Ainadamar - Theatro Municipal de São Paulo 2015

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UM HOMEM SÓ Ópera em um ato Música de Mozart Camargo Guarnieri Libreto de Gianfrancesco Guarnieri

AINADAMAR Ópera em três imagens Música de Osvaldo Golijov Libreto de David Henry Hwang



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Datas de apresentação Elenco

06 Sinopses

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Quatro perguntas ao encenador Caetano Vilela

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Canção da Morte Pequena Federico García Lorca

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Um Homem Só & Ainadamar Irineu Franco Perpetuo

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As vozes de Um Homem Só Antonio Ribeiro

Ainadamar no Brasil Osvaldo Golijov

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Histórico de apresentações

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Gravações de referência

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Libreto Um Homem Só

Libreto Ainadamar

Biografias dos artistas

90 Fichas técnicas

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Temporada 2015


Estreia paulista (Um Homem Só) / Estreia brasileira (Ainadamar) Novas montagens do Theatro Municipal de São Paulo Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Coro Lírico Municipal de São Paulo

ABRIL Quarta 22 às 20h Sexta 24 às 20h Domingo 26 às 18h Terça 28 às 20h Quinta 30 às 20h

MAIO Sábado 02 às 20h

5 4 Datas de Apresentação & Elenco

UM HOMEM SÓ M. CAMARGO GUARNIERI AINADAMAR OSVALDO GOLIJOV


Rodolfo Fischer direção musical e regência Eduardo Strausser regente assistente 30 Caetano Vilela concepção, encenação e iluminação Wagner Antônio Iluminador Adjunto Nicolàs Boni cenografia Olintho Malaquias figurinos Marco Berriel Coreografia Bruno Greco Facio regente do coro UM HOMEM SÓ Rodrigo Esteves José Luciana Bueno Mariana / Rita / Velha Saulo Javan Operário N. 2 / Alcides (BÊBADO) Miguel Geraldi Médico / Sorveteiro / Cobrador Rubens Medina Padre / Operário N. 1 / Dono AINADAMAR Marisú Pavón Margarita Xirgu Camila Titinger Nuria Luigi Schifano Federico García Lorca Alfredo Tejada Ruiz Alonso Carla Cottini Niña 1 Monique Rodrigues Niña 2 Rodrigo Esteves José Tripaldi Miguel Geraldi Toreiro Rubens Medina PROFESSOR Jarbas Homem de Mello LORCA (Ator)

Marcelo Martínez operação de laptop Adam Del Monte violão flamenco Keita Ogawa percussão latina


Um Homem Só José Pires de Assunção — homem simples, pequeno

funcionário, pai de um filho, dono de um canário cantador e de um cachorro vira–lata chamado Barão, amigo único de um único amigo, Antônio, sucumbe diante dos problemas, barreiras e rotinas que lhe são impostos pela vida cotidiana. A isso reage de modo estranho. Não mais reconhece a família, os amigos, os colegas... Parte à procura deles e não os encontra. Encontra–se com uma simples apanhadora de papel (velha solitária) e com ela recorda momentos felizes de sua vida. Após o devaneio, os dois encaram a realidade. Ambos são desconhecidos. José volta ao tom protocolar, e a velha, já adiantada na solidão e treinada no sistema de incompreensão, continua em seu devaneio. Comprando–lhe sorvetes, José presta homenagem à velha que, em última análise, com ele se identifica em diversificadas indigências. Solitário, mergulhado em pensamentos dos mais tumultuosos, em um estado depressivo próximo da demência, José é reconhecido por um de seus muitos credores. Asperamente, alheio aos problemas de José, o homem cobra–lhe vinte contos de réis que havia emprestado tempos antes. Através do diálogo com o cobrador, José vem a saber que sua mulher, filho, canário e cachorro encontram–se em casa, mas que por sua vez haviam saído à sua procura. Aturdido, deixando plantado o cobrador, José corre a casa na esperança de encontrar o carinho dos seus — nada. Resolve procurar o amigo Antônio na fábrica em cujos escritórios os dois trabalham. Os operários, homens habituados a encarar a realidade de frente, pouco afeitos a subterfúgios, não compreendem José. Aconselham–no a procurar um médico. José procura o médico. O homem o cobre de termos complicados e nada resolve. José paga a consulta e, mais irritado e desanimado do que antes, deixa o médico ainda enredado na própria terminologia. José vai à igreja. Lá também não obtém consolo. No auge da angústia, José vai ao bar. Bebe bastante e encontra uma desconhecida. A procura de José parece estar terminada. Vão os dois para a casa de José. Mas o efeito do álcool passa. E voltam os dois — ele e ela — para o mesmo estado depressivo. José procura agarrar–se aos instantes felizes que os dois tiveram juntos. Ela, porém, passada a noite, pretende o descanso para na noite a seguir proporcionar novos amores, novos refúgios, estraçalhando José com sua partida. No máximo desespero, José corre à praça e grita ao mundo. Os homens respondem às queixas de José. É uma acusação a José. O egoísmo real de José, seu egocentrismo, seu descaso por aquilo que o circunda, à procura exclusivamente de um paraíso particular, são desvendados pelo coro furioso dos acusadores de José. Esboçando uma defesa, cai José fulminado. Nos braços do povo, José é levado pelas rampas que conduzem ao praticável. A casa de José é suspensa e vê–se apenas um caminho imenso, ao infinito. O cortejo é o funeral de José. No fim do cortejo, Mariana, Betinho, Barão o cão e Zito na gaiola de passarinho segurada pelo menino, e Rita, mais afastada, com um ramo de flores. Ao chegar ao praticável, eles param e dão adeus a José. 50’

7 Sinopses

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[Indicações cênicas do libreto original.]


