Concertos novembro e dezembro de 2015

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ORQUESTRA SINFテ年ICA MUNICIPAL DE Sテグ PAULO CONCERTOS NOVEMBRO DEZEMBRO



CONCERTOS NOVEMBRO DEZEMBRO TEMPORADA 2015



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04, 05 e 06/11 Verdi

Biografias dos artistas

14 14 e 15/11 Brahms & Mozart

20 21 e 22/11 Fauré, Mozart & Dvořák

26 5 e 6/12 Toni, Mendelssohn & Tchaikovsky

46 Fichas Técnicas

50 Amigos do Theatro Municipal de São Paulo


NOVEMBRO

Quarta 4 às 20h Quinta 5 às 20h Sexta 6 às 20h

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/ GIUSEPPE VERDI


Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Coro Lírico Municipal de São Paulo John Neschling regência Elaine de Morais soprano Lidia Schäffer mezzo-soprano Fernando Portari tenor Carlos Edurado Marcos baixo / GIUSEPPE VERDI 1813-1901 Missa de Réquiem (1873) 84’ - Requiem et Kyrie - Dies irae - Offertorium - Sanctus - Agnus Dei - Lux aeterna - Libera me, Domine


Requiem aeternam dona eis,

Dá-lhes repouso eterno, Senhor.

Domine.

E que a luz perpétua os ilumine.

Et lux perpetua luceat eis.

És digno de hinos, Deus, em Sião,

Te decet hymnus, Deus, in Sion,

E te fazem votos em Jerusalém

Et tibi reddetur votum in

Ouve minha oração

Jerusalem

A ti irá toda a carne.

Exaudi orationem meam Ad te omnis caro veniet. Kyrie Eleison Kyrie, eleison!

Senhor, tem piedade de nós!

Christe, eleison!

Cristo, tem piedade de nós!

Dies Irae Dies irae, dies illa

Dia de ira, aquele dia em que

Solvet saeclum in favilla,

O mundo se consumirá em cinzas,

Teste David cum Sibylla.

Testemunham Davi e a Sibila.

Quantus tremor est futurus,

Quanto tremor haverá então,

Quando judex est venturus,

Quando o juiz vier,

Cuncta stricte discussurus!

Para examinar tudo com rigor!

Tuba mirum spargens sonum

A trombeta poderosa espalhará

Per sepulcra regionum,

seu som

Coget omnes ante thronum.

Pelas regiões dos sepulcros,

Mors stupebit et natura,

Reunindo todos diante do trono

Cum resurget creatura,

Morte e natureza vão se espantar

Judicanti responsura.

Com a ressurreição das criaturas Para responder perante o juiz.

Liber scriptus proferetur,

O livro escrito será trazido,

In quo totum continetur,

No qual tudo está contido,

Unde mundus judicetur.

Pelo qual o mundo será julgado

Judex ergo cum sedebit,

Assim que o juiz se sentar,

Quidquid latet apparebit.

Tudo que está oculto aparecerá,

Nil inultum remanebit.

Nada ficará impune

Quid sum miser tunc dicturus?

O que eu, mísero, direi então?

Quem patronum rogaturus,

A que patrono rogarei

Cum vix justus sit securus?

Quando mesmo o justo estará pouco seguro?

Rex tremendae majestatus

Rei de tremenda majestade

qui salvandos salvas gratis

Que, salvando, salvas de graça,

sale me, fons pietatis

Salva-me, fonte de piedade.

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Requiem Aeternam


Recordare, Jesu pie,

Recorda, pio Jesus,

Quod sum causa tuae viae:

Que sou a causa da tua jornada:

Ne me perdas illa die.

Não me percas naquele dia.

Quaerens me, sedisti, lassus;

Buscando-me, tombaste, cansado,

Redemisti crucem passus;

Com a cruz redimiste-me

Tantus labor non sit cassus.

padecendo na cruz;

Juste Judex ultionis,

Que tanta labuta não seja em vão.

Donum fac remissionis

Justo juiz da vingança,

Ante diem rationis.

Dá-me a remissão antes do dia da razão.

Ingemisco tanquam reus,

Gemo como réu,

Culpa rubet vultus meus;

A culpa faz meu rosto corar;

Supplicanti parce, Deus.

Poupa o suplicante, oh Deus.

Qui Mariam absolvisti,

Tu que absolveste Maria,

Et latronem exaudisti,

E ouviste o ladrão,

Mihi quoque spem dedisti.

Também me deste esperança.

Preces meae non sunt dignae,

Minhas preces não são dignas,

Sed tu, bonus, fac benigne,

Sê bondoso e mostra

Ne perenni cremer igne.

misericórdia,

Inter oves locum praesta,

Que eu não queime no fogo

Et ab hoedis me sequestra,

eterno.

Statuens in parte dextra.

Dá-me lugar entre as ovelhas E me separa dos bodes, Colocando-me à tua direita.

Confutatis maledictis

Ao condenar os malditos

Flammis acribus addictis,

E entregá-los às chamas ferozes,

Voca me cum benedictus.

Chama-me com os abençoados.

Oro supplex et acclinis,

Oro, suplicante e ajoelhado,

Cor contritum quasi cinis,

De coração contrito, quase em

Gere curam mei finis.

cinzas, Toma conta do meu fim.

Lacrimosa dies illa,

Esse é um dia de lágrimas,

Qua resurget ex favilla

Quando ressurgirão das cinzas

Judicandus homo reus.

os homens réus,

Huic ergo parce, Deus:

Para serem jugados.

Pie Jesu Domine:

Então poupa este, Deus:

Dona eis requiem. Amen.

Senhor Deus de misericórdia: Dá-lhes repouso. Amém.

Domine Jesu (Offertorium) Domine, Jesu Christe, Rex gloriae,

Senhor, Jesus Cristo, Rei de glória,

libera animas omnium fidelium

Liberta as almas de todos que


defunctorum

morreram fiéis

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de poenis inferni

Das penas do inferno

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et de profundo lacu.

E do profundo lago.

Libera eas de ore leonis

Liberta-as da goela do leão,

ne absorbeat eas tartarus,

Que não sejam absorvidas no

ne cadant in obscurum;

inferno,

Sed signifer sanctus Michael

Nem caiam na obscuridade;

repraesentet eas in lucem

Que São Miguel, o porta

sanctam,

estantarde,

Quam olim Abrahae promisisti

Introduza-as na luz santa.

et semini eius.

Como prometeste a Abraão E à sua semente.

Hostias et preces tibi, Domine

Sacrifícios e preces a ti, Senhor,

laudis offerimus

Oferecemos com louvor,

tu suscipe pro animabus illis,

Aceita-os em prol daqueles

quarum hodie memoriam

Que hoje lembramos.

facimus.

Faz com que eles, Senhor,

Fac eas, Domine, de morte

Passem da morte à vida.

transire ad vitam.

Como prometeste a Abraão

Quam olim Abrahae promisisti

E à sua semente.

et semine eius. Sanctus Sanctus, sanctus, sanctus

Santo, Santo, Santo,

Dominus Deus Sabaoth!

Senhor Deus das hostes!

Pleni sunt coeli et terra gloria tua.

O céu e a terra estão repletos da

Hosanna in excelsis!

tua glória. Hosana nas alturas!

Benedictus Benedictus qui venit in nomine

Bendito o que vem em nome do

Domine.

Senhor.

Hosanna in excelsis!

Hosana nas alturas!

Agnus Dei Agnus Dei, qui tollis peccata

Cordeiro de Deus, que tiras

mundi dona eis requiem.

o pecado do mundo, dá-lhes

Agnus Dei, qui tollis peccata

repouso.

mundi, dona eis requiem

Cordeiro de Deus, que tiras

sempitername.

o pecado do mundo, dá-lhes repouso eterno.


Lux Aeternum Lux aeterna luceat eis Domine

Que luz eterna os ilumine,

cum sanctis tuis in aeternum:

Senhor,

quia pius es.

Com teus santos na eternidade:

Requiem aeternam dona eis,

Pois és piedoso.

Domine;

Dá-lhes repouso eterno, Senhor,

et lux perpetua luceat eis.

E que a luz perpétua os ilumine.

Cum sanctis tuis in aeternum:

Com teus santos na eternidade:

quia pius es.

Pois és piedoso.

Libera Me Libera me, Domine, de morte

Liberta-me, Senhor, da morte

aeterna

eterna,

in die illa tremenda

Nesse dia tremendo,

quando coeli movendi sunt et terra,

Quando céus e terra irão se

dum veneris judicare saeculum

mover,

per ignem.

Quando virás julgar o mundo

Tremens factus sum ego et timeo,

pelo fogo.

dum discussion venerit atque

Tremo e temo na expectativa

venture ira:

Do julgamento e da ira:

quando coeli movendi sunt et

Quando céus e terra vão se

terra.

mover.

Dies irae, dies illa, calamitatis e

Dia de ira, aquele dia de

miseriae,

calamidade e miséria,

dies magna et amara valde.

Dia tão grande e tão amargo.

Requiem aeternam dona eis,

Dá-lhes repouso eterno, Senhor,

Domine,

E que a luz perpétua os ilumine.

et lux perpetua luceat eis.


Irineu Franco Perpetuo ĂŠ jornalista e tradutor, ministra cursos na Casa do Saber e colabora com a Revista Concerto.

