Sala do Conservatório: outubro /novembro/ dezembro de 2015

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PRAÇA DAS ARTES SALA DO CONSERVATÓRIO / OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO



PRAÇA DAS ARTES SALA DO CONSERVATÓRIO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO TEMPORADA 2015



04 Quarteto da Cidade: Haydn & Mozart

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Coral Paulistano encontra a Dança: Gigas

10 Quarteto da Cidade: Lançamento do cd “ao vivo de Chicago”

12 Quarteto da Cidade: Lacerda & Villa-Lobos

14 Quarteto da Cidade: Haydn & Mozart

16 Coral Paulistano encontra a Dança: Maracatus e Afros

18 Coral Paulistano encontra a Dança: Valsas

20 Quarteto da Cidade: Bartók

22 Biografias dos artistas

30 Amigos do TMSP


Marcelo Jaffé é violista do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo

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OS 80 ANOS DO QUARTETO DE CORDAS DA CIDADE DE SÃO PAULO MARCELO JAFFÉ


O ano é 1935 e o personagem, Mário de Andrade. Um convite do prefeito o levou à direção do Departamento de Cultura da cidade que mais crescia no Brasil, São Paulo. Sempre preocupado com o saber do brasileiro, começou uma revolução. Orquestra, coro, biblioteca, tudo organizado. Mas o músico Mário sabia que faltava alguma coisa, que apenas a intimidade podia trazer. A “conversa em alto nível”, como bem definiu Goethe, o Quarteto de Cordas. Nasceu assim o Quarteto Haydn, que mais tarde seria chamado de Quarteto Municipal até finalmente o nome atual, Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, em 1981. A premissa era simples – difundir a música de câmara europeia e fomentar a criação de repertório por compositores brasileiros. A trajetória mostra que a ideia era boa. Além de apresentar ao público o repertório tradicional, o Quarteto tocou obras de Villa-Lobos, Mignone, Guarnieri, Lacerda, Santoro, Almeida Prado, entre outros, dedicadas ao grupo. O ano agora é 2015. Muita coisa a se comemorar, e por isso, duas séries especiais. Em uma delas, o começo do quarteto, ainda no Século 18, como resultado de uma relação inspiradíssima entre Haydn e Mozart. O ponto culminante resulta em uma revolução e um estudo: os Opus 33 de Haydn e os quartetos ‘dedicados a Haydn’ de Mozart. Na outra série, efemérides. Junto com o nosso aniversário, os 150 anos do nascimento de Jean Sibelius e os 40 e 70 do falecimento de dois compositores que contribuíram de forma magistral para o repertório de quarteto: Dmitri Shostakovich e Béla Bartók. O local não poderia ser mais adequado. A Sala do Conservatório foi reformada especialmente para valorizar a sonoridade do Quarteto. E uma boa festa tem que ter convidados, que não foram esquecidos. Elegância, sofisticação, inspiração, eles trazem componentes indispensáveis. Fica a pergunta: será que Mario imaginaria que 80 anos depois o seu Quarteto continuaria a pleno vapor?




Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo / JOSEPH HAYDN 1732-1809 Quarteto em Sol Maior, Op. 33, N. 5 (1781) 24’ - Vivace assai - Largo e cantábile - Scherzo: Allegro - Finale: Allegretto

OUTUBRO Quinta 15 às 20h Sala do Conservatório

/ WOLFGANG A. MOZART 1756-1791 Quarteto N. 14 em Sol Maior, K. 387 (1782) 33’ - Allegro vivace assai - Menuetto - Andante cantabile - Molto allegro