Intervalo 25’

Ainadamar. Primeira Imagem: Mariana Teatro Solís, Montevidéu,

Uruguai, abril de 1969. Vozes de meninas cantam a balada de abertura da peça Mariana Pineda, de Federico García Lorca. Nos últimos minutos de sua vida, a atriz Margarita Xirgu recorda a sua aluna dileta, Nuria, os tempos da estreia (1927) de Mariana Pineda, as esperanças da República espanhola e o primeiro encontro entre ela e Lorca, em um bar, em Madri. Mariana Pineda foi uma heroína da causa liberal espanhola do século 19, condenada à morte aos 26 anos. O poeta conta à atriz que sua peça não é, contudo, política, e que é apaixonado pela figura de Pineda desde os nove anos. Margarita reflete sobre o paralelo entre o destino de Mariana e o de Lorca, porém seu idílio é interrompido por Ramón Ruiz Alonso, o membro da Falange (organização aliada de Franco durante a Guerra Civil Espanhola) que deseja prender o dramaturgo.

Segunda Imagem: Federico Soa novamente a balada de Mariana

Pineda. De volta ao Teatro Solís, Margarita, nas coxias, espera pela hora de entrar em cena, e se lembra de como quis levar Lorca para Havana, em Cuba, em turnê de sua companhia teatral, com a peça Mariana Pineda, a fim de salvar o poeta. Ele se recusa, contudo, a fugir da Guerra Civil. Ruiz Alonso chega, reclamando Lorca, que acusa de inimigo da Espanha, homossexual e serviçal da Rússia. Margarita vislumbra Ainadamar, a fonte das lágrimas, local dos derradeiros momentos de vida do escritor: um professor, um toureiro e o falangista Tripaldi juntam–se a Lorca em sua visão. Tripaldi anuncia que, como católico, deseja ajudar os que vão a morrer, e os faz confessar seus pecados. Um interlúdio de tiros ilustra o fuzilamento do poeta e seus correligionários republicanos.

Terceira Imagem: Margarita Traumatizada pelo que viu, Marga-

rita desmaia. Pela terceira vez ouvimos a balada de Mariana Pineda. Nuria se inquieta com o estado de saúde de sua mestra, e pede para que ela não entre em cena. Lorca emerge do coro, banhado de luz, e exorta Margarida, como um anjo cheio de piedade. O poeta diz à atriz que seu espírito vive em cada uma de suas alunas, e que ela e Mariana já são a mesma pessoa. Lorca toma a mão de Margarita: a atriz conta ao dramaturgo que jamais voltou à Espanha, porém manteve o espírito de Lorca vivo na América Latina. Margarita morre, proferindo as últimas palavras de Mariana Pineda: eu sou a liberdade. 72’


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Croquis de figurino de Olintho Malaquias para a nova montagem de Ainadamar no Theatro Municipal de S達o Paulo.


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QUATRO PERGUNTAS PARA O ENCENADOR CAETANO VILELA


Como você concebeu a encenação de Um Homem Só, que estreia em versão completa em São Paulo nesta montagem? Tenho bastante contato com a obra de Gianfrancesco Guarnieri (o libretista), devido ao meu trabalho no teatro. Por conta de suas tendências políticas e estéticas, essa ópera tem um teor político e é quase uma obra programática, quase um sonho kafkiano, na qual o personagem é tragado pela sociedade, pelos outros. Eu a despi destes elementos para ressaltar os aspectos psicológicos e metafísicos do libreto: a busca de José por si mesmo e pela liberdade. Ao longo da peça, ele procura seus amigos e parentes e não encontra ninguém. Os outros lhe encontram.

De quais elementos você se valeu para ressaltar estas questões internas, psicológicas? José é um homem perdido e solitário. Ele busca a mulher, não a encontra e busca numa prostituta uma substituta, sem sucesso. Nesse e em outros episódios, José não está atrás de alguém, mas de acolhimento, de reencontrar uma situação que lhe é familiar, e o libreto indica que diversos papeis sejam interpretados pelos mesmos cantores – exceto o cantor que encarna José, os outros têm dois ou mais papeis. Com poucas mudanças nos figurinos, reforçamos esta característica. Além disso, destaco sua busca que não chega a lugar algum, fazendo José andar sem sair do lugar e sempre correndo contra o tempo; e o cenário explora a relação opressora entre a cidade e José, lembrando filmes expressionistas.