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NOTAS DE PROGRAMA IRINEU FRANCO PERPETUO


GIUSEPPE VERDI (1813-1901) / MISSA DE RÉQUIEM “Como explicar a sensação extraordinária, indefinível, que a presença daquele santo, conforme você o chama, produziu em mim? Eu teria me ajoelhado diante dele, se os homens pudessem ser adorados”, escreveu Verdi à amiga Clarina Maffei depois de ter visitado, em junho de 1868, Alessandro Manzoni (1785-1873), o mais emblemático literato do Risorgimento italiano. Naquela época, a Itália unida existia já há sete anos, e Manzoni era considerado uma espécie de patrono estético dessa unidade, não apenas pela qualidade intrínseca de suas obras (em especial, do romance I Promessi Sposi – Os Noivos), mas por seu trabalho de pesquisa linguística, baseando-se na fala toscana para construir um idioma literário “vivo e verdadeiro” que, livrando-se das peculiaridades de cada dialeto, constituísse a base do italiano, a língua unificada do país unificado. Autor das melodias patrióticas que embalaram e inspiraram a causa do Risorgimento (como o célebre Coro dos Escravos Hebreus da ópera Nabucco, que até hoje desfruta do status de hino não-oficial italiano), Verdi era, por seu turno, o mais emblemático músico desse movimento político, e adorava Manzoni tanto por razões estéticas quanto ideológicas. Poucos meses depois de se encontrar com ele, recebeu a notícia do falecimento de Gioachino Rossini (17921868), autor de O Barbeiro de Sevilha e mais célebre operista da Itália da geração anterior à sua. Um país em nascimento precisava cultivar ídolos para moldar sua identidade e, assim, Verdi propôs a seu editor, Tito Ricordi, uma grande iniciativa conjunta: treze dos maiores compositores italianos escreveriam, em colaboração, uma Missa de Réquiem em homenagem a Rossini. Verdi contribuiria com o último movimento: Libera me. Cada músico envolvido cumpriu com sua parte, porém, para


13 12 Notas de Programa Irineu Franco Perpetuo

grande frustração de Verdi, não foi possível viabilizar a performance da obra, que só teria estreia póstuma, em 1988. A ideia de um tributo musical majestoso voltaria à mente do compositor, contudo, quando do falecimento de Manzoni, em 1873. Verdi se propunha, agora sozinho, a escrever um Réquiem em memória do autor de I Promessi Sposi, a ser executado em Milão, no ano seguinte, para marcar o primeiro aniversário de seu falecimento. O ponto de partida da partitura seria justamente o Libera me da malfadada missa para Rossini, reaproveitado no tributo a Manzoni. Embora tanto homenageador quanto homenageado desfrutassem do status de unanimidades nacionais, algumas dificuldades tiveram que ser superadas para que o Réquiem se concretizasse. Verdi escolhera a Igreja de São Marcos como lugar da estreia de sua obra, porém as autoridades eclesiásticas se opunham a permitir a interpretação de uma obra com vozes femininas em lugar sacro. Por fim, o autor de La Traviata prevaleceu e, em 22 de maio de 1874, no templo religioso de sua preferência, regeu a estreia do Réquiem, à frente de cerca de 230 instrumentistas e coralistas, e com um quarteto solista estrelar: Teresa Stoltz, soprano; Maria Waldmann, mezzo; Giuseppe Capponi, tenor; e Ormondo Maini, baixo. O uso de cantores que costumavam cantar os grandes papéis verdianos, a retórica veemente dos solos, a virtuosidade da escrita vocal e a dramaticidade da relação entre música e texto pareciam reclamar a saída da obra da igreja para o teatro; o Réquiem foi logo tocado no Scala, de Milão, na Opéra-Comique, de Paris, e rapidamente ganhou o mundo – não como peça litúrgica, mas como de concerto. Além da questão estética, havia a espiritual. Embora Manzoni fosse católico, a relação de Verdi com a religião podia ser qualificada como complexa. No ensaio Verdi e o Risorgimento, George Martin analisa a maneira pessoal de o compositor interpretar o texto sacro: “Seus temas do Risorgimento são aqui traduzidos em abstrações – piedade, terror, conflito, alegria, incerteza -, expressos na liturgia da Missa. Verdi não era católico praticante: levava a esposa à missa, mas não entrava com ela. Como a maioria das figuras do Risorgimento, era um anticlerical que se opunha à organização da Igreja, seu poder político e financeiro, e seu sacerdócio. Do amor de Deus e mesmo da existência de Deus ele era, nas palavras de sua mulher, um ‘crente muito duvidoso’, e o Réquiem reflete isso. Ele não oferece nenhuma libertação segura dos terrores da morte eterna. Não há amém ensolarado, visão de um Deus bondoso ou promessa de intercessão divina – apenas poder decrescente e incerteza contínua”. Foi frequentemente observado que as seções do Réquiem parecem soar como as árias, duos, trios, quartetos e coros de uma ópera. Tornou-se célebre, por exemplo, a obser-


vação pejorativa do primeiro regente da Filarmônica de Berlim, Hans von Bülow (1830-1894), de que a missa era “a última ópera de Verdi, em vestes eclesiásticas”. De qualquer forma, a posição do Réquiem no repertório parece para lá de consolidada: trata-se de uma criação robusta e inspirada de um autor maduro e consciente que, finalmente, podia escrever música de acordo com suas ideias, sem ter que negociar com caprichos de divas, humores de diretores teatrais ou estressantes prazos de estreia. Dessa forma, mais proveitoso do que discutir se o Réquiem é ou não uma ópera com ‘libreto’ sacro seja, talvez, pensar em sua posição dentro do conjunto da obra do compositor. Vale lembrar que, para todos os efeitos, Verdi havia encerrado a carreira de compositor operístico com Aida, em 1871. O exemplo, aqui, como assinala Massimo Mila, parecia ser Rossini, que se aposentara em plena posse de suas faculdades físicas e mentais com Guillaume Tell, em 1829, parando de escrever óperas e produzindo ocasionalmente peças para piano, canções e obras religiosas: “Podia parecer que Verdi estava a ponto de cair no modelo tradicional dos operistas italianos, consagrado pela carreira de Rossini: o acesso a um gênero aceito como superior, o da música sacra, era considerado como uma espécie de aposentadoria e de despedida das agitações profanas do melodrama”, afirma Mila. O estudioso assinala, porém, que, no caso do futuro autor de Otello e Falstaff, o Réquiem, em vez de descanso, constitui “o nó crucial de novas tempestades”, o ponto de inflexão que traz “a premissa de uma prodigiosa renovação realizada em suas últimas obras”.


NOVEMBRO

Sábado 14 às 20h Domingo 15 às 18h

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/ BRAHMS / MOZART


Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Eduardo Strausser regência Ricardo Castro regência* e piano / JOHANNES BRAHMS 1833-1897 Abertura do Festival Acadêmico, Op. 80 (1880) 10’ / WOLFGANG AMADEUS MOZART 1756-1791 Concerto para Piano e Orquestra N.9, em Mi Bemol Maior, K. 271 – Jeunehomme (1777) 32’ * - Allegro - Andantino - Rondo – Menuetto / JOHANNES BRAHMS 1833-1897 Concerto para Piano e Orquestra N. 2, Op. 83 (1878-81) 46’ - Allegro non troppo - Allegro appassionato - Andante - Allegretto grazioso


Mário Videira é professor de piano, estética musical e história da ópera no Departamento de Música da USP. Desde 2013 é o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Música da ECA/USP.

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NOTAS DE PROGRAMA MÁRIO VIDEIRA


JOHANNES BRAHMS (1833-1897) / ABERTURA DO FESTIVAL ACADÊMICO, OP. 80 Em 1879, a Universidade de Breslau concede o

título de Doutor Honoris Causa ao compositor Johannes Brahms. Seu amigo Bernhard Scholz, que o havia indicado para receber tal distinção acadêmica, sugere que Brahms escreva uma nova obra como forma de agradecimento à Universidade: “Componha para nós uma bela sinfonia, bem orquestrada e não excessivamente densa”. Ao invés de uma sinfonia, Brahms decide escrever algo mais leve e, no ano seguinte, durante suas férias em Bad Ischl, compõe a Abertura Festival Acadêmico. Segundo o próprio compositor, ela poderia ser descrita como uma espécie de pout-pourri de canções estudantis tradicionais tais como “Wir hatten gebauet ein stattliches Haus”, “Der Landesvater”, “Was kommt dort von der Höh’” e “Gaudeamus igitur”. Brahms explora efeitos de humor, mas sem nunca perder o rigor estrutural e contrapontístico, bem como a riqueza na orquestração. O próprio compositor regeu a estreia da obra em janeiro de 1881.

WOLFGANG AMADEUS MOZART (1756-1791) / CONCERTO PARA PIANO E ORQUESTRA N.9, EM MI BEMOL MAIOR, K. 271 – JEUNEHOMME Numa carta a seu pai datada de 11 de setembro de 1778,

Mozart enumera suas composições mais recentes, sendo que um dos concertos para piano teria sido escrito para uma certa senhorita “Jenomy”. Conhecido durante muito tempo como concerto “Jeunehomme”, foi somente em 2003 que o musicólogo Michael Lorenz demonstrou que o concerto foi, na realidade, escrito para Victoire Jenamy (1749-1812), exímia pianista e filha mais velha de Jean-Georges Novelle, professor de dança e amigo pessoal de Mozart.


