TFG Biblioteca Sensorial-Thamiris Bernardes

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BIBLIOTECA SENSORIAL

THAMIRIS BERNARDES D A S I LVA

2020



CENTRO UNIVERSITÁRIO

ARQUITETURA E

BARÃO DE MAUÁ

URBANISMO

BIBLIOTECA SENSORIAL

Trabalho Final de Graduação apresentado ao curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá, orientado pelo Professor Mestre Éder Roberto da Silva.

RIBEIRÃO

PRETO

-

SP


Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

S584t

Bibliotecária Responsável: Iandra M. H. Fernandes CRB8 9878

Silva, Thamiris Bernardes da TFG: biblioteca sensorial/ Thamiris Bernardes da Silva - Ribeirão Preto, 2020. 296p.il Trabalho de conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá Orientador: Éder Roberto da Silva 1. Biblioteca 2. Sensorial 3. Sentidos I. Silva, Éder Roberto da II. Título CDU 727:02

Bibliotecária Responsável: Iandra M. H. Fernandes CRB8 9878


Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus amigos e companheiros de trabalho durante estes incríveis e difíceis cinco anos de curso, Emily Geisa Toni, Flávio Renato Pires de Moraes e Luis Ricardo Pascual Neto. A todos estes minha eterna gratidão. Essa experiência não teria sido tão feliz e divertida sem vocês.


Agradecimentos

Agradeço ao espaço que tanto me ensinou, à todo o corpo docente que fez parte de minha formação e meu orientador, o Professor Mestre Éder Roberto da Silva. Agradeço aos meus pais por todo o apoio durante esses cinco anos de estudo e dedicação ao curso que sempre me encantou. Acredito que a arquitetura seja tão valiosa para a sociedade quanto o remédio ao enfermo.


‘’Em uma boa biblioteca, você sente, de alguma forma misteriosa, que você está absorvendo, através da pele, a sabedoria contida em todos aqueles livros, mesmo sem abri-los.’’

MARK TWAIN


Resumo

Para o desenvolvimento da proposta do Trabalho Final de Graduação no curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Barão de Mauá será elaborado o projeto de uma Biblioteca Sensorial para o município de Batatais. O projeto tem como propósito atualizar a nossa percepção quanto às bibliotecas, trazendo o conceito e as estratégias da arquitetura sensorial. Visa instigar o usuário do espaço, criando através dos ambientes do objeto estímulos que provoquem experiências sensoriais, tentando despertar a visão e os outros sentidos.


Abstract

For the development of the proposal of the Final Graduation Work for the course of Architecture and Urbanism of the Centro Universitรกrio Barรฃo de Mauรก will be elaborated the project of a Sensorial Library for Batatais city. The project has as purpose update our perception of the librarys, bringing the concept and the strategies of sensorial architecture. Aim instigate the space user, creating trough the object environments stimuli that provoke sensorial experiences, trying to awake the vision and the other senses.


SUMÁRIO 13. 22. 44. 72. 132.

Introdução

Arquitetura Sensorial

Metamor fose das Bibliotecas

Truques de Mestres

Corpo da Cidade

A introdução indica certas questões como o problema a ser abordado, objetivos gerais e específicos do trabalho, justificativas para a intervenção e quais as metodologias utilizadas.

24 Arquitetura Sensorial 25 Visão 30 Olfato 34 Audição 38 Tato 42 Sensação 46 Retrato da Leitura no Brasil 47 As bibliotecas na história do mundo 50 Evolução 58 Estrutura física das primeiras bibliotecas 60 A biblioteca contemporânea 75 Centro para Cegos 82 Termas de Vals 92 Biblioteca de Calgary 104 Biblioteca Northside 116 Mediateca em Thionville 124 Biblioteca de São Paulo 134 Localização 136 Análise (macrozoneamento) 138 Mapa de bairros (estudo socioeconômico) 140 Mapa de equipamentos urbanos 142 Levantamentos raio de 350m


154. 174. 192. 212. 280.

Processo Criativo

Relações do Objeto

Anteprojeto Arquitetônico

Realidade

156 Moodboards 166 Divisão do lote 168 Programa de necessidades 170 Organograma 172 Fluxograma

176 Estudo de distribuição 177 Plano de massas-área 1 180 Volumetria 183 Condicionantes naturais 190 Entorno imediato 191 Visadas prioritárias 194 Implantação 196 Planta do térreo 198 Plantas primeiro pavimento e superior 202 Planta de Cobertura 204 Cortes transversais e longitudinais 208 Detalhes de portas 210 Detalhes de piso 214 Perspectivas externas 230 Perspectivas 1 pavimento 256 Perspectivas 2 pavimento

Virtual

Referências Bibliográficas

282 Referências Bibliográficas 284 Listagem de figuras e créditos das imagens


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Introdução Compreender o hábito de leitura e o tempo médio despendido para essa atividade é importante para avaliar o nível cultural e educacional de cada nação. A leitura ajuda na construção do conhecimento e opiniões críticas, ​ incentiva a criatividade e melhora o desenvolvimento geral do indivíduo.*

Esses equipamentos impulsionariam o consumo gratuito de livros e atrairia cada vez mais consumidores que procuram este material, porém, não podem custeá-lo. Para que isso aconteça é imprescindível que as novas bibliotecas possuam todos os tipos de formatos de informação.

Pesquisas do Instituto Pró-Livro apontam o quanto o brasileiro está disposto a pagar por um livro. Revelou, ainda, que só não se lê mais no país por falta de dinheiro para investir na aquisição de livros, já que a população, hoje, está disposta a pagar menos por um livro do que estava em 2015.

Algumas estratégias podem ser adotadas para adaptar a tecnologia às bibliotecas transformando-as em ambientes mais interativos e dinâmicos, uma delas seria fazer uso das mídias sociais e digitais. Outra medida seria posicionar a biblioteca como uma plataforma de aprendizagem e desenvolvimento da comunidade.

Uma alternativa está sendo a compra de livros digitais que possuem um valor mais acessível que o livro físico. Sabemos que a tecnologia está para ficar e sempre em evolução, mas, afinal, como os dispositivos digitais de leitura influenciam o mercado? Os dispositivos digitais ampliaram os formatos de comercialização dos livros. Hoje, existem a versão em e-book e a versão em áudio book da mesma obra que é vendida impressa na livraria. Ou seja, os suportes a esses materiais precisam ser repensados.** Sendo assim, a proposta aqui apresentada visa destacar a importância da presença de mais bibliotecas públicas. Um meio de incentivar o crescimento do hábito de leitura e por fim não haveria ao leitor o custo com a compra de livros, sejam eles físicos ou digitais, tornando mais fácil o acesso à informação e conhecimento.

* Texto adaptado do site Diagramando. com - Saiba quais são os países que mais leem livros no mundo ** Texto adaptado do site Printstore.com Hábito e consumo de livros no Brasil

As nossas memórias são formadas de várias nuances de cor, cheiro, aromas e sentimentos. Usá-las no conceber projetos é talvez uma dimensão a ser incorporada com mais paixão no ato de projetar. Aromas diversos ornando corredores podem aumentar a percepção do espaço e a sensação de descobrí-lo. Esta introdução ao trabalho final de graduação justifica-se devido à grande influência que a psicologia exerce sobre as pessoas e seu comportamento. A pesquisa busca contribuir com estudos, análises, levantamentos de dados e informações, diretrizes, referências e ferramentas, de modo a ampliar a quantidade de materiais sobre o tema. Tendo em vista exemplificar de forma clara, as melhores estratégias para obter-se uma reformulação e modernização do conceito que temos pré-estabelecido sobre as bibliotecas. Restaurar a sua valorização e ressignificar a ideia de ser um mero “depósito de livros”.

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Esta introdução ao trabalho final de graduação justifica-se devido à grande influência que a psicologia exerce sobre as pessoas e seu comportamento. O levantamento aqui desenvolvido contribui para ampliar a quantidade de materiais sobre o tema. Busca contribuir para conversas e debates sobre o papel da influência psíquica e a fruição sensorial da arquitetura sobre os espaços projetados voltados aos sentidos, a servir como referência para outras produções cientificas.

Apoiando-se documentalmente em dissertações, artigos e sites sobre o tema e objeto, bibliografias pertencentes ao acervo do Centro Universitário Barão de Mauá entre outros materiais correlatos e por fim, análises de referências projetuais relacionados ao projeto.

A fruição sensorial é a resposta imediata dos órgãos sensoriais perante um estímulo. Através de características do espaço arquitetônico, tais como a escala, a materialidade, o programa e a formalidade, promovem intencional ou inconscientemente a fruição sensorial do usuário.

Portanto, as questões levantadas e discutidas até agora, e as colocações existentes serão questionadas e aprofundadas e sustentarão a problematização a ser enfrentada por este trabalho.

As reações físicas despertam também as reações psicológicas, onde a arquitetura, neste caso passa a funcionar como o estímulo de todas as sensações. Portanto, a influência psíquica é a influência mental e energética exercida por um indivíduo ou ambiente sobre o nosso cérebro e ocorre em grande parte das vezes de forma totalmente inconsciente, neste caso é como o ambiente afeta nossa saúde mental.

‘’Sabe o que eu quero de verdade? Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma. Porque sem ela não poderia sentir a mim mesma...’’

A metodologia a ser implementada durante o desenvolvimento do anteprojeto arquitetônico de uma Biblioteca Sensorial baseia-se no mapeamento quantitativo das instituições educacionais do município. Para o mapeamento quantitativo e qualitativo de livrarias e similares do município serão feitos levantamentos e análises de dados do município, bem como da legislação vigente.

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A partir de análises urbanísticas da região de inserção do objeto, será desenvolvido o levantamento fotográfico e análise da área e entorno, o levantamento e análise física do terreno e estudos de implantação do objeto.

- Clarice Lispector.


A Arquitetura é nosso principal instrumento de relação com espaço e tempo, por ela envolver várias experiências sensoriais que se integram entre si. As edificações imponentes de algumas grandes cidades contemporâneas mostram uma certa falta de humanismo, quando deveriam estar focadas em aguçar todos os sentidos. Mostrar que a visão não é o principal, nem único sentido importante. Os ambientes que frequentamos por algumas horas ou os quais passamos o dia todo acabam por influenciar coisas como rotina, comportamento e relações. Uma das funções da arquitetura é projetar estes espaços assim como as condições para uma interação saudável entre o usuário e o lugar. No caso de equipamentos públicos a função social da arquitetura é potencializada para comportar e atender um grande número de pessoas das mais diversas faixas etárias e classes sociais. As bibliotecas públicas há muito tempo vem tendo dificuldades em atrair a população, principalmente as novas gerações, se tornando um equipamento esquecido, pouco utilizado e por isso carente de investimentos e propostas que visem a modernização das mesmas e o engajamento do público-alvo. A situação atual das bibliotecas, de modo geral no Brasil, é de prover basicamente estantes com livros. Em cidades mais populosas e desenvolvidas a tecnologia já se mostra mais presente, através de salas de informáticas, pontos de carregar celulares, notebooks, tablets e outros equipamentos. Porém, não se aplica a todas as instalações existentes.

O espaço físico também não é capaz de atender ao público que busca utilizar esse equipamento público, muitas vezes sem a infraestrutura adequada acaba afastando o usuário, que não tem uma boa experiência e decide não retornar, preferindo o conforto de seu lar. Além desses aspectos já conhecidos, existe a falta de acessibilidade, e não estou dizendo isso no sentido que nos acostumamos a entender essa palavra, cadeirantes devem sim ter acesso, mas não só eles. A pergunta que faço a você leitor é: por que as nossas bibliotecas estão focadas em atender somente as pessoas que tem a visão? Isso acontece porque o mundo está acostumado a lidar com a maioria, sendo assim, a minoria, acaba por ficar sem as mesmas oportunidades, neste caso de acesso a informação e ao conhecimento. Felizmente, durante os últimos 25 anos houve maior direcionamento da arte e arquitetura aos sentidos, a percepção e à experiência humana, mesmo que de maneira rasa. A arquitetura passou a atentar-se mais expressivamente com a materialidade, espaço, simbolismo, a relação da mesma com o contexto e atmosfera, em conjunto. Tendo em vista isso, alguns municípios como São Paulo buscam maneiras de mudar esse cenário. A Biblioteca de São Paulo (BSP) chama a atenção pela arquitetura que coloca o público como foco, e não o acervo, diferente do que acontece nas bibliotecas tradicionais.

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Uma particularidade da BSP é o público: a biblioteca atrai pessoas de diferentes idades, gêneros e condições socioeconômicas, ao contrário da maioria das bibliotecas públicas cujo público é formado por pessoas em idade escolar.* A proposta é desenvolver um espaço que proporcione ao leitor acesso natural ao acervo, considerando que ele tenha a visão ou não, audição, estimulando o tato, olfato, todos os sentidos, sem discriminação, provendo suporte e integração de todos os públicos.

Poderá fornecer por exemplo, materiais em braile, áudio livros e projetar uma arquitetura que permita ao usuário se locomover, localizar, usufruir do espaço, e ao longo do caminho, experienciando as intervenções projetadas para comunicar com os sentidos humanos. O foco será o ser humano e a relação com o espaço, criando memórias não só visuais, memórias mais profundas e sinestésicas.

* Texto adaptado do site Super Interessante – Uma das bibliotecas mais legais do mundo é brasileiraileira

‘‘Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê.’’ - Monteiro Lobato

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Fig.1:Livros representando sentidos.


O objetivo geral do trabalho é elaborar o projeto arquitetônico de uma biblioteca sensorial na cidade de Batatais visando atualizar este equipamento público. Cujas diretrizes principais sejam abordar, analisar, explicar e fundamentar a arquitetura e os cinco sentidos humanos. Tendo em vista apontar as manifestações que os mesmos causam nos usuários e como o uso de cores e da iluminação em projetos de arquitetura podem influenciar o modo como sentimos a arquitetura.

Analisar a arquitetura de bibliotecas semelhantes para auxiliar no estudo do programa de necessidades; Estudar modos de integrar livros físicos e digitais para melhorar a compreensão do tema e sua relação com o objeto da proposta de trabalho; Criar acessibilidade de todos os públicos ao acervo;

Estimular a criatividade do visitante e usuário do espaço;

Elaborar ambientes que despertem os sentidos.

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Os livros ajudam na formação crítica do cidadão, fomentam a construção do conhecimento e o desenvolvimento da criatividade. É também uma forma de apresentar ao leitor novos mundos, gerando em si a reflexão de sua realidade e de conceitos como ética, empatia, respeito, sororidade, compaixão e compreensão. Há diversas preocupações com a quantidade de imagens e visões que recebemos no mundo contemporâneo. Olhar não significa necessariamente que você está, de fato, prestando atenção e tirando proveito da experiência. Desenvolver novas formas de conhecer e ampliar os outros sentidos é preciso.* Pensando nisso foi desenvolvida a chamada “Arquitetura Sensorial”, uma arquitetura pensada nos mínimos detalhes, planejada para criar perspectivas e comunicarse com cada sentido que possuímos. Adaptemos a visão da biblioteca como espaço que não só abriga livros, mas também garante ao usuário um lugar seguro. Onde há a possibilidade de contato com pessoas diferentes e de mesma opinião. Criar uma abertura para compartilhar ideias e experiências e criar diálogos sobre autores e histórias favoritas entre os leitores. O anteprojeto aqui proposto tem como função primordial expor para todos os públicos a real notabilidade desse equipamento para a sociedade e a razão da arquitetura como ferramenta para a construção desse objeto.

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Recentemente, os livros, tão amados por uns e tão desvalorizados por outros, ganharam um novo propósito, o de cura. O processo da chamada cicatrização ou cura emocional por meio da leitura ganhou a nomenclatura de biblioterapia. Num mundo onde as doenças mentais atingem tantas pessoas, pode ser uma chave para diminuir por exemplo os índices de depressão profunda e suicídio. A Instalação do artista mexicano Jorge Mández Blake, metaforicamente mostrando o impacto de um livro, o livro em questão na imagem é O Castelo de Fraz Kafka. A metáfora está no fato de que uma pequena ideia pode ter um efeito muito maior do que imaginamos.

Fig.2: Instalação impacto de um livro.


A biblioteca existente em Batatais está localizada na antiga estação ferroviária da cidade, junto com o museu. Contudo, atualmente está fechada por problemas administrativos, um concurso foi feito para preencher a vaga de bibliotecário, porém ninguém apareceu. A infraestrutura não é adequada possuindo pouca iluminação, conforto e espaço de circulação e permanência. A localização não favorece, a grande maioria da população desconhece a sua existência, outro ponto é a troca constante de edifícios, dificultando ainda mais sequer encontrar informações do paradeiro do acervo. A ausência de um equipamento público de qualidade que atenda a todos os públicos no município de Batatais é uma situação que evidencia a relevância da abordagem do tema deste trabalho. Fig.3: Livro El Castillo do autor Franz Kafka.

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Para a elaboração do trabalho final de graduação, tendo como objeto de anteprojeto arquitetônico uma biblioteca sensorial, adequados às necessidades locais onde será implantada, na cidade de Batatais, serão utilizados métodos de coleta, análise e desenvolvimento de informações como por exemplo, o mapeamento quantitativo das instituições educacionais do município, o levantamento e análise de dados do município e levantamento e análise da legislação vigente. Agregado a estes, análises urbanísticas da região de inserção do objeto, levantamento fotográfico e análise da área e entorno, levantamento e análise física do terreno, estudos de implantação do objeto. Somados à pesquisas em dissertações, artigos e sites sobre o tema e objeto, consultas à bibliografias pertencentes ao acervo do Centro Universitário Barão de Mauá e análises de referências projetuais relacionados ao projeto. Foi elaborado um cronograma de trabalho para auxiliar no desenvolvimento das etapas de forma a alcançar os objetivos. Pretende-se a partir das informações levantadas construir um anteprojeto sólido, embasado e de acordo com as normas técnicas e legislações vigentes. O material foi distribuído em capítulos, ficando repartido de forma que o primeiro capítulo aborde o tema e o segundo o objeto, em terceiro as leituras das referências projetuais, em quarto seguem as análises da área determinada e por fim os capítulos que demonstrem as etapas de desenvolvimento do projeto, ou seja, o processo projetual e o resultado final.

Fig.4: Representação das primeiras etapas do projeto.

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COLETA

ANÁLISE

LEGISLAÇÃO


OBJETO

PROGRAMA

DIRETRIZES

REFERÊNCIA

TEMA

CONDICIONANTES

CROQUI

IDEIAS

PROJETO

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CAPĂ?TULO 1

Arquitetura Sensorial


Colagem: Composição da autora com o uso da escala humana disponibilzada por Cutoutmix.com


Arquitetura Sensorial A Arquitetura Sensorial é em tudo uma experiência que envolve tato, envolve olfato, envolve aroma..., enfim, envolve nossos sentidos humanos e nos faz vibrar. Prédios e cidades são mais do que blocos de materiais, mesmo que lindamente empilhados.* São materialização de conceitos, ideias e sensações e por isso mesmo, uma experiência sensorial única. Juhani Pallasmaa é um dos mais renomados arquitetos e teóricos da arquitetura da Finlândia. Em todos os aspectos de sua atividade teórica e prática ele coloca uma ênfase consistente na importância da identidade humana, da experiência sensorial e da tatilidade. E com a ajuda de seus conhecimentos e estudos vamos definir o que é a arquitetura sensorial. Afinal, qual seria o papel da arquitetura na orquestração de uma experiência? Como é possível criar uma atmosfera marcante para o usuário? A busca por uma percepção espacial que impacte, comova, envolva e conecte lugar e corpo é o princípio da arquitetura sensorial.

Ainda segundo Wigley (1998) a atmosfera [...] é um tipo de emissão sensorial de som, luz, calor, cheiro e umidade;um clima serpenteado de efeitos intangíveis gerados por um obejto imóvel.

Apreciamos um lugar não apenas pelo impacto que este tem em nosso córtex visual, mas sim pelo jeito que ele é ouvido, sentido e pelo seu cheiro. ANDERTON,1991,p.27

A partir das informações sobre o que é a arquitetura sensorial, daqui em diante fala-se um pouco sobre o papel de cada sentido no desenvolvimento da arquitetura e o impacto no nosso corpo. Na ordem temos, visão, olfato, audição e tato, sendo abordados nos seguintes títulos: -Miopia Moderna

Construir um espaço físico é construir uma atmosfera. A atmosfera pode até ser o objetivo central do arquiteto. Ao final, é este clima de efeitos efêmeros que envelopa o habitante, não o edifício.

-Plantas, pedras e perfumes -Ecos para os teus ouvidos -Um toque de arquitetura

WIGLEY,1998,p.18

COMO PROJETAR UM ESPAÇO PARA TODOS OS SENTIDOS?