9 8 Quarteto no Conservatório

/ 80 ANOS DO QUARTETO DA CIDADE: HAYDN & MOZART


Em 1772, Haydn, aos 40 anos, já era um compositor consagrado, com mais de 40 sinfonias, 30 quartetos, 20 sonatas para piano, missas, concertos... a lista é impressionante. É nesta época que ele escreve seus Quartetos do Op. 20, obras cheias de vitalidade e alegria. A próxima década se mostra ainda mais produtiva para o ‘chefe’ da música no castelo do Príncipe Esterhazy. Responsável pela arregimentação de músicos, organização de ensaios, composição de música para os eventos, Haydn tem pouco tempo para pensar em quartetos de cordas. Uma mudança na sua relação profissional com o Príncipe reacende o seu interesse pelo gênero abandonado – ele pode finalmente vender as suas composições. Surgem os Quartetos do Op. 33, escritos ‘de uma maneira nova’, no ano de 1781. A revolução dos quartetos começa aí. No mesmo ano de 1772, Mozart não passa de um menino de 16 anos tentando encontrar o seu espaço no mundo da música profissional. Não mais uma criança prodígio, encontra dificuldades de relacionamento com o novo Arcebispo de Salzburgu, que o contrata com um salário muito abaixo das suas expectativas. Em uma viagem a Viena no ano seguinte, em busca de uma posição melhor, o contato com os Op. 20 de Haydn estimula Mozart a compor os seus Quartetos de Viena. A posição não vem e os próximos anos marcam o desenvolvimento da carreira de Mozart, bem como tentativas de encontrar emprego em viagens para lugares como Munique, Paris e Manheim. Não seria então uma coincidência que em 1782, depois de ouvir os quartetos do Op. 33 de Haydn, um impressionado Mozart mais uma vez se sentisse estimulado a escrever os seus próprios filhos. É desta maneira que ele se refere aos 6 quartetos que dedica a ‘Papa’ Haydn, e, como se não fosse o suficiente, o primeiro quarteto do seu ciclo, o K. 387, foi escrito na mesma tonalidade do Op. 33, N. 5, o mais famoso e o que na verdade foi também o primeiro a ser escrito no ciclo de Haydn. No programa de hoje, o Sol é Maior. Marcelo Jaffé Violista do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo


Coral Paulistano Mário de Andrade

OUTUBRO Sábado 17 às 17h

11 10 Coral Paulistano no Conservatório

/ CORAL PAULISTANO ENCONTRA A DANÇA: GIGAS


No mês de outubro, o Coral Paulistano Mário de Andrade apresenta um encontro com as Danças Barrocas e passeia pela sonoridade das danças populares da época, apresentando a Giga, dança de origem francesa, caracterizada pelos pequenos passos e movimentos delicados e elegantes; o Minueto, que foi muito popular na corte de Luís XIV, difundindo-se pela Europa nos séculos 17 e 18; a Passacaglia, nascida no início do século 17, na Espanha, como um interlúdio entre o acompanhamento instrumental e as canções; e a Sarabanda, dança popular da Espanha que ganhou espaço na corte francesa no século 17. Entre outros compositores, Johann Sebastian Bach, deu à sarabanda um lugar privilegiado em muitas de suas composições. O Coral Paulistano compõe neste concerto um cenário de música vocal e instrumental, remetendo à França dos séculos 17 e 18.

Martinho Lutero Galati de Oliveira Diretor artístico do Coral Paulistano Mário de Andrade


Lançamento do cd “ao vivo de Chicago” / OSVALDO LACERDA 1927-2011 Quarteto N. 1 (1952) 20’ - Prelúdio e Fuga - Aria - Dansa / HEITOR VILLA-LOBOS 1887-1959 Quarteto N. 5 (1931) 20’ - Poco andantino - Vivo e enérgico - Andantino - tempo giusto e bem ritmado - Allegro