JOHANNES BRAHMS (1833-1897) / CONCERTO PARA PIANO E ORQUESTRA N. 2, OP. 83 Ao longo do século 19, o concerto para

piano sofreu profundas modificações, tanto no que diz respeito às novas exigências técnicas e de virtuosidade, como também no que concerne às questões formais, harmônicas e de instrumentação. Se em alguns compositores, como Chopin, o solista assume um papel de absoluto destaque (ao passo que a orquestra possui um papel coadjuvante), outros compositores procuram integrar completamente o piano à textura orquestral. Num artigo publicado em 1859 numa revista musical berlinense, o crítico Carl Grädener afirmava: “Desde Beethoven, todo concerto genuíno é uma sinfonia com piano obbligato, um concerto-sinfonia”. É nesse grupo que se incluem as duas produções de Johannes Brahms, cujas obras nesse gênero foram caracterizadas por musicólogos como James Hepokoski como peças de “caráter mais sinfônico do que virtuosístico, suprimindo a bravura técnica nos pontos em que esta seria mais esperada”. O Primeiro Concerto Op. 15, em Ré Menor, teve um processo de escrita longo e difícil, e sua recepção pelo público foi relativamente fria. Numa carta endereçada ao violinista Joseph Joachim, Brahms comenta: “Um segundo concerto irá soar de maneira muito diferente”. Foi somente cerca de vinte anos mais tarde que Brahms voltaria nova-

19 18 Notas de Programa Mário Videira

Como se sabe, Mozart desempenhou um papel fundamental na consolidação do concerto clássico: se seus primeiros concertos eram, na verdade, transcrições de sonatas de outros compositores, como C. P. E. Bach e J. C. Bach, o Concerto K. 271 para Piano em Mi Bemol Maior (concluído em janeiro de 1777) é, talvez, o primeiro a dar mostra inequívoca de sua originalidade e está, sem dúvida, entre as maiores contribuições ao gênero. Repleto de inovações formais, o concerto se inicia de maneira pouco usual para a época, com a intervenção do solista logo nos primeiros compassos. Como notou o crítico e musicólogo Charles Rosen no livro The Classical Style, essa solução era tão original que Mozart jamais voltou a utilizá-la. Por outro lado, tanto Beethoven (Concertos N. 4 e 5) como Brahms (Concerto N. 2) irão retomar o procedimento. O segundo movimento (Andantino) está escrito em dó menor, o que também é bastante raro no conjunto dos concertos de Mozart. O tema do terceiro movimento (Rondó) é exposto apenas pelo piano, sendo logo em seguida imitado pela orquestra. De maneira surpreendente, o movimento é interrompido por um elegante minueto em lá bemol maior. O musicólogo Michael Lorenz especula que a inserção dessa dança poderia ser uma alusão ao pai de Victoire Jenamy. De toda forma, esse procedimento pouco usual será retomado no Concerto N. 22 (K. 482, também em mi bemol maior). Após essa seção central, de andamento mais lento e caráter aristocrático, Mozart retoma o tema do Rondó, concluindo a obra de maneira brilhante.


mente ao gênero, agora como um compositor maduro e plenamente consagrado. Seus primeiros esboços para o Segundo Concerto datam da primavera de 1878, completando-o apenas em julho de 1881. Numa carta à amiga Elisabeth von Herzogenberg, Brahms relata ter concluído “um pequeno concerto para piano, com um pequeno scherzo”. Na realidade, trata-se de uma obra de proporções monumentais, em quatro movimentos. Diferentemente do primeiro concerto, no qual a orquestra executava uma longa introdução antes da entrada do solista, Brahms adota um procedimento formal análogo àquele empregado por Mozart no Concerto K. 271, introduzindo o piano solista logo após a exposição do tema principal pelas trompas. Como segundo movimento, ele escreve um Scherzo (Allegro appassionato), na tonalidade de ré menor. Numa carta ao seu amigo Billroth, ele explicou que o primeiro movimento lhe parecera demasiado simples e, portanto, era necessário um movimento “forte e apaixonado” antes do lírico Andante que o segue. O terceiro movimento, em si bemol maior, começa com um longo e comovente solo de violoncelo, cujo tema será mais tarde retomado por Brahms no Lied “Immer leiser wird mein Schlummer” (Op. 105, N. 2). É talvez o mais camerístico dos quatro movimentos, e o piano assume aqui, muitas vezes, o papel de acompanhamento. O último movimento (Allegretto Grazioso), em si bemol maior, possui um caráter brilhante e enérgico. Apesar dos enormes desafios técnicos para o pianista, Brahms evita a exibição do virtuosismo técnico como um mero fim em si mesmo, considerando sempre o solista como parte da trama sinfônica.


NOVEMBRO

Sábado 21 às 20h Domingo 22 às 18h

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/ FAURÉ / MOZART / DVOŘÁK


Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Eduardo Strausser regência Paola Baron harpa Marcelo Barboza flauta / GABRIEL FAURÉ 1845-1924 Pelléas et Mélisande, Suite Op. 80 (1898) 18’ - Prélude - Entr’act: Fileuse - Sicilienne - Mort de Mélisande / WOLFGANG AMADEUS MOZART 1756-1791 Concerto para Flauta, Harpa e Orquestra em Dó Maior, K. 299 (1778) 30’ - Allegro - Andantino - Rondo / ANTONÍN DVOŘÁK 1841-1904 Sinfonia N. 7 em Ré Menor, Op. 70 (1884) 35’ - Allegro maestoso - Poco adagio - Scherzo: Vivace - Finale: Allegro


Irineu Franco Perpetuo ĂŠ jornalista e tradutor, ministra cursos na Casa do Saber e colabora com a Revista Concerto.

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NOTAS DE PROGRAMA IRINEU FRANCO PERPETUO


GABRIEL FAURÉ (1845-1924) / PELLÉAS ET MÉLISANDE, SUITE

Poucas obras galvanizaram tanto a imaginação dos músicos da virada do século 19 para o 20 quanto a peça teatral Pelléas et Mélisande, estreada em 1883 pelo dramaturgo belga Maurice Maeterlinck (1862-1949). Marco do simbolismo por seu caráter alegórico e elusivo, a história de amor e morte inspirou partituras de criadores de primeira grandeza: uma ópera de Debussy, um poema sinfônico de Schönberg e música incidental de Sibelius. O primeiro compositor a se debruçar sobre o tema, contudo, foi Fauré – na época (1898), um dos mais influentes professores do Conservatório de Paris e organista da Igreja da Madeleine. A atriz britânica Patrick Campbell encomendou a ele música incidental para a primeira produção, em Londres, da peça de Maeterlinck e, posteriormente, o compositor extraiu dali uma suíte em quatro movimentos. Fauré empregou na obra trechos de realizações anteriores (como a música incidental para a peça O Burguês Fidalgo, de Molière, que aparece no terceiro movimento, Sicilienne), e contou com o auxílio de seu pupilo Charles Koechlin (1867-1950) para concluir a orquestração. A música está vazada no idioma lírico que caracteriza a produção do compositor francês e sua derradeira seção, que descreve a morte de Mélisande, foi executada no funeral de seu autor.

WOLFGANG AMADEUS MOZART (1756-1791) / CONCERTO PARA FLAUTA, HARPA E ORQUESTRA EM DÓ MAIOR, K. 299 No século 18,

a harpa estava longe de ser a mais óbvia das escolhas como instrumento solista. Assim, um concerto que a incluísse só poderia ser encomenda. No


ANTONÍN DVOŘÁK (1841-1904) / SINFONIA N. 7 EM RÉ MENOR, OP. 70 Com um sentido melódico inato, o tcheco Antonín Dvořák escre-

veu de forma prolífica em praticamente todas as formas existentes no seu tempo, da música de câmara à ópera. Sua linguagem consiste na estilização das formas rurais do folclore eslavo, submetidas a um sentimento desabridamente romântico que não exclui, contanto, o respeito às formas clássicas alemãs. “Agora estou ocupado com uma nova sinfonia, que deve ter dimensão para comover o mundo, e Deus queira que assim seja”: a frase da carta do compositor a Antonin Russ mostra o tamanho de sua empolgação com a encomenda de uma nova obra, feita pela Royal Philharmonic Society, de Londres. Fruto do sucesso das duas visitas anteriores de Dvořák à Inglaterra, o encargo vinha de uma entidade de