* Texto adaptado do blog Elenara Leitão Arquitetando Ideias – Arquitetura: uma experiência sensorial

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Visão Atualmente, nenhum sentido é tão requisitado e valorizado quanto a visão. Não é de hoje que nossa sociedade foi habituada a crer que só as pessoas que enxergam podem vivenciar uma experiência completa. Vem desde a era dos grandes filósofos, quando Platão já considerava a visão como o mais nobre dos sentidos, e Heráclito dizia que “os olhos são testemunhas mais confiáveis do que os ouvidos”. No entanto, ver e não enxergar é mais comum do que se imagina. Especialmente para nós que estamos acostumados a somente olhar para tudo e não perceber o que realmente está a nossa volta. O que realmente nós enxergamos? Quantas vezes passamos despercebidos por algo que nos rodeia e não enxergamos as coisas simples que a vida nos mostra? A hegemonia gradualmente obtida pelos olhos parece ter paralelo com o desenvolvimento da consciência do ego e o paulatino afastamento do indivíduo do mundo; a visão nos separa do mundo, enquanto os outros sentidos nos unem a ele. No livro “Os Olhos da Pele” , o autor Juhani Pallasmaa nos conta um pouco sobre como o sentido da visão e a modernidade tecnológica de hoje se relacionam.

O único sentido que é suficientemente rápido para acompanhar o aumento assombroso da velocidade do mundo tecnológico é a visão. Porém, o mundo dos olhos está fazendo com que vivamos cada vez mais em um presente perpétuo, oprimidos pela velocidade e simultaneidade. PALLASMAA, Juhani. 2011,p.21

Fig.5: Representação da privação visual.

Os olhos querem colaborar com os outros sentidos. Todos os sentidos, inclusive a visão, podem ser considerados como extensões do sentido do tato - como especializações da pele. Eles definem a interface entre a pele e o ambiente – entre a interioridade opaca do corpo e a exterioridade do mundo.* A visão é composta de muitas facetas diferentes que vão além da estética.

* Texto adaptado do livro Os Olhos da Pele do autor Juhani Pallasmaa.

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O acesso visual à luz natural, por exemplo, nos ajuda a manter ritmos biológicos consistentes (ligados à saúde física, mental e comportamental). Já a exposição ao sol permite aos nossos organismos sintetizar a vitamina D, que promove a saúde óssea, a função imunológica e ainda reduz a inflamação. O centro para cegos, situado no México, uma das referências projetuais trabalha com o dinamismo de luz natural e sombras.

Uma das questões relacionadas a visão é o jogo de luz e sombras. Um exemplo é o conceito por trás do projeto do Instituto do Mundo Árabe do arquiteto Jean Nouvel, foi construído em Paris no ano de 1987. O centro cívico visa difundir a cultura árabe e estabelecer uma relação com os franceses, já que neste país existe um grande número de árabes. O edifício acentua elementos arquetípicos da arquitetura tradicional árabe, através da fachada sul, onde reinterpreta uma série de figuras geométricas frequentemente utilizadas na cultura árabe, conferindo-lhes a forma contemporânea de diafragmas móveis. O tamanho e a forma desses cristais são exatamente os mesmos da fachada norte, exceto que, neste caso, cada cristal quadrado contém esses diafragmas. Além disso, no edifício é possível observar o interior, o tratamento da luz através de molduras e filtros, e a sobreposição de molduras. Conforme você caminha pelo interior, pode apreciar a fluidez espacial, favorecida pelo intrincado jogo de luz da fachada.

Fig.6: Corredor do Centro para Cegos e Deficientes Visuais.

Fig.7: Vista interna dos cristais do Instituto do Mundo Árabe.

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Conhecemos muito mais sentimentos do que cores. Dessa forma, cada cor pode produzir muitos efeitos, frequentemente contraditórios. Cada cor atua de modo diferente, dependendo da ocasião. O mesmo verde pode atuar de modo salutar ou venenoso, ou ainda calmante. O amarelo pode ter um efeito caloroso ou irritante. A cor é mais do que um fenômeno ótico, mais do que um instrumento técnico. Os teóricos das cores diferenciam as cores primárias (vermelho, amarelo, azul) das cores secundárias (verde, laranja, violeta) e das cores mistas, subordinadas (como rosa, cinza, marrom); não há unanimidade a respeito de o preto e o branco serem cores verdadeiras; em geral, ignoram o ouro e o prata como cores – apesar de, na psicologia, cada uma dessas 13 cores ser autônoma, não podendo ser substituída por nenhuma outra. E todas são igualmente importantes. Do vermelho obtém-se o rosa – mas a impressão que ele causa é totalmente diferente. O cinza é composto de branco e de preto, mas seu efeito não corresponde nem ao do branco nem ao do preto. O laranja tem parentesco com o marrom, mas seus efeitos são, no entanto, opostos. Para trabalhar com as impressões causadas pelas cores, as impressões psicológicas são essenciais. O azul é uma cor que encontramos com facilidade e abundância em nosso dia a dia. Na psicologia é associado a: confiança, calma, estabilidade, sucesso, saúde e cura. Essa cor desperta o senso de reflexão e contemplação, além de que retarda o metabolismo e diminui a pressão arterial, por isso o efeito calmante. Essa característica faz com que seja aplicado em dormitórios por exemplo. O vermelho por outro lado é uma cor de impacto, destaque e intensidade. Está ligada a atenção e a emoções fortes. Na psicologia é

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associado a: coragem, liderança, energia, perigo, força, poder, desejo e amor. Usada para incentivar a ação, ela aumenta a intensidade. Acelera o metabolismo, assim como a taxa de respiração e a pressão arterial. Por ser capaz de estimular o apetite, é muito comum no ramo alimentício. O amarelo é a cor mais energizante e mais clara. Na psicologia é associado a: estímulo, energia, aquecimento, alegria, otimismo, esperança e espontaneidade. Capaz de aumentar a pressão sanguínea, essa cor estimula o lado racional do cérebro, o que ajuda na tomada de decisão, trazendo clareza de ideias. O verde na psicologia é associado a: natureza, vitalidade, frescor, harmonia, renovação e dinheiro. Possui um efeito repousante para os olhos. Uma cor que consegue equalizar emoções, criando equilíbrio entre a cabeça e o coração, o verde é resultado da soma de azul (racional) e amarelo (emocional). A cor laranja é associada a: amizade, entusiasmo, alegria, criatividade, determinação, sucesso, encorajamento, impulso e estímulo. Como efeito: aumenta o suprimento de oxigênio para o cérebro estimulando a atividade mental. Dá sensação de calor. Combinação de energia (vermelho) e alegria (amarelo). Ajuda a olhar o lado positivo das coisas e estimula a comunicação. O roxo é associado a: sabedoria, independência, criatividade, arte, cultura, riqueza, extravagância, otimismo, realeza, espiritualidade, mistério e magia. Uma cor que transmite equilíbrio, pois é combinação de energia (vermelho) e tranquilidade (azul). Estimula a área do cérebro do pensamento abstrato, ativando a criatividade e a imaginação.*

* Texto adaptado do site pardeideias. com/psicologia-das-cores Fig.8: Paleta de cores.


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Olfato Precisamos de apenas oito moléculas de uma substância para desencadear um impulso olfativo em uma terminação nervosa, e conseguimos detectar mais de dez mil diferentes odores. O olfato é o sentido mais fortemente vinculado à memória. Por isso, os ambientes de varejo e hotelaria há muito tempo usam aromas de assinatura para criar experiências multissensoriais memoráveis para ​​ seus clientes. Nos projetos residenciais, odores agradáveis podem ​​ ajudar a criar uma associação forte e positiva entre o espaço e seus ocupantes e tornar o ambiente menos estéril e mais pessoal. Segundo PALLASMAA (2011) um cheiro específico nos faz reentrar de modo inconsciente um espaço totalmente esquecido pela memória da retina; as narinas despertam uma imagem esquecida e somos convidados a sonhar acordados. Um prazer especial das viagens é se familiarizar com a geografia e o microcosmos de odores e sabores. Cada cidade tem seu espectro de sabores e odores. As bancas dos mercados de rua são exibições apetitosas de odores: criaturas do oceano que cheiram a alga, legumes e verduras que trazem o aroma da terra fértil e frutas que exalam a doce fragrância do sol e do ar úmido do verão.*

A maneira mais comum em arquitetura de estimular o sentido do olfato é através das plantas, do natural, do cuidadoso projeto de paisagismo. Os aromas das numerosas espécies podem transmitir tanto conforto quanto incômodo. Uma outra abordagem é o direcionamento de pessoas privadas da visão, criando um caminho capaz de orientá-las ao longo do percurso. Aromas fortes podem causar tontura, enquanto que os mais leves despertam boas sensações e memórias.

O estímulo do olfato pode impactar em outros sentidos como o paladar, ao passar em frente ao restaurante, rapidamente sentimos a abrupta vontade de investigar o lugar e principalmente, ter uma refeição. Inodore, instalação projetada por diverserighe studio para o the Courtyard of Honour no Palazzo d’Accursio em Bolonha, na Itália. O conceito reúne a ideia utopica representada por um jardim natural, projetada para o céu, com a realidade de um jardim artificial com hastes falsas, feitas de material reciclado, plantadas no chão com saquinhos de plástico contendo panos embebidos com perfumes sintéticos. Uma crítica ácida e real.

As experiências mais poderosas e vívidas são aquelas que envolvem todos os sentidos ao mesmo tempo. HESCHONG,1979,p.29

Fig.9: Instalação ‘Inodore’, parte de exposição italiana.

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Uma das piscinas do projeto de referência Termas de Vals do arquiteto Peter Zumthor foi projetada exclusivamente para aguçar o sentido do olfato, possuindo pedras naturais e pétalas de flores na água. Pétalas criam um aroma particular no banho de flores e potencializam o sentido do olfato, o qual é também conhecido por nos trazer “memórias líquidas” e cujo efeito é imediato em nosso inconsciente.

Além da experiência olfativa, o banho de flores oferece uma experiência tátil diferente em relação às demais piscinas, por conta das pétalas imersas na água. As pétalas amarelas dos malmequeres flutuam à superfície criando um brilho dourado em contraluz. O cheiro que envolve e cria o ambiente vem do óleo de lavanda que é vaporizado para a sala.

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Fig.10: ‘Flower Bath’ ou ‘Banho de Flores’, parte do projeto Termas de Vals.


A capela de Santo Inácio, obra do arquiteto Steven Holl em Seattle, possui em sua área denominada sacrário composta por uma árvore da espécie madrona, nativa da costa oeste dos Estados Unidos, que neste caso foi utilizada como referência à comunidade local. Além das inscriçõs na soleira, marcando os quatro pontos cardeais, uma escolha ousada chama a atenção. Cera de abelha foi utilizada nas paredes, criando uma sensação olfativa adocicada parecida com o mel. ‘’Ao ouvir sons, ver imagens, sentir cheiros, gostos e toques, registra a época do tempo na memória, sem lembrar que novamente serão sentidos, vindo as recordações de sentimentos que pareciam esquecidos.’’ -Paulo Celente.

Fig.11 e 12: Sacrário da Capela de Santo Inácio - paredes revestidas com mel.

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Audição Cada prédio ou espaço tem seu som característico de intimidade ou monumentalidade, convite ou rejeição, hospitalidade ou hostilidade. Um espaço é tão entendido e apreciado por meio de seus ecos como por meio de sua forma visual, mas o produto mental da percepção geralmente permanece como uma experiência inconsciente de fundo. A visão é o sentido do observador solitário, enquanto a audição cria um sentido de conexão e solidariedade; nosso olhar perambula solitário nos vãos de uma catedral, mas os sons de um órgão nos fazem sentir imediatamente nossa afinidade com o espaço. Cada cidade tem seu eco, o qual depende do padrão e da escala de suas ruas e dos estilos e materiais dominantes de sua arquitetura. Os espaços abertos e amplos das ruas contemporâneas não devolvem os sons, e nos interiores das edificações atuais os ecos são absorvidos e censurados. A música gravada e programada toca em shopping centers e espaços públicos elimina a possibilidade de palparmos o volume acústico de seus espaços. Nossos ouvidos foram cegados. A experiência auditiva mais fundamental criada pela arquitetura é a tranquilidade. O silêncio da arquitetura é um silêncio afável e memorável. Uma experiência poderosa de arquitetura silencia todo ruído externo. A visão isola, enquanto que o som incorpora; a visão é direcional, o som é onidirecional. O senso da visão implica exterioridade, mas a audição cria uma experiência de interioridade. Eu observo um objeto, mas o som me aborda; o olho alcança, mas o ouvido recebe. A audição estrutura e articula a experiência e o entendimento do espaço. Normalmente não

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estamos cientes da importância da audição na experiência espacial, embora o som muitas vezes forneça o continuum temporal no qual as impressões visuais estão inseridas. Qualquer pessoa que já acordou com o som de um trem ou uma ambulância em uma cidade noturna e que no sonho experimentou o espaço da cidade em seus incontáveis habitantes espalhados dentro de seus prédios, conhece o poder do som sobre a imaginação; o som noturno é uma lembrança da solidão e mortalidade humanas, e nos torna cientes de toda uma cidade adormecida.* Qualquer um que já ficou encantado com o som de uma goteira na escuridão de uma ruína pode confirmar a capacidade extraordinária do ouvido de imaginar um volume côncavo no vazio da escuridão. O espaço analisado pelo ouvido se torna uma cavidade esculpida diretamente no interior da mente. Será que conseguimos fazer as pessoas preferirem as escadas, apenas fazendo-a mais divertida? Uma estação de metrô em Odenplan, Stockholm foi objeto de intervenção por uma iniciativa Volskwagen para responder à essa pergunta. A escada convencional, ficava ao lado de uma escada rolante e raramente era usada. Os degraus tornaram-se teclas de um grande piano, acionadas pela pressão dos pés. A escada piano recebeu 66% a mais de fluxo que a escada rolante.

Fig.13: Escada piano da estação de metrô em Odenplan, Stockholm.

* Texto adaptado do livro ‘Os Olhos da Pele’ do autor Juhani Pallasmaa (páginas 47-48)


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A água é uma ótima altenativa para criar elementos que instiguem a audição e a curiosidade do visitante. O Fort Worth Water Gardens, localizado no Texas é tido como um oásis refrescante. Este tranquilo parque urbano está situado no movimentado centro de Fort Worth e oferece aos visitantes uma pausa bem-vinda das ruas movimentadas.

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Os vastos jardins são belíssimos e arquitetonicamente impressionantes, bem como agradavelmente relaxantes, compostos por piscinas modernas, fontes em forma de cascata e praças arborizadas para explorar. A peça central deste jardim de 4,3 acres é uma fonte dramática em terraço projetada pelos arquitetos Philip Johnson e John Burgee.


Você pode descer 38 pés de degraus em meio à uma sinfonia de água caindo ao seu redor para sentir seus sons e movimentos para no fim contemplar uma pequena piscina de meditação. E em seguida, descobrir as mais de 500 espécies de plantas e árvores exibidas no parque paisagístico circundante.

Segundo Peter Zumthor em seu livro Atmosferas: cada espaço funciona como um instrumento grande, coleciona, amplia e transmite os sons.

Fig.14: Fort Worth Water Gardens no Texas, Estados Unidos.

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Tato A pele lê a textura, o peso, a densidade e a temperatura da matéria. A superfície de um velho objeto, polido até a perfeição pela ferramenta de um artesão e pelas mãos assíduas de seus usuários, seduz nossas mãos a acariciálo.* O tato nos conecta com o tempo e a tradição: por meio das impressões do toque, apertamos as mãos de incontáveis gerações. Há uma forte identidade entre a pele nua e a sensação de um lar. A experiência do lar é essencialmente a experiência do calor íntimo. O espaço de aconchego em torno de uma lareira é o espaço da intimidade e do conforto máximos. O corpo sabe e lembra. O significado da arquitetura deriva das respostas arcaicas e reações lembradas pelo corpo e pelos sentidos. Segundo PALLASMAA (2011) o filosofo Hegel afirmava que o único sentido que pode dar sensação de profundidade espacial é o tato, pois sente o peso, a resistência e a forma tridimensional dos corpos materiais, e assim nos faz entender que as coisas se afastam de nos em todas as direções. A visão revela o que o tato já sabe. O tato inclui os objetos que realmente entramos em contato, bem como as superfícies, limites e ambientes dentro de nossa visão, que podemos simplesmente imaginar habitando ou tocando. Isso significa que o senso de tato poderia ser empregado, por exemplo, quando o usuário estiver sentado em uma cadeira dura ou em um sofá macio.

Esse sentido também está presente quando o usuário experimenta o nível de umidade em um espaço ou reage ao seu fluxo de ar ou temperatura. A escolha de materiais naturais para móveis e decoração, quando possível, pode proporcionar um espaço mais calmante. O sentido do tato não se encontra em uma região específica, pois todas as regiões do organismo possuem mecanorreceptores responsáveis pela percepção do toque, termorreceptores responsáveis pela percepção do frio e do calor e terminações nervosas livres responsáveis pela percepção da dor, mudando apenas de intensidade. O primeiro bar de gelo a beira da praia do mundo, Icebarcelona é uma experiência verdadeiramente única, oferecendo aos visitantes a chance de ir do glorioso sol do Mediterrâneo a um mundo congelado em questão de minutos. Projetado por famosos artistas do gelo, o salão impressionante possui interiores fascinantes esculpidos em gelo e renovados de vez em quando. Além disso, há um terraço externo elegante onde você pode se bronzear e desfrutar da brisa do mar enquanto toma sua mistura favorita.

Fig.15: Bar de gelo ‘Icebarcelona’ em Barcelona.

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A autenticidade da experiência da arquitetura se fundamenta na linguagem tectônica de se edificar e na abrangência do ato de construir para os sentidos. Contemplamos, tocamos, ouvimos e medimos o mundo com toda nossa existência corporal, e o mundo que experimentamos se torna organizado e articulado em torno do centro de nosso corpo.

A Arquitetura Sensorial reconhece que as pessoas experimentam e reagem a um ambiente de muitas maneiras, sutis e óbvias, consciente e inconscientemente. A reação consciente seria quando tocamos em uma parede texturizada e sentimos uma espécie de retorno, a qual chamamos de sensação.

Nosso domicílio é o refúgio do nosso corpo, nossa memória e identidade. Estamos em um diálogo e interação constantes com o ambiente, a ponto de ser impossível separar a imagem do ego de sua existência espacial e situacional.

Já a reação inconsciente seria sentir um aroma que nos despertasse repentinamente uma memória. Ao longo do dia, entramos em contato com diversos tipos de ambientes. Ouvimos sons, vemos texturas, cores, imagens, sentimos as mudanças de temperatura.

A gravidade é medida pela sola dos pés; seguimos a densidade e a textura do chão através da sola dos nossos pés. Por fim, podemos concluir que a arquitetura é muito mais do que pensamos, existem muitas outras possibilidades a serem exploradas, isso pode ser confirmado nas palavras de Pallasmaa no seguinte trecho: “Toda experiência comovente com a arquitetura é multissensorial; as características de espaço, matéria e escala são medidas igualmente por nossos olhos, ouvidos, nariz, pele, língua, esqueleto e músculos. A arquitetura reforça a experiência existencial, nossa sensação de pertencer ao mundo, e essa é essencialmente uma experiência de reforço da identidade pessoal. Em vez da mera visão, ou dos cinco sentidos clássicos, a arquitetura envolve diversas esferas da experiência sensorial que interagem e fundem entre si”. PALLASMAA, Juhani. 2011,p.39

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Apesar de todo esse contato, não imergimos nas sensações que estes elementos provocam no nosso cérebro e no corpo em geral. Falta a sensibilidade, o cuidado aos detalhes, a percepção da vida. É isso que este tipo de arquitetura está buscando despertar num mundo onde o tempo é considerado dinheiro e a sensibilidade foi deixada de lado. É essa relação que será destacada ao longo do trabalho. Um exemplo de como os sentidos são estimulados é a chamada NASP- a Sede Natura em São Paulo, um projeto de 2017 da Dal Pian Arquitetos Associados. Este projeto combina o uso da cor laranja, iluminação natural, paisagismo, espelhos d’água para criar uma atmosfera que proporcione um ambiente de trabalho multissensorial e sensível ao seus colaboradores, assim como foi pensado para expressar os valores da Natura, procura externar os princípios que fundamentam, regem e conduzem as ações da empresa – sustentabilidade, inovação, compromisso sócio-ambiental e transparência. Fig.16: Sede da Natura em São Paulo-SP.


