoas diferentes e de mesma opinião. Criar uma abertura para compartilhar ideias e experiências e criar diálogos sobre autores e histórias favoritas entre os leitores. O anteprojeto aqui proposto tem como função primordial expor para todos os públicos a real notabilidade desse equipamento para a sociedade e a razão da arquitetura como ferramenta para a construção desse objeto.

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Recentemente, os livros, tão amados por uns e tão desvalorizados por outros, ganharam um novo propósito, o de cura. O processo da chamada cicatrização ou cura emocional por meio da leitura ganhou a nomenclatura de biblioterapia. Num mundo onde as doenças mentais atingem tantas pessoas, pode ser uma chave para diminuir por exemplo os índices de depressão profunda e suicídio. A Instalação do artista mexicano Jorge Mández Blake, metaforicamente mostrando o impacto de um livro, o livro em questão na imagem é O Castelo de Fraz Kafka. A metáfora está no fato de que uma pequena ideia pode ter um efeito muito maior do que imaginamos.

Fig.2: Instalação impacto de um livro.


A biblioteca existente em Batatais está localizada na antiga estação ferroviária da cidade, junto com o museu. Contudo, atualmente está fechada por problemas administrativos, um concurso foi feito para preencher a vaga de bibliotecário, porém ninguém apareceu. A infraestrutura não é adequada possuindo pouca iluminação, conforto e espaço de circulação e permanência. A localização não favorece, a grande maioria da população desconhece a sua existência, outro ponto é a troca constante de edifícios, dificultando ainda mais sequer encontrar informações do paradeiro do acervo. A ausência de um equipamento público de qualidade que atenda a todos os públicos no município de Batatais é uma situação que evidencia a relevância da abordagem do tema deste trabalho. Fig.3: Livro El Castillo do autor Franz Kafka.

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Para a elaboração do trabalho final de graduação, tendo como objeto de anteprojeto arquitetônico uma biblioteca sensorial, adequados às necessidades locais onde será implantada, na cidade de Batatais, serão utilizados métodos de coleta, análise e desenvolvimento de informações como por exemplo, o mapeamento quantitativo das instituições educacionais do município, o levantamento e análise de dados do município e levantamento e análise da legislação vigente. Agregado a estes, análises urbanísticas da região de inserção do objeto, levantamento fotográfico e análise da área e entorno, levantamento e análise física do terreno, estudos de implantação do objeto. Somados à pesquisas em dissertações, artigos e sites sobre o tema e objeto, consultas à bibliografias pertencentes ao acervo do Centro Universitário Barão de Mauá e análises de referências projetuais relacionados ao projeto. Foi elaborado um cronograma de trabalho para auxiliar no desenvolvimento das etapas de forma a alcançar os objetivos. Pretende-se a partir das informações levantadas construir um anteprojeto sólido, embasado e de acordo com as normas técnicas e legislações vigentes. O material foi distribuído em capítulos, ficando repartido de forma que o primeiro capítulo aborde o tema e o segundo o objeto, em terceiro as leituras das referências projetuais, em quarto seguem as análises da área determinada e por fim os capítulos que demonstrem as etapas de desenvolvimento do projeto, ou seja, o processo projetual e o resultado final.

Fig.4: Representação das primeiras etapas do projeto.

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COLETA

ANÁLISE

LEGISLAÇÃO


OBJETO

PROGRAMA

DIRETRIZES

REFERÊNCIA

TEMA

CONDICIONANTES

CROQUI

IDEIAS

PROJETO

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CAPĂ?TULO 1

Arquitetura Sensorial



Arquitetura Sensorial A Arquitetura Sensorial é em tudo uma experiência que envolve tato, envolve olfato, envolve aroma..., enfim, envolve nossos sentidos humanos e nos faz vibrar. Prédios e cidades são mais do que blocos de materiais, mesmo que lindamente empilhados.* São materialização de conceitos, ideias e sensações e por isso mesmo, uma experiência sensorial única. Juhani Pallasmaa é um dos mais renomados arquitetos e teóricos da arquitetura da Finlândia. Em todos os aspectos de sua atividade teórica e prática ele coloca uma ênfase consistente na importância da identidade humana, da experiência sensorial e da tatilidade. E com a ajuda de seus conhecimentos e estudos vamos definir o que é a arquitetura sensorial. Afinal, qual seria o papel da arquitetura na orquestração de uma experiência? Como é possível criar uma atmosfera marcante para o usuário? A busca por uma percepção espacial que impacte, comova, envolva e conecte lugar e corpo é o princípio da arquitetura sensorial.

Ainda segundo Wigley (1998) a atmosfera [...] é um tipo de emissão sensorial de som, luz, calor, cheiro e umidade;um clima serpenteado de efeitos intangíveis gerados por um obejto imóvel.

Apreciamos um lugar não apenas pelo impacto que este tem em nosso córtex visual, mas sim pelo jeito que ele é ouvido, sentido e pelo seu cheiro. ANDERTON,1991,p.27

A partir das informações sobre o que é a arquitetura sensorial, daqui em diante fala-se um pouco sobre o papel de cada sentido no desenvolvimento da arquitetura e o impacto no nosso corpo. Na ordem temos, visão, olfato, audição e tato, sendo abordados nos seguintes títulos: -Miopia Moderna

Construir um espaço físico é construir uma atmosfera. A atmosfera pode até ser o objetivo central do arquiteto. Ao final, é este clima de efeitos efêmeros que envelopa o habitante, não o edifício.

-Plantas, pedras e perfumes -Ecos para os teus ouvidos -Um toque de arquitetura

WIGLEY,1998,p.18

COMO PROJETAR UM ESPAÇO PARA TODOS OS SENTIDOS?

* Texto adaptado do blog Elenara Leitão Arquitetando Ideias – Arquitetura: uma experiência sensorial

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Miopia Moderna Atualmente, nenhum sentido é tão requisitado e valorizado quanto a visão. Não é de hoje que nossa sociedade foi habituada a crer que só as pessoas que enxergam podem vivenciar uma experiência completa. Vem desde a era dos grandes filósofos, quando Platão já considerava a visão como o mais nobre dos sentidos, e Heráclito dizia que “os olhos são testemunhas mais confiáveis do que os ouvidos”. No entanto, ver e não enxergar é mais comum do que se imagina. Especialmente para nós que estamos acostumados a somente olhar para tudo e não perceber o que realmente está a nossa volta. O que realmente nós enxergamos? Quantas vezes passamos despercebidos por algo que nos rodeia e não enxergamos as coisas simples que a vida nos mostra? A hegemonia gradualmente obtida pelos olhos parece ter paralelo com o desenvolvimento da consciência do ego e o paulatino afastamento do indivíduo do mundo; a visão nos separa do mundo, enquanto os outros sentidos nos unem a ele. No livro “Os Olhos da Pele” , o autor Juhani Pallasmaa nos conta um pouco sobre como o sentido da visão e a modernidade tecnológica de hoje se relacionam.

O único sentido que é suficientemente rápido para acompanhar o aumento assombroso da velocidade do mundo tecnológico é a visão. Porém, o mundo dos olhos está fazendo com que vivamos cada vez mais em um presente perpétuo, oprimidos pela velocidade e simultaneidade. PALLASMAA, Juhani. 2011,p.21

Fig.5: Representação da privação visual.

Os olhos querem colaborar com os outros sentidos. Todos os sentidos, inclusive a visão, podem ser considerados como extensões do sentido do tato - como especializações da pele. Eles definem a interface entre a pele e o ambiente – entre a interioridade opaca do corpo e a exterioridade do mundo.* A visão é composta de muitas facetas diferentes que vão além da estética.

* Texto adaptado do livro Os Olhos da Pele do autor Juhani Pallasmaa.

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O acesso visual à luz natural, por exemplo, nos ajuda a manter ritmos biológicos consistentes (ligados à saúde física, mental e comportamental). Já a exposição ao sol permite aos nossos organismos sintetizar a vitamina D, que promove a saúde óssea, a função imunológica e ainda reduz a inflamação. O centro para cegos, situado no México, uma das referências projetuais trabalha com o dinamismo de luz natural e sombras.

Uma das questões relacionadas a visão é o jogo de luz e sombras. Um exemplo é o conceito por trás do projeto do Instituto do Mundo Árabe do arquiteto Jean Nouvel, foi construído em Paris no ano de 1987. O centro cívico visa difundir a cultura árabe e estabelecer uma relação com os franceses, já que neste país existe um grande número de árabes. O edifício acentua elementos arquetípicos da arquitetura tradicional árabe, através da fachada sul, onde reinterpreta uma série de figuras geométricas frequentemente utilizadas na cultura árabe, conferindo-lhes a forma contemporânea de diafragmas móveis. O tamanho e a forma desses cristais são exatamente os mesmos da fachada norte, exceto que, neste caso, cada cristal quadrado contém esses diafragmas. Além disso, no edifício é possível observar o interior, o tratamento da luz através de molduras e filtros, e a sobreposição de molduras. Conforme você caminha pelo interior, pode apreciar a fluidez espacial, favorecida pelo intrincado jogo de luz da fachada.

Fig.6: Corredor do Centro para Cegos e Deficientes Visuais.

Fig.7: Vista interna dos cristais do Instituto do Mundo Árabe.

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Conhecemos muito mais sentimentos do que cores. Dessa forma, cada cor pode produzir muitos efeitos, frequentemente contraditórios. Cada cor atua de modo diferente, dependendo da ocasião. O mesmo verde pode atuar de modo salutar ou venenoso, ou ainda calmante. O amarelo pode ter um efeito caloroso ou irritante. A cor é mais do que um fenômeno ótico, mais do que um instrumento técnico. Os teóricos das cores diferenciam as cores primárias (vermelho, amarelo, azul) das cores secundárias (verde, laranja, violeta) e das cores mistas, subordinadas (como rosa, cinza, marrom); não há unanimidade a respeito de o preto e o branco serem cores verdadeiras; em geral, ignoram o ouro e o prata como cores – apesar de, na psicologia, cada uma dessas 13 cores ser autônoma, não podendo ser substituída por nenhuma outra. E todas são igualmente importantes. Do vermelho obtém-se o rosa – mas a impressão que ele causa é totalmente diferente. O cinza é composto de branco e de preto, mas seu efeito não corresponde nem ao do branco nem ao do preto. O laranja tem parentesco com o marrom, mas seus efeitos são, no entanto, opostos. Para trabalhar com as impressões causadas pelas cores, as impressões psicológicas são essenciais. O azul é uma cor que encontramos com facilidade e abundância em nosso dia a dia. Na psicologia é associado a: confiança, calma, estabilidade, sucesso, saúde e cura. Essa cor desperta o senso de reflexão e contemplação, além de que retarda o metabolismo e diminui a pressão arterial, por isso o efeito calmante. Essa característica faz com que seja aplicado em dormitórios por exemplo. O vermelho por outro lado é uma cor de impacto, destaque e intensidade. Está ligada a atenção e a emoções fortes. Na psicologia é

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associado a: coragem, liderança, energia, perigo, força, poder, desejo e amor. Usada para incentivar a ação, ela aumenta a intensidade. Acelera o metabolismo, assim como a taxa de respiração e a pressão arterial. Por ser capaz de estimular o apetite, é muito comum no ramo alimentício. O amarelo é a cor mais energizante e mais clara. Na psicologia é associado a: estímulo, energia, aquecimento, alegria, otimismo, esperança e espontaneidade. Capaz de aumentar a pressão sanguínea, essa cor estimula o lado racional do cérebro, o que ajuda na tomada de decisão, trazendo clareza de ideias. O verde na psicologia é associado a: natureza, vitalidade, frescor, harmonia, renovação e dinheiro. Possui um efeito repousante para os olhos. Uma cor que consegue equalizar emoções, criando equilíbrio entre a cabeça e o coração, o verde é resultado da soma de azul (racional) e amarelo (emocional). A cor laranja é associada a: amizade, entusiasmo, alegria, criatividade, determinação, sucesso, encorajamento, impulso e estímulo. Como efeito: aumenta o suprimento de oxigênio para o cérebro estimulando a atividade mental. Dá sensação de calor. Combinação de energia (vermelho) e alegria (amarelo). Ajuda a olhar o lado positivo das coisas e estimula a comunicação. O roxo é associado a: sabedoria, independência, criatividade, arte, cultura, riqueza, extravagância, otimismo, realeza, espiritualidade, mistério e magia. Uma cor que transmite equilíbrio, pois é combinação de energia (vermelho) e tranquilidade (azul). Estimula a área do cérebro do pensamento abstrato, ativando a criatividade e a imaginação.*

* Texto adaptado do site pardeideias. com/psicologia-das-cores Fig.8: Paleta de cores.


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Plantas, pedras e perfumes Precisamos de apenas oito moléculas de uma substância para desencadear um impulso olfativo em uma terminação nervosa, e conseguimos detectar mais de dez mil diferentes odores. O olfato é o sentido mais fortemente vinculado à memória. Por isso, os ambientes de varejo e hotelaria há muito tempo usam aromas de assinatura para criar experiências multissensoriais memoráveis para ​​ seus clientes. Nos projetos residenciais, odores agradáveis podem ​​ ajudar a criar uma associação forte e positiva entre o espaço e seus ocupantes e tornar o ambiente menos estéril e mais pessoal. Segundo PALLASMAA (2011) um cheiro específico nos faz reentrar de modo inconsciente um espaço totalmente esquecido pela memória da retina; as narinas despertam uma imagem esquecida e somos convidados a sonhar acordados. Um prazer especial das viagens é se familiarizar com a geografia e o microcosmos de odores e sabores. Cada cidade tem seu espectro de sabores e odores. As bancas dos mercados de rua são exibições apetitosas de odores: criaturas do oceano que cheiram a alga, legumes e verduras que trazem o aroma da terra fértil e frutas que exalam a doce fragrância do sol e do ar úmido do verão.*

A maneira mais comum em arquitetura de estimular o sentido do olfato é através das plantas, do natural, do cuidadoso projeto de paisagismo. Os aromas das numerosas espécies podem transmitir tanto conforto quanto incômodo. Uma outra abordagem é o direcionamento de pessoas privadas da visão, criando um caminho capaz de orientá-las ao longo do percurso. Aromas fortes podem causar tontura, enquanto que os mais leves despertam boas sensações e memórias.

O estímulo do olfato pode impactar em outros sentidos como o paladar, ao passar em frente ao restaurante, rapidamente sentimos a abrupta vontade de investigar o lugar e principalmente, ter uma refeição. Inodore, instalação projetada por diverserighe studio para o the Courtyard of Honour no Palazzo d’Accursio em Bolonha, na Itália. O conceito reúne a ideia utopica representada por um jardim natural, projetada para o céu, com a realidade de um jardim artificial com hastes falsas, feitas de material reciclado, plantadas no chão com saquinhos de plástico contendo panos embebidos com perfumes sintéticos. Uma crítica ácida e real.

As experiências mais poderosas e vívidas são aquelas que envolvem todos os sentidos ao mesmo tempo. HESCHONG,1979,p.29

Fig.9: Instalação ‘Inodore’, parte de exposição italiana.

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Uma das piscinas do projeto de referência Termas de Vals do arquiteto Peter Zumthor foi projetada exclusivamente para aguçar o sentido do olfato, possuindo pedras naturais e pétalas de flores na água. Pétalas criam um aroma particular no banho de flores e potencializam o sentido do olfato, o qual é também conhecido por nos trazer “memórias líquidas” e cujo efeito é imediato em nosso inconsciente.

Além da experiência olfativa, o banho de flores oferece uma experiência tátil diferente em relação às demais piscinas, por conta das pétalas imersas na água. As pétalas amarelas dos malmequeres flutuam à superfície criando um brilho dourado em contraluz. O cheiro que envolve e cria o ambiente vem do óleo de lavanda que é vaporizado para a sala.

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Fig.10: ‘Flower Bath’ ou ‘Banho de Flores’, parte do projeto Termas de Vals.


A capela de Santo Inácio, obra do arquiteto Steven Holl em Seattle, possui em sua área denominada sacrário composta por uma árvore da espécie madrona, nativa da costa oeste dos Estados Unidos, que neste caso foi utilizada como referência à comunidade local. Além das inscriçõs na soleira, marcando os quatro pontos cardeais, uma escolha ousada chama a atenção. Cera de abelha foi utilizada nas paredes, criando uma sensação olfativa adocicada parecida com o mel. ‘’Ao ouvir sons, ver imagens, sentir cheiros, gostos e toques, registra a época do tempo na memória, sem lembrar que novamente serão sentidos, vindo as recordações de sentimentos que pareciam esquecidos.’’ -Paulo Celente.