24 25 Notas de Programa Irineu Franco Perpetuo

caso de Mozart, o encargo viera do nobre melômano Adrien-Louis Bonnières de Souastre, conde de Guînes e antigo embaixador francês na Inglaterra. Harpista, a filha do conde era aluna de composição de Mozart, ao qual se pediu que escrevesse um concerto que unisse seu instrumento e o do pai – Guînes possuía uma flauta com uma articulação na parte inferior, que lhe permitia tocar ré bemol 3 e dó 3, alturas que o compositor não emprega em suas demais composições para o instrumento. Escrita em Paris, em 1778, quando o compositor tinha 22 anos, a obra logo se tornou fundamental tanto para o repertório da harpa, quanto para o da flauta. Elegante e exuberante, a peça parece refletir, em parte, o entusiasmo do compositor pelos intérpretes: em carta ao pai, ele afirma que Guînes “toca esplendidamente a flauta”, enquanto sua filha “é uma magnífica harpista: tem grande talento e, sobretudo, uma memória fora de série: toca todas as peças sem olhar para a partitura, e conhece mais de 200”. Tal estado de espírito, contudo, logo se modificaria. Mais tarde, em outra missiva, Mozart se queixa a seu pai de que Guînes “há quatro meses tem em seu poder um concerto meu para flauta e harpa que ainda não pagou”. A relação com o nobre inadimplente parece sintetizar as decepções que a capital francesa reservara ao músico austríaco que, frustrado com o provincianismo de sua Salzburgo natal, para lá se encaminhara em busca de fama, fortuna e um bom emprego. Mozart chegou a Paris em abril de 1778, logo compôs o concerto para Guînes, sofreu o calote e, em julho do mesmo ano, viu morrer a mãe, que o acompanhara na viagem. Frustrado e enlutado, deixou a cidade em setembro. Sob essa perspectiva, talvez o Concerto para flauta e harpa possa ser visto como o cartão de visitas musical que Mozart desejava apresentar a Paris, o retrato otimista de ilusões que, infelizmente, acabaram por não se realizar.


prestígio: a mesma que, 60 anos antes, requisitara a Beethoven a composição de sua Nona Sinfonia. Dvořák começou a trabalhar na obra em dezembro de 1884. Esteticamente, o compositor encontrava-se profundamente marcado pela primeira audição da Sinfonia N. 3 de seu amigo e incentivador Johannes Brahms (1833-1897), cujo apuro formal ele tanto admirava. Do ponto de vista pessoal, ainda lamentava a morte recente da mãe, a ponto de acrescentar à partitura uma nota de rodapé: “Dos Anos Tristes”. Talvez por isso a sinfonia (concluída em três meses, e inicialmente publicada como Sinfonia N. 2) também seja conhecida como Trágica. De acordo com o próprio Dvořák, o primeiro tema da sinfonia lhe acorreu em uma visita à estação ferroviária de Praga, ao ver camponeses tchecos chegando à cidade de trem. Como de hábito, o compositor enche a partitura de toques de ‘caráter nacional’: marchas, danças e canções de origem ou inspiração eslava percorrem toda a obra, embora com um pathos solene e dramático, dotando a sinfonia de um clima mais carregado do que o ambiente alegre e ensolarado que costumamos associar de modo mais frequente à sua música. Donald Tovey sintetiza: “O tom solene do final é amplamente justificado por cada tema e cada nota dessa grande obra, que jamais fica abaixo do mais elevado plano de música trágica, nem contém alguma linha que pudesse ter sido escrita por outro compositor que não fosse Dvořák”. A estreia, no St. James Hall, em Londres, em 1885, sob a batuta do próprio compositor, foi um sucesso, e a sinfonia tem estado no repertório das principais orquestras do planeta desde então.


DEZEMBRO

Sábado 05 às 20h Domingo 06 às 18h

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/ TONI / MENDELSSOHN BARTHOLDY / TCHAIKOVSKY


Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Claudio Cruz regência e violino / OLIVIER TONI 1926Recitativo para violino e cordas (1956) / FELIX MENDELSSOHN BARTHOLDY 1809-1897 Concerto para violino e orquestra de cordas, em Ré Menor (1844) 22’ - Allegro - Andante - Allegro / PIOTR ILITCH TCHAIKOVSKY 1840-1893 Sinfonia N. 4, Op. 36, em Fá Menor (1877-78) 44’ - Andante sostenuto - Andantino in moto di canzona - Scherzo: Pizzicatto ostinato - Finale: Allegro con fuoco


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NOTAS DE PROGRAMA LEANDRO OLIVEIRA

Leandro Oliveira 茅 compositor e music贸logo.


OLIVIER TONI (1926-) / RECITATIVO PARA VIOLINO E CORDAS

Fundador da Escola de Música da Universidade de São Paulo, Olivier Toni (1926) é responsável pela formação de inúmeras gerações de compositores e regentes brasileiros que, com ele, puderam usufruir a síntese das vertentes modernistas mais influentes no Brasil: aquela que acessou diretamente dos antípodas Hans Joachim Koelreutter e M. Camargo Guarnieri. O Recitativo para violino e cordas, de 1956, aponta já os termos desta síntese: internacionalismo e rigor, mas nunca sem paixão e encantamento.

FELIX MENDELSSOHN BARTHOLDY (1809-1897) / CONCERTO PARA VIOLINO E ORQUESTRA DE CORDAS, EM RÉ MENOR

Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847) foi considerado por muitos, a seu tempo, como um prodígio comparável apenas ao jovem Wolfgang Amadeus Mozart. Além de ser um brilhante pianista, já entre os 12 e os 15 anos, suas composições mostram uma produção razoável em extensão e domínio técnico. No período da composição de seu primeiro concerto para violino, entre 1821 e 1823, Mendelssohn havia composto doze sinfonias de cordas, um trio para cordas, uma sonata para violino e piano, três sonatas para piano, canções, cantatas, obras para orgão, entre outras peças. Este primeiro concerto contou com a colaboração de Eduard Rietz (1802-1832), que vinha a ser irmão mais velho do compositor e professor Julius Rietz (1812-1877) e com quem Mendelssohn cultivava, além da rotina de aulas de violino, uma estreita amizade: Eduard posteriormente servirá como spalla do maestro Men-


PIOTR ILITCH TCHAIKOVSKY (1840-1893) / SINFONIA N. 4, OP. 36, EM FÁ MENOR Da Sinfonia N. 4, Op. 36, de Piotr I. Tchaikovsky

(1840-1893), temos uma das poucas referências programáticas deixadas pelo compositor em primeira pessoa, enviada no dia 1 de março de 1878 a Nadezhda von Meck, sua mecenas. Diz o compositor: “Você me perguntou se existe um programa definido para esta sinfonia. Normalmente, em relação a uma obra sinfônica eu responderia: absolutamente nenhum. E, de fato, esta é a resposta para a sua pergunta. Como alguém pode colocar em palavras os sentimentos intangíveis que experimenta ao escrever um trabalho instrumental sem um assunto definido? Este é um processo puramente lírico e, essencialmente, um queimar da alma em música, similar à maneira em que um poeta se expressa no verso... Em nossa sinfonia (Tchaikovsky sempre se dirige assim a von Meck quando diz respeito à Quarta) existe um programa, ou seja, é possível expressar em palavras o que estou tentando dizer e para você, e somente a você, eu sou capaz e disposto a explicar o significado tanto do todo e dos movimentos separados. Claro, eu posso fazer isso apenas de uma forma geral. ” O que segue é uma narrativa típica romântica, sobre o confronto entre os anseios e necessidades individuais e as forças avassaladoras do Destino. Mas talvez o mais importante esteja na última frase da carta, quando o compositor comenta não haver “uma única linha na sinfonia que não sentisse como um verdadeiro eco da alma.” A peça estreou em Moscou com um sucesso insuspeito e na apresentação de São Petersburgo o compositor comenta: “se houve alguma obra sinfônica a causar furor após a execução, esta é a Quarta Sinfonia”.

31 30 Notas de Programa Leandro Oliveira

delssohn na lendária apresentação de 11 de março de 1829 da Paixão Segundo São Mateus, de Johann Sebastian Bach. Se hoje o concerto em ré menor - sem número de opus - segue virtualmente desconhecido, se deve em parte por conta do sucesso do concerto posterior, o de Op. 64, em mi menor, a última grande obra para orquestra do compositor.



No início do século 20, havia em São Paulo conjuntos orquestrais mantidos por associações e colégios, mas não uma orquestra profissional especializada em ópera. As companhias líricas internacionais que se apresentavam no Theatro Municipal traziam, além dos solistas, músicos e corais completos. Na década de 1920, uma orquestra profissional foi montada e passou a realizar apresentações esporádicas no Theatro Municipal, mas somente em 1939 o grupo tornou–se permanente e passou a se apresentar com maior frequência, sob o nome de Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo. Em 1949, um projeto de lei oficializou o conjunto, que passou a se chamar Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e a fazer parte das temporadas líricas e de dança do Theatro. Com atuações de destaque em todos esses anos, em 1940 a orquestra inaugurou o estádio do Pacaembu e, em 1955, tocou na reabertura de Theatro Municipal a ópera Pedro Malazarte, de Camargo Guarnieri, regida pelo próprio autor. Realizou, ainda, concerto em homenagem aos participantes dos Jogos Pan–Americanos de 1963, em São Paulo, e fez sua primeira excursão ao exterior em 1971, com todo o elenco, para apresentação da ópera II Guarany, de Carlos Gomes, no Teatro San Carlo, na Itália. Muitos mestres da música contribuíram para o crescimento da Orquestra Sinfônica Municipal, entre eles Arturo de Angelis, Zacharias Autuori, Edoardo Guarnieri, Lion Kasniefski, Souza Lima, Eleazar de Carvalho e Armando Belardi. Atualmente, John Neschling é o Diretor Artístico do Theatro Municipal de São Paulo e regente da Orquestra Sinfônica Municipal.