NOVEMBRO Quinta 05 às 20h

13 12 Quarteto no Conservatório

/ 80 ANOS DO QUARTETO DA CIDADE: LACERDA & VILLA-LOBOS


Um dia toca o telefone na sala do Quarteto no Theatro Municipal. Reunião com a Diretora. Aparentemente, a Embaixada brasileira em Damasco finalmente tinha encontrado uma opção de programa que pudesse mostrar um pouco da cultura do Brasil diferente do binômio samba/ futebol: um concerto de música de câmara. E o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo era o convidado. Mais, o Consulado brasileiro em Chicago ouviu falar desta programação e também abraçou a ideia. De repente, o que seria apenas um concerto se torna uma turnê, com direito a masterclasses e até programa de rádio. Tudo combinado, pegamos o avião para Chicago, que nos recebeu com tempo bom, sem o seu tradicional vento gelado. Nosso primeiro compromisso era com a WFMT, tradicional emissora de música de concerto americana. A sala era maravilhosa, os equipamentos, excelentes, e o entrevistador, Kerry, sabia mais de música brasileira que muitos de nós. Concerto ao vivo, transmitido para mais de 200 mil pessoas! Na seqüência, masterclass e concerto na Universidade de Illinois, concerto na Loyola, mais uma surpresa, concerto e masterclass na Universidade de Indiana, na Sala Leopold Auer! De volta a Chicago, um último concerto no Art Institute. Mas a aventura ainda não tinha acabado. Da moderníssima Chicago para a antiqüíssima Damasco, em algumas horas. Saem os magníficos arranha céus e entra o tradicional mercado, os cheiros exóticos. O que não muda é o nosso repertório, escolhido a dedo para mostrar momentos da nossa história da música. Osvaldo Lacerda e sua simplicidade paulista no seu Quarteto N. 1, obra dedicada ao Quarteto Municipal em 1952, Carlos Gomes mesclando infância e maturidade com sua Sonata O Burrico de Pau com cara de opereta, obra de 1894, e como não poderia deixar de ter, Villa-Lobos com seu criativo, curioso e diferente Quarteto N. 5, da fase didática brasileira da década de 1930. A calorosa receptividade do público a este programa, tão brasileiro, nos EUA e na Síria, foi o que nos estimulou a usar a gravação do programa de rádio para a realização deste CD. Afinal, segundo Mário de Andrade, uma das funções deste Quarteto é a de difundir a música de câmara brasileira. Agora temos o que oferecer a todos os que nos pediam uma gravação. Marcelo Jaffé Violista do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo


Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo / JOSEPH HAYDN 1732-1809 Quarteto em Ré Maior, Op. 33, N. 6 (1781) 20’ - Vivace assai - Andante - Scherzo: Allegretto - Finale: Allegretto

NOVEMBRO Quinta 19 às 20h

/ WOLFGANG AMADEUS MOZART 1756-1791 Quarteto N. 18 em Lá Maior, K. 464 (1785) 32’ - Allegro - Menuetto and Trio - Andante - Allegro non tropo

15 14 Quarteto no Conservatório

/ 80 ANOS DO QUARTETO DA CIDADE: HAYDN & MOZART


É muito difícil escrever sobre estes dois compositores, mas adjetivos não faltam. Simples, ao mesmo tempo arrojados. Simples, ao mesmo tempo surpreendentes. Simples e absolutamente geniais. Mas por que, se são considerados simples, os quartetos de Haydn e Mozart exigem tanta maturidade? No ano em que o Quarteto da Cidade comemora seus 80 anos, pode ser que tenhamos encontrado algumas respostas para esta pergunta. A realidade só pode ser uma – uma conversa entre dois gênios só pode ser muito especial. Uma conversa em altíssimo nível. O último concerto da série Haydn & Mozart traz obras em tonalidades diferentes. O primeiro movimento tem o humor alegre, geralmente reservado para um final. Seu desenvolvimento é curto, mas harmonicamente interessante. Haydn equilibra as seções ao continuar elaborando os temas na recapitulação, algo muito pouco usual. No segundo movimento, a melodia é várias vezes apresentada pelo segundo violino e a viola, enquanto o primeiro violino sustenta uma nota aguda como um órgão, efeito muito apreciado por Mozart. O terceiro movimento consiste em duas seções, que, ao contrário do costume, não são contrastantes de humor, mas sim complementares. No Scherzo, acentos no último tempo dos compassos produzem um efeito altamente bem-humorado. Mais engraçado é o Trio, rude, com o violoncelo em desajeitadas imitações canônicas. O Finale usa um modelo que se tornaria muito apreciado por Haydn. Ele apresenta o tema, uma alegre melodia em tom maior. Em seguida, uma ideia contrastante no modo menor. Depois, variações sobre essas duas ideias e, finalmente, uma conclusão com o primeiro tema modificado. Um dos quartetos mais longos de Mozart, de caráter brilhante, mas com grande economia na escrita. O final é monotemático como os que Haydn sempre escrevia, com todo o desenvolvimento decorrente das duas frases iniciais, e os outros movimentos usam uma quantidade muito pequena de material melódico, inclusive para suas seções de desenvolvimento. No minueto, por exemplo, tudo se apóia basicamente em dois pequenos motivos. Beethoven dizia que este quarteto, com suas técnicas de contraponto complexas, era a maneira de Mozart de dizer ao mundo: “Olha o que eu poderia produzir, se vocês estivessem prontos.”