Fig.11 e 12: Sacrário da Capela de Santo Inácio - paredes revestidas com mel.

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Ecos para os teus ouvidos Cada prédio ou espaço tem seu som característico de intimidade ou monumentalidade, convite ou rejeição, hospitalidade ou hostilidade. Um espaço é tão entendido e apreciado por meio de seus ecos como por meio de sua forma visual, mas o produto mental da percepção geralmente permanece como uma experiência inconsciente de fundo. A visão é o sentido do observador solitário, enquanto a audição cria um sentido de conexão e solidariedade; nosso olhar perambula solitário nos vãos de uma catedral, mas os sons de um órgão nos fazem sentir imediatamente nossa afinidade com o espaço. Cada cidade tem seu eco, o qual depende do padrão e da escala de suas ruas e dos estilos e materiais dominantes de sua arquitetura. Os espaços abertos e amplos das ruas contemporâneas não devolvem os sons, e nos interiores das edificações atuais os ecos são absorvidos e censurados. A música gravada e programada toca em shopping centers e espaços públicos elimina a possibilidade de palparmos o volume acústico de seus espaços. Nossos ouvidos foram cegados. A experiência auditiva mais fundamental criada pela arquitetura é a tranquilidade. O silêncio da arquitetura é um silêncio afável e memorável. Uma experiência poderosa de arquitetura silencia todo ruído externo. A visão isola, enquanto que o som incorpora; a visão é direcional, o som é onidirecional. O senso da visão implica exterioridade, mas a audição cria uma experiência de interioridade. Eu observo um objeto, mas o som me aborda; o olho alcança, mas o ouvido recebe. A audição estrutura e articula a experiência e o entendimento do espaço. Normalmente não

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estamos cientes da importância da audição na experiência espacial, embora o som muitas vezes forneça o continuum temporal no qual as impressões visuais estão inseridas. Qualquer pessoa que já acordou com o som de um trem ou uma ambulância em uma cidade noturna e que no sonho experimentou o espaço da cidade em seus incontáveis habitantes espalhados dentro de seus prédios, conhece o poder do som sobre a imaginação; o som noturno é uma lembrança da solidão e mortalidade humanas, e nos torna cientes de toda uma cidade adormecida.* Qualquer um que já ficou encantado com o som de uma goteira na escuridão de uma ruína pode confirmar a capacidade extraordinária do ouvido de imaginar um volume côncavo no vazio da escuridão. O espaço analisado pelo ouvido se torna uma cavidade esculpida diretamente no interior da mente. Será que conseguimos fazer as pessoas preferirem as escadas, apenas fazendo-a mais divertida? Uma estação de metrô em Odenplan, Stockholm foi objeto de intervenção por uma iniciativa Volskwagen para responder à essa pergunta. A escada convencional, ficava ao lado de uma escada rolante e raramente era usada. Os degraus tornaram-se teclas de um grande piano, acionadas pela pressão dos pés. A escada piano recebeu 66% a mais de fluxo que a escada rolante.

Fig.13: Escada piano da estação de metrô em Odenplan, Stockholm.

* Texto adaptado do livro ‘Os Olhos da Pele’ do autor Juhani Pallasmaa (páginas 47-48)


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A água é uma ótima altenativa para criar elementos que instiguem a audição e a curiosidade do visitante. O Fort Worth Water Gardens, localizado no Texas é tido como um oásis refrescante. Este tranquilo parque urbano está situado no movimentado centro de Fort Worth e oferece aos visitantes uma pausa bem-vinda das ruas movimentadas.

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Os vastos jardins são belíssimos e arquitetonicamente impressionantes, bem como agradavelmente relaxantes, compostos por piscinas modernas, fontes em forma de cascata e praças arborizadas para explorar. A peça central deste jardim de 4,3 acres é uma fonte dramática em terraço projetada pelos arquitetos Philip Johnson e John Burgee.


Você pode descer 38 pés de degraus em meio à uma sinfonia de água caindo ao seu redor para sentir seus sons e movimentos para no fim contemplar uma pequena piscina de meditação. E em seguida, descobrir as mais de 500 espécies de plantas e árvores exibidas no parque paisagístico circundante.

Segundo Peter Zumthor em seu livro Atmosferas: cada espaço funciona como um instrumento grande, coleciona, amplia e transmite os sons.

Fig.14: Fort Worth Water Gardens no Texas, Estados Unidos.

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Um toque de arquitetura A pele lê a textura, o peso, a densidade e a temperatura da matéria. A superfície de um velho objeto, polido até a perfeição pela ferramenta de um artesão e pelas mãos assíduas de seus usuários, seduz nossas mãos a acariciálo.* O tato nos conecta com o tempo e a tradição: por meio das impressões do toque, apertamos as mãos de incontáveis gerações. Há uma forte identidade entre a pele nua e a sensação de um lar. A experiência do lar é essencialmente a experiência do calor íntimo. O espaço de aconchego em torno de uma lareira é o espaço da intimidade e do conforto máximos. O corpo sabe e lembra. O significado da arquitetura deriva das respostas arcaicas e reações lembradas pelo corpo e pelos sentidos. Segundo PALLASMAA (2011) o filosofo Hegel afirmava que o único sentido que pode dar sensação de profundidade espacial é o tato, pois sente o peso, a resistência e a forma tridimensional dos corpos materiais, e assim nos faz entender que as coisas se afastam de nos em todas as direções. A visão revela o que o tato já sabe. O tato inclui os objetos que realmente entramos em contato, bem como as superfícies, limites e ambientes dentro de nossa visão, que podemos simplesmente imaginar habitando ou tocando. Isso significa que o senso de tato poderia ser empregado, por exemplo, quando o usuário estiver sentado em uma cadeira dura ou em um sofá macio.

Esse sentido também está presente quando o usuário experimenta o nível de umidade em um espaço ou reage ao seu fluxo de ar ou temperatura. A escolha de materiais naturais para móveis e decoração, quando possível, pode proporcionar um espaço mais calmante. O sentido do tato não se encontra em uma região específica, pois todas as regiões do organismo possuem mecanorreceptores responsáveis pela percepção do toque, termorreceptores responsáveis pela percepção do frio e do calor e terminações nervosas livres responsáveis pela percepção da dor, mudando apenas de intensidade. O primeiro bar de gelo a beira da praia do mundo, Icebarcelona é uma experiência verdadeiramente única, oferecendo aos visitantes a chance de ir do glorioso sol do Mediterrâneo a um mundo congelado em questão de minutos. Projetado por famosos artistas do gelo, o salão impressionante possui interiores fascinantes esculpidos em gelo e renovados de vez em quando. Além disso, há um terraço externo elegante onde você pode se bronzear e desfrutar da brisa do mar enquanto toma sua mistura favorita.

Fig.15: Bar de gelo ‘Icebarcelona’ em Barcelona.

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A autenticidade da experiência da arquitetura se fundamenta na linguagem tectônica de se edificar e na abrangência do ato de construir para os sentidos. Contemplamos, tocamos, ouvimos e medimos o mundo com toda nossa existência corporal, e o mundo que experimentamos se torna organizado e articulado em torno do centro de nosso corpo.

A Arquitetura Sensorial reconhece que as pessoas experimentam e reagem a um ambiente de muitas maneiras, sutis e óbvias, consciente e inconscientemente. A reação consciente seria quando tocamos em uma parede texturizada e sentimos uma espécie de retorno, a qual chamamos de sensação.

Nosso domicílio é o refúgio do nosso corpo, nossa memória e identidade. Estamos em um diálogo e interação constantes com o ambiente, a ponto de ser impossível separar a imagem do ego de sua existência espacial e situacional.

Já a reação inconsciente seria sentir um aroma que nos despertasse repentinamente uma memória. Ao longo do dia, entramos em contato com diversos tipos de ambientes. Ouvimos sons, vemos texturas, cores, imagens, sentimos as mudanças de temperatura.

A gravidade é medida pela sola dos pés; seguimos a densidade e a textura do chão através da sola dos nossos pés. Por fim, podemos concluir que a arquitetura é muito mais do que pensamos, existem muitas outras possibilidades a serem exploradas, isso pode ser confirmado nas palavras de Pallasmaa no seguinte trecho: “Toda experiência comovente com a arquitetura é multissensorial; as características de espaço, matéria e escala são medidas igualmente por nossos olhos, ouvidos, nariz, pele, língua, esqueleto e músculos. A arquitetura reforça a experiência existencial, nossa sensação de pertencer ao mundo, e essa é essencialmente uma experiência de reforço da identidade pessoal. Em vez da mera visão, ou dos cinco sentidos clássicos, a arquitetura envolve diversas esferas da experiência sensorial que interagem e fundem entre si”.

Apesar de todo esse contato, não imergimos nas sensações que estes elementos provocam no nosso cérebro e no corpo em geral. Falta a sensibilidade, o cuidado aos detalhes, a percepção da vida. É isso que este tipo de arquitetura está buscando despertar num mundo onde o tempo é considerado dinheiro e a sensibilidade foi deixada de lado. É essa relação que será destacada ao longo do trabalho. Um exemplo do cotidiano sobre como os sentidos são estimulados e não damos importância é a chuva, o ato de ser molhado por ela. A água toca a nossa pele, traz peso às roupas, sentimos frio, arrepio, as gotas caem nos olho s dificultando a visão, o aroma da terra e da vegetação desperta o olfato, ainda há a curiosidade e nostalgia de infância de experimentar o gosto da chuva.

PALLASMAA, Juhani. 2011,p.39 Fig.16: Menina na chuva.

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Sensação A sensação pode ser definida como um processo na qual o sistema nervoso e os receptores sensoriais representam a energia recebida pelos estímulos que se encontram ao nosso redor. Em outras palavras, sensação é o processamento realizado pelo cérebro primário da informação recebido através de algum dos cinco sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato). O cérebro organiza esta informação e apresenta um significado em forma de sensação. A diferença entre os conceitos sensação e percepção é simplesmente complexa, uma vez que entra em jogo a interpretação e o contexto de saber a hora que um estímulo recebido se transforma em sensação. Deve-se destacar que a percepção é o estímulo que recebe os sentidos fora de qualquer consideração, enquanto que a sensação é um passo mais avançado dessa percepção dotado de significado e que gera um determinado estado da pessoa. Neste sentido o contexto é fundamental, assim como a experiência prévia. Estes dois fatores que podem gerar certo tipo de estímulo causa uma sensação mais ou menos intensa. Escutar um barulho à noite e em casa, pode ser interpretado como uma ameaça e causar sensação de medo se a pessoa for propensa a esse tipo de situação, ou ainda, se ela já sofreu com experiências parecidas no passado. Enquanto que para outra pessoa, a percepção deste ruído não deixa de ser algo normal.

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No Museu Judaico de Berlim, belíssimo projeto do arquiteto Daniel Libeskind, a escadaria que emerge do “eixo de continuidade”, até a coleção permanente, desenvolve-se de forma linear seguindo a fachada do edifício, outorgando nos descansos acesso aos diferentes níveis do museu. Essa escada apresenta-se como um jogo de escalas e luzes, conduzindo o visitante através de espaços estreitos e obscuros até espaços amplos e luminosos. As vigas que a acompanham estão dispostas em distintas direções, com uma aparência desconstrutivista, mas em realidade são funcionais e servem de contraventamento da estrutura. Com a junção destas características, fica exposta a intenção do arquiteto de causar níveis de desconforto e reações dos visitantes do museu. As fotografias por si só já transmitem fortes sensações e sentimentos, como medo, vertigem, ansiedade, claustrofobia entre outros. Pessoalmente essas sensações seriam certamente intensificadas pela atmosfera do projeto e toda a carga emocional que carrega em si.

Fig.17: Escada do Museu Judaico, projeto de Daniel Libeskind.

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CAPĂ?TULO 2

Metamorfose

das

Bibliotecas



Retrato da Leitura no Brasil A leitura assim como a arte nos ajuda a entender o que é importante para cada cultura. Pensando nisso, vale a pena buscar entender qual é o cenário atual da leitura no Brasil. Um dado assustador nos mostra que por ano, o brasileiro lê em média apenas 2,43 livros, como mostrou a pesquisa divulgada na 4ª edição dos “Retratos da Leitura no Brasil”, desenvolvida em março de 2016, pelo Instituto Pró-Livro. Vale lembrar que a pesquisa considerou “leitor” aquele que leu pelo menos um livro nos últimos três meses – inteiro ou em partes.* Conforme a pesquisa, entre as principais motivações que impulsionam os leitores brasileiros estão: o gosto pela leitura (25%), atualização cultural (19%), distração (15%), motivos religiosos (11%), crescimento pessoal (10%), exigência escolar (7%) e atualização profissional ou exigência do trabalho (7%). Todas essas motivações integram o papel civilizador da leitura. Já a primeira razão apresentada pelos leitores como obstáculo para o aumento da leitura é a falta de tempo (43%). O escritor e mestre em Filosofia do Direito Davi Lago colabora com textos sobre marcos civilizatórios e sociedade contemporânea e afirma: “ler é viver e conviver, é um esforço em compreender o outro. Com mais leitura a sociedade brasileira tecerá sua multiplicidade mais civilizadamente”.

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Fig.18: Representação da relação livros e Brasil.

Além disso, dentre as diferentes opções de cultura, como cinema, teatro, exposições de arte, shows de música e museus, o livro se tornou a preferência nacional de 37% das pessoas consultadas. Ainda assim, um total de 44% da população brasileira disse não se interessar por leitura, uma informação no mínimo alarmante.**

A pesquisa do Instituto Pró-Livro também revelou que o consumo de livros no Brasil tem aumentado seu percentual de adeptos, passando de 50%, em 2011, para 56%, em 2016.

Como síntese a partir da reunião e análise das informações citadas acima podemos concluir a importância da preservação da leitura, do incentivo a disposição de materiais de informação, da diversificação de conteúdo para alcançar todos os públicos, da disseminação de conhecimento.

* Texto adaptado do site G1.globo.com – Retratos da Leitura no Brasil

** Texto adaptado do site Printstore.com – Hábito e Consumo de Livros no Brasil


As bibliotecas na história do mundo Vamos voltar um pouco ao passado e refletir... afinal, por que surgiram as bibliotecas? Na história do mundo ocidental, incluindo a do Brasil, podemos dizer que predomina a tradição oral. Devemos considerar primeiramente a dificuldade de recursos para a escrita: o custo elevado de materiais como o papiro e o pergaminho e, depois, o modo de produção primitivo das tipografias. Em um segundo momento, o baixíssimo índice de pessoas alfabetizadas e a dificuldade quanto ao tempo e estrutura para disseminar o conhecimento mais básico. Podemos de um modo simples exemplificar essa tradição oral com os famosos discursos de Sócrates, ele que nunca escreveu seus questionamentos filosóficos e se anunciava em praças públicas disseminando seus ideais polêmicos. Mais tarde temos como exemplo os ilustradores do fim do Brasil Colonial, quando discutiam suas ideias iluministas. Ideias estas que não eram lidas de fato, mas eram propagadas oralmente. Apesar de toda esta tradição a humanidade sempre sentiu a necessidade de registrar e preservar seus conhecimentos. E é a partir deste princípio que surgem os primeiros indícios e anseios por um lugar que pudesse atender a essa necessidade. Um lugar que pudesse organizar, armazenar e conservar os registros e conhecimentos para passar a cultura dos povos através de gerações.

Milênios antes da era cristã, marcada pela produção de documentos religiosos e as famosas iluminuras, os egípcios já produziam seus próprios documentos escritos. Bem como os sumérios, assírios e babilônicos também possuíam, em placas de argila, arquivos informativos. A partir desse contexto, conseguimos entender o posicionamento de Martins (2002), quando afirma que a existência de bibliotecas se materializou antes da dos livros e até mesmo dos manuscritos. O surgimento da biblioteca se deve, se não à existência dos materiais como argila, pergaminho ou livro, então, à primeira revolução técnicolinguística: a própria escrita. Esta atendeu (e atende) àquela orgulhosa necessidade humana de registro. Independente do tipo de material em que seria (e será) concretizada, e a biblioteca atendeu (e atende) à necessidade de preservar esse registro. Segundo o autor Benevino Muhacha existem três objetivos principais das bibliotecas. O primeiro é a guarda dos livros e demais publicações em um local no qual esteja livre de qualquer perigo. Para atingir esses objetivos criou-se o espaço que veio a chamar-se “Biblioteca”, mas por que escolheu-se essa palavra? Estudos concluem que a palavra é de origem grega e quer dizer biblíon (livro) e teke (caixa, depósito). A palavra “Biblioteca” possui diversas variantes: bibliothèque, bibliotek, bibliotheek, bibliyotèk, bibliotēka, biblioteka, bibliotecă. Mudam-se os acentos ou algumas letras, mas em muitos países do mundo, a palavra biblioteca é escrita praticamente da mesma maneira.