32 33 Biografias dos artistas

ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL DE SÃO PAULO


CORO LÍRICO MUNICIPAL DE SÃO PAULO Formado por cantores que se apresentam regularmente como solistas nos principais teatros do país, o Coro Lírico Municipal de São Paulo atua nas montagens de óperas das temporadas do Theatro Municipal, em concertos com a Orquestra Sinfônica Municipal, com o Balé da Cidade e em apresentações próprias. Desde 2013 sob o comando de Bruno Greco Facio, o grupo passou por um aprimoramento técnico e vocal e hoje conta com mais de 80 integrantes, prontos a interpretar diferentes papeis, em óperas cantadas em idiomas como o italiano, alemão, francês, russo e espanhol, como acontece na atual temporada. O Coro Lírico foi criado em 1939 e teve, como primeiro diretor, o maestro Fidélio Finzi, que preparou o grupo para a estreia em Turandot, em 13 de junho de 1939. Em 1947, Sisto Mechetti assumiu o posto de maestro titular e, somente em 1951, o coro foi oficializado, sendo dirigido posteriormente por Tullio Serafin, Olivero De Fabritis, Eleazar de Carvalho, Armando Belardi, Francisco Mignone, Heitor Villa-Lobos, Roberto Schnorremberg, Marcello Mechetti, Fábio Mechetti e Mário Zaccaro. O Coro Lírico Municipal recebeu os prêmios de Melhor Conjunto Coral de 1996, pela APCA, e o Carlos Gomes 1997 na categoria Ópera.


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regência e direção artística

Diretor Artístico do Theatro Municipal de São Paulo desde 2013, John Neschling voltou ao Brasil após alguns anos em que se dedicou à carreira na Europa. Antes desse período, e durante 12 anos, reestruturou a Osesp, transformando-a em um ícone da música sinfônica na América Latina. Durante a longa carreira de regente lírico, Neschling dirigiu musical e artisticamente os Teatros de São Carlos (Lisboa), St. Gallen (Suíça), Bordeaux (França) e Massimo de Palermo (Itália), foi residente da Ópera de Viena (Áustria) e se apresentou em muitas das maiores casas de ópera da Europa e dos Estados Unidos, em mais de 70 produções diferentes. Dirigiu ainda, nos anos de 1990, os teatros municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Como regente sinfônico, tem uma longa experiência frente a grandes orquestras dos continentes americano, europeu e asiático. Suas gravações têm sido frequentemente premiadas e o registro de Neschling para a Sinfonia N. 1 de Beethoven foi escolhido pela revista inglesa Gramophone como um dos melhores da história. No momento, o maestro grava pela produtora sueca BIS toda a obra sinfônica de Ottorino Respighi com a Orquestra Filarmônica Real de Liège. O terceiro volume da integral acaba de ser lançado e o quarto está em processo de finalização. Neschling nasceu no Rio de Janeiro em 1947 e sua formação foi brasileira e europeia. Seus principais mestres foram Heitor Alimonda, Esther Scliar e Georg Wassermann no Brasil, Hans Swarowsky em Viena e Leonard Bernstein nos Estados Unidos. É membro da Academia Brasileira de Música.

Biografias dos artistas

JOHN NESCHLING


BRUNO GRECO FACIO

regente do coro lírico

Paulistano, graduado em composição e regência pelas Faculdades de Artes Alcântara Machado, estudou sob a orientação dos mestres Abel Rocha, Isabel Maresca e Naomi Munakata. No ano de 2011, assumiu a regência do Collegium Musicum de São Paulo, tradicional coro da capital, dando continuidade ao trabalho musical do maestro Abel Rocha. Por 11 anos, dirigiu o Madrigal Souza Lima, trabalho responsável pela formação musical de jovens cantores e regentes. Em 2010, foi preparador do coro da Cia. Brasileira de Ópera, projeto pioneiro do maestro John Neschling que percorreu mais de 20 cidades brasileiras com a ópera O Barbeiro de Sevilha, de Gioachino Rossini. A convite do maestro Neschling, tornou–se regente titular do Coral Paulistano em fevereiro de 2013 e, em dezembro do mesmo ano, assumiu a direção do Coro Lírico do Theatro Municipal de São Paulo.


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soprano

Elaine de Morais estudou piano clássico e teoria musical no Conservatório Dramático e Musical de Guarulhos e canto na ULM - Tom Jobim, com Lenice Prioli. Em 2005, recebeu a Bolsa Vitae para aperfeiçoamento artístico. Participou de masterclasses com Carlos Vial, Kalud Kaludov, Eliane Coelho, Elena Obraztsova, Carlo Colombara, Cesar Tello, entre outros. Desde 2008, recebe orientação da professora Isabel Maresca. Cursou a oficina de interpretação para cantores no curso Ópera Estúdio de São Paulo e integrou o coral Sinfônico da Osesp. Atualmente é cantora do Coro Lírico Municipal de São Paulo e atua tanto como coralista quanto como solista. Trabalhou com maestros como Mara Campos, Ricardo Bernardes, Graham Griffiths, Jaime Guimarães, João Mauricio Galindo, Mário Zaccaro, José Maria Florêncio e Júlio Medaglia. Interpretou Lady Billows na estreia brasileira da ópera Albert Herring, de Britten, no Teatro São Pedro. Em 2007, no Theatro Municipal de São Paulo, foi Giovanna em concerto com trechos da ópera Ernani. Em 2008, fez Aida no Teatro Claudio Santoro e João e Maria no Centro de Cultura Judaica. Em 2009, participou de montagens de Yerma, de Villa-Lobos, no CPFL Cultura de Campinas; La Damoiselle Elue, de Debussy, no Theatro Municipal de São Paulo. Interpretou vários papéis na série Vesperais Líricas do Theatro Municipal de São Paulo. Em 2012, interpretou o papel de Duchesa na ópera Powder Her Face, de Thomas Adès, no CPFL Cultura de Campinas. Foi solista no Concerto de Abertura da Temporada 2013 e no Concerto Gala Lírica, ambos sob a regência de John Neschling. Interpretou Amelia em Um Ballo in Maschera, em 2013, no Palácio das Artes de Belo Horizonte, com regência de Marcelo Ramos e direção de Fernando Bicudo.

Biografias dos artistas

ELAINE DE MORAIS


LIDIA SCHÄFFER

mezzo-soprano

Bacharel em Canto pela Unesp, Lidia Schäffer vem se destacando no repertório de mezzo–soprano dramático e contralto. Foi premiada no 8° Concurso Carlos Gomes, em 1998, e no Concurso Nacional de Canto Edmar Ferretti, em 2005. Já atuou frente a grandes orquestras, como a Sinfônica Municipal de São Paulo, Experimental de Repertório, Osesp, Orquestra Sinfônica de Campinas, Filarmônica de Ribeirão Preto, Sinfonia Cultura e OSB; com maestros como John Neschling, Claudio Cruz, Roberto Tibiriçá, Aylton Escobar, Mário Zaccaro, Jamil Maluf e Luiz Fernando Malheiro. No Theatro São Pedro, atuou em Il Matrimonio Segreto, Un Ballo in Maschera e Carmen; no Theatro Municipal de São Paulo, em A Flauta Mágica, Andrea Chénier, Amelia al Ballo, A Valquíria e em O Crepúsculo dos Deuses. Participou da estreia brasileira de Midsummer Night’s Dream de Britten com a OSB. Recentemente, no Theatro Municipal de São Paulo, foi solista na Sinfonia N. 3, de Gustav Mahler; Mamma Lucia em Cavalleria Rusticana e Filipevna em Eugene Onegin. No Theatro São Pedro, foi Duenna em As Bodas no Monastério, de Prokofiev. Atualmente, integra o Coro Lírico do Theatro Municipal de São Paulo, desde 2002, e é orientada por Isabel Maresca.


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tenor

Com uma carreira internacional em franca ascensão, Fernando Portari estreou em 2010 com grande sucesso no mítico La Scala de Milão, em Fausto de Gounod, ao lado de Roberto Scandiuzzi. Recentemente esteve ao lado de Anna Netrebko na Staatsoper de Berlim, em Manon, de Massenet, sob a direção do maestro Daniel Barenboim. Apresentou–se nos teatros La Fenice de Veneza, na Ópera de Roma, no Teatro São Carlos de Lisboa, na Deutsche Oper de Berlim, além de Tóquio, Helsinki e Varsóvia. Atuou ainda em Anna Bolena, com Mariella Devia, no Teatro Massimo de Palermo, e em La Traviata na Ópera de Hamburgo e em Colônia. Apresentou-se em La Bohème em Berlim e em Sevilha, e interpretou Werther, de Massenet, no Teatro Bellini de Catania e em La Coruña. Em 2011, debutou na Ópera de Genebra interpretando Henri em Les Vêpres Siciliennes, de Verdi; e, no Teatro Liceo de Barcelona, no papel principal em Fausto, de Gounod. Em 2014, foi Don José em Carmen e, em 2015, Lensky em Eugene Onegin, montagens do Theatro Municipal de São Paulo.