Marcelo Jaffé Violista do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo


Coral Paulistano Mário de Andrade

NOVEMBRO Sábado 21 às 17h

17 16 Coral Paulistano no Conservatório

/ CORAL PAULISTANO ENCONTRA A DANÇA: MARACATUS E AFROS


No mês de novembro, o Coral Paulistano Mário de Andrade apresenta um encontro com as danças folclóricas de origem afro-brasileira, dentre elas, o Maracatu, típico do estado de Pernambuco. O Maracatu surgiu em meados do século 18, a partir das misturas entre as culturas portuguesa, indígena e africana. Gradualmente, o Maracatu passou a ser caracterizado como um fenômeno típico dos carnavais de Recife, como ocorreu com o Frevo e outras manifestações populares brasileiras. Os maracatus dançam ao som do tarol, zabumba e ganzás e remetem às danças do candomblé, além de representarem diferentes personagens, dentre eles, reis e rainhas, príncipes, Yabás, que são as escravas, e os batuqueiros, que animam o cortejo. Neste encontro o grupo passeia pelas diversas faces da música de origem e inspiração africanas.

Martinho Lutero Galati de Oliveira Diretor artístico do Coral Paulistano Mário de Andrade


Coral Paulistano Mário de Andrade

DEZEMBRO Sábado 05 às 17h

19 18 Coral Paulistano do Conservatório

/ CORAL PAULISTANO ENCONTRA A DANÇA: VALSAS


No mês de dezembro, o Coral Paulistano Mário de Andrade apresenta um encontro com a Valsa, dança nascida na Áustria e Alemanha no início do século 19, inspirada no minueto e no laendler. A valsa surgiu primeiramente como uma dança, sendo posteriores as composições como gênero musical. Um dos compositores mais famosos deste gênero foi Johann Strauss. A valsa chegou ao Brasil com a vinda da corte portuguesa em 1808, e em 1816, o músico austríaco Sigismund von Neukomm, professor de D. Pedro I, trouxe a valsa vienense, que fez sucesso entre a nobreza e demais classes sociais, dando origem também a outros ritmos, como as serestas. Historiadores encontraram no diário de Neukomm, indícios de que as primeiras valsas compostas no Brasil foram de autoria de D. Pedro I. Entre os músicos brasileiros que fizeram obras neste gênero estão os compositores Villa-Lobos, Carlos Gomes, Ernesto Nazaré, Chiquinha Gonzaga, Zequinha de Abreu, Pixinguinha, Tom Jobim e Chico Buarque.

Martinho Lutero Galati de Oliveira Diretor artístico do Coral Paulistano Mário de Andrade


Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo / CLÓVIS PEREIRA Quarteto de Cordas em Lá maior – Nordestinados 23’ - Allegro - Moderato - Allegro molto / BÉLA BARTÓK 1881-1945 Quarteto de Cordas N. 5, Sz. 102 (1934) 30’ - Allegro - Adagio molto - Scherzo: alla bulgarese - Andante - Finale: Allegro vivace