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AFINAL, A AFINAL, A BIBLIOTECA BIBLIOTECA É SÓ UM É SÓ UM DEPÓSITO DEPÓSITO DE LIVROS? DE LIVROS? 46


Nas palavras de Jorge Luís Borges ...

“SEMPRE IMAGINEI QUE O PARAÍSO FOSSE UMA ESPÉCIE DE BIBLIOTECA” 47


Evolução Como já mencionado anteriormente, toda a saga das bibliotecas antecede a própria história do livro e vai encontrar abrigo no momento em que a humanidade começa a dominar a escrita. A biblioteca é uma criação que já existe há bastante tempo. Na verdade, desde a antiguidade era aconselhável buscar o conhecimento em um lugar para consulta. As primeiras bibliotecas que se tem notícia são chamadas “minerais”, pois seus acervos eram constituídos de tabletes de argila, depois vieram as bibliotecas vegetais e animais, constituídas de rolos de papiros e pergaminhos, respectivamente. Esses são os casos das bibliotecas criadas pelos babilônios, assirios, egípcios, persas e chineses. Mais tarde, com a criação do papel, fabricado pelos árabes, começam-se a formar as bibliotecas de papel e, mais tarde, as de livro propriamente dito, que permanecem até hoje. Na Antiguidade, o material sobre o qual se concretizava a escrita era o papiro, cujo rolo podia chegar até 18 metros, e o pergaminho. Os rolos desses materiais eram organizados em armários com divisórias e arrumados uns ao lado dos outros, com etiquetas visíveis indicadoras dos títulos. Já no século IV d. C. apareceu o codex, ou seja, o uso das duas faces do pergaminho, em formato moderno do livro. Esse novo aspecto exigiu novos móveis, sobre os quais os livros ficavam deitados e às vezes acorrentados para permitir a consulta local e evitar o roubo.* Fig.20: Livro da Biblioteca de Zutphen, século XVI, Holanda. Uma das três bibliotecas com livros acorrentados que ainda existem na Europa.

* Texto adaptado do site Slinestorsantos. seed.pr.gov.br – Biblioteca no curso da História

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Fig.19: Tablete de argila contendo escrita Cuneiforme (modelo de escrita mesopotâmica).


Fig.21: Excerto de um dos pergaminhos do Livro de Isaías encontrado em Qumran, Mar Morto.

Fig.22: Papiro escrito em grego. Divulgação/Universidade de Basel.

Fig.23: Páginas do Codex Leicester ou Codex Hammer, uma compilação de textos e desenhos de Leonardo da Vinci coletados entre 1508 e 1510.

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A Biblioteca de Nínive, considerada como a primeira biblioteca da história, guardava compilações de diversos tipos de texto: cartilhas sobre o mundo natural, geografia, matemática, astrologia e medicina; manuais de exorcismo e de augúrios; códigos de leis; relatos de aventuras e textos religiosos. Pertencendo ao rei assírio Assurbanipal 2º (século 7 a.C.), era composta por uma coleção de aproximadamente 25 mil plaquetas de argila com textos em cuneiforme, muitos deles bilíngues, em sumeriano e acádico. Esta biblioteca foi vitima de um incêndio em 612 a.C., mas, devido à resistência do seu material, as placas de argila não foram destruídas. Tornou-se um dos mais importantes legados da Mesopotâmia para a história, foi encontrada no século 19 por arqueólogos ingleses.* A famosa Biblioteca de Alexandria foi durante muitos séculos, mais ou menos de 280 a.C. a 416, uma das maiores e mais importantes bibliotecas do Planeta. Este valioso centro do conhecimento estava localizado na cidade de Alexandria, ao norte do Egito, a oeste do Rio Nilo, bem nas margens do Mediterrâneo.** Durante sete séculos esta Biblioteca abrigou o maior patrimônio cultural e científico de toda a Antiguidade. Ela continha um imenso acervo de papiros e livros, incentivava o espírito investigativo de cientistas e literatos, transmitindo à Humanidade uma herança cultural incalculável.

Ao que tudo indica, conservou em sua estrutura interna mais de 400.000 rolos de papiro, mas esta cifra pode, em alguns momentos, ter atingido o patamar de um milhão de obras. Sua devastação foi realizada gradualmente, até ela ser definitivamente consumida pelo fogo em um incêndio de origem acidental, atribuído aos árabes durante toda a era medieval. Perto do século I a. C., os romanos mais abastados começaram a criar bibliotecas particulares com obras gregas e latinas. A crescente procura por livros deu origem ao comércio de copistas, ao aparecimento de livrarias e ao estabelecimento de bibliotecas públicas, que surgiram em Roma, próximo ao século II da nossa era. Durante, os séculos VIII e IX, muitos textos científicos e matemáticos foram copiados e conservados por mulçumanos e cristãos. Segundo os autores Antônio Carlos Pinho e Ana Lúcia Machado, a antiga e recente história das bibliotecas é marcada por fatos de pura resistência do conhecimento. Ela vem sofrendo ao longo dos anos a ação do tempo, as guerras, a censura, e mesmo assim elas conseguiram sobreviver a todos os ataques. As bibliotecas quase foram extintas, vindo principalmente pela ação de censura da Igreja Católica na Idade Média. Mas, contraditoriamente, foram nos mosteiros, preservadas em esconderijos, que elas conseguiram mais uma vez se salvar.

Fig.24: Palácio do rei Assurbanipal II, à beira do rio Tigres, onde se teve a primeira biblioteca já registrada no mundo, a Biblioteca de Nínive.

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Fig.25: Esboço da provável Biblioteca de Alexandria.

Fig.26: Gravura representando o grave incêndio que destruiu a biblioteca e parte da cidade de Alexandria.

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Fig.27: (página anterior) Ruínas da Biblioteca de Alexandria.

Na Europa Ocidental, a literatura foi preservada graças, sobretudo, à ação das bibliotecas dos mosteiros (lembradas no filme de 1986 dirigido por Jean-Jacques Annaud baseado no romance “O Nome da Rosa” do crítico literário italiano Umberto Eco).* Como também é o caso dos municípios de San Milan de la Cogolla e de Ripoll, na Espanha, e o de Fulda, na Alemanha. Cada uma das bibliotecas nos mosteiros destes municípios possuía uma sala denominada scriptorium, uma oficina onde os monges realizavam cópias manuscritas de obras clássicas e religiosas. A biblioteca foi restrita desde os seus primeiros dias. A disposição arquitetônica dos mosteiros demonstra que, era mais o lugar onde se esconde o livro do que o lugar onde se procura fazê-lo circular ou perpetuá-lo. Na biblioteca de Nínive, o depósito de livros não tem saída para o exterior – a sua única porta parece dar, ao contrário, para o interior do edifício, para o lugar onde viviam ou onde permaneciam os grandes sacerdotes.** Essas bibliotecas preservavam manuscritos de papiros ou pergaminhos, produzidos volume por volume em um trabalho artesanal e enviadas apenas às bibliotecas e as poucas coleções particulares de reis e de outras autoridades.

Os chamados “copistas” ficavam longas horas transcrevendo com letra legível os inúmeros volumes presentes. Estes manuscritos tinham um preço exorbitante em consequência de toda a dedicação necessária para produzí-los. A palavra biblioteca historicamente teve um caráter restritivo e estático. Os livros de difícil reprodução e mobilidade tornaram a biblioteca um templo e o bibliotecário seu guardião. O caráter restritivo se deve ao acesso possível e permitido apenas para reis, autoridades e pessoas nos mais altos cargos da igreja, excluindo o povo do contato com os livros e, consequentemente, com o conhecimento. Já o caráter estático é devido ao isolamento em específico, a decisão de esconder e deixar a biblioteca estática, sem a movimentação que vemos nas bibliotecas atuais por exemplo. As bibliotecas antigas e medievais eram, enfim, lugares contrários à ideia de laicização e de democracia. No entanto, não podemos negar que elas preservaram, guardando e copiando manuscritos, hoje tão fundamentais para o nosso entendimento histórico. Foi apenas com a difusão do papel no século XIV e o surgimento de tipografias, que foi possível a fabricação em série. As bibliotecas passaram a ter caráter público e leigo, ficando aberta a todos os públicos. Mais tarde, com a invenção da imprensa, as bibliotecas tiveram uma grande extensão e saíram da área de monastérios ou outras estruturas vinculadas ao campo religioso.

Fig.28: Desenho de igreja.

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IGREJA: ALIADA OU INIMIGA?

De fato, graças ao avanço tecnológico, o custo de produzir um livro diminuiu notavelmente e isto permitiu que existisse mais circulação e um maior número de bibliotecas. Era necessário desenvolver uma capacidade ideal para organizar a quantidade de volumes e isso estabeleceu a elaboração de diversas práticas para que seu uso eficiente estivesse garantido.*** Por fim, podemos dizer que a biblioteca não deve ser entendida apenas como um fenômeno social e cultural. E sim, como uma instituição social das mais complexas e importantes do sistema de comunicação humana, sendo responsável pela preservação e transmissão da cultura.

*** Texto adaptado do site Conceitos.com – Biblioteca, conceito,significado

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Estrutura física das primeiras bibliotecas Segundo o autor MARTINS (2002), as disposições arquitetônicas dos edifícios das bibliotecas tinham por objetivo a intenção de impedir a saída do acervo. Os acervos dessas bibliotecas eram organizados em armários com divisórias e arrumados um ao lado do outro, contendo etiquetas visíveis indicadoras dos títulos. Battles (2003) afirma que no caso da Biblioteca de Nínive, já citada anteriormente, as placas eram classificadas por assuntos e identificadas por marcas que determinavam sua localização dentro da numerosa coleção. Existia uma espécie de catálogo onde se registravam as grandes diversidades de assuntos.* Depois da morte de Júlio César, um de seus partidários, Asínio Pólio e o escritor Públio Terêncio Varrão, levaram o projeto de uma biblioteca pública em Roma adiante e, em 39 a.C., foi construída no Fórum Romano a primeira Biblioteca Pública de Roma(MARTINS, 2002). Era formada por dois salões de leitura, um para livros em latim e outro para livros em grego e, cada um deles, decorados com estátua de poetas e oradores dos dois idiomas (BATTLES, 2003). Battles (2003, p. 50) nos dá ainda uma ideia de como era a biblioteca [...] “suas salas de leituras eram dispostas lado a lado e continham muitos nichos nas paredes nas quais eram postos os armários, estantes de madeira com portas em que eram guardados os rolos. Nos nichos mais fundos era dado lugar a estátuas” [...]. Quando nos voltamos à Biblioteca de Alexandria, descobrimos que na verdade ela não era apenas uma, mas duas. A maior e principal foi construída no século III a.C., no interior do Mouseion ou “Templo das Musas”. * Texto adaptado do site Slinestorsantos. seed.pr.gov.br – Biblioteca no curso da História

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A biblioteca menor, conhecido com a “irmã”, foi criada um século depois, no interior do Templo de Serápis, deus egípcio helenizado e protetor de Alexandria. Quanto à organização física da biblioteca, era de forma bastante planejada. Battles (2003, p. 68) diz que [...] “as estantes no interior do edifício eram circundadas por colunatas abertas expostas a brisa, formando corredores cobertos que os estudiosos podiam utilizar para estudo ou discussão” [...]. Quanto à organização do acervo: os rolos tinham etiquetas presas aos Umbilici com os nomes dos autores e com os títulos das obras e eram colocados dispostos em pilhas. No que diz respeito ao aspecto arquitetônico sabe-se que nos mosteiros medievais os armários eram embutidos nas enormes paredes e também diversas estantes de leitura existiam para permitir o manuseio dos grossos infólios medievais, inclusive as portáteis, nas quais todos os livros estavam acorrentados, o que tudo indica que havia um medo grande de roubos de obras valiosas (MARTINS, 2002). Tendo em vista como eram as estruturas físicas das primeiras e mais antigas bibliotecas. Podese buscar entender e relacionar como essas primeiras formas de disposição e configuração influenciaram as bibliotecas que conhecemos hoje, e que tipo de bibliotecas aparecerão no futuro.

Fig.29: Livros da Catedral Hereford, acorrentados nas prateleiras para evitar o roubo dos exemplares.


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A biblioteca contemporânea A última geração de bibliotecas estão se pondo como centros culturais, sociais e cívicos belamente arquitetados — com livros dentro delas. Se comprometendo na promoção do aprendizado ao longo da vida, atividades de cidadania, democracia e liberdade de expressão. A biblioteca se mostra como um espaço de sociabilidade, criação e formação. Por outro lado, as bibliotecas enfrentam vários desafios neste novo milênio, uma vez que as transformações sociais, culturais, científicas e tecnológicas têm impactado diretamente as estratégias de ação, a mediação da informação, os objetivos dos serviços prestados e as finalidades dos produtos elaborados aos diferentes públicos. Na sociedade contemporânea, em que a informação eletrônica e/ou digital se constitui em uma realidade, seja na escola, seja no trabalho, seja na vida pessoal, existem dúvidas, por parte de alguns, em relação a real permanência das bibliotecas. Se, por um lado, há o interesse em propiciar o acesso livre à informação, por outro lado, há o interesse de que a informação seja controlada, principalmente no que tange a sua aquisição e acesso. Outro aspecto que tem impactado as bibliotecas contemporâneas diz respeito ao uso das redes sociais para realizar a mediação e disseminação da informação, de maneira que distintos públicos tenham acesso às informações que a biblioteca julga relevante, ou seja, desenvolver serviços informacionais customizados, visando atender o público usuário, a comunidade local e a sociedade

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em geral. As bibliotecas contemporâneas se preocupam com o acesso tanto in loco quanto remoto, conforme mencionado anteriormente. A elaboração de políticas de preservação de conteúdos eletrônicos e digitais passaram a ser uma prática das bibliotecas contemporâneas, devido à realidade que ora se apresenta. Os conteúdos eletrônicos e digitais são um fato e farão parte, cada vez mais, do cotidiano bibliotecário. Os espaços da biblioteca contemporânea devem ser customizados, de modo a atender diferentes públicos da melhor maneira possível. Além disso, propiciar espaços de interação entre o usuário e a informação. As pessoas são a essência das bibliotecas contemporâneas, por um lado, os profissionais que nelas atuam e, por outro lado, o público usuário que necessita de seus serviços e produtos informacionais. As bibliotecas têm transformado do suporte em papel para o suporte digital vários conteúdos ou coleções importantes existentes em seus acervos, atendendo uma de suas funções primordiais que é a democratização do acesso à informação, bem como a preservação da informação e do conhecimento.

Fig.30: Fachada da Chicago Public Library.


Os espaços da biblioteca contemporânea devem ser customizados, de modo a atender diferentes públicos da melhor maneira possível. Além disso, propiciar espaços de interação entre o usuário e a informação. As pessoas são a essência das bibliotecas contemporâneas, por um lado, os profissionais que nelas atuam e, por outro lado, o público usuário que necessita de seus serviços e produtos informacionais.

A Chicago Public Library por exemplo, é um espaço que se desdobra como um centro comunitário com salas de reuniões e espaços digitais de aprendizagem de estúdio de gravação para adolescentes. Para crianças mais novas, tem os “laboratórios de conserto” com maker-space digital; e a sala de Storytelling há paredes magnéticas e paredes para escrever.

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CAPĂ?TULO 3

Truques de

Mestres



Leituras Projetuais Foram feitas leituras projetuais de um total de seis projetos, sendo eles classificados da seguinte forma: os dois primeiros projetos - o Centro para Cegos e Deficientes Visuais e o Termas de Vals - auxiliam na identificação de características da arquitetura sensorial, assim como as técnicas de aplicação destes conceitos, oferecendo alternativas que podem ser implementadas neste estudo. Em um terceiro projeto, conhecemos a Biblioteca de Calgary, um projeto que utilizou vários andares para distribuir o seu programa, criando uma escala que nos leva de espaços térreos dinâmicos até salas silenciosas nos andares superiores. Essa setorização contribui para os estudos do programa de necessidades e disposição dos ambientes, assim como a relação entre eles. No quarto projeto, podemos identificar outras alternativas a partir da análise de uma segunda biblioteca, a Biblioteca Northside. Um projeto que optou pela permeabilidade visual, o oposto da setorização de Calgary. Os espaços estão mais conectados entre si, há mais interação entre os usuários. Também pode-se extrair desta referência a materialidade contemporânea e harmônica que se destaca na paisagem urbana e é belíssima.