E Ainadamar? A trama de Ainadamar gira em torno da relação de Margarita Xirgu (atriz que realmente existiu) com Lorca. Uma relação de profunda amizade. De um lado, a memória do papel de Mariana Pineda, que Lorca escreveu para Margarita e que esta ensina a Nuria, do outro, o pesar da atriz de não ter conseguido salvar seu amigo poeta da morte. O teatro é muito presente no enredo da ópera e a minha concepção explora esse elemento. O flamenco também é presente, na figura do cantaor, que interpreta o Ruiz Alonso, o algoz de Lorca, e dos bailarinos de flamenco, representando o elemento homoerótico da obra do poeta. Há pontos de convergência entre as duas? José e Lorca apresentam desajustes sociais. José, um homem perdido, em busca de si; Lorca é um artista homossexual com ímpetos republicanos, perseguido pela falange de Franco. Ambos estão em descompasso com a sociedade que os rodeia. Porém, tratando de aspectos cênicos, Um Homem Só é uma ópera de fato e Ainadamar tem um diálogo muito forte com o teatro e o cabaré: a constante evocação da peça Mariana Pineda, Margarita e Nuria – que são atrizes de teatro –, e da ação que passa de um palco de teatro para outro faz de Ainadamar um grande jogo metateatral.


Em “Obra Poética Completa: Federico Garcia Lorca” (5º edição - 2012), Editora WMF Martins Fontes. Tradução: William Agel de Mello

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CANÇÃO DA MORTE PEQUENA CANCIÓN DE LA MUERTE PEQUEÑA FEDERICO GARCÍA LORCA (1933)


Prado mortal de luas e sangue sob terra. Prado de sangue velho.

Prado mortal de lunas y sangre bajo tierra. Prado de sangre vieja.

Luz de ontem e de amanhã. Céu mortal de erva. Luz e noite de arena.

Luz de ayer y mañana. Cielo mortal de hierba. Luz y noche de arena.

Encontrei-me com a morte. Prado mortal de terra. Uma morte pequena.

Me encontré con la muerte. Prado mortal de tierra. Una muerte pequeña.

O cachorro no telhado. Só minha mão esquerda atravessava montes sem fim de flores secas.

El perro en el tejado. Sola mi mano izquierda atravesaba montes sin fin de flores secas.

Catedral de cinza. Luz e noite de arena. Uma morte pequena.

Catedral de ceniza. Luz y noche de arena. Una muerte pequeña.

Uma morte e eu um homem. Um homem só, e ela uma morte pequena.

Una muerte y yo un hombre. Un hombre solo, y ella una muerte pequeña.

Prado mortal de lua. A neve geme e treme por trás da porta.

Prado mortal de luna. La nieve gime y tiembla por detrás de la puerta.

Um homem, e daí? O dito. Um homem só e ela. Prado, amor, luz e arena.

Un hombre, ¿y qué? Lo dicho. Un hombre solo y ella. Prado, amor, luz y arena.


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Croquis de cenário de Nicolàs Boni para a nova montagem de Ainadamar no Theatro Municipal de São Paulo.


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UM HOMEM SÓ & AINADAMAR IRINEU FRANCO PERPETUO

Irineu Franco Perpetuo é jornalista e tradutor, ministra cursos na Casa do Saber e colabora com a Revista Concerto.


UM HOMEM SÓ Ao se lançar, em 1960, em sua segunda e derradeira empreitada operística, o paulista Camargo Guarnieri (1907–1993) podia ser considerado o mais veemente porta–voz do nacionalismo musical no Brasil. Pode–se dizer que, se o nacionalismo no Brasil teve um propagandista, ele foi Guarnieri. E, se possuiu um ideólogo, tratou–se do escritor Mário de Andrade (1893–1945). Os destinos de ambos se cruzaram em 1928, quando o autor de Macunaíma, ao lado do regente italiano Lamberto Baldi (1895–1979), assumiu, em 1928, a educação musical do rapaz caipira que, aos 15 anos de idade, se mudara, no emblemático ano de 1922, de sua Tietê natal para a capital do Estado. Em entrevista concedida em 1970, o compositor reconheceu seu débito para com Mário de Andrade, cuja casa constituiu para ele uma verdadeira universidade: “quando o conheci, meus conhecimentos eram primários. Ele traçou um plano para desenvolver minha cultura geral e, além disso, me emprestava seus livros, pois naquela época eu não tinha meios para comprá–los”. A intervenção de um dos maiores pianistas de todos os tempos, Alfred Cortot (1877–1962), que escreveu ao governador paulista Armando Salles de Oliveira (1887–1945), foi decisiva para que Guarnieri viajasse à capital francesa, onde estudou harmonia com o compositor Charles Koechlin (1867–1950) e regência com François Ruhlmann (1868–1948), da Ópera de Paris. Embarcado em 1938, Guarnieri teve que voltar da Europa no final do ano seguinte, devido à tensão franco–germânica que culminaria com a Segunda Guerra Mundial. O reconhecimento internacional, contudo, não tardaria muito: em 1942/43,