DEZEMBRO Quinta 10 às 20h

21 20 Quarteto no Conservatório

/ 80 ANOS DO QUARTETO DA CIDADE: MEHMARI & BARTÓK


Nascido na pequena cidade de São Nicolau, Béla Bartók era um fenômeno musical capaz de compreender e reconhecer estilos de danças antes de conseguir falar fluentemente. Aos 4 anos de idade já tocava ao piano cerca de 40 obras diferentes, de modo que sua mãe resolveu que estava na hora de ele começar a ter aulas de música... Com aulas de piano regulares, seu primeiro concerto aconteceu aos 11 anos de idade. A certa altura começou a estudar com um ex-aluno de Franz Liszt em Budapest, onde conheceu Zoltán Kodály, que viria a se tornar seu grande amigo. Foi nessa época que, em uma viagem de férias, ouviu uma babá cantar para uma criança algumas canções folclóricas. Sua atenção na música, que variava em interesse nas técnicas de composição de Brahms, Strauss e até Debussy, mudou para o universo da pesquisa do folclore popular da região da Transilvânia, a exemplo do que fazia seu amigo Kodály. Sua primeira composição a utilizar estas novas informações foi seu Quarteto de Cordas N. 1, o primogênito de um ciclo de 6 quartetos dos mais importantes na história da música. Ele os escreveu ao longo de um período de 30 anos, e eles acompanharam as mudanças em seu estilo - do romantismo precoce, através de dissonâncias a um florescimento final, mais relaxado. O seu Quarteto N. 5 forma um arco criativo de cinco movimentos, tendo nos extremos os movimentos rápidos, ao centro um schezo característico búlgaro que é ladeado por movimentos lentos. Esta obra foi a escolhida para representar as semelhanças de pensamento do pesquisador Bartók com o musicólogo e folclorista (além de poeta, escritor, crítico) Mário de Andrade. O porquê? Sua estreia se deu exatamente em 1935, o ano em que Mário fundou o Quarteto de Cordas da Cidade! E por falar em Mário de Andrade, uma de suas premissas em relação ao Quarteto era a de difundir o repertório existente, mas também a de estimular compositores, especialmente os brasileiros, a escrever para esta formação. Pensando nisso, pedimos a Andre Mehmari, genial músico e grande amigo, que escrevesse uma obra para encerrar este ano de festa. A expectativa é a maior possível, porque conhecemos seu enorme talento. Mas queremos fazer uma surpresa e criar suspense. Venham compartilhar conosco daquilo que Mário chamou de “possibilidades musicais”.

Marcelo Jaffé Violista do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo


Considerado um dos mais ilustres ensembles da América Latina, o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo foi fundado em 1935 por iniciativa de Mário de Andrade, então diretor do Departamento de Cultura de São Paulo. Inicialmente com a denominação de Quarteto Haydn, com a premissa de difundir a música de câmara e estimular compositores brasileiros à composição de novo repertório do gênero, o grupo passou a se chamar Quarteto de Cordas Municipal a partir de 1944, chegando à sua forma definitiva em 1981, como Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo. A atual formação conta com os violinistas Betina Stegmann e Nelson Rios, o violista Marcelo Jaffé e o violoncelista Robert Suetholz. O Quarteto apresenta-se constantemente em várias cidades brasileiras, na América Latina, Estados Unidos e Europa, em eventos como a Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha; o Festival de Música de Saragoça, na Espanha; e o Festival Internacional de Música de Morelia, no México. Realiza também intercâmbio com universidades norte-americanas, levando o repertório brasileiro àquele país em várias oportunidades. Em concertos comentados, o Quarteto apresenta o amplo repertório para a formação, inclusive o de vanguarda, promovendo o contato do público com todas as tendências e escolas de composição, como parte do projeto original do grupo, de fomento e formação de plateias. Parte significativa deste trabalho se dá com obras dedicadas ao grupo. Recebeu em sete oportunidades o prêmio de Melhor Conjunto Camerístico da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e por três vezes o Prêmio Carlos Gomes.