Biografias dos artistas

FERNANDO PORTARI


CARLOS EDUARDO MARCOS

baixo

Carlos Eduardo graduou-se em Música e estudou canto lírico com Mitzi Frölich, Caio Ferraz e Benito Maresca. Já interpretou os principais papéis de seu registro nas óperas Otello, Nabucco, Aida, Rigoletto, La Forza Del Destino, Il Guarany, Condor, As Bodas de Fígaro, O Barbeiro de Sevilha, La Cenerentola, Il Signor Bruschino, The Rake’s Progress, Lohengrin, Gianni Schicchi, Madama Butterfly, Tosca, La Bohème, L’Elisir D’Amore, Pelléas et Mélisande, Salome, Ariadne Auf Naxos, Der Rosenkavalier, Jenufa, Il Matrimonio Segreto, La Serva Padrona, Hercules, Arianna, Candide, Orfeo, Amelia al Ballo, The Bear e A Hand of Bridge; e em estreias mundiais de óperas brasileiras como O Anjo Negro, de J. G. Ripper; A Tempestade, de R. Miranda; Eros-ion!, de P. Chagas; O Rei que Ninguém Viu, de A. Travassos; A Ceia dos Cardeais, de I. Lemos; e Olga, de J. Antunes. Seu repertório sinfônico inclui O Messias, de Händel; Paixão segundo São João, Paixão segundo São Mateus, Magnificat e Missa em Si Menor, de Bach; A Criação e As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz, de Haydn; Elias, de Mendelssohn, A Child of Our Time, de Tippett; L’Enfance du Christ, de Berlioz; Stabat Mater, de Rossini; Vespro Della Beata Vergine, de Monteverdi; Ganguzama e Salmo 130 ‘De Profundis’, de Mário Tavares; Cenas de Fausto, de Schumann; Stabat Mater, de Dvorák; e Les Noces, de Stravinsky. Já cantou sob a regência de Francesco La Vecchia, Gianluca Martinenghi, Gianluca Zampieri, Ira Levin, José Luis Domínguez, John Neschling, Karl Martin, Kristian Commichau, László Marosi, Isaac Karabtchevsky, Richard Armstrong, Carlos Moreno, Eduardo Strausser, Roberto Minczuk, Roberto Tibiriçá, Silvio Viegas, Victor Hugo Toro, entre outros. Atualmente é professor de canto lírico na Escola Municipal de Música.


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regente residente

Desde agosto de 2014, Eduardo Strausser é assistente do maestro John Neschling e regente residente do Theatro Municipal de São Paulo. Na atual temporada, regeu Otello, de Verdi, Eugene Onegin, de Tchaikovsky, Lohengrin, de Wagner, Ainadamar, de Osvaldo Golijov e Um Homem Só de Camargo Guarnieri. Entre 2012 e 2014, Strausser foi Diretor Artístico da Orchesterverein Wiedikon de Zurique e da Kammerorchester Kloten (Suíça); estudou na Zürcher Hochschule der Künste, onde recebeu com distinção os títulos de mestre e especialista na classe do renomado Professor Johannes Schlaefli. Participou de masterclasses com Bernard Haitink e David Zinman, na Suíça, e com Kurt Masur, em Nova York. Na temporada passada, Strausser se apresentou com a Kurpfälzischen Kammerorchester, de Mannheim, a Orquestra Sinfônica de Berna, a Südwestdeutsche Philharmonie de Konstanz, a Berliner Camerata e Luzern Festival Strings; com a Meininger Hofkapelle, dirigiu A Flauta Mágica, de Mozart. Em 2008, foi selecionado para participar do prestigiado Fórum Internacional de Regentes do Ferienkurse für Neue Musik em Darmstadt, onde teve a oportunidade de trabalhar com compositores como György Kurtág e Brian Ferneyhough. Em 2007, estudou análise e interpretação com Karlheinz Stockhausen em Kürten, Alemanha. Nascido em São Paulo, Eduardo Strausser estudou viola na infância e aos 16 anos teve suas primeiras aulas de regência.

Biografias dos artistas

EDUARDO STRAUSSER


RICARDO CASTRO

regência e piano

Estabeleceu-se na Europa em 1984, onde estudou piano com Maria Tipo e Dominique Merlet e regência com Arpad Gerecz. Premiado nos concursos da ARD de Munique, em 1987, e Geza Anda de Zurique, em 1988, alcançou renome internacional ao receber o primeiro lugar no Leeds International Piano Competition na Inglaterra, em 1993. Começou a tocar piano com três anos; aos cinco, passou a estudar com Esther Cardoso na Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, uma admissão extraordinária dada sua tenra idade. Três anos depois fez sua estreia num recital solo e, com 10 anos, tocou como solista com a Orquestra Sinfônica da UFBA. Seu percurso inclui apresentações nas mais prestigiadas salas de concerto do mundo, como Concertgebouw de Amsterdam, Musikverein de Viena, Theatre de Champs Elysées de Paris, e com renomadas orquestras, como a Gewandhaus Leipzig, BBC London Symphony, English Chamber Orchestra, Orquestra Filarmônica de Tóquio, Orquestra Tonhalle de Zurique, Orquestra Nacional Filarmônica de Varsóvia e Orchestre de la Suisse Romande. Hoje mantém uma atividade musical intensa e tem vários discos gravados para o selo BMG-Arte Nova e um duplo CD na Deutsche Grammophon. Leciona desde 1992 no mestrado da Haute École de Musique de Lausanne, Suíça, e dedica-se às atividades de integração e desenvolvimento social por meio da prática musical coletiva e de excelência. Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Juvenil da Bahia desde sua fundação, tornou-se em 2013 o primeiro brasileiro a receber o Honorary Memberships of the Royal Philharmonic Society, titulação iniciada em 1826 e concedida apenas 131 vezes em reconhecimento a importantes serviços prestados à música.


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harpa

Harpista Principal da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, Paola foi membro da Osesp, entre 2007 e 2014, e do Teatro Ópera e Ballet em Liubliana, Eslovênia. Formou-se com Patrizia Tassini no Conservatório J. Tomadini em Udine, com a nota máxima, e obteve o mestrado com Sarah O’Brien na Universidade Mozarteum em Salzburgo, com louvor. Frequentou o curso de pós-aperfeiçoamento no Conservatoire National Supérior de Musique em Lyon (França) com Fabrice Pierre. Colaborou como Harpista Principal com a Orquestra Fondazione Arturo Toscanini (dir. Lorin Maazel), Orchester der Tiroler Festspiele (dir. Gustav Kuhn), Birmingham Royal Ballet, entre outras. Atuou em concertos como solista, com conjuntos de câmara e com orquestras na Itália e no exterior (França, Alemanha, Áustria, EUA, Eslovênia, Croácia). Atualmente, entre outro projetos, se apresenta em duo com o flautista Marcelo Barboza. Participou em concursos nacionais e internacionais: entre outros, Concurso Internacional de Harpa dos EUA, Concurso Nacional F. Schubert (Primeiro Prêmio), X Concurso Nacional da Società Umanitaria di Milano (Primeiro Prêmio); em maio de 2002, ganhou o Segundo Prêmio no V. Salvi, o mais prestigioso Concurso de Harpa da Itália; em junho de 2007, ganhou o Primeiro Prêmio no Concurso Internacional da Associação Eslovena de Harpa. Desde 2012 é professora de harpa na Emesp e está concluindo seu doutorado sobre a obra de Luciano Berio e de Flo Menezes no Instituto de Artes da Unesp, sob a orientação do compositor Flo Menezes.

Biografias dos artistas

PAOLA BARON


flauta

Marcelo Barboza é um Associate of the Royal Academy of Music em Londres, igualmente respeitado pela solidez de seu trabalho orquestral e pela versatilidade como solista e camerista. Seus professores de flauta foram Mikhail Malt, Jean Noel Saghaard e Antônio Carlos Carrasqueira na USP, onde se formou. Posteriormente, fez Especialização e Mestrado na Royal Academy of Music e na University of London, na Inglaterra, onde estudou com William Bennett, Sebastian Bell, Richard Taylor e Lisa Beznosiuk (flauta barroca). Foi flautista da Osesp entre 1994 e 2002; paralelamente, desenvolveu uma sólida reputação na Europa, pontuada por gravações para o selo britânico Meridian Records e Dacapo (Dinamarca). Depois de um período vivendo na Suécia, regressou a São Paulo no início de 2006 para assumir o posto de primeira flauta da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal. Atuou na Ópera Real de Estocolmo, Orquestra de Câmara de Odense e na Carl Nielsen Filarmônica. Marcelo é professor de flauta na FAAM em São Paulo; já ministrou cursos nas academias de Estocolmo, Piteå e Odense, e nos festivais de Campos do Jordão, Brasília e Virtuosi em Recife. Desenvolve trabalho com o violonista Fábio Zanon, a harpista Paola Baron e as pianistas Clélia Iruzun e Lídia Bazarian.

Biografias dos artistas

MARCELO BARBOZA


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regência e violino

Iniciou-se na música com seu pai, o luthier João Cruz, e posteriormente recebeu orientações de Erich Lenninger, Maria Vischnia (violino) e George Olivier Toni (teoria e regência). Foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), Prêmio Carlos Gomes, Prêmio Bravo, Grammy Awards, entre outros. Nos últimos anos tem atuado como maestro convidado de várias orquestras brasileiras; regeu a Orquestra de Câmara de Osaka, New Japan Philharmonic, Hyogo Academy Orchestra, Hiroshima Symphony, Orquestra de Câmara de Toulouse, Orquestra Sinfônica de Avignon, Northern Sinfonia (Inglaterra), a Sinfonia Varsovia, Vogtland Philharmonie (Alemanha), Jerusalem Symphony Orchestra, entre outras. Foi diretor artístico e regente das montagens Lo Schiavo e Don Giovanni em Campinas, Rigoletto e La Bohème em Ribeirão Preto. De 1990 a 2012, ocupou o cargo de Spalla da Osesp. Atualmente é diretor artístico da Oficina de Música de Curitiba (música erudita) e regente e diretor musical da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo. Com esta última, participou do Festival MDR Musiksommer na Alemanha, em 2012; do Festival Young Euro Classic em Berlim, em 2013; do Festival Berlioz na França e do Grachtenfestival em Amsterdam, em 2014. Em março de 2015, apresentou-se em concertos no Lincoln Center em Nova York e no Kennedy Center em Washington.