Um projeto que utilizou-se de uma área que um dia já foi uma penitenciária para criar um equipamento para a comunidade, atraindo todos os públicos de forma dinâmica, acolhedora, alegre, colocando o público como sua maior prioridade visando a mudança e a transformação da melhor forma possível. A partir da seleção de projetos tão diversos e enriquecedores, estas leituras serão ferramentas para a elaboração do anteprojeto da Biblioteca Sensorial de Batatais. Buscando extrair destes, as diversas estratégias de localização do usuário dentro do lugar, meios de aplicação de materialidade contemporânea, conceitos de arquitetura sensorial, distribuição e setorização do programa de uma biblioteca, formas de ligação entre edifício e lugar, assim como técnicas de fluidez espacial e restrição em pontos específicos, controles de perspectiva e quantidade de luz natural e artificial. Somado a valorização das áreas verdes do lote e considerações de entorno.

Com a Mediateca em Thionville - a quinta leitura - temos o conceito de amplitude, fluidez espacial, um jogo de cheios e vazios, a passagem da luz natural nos espaços, a interação orgânica do edifício com as vias que o cercam. Nota-se ainda a presença de áreas verdes e a valorização dos aspectos naturais do local. Por fim, mas não menos importante, visitamos e análisamos uma biblioteca brasileira, um exemplo bem conceituado deste equipamento que aproxima-se melhor da realidade do nosso país, a Biblioteca de São Paulo.

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Fig.31 e 32 : Pátio do Centro para Cegos e Deficientes Visuais em Iztapalapa no México.


Centro para Cegos e Deficientes Visuais O arquiteto Maurício Rocha visa estimular os sentidos com sua Arquitetura. Com o Centro para cegos e deficientes visuais (Iztapalapa, México, 2000-2001), o tato, o olfato e a audição são colocados acima da visão. Maurício projetou os espaços abertos e fechados com base na peculiar percepção das pessoas cegas ou com dificuldade de visão.

O Centro para Cegos e Deficientes Visuais foi criado como parte de um programa do governo da Cidade do México para fornecer serviços a uma das áreas mais desfavorecidas e mais populosas da cidade; Iztapalapa é o distrito com a maior população com deficiência visual da capital mexicana.

A Arquitetura Sensorial acontece pelo estímulo dos sentidos, utilizando como instrumento de localização e direcionamento dos usuários diferentes tipos de materiais, texturas, cursos d’água, sons, orientação de linhas horizontais e verticais, diferença de altura dos edifícios, quantidade de luz natural, vegetação e outros.

O projeto visa aprimorar a percepção espacial, ativando os cinco sentidos como experiência e fonte de informação.

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Os edifícios são prismas retangulares, baseados em estruturas de concreto e telhados planos. Cada grupo explora diferentes relações espaciais e estruturais, tornando cada espaço identificável para o usuário e variando em tamanho, intensidade de luz e peso dos materiais: concreto, tijolos de tepetato, aço e vidro. Uma parede cega circunda o complexo em seus quatro lados e atua como uma barreira acústica, bem como um muro de contenção / espaço em branco para manter a terra movida das áreas vizinhas de terreno baldio. Todas as paredes externas seguem um padrão, erguidas com o mesmo tipo de pedra, funcionando como uma barreira e um ponto de referência, um limite tátil. Em contraste com o exterior abstrato, a fachada interna da parede delimitadora cria bancos que mudam de forma, altura e orientação, criando vários pátios. O croqui abaixo exemplifica a ideia do arquiteto quanto à altura variável das coberturas dos blocos, assim como sua relação com a parede de pedras que delimita o projeto e a circulação livre do ar. Também nota-se a relação da escala humana e os traços que conseguem diferenciar os materiais empregados na proposta.

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Fig.33: As paredes delimitadoras acabam criando bancos de diferentes formas e alturas, além de pátios internos.

Fig.34: Paredes que delimitam o projeto, construídas com pedras locais, vista externa.

Fig.35: Croqui demonstrando a diferença de altura dos elementos arquitetônicos.


Fig.36: AteliĂŞs de diferentes alturas, aberturas na cobertura.

Fig.37: Luz natural intercalada por espaços de sombra durante todo o percurso.

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Através da exposição desenvolvida chamada ”Diálogo no escuro”, vivencia-se uma experiência totalmente inusitada, que desafia o público a conhecer o mundo com outros olhos. A interação acompanhada de um guia com deficiência visual, totalmente no escuro, faz explorar todos os nossos sentidos, além de nos fazer confiar em pessoas com habilidade diferenciadas. Além de sensibilizar, o “Diálogo no escuro” evidencia que não poder enxergar, não significa não poder sentir a experiência, muito pelo contrário. Com isso, refletimos que é preciso encontra uma nova forma de “ver” as realidades.

Linhas horizontais e verticais no concreto à altura da mão oferecem pistas táteis para identificar cada edifício. Os croquis do arquiteto exemplificam claramente a sua intenção quanto a orientação dessas linhas visando direcionar o usuário do espaço. Tanto nas paredes externas quanto nas internas, criando duas configurações diferentes.

As mudanças de texturas, tipos diferentes de pisos de pedra e cascalho, os permitem assimilar as diferentes fricções dos pés. Os espaços abertos variados, semicobertos e cobertos ressoam os sons e os passos. Um canal de água passa pelo centro da praça, de modo que o som da água guia os usuários ao longo do caminho. Esse canal está presente até nos ambientes internos, como ateliês, galeria e outros. Seis grupos de espécies de plantas e flores odoríferas nos jardins do perímetro atuam como sensores constantes para ajudar a orientar os usuários com base no olfato dentro das instalações do complexo.

Fig.38: Croqui da intenção de distinguir os espaços pelo material aplicado e sua posição no edifício, altura da aplicação.

Fig.39: Croqui da intenção para as paredes externas, linhas horizontais de direcionamento.

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Fig.40: pátio com percurso d’água delimitado por seixos, bancos e vegetação odorífera.

Fig.41: Interior de um dos espaços de atividades, caminho com linha guia central no piso.

Fig.42: Suas funções identificadas pelo usuário por altura e diferença de material empregado.

Fig.43: Vista do pátio principal que direciona o usuário aos espaços de atividades.

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Termas de Vals O arquiteto Peter Zumthor é um ótimo exemplo de profissional que optou pela arquitetura sensorial. Ao inserir uma matéria na paisagem, mescla artesanato com indústria, percepção sensorial com a razão, subjetividade com o conceitualismo, e a natureza com a tecnologia. Construído sobre as únicas fontes termais do Cantão de Grisões, Suíça, as Termas de Vals é um hotel e spa onde se combina uma completa experiência sensorial projetada por Peter Zumthor. A idéia foi criar uma forma de caverna ou pedreira, como estrutura.

enterrado na encosta. As Termas de Vals está construída apartir de camadas sobre camadas de quartzito de Vals, encontrados na região. Essa pedra tornou-se a inspiração guia para o projeto e foi usada com enorme dignidade e respeito. “Montanha, pedra, água -construindo na pedra, construindo com a pedra, dentro da montanha, brotando da montanha, pertencendo à montanha-, como as implicações e a sensualidade das associações entre essas palavras podem ser interpretadas, arquitetonicamente?” - Peter Zumthor.

Trabalhando com o entorno natural, as saunas situam-se abaixo de um teto verde, metade Fig.44: Exterior do projeto, fachadas.

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Fig.45: Banhista em sauna da área interna.


Fig.46: Piscina externa do termas.

Fig.47: Sauna com iluminação artificial vermelha e luminárias azuis.

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Fig.48: Piscina externa (página anterior).

Esse espaço foi totalmente projetado para que os visitantes desfrutem e redescubram os antigos benefícios da sauna para corpo e mente. As combinações de luz e sombra, espaços abertos e fechados, e elementos lineares criam uma experiência integralmente sensitiva e restauradora.

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A distribuição informal oculta dos espaços internos é um cuidadoso caminho de circulações que levam os visitantes a certos pontos prédeterminados, mas permite a exploração de outras áreas. A perspectiva é sempre controlada, garantindo ou impedindo uma vista. A fascinação pelas qualidades místicas de um


Fig.49: Vista interna, banhista seguindo percurso.

mundo de pedra na montanha, para escuridão e luz, para reflexões luminosas na água ou no ar repleto de vapor, prazer na acústica singular das águas borbulhantes num mundo de pedra, um sentimento de pedras cálidas e peles nuas, o ritual do banho - essas noções guiaram o arquiteto.

As salas de pedra foram desenhadas não para competir com o corpo, mas para polir a forma humana (jovem ou velha) e dálhe espaço… uma sala na qual se pode ser.

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Sua obra compõe seu interior com uma atmosfera especial feita de luzes artificiais e naturais, de texturas variadas de pedra e do concreto, dos sons das pessoas e das vibrações da água, das variações de temperatura e diferentes odores. Um edifício que lida com diversas percepções no espaço interno. A Arquitetura Sensorial funciona para influenciar o humor, comportamento e, finalmente, o bemestar do usuário em qualquer espaço. Fatores como: o volume e a qualidade do som que ouvimos, se nos sentimos muito aquecidos ou com frio e até mesmo como podemos navegar facilmente pelo espaço têm um efeito substancial em longo prazo em nossa saúde mental e física, bem como em quanto somos felizes. Esse conhecimento foi cuidadosamente aplicado neste projeto.

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Fig.50: Escada interna, iluminação artificial amarela, paredes e piso em pedra.

Fig.51: Vista interna, banhista com livro.

Fig.52: Banhista embaixo das cascatas douradas.

Fig.53: Passagem escura, luminária preta pendente.


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Fig.54: Pessoas tomando sol.

Fig.55: Silhueta, parede que usa pedra original do local.

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Fig.56: Grande janela, vista para o exterior.


Fig.57: Área externa com espreguiçadeiras.

Fig.58: Cascata de água quente na piscina externa.

Fig.59: Porta de madeira, conexão interno-externo.

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Biblioteca de Calgary A edificação está situada dentro de uma complexa condição urbana, onde uma Linha de Trem totalmente operacional cruza o terreno em um caminho curvo, dividindo o centro e o bairro de East Village. Em resposta, o projeto ergue a entrada principal sobre a linha de trem. Delicadamente, os terraços nas encostas guiam até o coração do edifício, permitindo que pessoas de todas as direções interajam com a biblioteca. Anfiteatros ao ar livre fornecem lugares para as pessoas se sentarem e permitem que os programas da biblioteca se espalharem até a parte exterior. Vegetações que fazem referência à paisagem nativa atraem as montanhas e pradarias de Calgary para a paisagem urbana e revestem as ruas circundantes da praça com ulmeiro e álamos.

Fig.60: Escadas internas.

A dinâmica fachada de vidro triplo é composta por um padrão modular hexagonal que expressa os objetivos da biblioteca de fornecer um espaço que convida todos os visitantes. Variações na forma hexagonal espalham-se pela superfície curva do edifício em painéis alternados de vidro e ocasionalmente alumínio. O padrão permite que todos os lados funcionem como a “frente” do edifício. Criada inteiramente de tábuas de cedro vermelho ocidental, da vizinha British Columbia, a cobertura de duas pontas está entre as maiores feitas em madeira e de forma livre do mundo. Sua forma orgânica e textura trazem o grande prédio para uma escala tátil e íntima. Visível do exterior, o átrio principal convida os transeuntes a adentrarem ao espaço. Fig.61: relação do projeto com o entorno, linha de trem e local de implantação. Fig.62: Implantação do projeto da biblioteca.

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Fig.63: Escadas internas (página anterior).

No interior, a estrutura de concreto é deixada exposta e inacabada, insinuando as possibilidades em aberto. O ritmo de vigas e pilares lembra uma colunata grega que servia como espaços de reunião e troca intelectual. A crueza da paleta de materiais destinase a dar às pessoas a sensação de que a biblioteca é um local de envolvimento, em vez de um repositório sacrossanto para livros. Organizado em um espectro de “Divertido” para “Sério”, o programa da biblioteca localiza as atividades públicas mais pavimentos inferiores, transitando gradualmente para áreas de estudo mais silenciosas nos níveis superiores.

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No nível da rua, uma série de salas multifuncionais alinham-se no perímetro do edifício, melhorando a conectividade entre o interior e o exterior. Já no térreo, a Biblioteca Infantil oferece casas de espetáculos com espaço para atividades artesanais baseado em desenhos, programas de alfabetização precoce e uma experiência de recreação para todo o corpo. Ao longo dos seis pavimentos, uma variedade de espaços oferece interações digitais, analógicas, de grupo e individuais.

Fig.64: Corte do edifício (vista sul).


Fig.65: Escadas de acesso da entrada principal, escala do edifício com o usuário.

Fig.66: Área de playground das crianças.

Fig.67: Estantes e espaço de leitura da biblioteca.

Fig.68: Espaços de interação, leitura e descanso.

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No nível mais alto da biblioteca está a Grande Sala de Leitura, concebida como uma caixa de jóias dentro da biblioteca, que fornece um espaço para estudo focado e inspiração. Os leitores entram através de um ambiente de transição com luz e acústica suaves. No interior, as ripas de madeira verticais alinham o espaço para proporcionar privacidade e visibilidade, definindo um espaço interior sem usar paredes sólidas. A luz natural ilumina o espaço através das ripas de madeira criando linhas de visão entre o átrio e a fachada ocidental.

Chegando ao ponto mais ao norte da biblioteca, encontra-se a sala de estar, com vista para a linha do trem e o ponto de encontro dos dois bairros. Cheia de luz e atividades, esta proa do edifício não servirá apenas como um farol para aqueles de fora, convidando-os a entrar, mas também como uma perspectiva de olhar para trás - um ponto de vista adequado para observar o impacto de um edifício que espera reenergizar o espírito de cultura, aprendizado e comunidade em Calgary.*

Fig.69: Sala de leitura.

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Texto adaptado do site Archdaily.com


Fig.70: ‘Proa’ do edifício.

Fig.72: Fachada mista.

Fig.71: Grande salão de leitura.

Fig.73: Fachada aberta.

Fechado x Aberto

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Fig.74,75,76 e 77: Plantas da Biblioteca de Calgary.

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Fig.78 e 79: Plantas da Biblioteca de Calgary.


Fig.80 e 81: Cortes da Biblioteca de Calgary.

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Biblioteca Northside Com um “loft de leitura” em balanço que envolve a High Street, o novo projeto Northside Branch da Biblioteca Metropolitana de Columbus abriga uma praça pública na entrada principal, concede aos visitantes uma visão elevada da cidade e alterna entre bibliotecas específicas da biblioteca funções e eventos externos, conforme necessário.

Ao invés de um único eixo contextual, a biblioteca é um reflexo de sua localidade privilegiada em Columbus e, como tal, comemora a escala, o material e a vitalidade de seu entorno.

O interior se concentra em uma “sala de estar” que abriga a coleção principal da biblioteca. Lavado com luz indireta do alto, é equipado com confortáveis áreas ​​ de leitura, recantos de estudo, um café e uma lareira.

As bibliotecas estão em transição. Uma vez que é um ponto de divulgação do conhecimento e uma introspecção silenciosa, elas estão se tornando lugares para se encontrar, socializar, estudar, sair e se conectar. Historicamente, vimos a mudança de valor cívico da biblioteca de um lugar para as coisas, agora, para um lugar para as pessoas.

Espaços adicionais - as salas de reuniões, a zona infantil, a área de leitura para adolescentes e o lounge silencioso - sobem da sala de estar e culminam no loft de leitura.

Fig.82: Vista frontal da estrutura em balanço e escultura metálica da entrada principal.

Fig.83: Vista frontal da Biblioteca Northside.

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Sua natureza única é que ela mantém os visitantes de uma instituição de serviço público, ao mesmo tempo que abraça a crescente propensão das pessoas a buscar ambientes para realizar atividades que desfazem a linha entre pesquisa, socialização, busca de conhecimento e brincadeiras. Os conceitos das novas bibliotecas implantadas pelo mundo nos últimos anos apresentam grande permeabilidade visual, diferentemente do estilo antigo de projetar as bibliotecas como um espaço estritamente fechado e com poucas aberturas.

Fig.84: Mesa de recepção na entrada do edifício.

Fig.85: Planta esquemática de implantação da Biblioteca Northside.

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Fig.86: Planta esquemática do primeiro pavimento da Biblioteca Northside.

Fig.87: Sala de navegação e estantes.

Fig.88: Estantes e cafeteria ao fundo.