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visitaria os EUA para receber pessoalmente o prêmio da Fleischer Music Collection para seu Concerto N. 1 para violino e orquestra, primeiro colocado em concurso da Free Library, de Filadélfia. Nos EUA, Guarnieri regeu a Sinfônica de Boston em sua Abertura Concertante, e viu Leonard Bernstein (que, mais tarde, gravaria sua Dança Brasileira com a Filarmônica de Nova York, e receberia ainda a dedicatória da Sinfonia N. 4 ‘Brasília’, de 1963) acompanhar, ao piano, o violoncelista Joseph Schuster em sua Sonata N. 1. Amigo de Bernstein (1918–1990), o compositor nacionalista norte–americano Aaron Copland (1900–1990) fez, na época, um juízo de valor sobre Guarnieri que se tornaria célebre, definindo–o como “o mais sensacional dos talentos ‘desconhecidos’ da América do Sul”. Para Copland, a inspiração do autor de Um Homem Só era “mais ordenada que a de Villa–Lobos, mas não menos brasileira”. Talvez esse caráter ‘ordenado’ da inspiração de Guarnieri ajude a explicar seu sucesso em diversas competições, como o 1° Concurso Internacional para Quartetos da Chamber Music Guild, de Washington, em que o Quarteto N. 2 (1944) obteve a primeira colocação, ou o Concurso Sinfonia das Américas, de Detroit (EUA), em que a Sinfonia N. 2 – ‘Uirapuru’, dedicada a Villa–Lobos, ficou em segundo lugar. Enquanto ia amealhando honrarias nos Estados Unidos, Guarnieri se consolidava por aqui como intransigente defensor da ideia nacionalista, em 1950, com uma carta aberta aos músicos e críticos do Brasil, na qual atacava a adesão de jovens compositores brasileiros ao dodecafonismo, acusando as vanguardas de “crime de lesa–pátria”. Depois da morte de Villa–Lobos, em 1959, tornou–se presidente honorário da Academia Brasileira de Música: o significado simbólico do ato não poderia ser mais evidente. Além disso, aproximou–se dos círculos do poder, atuando, entre 1956 e 1960, como assessor musical de Clóvis Salgado, ministro da Educação e Cultura do governo Juscelino Kubitschek. Foi nesse contexto que, quase três décadas depois de sua estreia no gênero, Pedro Malazarte (escrita em 1932, mas estreada apenas em 1952), Guarnieri resolveu voltar à ópera. Se, em Pedro Malazarte, Guarnieri musicara libreto de seu mentor, Mário de Andrade, a nova incursão nos palcos teria texto de um dramaturgo emergente na cena teatral paulista. Embora o sobrenome fosse o mesmo, não havia parentesco entre o compositor, descendente de sicilianos, e Gianfrancesco Guarnieri (1934–2006), nascido em Milão, e vindo ao Brasil com os pais (o maestro Edoardo de Guarnieri e a harpista Elsa Martinenghi) aos dois anos de idade. Guarnieri salvara o Teatro de Arena da falência, em 1958, com sua peça de estreia, Eles não usam black–tie, que falava de operários em greve. A temática social pros-


seguiu forte nas peças que o autor escreveu logo em seguida, como Gimba (1959), ambientada nos morros do Rio de Janeiro, e A semente (1961), focando a militância comunista. Em Um Homem Só, o tema é a solidão e a incomunicabilidade da vida urbana, sintetizadas no drama de José, um homem comum que não consegue entender o mundo, nem se fazer entendido por ele. Com regência de Edoardo de Guarnieri, direção cênica de Ziembinski e elenco destacando Paulo Fortes e Lia Salgado (mulher de Clóvis Salgado), a ópera subiu à cena pela primeira vez no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 21 de outubro de 1962. Ao comentar a temporada de estreia do espetáculo, Eurico Nogueira França festejou o “lirismo palpitante da música de Camargo Guarnieri”, bem como a “diversidade, adequação e economia de acentos expressivos da partitura, que combina o coro interno com a orquestra e as vozes solistas dos intérpretes dramáticos”. Para o crítico, “entre as vozes e a orquestra se estabelece sempre a trama de um contraponto sutil, de rara elegância, de sinuosidade bem brasileira, de uma naturalidade de invenção rítmica que comanda essa polifonia, já muito bem abusada, aliás, no âmbito da própria orquestra, como uma das características mais marcantes do estilo de Camargo Guarnieri”.

AINADAMAR Dentre as diversas vozes composicionais que tentam se fazer ouvir no começo do terceiro milênio, a do argentino Osvaldo Golijov vem obtendo notoriedade ao empregar um idioma francamente tonal, que não tem pudores em lançar mão generosamente da música popular em geral, e dos ritmos latino–americanos em particular. O desinibido ‘crossover’ de Golijov levou o crítico norte–americano Alex Ross, no epílogo de seu aclamado livro O resto é ruído, a afirmar que “um possível destino da música do século XXI seria uma grande ‘fusão final’: artistas pop inteligentes e compositores extrovertidos falando mais ou menos a mesma linguagem”. Filho de uma professora de piano e um médico, Golijov nasceu em uma família judaica do Leste europeu, em La Plata, em 1960. Em 1983, mudou–se para Jerusalém, frequentando a Academia Rubin. Transferiu–se três anos mais tarde para os EUA, estudando com nomes de destaque, como George Crumb (Pensilvânia) e Oliver Knussen (Tanglewood). O estouro internacional de Golijov aconteceu no ano 2000, quando da estreia de sua Paixão segundo São Marcos, encomendada pelo regente Helmuth Rilling para celebrar os 250