Biografias dos artistas

CLAUDIO CRUZ



Diretor Artístico John Neschling

Primeirosviolinos Michelangelo Mazza (spalla) Pablo De León (spalla) Amanda Martins de Lima Martin Tuksa Adriano Mello Fabian Figueiredo Fábio Brucoli Fábio Chamma Fernando Travassos Francisco Krug Heitor Fujinami John Spindler Liliana Chiriac Paulo Calligopoulos Rafael Bion Loro Sílvio Balaz Victor Bigai Wellington Rebouças

Segundosviolinos Andréa Campos* Maria Fernanda Krug* Nadilson Gama André Luccas Djavan Caetano Edgar Leite Evelyn Carmo Helena Piccazio Mizael da Silva Júnior Oxana Dragos Ricardo Bem-Haja Ugo Kageyama

Violas

Alexandre De León* Silvio Catto* Tânia Campos Abrahão Saraiva Adriana Schincariol Bruno de Luna Cindy Folly Eduardo Cordeiro Eric Schafer Licciardi Jessica Wyatt

Violoncelos

Mauro Brucoli* Raïff Dantas Barreto* Mariana Amaral Alberto Kanji Charles Brooks Cristina Manescu Joel de Souza Maria Eduarda Canabarro Moisés Ferreira Teresa Catto

Contrabaixos

Sanderson Cortez Paz*** Taís Gomes*** Adriano Costa Chaves André Teruo Miguel Dombrowski Ricardo Busatto Vinicius Paranhos Walter Müller

Flautas

Cássia Carrascoza* Marcelo Barboza* Andrea Vilella Cristina Poles Renan Mendes

Oboés

Vagner Rebouças Daniel Filho**

Trompetes

Fernando Lopez* Marcos Motta* Breno Fleury Eduardo Madeira Thiago Araújo

Trombones

Eduardo Machado* Roney Stella* Hugo Ksenhuk Luiz Cruz Marim Meira

Harpa

Jennifer Campbell* Paola Baron*

Piano

Cecília Moita*

Percussão

Marcelo Camargo* César Simão Magno Bissoli Sérgio Ricardo Silva Coutinho Thiago Lamattina

Tímpanos

Danilo Valle* Márcia Fernandes*

Gerente da Orquestra Manuela Cirigliano

Assistente

Mariana Bonzanini

Alexandre Ficarelli* Rodrigo Nagamori* Marcos Mincov Rodolfo Hatakeyama** Victor Astorga**

Inspetor

Camila Barrientos Ossio* Tiago Francisco Naguel* Diogo Maia Santos Domingos Elias Marta Vidigal

Aprendiz

Clarinetes

Fagotes

Fábio Cury* Matthew Taylor* Marcelo Toni Marcos Fokin Osvanilson Castro

Trompas

André Ficarelli* Thiago Ariel* Eric Gomes da Silva Rafael Fróes Rogério Martinez

Carlos Nunes

Montadores Alexandre Greganyck Paulo Broda Rafael de Sá Gabriel Cardoso Vieira *Chefe de Naipe **Músico Convidado ***Chefe de Naipe Interino

Coro Lírico Municipal de São Paulo Regente Titular Bruno Greco Facio

Regente Assistente Sergio Wernec

Pianistas

Marcos Aragoni Marizilda Hein Ribeiro

Sopranos Adriana Magalhães Angélica Feital Antonieta Bastos Berenice Barreira Cláudia Neves Elayne Caser Elaine Moraes Elisabeth Ratzersdorf Graziela Sanchez Jacy Guarany Juliana Starling Laryssa Alvarazi Marcia Costa Marivone Caetano Marta Mauler Milena Tarasiuk Monique Corado Rita Marques Rosana Barakat Sandra Félix Sarah Chen Viviane Rocha

Mezzo-Sopranos Ana Carolina Sant’Anna * Carla Campinas Caroline Jadach * Cláudia Arcos Erika Belmonte Juliana Valadares Keila de Moraes Marilu Figueiredo Mônica Martins Robertha Faury *

Contraltos

Celeste Moraes Clarice Rodrigues Elaine Martorano Lidia Schäffer Ligia Monteiro Magda Painno Maria Favoinni Vera Ritter

Tenores

Alex Flores Alexandre Bialecki

Antonio Carlos Britto Dimas do Carmo Eduardo Góes Eduardo Pinho Eduardo Trindade Fernando de Castro Gilmar Ayres Luciano Silveira Luiz Doné Marcello Vannucci Márcio Valle Miguel Geraldi Paulo ChamiéQueiroz Renato Tenreiro Rubens Medina Rúben de Oliveira Sérgio Macedo Valter Estefano Walter Fawcett

Barítonos

Alessandro Gismano Daniel Lee David Marcondes Diógenes Gomes Eduardo Paniza Guilherme Rosa Jang Ho Joo Jessé Vieira Marcio Marangon Miguel Csuzlinovics Roberto Fabel Sandro Bodilon Sebastião Teixeira

Baixos

Claudio Guimarães Fernando Gazoni Leonardo Pace Marcos Carvalho Matheus França Orlando Marcos Rafael Thomas Rogério Nunes Sérgio Righini

Assistentes Administrativas Elisabeth De Pieri Eugenia Sansone

Inspetoria

Juliana Tondin Mengardo

Montador

Bruno Silva Farias *Músico convidado

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Pedro Visockas Roberta Marcinkowski Tiago Vieira

Fichas Técnicas

ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL DE SÃO PAULO


PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO

Secretárias Marcia de M. Silva Monica Propato

Assistente de Coordenação

Prefeito

Egberto Cunha

Milton Tadashi Nakamoto

Fernando Haddad

Secretário Municipal de Cultura Nabil Bonduki

FUNDAÇÃO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO Conselho Deliberativo Nabil Bonduki (Presidente) Leonardo Martinelli Pablo Zappelini de León

Direção Geral José Luiz Herencia

Diretora de Gestão

Carolina Paes Simão

Diretor de Formação

Leonardo Martinelli

INSTITUTO BRASILEIRO DE GESTÃO CULTURAL Presidente do Conselho Cláudio Jorge Willer

Diretor Executivo

William Nacked

Diretor Financeiro Neil Amereno

Diretor Artístico

John Neschling

Cerimonial Bilheteria

Nelson F. de Oliveira

Diretoria Artística Assessoria de Direção Artística

Eduardo Strausser Thomas Yaksic Clarisse De Conti

Secretária

Eni Tenório dos Santos

Aprendiz

Carolyni Amorim Marques da Silva

Coordenação de Programação Artística João Malatian

Diretor Técnico Juan Guillermo Nova

Assistente de Direção Técnica Daniela Gogoni

Diretor de Palco Cênico Ronaldo Zero

Assistente de Direção de Palco Cênico Caroline Vieira

Assistente de Direção Cênica Residente Julianna Santos Segunda Assistente de Direção Cênica Ana Vanessa

AUXILIAR ADMINISTRATIVA Ana Luiza Alves

DIREÇÃO DE PRODUÇÃO

Figurinista Residente

Bernardo Guerra

Imme Moller

Direitos Autorais Olivieri Advogados Associados

Diretoria Geral Assessora Maria C. G. de Freitas

Produção de Figurinos Fernanda Câmara

Arquivo Artístico Coordenadora Maria Elisa P.

Pasqualini

Copistas e Arquivistas

Paulo M. de S. Filho

Acervo de Ferramentas

Marcelo Luiz Frozino

Chefe de Contrarregragem João Paulo Gonçalves

Ariel Oliveira Cássio Mendes Guilherme Prioli Jonatas Ribeiro Karen Feldman Leandro José Silva Paulo César Codato Raíssa Encinas Roberto Dorigatti

Técnicos de Palco Maquinistas

Costura Emília Reily

Acervo de Figurinos Assistente Ivani Rodrigues Umberto

AUXILIAR ADMINISTRATIVA

Alberto dos Santos Aristides da Costa neto Carlos Roberto Ávila Ivaildo Bezerra Lopes Peter Silva M. de Oliveira Uiler Ulisses Silva Wilian Danieli Peroso

Ana Claudia R. Aragues

Maria de Fátima

Mecânica cênica

Ação Educativa

Alex Sandro N. Pinheiro Anderson S. de Assis

Carregadores

AUXILIAR ADMINISTRATIVA

Alana dos Santos Schambacler

Centro de Documentação Chefe de seção Mauricio Stocco

Contrarregras

Eneas R. Leite Neto Paloma Neves da Costa Sandra S. Yamamoto

Aprendiz

Equipe

Carlos Eduardo Santos

Lumena A. de M. Day

Sérgio Luis Ferreira

Diretoria de Produção Produção Executiva Anna Patrícia Nathália Costa Rosa Casalli