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Sensação A sensação pode ser definida como um processo na qual o sistema nervoso e os receptores sensoriais representam a energia recebida pelos estímulos que se encontram ao nosso redor. Em outras palavras, sensação é o processamento realizado pelo cérebro primário da informação recebido através de algum dos cinco sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato). O cérebro organiza esta informação e apresenta um significado em forma de sensação. A diferença entre os conceitos sensação e percepção é simplesmente complexa, uma vez que entra em jogo a interpretação e o contexto de saber a hora que um estímulo recebido se transforma em sensação. Deve-se destacar que a percepção é o estímulo que recebe os sentidos fora de qualquer consideração, enquanto que a sensação é um passo mais avançado dessa percepção dotado de significado e que gera um determinado estado da pessoa. Neste sentido o contexto é fundamental, assim como a experiência prévia. Estes dois fatores que podem gerar certo tipo de estímulo causa uma sensação mais ou menos intensa. Escutar um barulho à noite e em casa, pode ser interpretado como uma ameaça e causar sensação de medo se a pessoa for propensa a esse tipo de situação, ou ainda, se ela já sofreu com experiências parecidas no passado. Enquanto que para outra pessoa, a percepção deste ruído não deixa de ser algo normal.

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No Museu Judaico de Berlim, belíssimo projeto do arquiteto Daniel Libeskind, a escadaria que emerge do “eixo de continuidade”, até a coleção permanente, desenvolve-se de forma linear seguindo a fachada do edifício, outorgando nos descansos acesso aos diferentes níveis do museu. Essa escada apresenta-se como um jogo de escalas e luzes, conduzindo o visitante através de espaços estreitos e obscuros até espaços amplos e luminosos. As vigas que a acompanham estão dispostas em distintas direções, com uma aparência desconstrutivista, mas em realidade são funcionais e servem de contraventamento da estrutura. Com a junção destas características, fica exposta a intenção do arquiteto de causar níveis de desconforto e reações dos visitantes do museu. As fotografias por si só já transmitem fortes sensações e sentimentos, como medo, vertigem, ansiedade, claustrofobia entre outros. Pessoalmente essas sensações seriam certamente intensificadas pela atmosfera do projeto e toda a carga emocional que carrega em si.

Fig.17: Escada do Museu Judaico, projeto de Daniel Libeskind.

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CAPĂ?TULO 2

Metamorfose

das

Bibliotecas


Colagem: Composição da autora com o uso da escala humana disponibilzada por Cutoutmix.com


Retrato da Leitura no Brasil A leitura assim como a arte nos ajuda a entender o que é importante para cada cultura. Pensando nisso, vale a pena buscar entender qual é o cenário atual da leitura no Brasil. Um dado assustador nos mostra que por ano, o brasileiro lê em média apenas 2,43 livros, como mostrou a pesquisa divulgada na 4ª edição dos “Retratos da Leitura no Brasil”, desenvolvida em março de 2016, pelo Instituto Pró-Livro. Vale lembrar que a pesquisa considerou “leitor” aquele que leu pelo menos um livro nos últimos três meses – inteiro ou em partes.* Conforme a pesquisa, entre as principais motivações que impulsionam os leitores brasileiros estão: o gosto pela leitura (25%), atualização cultural (19%), distração (15%), motivos religiosos (11%), crescimento pessoal (10%), exigência escolar (7%) e atualização profissional ou exigência do trabalho (7%). Todas essas motivações integram o papel civilizador da leitura. Já a primeira razão apresentada pelos leitores como obstáculo para o aumento da leitura é a falta de tempo (43%). O escritor e mestre em Filosofia do Direito Davi Lago colabora com textos sobre marcos civilizatórios e sociedade contemporânea e afirma: “ler é viver e conviver, é um esforço em compreender o outro. Com mais leitura a sociedade brasileira tecerá sua multiplicidade mais civilizadamente”.

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Fig.18: Representação da relação livros e Brasil.

Além disso, dentre as diferentes opções de cultura, como cinema, teatro, exposições de arte, shows de música e museus, o livro se tornou a preferência nacional de 37% das pessoas consultadas. Ainda assim, um total de 44% da população brasileira disse não se interessar por leitura, uma informação no mínimo alarmante.**

A pesquisa do Instituto Pró-Livro também revelou que o consumo de livros no Brasil tem aumentado seu percentual de adeptos, passando de 50%, em 2011, para 56%, em 2016.

Como síntese a partir da reunião e análise das informações citadas acima podemos concluir a importância da preservação da leitura, do incentivo a disposição de materiais de informação, da diversificação de conteúdo para alcançar todos os públicos, da disseminação de conhecimento.

* Texto adaptado do site G1.globo.com – Retratos da Leitura no Brasil

** Texto adaptado do site Printstore.com – Hábito e Consumo de Livros no Brasil


As bibliotecas na história do mundo Vamos voltar um pouco ao passado e refletir... afinal, por que surgiram as bibliotecas? Na história do mundo ocidental, incluindo a do Brasil, podemos dizer que predomina a tradição oral. Devemos considerar primeiramente a dificuldade de recursos para a escrita: o custo elevado de materiais como o papiro e o pergaminho e, depois, o modo de produção primitivo das tipografias. Em um segundo momento, o baixíssimo índice de pessoas alfabetizadas e a dificuldade quanto ao tempo e estrutura para disseminar o conhecimento mais básico. Podemos de um modo simples exemplificar essa tradição oral com os famosos discursos de Sócrates, ele que nunca escreveu seus questionamentos filosóficos e se anunciava em praças públicas disseminando seus ideais polêmicos. Mais tarde temos como exemplo os ilustradores do fim do Brasil Colonial, quando discutiam suas ideias iluministas. Ideias estas que não eram lidas de fato, mas eram propagadas oralmente. Apesar de toda esta tradição a humanidade sempre sentiu a necessidade de registrar e preservar seus conhecimentos. E é a partir deste princípio que surgem os primeiros indícios e anseios por um lugar que pudesse atender a essa necessidade. Um lugar que pudesse organizar, armazenar e conservar os registros e conhecimentos para passar a cultura dos povos através de gerações.

Milênios antes da era cristã, marcada pela produção de documentos religiosos e as famosas iluminuras, os egípcios já produziam seus próprios documentos escritos. Bem como os sumérios, assírios e babilônicos também possuíam, em placas de argila, arquivos informativos. A partir desse contexto, conseguimos entender o posicionamento de Martins (2002), quando afirma que a existência de bibliotecas se materializou antes da dos livros e até mesmo dos manuscritos. O surgimento da biblioteca se deve, se não à existência dos materiais como argila, pergaminho ou livro, então, à primeira revolução técnicolinguística: a própria escrita. Esta atendeu (e atende) àquela orgulhosa necessidade humana de registro. Independente do tipo de material em que seria (e será) concretizada, e a biblioteca atendeu (e atende) à necessidade de preservar esse registro. Segundo o autor Benevino Muhacha existem três objetivos principais das bibliotecas. O primeiro é a guarda dos livros e demais publicações em um local no qual esteja livre de qualquer perigo. Para atingir esses objetivos criou-se o espaço que veio a chamar-se “Biblioteca”, mas por que escolheu-se essa palavra? Estudos concluem que a palavra é de origem grega e quer dizer biblíon (livro) e teke (caixa, depósito). A palavra “Biblioteca” possui diversas variantes: bibliothèque, bibliotek, bibliotheek, bibliyotèk, bibliotēka, biblioteka, bibliotecă. Mudam-se os acentos ou algumas letras, mas em muitos países do mundo, a palavra biblioteca é escrita praticamente da mesma maneira.

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AFINAL, A AFINAL, A BIBLIOTECA BIBLIOTECA É SÓ UM É SÓ UM DEPÓSITO DEPÓSITO DE LIVROS? DE LIVROS? 48


Nas palavras de Jorge Luís Borges ...

“SEMPRE IMAGINEI QUE O PARAÍSO FOSSE UMA ESPÉCIE DE BIBLIOTECA” 49


Evolução Como já mencionado anteriormente, toda a saga das bibliotecas antecede a própria história do livro e vai encontrar abrigo no momento em que a humanidade começa a dominar a escrita. A biblioteca é uma criação que já existe há bastante tempo. Na verdade, desde a antiguidade era aconselhável buscar o conhecimento em um lugar para consulta. As primeiras bibliotecas que se tem notícia são chamadas “minerais”, pois seus acervos eram constituídos de tabletes de argila, depois vieram as bibliotecas vegetais e animais, constituídas de rolos de papiros e pergaminhos, respectivamente. Esses são os casos das bibliotecas criadas pelos babilônios, assirios, egípcios, persas e chineses. Mais tarde, com a criação do papel, fabricado pelos árabes, começam-se a formar as bibliotecas de papel e, mais tarde, as de livro propriamente dito, que permanecem até hoje. Na Antiguidade, o material sobre o qual se concretizava a escrita era o papiro, cujo rolo podia chegar até 18 metros, e o pergaminho. Os rolos desses materiais eram organizados em armários com divisórias e arrumados uns ao lado dos outros, com etiquetas visíveis indicadoras dos títulos. Já no século IV d. C. apareceu o codex, ou seja, o uso das duas faces do pergaminho, em formato moderno do livro. Esse novo aspecto exigiu novos móveis, sobre os quais os livros ficavam deitados e às vezes acorrentados para permitir a consulta local e evitar o roubo.* Fig.20: Livro da Biblioteca de Zutphen, século XVI, Holanda. Uma das três bibliotecas com livros acorrentados que ainda existem na Europa.

* Texto adaptado do site Slinestorsantos. seed.pr.gov.br – Biblioteca no curso da História

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Fig.19: Tablete de argila contendo escrita Cuneiforme (modelo de escrita mesopotâmica).


Fig.21: Excerto de um dos pergaminhos do Livro de Isaías encontrado em Qumran, Mar Morto.

Fig.22: Papiro escrito em grego. Divulgação/Universidade de Basel.

Fig.23: Páginas do Codex Leicester ou Codex Hammer, uma compilação de textos e desenhos de Leonardo da Vinci coletados entre 1508 e 1510.

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A Biblioteca de Nínive, considerada como a primeira biblioteca da história, guardava compilações de diversos tipos de texto: cartilhas sobre o mundo natural, geografia, matemática, astrologia e medicina; manuais de exorcismo e de augúrios; códigos de leis; relatos de aventuras e textos religiosos. Pertencendo ao rei assírio Assurbanipal 2º (século 7 a.C.), era composta por uma coleção de aproximadamente 25 mil plaquetas de argila com textos em cuneiforme, muitos deles bilíngues, em sumeriano e acádico. Esta biblioteca foi vitima de um incêndio em 612 a.C., mas, devido à resistência do seu material, as placas de argila não foram destruídas. Tornou-se um dos mais importantes legados da Mesopotâmia para a história, foi encontrada no século 19 por arqueólogos ingleses.* A famosa Biblioteca de Alexandria foi durante muitos séculos, mais ou menos de 280 a.C. a 416, uma das maiores e mais importantes bibliotecas do Planeta. Este valioso centro do conhecimento estava localizado na cidade de Alexandria, ao norte do Egito, a oeste do Rio Nilo, bem nas margens do Mediterrâneo.** Durante sete séculos esta Biblioteca abrigou o maior patrimônio cultural e científico de toda a Antiguidade. Ela continha um imenso acervo de papiros e livros, incentivava o espírito investigativo de cientistas e literatos, transmitindo à Humanidade uma herança cultural incalculável.

Ao que tudo indica, conservou em sua estrutura interna mais de 400.000 rolos de papiro, mas esta cifra pode, em alguns momentos, ter atingido o patamar de um milhão de obras. Sua devastação foi realizada gradualmente, até ela ser definitivamente consumida pelo fogo em um incêndio de origem acidental, atribuído aos árabes durante toda a era medieval. Perto do século I a. C., os romanos mais abastados começaram a criar bibliotecas particulares com obras gregas e latinas. A crescente procura por livros deu origem ao comércio de copistas, ao aparecimento de livrarias e ao estabelecimento de bibliotecas públicas, que surgiram em Roma, próximo ao século II da nossa era. Durante, os séculos VIII e IX, muitos textos científicos e matemáticos foram copiados e conservados por mulçumanos e cristãos. Segundo os autores Antônio Carlos Pinho e Ana Lúcia Machado, a antiga e recente história das bibliotecas é marcada por fatos de pura resistência do conhecimento. Ela vem sofrendo ao longo dos anos a ação do tempo, as guerras, a censura, e mesmo assim elas conseguiram sobreviver a todos os ataques. As bibliotecas quase foram extintas, vindo principalmente pela ação de censura da Igreja Católica na Idade Média. Mas, contraditoriamente, foram nos mosteiros, preservadas em esconderijos, que elas conseguiram mais uma vez se salvar.

Fig.24: Palácio do rei Assurbanipal II, à beira do rio Tigres, onde se teve a primeira biblioteca já registrada no mundo, a Biblioteca de Nínive.

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Fig.25: Esboço da provável Biblioteca de Alexandria.

Fig.26: Gravura representando o grave incêndio que destruiu a biblioteca e parte da cidade de Alexandria.

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Fig.27: (página anterior) Ruínas da Biblioteca de Alexandria.

Na Europa Ocidental, a literatura foi preservada graças, sobretudo, à ação das bibliotecas dos mosteiros (lembradas no filme de 1986 dirigido por Jean-Jacques Annaud baseado no romance “O Nome da Rosa” do crítico literário italiano Umberto Eco).* Como também é o caso dos municípios de San Milan de la Cogolla e de Ripoll, na Espanha, e o de Fulda, na Alemanha. Cada uma das bibliotecas nos mosteiros destes municípios possuía uma sala denominada scriptorium, uma oficina onde os monges realizavam cópias manuscritas de obras clássicas e religiosas. A biblioteca foi restrita desde os seus primeiros dias. A disposição arquitetônica dos mosteiros demonstra que, era mais o lugar onde se esconde o livro do que o lugar onde se procura fazê-lo circular ou perpetuá-lo. Na biblioteca de Nínive, o depósito de livros não tem saída para o exterior – a sua única porta parece dar, ao contrário, para o interior do edifício, para o lugar onde viviam ou onde permaneciam os grandes sacerdotes.** Essas bibliotecas preservavam manuscritos de papiros ou pergaminhos, produzidos volume por volume em um trabalho artesanal e enviadas apenas às bibliotecas e as poucas coleções particulares de reis e de outras autoridades.

Os chamados “copistas” ficavam longas horas transcrevendo com letra legível os inúmeros volumes presentes. Estes manuscritos tinham um preço exorbitante em consequência de toda a dedicação necessária para produzí-los. A palavra biblioteca historicamente teve um caráter restritivo e estático. Os livros de difícil reprodução e mobilidade tornaram a biblioteca um templo e o bibliotecário seu guardião. O caráter restritivo se deve ao acesso possível e permitido apenas para reis, autoridades e pessoas nos mais altos cargos da igreja, excluindo o povo do contato com os livros e, consequentemente, com o conhecimento. Já o caráter estático é devido ao isolamento em específico, a decisão de esconder e deixar a biblioteca estática, sem a movimentação que vemos nas bibliotecas atuais por exemplo. As bibliotecas antigas e medievais eram, enfim, lugares contrários à ideia de laicização e de democracia. No entanto, não podemos negar que elas preservaram, guardando e copiando manuscritos, hoje tão fundamentais para o nosso entendimento histórico. Foi apenas com a difusão do papel no século XIV e o surgimento de tipografias, que foi possível a fabricação em série. As bibliotecas passaram a ter caráter público e leigo, ficando aberta a todos os públicos. Mais tarde, com a invenção da imprensa, as bibliotecas tiveram uma grande extensão e saíram da área de monastérios ou outras estruturas vinculadas ao campo religioso.

Fig.28: Desenho de igreja.

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IGREJA: ALIADA OU INIMIGA?

De fato, graças ao avanço tecnológico, o custo de produzir um livro diminuiu notavelmente e isto permitiu que existisse mais circulação e um maior número de bibliotecas. Era necessário desenvolver uma capacidade ideal para organizar a quantidade de volumes e isso estabeleceu a elaboração de diversas práticas para que seu uso eficiente estivesse garantido.*** Por fim, podemos dizer que a biblioteca não deve ser entendida apenas como um fenômeno social e cultural. E sim, como uma instituição social das mais complexas e importantes do sistema de comunicação humana, sendo responsável pela preservação e transmissão da cultura.

*** Texto adaptado do site Conceitos.com – Biblioteca, conceito,significado

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Estrutura física das primeiras bibliotecas Segundo o autor MARTINS (2002), as disposições arquitetônicas dos edifícios das bibliotecas tinham por objetivo a intenção de impedir a saída do acervo. Os acervos dessas bibliotecas eram organizados em armários com divisórias e arrumados um ao lado do outro, contendo etiquetas visíveis indicadoras dos títulos. Battles (2003) afirma que no caso da Biblioteca de Nínive, já citada anteriormente, as placas eram classificadas por assuntos e identificadas por marcas que determinavam sua localização dentro da numerosa coleção. Existia uma espécie de catálogo onde se registravam as grandes diversidades de assuntos.* Depois da morte de Júlio César, um de seus partidários, Asínio Pólio e o escritor Públio Terêncio Varrão, levaram o projeto de uma biblioteca pública em Roma adiante e, em 39 a.C., foi construída no Fórum Romano a primeira Biblioteca Pública de Roma(MARTINS, 2002). Era formada por dois salões de leitura, um para livros em latim e outro para livros em grego e, cada um deles, decorados com estátua de poetas e oradores dos dois idiomas (BATTLES, 2003). Battles (2003, p. 50) nos dá ainda uma ideia de como era a biblioteca [...] “suas salas de leituras eram dispostas lado a lado e continham muitos nichos nas paredes nas quais eram postos os armários, estantes de madeira com portas em que eram guardados os rolos. Nos nichos mais fundos era dado lugar a estátuas” [...]. Quando nos voltamos à Biblioteca de Alexandria, descobrimos que na verdade ela não era apenas uma, mas duas. A maior e principal foi construída no século III a.C., no interior do Mouseion ou “Templo das Musas”. * Texto adaptado do site Slinestorsantos. seed.pr.gov.br – Biblioteca no curso da História

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A biblioteca menor, conhecido com a “irmã”, foi criada um século depois, no interior do Templo de Serápis, deus egípcio helenizado e protetor de Alexandria. Quanto à organização física da biblioteca, era de forma bastante planejada. Battles (2003, p. 68) diz que [...] “as estantes no interior do edifício eram circundadas por colunatas abertas expostas a brisa, formando corredores cobertos que os estudiosos podiam utilizar para estudo ou discussão” [...]. Quanto à organização do acervo: os rolos tinham etiquetas presas aos Umbilici com os nomes dos autores e com os títulos das obras e eram colocados dispostos em pilhas. No que diz respeito ao aspecto arquitetônico sabe-se que nos mosteiros medievais os armários eram embutidos nas enormes paredes e também diversas estantes de leitura existiam para permitir o manuseio dos grossos infólios medievais, inclusive as portáteis, nas quais todos os livros estavam acorrentados, o que tudo indica que havia um medo grande de roubos de obras valiosas (MARTINS, 2002). Tendo em vista como eram as estruturas físicas das primeiras e mais antigas bibliotecas. Podese buscar entender e relacionar como essas primeiras formas de disposição e configuração influenciaram as bibliotecas que conhecemos hoje, e que tipo de bibliotecas aparecerão no futuro.

Fig.29: Livros da Catedral Hereford, acorrentados nas prateleiras para evitar o roubo dos exemplares.


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A biblioteca contemporânea A última geração de bibliotecas estão se pondo como centros culturais, sociais e cívicos belamente arquitetados — com livros dentro delas. Se comprometendo na promoção do aprendizado ao longo da vida, atividades de cidadania, democracia e liberdade de expressão. A biblioteca se mostra como um espaço de sociabilidade, criação e formação. Por outro lado, as bibliotecas enfrentam vários desafios neste novo milênio, uma vez que as transformações sociais, culturais, científicas e tecnológicas têm impactado diretamente as estratégias de ação, a mediação da informação, os objetivos dos serviços prestados e as finalidades dos produtos elaborados aos diferentes públicos. Na sociedade contemporânea, em que a informação eletrônica e/ou digital se constitui em uma realidade, seja na escola, seja no trabalho, seja na vida pessoal, existem dúvidas, por parte de alguns, em relação a real permanência das bibliotecas. Se, por um lado, há o interesse em propiciar o acesso livre à informação, por outro lado, há o interesse de que a informação seja controlada, principalmente no que tange a sua aquisição e acesso. Outro aspecto que tem impactado as bibliotecas contemporâneas diz respeito ao uso das redes sociais para realizar a mediação e disseminação da informação, de maneira que distintos públicos tenham acesso às informações que a biblioteca julga relevante, ou seja, desenvolver serviços informacionais customizados, visando atender o público

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usuário, a comunidade local e a sociedade em geral. As bibliotecas contemporâneas se preocupam com o acesso tanto in loco quanto remoto, conforme mencionado anteriormente. A elaboração de políticas de preservação de conteúdos eletrônicos e digitais passaram a ser uma prática das bibliotecas contemporâneas, devido à realidade que ora se apresenta. Os conteúdos eletrônicos e digitais são um fato e farão parte, cada vez mais, do cotidiano bibliotecário. Os espaços da biblioteca contemporânea devem ser customizados, de modo a atender diferentes públicos da melhor maneira possível. Além disso, propiciar espaços de interação entre o usuário e a informação. As pessoas são a essência das bibliotecas contemporâneas, por um lado, os profissionais que nelas atuam e, por outro lado, o público usuário que necessita de seus serviços e produtos informacionais. As bibliotecas têm transformado do suporte em papel para o suporte digital vários conteúdos ou coleções importantes existentes em seus acervos, atendendo uma de suas funções primordiais que é a democratização do acesso à informação, bem como a preservação da informação e do conhecimento. Os espaços da biblioteca contemporânea devem ser customizados, de modo a atender diferentes públicos da melhor maneira possível. Além disso, propiciar


espaços de interação entre o usuário e a informação. As pessoas são a essência das bibliotecas contemporâneas, por um lado, os profissionais que nelas atuam e, por outro lado, o público usuário que necessita de seus serviços e produtos informacionais. A Chicago Public Library por exemplo, é um espaço que se desdobra como um centro comunitário com salas de reuniões e espaços digitais de aprendizagem de estúdio de gravação para adolescentes. Para crianças mais

novas, tem os “laboratórios de conserto” com maker-space digital; e a sala de Storytelling há paredes magnéticas e paredes para escrever. É importante destacar que a biblioteca contemporânea e seus atrativos tecnológicos só são possíveis pela existência da maior rede de comunicação e informação do mundo, a qual chamamos de internet. Essa ferramenta criada em 1969 nos Estados Unidos foi capaz de transformar não só o mundo, como também várias gerações. Fig.30: Fachada da Chicago Public Library.