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anos de falecimento de J. S. Bach (1685–1750). Desde então, vem escrevendo trilhas sonoras para cineastas como Francis Ford Coppola (Velha Juventude, Tetro e Virgínia), Alejandro González Iñarritu (11 de setembro) e Laura Poitras (The Oath), e obras como Azul (concerto para violoncelo para Yo–Yo Ma e a Sinfônica de Boston), Rose of the Winds (para a Sinfônica de Chicago) e uma série de peças vocais para a soprano norte–americana Dawn Upshaw (incluindo Ainadamar). Na temporada 2018–19, o Metropolitan de Nova York deve estrear sua próxima incursão operística, baseada na Ifigênia em Áulis, de Eurípedes. A primeira e, até agora, única ópera de Golijov nasceu de uma encomenda da Sinfônica de Boston. O compositor encontrara–se com o dramaturgo norte–americano David Henry Hwang ( 1957–) para discutir um projeto futuro, de longo prazo. Autor de peças como M. Butterfly (adaptada para o cinema por David Cronenberg em 1993) e de textos para musicais da Broadway como Tarzan, Hwang, ao ficar sabendo das dificuldades de Golijov em encontrar um libreto para a ópera que deveria escrever, concordou em encetar uma colaboração. Depois de Ainadamar, ele aprofundaria sua experiência de libretista em óperas como Alice no País das Maravilhas, de Unsuk Chin (estreada na Bayerische Staatsoper, em 2007), e A Mosca, de Howard Shore (baseada no filme homônimo de David Cronenberg, com primeira audição no Thêátre du Châtelet, em Paris, em 2008). A ópera traz como protagonista a atriz catalã Margarita Xirgu (1888–1969), exilada da Espanha pela ditadura franquista, e naturalizada uruguaia. No último dia de sua vida, em Montevidéu, Xirgu relembra sua relação com o poeta e dramaturgo espanhol Federico García Lorca (1898–1936), fuzilado durante a Guerra Civil Espanhola – Ainadamar (fonte de lágrimas, em árabe) é o lugar de sua execução, em Granada. Dentre as peças de Lorca para as quais a atriz criou os papéis de protagonista, a ópera enfoca Mariana Pineda – que tinha cenários de Salvador Dali, estreou em 1927, e era inspirada na vida de Mariana Pineda y Muñoz (1804–1831), executada publicamente aos 26 anos em um garrote, depois de se recusar a entregar seus cúmplices, sob a acusação de participar de uma conspiração liberal contra a monarquia espanhola. Outro personagem real que aparece no palco é Ramón Ruiz Alonso (1903–1978), ativista de extrema direita responsável pela prisão de Lorca. O papel do escritor foi originalmente escrito para contralto, embora o compositor escreva que ele eventualmente possa ser interpretado por um cantor do sexo masculino, desde que tenor agudo ou contratenor. Também é necessário um equipamento eletrônico especial, para a realização de efeitos sonoros – como a reprodução de gravações da Rádio Falange, a emissora dos partidários de Francisco Franco durante a Guerra Civil.


Ao analisar a obra para o jornal The New York Times, Anthony Tommasini afirma que, “assim como em outras obras grandes, Golijov abraça descaradamente sentimento, melodia e uma rica escrita harmônica tonal. Com habilidade, encontra terreno comum em tradições folclóricas díspares, especialmente latino– americanas e judaicas. As vozes e instrumentos são filtrados por sutis recursos eletrônicos. Elementos pré–gravados atravessam a partitura, como o cativante segmento de abertura, que mescla, de forma aterradora, os sons de águas borbulhantes e cavalos a galope. Também há um esplêndido episódio climático, em que Golijov transforma os sons repetidos de disparos de rifle em uma agressiva fuga rítmica, quando García Lorca e seus dois companheiros são executados”. Tommasini destaca ainda “outras passagens musicais cativantes, como a melancólica ária que García Lorca canta com sua melodia quente, seu gentil acompanhamento em um reconfortante ¾, e os contracantos suspirantes na orquestra. Na cena horripilante em que García Lorca é forçado pelos bandidos de Franco a confessar seus ‘crimes’, há uma passagem mística, como corais feéricos com acordes docemente tonais, porém curiosamente desconcertantes, glissandos elaborados nas cordas e frases ondulantes na marimba, ao fundo. E, em sua pungência trágica, o trio final, para três vozes femininas, tem uma luxúria straussiana, se você imaginar Strauss como um judeu sefardita dos dias de hoje”, afirma o crítico, equiparando a passagem de Ainadamar ao célebre trio que encerra a ópera O Cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss (1864–1949). Uma comparação para lá de lisonjeira. Ainadamar estreou no Festival de Música Contemporânea de Tanglewood em 10 de agosto de 2003. Posteriormente, Golijov e Hwang procederam a uma extensa revisão da obra que, com direção cênica de Peter Sellars, subiu ao palco, na nova versão, à Ópera de Santa Fé, em 2005. Essa versão revisada foi gravada para o selo Deutsche Grammophon no mesmo ano, com a Sinfônica de Atlanta, regida por Robert Spano, e Dawn Upshaw no papel de Margarita.