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A Northside é um exemplo de como a permeabilidade visual pode ser implantada de forma harmônica, os espaços estão interligados favorecendo a interação social. Os pavimentos são interligados pelas rampas, o jogo de alturas proporcionam diferentes vistas ao longo de seu percurso. A circulação principal, as rampas, também abrigam salas de estudo, leitura, entre outros.* *

Texto adaptado do site Archdaily.com

Fig.89: Área das crianças.

Fig.90: Rampa de circulação com áreas úteis integradas.

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Fig.91: Salão silencioso de estudos.


Fig.92: Planta esquemática do segundo pavimento da Biblioteca Northside.

Fig.93: Espaço de permanência com mobiliário na cor roxa.

Fig.94: Área dos adolescentes.

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Os renders externos e internos mostram a proposta dos arquitetos, a atmosfera que eles desejavam criar, a relação entre o projeto e entorno, junção de materialidades. O destaque para a transparência dos painéis de vidro, a escala humana, a visão durante a noite. Até conceitos mais simples como o mobiliário com cores extravagantes.

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Fig.95,96,97,98,99, e 100: Renders internos e externos da Biblioteca Northside. Produção do escritório NBBJ. Fig.101: Fachada principal do edifício e sua relação com entorno (próxima página).

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Fig.102: Elevaçþes sul e leste (materiais aplicados nas fachadas).

Fig.103: Diagrama do conceito e esquema da estratĂŠgia de materiais.

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Fig.104: Detalhes da escultura metálica na entrada do edifício.

Fig.105: Fachada externa, aplicação de tijolo com pintura branca.

Fig.106: Esquema detalhado dos materiais utilizados e áreas de aplicação.

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Mediateca em Thionville A ambição deste projeto é se tornar um novo modelo para bibliotecas de mídia. O prédio se aproxima da copa das árvores, e esta é a primeira camada que atua como um filtro da rua. Nas cavidades do projeto, o limite entre o espaço interno e o espaço urbano é menos claro e permite uma aproximação, abraçando o edifício visualmente. As porções vazias e as sólidas produzem uma ambiguidade entre interior e exterior, questionando os limites do espaço público. O espaço torna-se incerto: deixa de ter limites claros e se questiona em termos práticos. Os espaços externos são fluidos, permitindo a circulação dos pedestres e uma boa relação com o projeto.

Fig.107: Relação da fachada e projeto com o entorno, espaço para o pedestre caminhar sem obstáculos.

Fig.108: Comunicação do edifício com o local, fluidez, escala do objeto com o usuário.

Fig.109: Podemos observar o interior sem entrar no edifício (próxima página).

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Uma rampa verde oferece outra rota de fuga para o exterior, levando a um bar de verão, o ponto culminante do passeio arquitetônico. O jardim prolonga o caminho interno, aproximando-se da linha do horizonte; a cidade desaparece, deixando apenas a copa das árvores dialogando com o céu. Novos usos tornam-se possíveis: as pessoas podem tirar uma soneca, fazer um piquenique, ler ao ar livre ou se reunir em grupos. O espaço curvilíneo é fluido e as múltiplas rotas oferecem pontos de vista constantemente renovados. O passeio se transforma em um processo de revelação dos vários universos.

O desdobramento do envelope externo acentua essa impressão de espaço infinito. Neste espaço “inefável”, a noção de gravidade parece desaparecer - o telhado e as paredes parecem flutuar. Essa sofisticação gera uma “acústica plástica” que dá a este novo lugar uma atmosfera que transporta e reexamina o relacionamento com o corpo e a fluidez. Não há uma leitura inequívoca do espaço; a percepção que se tem dele revela uma complexidade e uma riqueza inesperada. É um lugar de liberdade.*

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Texto adaptado do site Archdaily.com

Fig.110: Imagem aérea da mediateca.

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Fig.111 e 112: Plantas de situação e implantação.

Fig.113: Vista do terraço da mediateca.

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Fig.114: Percursos de grama.

Fig.115: Utilização da cobertura como espaço de descanso e permanência.

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Fig.116: Espaços de convívio, mesas para alimentação.

Fig.117: Espaços de silêncio.

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Biblioteca de São Paulo A Biblioteca de São Paulo, construída onde era a Casa de Detenção Carandiru, foi finalista do prêmio de melhor biblioteca do ano na London Book Fair International Excellence Awards 2018. Mesmo com um índice de leitura de quatro livros por ano, o Brasil foi o país que mais se destacou na feira londrina. “A indicação nos deu voz para discutir o direito que a população tem à bibliotecas públicas de qualidade, e a necessidade de o poder público investir em cultura e prover esse direito ao cidadão”, diz Ruprecht. Essa biblioteca brasileira já nasceu como uma promessa de transformação. A antítese é forte e a metáfora se torna óbvia. Onde antes funcionava uma prisão, agora há a liberdade: de conhecimento, das idéias, dos livros. Ela foi construída em 2010 no parque

Fig.118: Vista da fachada lateral direita da Biblioteca de São Paulo .

da Juventude, antiga área da penitenciária Carandiru, onde também funcionam duas escolas técnicas. Pois é neste lugar, que poderia carregar para sempre uma soturna memória, que está localizada a Biblioteca de São Paulo. Com 400m² projetados como se fosse uma grande livraria, a Biblioteca de São Paulo (BSP) chama a atenção pela arquitetura que coloca o público como foco, e não o acervo, diferente do que acontece nas bibliotecas tradicionais. A biblioteca colaborou para que o impacto urbano desta revitalização extrapolasse os limites do bairro, trazendo gente de toda a cidade para aproveitar esse novo parque que além de lazer possui espaços de educação e cultura com acesso livre a todos. Fig.119: Croqui da proposta volumétrica longitudinal da Biblioteca de São Paulo e escalas humanas.

Fig.120: Vista externa da Biblioteca de São Paulo, totens de sinalização e decoração (próxima página).

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A biblioteca está organizada como se fosse uma livraria, visando atrair também o público não leitor. A idéia é que esta obra seja um piloto que possa ser replicado em outras cidades do Estado. Um novo conceito de Biblioteca, implantada no Brasil, mas inspirada na Biblioteca Pública de Santiago do Chile.

A

participação da comunidade próxima à Biblioteca de São Paulo é um assunto levado a sério pela instituição. Por lá, um terço das aquisições semanais de livros vêm de sugestões dos sócios (de carteirinha!).

O prédio possui uma área ampla com iluminação zenital, garantindo uma grande flexibilidade de layout interno. A estrutura é formada por 20 pilares e 10 vigas, espaçadas a cada 10 metros.

Outra particularidade da BSP é o público: a biblioteca atrai pessoas de diferentes idades, gêneros e condições socioeconômicas, ao contrário da maioria das bibliotecas públicas cujo público é formado por pessoas em idade escolar.

O mobiliário ganhou divertidos tons coloridos e serigrafias lúdicas foram propostas nos vidros para dar mais intimidade a quem lê ou pesquisa.

Fig.121: Área de convívio com mobiliário colorido e flexibilidade de layout.

Foram implantados mobiliários especiais como mesas para deficientes visuais e mesas ergonômicas para deficientes físicos. Para atender às normas de acessibilidade os pisos instalados são táteis, corrimão com duas alturas, inscrições em Braile além de rampas de acesso e soleiras adequadas.

Fig.122: Escadas acessíveis, sinalização, corrimão e pisos táteis.

Mais do que estimular a leitura, o objetivo desse grande laboratório é fazer com que as bibliotecas se tornem polos ativos de cultura nas comunidades. Clubes de livros, projetos de contação de histórias para crianças, oficinas de tecnologias para idosos, minicursos de robótica, saraus com jovens, projetos que discutem literatura e gastronomia estão entre os “experimentos” da BSP. “Ela está focada na pluralidade, e isso tem a ver com a literatura — porque, como diz Cristóvão Tezza, literatura não está a serviço de nada a não ser da liberdade. E biblioteca pública, como um espaço de literatura e educação, tem que ser um espaço livre para que cada um busque o seu espaço rumo ao conhecimento”, diz Pierre André Ruprecht, diretor executivo da SP Leituras.

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Fig.123: Croqui de alturas e relação com o usuário.


Fig.124: Vista do exterior, fachada de concreto texturizado.

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Santana, o bairro onde fica a biblioteca, é um local da capital paulistana que concentra muitos albergues para moradores de rua. Com a construção da BSP na região, essas pessoas frequentam a biblioteca e participam das atividades culturais — hoje, eles representam 20% do total de visitantes. A metáfora dinâmica do desenho não se restringiu à disposição das estantes: a BSP funciona como um imenso laboratório de boas iniciativas que podem ser adaptadas e reproduzidas nas 800 unidades da rede de bibliotecas públicas do estado. O programa é constituído por um pavimento térreo com recepção, acervo, auditório para 90 pessoas e módulos de leitura para crianças e adolescentes. O terraço existente neste pavimento foi coberto por uma estrutura tensionada, que lembra “tendas náuticas” e abrigará uma cafeteria, áreas de estar e espaço para performances. No pavimento superior encontram-se além do acervo, diversos espaços de leitura sendo um módulo restrito para adultos, além das áreas multimídia. Os terraços do pavimento superior voltados para as fachadas leste e oeste, de maior insolação, foram cobertos por pérgulas fabricadas com laminados de eucalipto de reflorestamento e policarbonato, garantindo um espaço agradável para performances e área de estar. As demais fachadas são compostas por placas de concreto prémoldadas com acabamento texturizado colorido.*

*

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Texto adaptado do site Archdaily.com

Fig.125: Módulos com silhuetas coloridas, espaços de leitura e estudo.

Fig.126: Terraço, área de estar e apresentações de música.

Fig.127: Vista do exterior, fachada de concreto texturizado.


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CAPÍTULO 4

Corpo

da

Cidade



Localização da Área de Estudo Para a melhor localização da área de estudo selecionada, uma sequência de mapas exemplificam as escalas a serem atravessadas até que possamos analisar a localização da área e do lote o qual será implantado o objeto. Estas escalas gradativamente mostram sua localização.

Fig.128: Mapa do Brasil com destaque do Estado de São Paulo. Fig.129: Ampliação da RMRP e município de Batatais.

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Fig.130,131 e 132: Diagramas de localização, ampliação do local de estudo e análise.


São Paulo (SP) é um estado brasileiro localizado na região Sudeste, fazendo divisa com o Rio de Janeiro, a nordeste; com Minas Gerais, a norte; com o Mato Grosso do Sul, a oeste; e com o Paraná, ao sul. Batatais é um município brasileiro, situado no interior do Estado de São Paulo. Pertencente a Região Metropolitana de Ribeirão Preto, Batatais é o centro de sua microrregião e possui uma área territorial de 851 Km². A Região Metropolitana de Ribeirão Preto é composta por um total de 34 municípios, com uma população de aproximadamente 1,6 milhões de habitantes, segundo dados do IBGE de 2015, o que representa 3,71 por cento do total do Estado.* Locado a uma altitude de 862m, sua topografia é ondulada, estando situada entre duas colinas. A cidade fica a cerca de 355 Km da capital São Paulo. O município de Batatais faz limite com: São José da Bela Vista, Restinga, Franca, Patrocínio Paulista, Altinópolis, Nuporanga, Jardinópolis, Sales de Oliveira e Brodowski. Sendo este último o mais próximo, estando a apenas 12 Km de distância. O acesso rodoviário acontece por meio das seguintes rodovias: SP – 330 – Via Anhanguera, SP – 334 – Rodovia Cândido Portinari e SP – 351 – Rodovia Altino Arantes. O clima é tropical (ameno) com inverno seco. Com máxima de 34 graus e mínima de 8 graus – média 21 graus. As precipitações pluviométricas ocorrem principalmente no intervalo dos meses de novembro até março.

* Texto adaptado do Relatório da Emplasa de 2016.

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Análise da Área de Estudo Mapa de Macrozoneamento e Zonas Especiais (revisão Janeiro/2016)

Mapa obtido pela colaboração da estudante de arquitetura e atual arquiteta atuante Fernanda Cardoso Damante no ano de 2019 para a disciplina de Projeto de Urbanismo 8. Projeto este elaborado pelos alunos: Emily Geisa Toni, Luís Ricardo Pasucal Neto e Thamiris Bernardes da Silva.

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O mapa apresentado estabelece as macrozonas e zonas especiais do município de Batatais. A área selecionada para a implantação do objeto está localizada na Zona de Destinação Urbana - MZ1. Pela tipologia do projeto sua classificação de Uso do Solo é denominada IT3 (Biblioteca Pública). Uma observação importante a se fazer é comentar quais são as diretrizes e códigos elaboradas e aplicadas pelo município. Sendo assim, destaco que é presente: o Plano Diretor, Leis de Parcelamento e Uso do Solo, Código de Obras e Código de Postura. Porém, é ausente o Código do Meio Ambiente. A delimitação existente porém, exige que nas áreas não canalizadas do Córrego das Araras deve-se manter reserva de 30m de Área de Preservação Permanente para cada margem. Fig.133: Mapa de macrozoneamento de Batatais, elaborado pela prefeitura municipal.

A Lei nº 3144 de 25 de Junho de 2012 (Dispõe sobre os índices e parâmetros urbanísticos, uso e ocupação do solo e instalação de infraestrutura urbana, respeitadas as normas técnicas pertinentes, nas Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS 1 e 2, instituídas pelo Plano Diretor do Município de Batatais e dá outras providências. Quanto aos Índices Urbanísticos temos: -Densidade de hab/ha - 200 -Taxa de Ocupação - 75% -Taxa de Permeabilidade - 15% -Coeficiente de Aproveitamento - 2 *Mz1 com outorga onerosa até 4 vezes o coeficiente de aproveitamento. -Lote Mínimo - 250m² -Testada Mínima - 10m -Calçada: 3,50m. -Gabarito máximo - não estabelecido -Vagas de Estacionamento - 1 vaga para cada 50m² de construção.

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Este mapa demonstra com o uso de cores e tonalidades a delimitação física e territorial dos bairros existentes na cidade de Batatais. O levantamento foi elaborado de acordo com mapas e informações

obtidas pelo site Google Maps no ano de 2019 pela disciplina de Projeto de Urbanismo 8 com o objetivo de observar e analisar a sua distribuição, forma e expansão, assim como a evolução urbana.

Mapa de Bairros

Mapa adaptado do trabalho de Análise do Município de Batatais para a disciplina de Projeto de Urbanismo 8, realizado no ano de 2019, durante o oitavo semestre. Projeto este elaborado pelos alunos: Emily Geisa Toni, Luís Ricardo Pasucal Neto e Thamiris Bernardes da Silva.

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Para a melhor compreensão da situação socioeconômica da cidade de Batatais, foi elaborada uma tabela com os valores dos imóveis em diferentes bairros, de modo a exemplificar quais são os bairros com o maior e menor custo de vida.*

Estudo Socioeconômico

Os bairros centrais tem mais infraestrutura, equipamentos, comércios, prestações de serviços, entre outros, facilitando a vida de quem ali reside, tudo está localizado em uma distância que pode até percorrer a pé. Esses fatores elevam o custo dos imóveis destes bairros. Sendo assim, com o mapa de localização de cada bairro, temos a justificativa dos valores. Em suma, os bairros centrais abrigam os moradores com uma maior renda mensal, enquanto que os bairros periféricos abrigam os moradores com menor renda

O bairro onde localiza-se o lote é denominado por Bairro Chácara Dr. Luís Cândido Alves Bancários, porém, conhecido popularmente como ‘Bancários’. Faz parte da Unidade de Planejamento 08 denominada Santa Cruz, estabelecida pelo Plano Diretor do município, visando desenvolver novos bairros numa área de 2,4 Km².

Fig.134: Mapa de bairros de Batatais, elaborado por alunos, consultar nota de rodapé.

Gráfico síntese do questionário aplicado aos moradores de Batatais no ano de 2019 utilizando como meio a internet. Com a finalidade de identificar as faixas de renda familiar. (31 respostas)

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Mapa de Equipamentos Urbanos

Mapa adaptado do trabalho de Análise do Município de Batatais para a disciplina de Projeto de Urbanismo 8, realizado no ano de 2019, durante o oitavo semestre. Projeto este elaborado pelos alunos: Emily Geisa Toni, Luís Ricardo Pasucal Neto e Thamiris Bernardes da Silva.

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O mapa elaborado identifica a quantidade de equipamentos do município de Batatais, seja de caráter público ou privado. O anteprojeto de uma Biblioteca Sensorial agrega qualidade, diversificação de conteúdo, material didático, experiências, interação social , tudo a disposição dos 61.052 habitantes segundo a análise do IBGE de 2016.

Nos aproximando ainda mais do lote, a partir de agora será usado um raio de 350m para fazer uma análise mais próxima do que acontece no entorno do local escolhido. O lote fica numa área central da cidade, de frente ao ponto de referência ‘Lago’. Próximo da Rodoviária, possui muita movimentação e fácil acesso.