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Ainda no âmbito da democratização do acesso à informação, as bibliotecas têm oferecido uma infraestrutura tecnológica, como microcomputadores, nos quais o usuário pode acessar os bancos e as bases de dados internos gerados por elas e, também, os bancos e as bases de dados adquiridos e disponibilizados via acesso à rede internet. Além disso, visando a mobilidade do usuário no ambiente institucional, as bibliotecas têm disponibilizado equipamentos móveis, por exemplo, netbook, tablet, entre outros. Isto faz com que o usuário possa circular no ambiente institucional sem perder a possibilidade de pesquisar nos diferentes recursos informacionais disponíveis.

As bibliotecas têm disponibilizado equipamentos e recursos que possibilitam aos portadores de necessidades especiais acessarem a informação. Entre os recursos para cegos, pode-se citar: software de sintetizador de voz; teclado com sintetizador de voz; navegadores com ampliação de telas para pessoas com visão subnormal; software que possibilita digitar diretamente ou importar um texto de um editor de texto convencional para uma impressora braile; entre outros.

Os avanços das telecomunicações, dos dispositivos informáticos portáteis, das interfaces por voz, tato e imagem, e dos sistemas integrados são uma realidade. Dessa maneira, a biblioteca contemporânea passou a desenvolver produtos e serviços informacionais nesse novo modelo tecnológico. Assim, várias atividades bibliotecárias têm se alterado, no intuito de atender às novas demandas da sociedade.

No que tange aos recursos para surdos, podem ser citados: software transformador de som em linguagem brasileira de sinais (Libras); aparelhos auditivos para pessoas com baixa audição; luvas que transformam os movimentos das mãos (Libras) em som; sinais de alerta; entre outros.*

Como exemplo pode-se mencionar a aplicação da biometria para realizar o cadastro de usuários e o empréstimo de materiais, proporcionando mais segurança, tanto para a própria biblioteca quanto para o público usuário.

-Acesso local e remoto às coleções/acervo;

A sociedade cada vez mais conectada, bem como os nativos digitais, trazem

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um desafio para as bibliotecas, desse modo, tanto os profissionais quanto os usuários que frequentam os espaços informacionais necessitam ter ou desenvolver competências voltadas à informação.

Alguns pontos que podemos redigir sobre o perfil da biblioteca contemporânea são:

-Ambiente híbrido composto por mídias, suportes e conteúdos impressos, eletrônicos e digitais; *Texto adaptado ‘O Perfil das Bibliotecas Contemporâneas’. Por: Marta Lígia Pomim Valentim.


-Preservação de conteúdos relevantes por meio de digitalização; -Uso de tecnologias assistivas portadores de necessidades especiais;

para

-Implementação de tecnologias que facilitem a gestão da informação e operações cotidianas; -Implementação de tecnologias que propiciem autonomia dos usuários ao acesso ao acervo, assim como interatividade e uso do espaço; -Ambientes projetados para focar na interação e relação entre usuário e informação.

Há que se destacar que as bibliotecas contemporâneas se constituem em ambientes híbridos, compostos por distintas mídias, formatos e suportes, cujos conteúdos impressos, eletrônicos e digitais, necessitam de ações específicas. A preservação de conteúdos relevantes, portanto, depende de atividades realizadasno presente, para que no futuro o público usuário e a sociedade em geral possam de fato acessá-los. A Mediateca em Bourg-la-Reine, projeto de Pascale Guédot Architecte de 2014, propõe poltronas com fones dispostos no apoio lateral para que os usuários possam ouvir áudio livros. Fig.31: Mediateca em Bourg-la-Reine

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A integração entre os livros físicos e o acervo digital é iminente, portanto, a adaptação e aceitação do desenvolvimento tecnológico e das ferramentas que podem auxiliar neste processo de transição facilitam cada vez mais a conexão entre leitor e biblioteca, assim como no apoio das atividades diárias e a acessibilidade de informação e conhecimento a todos. A mediateca em Thionville, uma das referências projetuais foca sua atenção majoritariamente na presença da tecnologia,

porém ainda fornecendo os livros físicos. Outras como a Biblioteca de Calgary criam bancadas e pontos de carregamento para equipamentos como celulares, notebooks e tablets.

Fig.32: Pontos de energia para carregamento de equipamentos eletrônicos na Biblioteca de Calgary.

Fig.33: Computadores da Mediateca em Thionville.

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Até pouco tempo atrás livros grátis eram realidade em bibliotecas, sebos e feiras de doações. Esses lugares ainda existem, mas, com a crescente evolução do acesso à internet, hoje é possível ler e baixar de graça diversas obras através de aplicativos. Leitores digitais como Kindle, tablets e smartphones viraram alternativas às folhas de papel e tornaram possível as “bibliotecas móveis”, sem pesar ou ocupar muito espaço.

Dispositivos como o Kindle contribuem para o acesso rápido aos e-books. Este leitor de livros digitais desenvolvido pela subsidiária da Amazon em 2007, a Lab126, permite aos usuários comprar, baixar, pesquisar e, principalmente, ler livros digitais, jornais, revistas, e outras mídias digitais via rede sem fio.

Fig.34: Dispositivo da Amazon, função de e-reader chamado ‘Kindle’.

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O dispositivo ainda foi expandido para existir em forma de aplicativo, gratuito para Android, iOS, Windows e Mac, leva a experiência do famoso e-reader para a tela de seu celular, tablet ou PC. Com o app, você tem acesso a todo o catálogo de livros digitais da Amazon no seu próprio gadget, sem precisar adquirir um Kindle ou outro e-reader.

O tablet é para quem não quer uso exclusivo para ler livros. Independentemente de qual tablet comprar, eles costumam ter acesso a jogos, aplicativos, sites e a Internet em geral. É um produto versátil e prático.

Fig.35: Logotipo do aplicativo de e-reader chamado ‘Kindle’.

O Kindle é bom para quem quer um produto exclusivamente para ler livros. Ao contrário da iluminação do tablet, a luz embutida do Kindle (ou de outros e-readers) é perfeita para a leitura porque imita o aspecto do papel impresso e não cansa a vista. Você pode guardar milhares de livros no Kindle e ler durante muito tempo. No entanto, o produto não tem acesso a outros aplicativos, nem jogos.

Fig.36: Tablet Samsung Galaxy S6 com caneta.

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O Google Play Livros tem a maior coleção de livros eletrônicos no mundo. O aplicativo do Google foi lançado em 2010 e hoje conta com cinco milhões de audiolivros e livros para baixar. O banco de dados do Google Livros continua a crescer. O aplicativo permite que obras de domínio público e outros materiais sem direitos autorais sejam carregados em formato PDF. A iniciativa foi aclamada pelo seu potencial de oferecer acesso sem precedentes para o que poderia tornar-se a maior coleção de escritos online de conhecimento humano e promover a democratização do conhecimento.

Fig.37: Logotipo do aplicativo Google Play Livros.

Fig.38: Logotipo do aplicativo Wattpad.

A plataforma Wattpad, criada em 2005 é uma comunidade de escritores que reúne mais de 80 milhões de assinantes que compartilham histórias entre si. Pode ser usada por meio do site, por computador ou app no celular. Além de disponibilizar livros de todos os gêneros, ela estimula seus usuários a escreverem artigos, relatos e poemas sobre qualquer coisa para publicarem na página. Muitos dos livros são escritos e desenvolvidos pelos próprios usuários sem ao menos serem publicados por editoras, por este e outros motivos a plataforma decidiu premiar algumas publicações. O selo ajuda a destacar e promover os trabalhos destes autores desconhecidos.*

* Texto adaptado de Zomm.com.br Onde ler livros online grátis? 10 apps para baixar obras

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Fig.39: Livro ‘ Na chuva com Benjamin’ da autora Flávia Dann, disponivel no Wattpad.

Fig.40: Livro ‘ O Silêncio Borboleta’ do autor Alexandro Renato, disponivel no Wattpad.

Plataformas e aplicativos como os citados permitem o acesso a quantidades impressionantes de exemplares publicados e não publicados, a leitura torna-se mais diversificada e exposta para os mais diversos públicos, oferecendo obras de todas as tipologias e gêneros textuais, criando mundos e exibindo reflexões, ideias, pensamentos e profundas visões do mundo. Os chamados e-books ou na tradução livre ‘livros eletrônicos’ são uma alternativa aos livros físicos, um não exclue o outro. A

tecnologia veio facilitar certos aspectos, como a democratização do acesso ao conhecimento e informação. A atmosfera de uma biblioteca deve permitir que o leitor se sinta a vontade independente do suporte utilizado, seja o livro emprestado da estante ou o trazido de casa, seja o áudio livro ou o e-book no tablet. A biblioteca contemporânea é um híbrido de suportes, uma atmosfera que acolhe todo formato e algumas serão objetos de estudo no próximo capítulo.

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CAPĂ?TULO 3

Truques de

Mestres


Colagem: Composição da autora com o uso da escala humana disponibilzada por Cutoutmix.com


Brainstorm, também chamado de Brainstorming, é uma expressão inglesa que significa tempestade cerebral ou tempestade de ideias. É um método para testar e explorar a capacidade criativa a partir da coleta de informações, ideias, inspirações com o objetivo de desenvolver conceitos.

DIVISÃO

FLUIDEZ

CONEXÃO DIREÇÃO

LOCAL

ACESSO

LUZ E SOMBRA

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Fig.41: Brainstorm de ideias.

MATERIAL


O brainstorm é uma ferramenta que auxiliou na seleção e decisão de quais seriam as referências projetuais que acrescentam ao projeto alguma característica ou estratégia para solucionar diversas questões e a pergunta principal: como eu quero que seja esse projeto?

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Referências Projetuais Foram estudadas um total de seis referências projetuais, sendo elas classificadas da seguinte forma: os dois primeiros projetos - o Centro para Cegos e Deficientes Visuais e o Termas de Vals - auxiliam na identificação de características da arquitetura sensorial, assim como as técnicas de aplicação destes conceitos, oferecendo alternativas que podem ser implementadas neste estudo. Em um terceiro projeto, conhecemos a Biblioteca de Calgary, um projeto que utilizou vários andares para distribuir o seu programa, criando uma escala que nos leva de espaços térreos dinâmicos até salas silenciosas nos andares superiores. Essa setorização contribui para os estudos do programa de necessidades e disposição dos ambientes, assim como a relação entre eles. No quarto projeto, podemos identificar outras alternativas a partir da análise de uma segunda biblioteca, a Biblioteca Northside. Um projeto que optou pela permeabilidade visual, o oposto da setorização de Calgary. Os espaços estão mais conectados entre si, há mais interação entre os usuários. Também pode-se extrair desta referência a materialidade contemporânea e harmônica que se destaca na paisagem urbana e é belíssima.

Um projeto que utilizou-se de uma área que um dia já foi uma penitenciária para criar um equipamento para a comunidade, atraindo todos os públicos de forma dinâmica, acolhedora, alegre, colocando o público como sua maior prioridade visando a mudança e a transformação da melhor forma possível. A partir da seleção de projetos tão diversos e enriquecedores, estas referências serão ferramentas para a elaboração do anteprojeto da Biblioteca Sensorial de Batatais. Buscando extrair destes, as diversas estratégias de localização do usuário dentro do lugar, meios de aplicação de materialidade contemporânea, conceitos de arquitetura sensorial, distribuição e setorização do programa de uma biblioteca, formas de ligação entre edifício e lugar, assim como técnicas de fluidez espacial e restrição em pontos específicos, controles de perspectiva e quantidade de luz natural e artificial. Somado a valorização das áreas verdes do lote e considerações de entorno.

Com a Mediateca em Thionville - a quinta leitura - temos o conceito de amplitude, fluidez espacial, um jogo de cheios e vazios, a passagem da luz natural nos espaços, a interação orgânica do edifício com as vias que o cercam. Nota-se ainda a presença de áreas verdes e a valorização dos aspectos naturais do local. Por fim, mas não menos importante, visitamos e análisamos uma biblioteca brasileira, um exemplo bem conceituado deste equipamento que aproxima-se melhor da realidade do nosso país, a Biblioteca de São Paulo.

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Fig.42 e 43 : Pátio do Centro para Cegos e Deficientes Visuais em Iztapalapa no México.


Centro para Cegos e Deficientes Visuais O arquiteto Maurício Rocha visa estimular os sentidos com sua Arquitetura. Com o Centro para cegos e deficientes visuais (Iztapalapa, México, 2000-2001), o tato, o olfato e a audição são colocados acima da visão. Maurício projetou os espaços abertos e fechados com base na peculiar percepção das pessoas cegas ou com dificuldade de visão. A Arquitetura Sensorial acontece pelo estímulo dos sentidos, utilizando como instrumento de localização e direcionamento dos usuários diferentes tipos de materiais, texturas, cursos d’água, sons, orientação de linhas horizontais e verticais, diferença de altura dos edifícios, quantidade de luz natural, vegetação e outros.

O Centro para Cegos e Deficientes Visuais foi criado como parte de um programa do governo da Cidade do México para fornecer serviços a uma das áreas mais desfavorecidas e mais populosas da cidade; Iztapalapa é o distrito com a maior população com deficiência visual da capital mexicana. O projeto visa aprimorar a percepção espacial, ativando os cinco sentidos como experiência e fonte de informação.

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Os edifícios são prismas retangulares, baseados em estruturas de concreto e telhados planos. Cada grupo explora diferentes relações espaciais e estruturais, tornando cada espaço identificável para o usuário e variando em tamanho, intensidade de luz e peso dos materiais: concreto, tijolos de tepetato, aço e vidro. Uma parede cega circunda o complexo em seus quatro lados e atua como uma barreira acústica, bem como um muro de contenção / espaço em branco para manter a terra movida das áreas vizinhas de terreno baldio. Todas as paredes externas seguem um padrão, erguidas com o mesmo tipo de pedra, funcionando como uma barreira e um ponto de referência, um limite tátil. Em contraste com o exterior abstrato, a fachada interna da parede delimitadora cria bancos que mudam de forma, altura e orientação, criando vários pátios. O croqui abaixo exemplifica a ideia do arquiteto quanto à altura variável das coberturas dos blocos, assim como sua relação com a parede de pedras que delimita o projeto e a circulação livre do ar. Também nota-se a relação da escala humana e os traços que conseguem diferenciar os materiais empregados na proposta.

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Fig.44: As paredes delimitadoras acabam criando bancos de diferentes formas e alturas, além de pátios internos.

Fig.45: Paredes que delimitam o projeto, construídas com pedras locais, vista externa.

Fig.46: Croqui demonstrando a diferença de altura dos elementos arquitetônicos.


Fig.47: AteliĂŞs de diferentes alturas, aberturas na cobertura.

Fig.48: Luz natural intercalada por espaços de sombra durante todo o percurso.

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Através da exposição desenvolvida chamada ”Diálogo no escuro”, vivencia-se uma experiência totalmente inusitada, que desafia o público a conhecer o mundo com outros olhos. A interação acompanhada de um guia com deficiência visual, totalmente no escuro, faz explorar todos os nossos sentidos, além de nos fazer confiar em pessoas com habilidade diferenciadas. Além de sensibilizar, o “Diálogo no escuro” evidencia que não poder enxergar, não significa não poder sentir a experiência, muito pelo contrário. Com isso, refletimos que é preciso encontra uma nova forma de “ver” as realidades.

Linhas horizontais e verticais no concreto à altura da mão oferecem pistas táteis para identificar cada edifício. Os croquis do arquiteto exemplificam claramente a sua intenção quanto a orientação dessas linhas visando direcionar o usuário do espaço. Tanto nas paredes externas quanto nas internas, criando duas configurações diferentes.

As mudanças de texturas, tipos diferentes de pisos de pedra e cascalho, os permitem assimilar as diferentes fricções dos pés. Os espaços abertos variados, semicobertos e cobertos ressoam os sons e os passos. Um canal de água passa pelo centro da praça, de modo que o som da água guia os usuários ao longo do caminho. Esse canal está presente até nos ambientes internos, como ateliês, galeria e outros. Seis grupos de espécies de plantas e flores odoríferas nos jardins do perímetro atuam como sensores constantes para ajudar a orientar os usuários com base no olfato dentro das instalações do complexo.

Fig.49: Croqui da intenção de distinguir os espaços pelo material aplicado e sua posição no edifício, altura da aplicação.

Fig.50: Croqui da intenção para as paredes externas, linhas horizontais de direcionamento.

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Fig.51: pátio com percurso d’água delimitado por seixos, bancos e vegetação odorífera.

Fig.52: Interior de um dos espaços de atividades, caminho com linha guia central no piso.

Fig.53: Suas funções identificadas pelo usuário por altura e diferença de material empregado.

Fig.54: Vista do pátio principal que direciona o usuário aos espaços de atividades.

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Termas de Vals O arquiteto Peter Zumthor é um ótimo exemplo de profissional que optou pela arquitetura sensorial. Ao inserir uma matéria na paisagem, mescla artesanato com indústria, percepção sensorial com a razão, subjetividade com o conceitualismo, e a natureza com a tecnologia. Construído sobre as únicas fontes termais do Cantão de Grisões, Suíça, as Termas de Vals é um hotel e spa onde se combina uma completa experiência sensorial projetada por Peter Zumthor. A idéia foi criar uma forma de caverna ou pedreira, como estrutura.

enterrado na encosta. As Termas de Vals está construída apartir de camadas sobre camadas de quartzito de Vals, encontrados na região. Essa pedra tornou-se a inspiração guia para o projeto e foi usada com enorme dignidade e respeito. “Montanha, pedra, água -construindo na pedra, construindo com a pedra, dentro da montanha, brotando da montanha, pertencendo à montanha-, como as implicações e a sensualidade das associações entre essas palavras podem ser interpretadas, arquitetonicamente?” - Peter Zumthor.

Trabalhando com o entorno natural, as saunas situam-se abaixo de um teto verde, metade Fig.55: Exterior do projeto, fachadas.

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Fig.56: Banhista em sauna da área interna.


Fig.57: Piscina externa do termas.

Fig.58: Sauna com iluminação artificial vermelha e luminárias azuis.

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Fig.59: Piscina externa (página anterior).

Esse espaço foi totalmente projetado para que os visitantes desfrutem e redescubram os antigos benefícios da sauna para corpo e mente. As combinações de luz e sombra, espaços abertos e fechados, e elementos lineares criam uma experiência integralmente sensitiva e restauradora.

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A distribuição informal oculta dos espaços internos é um cuidadoso caminho de circulações que levam os visitantes a certos pontos prédeterminados, mas permite a exploração de outras áreas. A perspectiva é sempre controlada, garantindo ou impedindo uma vista. A fascinação pelas qualidades místicas de um


Fig.60: Vista interna, banhista seguindo percurso.

mundo de pedra na montanha, para escuridão e luz, para reflexões luminosas na água ou no ar repleto de vapor, prazer na acústica singular das águas borbulhantes num mundo de pedra, um sentimento de pedras cálidas e peles nuas, o ritual do banho - essas noções guiaram o arquiteto.

As salas de pedra foram desenhadas não para competir com o corpo, mas para polir a forma humana (jovem ou velha) e dálhe espaço… uma sala na qual se pode ser.