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Croquis de cenário de Nicolàs Boni para a nova montagem de Um Homem Só no Theatro Municipal de São Paulo.


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AS VOZES DE UM HOMEM SÓ ANTONIO RIBEIRO

Antonio Ribeiro é compositor, professor e diretor da Escola Municipal de Música de São Paulo.


Mozart Camargo Guarnieri (Tietê, 1907 – São Paulo, 1993) teve vida intensa e prolífica e é considerado um dos personagens musicais centrais do continente americano, a ponto de ter, ao final de sua longa vida, recebido da OEA o Prêmio Gabriela Mistral, reconhecendo–o como o Maior Músico das Américas. Colecionou a admiração e a amizade de inúmeras celebridades da música clássica, como Bernstein, Copland, Koussevitzky, Katchaturian, Rostropovich, Ginastera e Cortot. Seu catálogo de obras é vasto e abarca desde peças para instrumentos solos até sinfonias. Foi regente renomado e o principal professor de composição do Brasil. Cedo adotou o modernismo nacionalista brasileiro e, por gosto e convicção, manteve–se fiel a ele durante toda a sua vida, o que o impulsionou a criar obras que expressassem firme e genuinamente seu berço cultural. Porém, Guarnieri não tomou o nacionalismo musical de forma passiva, pois, ao longo dos anos, fê–lo evoluir pari passu a uma contínua e criteriosa construção de um idioma pessoal, traspassado por feições neoclássicas. Pode–se mesmo dizer que se a música brasileira da primeira metade do século 20 foi moldada por Villa–Lobos, a da segunda metade foi plasmada pela obra de Guarnieri. Sua música é gravada e executada em todo o mundo por vários dos mais renomados intérpretes e conjuntos. Ainda em sua cidade natal, Guarnieri começou cedo seu caminho no mundo musical, percorrendo o branco e preto do piano. Com apenas onze anos, descobriu–se compositor ao escrever sua primeira peça: a pequena valsa para piano Sonho de Artista. Atentos ao talento do filho e empenhados em estimulá–lo, seus pais, auxiliados por alguns amigos da família, terminariam por custear a edição de seu Sonho, a despeito da situação financeira nada folgada


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em casa. Mais tarde, quando cônscio de suas responsabilidades como criador, Guarnieri reuniu esta e outras oitenta músicas de juventude em um conjunto de obras de difusão interdita. Julgava tal conjunto incapaz de ser perfeito veículo da sua expressão artística e, por isso, interditou–o à consulta e à execução, exceção feita aos estudos acadêmicos que tivessem por objetivo a melhor compreensão de sua obra. Ainda no início da carreira, Guarnieri se deu conta da faculdade que a canção tem de ser uma espécie de receptáculo confessional. Em 1928, ao compor seu primeiro lied, Lembranças do Losango Cáqui, baseada no poema de Mário de Andrade, o jovem tieteense plantou em seu catálogo uma semente que, ao longo da vida, germinaria e cresceria como um de seus mais prolíficos troncos criativos. E, para além da relevância dentro da própria obra, a produção para voz de Guarnieri – juntamente com a de Nepomuceno, Villa–Lobos, Mignone e Lorenzo Fernandez – contribuiu direta e indelevelmente para erigir os paradigmas da moderna música vocal brasileira. De fato, a estreita amizade que Guarnieri teve com grandes escritores – Drummond, Bandeira, Mário etc. –, propiciou um ambiente fértil para que a poesia fosse instilada às suas fontes de inspiração, conduzindo–o mais fluentemente ao universo das canções e, de modo mais alargado, à música dramática. Aliás, mesmo em casa a voz da palavra sempre esteve presente, pois, dos vários irmãos de Guarnieri, dois cultivaram as letras: Rossine e Alice. Deles, musicou inúmeros poemas. O compositor iniciou algumas experimentações sobre arcos dramáticos maiores quando passou das canções avulsas aos ciclos. Nestes, encontrou o laboratório adequado para a expressão mais profunda, mais complexa e mais estendida das emoções e dos estados psicológicos. Evidentemente, a experiência ali acumulada muito contribuiu e serviu de lastro para a composição de obras de maior porte, como o caso das cantatas e das óperas. Guarnieri compôs duas óperas. Primeiramente, em 1932, escreveu Pedro Malazarte, quando contava apenas com 25 anos. Como o título sugere, é baseada num personagem folclórico bastante conhecido, dado a espertezas e pequenas malandragens. A música assume a leveza e a comicidade derivadas das peripécias de Malazarte, atestando a destreza do compositor nesta precoce incursão ao universo operístico. Do ponto de vista estilístico, é bem clara a intenção de ressoar as diretrizes nacionalistas postuladas na Semana de Arte Moderna e balizadas por Mário de Andrade (sempre ele!), o mentor maior de Guarnieri. A oferecer contraste em tudo com a ópera anterior, Um Homem Só surge em 1960, com o compositor já maduro e no auge de suas capacidades criadoras. Desta vez, as neuroses e angústias do homem é que assumem o foco, resumidas e mani-