Esquema de insolação e ventos dominantes

A quadra que abriga o lote possui um formato irregular

Fig.135: Mapa de equipamentos urbanos de Batatais, elaborado por alunos, consultar nota de rodapé. Fig.136: Diagrama do formato da quadra que abriga o lote, formato irregular. Fig.137: Diagrama de insolação e ventos dominantes.

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Mapa Topogrรกfico

Mapa esquemรกtico sem escala *Raio=350m

N

Fig.138: Mapa topogrรกfico num raio de 350m ao redor do lote.

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O mapa topográfico esclarece o quanto a topografia é influenciada pela presença do Córrego das Araras, a quadra do lote em seu ponto mais alto, na Rua Vigário Manoel Pômpeo de Arruda indica 843m, declinando depois para 838m e ascendendo para 840m na Avenida José Luiz de Oliveira, criando um fundo de vale. A distância de uma esquina a outra: 155m. Já o ganho/perda de elevação: 1.78m, -5,38m

Fig.139: Perfil de elevação do terreno (gerado pelo Google Earth Pro)

Fig.140: Córrego das Araras. Ponto de vista 01 no mapa.

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Mapa de Vegetação

Mapa esquemático sem escala *Raio=350m

N

Fig.141: Mapa de vegetação num raio de 350m ao redor do lote.

Fig.142 e 143: Pontos de vista 02 e 03 no mapa.

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A área apresenta maciços de vegetação nas margens do Córrego das Araras, em torno do Lago Artificial Ofélia Borges Silva Alves, na praça do Terminal Rodoviário e também no terreno de frente ao lote. Essa preservação se deve em parte a classificação de grande parte dessa região na MZ4 (Macrozona de Interesse Especial) e também na ZEICT (Zona Especial de Interesse Cultural e Turístico). Com o título de Estância Turística que o município possui e os recursos que surgem dele, é possível concluir a importância desses espaços e do cuidado que devem receber.

A grande quantidade de árvores e vegetação como um todo protege as margens do córrego, criando a APP (Área de Preservação Permanente), também proporciona uma boa arborização e conforto térmico. Essas áreas costumam possuir em horários não comerciais um considerável fluxo de pedestres praticando exercícios como caminhada e corrida.

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Mapa de Fluxo Viรกrio

Mapa esquemรกtico sem escala *Raio=350m

N

Fig.144: Mapa de fluxo viรกrio num raio de 350m ao redor do lote.

Fig.145,146 e 147: Pontos de vista 04, 05 e 06 no mapa.

134


O mapa de fluxo viário mostra a condição de fluxo rápido em grande parte do raio de análise. Já em situação de fluxo moderado estão as vias próximas ao Terminal Rodoviário de Batatais. A análise foi elaborada aplicando a condição de um horário de pico, ou seja, de movimentação mais intensa.* *

Trânsito típico de segunda-feira 07:00 horas da manhã.

135


Mapa de Uso do Solo

Mapa esquemรกtico sem escala *Raio=350m

N

Fig.148: Mapa de uso do solo num raio de 350m ao redor do lote.

Fig.149,150 e 151: Pontos de vista 07, 08 e 09 no mapa.

136


O mapa de uso do solo destaca a predominância de áreas verdes, vazios e residências. Pode-se notar uma divisão, ao norte do lote temos a predominância de lotes residenciais, enquanto que ao sul do lote vemos mais comércios e prestação de serviços. As instituições também se destacam. As áreas verdes valorizam os imóveis, dificultando a aquisição e ocupação dos vazios.

137


Mapa de Ocupação do Solo - Figura e Fundo

Mapa esquemático sem escala *Raio=350m

N

Fig.152: Mapa de ocupação do solo-figura e fundo num raio de 350m ao redor do lote.

Fig.153,154 e 155: Pontos de vista 10, 11 e 12 no mapa.

138


O mapa de ocupação do solo destaca a predominância dos vazios. Com isso podemos analisar que está área ainda está em desenvolvimento. Pode-se notar uma divisão, ao norte do lote temos uma maior ocupação, com a predominância de residências que ocupam grande parte do lote, enquanto que ao sul do lote vemos mais lotes vazios e uma menor ocupação.

139


Mapa de Ocupação do Solo - Gabarito

Mapa esquemático sem escala *Raio=350m

N

Fig.156: Mapa de ocupação do solo-gabarito num raio de 350m ao redor do lote.

Fig.157,158 e 159: Pontos de vista 13, 14 e 15 no mapa.

140


O mapa de gabarito das edificações nos permite analisar e concluir que existe a predominância de edificações térreas, residências em sua maioria. As edificações de dois pavimentos dividem-se entre residencial, institucional e comercial. Esse conjunto de análises auxiliaram na compreensão das características da área , revelando qualidades que serão utilizadas no próximo capítulo, o qual tratará do desenvolvimento do anteprojeto.

141


CAPĂ?TULO 5

P rocesso

Criativo



VAMOS IMERGIR NO MAR DE INSPIRAÇÕES?

144


Fig.160: Mulher afundando na água.

-Referências projetuais -Moodboard -Paleta de cores -Inspirações -Estudos Preliminares -Programa de necessidades -Organograma

-Fluxograma -Estudo de distribuição das atividades -Estudo de volumetria -Estudo de condicionantes naturais e entorno

145


146

Estudos Preliminares: Moodboard + Paleta de cores (frias) + Inspirações + Espaços externos


*Brainstorm: Também chamado de Brainstorming, é uma expressão inglesa que significa tempestade cerebral ou tempestade de ideias. É um método para testar e explorar a capacidade criativa a partir da coleta de informações, ideias, inspirações com o objetivo de desenvolver conceitos. *Moodboard: É uma expressão inglesa que traduzida significa ‘Painel do Humor’. É uma ferramenta para traduzir visualmente um estilo.

Moodboards Os moodboards foram montados com a intenção de demonstrar visualmente as diferentes alternativas de abordagem para o anteprojeto da biblioteca sensorial.

Este primeiro moodboard exemplifica por meio desta combinação de imagens o uso de cores frias e seu impacto na fachada de um projeto, assim como a combinação de cores claras com fachadas mais dinâmicas.

Fig. 161: Moodboard de cores frias.

147


148

Estudos Preliminares: Moodboard + Paleta de cores (quentes) + Inspirações + Espaços externos


Este segundo moodboard foca em demonstrar por meio de imagens como a opção da aplicação de cores quentes nas fachadas do projeto podem destacá-lo do entorno, assim como visualizar o modo como foram aplicadas e materiais. A Biblioteca de São Paulo, posicionada no centro usou de concreto texturizado e um tom de marrom para contrastar com o verde do lote.

Fig. 162: Moodboard de cores quentes.

149


150

Estudos Preliminares: Moodboard + Paleta de cores + Inspirações + Espaços internos


O terceiro moodboard já destaca uma paleta de cores mais fortes e destacantes para os ambientes internos, como amarelo, verde, azul , roxo e também o conceito de algumas áreas serem monocromáticas. Outra questão que aparece nas imagens são objetos e intervenções projetadas para conversar e interagir com o corpo do visitante, como por exemplo, fitas, redes, puffs e outros.

Fig. 163: Moodboard para espaços internos.

151


152

Estudos Preliminares: Moodboard + Paleta de cores + Inspirações + Espaços internos + Sinalização +


+ Intervenções

O quarto moodboard reune algumas possíveis intervenções internas como desenhos específicos no piso ou paredes, adesivos, escritas, aplicação de tecidos, variação de material em uma superfície contínua, luz artificial e natural, entre outros.

Fig. 164: Moodboard de intervenções internas.

153


154

Estudos Preliminares: Moodboard + Paleta de cores + Inspirações + Espaços internos + objetos e mob


biliário

Por último vemos neste moodboard uma junção de mobiliários e objetos que de certa forma fogem do convencional, sendo mais chamativos, coloridos com formas variadas, remetendo à outros objetos, incentivando a imaginação do usuário do espaço. Balões tornamse mesa e chapéus viram luminárias.

Fig. 165: Moodboard de objetos e mobiliário.

155


Divisão do lote O lote foi subdividido em três grandes áreas, cada uma com sua abordagem específica. A denominada ÁREA 1 - recebeu a classificação de área fechada, esse espaço receberá os volumes, o edifício em si. A ÁREA 2 - um maciço de árvores que recebeu a classificação de área semi-aberta. A ideia inicial é criar um espaço de leitura ao ar livre, com bancos e gazebo, assim como a possibilidade de meditação e contato com a natureza. Por fim, temos a ÁREA 3 - classificada como área aberta, o objetivo é utilizar esse espaço da APP da maneira menos agressiva possível, criando trilhas de caminhada ao longo das curvas do córrego, respeitando as margens e a vegetação nativa, sem deixar de integrar a natureza ao projeto.

Fig.166: Gazebo de madeira (intenção para a área 2).

Fig.167: Trilha para caminhada. Intenção para a Área 3.

Fig.168: Diagrama em perspectiva com as três áreas do lote.

Fig.169: Diagrama em planta com as três áreas do lote.

156


157


Programa de Necessidades Considerando todas as exigências, objetivos, funções e buscando elaborar um ambiente capaz de atender públicos de diversas idades, condições físicas, econômicas e sociais. Com o adendo da aplicação de conceitos utilizados na arquitetura sensorial e as referências projetuais foi desenvolvido o seguinte programa de necessidades, com estimativas de área para cada ambiente. Seguindo uma linha tradicional ou moderna, a biblioteca é um equipamento projetado com a pretensão de cativar e sensibilizar seu usuário, e tornar-se espaço para leitura, pesquisa e cultura. Busca entre outros objetivos romper com a velha imagem de templos de silêncio e rabugice. Para que o projeto seja considerado um sucesso é preciso que ele seja capaz de chamar a atenção daqueles que não tem a necessidade de frequentar a biblioteca, mas o fazem buscando uma leitura agradável. Deve haver um prazer natural em frequentar e preencher seu tempo livre nos ambientes da biblioteca, um sentimento confortante de habitat natural. Para receber os usuários é preciso que a biblioteca ofereça um acervo rico, bons serviços e a disposição de um espaço físico adequado, com condições confortáveis para leitura, pesquisa e outras atividades. O equipamento deve atender a necessidade dos usuários - população, leitores em geral. Não se pode esquecer do usuário interno: funcionários, auxiliares, técnicos e bibliotecários, pessoas que convivem dentro do espaço da biblioteca por pelo menos oito horas diárias, transitando por meio de estantes, atendendo usuários por meio de telefone ou e-mail, entre outras funções.

158

Fig.170A e 170B: Tabela com o programa de necessidades (estimativa de áreas) e sinalização.


Programa de Necessidades - sinalização

159


Organograma

160


Fig.171: Organograma para o projeto da Biblioteca Sensorial.

161


Fluxograma

162


Fig.172: Fluxograma para o projeto da Biblioteca Sensorial.

163


CAPÍTULO 6

Relacoes do

Objeto



Estudo de Distribuição das Atividades

166

Fig.173: Diagrama de Estudo de distribuição para o projeto da Biblioteca Sensorial.


Estudo de Plano de Massas-รกrea 1

Fig.174: Diagrama de Estudo de plano de massas-รกrea 1 para o projeto da Biblioteca Sensorial.

167


Estudo de Plano de Massas-รกrea 1

168


Fig.174: Diagrama de Estudo de plano de massas-área 1 para o projeto da Biblioteca Sensorial. Fig.175: Diagrama de Estudo de plano de massas-área 1 para o projeto da Biblioteca Sensorial.(sobreposição da massa ao formato da área 1)

169


Estudo de Volumetria A intenção que objetivou a elaboração destes diagramas parte do princípio de adequar o programa de necessidades que o objeto demanda, adequando-o a escala determinada. Assim como, criar uma geometria que transmita simplicidade, e minimalismo, baseada em formas limpas, partindo da ideia de cubo. Uma volumetria que permita aproveitar as vistas do entorno do lote trabalhando com pés direitos altos e fachadas dinâmicas.

1 - Possibilidade de volume único e térreo Mais área livre no térreo

170

2 - Adição de volume Acomodar o programa

3 - Junção de volumes (integrar o programa) Permeabilidade visual

Fig.176, 177,178,179 e 180: Diagrama de Estudo de volumetria para o projeto da Biblioteca Sensorial.


171


4 - Adição de volume

172

5 - Elevação do volume com pilotis

Tirar partido da topografia

Menor impacto no solo


Estudo de condicionantes naturais

Estudo de insolação

Fig.181: Diagrama de Estudo de insolação para o projeto da Biblioteca Sensorial.

Fig. 182: Gráfico da variação de quantidade de horas de luz por dia no município de Batatais, em cada mês do ano. Levantamento feito em 2020.Fonte: NOAA.

173


Segundo Mambrini (1997), o projeto deve oferecer uma boa solução a nível de iluminação, ventilação, acústica, insolação, temperatura e umidade, tanto para conservação do acervo quanto para sua consulta. São necessárias análises e reflexões sobre as condições climáticas do local onde vai ser instalada a biblioteca. Em regiões tropicais como o Brasil é muito difícil manter a estabilidade da temperatura e da umidade de forma natural, o controle mecânico torna-se a solução ideal. A recomendação para bibliotecas é temperatura estável em torno de 21°C.

Para ser confortável, um ambiente precisa de renovação de ar constante, tanto para higiene, quanto para a dissipação de calor e a desconcentração de vapores, fumaça e poeiras (MAMBRINI,1997). Assim, são recomendadas aberturas móveis e reguláveis, colocadas em paredes opostas, posicionadas na parte superior e inferior, permitindo a chamada ventilação cruzadas. Na busca por aproveitar os ventos dominantes e criar uma boa ventilação interna e conforto térmico, será utilizado o conceito de fachadas ventiladas. Basicamente é um revestimento externo composto por painéis ou placas modulares, fixado à fachada. O afastamento entre as duas estruturas cria uma cavidade de ar, com largura média de 10 a 15 centímetros, por onde ocorre a ventilação contínua no sentido vertical. A recomendação para bibliotecas é de uma umidade relativa de ar estável entre um mínimo de 30% e um máximo de 50%. Podemos notar uma maior umidade nos meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro e um tempo mais seco nos meses de Junho, Julho e Agosto.

Fig.183: Diagrama da escala dos níveis de umidade de acordo com a OMS.

174

Fig. 185: Gráfico da variação de temperaturas máximas e mínimas no município de Batatais, em cada mês do ano. Levantamento feito em 2020.Fonte: NOAA.


Estudo de ventilação

Fig.184: Diagrama de Estudo de ventilação para o projeto da Biblioteca Sensorial.

175


Fig. 186: Desenho esquemático do funcionamento de um sistema de fechada ventilada em edifício.

Graças ao sistema de juntas abertas das placas do revestimento, o ar frio entra pela abertura inferior e o ar quente sai pela abertura superior, criando o efeito chaminé. A temperatura, umidade do ar e quantidade de horas de luz solar por dia variam conforme a estação do ano, deve-se pensar em adaptações e ferramentas para manter estabilidade e conforto térmico em todas. A variação de temperatura no município será abordada a seguir.

176

Fig. 188: Gráfico da variação da quantidade de chuva no município de Batatais, em cada mês do ano. Levantamento feito em 2020.Fonte: NOAA.


Estudo de curso d’água

Fig.187: Diagrama de Estudo de curso d’ água para o projeto da Biblioteca Sensorial.

177


Uma das intenções para o anteprojeto da Biblioteca Sensorial é a economia do consumo de água para este equipamento urbano, sendo assim, será implementado um sistema de captação de água pluvial, após filtrada será reutilizada nos banheiros, manutenção do jardim, entre outros.

Fig. 189: Desenho esquemático do funcionamento de um sistema de captação de água pluvial em uma residência.

178

Resumidamente, no caso da captação por armazenamento em cisternas, o sistema se dá através da captação de água pluvial no telhado pelas calhas, que encaminham a água para uma tubulação ligada a um filtro onde o material vegetal é retido (folhas, galhos etc). Deste filtro, a água vai para a cisterna. Lá há um processo de decantação da matéria orgânica, e a água de lá é bombeada e levada para a destinação desejada.


Acessos e relação com entorno (fluxo viário) A localização geográfica da biblioteca pode ser considerada um fator que define a frequência de uso da mesma, independente da relevância e qualidade do acervo, dos bons profissionais ou serviços prestados. Por isso a biblioteca deve ser visível, tornando-se ponto de referência da cidade onde está instalada. A facilidade de acesso define o movimento que a biblioteca tem, portanto o acesso fácil e bem sinalizado são diretrizes essenciais a serem adotadas.