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Sua obra compõe seu interior com uma atmosfera especial feita de luzes artificiais e naturais, de texturas variadas de pedra e do concreto, dos sons das pessoas e das vibrações da água, das variações de temperatura e diferentes odores. Um edifício que lida com diversas percepções no espaço interno. A Arquitetura Sensorial funciona para influenciar o humor, comportamento e, finalmente, o bemestar do usuário em qualquer espaço. Fatores como: o volume e a qualidade do som que ouvimos, se nos sentimos muito aquecidos ou com frio e até mesmo como podemos navegar facilmente pelo espaço têm um efeito substancial em longo prazo em nossa saúde mental e física, bem como em quanto somos felizes. Esse conhecimento foi cuidadosamente aplicado neste projeto.

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Fig.61: Escada interna, iluminação artificial amarela, paredes e piso em pedra.

Fig.62: Vista interna, banhista com livro.

Fig.63: Banhista embaixo das cascatas douradas.

Fig.64: Passagem escura, luminária preta pendente.


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Fig.65: Pessoas tomando sol.

Fig.66: Silhueta, parede que usa pedra original do local.

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Fig.67: Grande janela, vista para o exterior.


Fig.68: Área externa com espreguiçadeiras.

Fig.69: Cascata de água quente na piscina externa.

Fig.70: Porta de madeira, conexão interno-externo.

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Biblioteca de Calgary A edificação está situada dentro de uma complexa condição urbana, onde uma Linha de Trem totalmente operacional cruza o terreno em um caminho curvo, dividindo o centro e o bairro de East Village. Em resposta, o projeto ergue a entrada principal sobre a linha de trem. Delicadamente, os terraços nas encostas guiam até o coração do edifício, permitindo que pessoas de todas as direções interajam com a biblioteca. Anfiteatros ao ar livre fornecem lugares para as pessoas se sentarem e permitem que os programas da biblioteca se espalharem até a parte exterior. Vegetações que fazem referência à paisagem nativa atraem as montanhas e pradarias de Calgary para a paisagem urbana e revestem as ruas circundantes da praça com ulmeiro e álamos.

Fig.71: Escadas internas.

A dinâmica fachada de vidro triplo é composta por um padrão modular hexagonal que expressa os objetivos da biblioteca de fornecer um espaço que convida todos os visitantes. Variações na forma hexagonal espalham-se pela superfície curva do edifício em painéis alternados de vidro e ocasionalmente alumínio. O padrão permite que todos os lados funcionem como a “frente” do edifício. Criada inteiramente de tábuas de cedro vermelho ocidental, da vizinha British Columbia, a cobertura de duas pontas está entre as maiores feitas em madeira e de forma livre do mundo. Sua forma orgânica e textura trazem o grande prédio para uma escala tátil e íntima. Visível do exterior, o átrio principal convida os transeuntes a adentrarem ao espaço. Fig.72: relação do projeto com o entorno, linha de trem e local de implantação. Fig.73: Implantação do projeto da biblioteca.

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Fig.74: Escadas internas (página anterior).

No interior, a estrutura de concreto é deixada exposta e inacabada, insinuando as possibilidades em aberto. O ritmo de vigas e pilares lembra uma colunata grega que servia como espaços de reunião e troca intelectual. A crueza da paleta de materiais destinase a dar às pessoas a sensação de que a biblioteca é um local de envolvimento, em vez de um repositório sacrossanto para livros. Organizado em um espectro de “Divertido” para “Sério”, o programa da biblioteca localiza as atividades públicas mais pavimentos inferiores, transitando gradualmente para áreas de estudo mais silenciosas nos níveis superiores.

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No nível da rua, uma série de salas multifuncionais alinham-se no perímetro do edifício, melhorando a conectividade entre o interior e o exterior. Já no térreo, a Biblioteca Infantil oferece casas de espetáculos com espaço para atividades artesanais baseado em desenhos, programas de alfabetização precoce e uma experiência de recreação para todo o corpo. Ao longo dos seis pavimentos, uma variedade de espaços oferece interações digitais, analógicas, de grupo e individuais.

Fig.75: Corte do edifício (vista sul).


Fig.76: Escadas de acesso da entrada principal, escala do edifício com o usuário.

Fig.77: Área de playground das crianças.

Fig.78: Estantes e espaço de leitura da biblioteca.

Fig.79: Espaços de interação, leitura e descanso.

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No nível mais alto da biblioteca está a Grande Sala de Leitura, concebida como uma caixa de jóias dentro da biblioteca, que fornece um espaço para estudo focado e inspiração. Os leitores entram através de um ambiente de transição com luz e acústica suaves. No interior, as ripas de madeira verticais alinham o espaço para proporcionar privacidade e visibilidade, definindo um espaço interior sem usar paredes sólidas. A luz natural ilumina o espaço através das ripas de madeira criando linhas de visão entre o átrio e a fachada ocidental. Fig.80: Sala de leitura.

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Chegando ao ponto mais ao norte da biblioteca, encontra-se a sala de estar, com vista para a linha do trem e o ponto de encontro dos dois bairros. Cheia de luz e atividades, esta proa do edifício não servirá apenas como um farol para aqueles de fora, convidando-os a entrar, mas também como uma perspectiva de olhar para trás - um ponto de vista adequado para observar o impacto de um edifício que espera reenergizar o espírito de cultura, aprendizado e comunidade em Calgary.* *

Texto adaptado do site Archdaily.com


Fig.81: ‘Proa’ do edifício.

Fig.83: Fachada mista.

Fig.82: Grande salão de leitura.

Fig.84: Fachada aberta.

Fechado x Aberto

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Fig.85,86,87 e 88: Plantas da Biblioteca de Calgary.

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Fig.89 e 90: Plantas da Biblioteca de Calgary.


Fig.91 e 92: Cortes da Biblioteca de Calgary.

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Biblioteca Northside Com um “loft de leitura” em balanço que envolve a High Street, o novo projeto Northside Branch da Biblioteca Metropolitana de Columbus abriga uma praça pública na entrada principal, concede aos visitantes uma visão elevada da cidade e alterna entre bibliotecas específicas da biblioteca funções e eventos externos, conforme necessário.

Ao invés de um único eixo contextual, a biblioteca é um reflexo de sua localidade privilegiada em Columbus e, como tal, comemora a escala, o material e a vitalidade de seu entorno.

O interior se concentra em uma “sala de estar” que abriga a coleção principal da biblioteca. Lavado com luz indireta do alto, é equipado com confortáveis áreas ​​ de leitura, recantos de estudo, um café e uma lareira.

As bibliotecas estão em transição. Uma vez que é um ponto de divulgação do conhecimento e uma introspecção silenciosa, elas estão se tornando lugares para se encontrar, socializar, estudar, sair e se conectar. Historicamente, vimos a mudança de valor cívico da biblioteca de um lugar para as coisas, agora, para um lugar para as pessoas.

Espaços adicionais - as salas de reuniões, a zona infantil, a área de leitura para adolescentes e o lounge silencioso - sobem da sala de estar e culminam no loft de leitura.

Fig.93: Vista frontal da estrutura em balanço e escultura metálica da entrada principal.

Fig.94: Vista frontal da Biblioteca Northside.

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Sua natureza única é que ela mantém os visitantes de uma instituição de serviço público, ao mesmo tempo que abraça a crescente propensão das pessoas a buscar ambientes para realizar atividades que desfazem a linha entre pesquisa, socialização, busca de conhecimento e brincadeiras. Os conceitos das novas bibliotecas implantadas pelo mundo nos últimos anos apresentam grande permeabilidade visual, diferentemente do estilo antigo de projetar as bibliotecas como um espaço estritamente fechado e com poucas aberturas.

Fig.95: Mesa de recepção na entrada do edifício.

Fig.96: Planta esquemática de implantação da Biblioteca Northside.

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Fig.97: Planta esquemática do primeiro pavimento da Biblioteca Northside.

Fig.98: Sala de navegação e estantes.

Fig.99: Estantes e cafeteria ao fundo.

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A Northside é um exemplo de como a permeabilidade visual pode ser implantada de forma harmônica, os espaços estão interligados favorecendo a interação social. Os pavimentos são interligados pelas rampas, o jogo de alturas proporcionam diferentes vistas ao longo de seu percurso. A circulação principal, as rampas, também abrigam salas de estudo, leitura, entre outros.* *

Texto adaptado do site Archdaily.com

Fig.100: Área das crianças.

Fig.101: Rampa de circulação com áreas úteis integradas.

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Fig.102: Salão silencioso de estudos.


Fig.103: Planta esquemática do segundo pavimento da Biblioteca Northside.

Fig.104: Espaço de permanência com mobiliário na cor roxa.

Fig.105: Área dos adolescentes.

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Os renders externos e internos mostram a proposta dos arquitetos, a atmosfera que eles desejavam criar, a relação entre o projeto e entorno, junção de materialidades. O destaque para a transparência dos painéis de vidro, a escala humana, a visão durante a noite. Até conceitos mais simples como o mobiliário com cores extravagantes.

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Fig.106,107,108,109,110, e 111: Renders internos e externos da Biblioteca Northside. Produção do escritório NBBJ. Fig.112: Fachada principal do edifício e sua relação com entorno (próxima página).

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Fig.113: Elevaçþes sul e leste (materiais aplicados nas fachadas).

Fig.114: Diagrama do conceito e esquema da estratĂŠgia de materiais.

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Fig.115: Detalhes da escultura metálica na entrada do edifício.

Fig.116: Fachada externa, aplicação de tijolo com pintura branca.

Fig.117: Esquema detalhado dos materiais utilizados e áreas de aplicação.

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Mediateca em Thionville A ambição deste projeto é se tornar um novo modelo para bibliotecas de mídia. O prédio se aproxima da copa das árvores, e esta é a primeira camada que atua como um filtro da rua. Nas cavidades do projeto, o limite entre o espaço interno e o espaço urbano é menos claro e permite uma aproximação, abraçando o edifício visualmente. As porções vazias e as sólidas produzem uma ambiguidade entre interior e exterior, questionando os limites do espaço público. O espaço torna-se incerto: deixa de ter limites claros e se questiona em termos práticos. Os espaços externos são fluidos, permitindo a circulação dos pedestres e uma boa relação com o projeto.

Fig.118: Relação da fachada e projeto com o entorno, espaço para o pedestre caminhar sem obstáculos.

Fig.119: Comunicação do edifício com o local, fluidez, escala do objeto com o usuário.

Fig.120: Podemos observar o interior sem entrar no edifício (próxima página).

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Uma rampa verde oferece outra rota de fuga para o exterior, levando a um bar de verão, o ponto culminante do passeio arquitetônico. O jardim prolonga o caminho interno, aproximando-se da linha do horizonte; a cidade desaparece, deixando apenas a copa das árvores dialogando com o céu. Novos usos tornam-se possíveis: as pessoas podem tirar uma soneca, fazer um piquenique, ler ao ar livre ou se reunir em grupos. O espaço curvilíneo é fluido e as múltiplas rotas oferecem pontos de vista constantemente renovados. O passeio se transforma em um processo de revelação dos vários universos.

O desdobramento do envelope externo acentua essa impressão de espaço infinito. Neste espaço “inefável”, a noção de gravidade parece desaparecer - o telhado e as paredes parecem flutuar. Essa sofisticação gera uma “acústica plástica” que dá a este novo lugar uma atmosfera que transporta e reexamina o relacionamento com o corpo e a fluidez. Não há uma leitura inequívoca do espaço; a percepção que se tem dele revela uma complexidade e uma riqueza inesperada. É um lugar de liberdade.*

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Texto adaptado do site Archdaily.com

Fig.121: Imagem aérea da mediateca.

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Fig.122 e 123: Plantas de situação e implantação.

Fig.124: Vista do terraço da mediateca.

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Fig.125: Percursos de grama.

Fig.126: Utilização da cobertura como espaço de descanso e permanência.

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Fig.127: Espaços de convívio, mesas para alimentação.

Fig.128: Espaços de silêncio.

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Biblioteca de São Paulo A Biblioteca de São Paulo, construída onde era a Casa de Detenção Carandiru, foi finalista do prêmio de melhor biblioteca do ano na London Book Fair International Excellence Awards 2018. Mesmo com um índice de leitura de quatro livros por ano, o Brasil foi o país que mais se destacou na feira londrina. “A indicação nos deu voz para discutir o direito que a população tem à bibliotecas públicas de qualidade, e a necessidade de o poder público investir em cultura e prover esse direito ao cidadão”, diz Ruprecht. Essa biblioteca brasileira já nasceu como uma promessa de transformação. A antítese é forte e a metáfora se torna óbvia. Onde antes funcionava uma prisão, agora há a liberdade: de conhecimento, das idéias, dos livros. Ela foi construída em 2010 no parque

Fig.129: Vista da fachada lateral direita da Biblioteca de São Paulo .

da Juventude, antiga área da penitenciária Carandiru, onde também funcionam duas escolas técnicas. Pois é neste lugar, que poderia carregar para sempre uma soturna memória, que está localizada a Biblioteca de São Paulo. Com 400m² projetados como se fosse uma grande livraria, a Biblioteca de São Paulo (BSP) chama a atenção pela arquitetura que coloca o público como foco, e não o acervo, diferente do que acontece nas bibliotecas tradicionais. A biblioteca colaborou para que o impacto urbano desta revitalização extrapolasse os limites do bairro, trazendo gente de toda a cidade para aproveitar esse novo parque que além de lazer possui espaços de educação e cultura com acesso livre a todos. Fig.130: Croqui da proposta volumétrica longitudinal da Biblioteca de São Paulo e escalas humanas.

Fig.131: Vista externa da Biblioteca de São Paulo, totens de sinalização e decoração (próxima página).

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A biblioteca está organizada como se fosse uma livraria, visando atrair também o público não leitor. A idéia é que esta obra seja um piloto que possa ser replicado em outras cidades do Estado. Um novo conceito de Biblioteca, implantada no Brasil, mas inspirada na Biblioteca Pública de Santiago do Chile.

A

participação da comunidade próxima à Biblioteca de São Paulo é um assunto levado a sério pela instituição. Por lá, um terço das aquisições semanais de livros vêm de sugestões dos sócios (de carteirinha!).

O prédio possui uma área ampla com iluminação zenital, garantindo uma grande flexibilidade de layout interno. A estrutura é formada por 20 pilares e 10 vigas, espaçadas a cada 10 metros.

Outra particularidade da BSP é o público: a biblioteca atrai pessoas de diferentes idades, gêneros e condições socioeconômicas, ao contrário da maioria das bibliotecas públicas cujo público é formado por pessoas em idade escolar.

O mobiliário ganhou divertidos tons coloridos e serigrafias lúdicas foram propostas nos vidros para dar mais intimidade a quem lê ou pesquisa.

Fig.132: Área de convívio com mobiliário colorido e flexibilidade de layout.

Foram implantados mobiliários especiais como mesas para deficientes visuais e mesas ergonômicas para deficientes físicos. Para atender às normas de acessibilidade os pisos instalados são táteis, corrimão com duas alturas, inscrições em Braile além de rampas de acesso e soleiras adequadas.

Fig.133: Escadas acessíveis, sinalização, corrimão e pisos táteis.

Mais do que estimular a leitura, o objetivo desse grande laboratório é fazer com que as bibliotecas se tornem polos ativos de cultura nas comunidades. Clubes de livros, projetos de contação de histórias para crianças, oficinas de tecnologias para idosos, minicursos de robótica, saraus com jovens, projetos que discutem literatura e gastronomia estão entre os “experimentos” da BSP. “Ela está focada na pluralidade, e isso tem a ver com a literatura — porque, como diz Cristóvão Tezza, literatura não está a serviço de nada a não ser da liberdade. E biblioteca pública, como um espaço de literatura e educação, tem que ser um espaço livre para que cada um busque o seu espaço rumo ao conhecimento”, diz Pierre André Ruprecht, diretor executivo da SP Leituras.

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Fig.134: Croqui de alturas e relação com o usuário.


Fig.135: Vista do exterior, fachada de concreto texturizado.

129


Santana, o bairro onde fica a biblioteca, é um local da capital paulistana que concentra muitos albergues para moradores de rua. Com a construção da BSP na região, essas pessoas frequentam a biblioteca e participam das atividades culturais — hoje, eles representam 20% do total de visitantes. A metáfora dinâmica do desenho não se restringiu à disposição das estantes: a BSP funciona como um imenso laboratório de boas iniciativas que podem ser adaptadas e reproduzidas nas 800 unidades da rede de bibliotecas públicas do estado. O programa é constituído por um pavimento térreo com recepção, acervo, auditório para 90 pessoas e módulos de leitura para crianças e adolescentes. O terraço existente neste pavimento foi coberto por uma estrutura tensionada, que lembra “tendas náuticas” e abrigará uma cafeteria, áreas de estar e espaço para performances. No pavimento superior encontram-se além do acervo, diversos espaços de leitura sendo um módulo restrito para adultos, além das áreas multimídia. Os terraços do pavimento superior voltados para as fachadas leste e oeste, de maior insolação, foram cobertos por pérgulas fabricadas com laminados de eucalipto de reflorestamento e policarbonato, garantindo um espaço agradável para performances e área de estar. As demais fachadas são compostas por placas de concreto prémoldadas com acabamento texturizado colorido.*

*

130

Texto adaptado do site Archdaily.com

Fig.136: Módulos com silhuetas coloridas, espaços de leitura e estudo.

Fig.137: Terraço, área de estar e apresentações de música.

Fig.138: Vista do exterior, fachada de concreto texturizado.


131


CAPÍTULO 4

Corpo

da

Cidade


Colagem: Composição da autora com o uso da escala humana disponibilzada por Cutoutmix.com


Localização da Área de Estudo Para a melhor localização da área de estudo selecionada, uma sequência de mapas exemplificam as escalas a serem atravessadas até que possamos analisar a localização da área e do lote o qual será implantado o objeto. Estas escalas gradativamente mostram sua localização.

Fig.139: Mapa do Brasil com destaque do Estado de São Paulo. Fig.140: Ampliação da RMRP e município de Batatais.

134

Fig.141,142 e 143: Diagramas de localização, ampliação do local de estudo e análise.


São Paulo (SP) é um estado brasileiro localizado na região Sudeste, fazendo divisa com o Rio de Janeiro, a nordeste; com Minas Gerais, a norte; com o Mato Grosso do Sul, a oeste; e com o Paraná, ao sul. Batatais é um município brasileiro, situado no interior do Estado de São Paulo. Pertencente a Região Metropolitana de Ribeirão Preto, Batatais é o centro de sua microrregião e possui uma área territorial de 851 Km². A Região Metropolitana de Ribeirão Preto é composta por um total de 34 municípios, com uma população de aproximadamente 1,6 milhões de habitantes, segundo dados do IBGE de 2015, o que representa 3,71 por cento do total do Estado.* Locado a uma altitude de 862m, sua topografia é ondulada, estando situada entre duas colinas. A cidade fica a cerca de 355 Km da capital São Paulo. O município de Batatais faz limite com: São José da Bela Vista, Restinga, Franca, Patrocínio Paulista, Altinópolis, Nuporanga, Jardinópolis, Sales de Oliveira e Brodowski. Sendo este último o mais próximo, estando a apenas 12 Km de distância. O acesso rodoviário acontece por meio das seguintes rodovias: SP – 330 – Via Anhanguera, SP – 334 – Rodovia Cândido Portinari e SP – 351 – Rodovia Altino Arantes. O clima é tropical (ameno) com inverno seco. Com máxima de 34 graus e mínima de 8 graus – média 21 graus. As precipitações pluviométricas ocorrem principalmente no intervalo dos meses de novembro até março.

* Texto adaptado do Relatório da Emplasa de 2016.

135


Análise da Área de Estudo Mapa de Macrozoneamento e Zonas Especiais (revisão Janeiro/2016)

Mapa obtido pela colaboração da estudante de arquitetura e atual arquiteta atuante Fernanda Cardoso Damante no ano de 2019 para a disciplina de Projeto de Urbanismo 8. Projeto este elaborado pelos alunos: Emily Geisa Toni, Luís Ricardo Pasucal Neto e Thamiris Bernardes da Silva.

136


O mapa apresentado estabelece as macrozonas e zonas especiais do município de Batatais. A área selecionada para a implantação do objeto está localizada na Zona de Destinação Urbana - MZ1. Pela tipologia do projeto sua classificação de Uso do Solo é denominada IT3 (Biblioteca Pública). Uma observação importante a se fazer é comentar quais são as diretrizes e códigos elaboradas e aplicadas pelo município. Sendo assim, destaco que é presente: o Plano Diretor, Leis de Parcelamento e Uso do Solo, Código de Obras e Código de Postura. Porém, é ausente o Código do Meio Ambiente. A delimitação existente porém, exige que nas áreas não canalizadas do Córrego das Araras deve-se manter reserva de 30m de Área de Preservação Permanente para cada margem. Fig.144: Mapa de macrozoneamento de Batatais, elaborado pela prefeitura municipal.