festadas já na identificação da obra feita pelo compositor: tragédia lírica em um ato. Um Homem Só conta com libreto de Gianfrancesco Sigfrido Benedetto Guarnieri (Milão, 1934 – São Paulo, 2006), famoso ator, diretor e dramaturgo (vale mencionar que, apesar da coincidência de nomes, não eram parentes). O conhecimento entre os dois foi estabelecido a partir do pai de Gianfrancesco, Edoardo de Guarnieri (Veneza, 1899 – São Paulo, 1968), maestro do Theatro Municipal de São Paulo àquela época. Curiosamente, por maquinações do destino e apesar dos envolvidos serem quase todos vinculados à cultura paulistana, em 1962, Edoardo regeu a estreia da ópera junto à Orquestra Sinfônica Brasileira no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sob a direção cênica do grande ator Zbigniew Marian Ziembinski (Wieliczka, 1908 – Rio de Janeiro, 1978). A première foi bem noticiada e gerou críticas elogiosas. Uma das mais interessantes foi a de Eurico Nogueira França, importante crítico e musicólogo daquele tempo: “Escreveu Guarnieri uma ópera nova que, pela seriedade do assunto, não mobiliza aquela classe de opositores, mas que também, à parte esse aspecto da diferença entre o jucundo e o quase trágico, constitui avanço importante sobre o seu primeiro trabalho. Esse progresso é nitidamente marcado pela muito maior funcionalidade teatral de Um Homem Só. Tudo caminha aqui – a própria música – em termos de bom, moderno, vigoroso, avançado teatro. Chegamos a um conceito de ópera brasileira na qual as dimensões teatrais lhe conferem legitimidade irresistível...” O argumento de Um Homem Só versa sobre José Pires de Assunção, uma pessoa comum, mas profundamente atormentado e doente, incapaz de estabelecer uma comunicação plena com quem o cerca. Contudo, justamente são os demais personagens que, a cada vez que intervêm em cena, lançam pequenas luzes sobre alguns aspectos da personalidade de José, revelando–a pouco a pouco à audiência. E aqui se encontra o fulcro da estruturação dramática tramada por Gianfrancesco, pois, claramente, é estabelecida uma correspondência entre o jeito fragmentário como José é mostrado ao público e o seu agudo esfacelamento psicológico, num processo angustiante que tem por ponto culminante sua morte. Tal jogo entre o mosaico interno e o externo de José (mente versus ambiente) constitui uma das características mais interessantes de Um Homem Só, fruto do tirocínio teatral de Gianfrancesco e que é devidamente sublinhado e valorizado pela música de Camargo. Particularmente relevante é o coro, que além de comentar as principais situações, traduz também a consciência de José. Após sua morte, o coro canta enquanto é levado ao túmulo, emulando e remetendo aos epílogos típicos das óperas do


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século 18, em que, na derradeira cena, o coro chora, lamenta e relembra as agruras havidas e o trágico fado do protagonista. A obra de Camargo Guarnieri, personalíssima, se revela no equilíbrio entre a espontaneidade da inspiração e a reflexão do processo criativo. Uma ou outra se faz mais presente de acordo com as circunstâncias, já que as requisições para a composição de uma ópera ou de uma canção de câmara são diferentes em diversos níveis. Ao buscar a adequação da ideia musical a uma estrutura que melhor correspondesse suas exigências expressivas e, ao mesmo tempo, permitir refletir em si o caleidoscópio sonoro de sua terra, Guarnieri logrou construir uma obra de solidez artística ímpar, de alcance múltiplo e, portanto, fundamental para o desenvolvimento da Arte brasileira de sua época e também para a dos tempos vindouros. Foi um homem só, de muitas vozes. E elas ainda ecoam.


Croquis de figurino de Olintho Malaquias para a nova montagem de Um Homem S贸 no Theatro Municipal de S茫o Paulo.


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AINADAMAR NO BRASIL OSVALDO GOLIJOV

Osvaldo Golijov é compositor, autor de Ainadamar.


O desejo mais forte que eu tinha enquanto compunha Ainadamar, há doze anos, era poder reproduzir na partitura uma imagem sonora, visual e tátil, que tive antes de começar a obra: uma granada flutuante, sangrando melodias de canto flamenco, arábicas, judias, cristãs. Melodias que surgem como rios dessa granada fruta [em português, romã], que é também a Granada, cidade dos grandes poetas árabes medievais e do grandíssimo poeta García Lorca, no século XX. Isso é o que me lembro. Hoje, porém, creio que o que mais me atrai em Ainadamar é a realidade da coexistência entre os vivos e os mortos. Garcia Lorca morto, mais vivo para Margarita do que os vivos com os quais ela vivia. Essa realidade, tão difícil de comunicar na vida cotidiana, se faz evidente no mundo da ópera: a música pode tudo. Os cantos e sons de Ainadamar também têm raízes múltiplas. A poesia das balas, os cavalos galopantes, os murmúrios da fonte e a percussão furiosa em algumas das cenas fazem com que os microfones das vozes não sejam simplesmente meios de amplificação, senão também instrumentos da poética dos vários mundos dessa obra. Para mim é uma felicidade muito especial que Ainadamar chegue ao Brasil. Creio que a cultura desse país que amo tanto e me inspira tanto é ideal para entender as realidades múltiplas dessa obra.