Produtores

Aelson Lima Pedro Guida Nivaldo Silvino

Assistente de Produção Arthur Costa

APRENDIZ

Laysa Padilha de Souza Oliveira

Palco Chefe da Cenotécnica Aníbal Marques (Pelé)

Chefe de Maquinária Thiago dos S. Panfieti

Subchefe de Maquinária

Chefe de Som

Operadores de Som

Daniel Botelho Kelly Cristina da Silva

Chefe de Iluminação

Valéria Lovato

Iluminadores Fernando Azambuja Igor Augusto F. Oliveira Lelo Cardoso Olavo Cadorini Ubiratan Nunes Camareiras Alzira Campiolo Isabel Rodrigues Martins Katia Souza Lindinalva M. Celestino Maria Auxiliadora Maria Gabriel Martins Marlene Collé Nina de Mello Regiane Bierrenbach Tonia Grecco

CENTRAL DE PRODUÇÃO “CHICO GIACCHIERI” Coordenação de

Acervo de Cenário

Ermelindo Terribele

Expediente

José Carlos Souza José Lourenço Paulo Henrique Souza Carlos da S. Ribeiro Marcos C. Rocha Rui da Silva Costa

AUXILIAR ADMINISTRATIVO Luiz Carlos Lemes Maria Aparecida Gonçalo da Silva

Diretoria de Gestão Cristina G. Nunes João Paulo A. Souza Juçara A. de Oliveira Juliana do Amaral Torres Oziene O. dos Santos Paula Melissa Nhan Carlos A. De Cicco Ferreira Filho Catarina Elói de Oliveira

Estagiários

Guilherme Telles Andressa P. de Almeida

Diretoria de Formação Assessora Helen Gallo

ASSISTENTE ARTÍSTICO Tiago Gati

Escola Municipal de Música de São Paulo Diretor Antonio Tavares


Valdemir Aparecido da Silva

AUXILIAR ARTÍSTICO

Ananias Diego Silva Luciana Cadastra Marcio Aurélio O. Cameirão Meire Lauri

Maíra Ferreira

Compras e Contratos

Jéssica Elias Secco

George A. Rodrigues Marina Aparecida Augusto

Assistente Técnica Equipe

Maria A. Malcher Grazieli A. Guerra

Montadores

José Roberto Silva Ricardo Farão

Estagiárias

Gabriela Carolina Assunção Souza Aline R. de Souza

Escola de Dança de São Paulo Coordenadora Artística Susana Yamauchi

Assistente Artístico Luis Ribeiro

Projetos Especiais

Daniela Stasi

Infraestrutura

Marly da S. dos Santos Antonio Teixera Lima Eva Ribeiro Israel Pereira de Sá Luiz Antonio de Mattos Maria Apa da C. Lima Pedro B. Nascimento Rita de Cássia S. Banchi Wagner Cruz

Almoxarifado

Nelsa A.Feitosa da Silva

Bens Patrimoniais

José Pires Vargas

Informática

Assistência Administrativa

Ricardo Martins da Silva Renato Duarte

Roberto Quaresma Adriana Menezes Ana Paula Sgobi

Estagiários

Victor Hugo A. Lemos Yudji A. Otta

Irinéia da Cruz

Lilian Jaha

Alexandre Malerba Angélica da Silva Marina Oliveira Vanessa Reis

Narciso Martins Leme

equipe

Estagiários

Assistência Administrativa Alexandre R. Bertoncini

Seção de Pessoal Cleide C. da Mota José Luiz P. Nocito Tarcísio Bueno Costa

Arquitetura

Seção Técnica de Manutenção Estagiário Vinícius Leal

GERENTE DE COMUNICAÇÃO Marcos Fecchio

ANALISTA DE COMUNICAÇÃO Gisele Pennella

Editor

Parcerias

Gabriel Navarro Colasso

Suzel Maria P. Godinho

Fernanda Perez

Contabilidade Alberto Carmona Alexandre Quintino

EDITORA WEB

COORDENADORA DE IMPRENSA Amanda Sena

ASSESSORAS DE IMPRENSA Caroline Zeferino Vanessa Beltrão

REVISÃO MUSICAL Paschoal Roma

ESTAGIÁRIAS

Beatriz Cunha Paola Micheletti

Design Gráfico Kiko Farkas/ Máquina Estúdio

Designer Assistente Ana Lobo

Atendimento Michele Alves

Impressão Formags Gráfica e Editora LTDA

Agradecimento Escarlate

48 49

Assistente de Direção

Fichas Técnicas

Ribeiro


A Caixa Econ么mica Federal apresenta os Concertos da Orquestra Sinf么nica Municipal nos dias 6, 14 e 21 de novembro e 5 de dezembro no Theatro Municipal de S茫o Paulo.


AMIGOS DO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO O Programa Amigos do Theatro Municipal de São Paulo (TMSP) permite que pessoas físicas façam contribuições ao Theatro Municipal, sendo que o valor da doação pode ser deduzido em 100% na sua próxima declaração de Imposto de Renda, respeitando-se o limite de 6% do total devido. Contribua com o aprimoramento do trabalho artístico do Theatro, com a realização de ações de sensibilização de novos públicos e com as Escolas de Música e de Dança do Theatro Municipal. Ao participar, você recebe um cartão de Amigo do Theatro e desfruta de benefícios, de acordo com o valor doado, como descontos em ingressos e assinaturas, programas das óperas, ingressos para concertos, convites para eventos especiais, dentre várias outras vantagens.

Contatos para doações T +55 (11) 4571 0454 - Seg. a Sex. / 10 às 17h e amigos@theatromunicipal.org.br Mais informações no site www.theatromuinicipal.org.br


/ PLANO 1

R$ 100 a 499,99

· Cartão de associado · Divulgação do nome no site e no relatório anual do TMSP1 · Retirada gratuita de um Programa de cada ópera na Temporada Lírica 20152 · 10% de desconto no valor de uma assinatura anual para a Temporada Lírica 2016 · 10% de desconto na compra de até quatro ingressos avulsos para qualquer evento da Fundação TMSP na Temporada 20153

/ PLANO 2

R$ 500 a 1.999,99

Benefícios do Plano 1 + · Ampliação do desconto para 20% no valor de uma assinatura anual para a Temporada Lírica 2016 · Ampliação do desconto para 20% na compra de até quatro ingressos avulsos para qualquer evento da Fundação TMSP na Temporada 20153 · Um par de ingressos para um concerto na Sala do Conservatório4

/ PLANO 3

R$ 2 MIL a 9.999,99

Benefícios do Plano 2 + · Ampliação do desconto para 30% no valor de uma assinatura anual para a Temporada Lírica 2016 · Ampliação do desconto para 30% na compra de até quatro ingressos avulsos para qualquer evento da Fundação TMSP na Temporada 20153 · Um par de ingressos para dois concertos na Sala do Conservatório4 · Uma visita exclusiva ao edifício histórico do TMSP para o doador e sua família5

/ PLANO 4

R$ 10 MIL a 24.999,99

Benefícios do Plano 3 + · Ampliação do desconto para 40% no valor de uma assinatura anual para a Temporada Lírica 2016 · Ampliação do desconto para 40% na compra de até quatro ingressos avulsos para qualquer evento da Fundação TMSP na Temporada 20153 · Um par de ingressos para um concerto no TMSP4

/ PLANO 5

CONSELHO DE AMIGOS DO THEATRO a partir de R$ 25 MIL

Benefícios do Plano 4 + · Ampliação do desconto para 50% no valor de uma assinatura anual para a Temporada Lírica 2016 · Ampliação do desconto para 50% na compra de até quatro ingressos avulsos para qualquer evento da Fundação TMSP na Temporada 20153 · Um par de ingressos para dois concertos no Theatro Municipal4 · Acesso ao camarim do TMSP para cumprimentos ao maestro e solistas6 · Uma visita monitorada ao edifício histórico do TMSP para programas e/ou instituições sociais indicados pelo doador7 · 10% de desconto nas refeições realizadas no restaurante do TMSP8 · Convite para integrar o Conselho de Amigos do TMSP9

1 A divulgação do nome do doador é opcional. // 2 Válido para um Programa por ópera, apresentando o cartão de associado nas mesas de compra dentro do Theatro. // 3 Válido para produções da Fundação Theatro Municipal do São Paulo, apresentando o cartão de associado diretamente na bilheteria, de acordo com a disponibilidade de assentos. // 4 Válido para produções do Theatro Municipal do São Paulo, exceto óperas, de acordo com a disponibilidade de assentos. Os ingressos devem ser solicitados com até 3 dias úteis de antecedência à apresentação. // 5 Máximo de 10 pessoas. // 6 O acesso ao camarim deve ser solicitado com até 3 dias úteis de antecedência à apresentação. // 7 Máximo de 30 pessoas. // 8 Desconto válido para até 4 pessoas, não incluindo bebidas, mediante apresentação do cartão de associado, durante o ano de 2015. // 9 A participação no Conselho de Amigos do Theatro Municipal de São Paulo é opcional.


mantenedor - série domingos II

patrocinador mantenedor - série terças

patrocinador - série sábados

patrocinador

patrocinador - série mista II

copatrocinador

agência de negócios e relações institucionais

execução

realização

patrocinador - série mista III

apoiador

patrocinador - série quintas



MUNICIPAL. O PALCO DE Sテグ PAULO


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