A Lei nº 3144 de 25 de Junho de 2012 (Dispõe sobre os índices e parâmetros urbanísticos, uso e ocupação do solo e instalação de infraestrutura urbana, respeitadas as normas técnicas pertinentes, nas Zonas Especiais de Interesse Social - ZEIS 1 e 2, instituídas pelo Plano Diretor do Município de Batatais e dá outras providências. Quanto aos Índices Urbanísticos temos: -Densidade de hab/ha - 200 -Taxa de Ocupação - 75% -Taxa de Permeabilidade - 15% -Coeficiente de Aproveitamento - 2 *Mz1 com outorga onerosa até 4 vezes o coeficiente de aproveitamento. -Lote Mínimo - 250m² -Testada Mínima - 10m -Calçada: 3,50m. -Gabarito máximo - não estabelecido -Vagas de Estacionamento - 1 vaga para cada 50m² de construção.

137


Este mapa demonstra com o uso de cores e tonalidades a delimitação física e territorial dos bairros existentes na cidade de Batatais. O levantamento foi elaborado de acordo com mapas e informações

obtidas pelo site Google Maps no ano de 2019 pela disciplina de Projeto de Urbanismo 8 com o objetivo de observar e analisar a sua distribuição, forma e expansão, assim como a evolução urbana.

Mapa de Bairros

Mapa adaptado do trabalho de Análise do Município de Batatais para a disciplina de Projeto de Urbanismo 8, realizado no ano de 2019, durante o oitavo semestre. Projeto este elaborado pelos alunos: Emily Geisa Toni, Luís Ricardo Pasucal Neto e Thamiris Bernardes da Silva.

138


Para a melhor compreensão da situação socioeconômica da cidade de Batatais, foi elaborada uma tabela com os valores dos imóveis em diferentes bairros, de modo a exemplificar quais são os bairros com o maior e menor custo de vida.*

Estudo Socioeconômico

Os bairros centrais tem mais infraestrutura, equipamentos, comércios, prestações de serviços, entre outros, facilitando a vida de quem ali reside, tudo está localizado em uma distância que pode até percorrer a pé. Esses fatores elevam o custo dos imóveis destes bairros. Sendo assim, com o mapa de localização de cada bairro, temos a justificativa dos valores. Em suma, os bairros centrais abrigam os moradores com uma maior renda mensal, enquanto que os bairros periféricos abrigam os moradores com menor renda

* Tabela com valores de imóveis de alguns dos bairros do município de Batatais. As informações quanto aos valores foram retiradas de sites de imobiliárias locais no ano de 2019. O bairro onde localiza-se o lote é denominado por Bairro Chácara Dr. Luís Cândido Alves Bancários, porém, conhecido popularmente como ‘Bancários’. Faz parte da Unidade de Planejamento 08 denominada Santa Cruz, estabelecida pelo Plano Diretor do município, visando desenvolver novos bairros numa área de 2,4 Km².

Fig.145: Mapa de bairros de Batatais, elaborado por alunos, consultar nota de rodapé.

Gráfico síntese do questionário aplicado aos moradores de Batatais no ano de 2019 utilizando como meio a internet. Com a finalidade de identificar as faixas de renda familiar. (31 respostas)

139


Mapa de Equipamentos Urbanos

Mapa adaptado do trabalho de Análise do Município de Batatais para a disciplina de Projeto de Urbanismo 8, realizado no ano de 2019, durante o oitavo semestre. Projeto este elaborado pelos alunos: Emily Geisa Toni, Luís Ricardo Pasucal Neto e Thamiris Bernardes da Silva.

140


O mapa elaborado identifica a quantidade de equipamentos do município de Batatais, seja de caráter público ou privado. O anteprojeto de uma Biblioteca Sensorial agrega qualidade, diversificação de conteúdo, material didático, experiências, interação social , tudo a disposição dos 61.052 habitantes segundo a análise do IBGE de 2016.

Nos aproximando ainda mais do lote, a partir de agora será usado um raio de 350m para fazer uma análise mais próxima do que acontece no entorno do local escolhido. O lote fica numa área central da cidade, de frente ao ponto de referência ‘Lago’. Próximo da Rodoviária, possui muita movimentação e fácil acesso.

Esquema de insolação e ventos dominantes

A quadra que abriga o lote possui um formato irregular

Fig.146: Mapa de equipamentos urbanos de Batatais, elaborado por alunos, consultar nota de rodapé. Fig.147: Diagrama do formato da quadra que abriga o lote, formato irregular. Fig.148: Diagrama de insolação e ventos dominantes.

141


Mapa Topogrรกfico

Mapa esquemรกtico sem escala *Raio=350m

N

Fig.149: Mapa topogrรกfico num raio de 350m ao redor do lote.

142


O mapa topográfico esclarece o quanto a topografia é influenciada pela presença do Córrego das Araras, a quadra do lote em seu ponto mais alto, na Rua Vigário Manoel Pômpeo de Arruda indica 843m, declinando depois para 838m e ascendendo para 840m na Avenida José Luiz de Oliveira, criando um fundo de vale. A distância de uma esquina a outra: 155m. Já o ganho/perda de elevação: 1.78m, -5,38m

Fig.150: Perfil de elevação do terreno (gerado pelo Google Earth Pro)

Fig.151: Córrego das Araras. Ponto de vista 01 no mapa.

143


Mapa de Vegetação

Mapa esquemático sem escala *Raio=350m

N

Fig.152: Mapa de vegetação num raio de 350m ao redor do lote.

Fig.153 e 154: Pontos de vista 02 e 03 no mapa.

144


A área apresenta maciços de vegetação nas margens do Córrego das Araras, em torno do Lago Artificial Ofélia Borges Silva Alves, na praça do Terminal Rodoviário e também no terreno de frente ao lote. Essa preservação se deve em parte a classificação de grande parte dessa região na MZ4 (Macrozona de Interesse Especial) e também na ZEICT (Zona Especial de Interesse Cultural e Turístico). Com o título de Estância Turística que o município

possui e os recursos que surgem dele, é possível concluir a importância desses espaços e do cuidado que devem receber. A grande quantidade de árvores e vegetação como um todo protege as margens do córrego, criando a APP (Área de Preservação Permanente), também proporciona uma boa arborização e conforto térmico. Essas áreas costumam possuir em horários não comerciais um considerável fluxo de pedestres praticando exercícios como caminhada e corrida.

145


Mapa de Fluxo Viรกrio

Mapa esquemรกtico sem escala *Raio=350m

N

Fig.155: Mapa de fluxo viรกrio num raio de 350m ao redor do lote.

Fig.156,157 e 158: Pontos de vista 04, 05 e 06 no mapa.

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O mapa de fluxo viário mostra a condição de fluxo rápido em grande parte do raio de análise. Já em situação de fluxo moderado estão as vias próximas ao Terminal Rodoviário de Batatais. A análise foi elaborada aplicando a condição de um horário de pico, ou seja, de movimentação mais intensa.* *

Trânsito típico de segunda-feira 07:00 horas da manhã.

147


Mapa de Uso do Solo

Mapa esquemรกtico sem escala *Raio=350m

N

Fig.159: Mapa de uso do solo num raio de 350m ao redor do lote.

Fig.160,161 e 162: Pontos de vista 07, 08 e 09 no mapa.

148


O mapa de uso do solo destaca a predominância de áreas verdes, vazios e residências. Pode-se notar uma divisão, ao norte do lote temos a predominância de lotes residenciais, enquanto que ao sul do lote vemos mais comércios e prestação de serviços. As instituições também se destacam. As áreas verdes valorizam os imóveis, dificultando a aquisição e ocupação dos vazios.

149


Mapa de Ocupação do Solo - Figura e Fundo

Mapa esquemático sem escala *Raio=350m

N

Fig.163: Mapa de ocupação do solo-figura e fundo num raio de 350m ao redor do lote.

Fig.164,165 e 166: Pontos de vista 10, 11 e 12 no mapa.

150


O mapa de ocupação do solo destaca a predominância dos vazios. Com isso podemos analisar que está área ainda está em desenvolvimento. Pode-se notar uma divisão, ao norte do lote temos uma maior ocupação, com a predominância de residências que ocupam grande parte do lote, enquanto que ao sul do lote vemos mais lotes vazios e uma menor ocupação.

151


Mapa de Ocupação do Solo - Gabarito

Mapa esquemático sem escala *Raio=350m

N

Fig.167: Mapa de ocupação do solo-gabarito num raio de 350m ao redor do lote.

Fig.168,169 e 170: Pontos de vista 13, 14 e 15 no mapa.

152


O mapa de gabarito das edificações nos permite analisar e concluir que existe a predominância de edificações térreas, residências em sua maioria. As edificações de dois pavimentos dividem-se entre residencial, institucional e comercial. Esse conjunto de análises auxiliaram na compreensão das características da área , revelando qualidades que serão utilizadas no próximo capítulo, o qual tratará do desenvolvimento do anteprojeto.

153


CAPĂ?TULO 5

P rocesso

Criativo


Colagem: Composição da autora com o uso da escala humana disponibilzada por Cutoutmix.com


156

Estudos Preliminares: Moodboard + Paleta de cores (frias) + Inspirações + Espaços externos


A partir da seleção de referências projetuais e dos dados e análises sobre a área do projeto surge a próxima etapa. Desenvolvida neste capítulo, trata do processo criativo da biblioteca, incluindo os moodboards, estudos de cor utilizando paletas, composição de texturas, plano de massas geral do lote, programa de necessidades, organograma e fluxograma.

Moodboards Os moodboards foram montados com a intenção de demonstrar visualmente as diferentes alternativas de abordagem para o anteprojeto da biblioteca sensorial. Este primeiro moodboard exemplifica por meio desta combinação de imagens o uso de cores frias e seu impacto na fachada de um projeto, assim como a combinação de cores claras com fachadas mais dinâmicas. *Moodboard: É uma expressão inglesa que traduzida significa ‘Painel do Humor’. É uma ferramenta para traduzir visualmente um estilo.

Fig. 171: Moodboard de cores frias.

157


158

Estudos Preliminares: Moodboard + Paleta de cores (quentes) + Inspirações + Espaços externos


Este segundo moodboard foca em demonstrar por meio de imagens como a opção da aplicação de cores quentes nas fachadas do projeto podem destacá-lo do entorno, assim como visualizar o modo como foram aplicadas e materiais. A Biblioteca de São Paulo, posicionada no centro usou de concreto texturizado e um tom de marrom para contrastar com o verde do lote.

Fig. 172: Moodboard de cores quentes.

159


160

Estudos Preliminares: Moodboard + Paleta de cores + Inspirações + Espaços internos


O terceiro moodboard já destaca uma paleta de cores mais fortes e destacantes para os ambientes internos, como amarelo, verde, azul , roxo e também o conceito de algumas áreas serem monocromáticas. Outra questão que aparece nas imagens são objetos e intervenções projetadas para conversar e interagir com o corpo do visitante, como por exemplo, fitas, redes, puffs e outros.

Fig. 173: Moodboard para espaços internos.

161


162

Estudos Preliminares: Moodboard + Paleta de cores + Inspirações + Espaços internos + Sinalização +


+ Intervenções

O quarto moodboard reune algumas possíveis intervenções internas como desenhos específicos no piso ou paredes, adesivos, escritas, aplicação de tecidos, variação de material em uma superfície contínua, luz artificial e natural, entre outros.

Fig. 174: Moodboard de intervenções internas.

163


164

Estudos Preliminares: Moodboard + Paleta de cores + Inspirações + Espaços internos + objetos e mob


biliário

Por último vemos neste moodboard uma junção de mobiliários e objetos que de certa forma fogem do convencional, sendo mais chamativos, coloridos com formas variadas, remetendo à outros objetos, incentivando a imaginação do usuário do espaço. Balões tornamse mesa e chapéus viram luminárias.

Fig. 175: Moodboard de objetos e mobiliário.

165


Divisão do lote O lote foi subdividido em três grandes áreas, cada uma com sua abordagem específica. A denominada ÁREA 1 - recebeu a classificação de área fechada, esse espaço receberá os volumes, o edifício em si. A ÁREA 2 - um maciço de árvores que recebeu a classificação de área semi-aberta. A ideia inicial é criar um espaço de leitura ao ar livre, com bancos e gazebo, assim como a possibilidade de meditação e contato com a natureza. Por fim, temos a ÁREA 3 - classificada como área aberta, o objetivo é utilizar esse espaço da APP da maneira menos agressiva possível, criando trilhas de caminhada ao longo das curvas do córrego, respeitando as margens e a vegetação nativa, sem deixar de integrar a natureza ao projeto.

Fig.176: Gazebo de madeira (intenção para a área 2).

Fig.177: Trilha para caminhada. Intenção para a Área 3.

Fig.178: Diagrama em perspectiva com as três áreas do lote.

Fig.179: Diagrama em planta com as três áreas do lote.

166


167


Programa de Necessidades Considerando todas as exigências, objetivos, funções e buscando elaborar um ambiente capaz de atender públicos de diversas idades, condições físicas, econômicas e sociais. Com o adendo da aplicação de conceitos utilizados na arquitetura sensorial e as referências projetuais foi desenvolvido o seguinte programa de necessidades, com estimativas de área para cada ambiente. Seguindo uma linha tradicional ou moderna, a biblioteca é um equipamento projetado com a pretensão de cativar e sensibilizar seu usuário, e tornar-se espaço para leitura, pesquisa e cultura. Busca entre outros objetivos romper com a velha imagem de templos de silêncio e rabugice. Para que o projeto seja considerado um sucesso é preciso que ele seja capaz de chamar a atenção daqueles que não tem a necessidade de frequentar a biblioteca, mas o fazem buscando uma leitura agradável. Deve haver um prazer natural em frequentar e preencher seu tempo livre nos ambientes da biblioteca, um sentimento confortante de habitat natural. Para receber os usuários é preciso que a biblioteca ofereça um acervo rico, bons serviços e a disposição de um espaço físico adequado, com condições confortáveis para leitura, pesquisa e outras atividades. O equipamento deve atender a necessidade dos usuários - população, leitores em geral. Não se pode esquecer do usuário interno: funcionários, auxiliares, técnicos e bibliotecários, pessoas que convivem dentro do espaço da biblioteca por pelo menos oito horas diárias, transitando por meio de estantes, atendendo usuários por meio de telefone ou e-mail, entre outras funções.

168

Fig.180 e 181: Tabela com o programa de necessidades (estimativa de áreas) e sinalização.


Programa de Necessidades - sinalização

169


Organograma

170


Fig.182: Organograma para o projeto da Biblioteca Sensorial.

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Fluxograma

172


Fig.183: Fluxograma para o projeto da Biblioteca Sensorial.

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CAPÍTULO 6

Relacoes do

Objeto


Colagem: Composição da autora com o uso da escala humana disponibilzada por Cutoutmix.com


Estudo de Distribuição das Atividades

176

Fig.184: Diagrama de Estudo de distribuição para o projeto da Biblioteca Sensorial.


Estudo de Plano de Massas-área 1

Os espaços comuns, em roxo, são predominantes e foram agrupados para setorizar as atividades e facilitar a localização. As estruturas de apoio são divididas entre as áreas administrativas e comuns, o administrativo foi agrupado em uma área para separar das outras tarefas.

Fig.185: Diagrama de Estudo de plano de massas-área 1 para o projeto da Biblioteca Sensorial.

177


Estudo de Plano de Massas-รกrea 1

178


O administrativo deve ser de fácil acesso, ficando próximo da entrada do edifício, as estruturas de apoio por outro lado podem ser espalhadas ao

longo do projeto, a ligação entre elas, a conexão que integra as atividades são as áreas comuns, de convívio e recantos, salas específicas entre outros.

Fig.186: Diagrama de Estudo de plano de massas-área 1 para o projeto da Biblioteca Sensorial. Fig.187: Diagrama de Estudo de plano de massas-área 1 para o projeto da Biblioteca Sensorial.(sobreposição da massa ao formato da área 1)

179


Estudo de Volumetria A intenção que objetivou a elaboração destes diagramas parte do princípio de adequar o programa de necessidades que o objeto demanda, adequando-o a escala determinada. Assim como, criar uma geometria que transmita simplicidade, e minimalismo, baseada em formas limpas, partindo da ideia de cubo. Uma volumetria que permita aproveitar as vistas do entorno do lote trabalhando com pés direitos altos e fachadas dinâmicas.

1 - Possibilidade de volume único e térreo Mais área livre no térreo, possibilidade de praça

180

2 - Adição de volume Acomodar o programa, maior diversidade de atividades

3 - Junção de volumes (integrar o programa) Permeabilidade visual, conexão, fluidez Fig.188, 189,190,191 e 192: Diagrama de Estudo de volumetria para o projeto da Biblioteca Sensorial.


181


4 - Adição de volume

182

5 - Elevação do volume com pilotis

Tirar partido da topografia, facilitar setorização

Menor impacto no solo, ocupação do térreo


Estudo de condicionantes naturais

Estudo de insolação

Fig.193: Diagrama de Estudo de insolação para o projeto da Biblioteca Sensorial.

Fig. 194: Gráfico da variação de quantidade de horas de luz por dia no município de Batatais, em cada mês do ano. Levantamento feito em 2020.Fonte: NOAA.

183


Segundo Mambrini (1997), o projeto deve oferecer uma boa solução a nível de iluminação, ventilação, acústica, insolação, temperatura e umidade, tanto para conservação do acervo quanto para sua consulta. São necessárias análises e reflexões sobre as condições climáticas do local onde vai ser instalada a biblioteca. Em regiões tropicais como o Brasil é muito difícil manter a estabilidade da temperatura e da umidade de forma natural, o controle mecânico torna-se a solução ideal. A recomendação para bibliotecas é temperatura estável em torno de 21°C.

Para ser confortável, um ambiente precisa de renovação de ar constante, tanto para higiene, quanto para a dissipação de calor e a desconcentração de vapores, fumaça e poeiras (MAMBRINI,1997). Assim, são recomendadas aberturas móveis e reguláveis, colocadas em paredes opostas, posicionadas na parte superior e inferior, permitindo a chamada ventilação cruzadas. Na busca por aproveitar os ventos dominantes e criar uma boa ventilação interna e conforto térmico, será utilizado o conceito de fachadas ventiladas. Basicamente é um revestimento externo composto por painéis ou placas modulares, fixado à fachada. O afastamento entre as duas estruturas cria uma cavidade de ar, com largura média de 10 a 15 centímetros, por onde ocorre a ventilação contínua no sentido vertical. A recomendação para bibliotecas é de uma umidade relativa de ar estável entre um mínimo de 30% e um máximo de 50%. Podemos notar uma maior umidade nos meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro e um tempo mais seco nos meses de Junho, Julho e Agosto.

Fig.195: Diagrama da escala dos níveis de umidade de acordo com a OMS.

184

Fig. 197: Gráfico da variação de temperaturas máximas e mínimas no município de Batatais, em cada mês do ano. Levantamento feito em 2020.Fonte: NOAA.


Estudo de ventilação

Fig.196: Diagrama de Estudo de ventilação para o projeto da Biblioteca Sensorial.

185


Fig. 198: Desenho esquemático do funcionamento de um sistema de fechada ventilada em edifício.

Graças ao sistema de juntas abertas das placas do revestimento, o ar frio entra pela abertura inferior e o ar quente sai pela abertura superior, criando o efeito chaminé. A temperatura, umidade do ar e quantidade de horas de luz solar por dia variam conforme a estação do ano, deve-se pensar em adaptações e ferramentas para manter estabilidade e conforto térmico em todas. A variação de temperatura no município será abordada a seguir.

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Fig. 200: Gráfico da variação da quantidade de chuva no município de Batatais, em cada mês do ano. Levantamento feito em 2020.Fonte: NOAA.


Estudo de curso d’água

Fig.199: Diagrama de Estudo de curso d’ água para o projeto da Biblioteca Sensorial.

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Uma das intenções para o anteprojeto da Biblioteca Sensorial é a economia do consumo de água para este equipamento urbano, sendo assim, será implementado um sistema de captação de água pluvial, após filtrada será reutilizada nos banheiros, manutenção do jardim, entre outros.

Fig. 201: Desenho esquemático do funcionamento de um sistema de captação de água pluvial em uma residência.

188

Resumidamente, no caso da captação por armazenamento em cisternas, o sistema se dá através da captação de água pluvial no telhado pelas calhas, que encaminham a água para uma tubulação ligada a um filtro onde o material vegetal é retido (folhas, galhos etc). Deste filtro, a água vai para a cisterna. Lá há um processo de decantação da matéria orgânica, e a água de lá é bombeada e levada para a destinação desejada.


Acessos e relação com entorno (fluxo viário) A localização geográfica da biblioteca pode ser considerada um fator que define a frequência de uso da mesma, independente da relevância e qualidade do acervo, dos bons profissionais ou serviços prestados. Por isso a biblioteca deve ser visível, tornando-se ponto de referência da cidade onde está instalada. A facilidade de acesso define o movimento que a biblioteca tem, portanto o acesso fácil e bem sinalizado são diretrizes essenciais a serem adotadas.