22 23 Biografias dos artistas

QUARTETO DE CORDAS DA CIDADE DE SÃO PAULO


BETINA STEGMANN

violino

Nascida em Buenos Aires, Betina Stegmann começou os estudos de violino em São Paulo com Lola Benda, continuando-os com Erich Lehninger. Diplomou-se pela Escola Superior de Música de Colônia, onde cursou a classe de violino de Igor Ozim e a classe de música de câmara do Quarteto Amadeus. Seguiu logo após para Israel, onde se aperfeiçoou com Chaim Taub em Tel Aviv. Mais tarde, frequentou cursos ministrados por Pinchas Zukerman e Max Rostal. Como recitalista e solista, apresentou-se em várias cidades do Brasil, Argentina, Itália, Alemanha, Estados Unidos e Bélgica. Realizou gravações nas rádios WDR (Alemanha) e na RAI – Trieste (Itália), estreando obras de compositores contemporâneos. Ex-integrante do Quinteto D’Elas, com quem ganhou em 1998 o Prêmio Carlos Gomes na categoria de música de câmara, é spalla da Orquestra de Câmara Villa-Lobos e professora de violino na Faculdade Cantareira.


24 25

violino

Iniciou a formação musical na Escola de Música de Piracicaba, sob orientação de Maria Lúcia Zagatto e posteriormente de Elisa Fukuda. Participou dos principais festivais de música no Brasil (Campos do Jordão, Brasília, Londrina e Curitiba) e em Mendoza, na Argentina. Bacharel em música pela Faculdade Mozarteum, graduou-se também em Engenharia de Alimentos pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Como bolsista da Fundação Vitae, frequentou a Carnegie Mellon University em Pittsburgh, EUA, em 1996. Integrou a Orquestra Sinfônica da Paraíba, de Câmara de Blumenau e a Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo, entre outras. Como professor, lecionou na Escola Municipal de Música e em importantes Festivais no Brasil e no exterior. Atualmente é membro das orquestras de Câmara Villa-Lobos e Sinfônica da USP.

Biografias dos artistas

NELSON RIOS


MARCELO JAFFÉ

viola

Aos seis anos de idade, orientado pelo pai, Alberto Jaffé, Marcelo iniciou o estudo de violino. Em 1977, aos 14 anos, passou a tocar viola, ganhando, no mesmo ano, o 1º Prêmio no Concurso Nacional da Universidade de Brasília. Após aperfeiçoamento na Universidade de Illinois e no Centro de Música de Tanglewood, nos Estados Unidos, apresentou-se em vários países, participando de destacados conjuntos camerísticos e orquestrais. Atuou como Maestro da Kamerata Philarmonia e foi diretor artístico da Orquestra Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo. Atualmente, residindo em São Paulo, é professor de viola da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e apresentador da Rádio e TV Cultura.


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violoncelo

Natural de Milwaukee, EUA, trabalhou sob orientação de George Sopkin e Wolfgang Laufer, do Quarteto Fine Arts, e Uzi Wiesel, do Quarteto de Cordas de Tel-Aviv, Israel. Durante o ano de 1997, obteve o seu Mestrado em Violoncelo, sob a orientação de Hans Jørgen Jensen, da Universidade de Northwestern, em Chicago (EUA). Completou seu Doutorado em Música na Universidade de São Paulo em 2011. Atuou em várias orquestras internacionais, como a Israel Sinfonietta (três anos como chefe de naipe) e a Orquestra Sinfônica de Milwaukee (EUA), entre outras. Desde 1985, reside no Brasil e foi spalla dos violoncelos das orquestras sinfônicas da USP, do Estado de São Paulo e da Sinfonia Cultura — Orquestra da Rádio e TV Cultura. É professor de violoncelo no Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da USP.

Biografias dos artistas

ROBERT SUETHOLZ


CORAL PAULISTANO MÁRIO DE ANDRADE O Coral Paulistano foi criado em 1936, por iniciativa de Mário de Andrade, então diretor do Departamento Municipal de Cultura. Sob o impacto do rompante modernista, sua proposta era levar a música brasileira ao Theatro Municipal de São Paulo, uma ideia de vanguarda, já que a elite paulistana desconhecia a importância do movimento nacionalista que contagiava os compositores brasileiros da época. Marco na história da música em São Paulo, o grupo foi um dos muitos desdobramentos do movimento modernista da Semana de Arte Moderna de 1922. Ao longo de sua história, o Coral Paulistano foi dirigido por alguns dos mais destacados músicos do nosso país, como Camargo Guarnieri, Fructuoso Vianna, Miguel Arqueróns, Tullio Colacioppo, Abel Rocha, Zwinglio Faustini, Antão Fernandes, Samuel Kerr, Henrique Gregori, Roberto Casemiro, Mara Campos, Tiago Pinheiro e Bruno Greco Facio. Em 2013, o grupo passou por um fortalecimento e revalorização, passando a se chamar Coral Paulistano Mário de Andrade e o maestro Martinho Lutero Galati de Oliveira assumiu sua direção artística, criando a Temporada Paulicea Desvairada para atender às expectativas do plano de descentralização proposto pela direção da Fundação Theatro Municipal. Desde então, o Coral Paulistano passou a atuar também fora do Theatro, fomentando o crescimento da música nas comunidades distantes do centro, tornando palpável e acessível ao grande público o repertório nacional e internacional da música de concerto e incentivando a criação de novos grupos corais.