O Lago Artificial Ophélia Borges Silva Alves já é um ponto de referência conhecido na cidade de Batatais, utilizado para caminhadas no fim de tarde e também aos fins de semana. O acesso principal tanto de veículos como de pedestres e ciclistas será pela rua Antônio José Buranelli.

Fig.190: Diagrama de acessos e relação com o entorno imediato (fluxo viário).

179


Áreas verdes e arborização

Fig.191: Diagrama de áreas verdes e arborização.

Estudo de altura do entorno imediato

180

Fig.192: Diagrama de estudo de altura.


Visadas (Vistas prioritárias) Considerando as condicionantes, o entorno imediato e suas características, assim como o volume das edificações, foram destacadas através deste esquema as vistas que agregam ao anteprojeto. O primeiro foco, destacado em azul esverdeado visa o direcionamento para o lago artificial, principalmente da varanda de ambos os edifícios. O segundo foco visa promover a vista para o córrego e para as vegetações que o acompanham, destacado em azul escuro. Em terceiro, busca-se uma vista mais ampla, partindo do espaço de permanência da área 2, destacado em verde.

Outros fatores que determinaram a localização do projeto é o movimento da Avenida José Luís de Oliveira e a proximidade com a Rodoviária Municipal de Batatais, o que permitiria a utilização por pessoas de outras cidades e o fácil deslocamento, podendo ser feito a pé, estando a apenas um quarteirão de distância do projeto. Os edifícios do entorno imediato são térreos enquanto que o volume gerado pelos estudos resultaram num edifício de dois pavimentos, contudo, o desnível da topografia permite a exploração de diferentes alturas e ângulos de visão.

Fig.193: Diagrama de estudo de vistas prioritárias.

181


CAPĂ?TULO 7

Anteprojeto

Arquitetonico



Implantação do Projeto O projeto está implantado entre as Ruas Vig. Manoel Pompêo de Arruda, Antônio José Buranelli e Avenida José Luís de Oliveira. O acesso principal de veículos, pedestres e ciclistas é pela Rua Antônio José Buranelli. O objeto foi afastado das vias de forma a minimizar o ruído dos veículos, apesar do fluxo ser considerado de baixo a médio. A intenção é criar um equipamento público que se integre com as condicionantes naturais de forma que o impacto seja o mínimo para a natureza. A integração entre os espaços e seus elementos permite o despertar de sensações e dos sentidos. O programa de necessidades se diferencia pela presença de espaços sensoriais e monocromáticos e a preocupação em estimular todos os sentidos e não somente a visão.

LEGENDA: 1

Acesso ao projeto

2 Córrego das Araras 3 Lago Artificial Ophélia Borges Silva Alves 4 Muro de divisa dos lotes 5 Maciço arbóreo 6 Centro Comunitário Dr. Luiz Cândido Alves

184

7 Trilha para caminhada


Fig.194: Planta de implantação para o projeto da Biblioteca Sensorial.

185


Planta do Térreo Com o alçar do edifício por meio de pilotis, o pavimento térreo ficou livre para o passeio, essa decisão cria assim uma grande praça com bancos, espaços de permanência e esculturas. Os gazebos garantem a liberdade da leitura confortável ao ar livre. O impacto da construção aos elementos naturais procura ser o mínimo possível. O acesso ao primeiro pavimento acontece de duas formas, por meio de escadas e elevador. No térreo estão locados também o estacionamento e o bicicletário. Uma das árvores do local se conecta diretamente com o projeto, estando integrada internamente a todos os pavimentos.

7 7

9

9

B

2 11

LEGENDA: 1

Acesso e estacionamento

2 Bicicletário 3 Acesso por elevador

1

4 Acesso por meio de escada 5 Árvore 6 Gazebos 7 Bancos 8 Lago artificial 9 Esculturas

186

10

Lixeiras

11

Bebedouro

12

Bancos integrados ao piso

Pavimento Térreo 1:300


Fig.195: Planta do Pavimento Térreo para o projeto da Biblioteca Sensorial.

9 12

A

10

3

9 4

6

B’

5

9

7

A’ 8

12

187


Planta do Primeiro Pavimento O primeiro pavimento pode ser acessado por escadas ou elevador. Esse pavimento abriga todo o setor administrativo da biblioteca como recepção e secretaria. A intenção é estabelecer duas faixas que abriguem o programa de necessidades, uma mais compartimentada para atividades que precisam de certa privacidade ou restrições. A segunda faixa é totalmente aberta, o mobiliário constrói o espaço promovendo a permeabilidade visual e fluidez espacial de todo o pavimento. O uso de vidro nas fachadas e as aberturas na laje promovem a entrada de luz natural facilitando a leitura. O recanto das crianças está em um ambiente fechado por questão de segurança, contudo, a parede cortina em vidro possibilita a conexão entre interno e externo.

9

10

8 6

B LEGENDA: 1

Acesso ao primeiro pavimento

2 Acesso ao pavimento superior 3 Acesso por elevador 4 Estantes com acervo 5 Área de leitura 6 Recepção e reprografia 7 Terminais de consulta 8 Guarda-volumes 9 Sala de reuniões

188

10

Secretaria/administração

11

Copa de funcionários

12

Recanto das crianças

13

Sanitários adaptados

14

Sanitários com fraldários

Primeiro Pavimento 1:300

7

5


Fig.196: Planta do Pavimento Pavimento para o projeto da Biblioteca Sensorial.

A

11

12

3

13 15 14

4 1

5

B’

2

A’

189


Planta do Pavimento Superior Seguindo a mesma diretriz do primeiro pavimento, neste pavimento temos as faixas o programa, aberta e fechada, contudo, apenas duas salas são fechadas, o laboratório de informática e o recanto do escritor, este estando mais isolado para promover o silêncio necessário aos estudos. A cafeteria e a área de convívio visam prover um espaço de confraternização, estando totalmente aberto na planta, a posição das mesas permitem a visualização do pavimento inferior. O recanto dos adolescentes foi posicionado próximo a fachada com maior abertura e visibilidade para o exterior. As grandes aberturas e a clarabóia da cobertura garantem uma iluminação natural eficaz e suficiente.

B LEGENDA: 1

Acesso ao pavimento superior

2 Área de convívio 3 Cafeteria 4 Recanto do escritor/coleções especiais 5 Laboratório de informática/áudio livros 6 Acesso por elevador 7 Estantes com acervo 8 Área de leitura 9 Recanto dos adolescentes

190

10

Sanitários adaptados

11

Sanitários com fraldários

12

Almoxarifado

Pavimento Superior 1:300


Fig.197: Planta do Pavimento Supeior para o projeto da Biblioteca Sensorial.

A

B’

A’

191


Planta de Cobertura Como nós moramos no hemisfério sul, a direção ideal dos painéis solares é o Norte. Isso porque o caminho que o sol percorre do Leste a Oeste sofre uma leve inclinação ao longo do dia, para o Norte, sendo mais acentuada ao meio dia. Essa inclinação pode ser mais intensa no inverno que no verão. Normalmente os painéis são instalados nos telhados das casas. Para que seu rendimento seja o maior possível, o telhado deve ter uma face voltada ao norte, sem que haja sombreamento nos módulos, por prédios ou árvores. As placas solares, principalmente em um equipamento desse porte, é uma boa alternativa para a economia de energia elétrica.

B

Película Encapsulante - EVa Vidro Especial de Alta Transmissão Moldura de Alumínio Anodizado

Células Fotovoltaicas Película Encapsulante - EVa Backsheet (funco protetor) Caixa de Junção

192

Planta de Cobertura 1:300


Fig.198: Planta de Cobertura para o projeto da Biblioteca Sensorial.

A

i=10% B’

A’

193


Fig.199: Cortes do projeto da Biblioteca Sensorial.

Cortes

+9,40 Cobertura +6,40 Pavimento Superior +3,40 Primeiro Pavimento -1,14 TĂŠrreo

Corte Transversal Corte Transversal1:300 1:300

A A

B

194

Corte Longitudinal 1:300


Fig.200: Perspectiva, árvore central.

Os cortes exemplificam o caráter de praça presente no térreo, assim como a divisão e relação entre os programas do primeiro pavimento e do pavimento superior. Foram instaladas três caixas d’água, localizadas entre o forro e a cobertura. O elevador aparece conectando todos os pavimentos, junto com as escadas.

195


CAPĂ?TULO 8

Realidade

Virtual



Perspectivas Externas

198


Fig.201: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

199


200


Fig.202: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

201


202


Fig.203: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

203


204


Fig.204: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

205


Acessos

206


Fig.205: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

207


Perspectivas Internas

208


Fig.206: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

209


Ă rea de Leitura e Acervo

210


Fig.207: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

211


Recepção

212


Fig.208: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

213


Recanto das Crianรงas

214


Fig.209: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

215


Área de convívio/cafeteria

216


Fig.210: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

217


Recanto do Escritor/Coleções Especiais

218


Fig.211: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

219


Portas As portas do edifício possuem tipologias de folhas diferentes, o que permite distinguir áreas restritas de áreas livres para circulação, além de indicar o tipo de atividade que acontece ao atravessar a mesma. As portas da área administrativa, mais especificamente secretaria, sala de reuniões e copa são identificadas por dois retângulos. O almoxarifado é uma estrutura de apoio, portanto, de acesso exclusivo, mostra-se com um retângulo apenas.

220

Os sanitários podem ser distintos pela presença do losango em sua folha. As salas de atividades são livres de restrições e portanto, as portas são mais abertas, com uma elipse que ocupa grande parte da folha da porta e permite ver as atividades e também a interação entre as pessoas. Por fim, temos o recanto do escritor, que abriga as coleções especiais e visa este espaço de silêncio e concentração para estudos, um conjunto de três círculos identificam esta sala. Quanto a materialidade temos: folhas, batentes e caixilhos em aço inoxidável e folha de vidro cristal.


Administrativo - restrição 1 Almoxarifado - restrição 2 Espaços comuns - atividades Espaços comuns - área de silêncio Sanitários masculino/feminino

221


Piso O piso do primeiro e segundo pavimentos são em madeira com círculos pintados e texturizados que funcionam como ferramenta de localização e direcionamento, criando percursos e conectando espaços. Os círculos menores com diâmetro de um metro formam caminhos, enquanto que os círculos maiores, de diâmetro de três metros indicam espaços de permanência.

Piso de madeira de Itaúba

Espaços de permanência D=3M

222

Percurso D=1M


Pintura - vermelho (carpete de polipropileno)

Pintura - bordeaux (carpete de poliéster)

Pintura - azul cobalto (carpete de polipropileno)

Pintura - azul claro (carpete de poliéster)

Pintura - amarelo (carpete de nylon)

Carpete de nylon: as fibras de nylon são resistentes ao desgaste e ao mofo. Possui boa vida útil e resistência ao peso dos móveis. O nylon pode ser tingido em uma grande variedade cores, resultando em mais opções de escolha de estilo. O carpete de nylon é um dos mais indicados para ambientes de intensa circulação de pessoas.

Pintura - verde (carpete de nylon)

Pintura - laranja (carpete de nylon)

Carpete de polipropileno: o uso desse tipo de carpete como forração para interiores é cada vez mais comum. Resistência a manchas e facilidade de manutenção estão entre as principais vantagens do produto. O seu uso é indicado para áreas de tráfego intenso e cômodos suscetíveis a danos por manchas. Carpete de poliéster: o toque macio aliado a uma boa resiliência são os pontos fortes dos carpetes de poliéster. O material também possui propriedades antialérgicas, já que inibe a formação de mofo. *

* Texto adaptado de https://www.westwing.com.br/guiar/carpete/

223


Referências Bibliográficas Para a realização dos objetivos existentes neste plano de trabalho, foram selecionadas as seguintes bibliografias, as quais serão utilizadas durante o processo de pesquisa e desenvolvimento da introdução ao trabalho final de graduação, servindo como suporte para esta etapa e etapas posteriores. Livros: HELLER, Eva. A psicologia das cores: como as cores afetam a emoção e a razão [tradução Maria Lúcia Lopes da Silva]. -- 1. ed. -- São Paulo: Gustavo Gili, 2013. SILVEIRA, Luciana Martha. Introdução à teoria da cor – 2. ed. – Curitiba: Ed. UTFPR, 2015. 169 p. CHING, Francis D. K., Dicionário Visual de Arquitetura; tradução de Julio Fischer. – 2ª ed. – São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. PALLASMAA, Juhani. Os olhos da pele: a arquitetura e os sentidos; tradução técnica: Alexandre Salvaterra. – Porto Alegre: Bookman, 2011. 76 p. OKAMOTO, Jun. Percepção Ambiental e Comportamento. – São Paulo: Editora Mackenzie, 2002. FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: Edgard Blücher, 2006. ARHEIM, R. Arte & Percepção Visual: Uma Psicologia da Visão Criadora: Pioneira Thomson Learnig, 2005. BATTLES, Mathew. A conturbada história das bibliotecas. São Paulo: Planeta, 2003. MARTINS, Wilson. A palavra escrita: história do livro, da imprensa e da biblioteca. 3. ed. São Paulo: Ática, 2002.

224

Dissertações: COSTA, Leandra. L. L. A luz como modeladora do espaço na Arquitetura. Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Arquitetura (ciclo de estudos integrado). Covilhã, 2013. Disponível e m : < https://ubiblior um.ubi.Pt/bitstream/10400.6/2154/1/Tese%20Leandra%20 Costa.pdf >. Acesso em: 26 de março , 2020. GAMBOIAS, Hugo F.D. Arquitectura com sentido(s) Os sentidos como modo de viver a arquitectura. Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitetura. Disponível em:< https://estudogeral.sib.uc.pt/handle/10316/24409>. Acesso em: 26 de março , 2020. Artigos em sites: G1. GLOBO. (2019) por David Lago. Retratos da leitura no Brasil. Disponível em: <https://g1.globo.com/politica/blog/matheus-leitao/post/2019/01/06/retratos-daleitura-no-brasil.ghtml> acesso em: 09/03/2019. SUPER INTERESSANTE (2018) por Pâmela Carbonari. Uma das bibliotecas mais legais do m u n d o é brasileira. Disponível e m : <https://super.abril.com.br/blog/literal/ uma-das-bibliotecas-mais-legais-do-mundo-e- brasileira/> acesso em: 09/03/2019. DIAGRAMANDO (26 de junho). Saiba quais são os países que mais leem livros no mundo. Disponível em: <https://diagramando.com.br/blog/


editorial/saiba-quais-sao- os-paises-que-mais-leem-livros-no-mundo/> acesso em: 09/03/2019. PRINTSTORE (19 de novembro). Hábito e consumo de livros no Brasil: afinal, o brasileiro está lendo mais?. Disponível em: <https://printstore.com. br/habito-e- consumo-de-livros-no-brasil-o-brasileiro-esta-lendo-mais/> acesso em: 09/03/2019.

CONCEITOS. Sem autor. Biblioteca Conceito, o que é, Significado. Disponível em: <https://conceitos.com/biblioteca/> acesso em: 09/03/2019.

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Lista de Figuras Figura 1 - Livros representando sentidos. Fonte: https://www.pinterest.es/ pin/505880970616745571/. Arte por: Jonathan Wolstenholm (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020. Figura 2 - Instalação impacto de um livro. Fonte: https://mundohype.com.br/nova-taxacao-em-livros-como-isso-afeta-voce/. Foto por: Raoni De Lucia (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 3 -Livro El Castillo do autor Franz Kafka. Fonte: https://razoesparaacreditar.com/instalacao-poder-livro-muro-de-tijolos/. Foto por: Jorge Méndez Blake (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 4 -Representação das primeiras etapas do projeto. - Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/ marca-marcador-m%C3%A3o-escrever-516279/ (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 5 - Representação da privação visual. Fonte: https://www.contioutra.com/e-impossivel-evoluir-com-os-olhos-vendados/ (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 6 - Corredor do Centro para Cegos e Deficientes Visuais. Fonte: https://www.archdaily. com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 7 -Vista interna dos cristais do Instituto do Mundo Árabe. Fonte: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-265617/clasicos-de-arquitectura-instituto-del-mundo-arabe-jean-nouvel. Foto por: Ricardo Vidal (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020.