O Lago Artificial Ophélia Borges Silva Alves já é um ponto de referência conhecido na cidade de Batatais, utilizado para caminhadas no fim de tarde e também aos fins de semana. O acesso principal tanto de veículos como de pedestres e ciclistas será pela rua Antônio José Buranelli.

Fig.202: Diagrama de acessos e relação com o entorno imediato (fluxo viário).

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Áreas verdes e arborização

Fig.203: Diagrama de áreas verdes e arborização.

Estudo de altura do entorno imediato

190

Fig.204: Diagrama de estudo de altura.


Visadas (Vistas prioritárias) Considerando as condicionantes, o entorno imediato e suas características, assim como o volume das edificações, foram destacadas através deste esquema as vistas que agregam ao anteprojeto. O primeiro foco, destacado em azul esverdeado visa o direcionamento para o lago artificial, principalmente da varanda de ambos os edifícios. O segundo foco visa promover a vista para o córrego e para as vegetações que o acompanham, destacado em azul escuro. Em terceiro, busca-se uma vista mais ampla, partindo do espaço de permanência da área 2, destacado em verde.

Outros fatores que determinaram a localização do projeto é o movimento da Avenida José Luís de Oliveira e a proximidade com a Rodoviária Municipal de Batatais, o que permitiria a utilização por pessoas de outras cidades e o fácil deslocamento, podendo ser feito a pé, estando a apenas um quarteirão de distância do projeto. Os edifícios do entorno imediato são térreos enquanto que o volume gerado pelos estudos resultaram num edifício de dois pavimentos, contudo, o desnível da topografia permite a exploração de diferentes alturas e ângulos de visão.

Fig.205: Diagrama de estudo de vistas prioritárias.

191


CAPĂ?TULO 7

Anteprojeto

Arquitetonico


Colagem: Composição da autora com o uso da escala humana disponibilzada por Cutoutmix.com


Implantação do Projeto O projeto está implantado entre as Ruas Vig. Manoel Pompêo de Arruda, Antônio José Buranelli e Avenida José Luís de Oliveira. O acesso principal de veículos, pedestres e ciclistas é pela Rua Antônio José Buranelli. O objeto foi afastado das vias de forma a minimizar o ruído dos veículos, apesar do fluxo ser considerado de baixo a médio. A intenção é criar um equipamento público que se integre com as condicionantes naturais de forma que o impacto seja o mínimo para a natureza. A integração entre os espaços e seus elementos permite o despertar de sensações e dos sentidos. O programa de necessidades se diferencia pela presença de espaços sensoriais e monocromáticos e a preocupação em estimular todos os sentidos e não somente a visão.

194


Fig.206: Planta de implantação para o projeto da Biblioteca Sensorial.

195


Planta do Térreo Com o alçar do edifício por meio de pilotis, o pavimento térreo ficou livre para o passeio, essa decisão cria assim uma grande praça com bancos, espaços de permanência e esculturas. Os gazebos garantem a liberdade da leitura confortável ao ar livre. O impacto da construção aos elementos naturais procura ser o mínimo possível. O acesso ao primeiro pavimento acontece de duas formas, por meio de escadas e elevador. No térreo estão locados também o estacionamento e o bicicletário.

6

6

8

8 6

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3 1

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196

Pavimento Térreo 1:300


Fig.207: Planta do Pavimento TĂŠrreo para o projeto da Biblioteca Sensorial.

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10

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4

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14

197


Planta do Primeiro Pavimento O primeiro pavimento pode ser acessado por escadas ou elevador. Esse pavimento abriga todo o setor administrativo da biblioteca. A intenção é estabelecer duas faixas que abriguem o programa de necessidades, uma mais compartimentada para atividades que precisam de certa privacidade ou restrições.

A segunda faixa é totalmente aberta, o mobiliário constrói o espaço promovendo a permeabilidade visual e fluidez espacial de todo o pavimento. O uso de vidro nas fachadas e as aberturas na laje promovem a entrada de luz natural facilitando a leitura.

9 11 10

7

6

4 8

198

5


Fig.208: Planta do Pavimento Pavimento para o projeto da Biblioteca Sensorial.

16

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14

13

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5 2

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Planta do Pavimento Superior

2.

Seguindo a mesma diretriz do primeiro pavimento, neste pavimento temos as faixas o programa, aberta e fechada, contudo, apenas duas salas são fechadas, o laboratório de informática e o recanto do escritor. A cafeteria e a área de convívio visam prover um espaço de confraternização, estando totalmente aberto na planta, a posição das mesas permitem a visualização do pavimento inferior. O recanto dos adolescentes foi posicionado próximo a fachada com conexão para o exterior. As grandes aberturas e a clarabóia da cobertura garantem uma iluminação natural eficaz e suficiente.

A1 2 5

B2 3

B1

1

A1

Segundo Pavimento 1:300

200

18

B1

4

Desce


Fig.209: Planta do Pavimento Superior para o projeto da Biblioteca Sensorial.

A2 11

13

10

10

11

12

3

4

B2

7

B1

B1

1

9

Sobe

8

A2

201


Planta de Cobertura Como nós moramos no hemisfério sul, a direção ideal dos painéis solares é o Norte.

Na cobertura há um acesso para manutenção das placas, claraboia, calhas, assim como a casa de máquinas dos elevadores, este acesso por meio de escada localiza-se atrás dos elevadores do segundo pavimento ou pavimento superior e o acesso é restrito sinalizado pela cor laranja e pela tipologia da folha da porta.

A1

As placas solares, principalmente em um equipamento desse porte, é uma boa alternativa para a economia de energia elétrica. A claraboia de certa forma também contribui com a economia de energia, como um ferramenta que aproveita a iluminação natural. As calhas direcionam a água da chuva para ser reutilizada no projeto.

Painéis solares

B2

B1

B1

Película Encapsulante - EVa Vidro Especial de Alta Transmissão Moldura de Alumínio Anodizado

A1

Células Fotovoltaicas Película Encapsulante - EVa Backsheet (funco protetor) Caixa de Junção

202


Fig.210: Planta de Cobertura para o projeto da Biblioteca Sensorial.

Acesso de manutenção

A2 Casa de máquinas dos elevadores

955.669

955.669

E E

B2

i=3%

B1

B1

Claraboia Calhas

A2

203


Muro

Cortes

Fig.211,212,213 e 214: Cortes do projeto da Biblioteca Sensorial.

Os cortes exemplificam o caráter de praça presente no térreo, a relação de alturas entre pessoa e edifício. Um platô foi desenhado na projeção do edifício para criar um espaço em nível. Observase como funciona a divisão e relação entre os programas do primeiro pavimento e do pavimento superior. O elevador aparece conectando todos os pavimentos, junto com as escadas.

Corte A1 (transversal) esc 1:300 A1

1:300

+11,25 Cobertura

Muro

+6,90 Pavimento Superior

204

+3,75 Primeiro Pavimento -0,20 Platô -1,14 Térreo

Corte A2 (transversal) esc 1:300 A2

Corte Transversal 1 1:300


Fig.215: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

205


Cortes

Corte B1 (longitudinal) esc 1:300

Corte Longitudinal 1 (1) 1:300

206

Corte B2 (longitudinal) esc 1:300


20 Pilares de concreto com diâmetro de 0,30m

15 Vigas de altura 0,95m e largura 0,35m

Claraboia 6,73x19,36m

Grelha estrutural de vigas e pilares esc 1:300 207


Portas As portas do edifício possuem tipologias de folhas diferentes, o que permite distinguir áreas restritas de áreas livres para circulação, além de indicar o tipo de atividade que acontece ao atravessar a mesma. As portas da área administrativa, mais especificamente secretaria, sala de reuniões e copa são identificadas por dois retângulos. O almoxarifado é uma estrutura de apoio, portanto, de acesso exclusivo, mostra-se com um retângulo apenas. Administrativo - restrição 1 Almoxarifado - restrição 2 Espaços comuns - atividades Espaços comuns - área de silêncio Sanitários masculino/feminino

208

Os sanitários podem ser distintos pela presença do losango em sua folha. As salas de atividades são livres de restrições e portanto, as portas são mais abertas, com uma elipse que ocupa grande parte da folha da porta e permite ver as atividades e também a interação entre as pessoas. Por fim, temos o recanto do escritor, que abriga as coleções especiais e visa este espaço de silêncio e concentração para estudos, um conjunto de três círculos identificam esta sala. Quanto a materialidade temos: folhas, batentes e caixilhos em aço inoxidável e folha de vidro cristal. Fig.216,217,218,219 e 220: Modelo das portas da Biblioteca Sensorial.

Fig.221: Diagrama volumétrico de setorização da Biblioteca Sensorial.


RECANTO DO ESCRITOR

CIRCULAÇÃO VERTICAL

SANITÁRIOS

INFORMÁTICA

2 PAVIMENTO

MANUTENÇÃO

1 PAVIMENTO

TÉRREO ADMINISTRAÇÃO RECANTO INFANTIL

FAIXA LIVRE: MOBILIÁRIO CONSTRÓI O ESPAÇO

209


Piso O piso do primeiro e segundo pavimentos são em madeira com círculos pintados e texturizados que funcionam como ferramenta de localização e direcionamento, criando percursos e conectando espaços. Os círculos menores com diâmetro de um metro formam caminhos, enquanto que os círculos maiores, de diâmetro de três metros indicam espaços de permanência.

Piso de madeira de Itaúba

Espaços de permanência D=3M

Percurso D=1M

Fig.222 e 223: Madeira e percursos com os círculos nos pisos.

210


Pintura - vermelho (carpete de polipropileno)

Pintura - bordeaux (carpete de poliéster)

Pintura - azul cobalto (carpete de polipropileno)

Pintura - azul claro (carpete de poliéster)

Pintura - amarelo (carpete de nylon)

Carpete de nylon: as fibras de nylon são resistentes ao desgaste e ao mofo. Possui boa vida útil e resistência ao peso dos móveis. O nylon pode ser tingido em uma grande variedade cores, resultando em mais opções de escolha de estilo. O carpete de nylon é um dos mais indicados para ambientes de intensa circulação de pessoas.

Pintura - verde (carpete de nylon)

Pintura - laranja (carpete de nylon)

Carpete de polipropileno: o uso desse tipo de carpete como forração para interiores é cada vez mais comum. Resistência a manchas e facilidade de manutenção estão entre as principais vantagens do produto. O seu uso é indicado para áreas de tráfego intenso e cômodos suscetíveis a danos por manchas. Carpete de poliéster: o toque macio aliado a uma boa resiliência são os pontos fortes dos carpetes de poliéster. O material também possui propriedades antialérgicas, já que inibe a formação de mofo. *

* Texto adaptado de https://www.westwing.com.br/guiar/carpete/

211


CAPĂ?TULO 8

Realidade

Virtual


Colagem: Composição da autora com o uso da escala humana disponibilzada por Cutoutmix.com


214


Fig.224: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

215


216


Fig.225: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

217


Fig.226 e 227: Perspectivas do projeto da Biblioteca Sensorial.

218


219


220


Fig.228 e 229: Perspectivas do projeto da Biblioteca Sensorial.

221


222


Fig.230: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

223


224


Fig.231: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

225


226


Fig.232: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

227


228


Fig.233,234 e 235: Perspectivas do projeto da Biblioteca Sensorial.

229


Recepção Fig.236: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

230


231


232


Fig.237: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

233


234


Ă rea de Leitura e Acervo Fig.238: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

235


236


Fig.239: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

237


Recanto das Crianรงas Fig.240: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

238


239


Fig.241: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

240


241


Corredor com arcos Fig.242: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

242


243


Fig.243: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

244


245


246


Secretaria Fig.244: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

247


248


Copa Fig.245: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

249


Escadaria central Fig.246: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

250


251


252


Fig.247: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

253


254


Fig.248: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

255


256


Acesso ao pavimento superior Fig.249: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

257


Ă rea de leitura Fig.250: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

258


259


Fig.251: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

260


261


262


Recanto dos adolescentes Fig.252: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

263


Fig.253: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

264


265


266


Fig.254: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

267


268


Área de convívio/cafeteria Fig.255: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

269


270


Fig.256: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

271


272


Laboratรณrio de informรกtica Fig.257: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

273


274


Recanto do Escritor/Coleções Especiais Fig.258: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

275


Fig.259: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

276


277


278


Fig.260: Perspectiva do projeto da Biblioteca Sensorial.

279


CAPĂ?TULO 9

Bibliografia

e figuras


Colagem: Composição da autora com o uso da escala humana disponibilzada por Cutoutmix.com


Referências Bibliográficas Para a realização dos objetivos existentes neste plano de trabalho, foram selecionadas as seguintes bibliografias, as quais serão utilizadas durante o processo de pesquisa e desenvolvimento da introdução ao trabalho final de graduação, servindo como suporte para esta etapa e etapas posteriores. Livros: HELLER, Eva. A psicologia das cores: como as cores afetam a emoção e a razão [tradução Maria Lúcia Lopes da Silva]. -- 1. ed. -- São Paulo: Gustavo Gili, 2013. SILVEIRA, Luciana Martha. Introdução à teoria da cor – 2. ed. – Curitiba: Ed. UTFPR, 2015. 169 p. CHING, Francis D. K., Dicionário Visual de Arquitetura; tradução de Julio Fischer. – 2ª ed. – São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. PALLASMAA, Juhani. Os olhos da pele: a arquitetura e os sentidos; tradução técnica: Alexandre Salvaterra. – Porto Alegre: Bookman, 2011. 76 p. OKAMOTO, Jun. Percepção Ambiental e Comportamento. – São Paulo: Editora Mackenzie, 2002. FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: Edgard Blücher, 2006. ARHEIM, R. Arte & Percepção Visual: Uma Psicologia da Visão Criadora: Pioneira Thomson Learnig, 2005. BATTLES, Mathew. A conturbada história das bibliotecas. São Paulo: Planeta, 2003. MARTINS, Wilson. A palavra escrita: história do livro, da imprensa e da biblioteca. 3. ed. São Paulo: Ática, 2002.

282

Dissertações: COSTA, Leandra. L. L. A luz como modeladora do espaço na Arquitetura. Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Arquitetura (ciclo de estudos integrado). Covilhã, 2013. Disponível e m : < https://ubiblior um.ubi.Pt/bitstream/10400.6/2154/1/Tese%20Leandra%20 Costa.pdf >. Acesso em: 26 de março , 2020. GAMBOIAS, Hugo F.D. Arquitectura com sentido(s) Os sentidos como modo de viver a arquitectura. Dissertação de Mestrado Integrado em Arquitetura. Disponível em:< https://estudogeral.sib.uc.pt/handle/10316/24409>. Acesso em: 26 de março , 2020. Artigos em sites: G1. GLOBO. (2019) por David Lago. Retratos da leitura no Brasil. Disponível em: <https://g1.globo.com/politica/blog/matheus-leitao/post/2019/01/06/retratos-daleitura-no-brasil.ghtml> acesso em: 09/03/2019. SUPER INTERESSANTE (2018) por Pâmela Carbonari. Uma das bibliotecas mais legais do m u n d o é brasileira. Disponível e m : <https://super.abril.com.br/blog/literal/ uma-das-bibliotecas-mais-legais-do-mundo-e- brasileira/> acesso em: 09/03/2019. DIAGRAMANDO (26 de junho). Saiba quais são os países que mais leem livros no mundo. Disponível em: <https://diagramando.com.br/blog/


editorial/saiba-quais-sao- os-paises-que-mais-leem-livros-no-mundo/> acesso em: 09/03/2019. PRINTSTORE (19 de novembro). Hábito e consumo de livros no Brasil: afinal, o brasileiro está lendo mais?. Disponível em: <https://printstore.com. br/habito-e- consumo-de-livros-no-brasil-o-brasileiro-esta-lendo-mais/> acesso em: 09/03/2019.

CONCEITOS. Sem autor. Biblioteca Conceito, o que é, Significado. Disponível em: <https://conceitos.com/biblioteca/> acesso em: 09/03/2019.

ARQUITETURAS CONTEMPORÂNEAS. (18/05/2016) Artigo por Fabiana Curi e Fernanda G i a n s a n t e . Sociedade Ilustrada. Disponível em: SLINESTORSANTOS (19 de no<https://arquiteturascontempovembro) por Antônio Carlos Pinho e raneas.wordpress. c o m / t a g / s e n s o Ana Lúcia Machado. H i s t ó r i a rial/> acesso em: 16/03/2019. e Origem. Disponível e m : < h t t p : / / w w w. s l i n e s t o r s a n t o s . s e e d . p r. BLOG ELENARA LEITÃO. (18/07/2011) g o v. b r / r e d e e s c o l a / e s c o l a s / 1 1 / 2 5 9 0 / 1 7 / Artigo por Elenara Stein Leitão. arquivos/ File/Biblioteca/bibliotecaoArquitetura - uma e x p e r i ê n rigem.htm > acesso em: 09/03/2019. cia sensorial. Disponível e m : < h t t p s : / / w w w. e l e n a r a l e i t a o . c o m . COLÉGIO MOZ (maio de 2018) por Benevino br/2011/07/arquitetura-uma-experienMuhacha. A biblioteca: Conceito, Objetivos, cia- sensorial.html> acesso em: 16/03/2019. Histórica, Tipos, Evolução, Administração e o Futuro das Bibliotecas. Disponível em: <https:// colegiomoz.blogspot.com/2018/05/a-bibliotecaARCHTRENDS PORTOBELLO. (13/09/2019) -conceito- objetivos.html> acesso em: 09/03/2019. Artigo por Fabiana Curi e Fernanda Giansante. Como aplicar a Arquitetura Sensorial em EDUCAÇÃO UOL (30/04/2014) por Érica Turci. projetos residenciais?. Disponível em: A Biblioteca de Nínive e Gilgamesh. Disponível < https://archtrends.com/blog/comoem: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/ -aplicar-arquitetura-sensorial-em-projehistoria/mesopotamia--- cultura-a-biblioteca-detos- residenciais/> acesso em: 16/03/2019. -ninive-e-gilgamesh.htm> acesso em: 09/03/2019. INFO ESCOLA (maio de 2018) por Ana Lucia Santana. Biblioteca de Alexandria. Disponível em: <https://www.infoescola.com/historia/biblioteca-de-alexandria/> acesso em: 09/03/2019. MEU ARTIGO BRASIL ESCOLA. Artigo por Elizete Antunes Gemin. O nome da rosa – breve análise. Disponível em: <https://meuartigo. brasilescola.uol.com.br/historia/onome-rosa-breve-analise.htm> acesso em: 09/03/2019.

283


Lista de Figuras Figura 1 - Livros representando sentidos. Fonte: https://www.pinterest.es/ pin/505880970616745571/. Arte por: Jonathan Wolstenholm (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020. Figura 2 - Instalação impacto de um livro. Fonte: https://mundohype.com.br/ nova-taxacao-em-livros-como-isso-afeta-voce/. Foto por: Raoni De Lucia (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 3 -Livro El Castillo do autor Franz Kafka. Fonte: https://razoesparaacreditar. com/instalacao-poder-livro-muro-de-tijolos/. Foto por: Jorge Méndez Blake (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 4 -Representação das primeiras etapas do projeto. - Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/ marca-marcador-m%C3%A3o-escrever-516279/ (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 5 - Representação da privação visual. Fonte: https://www.contioutra.com/e-impossivel-evoluir-com-os-olhos-vendados/ (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 6 - Corredor do Centro para Cegos e Deficientes Visuais. Fonte: https://www. archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 7 -Vista interna dos cristais do Instituto do Mundo Árabe. Fonte: https://www.plataformaarquitectura.cl/cl/02-265617/clasicos-de-arquitectura-instituto-del-mundo-arabe-jean-nouvel. Foto por: Ricardo Vidal (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020.

284

Figura res.

8 Fonte:

-Paleta elaborada

de pela

coautora.