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diretor artístico do coral paulistano

Martinho Lutero Galati de Oliveira estudou com alguns mestres ilustres, como Jonas Christensen, Hans J. Koelheuter e Eleazar de Carvalho. No início de sua carreira, foi regente do Coro da Juventude Musical de São Paulo, diretor musical da peça teatral Hair e fundou a Rede Cultural Luther King em 1970. Foi a Buenos Aires complementar seus estudos de regência. De volta a São Paulo, dirigiu a Orquestra do Vale do Paraíba, coordenou o setor de Música Coral do Movimento Mário de Andrade e criou e dirigiu os Concertos Matinais nos Teatros de Bairro da Prefeitura de São Paulo. De 1978 a 1984, viveu na África trabalhando em pesquisa sobre música Tradicional, a serviço da UNESCO. Em Moçambique, fundou a Escola Nacional de Música e publicou o Cancioneiro Infantil Moçambicano, que recebeu elogios públicos de Carlos Drummond de Andrade. A partir de 1985, na Europa, estudou com vários maestros, como Juan Pablo Ortega, Peter Erdei, Franco Ferrara e com o compositor Luigi Nono. Em 1988, venceu o prêmio André Segóvia de Regência em Santiago de Compostela. Em 1987, fundou a Associazione Culturale Cantosospeso em Milão, com a qual realizou concertos em toda a Europa. Foi docente no Instituto de Musicologia de Milão. É coordenador do Fórum Coral Mundial. É diretor artístico da Rede Cultural Cantosospeso. Divide suas atividades entre a Europa e o Brasil, onde dirige até hoje em São Paulo a Rede Cultural Luther King. Em dezembro de 2013, assumiu a direção artística do Coral Paulistano Mário de Andrade.

Biografias dos artistas

MARTINHO LUTERO GALATI DE OLIVEIRA


PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Prefeito Fernando Haddad

Secretário Municipal de Cultura Nabil Bonduki

FUNDAÇÃO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO Direção Geral José Luiz Herencia

Diretora de Gestão Carolina Paes Simão

Diretor de Formação Leonardo Martinelli

INSTITUTO BRASILEIRO DE GESTÃO CULTURAL Presidente do Conselho Cláudio Jorge Willer

Diretor Executivo William Nacked

Diretor Financeiro Neil Amereno

Diretor Artístico John Neschling

Diretor de Produção Bernardo Guerra

Direitos Autorais Olivieri Advogados Associados

Edição Comunicação FTMSP/IBGC

Design Gráfico Kiko Farkas/ Máquina Estúdio

Designers Assistentes Ana Lobo André Kavakama

Atendimento Michele Alves

Impressão Formags Gráfica e Editora LTDA


O Programa Amigos do Theatro Municipal de São Paulo (TMSP) permite que pessoas físicas façam contribuições ao Theatro Municipal, sendo que o valor da doação pode ser deduzido em 100% na sua próxima declaração de Imposto de Renda, respeitando-se o limite de 6% do total devido. Contribua com o aprimoramento do trabalho artístico do Theatro, com a realização de ações de sensibilização de novos públicos e com as Escolas de Música e de Dança do Theatro Municipal. Ao participar, você recebe um cartão de Amigo do Theatro e desfruta de benefícios, de acordo com o valor doado, como descontos em ingressos e assinaturas, programas das óperas, ingressos para concertos, convites para eventos especiais, dentre várias outras vantagens.