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Figura 8 -Paleta de cores. Fonte: elaborada pela autora. Figura 9 - Instalação ‘Inodore’, parte de exposição italiana. Fonte: https://divisare.com/projects/149209-diverserighestudio-davide-menis-in-odore. Foto por: Davide Menis (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 10 -‘Flower Bath’ ou ‘Banho de Flores’, parte do projeto Termas de Vals. Fonte: https://www. youtube.com/watch?v=DpkpiK4o-cw&ab_channel=NiCo (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figuras 11 e 12 - Sacrário da Capela de Santo Inácio - paredes revestidas com mel. Fonte: https://lindabeaumont.com/portfolio/faith/ (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020 Figura 13 - Escada piano da estação de metrô em Odenplan, Stockholm. Fonte: https://www.flickr. com/photos/kj_/with/3668906877/. Foto por: KJ Vogelius (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 14 - Fort Worth Water Gardens no Texas, Estados Unidos. Fonte: https://lazytrips.com/ trip/ultimate-texas-road-trip. Foto por: Megan McHatten (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 15 -Bar de gelo ‘Icebarcelona’ em Barcelona. Fonte: https://travelaway.me/ice-bars-europe/. Foto por: Meeroona (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 16 - Menina na chuva. Fonte: https:// br.pinterest.com/pin/556476097691482588/ (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020.


Figura 17 - Escada do Museu Judaico, projeto de Daniel Libeskind. Fonte: https://www.archdaily. com.br/br/799056/classicos-da-arquitetura-museu-judaico-de-berlim-daniel-libenskind. Foto por: Anabella Fernandez Coria (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020.

Hammer, uma compilação de textos e desenhos de Leonardo da Vinci coletados entre 1508 e 1510. - Fonte: https://www.bernerzeitung.ch/kultur/kunst/leonardo-heute-wie-da-vinci-unseren-alltag-praegt/story/15395043 (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020.

Figura 18 - Representação da relação livros e Brasil. Fonte: elaborado pela autora.

Figura 24 - Palácio do rei Assurbanipal II, à beira do rio Tigres, onde se teve a primeira biblioteca já registrada no mundo, a Biblioteca de Nínive. - Fonte: https://www.facebook.com/ photo/?fbid=281120438686403&set=a.262058680592579 página do Projeto Ágora (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020.

Figura 19 - Tablete de argila contendo escrita Cuneiforme (modelo de escrita mesopotâmica). Fonte: http://fazerhistoria.com.br/o-primeiro-dia-da-historia/. Disponibilizado por: Eduard Henry (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020. Figura 20 - Livro da Biblioteca de Zutphen, século XVI, Holanda. Uma das três bibliotecas com livros acorrentados que ainda existem na Europa. Fonte: https://frontispicio.wordpress. com/2016/03/20/as-bibliotecas-da-idade-media/. Disponibilizado por: Thalles Siciliano (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020. Figura 21 - Excerto de um dos pergaminhos do Livro de Isaías encontrado em Qumran, Mar Morto. Fonte: https://www.publico. pt/2012/12/18/culturaipsilon/noticia/os-manuscritos-do-mar-morto-a-distancia-de-um-clique-1577879 (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020. Figura 22 - Papiro escrito em grego. Fonte: https:// revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/ noticia/2018/07/apos-18-mil-anos-cientistas-solucionam-misterio-de-papiro-grego.html (modificado pela autora). Divulgação/Universidade de Basel. Acesso em: 20/04/2020. Figura 23 - Páginas do Codex Leicester ou Codex

Figura 25 - Esboço da provável Biblioteca de Alexandria. Fonte: https://bibliotecaemfoco.wordpress.com/2014/06/24/alexandria/ (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020 Figura 26 - Gravura representando o grave incêndio que destruiu a biblioteca e parte da cidade de Alexandria. Fonte: https://www.todamateria.com. br/biblioteca-de-alexandria/. Disponibilizado por: Juliana Bezerra (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020 Figura 27 - Ruínas da Biblioteca de Alexandria. Fonte: https://bibliotecaemfoco.wordpress. com/2014/06/24/alexandria/ (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020 Figura 28 - Desenho de igreja. Fonte: https:// www.pinterest.es/pin/491666484294992961/ (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020 Figura 29 - Livros da Catedral Hereford, acorrentados nas prateleiras para evitar o roubo dos exemplares. Fonte: https://escrevereler.com.br/livros-protegidos-maldicao/ (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020

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Figura 30 - Fachada da Chicago Public Library. Fonte: https://www.som.com/projects/chicago_public_library__west_loop_branch. Foto por: Tom Harris (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020 Figura 31 - Pátio do Centro para Cegos e Deficientes Visuais em Iztapalapa no México. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha . Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 32 - Pátio do Centro para Cegos e Deficientes Visuais em Iztapalapa no México. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 33 - As paredes delimitadoras acabam criando bancos de diferentes formas e alturas, além de pátios internos. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 34 - Paredes que delimitam o projeto, construídas com pedras locais, vista externa. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 35 - Croqui demonstrando a diferença de altura dos elementos arquitetônicos. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/

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center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 36 - Ateliês de diferentes alturas, aberturas na cobertura. Fonte: https://www.archdaily. com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 37 - Luz natural intercalada por espaços de sombra durante todo o percurso. Fonte: https:// www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 38 - Croqui da intenção de distinguir os espaços pelo material aplicado e sua posição no edifício, altura da aplicação. Fonte: https://www. archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 39 - Croqui da intenção para as paredes externas, linhas horizontais de direcionamento. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 40 - Pátio com percurso d’água delimitado por seixos, bancos e vegetação odorífera. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020.


Figura 41 - Interior de um dos espaços de atividades, caminho com linha guia central no piso. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 42 - Suas funções identificadas pelo usuário por altura e diferença de material empregado. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 43 - Vista do pátio principal que direciona o usuário aos espaços de atividades. Fonte: https:// www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 44 - Exterior do projeto, fachadas. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 45 - Banhista em sauna da área interna. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/0115500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 46 - Piscina externa do termas. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020.

Figura 47 - Sauna com iluminação artificial vermelha e luminárias azuis. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 48 - Piscina externa (página anterior). Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/0115500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 49 - Vista interna, banhista seguindo percurso. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 50 - Escada interna, iluminação artificial amarela, paredes e piso em pedra. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 51 - Vista interna, banhista com livro. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/0115500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 52 - Banhista embaixo das cascatas douradas. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 53 - Passagem escura, luminária preta pendente. Fonte: https:// w w w. a r c h d a i l y. c o m . b r / b r / 0 1 - 1 5 5 0 0 /

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classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 54 - Pessoas tomando sol. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 55 - Silhueta, parede que usa pedra original do local. Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 56 - Grande janela, vista para o exterior. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/0115500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 57 - Área externa com espreguiçadeiras. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/0115500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 58 - Cascata de água quente na piscina externa. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 59 - Porta de madeira, conexão interno-externo. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020.

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Figura 60 - Escadas internas. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 61 - Relação do projeto com o entorno, linha de trem e local de implantação. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 62 - Implantação do projeto da biblioteca. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/906051/ biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 63 - Escadas internas. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 64 - Corte do edifício (vista sul). Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 65 - Escadas de acesso da entrada principal, escala do edifício com o usuário. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 66 - Área de playground das crianças. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/906051/ biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por:


Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 67 - Estantes e espaço de leitura da biblioteca. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 68 - Espaços de interação, leitura e descanso. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 69 - Sala de leitura. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 70 - ‘Proa’ do edifício. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020.

biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 74 até 79 – Plantas da Biblioteca de Calgary, Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 80 e 81 – Cortes da Biblioteca de Calgary. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/906051/ biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 82 – Vista frontal da estrutura em balanço e escultura metálica da entrada principal. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 83 – Vista frontal da Biblioteca Northside. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/890717/ biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020.

Figura 71 - Grande salão de leitura. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020.

Figura 84 – Mesa de recepção na entrada do edifício. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020.

Figura 72 – Fachada mista. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020.

Figura 85 – Planta esquemática de implantação da Biblioteca Northside. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Por: Cortesia do Escritório NBBJ (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020.

Figura 73 – Fachada aberta. Fonte: http s : / / w w w. arc h d ai l y. c om . br / br / 9 0 6 0 5 1 /

Figura 86 – Planta esquemática do primeiro pavimento da Biblioteca Northside. Fonte: https://

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www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Por: Cortesia do Escritório NBBJ (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 87 – Sala de navegação e estantes. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 88 – Estantes e cafeteria ao fundo. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 89 – Área das crianças. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 90 – Rampa de circulação com áreas úteis integradas. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 91 – Salão silencioso de estudos. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 92 – Planta esquemática do segundo pavimento da Biblioteca Northside.Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Por: Cortesia do Escritório NBBJ (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 93 – Espaço de permanência com mobiliário na cor roxa. Fonte: https://www.archdaily. com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj.

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Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 94 – Área dos adolescentes. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 95 até 100 – Renders internos e externos da Biblioteca Northside. Produção do escritório NBBJ. Fonte: http://mvsuriano.com/new-page. (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 101 – Fachada principal do edifício e sua relação com entorno (próxima página). Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 102 – Elevações sul e leste (materiais aplicados nas fachadas). Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Por: Cortesia do Escritório NBBJ (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 103 – Diagrama do conceito e esquema da estratégia de materiais. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Por: Cortesia do Escritório NBBJ (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 104 – Detalhes da escultura metálica na entrada do edifício. Fonte: https://www.archdaily. com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 105 – Fachada externa, aplicação de tijolo com pintura branca. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela


autora). Acesso em: 14/05/2020.

em: 15/05/2020.

Figura 106 – Esquema detalhado dos materiais utilizados e áreas de aplicação. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Por: Cortesia do Escritório NBBJ (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020.

Figura 111 e 112 – Plantas de situação e implantação. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020.

Figura 107 – Relação da fachada e projeto com o entorno, espaço para o pedestre caminhar sem obstáculos. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020. Figura 108 – Comunicação do edifício com o local, fluidez, escala do objeto com o usuário. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_ medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020. Figura 109 – Podemos observar o interior sem entrar no edifício (próxima página). Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020. Figura 110 – Imagem aérea da mediateca. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_ medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso

Figura 113 – Vista do terraço da mediateca. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/872870/ mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020. Figura 114 – Percursos de grama. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020. Figura 115 – Utilização da cobertura como espaço de descanso e permanência. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020. Figura 116 – Espaços de convívio, mesas para alimentação. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020.

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Figura 117 – Espaços de silêncio. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020. Figura 118 – Vista da fachada lateral direita da Biblioteca de São Paulo . Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 119 – Croqui da proposta volumétrica longitudinal da Biblioteca de São Paulo e escalas humanas. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 120 – Vista externa da Biblioteca de São Paulo, totens de sinalização e decoração (próxima página). Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 121 – Área de convívio com mobiliário colorido e flexibilidade de layout. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_ source=search&ad_medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 122 – Escadas acessíveis, sinalização, corrimão e pisos táteis. Fonte: https://www.archdaily.

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com.br/br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_ medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 123 – Croqui de alturas e relação com o usuário. Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_ medium=search_result_all. Por: Cortesia do Escritório aflalo/gasperini arquitetos (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 124 – Vista do exterior, fachada de concreto texturizado. Fonte: https://www.archdaily. com.br/br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_ medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 125 – Módulos com silhuetas coloridas, espaços de leitura e estudo. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 126 – Terraço, área de estar e apresentações de música. Fonte: https://www.archdaily. com.br/br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_ medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 127 – Vista do exterior, fachada de concreto texturizado. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-38052/


biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 128 – Mapa do Brasil com destaque do Estado de São Paulo. Elaborado pela autora. Figura 129 – Ampliação da RMRP e município de Batatais. Elaborado pela autora. Figura 130, 131 e 132 – Diagramas de localização, ampliação do local de estudo e análise. Elaborado pela autora. Figura 133 - Mapa de macrozoneamento de Batatais, elaborado pela prefeitura municipal. Figura 134 - Mapa de bairros de Batatais, elaborado por alunos, consultar nota de rodapé. Figura 135 - Mapa de equipamentos urbanos de Batatais, elaborado por alunos, consultar nota de rodapé. Figura 136 - Diagrama do formato da quadra que abriga o lote, formato irregular. Elaborado pela autora. Figura 137 - Diagrama de insolação e ventos dominantes. Elaborado pela autora. Figura 138 – Mapa topográfico num raio de 350m ao redor do lote. Elaborado pela autora. Figura 139 - Perfil de elevação do terreno (gerado pelo Google Earth Pro) Figura 140 – Córrego das Araras. Fonte: Google Earth Pro (printscreen/captura de tela).

Figura 141 - Mapa de vegetação num raio de 350m ao redor do lote. Elaborado pela autora. Figura 142 e 143 - Pontos de vista 02 e 03 no mapa. Fonte: Google Earth Pro (printscreen/captura de tela). Figura 145, 146 e 147: Pontos de vista 04, 05 e 06 no mapa. Fonte: Google Earth Pro (printscreen/ captura de tela). Figura 148: Mapa de uso do solo num raio de 350m ao redor do lote. Elaborado pela autora. Figura 149,150 e 151: Pontos de vista 07, 08 e 09 no mapa. Fonte: Google Earth Pro (printscreen/ captura de tela). Figura 152: Mapa de ocupação do solo-figura e fundo num raio de 350m ao redor do lote. Elaborado pela autora. Figura 153,154 e 155: Pontos de vista 10, 11 e 12 no mapa. Fonte: Google Earth Pro (printscreen/ captura de tela). Figura 156: Mapa de ocupação do solo-gabarito num raio de 350m ao redor do lote. Elaborado pela autora. Figura 157,158 e 159: Pontos de vista 13, 14 e 15 no mapa. Fonte: Google Earth Pro (printscreen/ captura de tela). Figura 160: Mulher afundando na água. Figura 161: Moodboard de cores frias. Elaborado pela autora. Figura 162: Moodboard de cores quentes. Elaborado pela autora.

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Figura 163: Moodboard para espaços internos. Elaborado pela autora. Figura 164: Moodboard de intervenções internas. Elaborado pela autora. Figura 165: Moodboard de objetos e mobiliários. Elaborado pela autora. Figura 166: Gazebo de madeira (intenção para a área 2). Fonte: https://br.pinterest.com/ pin/242772236135069767/ Figura 167: Trilha para caminhada. Intenção para a Área 3. Fonte: https://www.wallpaperflare.com/ forest-trail-e5-european-val-borago-mountain-the-european-path-wallpaper-wzqfb. Acesso em: 22/08/2020. Figura 168: Diagrama em perspectiva com as três áreas do lote. Elaborado pela autora. Figura 169: Diagrama em planta com as três áreas do lote. Elaborado pela autora. Figura 170: Tabela com o programa de necessidades (estimativa de áreas). Elaborado pela autora. Figura 171: Organograma para o projeto da Biblioteca Sensorial. Elaborado pela autora. Figura 172: Fluxograma para o projeto da Biblioteca Sensorial. Elaborado pela autora. Figura 173: Diagrama de estudo de distribuição de atividades. Elaborado pela autora. Figura 174: Diagrama de estudo de Plano de massas-área 1. Elaborado pela autora.

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Figura 175: Diagrama de Estudo de plano de massas-área 1 para o projeto da Biblioteca Sensorial. (sobreposição da massa ao formato da área 1) Figuras 176 até 180: Estudo de volumetria. Elaborado pela autora. Figura 181: Diagrama de estudo insolação. Elaborado pela autora. Figura 182: Gráfico da variação de quantidade de horas de luz por dia no município de Batatais, em cada mês do ano. Levantamento feito em 2020. Fonte: NOAA. Figura 183: Diagrama da escala dos níveis de umidade de acordo com a OMS. Figura 184: Diagrama de estudo de ventilação. Elaborado pela autora. Figura 185: Gráfico da variação de temperaturas máximas e mínimas no município de Batatais, em cada mês do ano. Levantamento feito em 2020. Fonte: NOAA. Figura 186: Desenho esquemático do funcionamento de um sistema de fechada ventilada em edifício. Figura 187: Diagrama de estudo de curso d’água. Elaborado pela autora. Figura 188: Gráfico da variação da quantidade de chuva no município de Batatais, em cada mês do ano. Levantamento feito em 2020.Fonte: NOAA. Figura 189: Diagrama de desenho esquemático do funcionamento de um sistema de captação de água pluvial em uma residência.


Figura 190: Diagrama de acessos e relação com o entorno imediato (fluxo viário). Elaborado pela autora. Figura 191: Diagrama de áreas verdes e arborização. Elaborado pela autora. Figura 192: Diagrama de estudo de altura do entorno imediato. Elaborado pela autora. Figura 193: Diagrama de visadas prioritárias. Elaborado pela autora.

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A Janela ‘‘Quando abri a janela para ver o Sol, descobri que perdi o dia. Quando abrir a janela para ver a vida e descobrir que já é noite, lamentarei ou me convencerei de que o dia que eu perdi deve ter sido nublado?’’


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