Figura 9 - Instalação ‘Inodore’, parte de exposição italiana. Fonte: https://divisare.com/ projects/149209-diverserighestudio-davide-menis-in-odore. Foto por: Davide Menis (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 10 -‘Flower Bath’ ou ‘Banho de Flores’, parte do projeto Termas de Vals. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=DpkpiK4o-cw&ab_channel=NiCo (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figuras 11 e 12 - Sacrário da Capela de Santo Inácio - paredes revestidas com mel. Fonte: https://lindabeaumont.com/portfolio/faith/ (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020 Figura 13 - Escada piano da estação de metrô em Odenplan, Stockholm. Fonte: h t t p s : / / w w w. f l i c k r . c o m / p h o t o s / k j _ / with/3668906877/. Foto por: KJ Vogelius (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 14 - Fort Worth Water Gardens no Texas, Estados Unidos. Fonte: https:// l a z y t r ip s . c om / t r ip / u lt i mate - te x as - ro a d-trip. Foto por: Megan McHatten (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 15 -Bar de gelo ‘Icebarcelona’ em Barcelona. Fonte: https://travelaway.me/ice-bars-europe/. Foto por: Meeroona (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 16 – Sede da Natura em São Paulo – SP. Fonte: https://www.archdaily. com.br/br/879981/nasp-sede-natura-sao-paulo-dal-pian-arquitetos-associados


(modificado pela autora). Acesso em: 30/09/2020. Figura 17 - Escada do Museu Judaico, projeto de Daniel Libeskind. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/799056/classicos-da-arquitetura-museu-judaico-de-berlim-daniel-libenskind. Foto por: Anabella Fernandez Coria (modificado pela autora). Acesso em: 25/08/2020. Figura 18 - Representação da relação livros e Brasil. Fonte: elaborado pela autora. Figura 19 - Tablete de argila contendo escrita Cuneiforme (modelo de escrita mesopotâmica). Fonte: http://fazerhistoria.com.br/o-primeiro-dia-da-historia/. Disponibilizado por: Eduard Henry (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020. Figura 20 - Livro da Biblioteca de Zutphen, século XVI, Holanda. Uma das três bibliotecas com livros acorrentados que ainda existem na Europa. Fonte: https://frontispicio.wordpress. com/2016/03/20/as-bibliotecas-da-idade-media/. Disponibilizado por: Thalles Siciliano (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020. Figura 21 - Excerto de um dos pergaminhos do Livro de Isaías encontrado em Qumran, Mar Morto. Fonte: https://www.publico.pt/2012/12/18/culturaipsilon/noticia/os-manuscritos-do-mar-morto-a-distancia-de-um-clique-1577879 (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020. Figura 22 - Papiro escrito em grego. Fonte: https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/ Historia/noticia/2018/07/apos-18-mil-anos-cientistas-solucionam-misterio-de-papiro-grego.html (modificado pela autora). Divulgação/ Universidade de Basel. Acesso em: 20/04/2020.

Figura 23 - Páginas do Codex Leicester ou Codex Hammer, uma compilação de textos e desenhos de Leonardo da Vinci coletados entre 1508 e 1510. - Fonte: https://www.bernerzeitung. ch/kultur/kunst/leonardo-heute-wie-da-vinci-unseren-alltag-praegt/story/15395043 (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020. Figura 24 - Palácio do rei Assurbanipal II, à beira do rio Tigres, onde se teve a primeira biblioteca já registrada no mundo, a Biblioteca de Nínive. - Fonte: https://www.facebook. com/ photo/?fbid=281120438686403&set=a.262058680592579 página do Projeto Ágora (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020. Figura 25 - Esboço da provável Biblioteca de Alexandria. Fonte: https://bibliotecaemfoco. wordpress.com/2014/06/24/alexandria/ (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020 Figura 26 - Gravura representando o grave incêndio que destruiu a biblioteca e parte da cidade de Alexandria. Fonte: https://www.todamateria.com.br/biblioteca-de-alexandria/. Disponibilizado por: Juliana Bezerra (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020 Figura 27 - Ruínas da Biblioteca de Alexandria. Fonte: https://bibliotecaemfoco. wordpress.com/2014/06/24/alexandria/ (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020 Figura 28 - Desenho de igreja. Fonte: https:// www.pinterest.es/pin/491666484294992961/ (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020 Figura 29 - Livros da Catedral Hereford, acorrentados nas prateleiras para evitar o roubo dos exemplares. Fonte: https://escrevereler.com.br/livros-protegidos-maldicao/

285


(modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020 Figura 30 - Fachada da Chicago Public Library. Fonte: https://www.som.com/projects/chicago_public_library__west_loop_ branch. Foto por: Tom Harris (modificado pela autora). Acesso em: 20/04/2020 Figura 31 - Mediateca em Bourg-la-Reine. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/771258/ midiateca-em-bourg-la-reine-pascale-guedot-architecte. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 05/10/2020. Figura 32 - Pontos de energia para carregamento de equipamentos eletrônicos na Biblioteca de Calgary. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 05/10/2020. Figura 33 - Computadores da Mediateca em Thionville. Fonte: https://www.archdaily. com.br/br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 05/10/2020. Figura 34 - Dispositivo da Amazon, função de e-reader chamado ‘Kindle’. Fonte: magazineluiza.com.br. Acesso em: 05/10/2020. Figura 35 - Logotipo do aplicativo de e-reader chamado ‘Kindle’. Fonte: https://www.amazon.com.br/Amazon-com-Kindle-for-Android/ dp/B004DLPXAO. Acesso em: 05/10/2020. Figura 36 - Tablet Samsung Galaxy S6 com caneta. Fonte: Extra.com.br. Acesso em: 05/10/2020.

286

Figura 37 - Logotipo do aplicativo Google Play Livros. Fonte: https://br.pinterest.com/pin/694961786231194656/. Acesso em: 05/10/2020. Figura 38 - Logotipo do aplicativo Wattpad. Fonte: https://br.pinterest.com/pin/738801513864395002/. Acesso em: 05/10/2020. Figura 39 - Livro ‘Na chuva com Benjamin’ da autora Flávia Dann, disponível no Wattpad. https://www.wattpad.com/story/37097147-na-chuva-com-benjamin. Acesso em: 05/10/2020. Figura 40 - Livro ‘O Silêncio Borboleta’ do autor Alexandro Renato, disponível no Wattpad. Fonte: https://www.wattpad.com/ stor y/133997928-o-si lêncio-da-b orb ole ta-degustação. Acesso em: 05/10/2020. Figura Fonte:

41 - Brainstorm de Elaborado pela

ideias. autora.

Figura 42 - Pátio do Centro para Cegos e Deficientes Visuais em Iztapalapa no México. Fonte: https:// www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 43 - Pátio do Centro para Cegos e Deficientes Visuais em Iztapalapa no México. Fonte: https:// www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 44 - As paredes delimitadoras acabam criando bancos de diferentes formas e alturas, além de pátios internos. Fonte: https://www.


archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 45 - Paredes que delimitam o projeto, construídas com pedras locais, vista externa. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 46 - Croqui demonstrando a diferença de altura dos elementos arquitetônicos. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/ center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 47 - Ateliês de diferentes alturas, aberturas na cobertura. Fonte: https://www. archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 48 - Luz natural intercalada por espaços de sombra durante todo o percurso. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 49 - Croqui da intenção de distinguir os espaços pelo material aplicado e sua posição no edifício, altura da aplicação. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020.

Figura 50 - Croqui da intenção para as paredes externas, linhas horizontais de direcionamento. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/ center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 51 - Pátio com percurso d’água delimitado por seixos, bancos e vegetação odorífera. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 52 - Interior de um dos espaços de atividades, caminho com linha guia central no piso. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 53 - Suas funções identificadas pelo usuário por altura e diferença de material empregado. Fonte: https://www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 54 - Vista do pátio principal que direciona o usuário aos espaços de atividades. Fonte: https:// www.archdaily.com/158301/center-for-the-blind-and-visually-impaired-taller-de-arquitectura-mauricio-rocha. Foto por: Luis Gordoa (modificado pela autora). Acesso em: 11/05/2020. Figura 55 - Exterior do projeto, fachadas. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/0115500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020.

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Figura 56 - Banhista em sauna da área interna. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/0115500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 57 - Piscina externa do termas. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-15500/ classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 58 - Sauna com iluminação artificial vermelha e luminárias azuis. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-15500/ classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 59 - Piscina externa (página anterior). Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/0115500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 60 - Vista interna, banhista seguindo percurso. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 61 - Escada interna, iluminação artificial amarela, paredes e piso em pedra. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-15500/ classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 62 - Vista interna, banhista com livro. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/0115500/classicos-da-arquitetura-termas-de-val-

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s-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 63 - Banhista embaixo das cascatas douradas. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 64 - Passagem escura, luminária preta pendente. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 65 - Pessoas tomando sol. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-15500/ classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 66 - Silhueta, parede que usa pedra original do local. Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 67 - Grande janela, vista para o exterior. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 68 - Área externa com espreguiçadeiras. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 69 - Cascata de água quente na piscina externa. Fonte: https://www.archdaily.com.br/


br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 70 - Porta de madeira, conexão interno-externo. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/01-15500/classicos-da-arquitetura-termas-de-vals-peter-zumthor. Foto por: Marco Masetti (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 71 - Escadas internas. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 72 - Relação do projeto com o entorno, linha de trem e local de implantação. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 73 - Implantação do projeto da biblioteca. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 74 - Escadas internas. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 75 - Corte do edifício (vista sul). Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020.

Figura 76 - Escadas de acesso da entrada principal, escala do edifício com o usuário. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 77 - Área de playground das crianças. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/906051/ biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 78 - Estantes e espaço de leitura da biblioteca. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 79 - Espaços de interação, leitura e descanso. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 80 - Sala de leitura. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 81 - ‘Proa’ do edifício. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 82 - Grande salão de leitura. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/906051/ bi b l i ot e c a - c e nt r a l - d e - c a l g ar y - s n o h e tt a . Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta

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(modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 83 – Fachada mista. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 84 – Fachada aberta. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Foto por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 85 até 90 – Plantas da Biblioteca de Calgary, Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 91 e 92 – Cortes da Biblioteca de Calgary. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/906051/biblioteca-central-de-calgary-snohetta. Por: Cortesia do Escritório Snøhetta (modificado pela autora). Acesso em: 13/05/2020. Figura 93 – Vista frontal da estrutura em balanço e escultura metálica da entrada principal. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/890717/ biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 94 – Vista frontal da Biblioteca Northside. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/890717/ biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 95 – Mesa de recepção na entrada do edifício. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/890717/ biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020.

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Figura 96 – Planta esquemática de implantação da Biblioteca Northside. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Por: Cortesia do Escritório NBBJ (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 97 – Planta esquemática do primeiro pavimento da Biblioteca Northside. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Por: Cortesia do Escritório NBBJ (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 98 – Sala de navegação e estantes. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 99 – Estantes e cafeteria ao fundo. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 100 – Área das crianças. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 101 – Rampa de circulação com áreas úteis integradas. Fonte: https://www. arc h d ai l y. c om . br / br / 8 9 0 7 1 7 / bi b l i ot e c a -northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 102 – Salão silencioso de estudos. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 103 – Planta esquemática do segundo pavimento da Biblioteca Northside. Fonte: https://www.archdaily.com.br/


br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Por: Cortesia do Escritório NBBJ (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 104 – Espaço de permanência com mobiliário na cor roxa. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 105 – Área dos adolescentes. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 106 até 111 – Renders internos e externos da Biblioteca Northside. Produção do escritório NBBJ. Fonte: http://mvsuriano.com/new-page. (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 112 – Fachada principal do edifício e sua relação com entorno (próxima página). Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 113 – Elevações sul e leste (materiais aplicados nas fachadas). Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Por: Cortesia do Escritório NBBJ (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 114 – Diagrama do conceito e esquema da estratégia de materiais. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Por: Cortesia do Escritório NBBJ (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 115 – Detalhes da escultura metálica na entrada do edifício. Fonte: http s : / / w w w. arc h d ai l y. c om . br / br / 8 9 0 7 1 7 /

biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 116 – Fachada externa, aplicação de tijolo com pintura branca. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Foto por: Chuck Choi (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 117 – Esquema detalhado dos materiais utilizados e áreas de aplicação. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/890717/biblioteca-northside-nbbj. Por: Cortesia do Escritório NBBJ (modificado pela autora). Acesso em: 14/05/2020. Figura 118 – Relação da fachada e projeto com o entorno, espaço para o pedestre caminhar sem obstáculos. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020. Figura 119 – Comunicação do edifício com o local, fluidez, escala do objeto com o usuário. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020. Figura 120 – Podemos observar o interior sem entrar no edifício (próxima página). Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020.

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Figura 121 – Imagem aérea da mediateca. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020. Figura 122 e 123 – Plantas de situação e implantação. Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020. Figura 124 – Vista do terraço da mediateca. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020. Figura 125 – Percursos de grama. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020. Figura 126 – Utilização da cobertura como espaço de descanso e permanência. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020. Figura 127 – Espaços de convívio, mesas para alimentação. Fonte: https://www.archdaily.

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com.br/br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020. Figura 128 – Espaços de silêncio. Fonte: https:// www.archdaily.com.br/br/872870/mediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes?ad_source=search&ad_medium=search_result_projects. Foto por: Eugeni Pons (modificado pela autora). Acesso em: 15/05/2020. Figura 129 – Vista da fachada lateral direita da Biblioteca de São Paulo. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-38052/ biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 130 – Croqui da proposta volumétrica longitudinal da Biblioteca de São Paulo e escalas humanas. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 131 – Vista externa da Biblioteca de São Paulo, totens de sinalização e decoração (próxima página). Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 132 – Área de convívio com mobiliário colorido e flexibilidade de layout. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-38052/ biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arqui-


tetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 133 – Escadas acessíveis, sinalização, corrimão e pisos táteis. Fonte: https://www.archdaily. com.br/br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_ medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 134 – Croqui de alturas e relação com o usuário. Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_ medium=search_result_all. Por: Cortesia do Escritório aflalo/gasperini arquitetos (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 135 – Vista do exterior, fachada de concreto texturizado. Fonte: https://www.archdaily. com.br/br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_ medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 136 – Módulos com silhuetas coloridas, espaços de leitura e estudo. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-38052/ biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 137 – Terraço, área de estar e apresentações de música. Fonte: https://www.archdaily.com.br/ br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020.

Figura 138 – Vista do exterior, fachada de concreto texturizado. Fonte: https://www.archdaily. com.br/br/01-38052/biblioteca-sao-paulo-aflalo-e-gasperini-arquitetos?ad_source=search&ad_ medium=search_result_all. Foto por: Daniel Ducci (modificado pela autora). Acesso em: 16/05/2020. Figura 139 – Mapa do Brasil com destaque do Estado de São Paulo. Elaborado pela autora. Figura 140 – Ampliação da RMRP e município de Batatais. Elaborado pela autora. Figura 141, 142 e 143 – Diagramas de localização, ampliação do local de estudo e análise. Elaborado pela autora. Figura 144 - Mapa de macrozoneamento de Batatais, elaborado pela prefeitura municipal. Figura 145 - Mapa de bairros de Batatais, elaborado por alunos, consultar nota de rodapé. Figura 146 - Mapa de equipamentos urbanos de Batatais, elaborado por alunos, consultar nota de rodapé. Figura 147 - Diagrama do formato da quadra que abriga o lote, formato irregular. Elaborado pela autora. Figura 148 - Diagrama de insolação e ventos dominantes. Elaborado pela autora. Figura 149 – Mapa topográfico num raio de 350m ao redor do lote. Elaborado pela autora. Figura 150 - Perfil de elevação do terreno (gerado pelo Google Earth Pro)

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Figura 151 – Córrego das Araras. Fonte: Google Earth Pro (printscreen/captura de tela). Figura 152 - Mapa de vegetação num raio de 350m ao redor do lote. Elaborado pela autora. Figura 153 e 154 - Pontos de vista 02 e 03 no mapa. Fonte: Google Earth Pro (printscreen/captura de tela). Figura 155 - Mapa de fluxo viário num raio de 350m ao redor do lote. Elaborado pela autora. Figura 156, 157 e 158: Pontos de vista 04, 05 e 06 no mapa. Fonte: Google Earth Pro (printscreen/captura de tela). Figura 159: Mapa de uso do solo num raio de 350m ao redor do lote. Elaborado pela autora. Figura 160,161 e 162: Pontos de vista 07, 08 e 09 no mapa. Fonte: Google Earth Pro (printscreen/captura de tela). Figura 163: Mapa de ocupação do solo-figura e fundo num raio de 350m ao redor do lote. Elaborado pela autora. Figura 164,165 e 166: Pontos de vista 10, 11 e 12 no mapa. Fonte: Google Earth Pro (printscreen/captura de tela). Figura 167: Mapa de ocupação do solo-gabarito num raio de 350m ao redor do lote. Elaborado pela autora. Figura 168,169 e 170: Pontos de vista 13, 14 e 15 no mapa. Fonte: Google Earth Pro (printscreen/captura de tela). Figura

294

171:

Moodboard

de

cores

frias.

Elaborado

pela

autora.

Figura 172: res quentes.

Moodboard de coElaborado pela autora.

Figura 173: ços internos.

Moodboard para espaElaborado pela autora.

Figura 174: ções internas.

Moodboard de intervenElaborado pela autora.

Figura 175: Moodboard de objetos e mobiliários. Elaborado pela autora. Figura 176: Gazebo de madeira (intenção para a área 2). Fonte: https://br.pinterest.com/pin/242772236135069767/ Figura 177: Trilha para caminhada. Intenção para a Área 3. Fonte: https://www.wallpaperflare.com/forest-trail-e5-european-val- b o r a g o - m o u nt a i n - t h e - e u r o p e a n - p at h -wallpaper-wzqfb. Acesso em: 22/08/2020. Figura 178: Diagrama em perspectiva com as três áreas do lote. Elaborado pela autora. Figura 179: Diagrama em planta com as três áreas do lote. Elaborado pela autora. Figura 180 e 181: Tabela com o programa de necessidades (estimativa de áreas) e sinalização. Elaborado pela autora. Figura 182: Organograma para o projeto da Biblioteca Sensorial. Elaborado pela autora. Figura 183: Fluxograma para o projeto da Biblioteca Sensorial. Elaborado pela autora. Figura

184:

Diagrama

de

estudo

de


distribuição de atividades. Elaborado pela autora. Figura 185 e 186: Diagramas de estudo de Plano de massas-área 1. Elaborado pela autora. Figura 187: Diagrama de Estudo de plano de massas-área 1 para o projeto da Biblioteca Sensorial. (sobreposição da massa ao formato da área 1) Figuras 188 até 192: lumetria. Elaborado Figura 193: do insolação.

Estudo pela

Diagrama de Elaborado pela

de voautora. estuautora.

Figura 194: Gráfico da variação de quantidade de horas de luz por dia no município de Batatais, em cada mês do ano. Levantamento feito em 2020.Fonte: NOAA.

Figura 201: Diagrama de desenho esquemático do funcionamento de um sistema de captação de água pluvial em uma residência. Figura 202: Diagrama de acessos e relação com o entorno imediato (fluxo viário). Elaborado pela autora. Figura 203: Diagrama de áreas verdes e arborização. Elaborado pela autora. Figura 204: Diagrama de estudo de altura do entorno imediato. Elaborado pela autora. Figura 205: das prioritárias.

Diagrama Elaborado

de pela

visaautora.

Figura 206: Planta de implantação para o projeto da Biblioteca Sensorial. Elaborado pela autora.

Figura 195: Diagrama da escala dos níveis de umidade de acordo com a OMS.

Figura 207: Planta do Pavimento Térreo para o projeto da Biblioteca Sensorial. Elaborado pela autora.

Figura 196: Diagrama de estudo de ventilação. Elaborado pela autora.

Figura 208: Planta do Pavimento Pavimento para o projeto da Biblioteca Sensorial. Elaborado pela autora.

Figura 197: Gráfico da variação de temperaturas máximas e mínimas no município de Batatais, em cada mês do ano. Levantamento feito em 2020.Fonte: NOAA. Figura co do ma de

198: Desenho esquemátifuncionamento de um sistefechada ventilada em edifício.

Figura 199: Diagrama de estudo de curso d’água. Elaborado pela autora. Figura 200: Gráfico da variação da quantidade de chuva no município de Batatais, em cada mês do ano. Levantamento feito em 2020.Fonte: NOAA.

Figura 209: Planta do Pavimento Superior para o projeto da Biblioteca Sensorial. Elaborado pela autora. Figura 210: Planta de Cobertura para o projeto da Biblioteca Sensorial. Elaborado pela autora. Figura 211 até 214: Cortes do projeto da Biblioteca Sensorial. Elaborado pela autora. Figura 216 até 220: Modelo das portas da Biblioteca Sensorial. Elaborado pela autora. Figura 221: Diagrama volumétrico de setorização

295


da Biblioteca Sensorial. Elaborado pela autora. Figura 222 e 223: Madeira e percursos com os círculos nos pisos. Elaborado pela autora. Figura 215 e intervalo de 224 até 260: Perspectivas do projeto da Biblioteca Sensorial. Renders de autoria da Arquiteta Aniéle Lima. Capas de capítulo: crédito das escalas humanas – Coleção Entalhe aberto, com curadoria de Francesca Perani & Claudia Manenti. Com a colaboração de Ilenia Perlotti, Fabrizio Parodi, Giulia Baroni, Irene Nembrini, Petko Todorov, Lorenzo & Soren, Nelson. Calendário disponível em: http://www.cutoutmix.com/calendar.html. Acesso em: 15/01/2020. Composição elaborada pela autora. Os objetos adicionados foram: banco de madeira, árvore, chapéu, xícara, flor, mesa, cartas de baralho, poltrona, fumaça, lua, boina, cadeira de livros, bolsa, gato, quadro de texturas, planeta fictício, robô BB8, relógio, cadeira, cachorro).

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