Contatos para doações T +55 (11) 4571 0454 - Seg. a Sex. / 10 às 17h e amigos@theatromunicipal.org.br Mais informações no site www.theatromuinicipal.org.br

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Temporada 2015

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AMIGOS DO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO


/ PLANO 1

R$ 100 a 499,99

· Cartão de associado · Divulgação do nome no site e no relatório anual do TMSP1 · Retirada gratuita de um Programa de cada ópera na Temporada Lírica 20152 · 10% de desconto no valor de uma assinatura anual para a Temporada Lírica 2016 · 10% de desconto na compra de até quatro ingressos avulsos para qualquer evento da Fundação TMSP na Temporada 20153

/ PLANO 2

R$ 500 a 1.999,99

Benefícios do Plano 1 + · Ampliação do desconto para 20% no valor de uma assinatura anual para a Temporada Lírica 2016 · Ampliação do desconto para 20% na compra de até quatro ingressos avulsos para qualquer evento da Fundação TMSP na Temporada 20153 · Um par de ingressos para um concerto na Sala do Conservatório4

/ PLANO 3

R$ 2 MIL a 9.999,99

Benefícios do Plano 2 + · Ampliação do desconto para 30% no valor de uma assinatura anual para a Temporada Lírica 2016 · Ampliação do desconto para 30% na compra de até quatro ingressos avulsos para qualquer evento da Fundação TMSP na Temporada 20153 · Um par de ingressos para dois concertos na Sala do Conservatório4 · Uma visita exclusiva ao edifício histórico do TMSP para o doador e sua família5

/ PLANO 4

R$ 10 MIL a 24.999,99

Benefícios do Plano 3 + · Ampliação do desconto para 40% no valor de uma assinatura anual para a Temporada Lírica 2016 · Ampliação do desconto para 40% na compra de até quatro ingressos avulsos para qualquer evento da Fundação TMSP na Temporada 20153 · Um par de ingressos para um concerto no TMSP4

/ PLANO 5

CONSELHO DE AMIGOS DO THEATRO a partir de R$ 25 MIL

Benefícios do Plano 4 + · Ampliação do desconto para 50% no valor de uma assinatura anual para a Temporada Lírica 2016 · Ampliação do desconto para 50% na compra de até quatro ingressos avulsos para qualquer evento da Fundação TMSP na Temporada 20153 · Um par de ingressos para dois concertos no Theatro Municipal4 · Acesso ao camarim do TMSP para cumprimentos ao maestro e solistas6 · Uma visita monitorada ao edifício histórico do TMSP para programas e/ou instituições sociais indicados pelo doador7 · 10% de desconto nas refeições realizadas no restaurante do TMSP8 · Convite para integrar o Conselho de Amigos do TMSP9

1 A divulgação do nome do doador é opcional. // 2 Válido para um Programa por ópera, apresentando o cartão de associado nas mesas de compra dentro do Theatro. // 3 Válido para produções da Fundação Theatro Municipal do São Paulo, apresentando o cartão de associado diretamente na bilheteria, de acordo com a disponibilidade de assentos. // 4 Válido para produções do Theatro Municipal do São Paulo, exceto óperas, de acordo com a disponibilidade de assentos. Os ingressos devem ser solicitados com até 3 dias úteis de antecedência à apresentação. // 5 Máximo de 10 pessoas. // 6 O acesso ao camarim deve ser solicitado com até 3 dias úteis de antecedência à apresentação. // 7 Máximo de 30 pessoas. // 8 Desconto válido para até 4 pessoas, não incluindo bebidas, mediante apresentação do cartão de associado, durante o ano de 2015. // 9 A participação no Conselho de Amigos do Theatro Municipal de São Paulo é opcional.


mantenedor - série domingos II

patrocinador mantenedor - série terças

patrocinador - série sábados

patrocinador

patrocinador - série mista II

copatrocinador

agência de negócios e relações institucionais

execução

realização

patrocinador - série mista III

apoiador




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