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HISTÓRICO DE APRESENTAÇÕES


/ UM HOMEM SÓ / ESTREIA MUNDIAL 29 de novembro de 1962 Theatro Municipal do Rio de Janeiro Edoardo de Guarnieri Regência Paulo Fortes José Pires de Assunção Lia Salgado Mariana, esposa de José/ Velha Mendiga/Rita

Guilherme Damiano Médico/ 2º Operário/Alcides

Geraldo Chagas 1º Operário/Sorveteiro Nino Crimi Cobrador/Dono do Bar

/ AINADAMAR / ESTREIA MUNDIAL 10 de agosto de 2003 Festival de Música Contemporânea de Tanglewood Robert Spano Regência Margarita Xirgu Dawn Upshaw Federico García Lorca Kelley O’Connor Nuria Amanda Forsythe Ruiz Alonso Charles Blandy José Tripaldi Shanon De Vine


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GRAVAÇÕES DE REFERÊNCIA


AINADAMAR Robert Spano Regência Margarita Xirgu Dawn Upshaw Federico García Lorca Kelley O’Connor

Nuria Jessica Rivera Ruiz Alonso Jesus Montoya Orquestra Sinfônica de Atlanta Deutsche Grammophon


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LIBRETO UM HOMEM SÓ


PERSONAGENS (indicações originais do libreto) JOSÉ José Pires de Assunção. Trinta e cinco anos, magro, olhos febris. Vestido de escuro. Entra em cena com chapéu e guarda-chuva. SORVETEIRO Idade indeterminada. Veste o avental e o boné branco característicos dos vendedores de sorvetes. Empurra o seu carrinho com a mercadoria. APANHADORA DE PAPEL Velha Nanci. Muito velha. Maltratada pela vida. Cabelos brancos, despenteada. Vestido usado e sujo, nos tons de cinza, marrom e negro. DOUTOR Médico psicanalista. Jovem ainda. Cabelos penteados com cuidado, cheios de pomada. Maneiras gentis, decididamente afetado. Veste um avental curto, de médico, imaculadamente branco. Elegantíssimo. Efeminado. COBRADOR Um homem qualquer. Bem vestido. OPERÁRIOS Operários metalúrgicos. Jovens. Alguns vestem macacão; outros, calças de fazenda riscada e camisa comum, ou malha. JORNALEIRO Homem comum. Com correia a tiracolo para sustentar os jornais. BÊBADO Alcides. Tipo do norte do Brasil. Magro, barba rala, olhos velados e vermelhos. Veste uma roupa verde vivo, muito grande para seu corpo. Traz na cabeça um chapéu de palha com as abas abaixadas. DONO DO BAR Homem grande e gordo. Bigode espesso, tipo português. Veste calça marrom escuro e camisa esporte de cores vivas e desenho irritante. RITA Mulher jovem ainda, mas de uma beleza passada. Cabelos pintados de loiro. Com um vestido muito justo, vermelho, sublinhando as formas. Brincos e colares de gosto discutível. Olhos refletindo docilidade. PADRE Como todo padre. CORO Mulheres e homens do povo.


De pai desconhecido!

coro

Profissão: Pequeno funcionário. Idade: 35 anos.

coro

Religião de José: Católica!

MULHERES

Por tradição. Sem sentimento.

coro

Era católico José. Amém! O que nos preocupa é José Pires de Assunção, católico, Casado, 35 anos, pequeno funcionário, vacinado, Sem filiação política, De pouca saúde, Isolado e triste. Essa é a questão. Qual questão? José. José não é questão... Não é questão... José Pires de Assunção. Muito menos é questão... Nosso amigo José é questão. E os mortos de Itaperá? José... Greve de abril? José... Desastres de trem? José... Lutas em Portugal? José...

MULHERES

É tal seu sofrimento que aparenta muito mais!

coro

35 anos.

MULHERES

É tal seu isolamento que aparenta muito mais!

coro

Filiação política:

todos

Não é nada José. Não é nada José. Não é nada José.

MULHERES

José sofre. Muito sofre. Sofre muito. Como sofre José!

coro

Por quê?

MULHERES

Só sei que sofre, José.

coro

José Pires de Assunção é homem de pouca saúde. Duas vezes internado...

MULHERES

Em triste hospital acinzentado... Descuidado, descuidado!

coro

José Pires de Assunção é homem de pouca saúde.

MULHERES

É homem José. José é o homem. São homens José.

mariana

Mal queria comer. Saía sempre. Sem nada dizer. José sofria muito. E quando me olhava, Pois sempre me fitava sem ver, sentindo angústia, Parecia dizer, parecia querer o que nunca entendi... Tão diferente de tempos não

coro

José, meu camarada... José preocupa o mundo! José, meu camarada... José é o problema!

todos

(Silêncio. Só ritmo.) Lá vai José subindo a ladeira, Corpo curvado, olhar distante. Cérebro em fogo,

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MULHERES

distantes. De tempos mais simples... Tão diferente do moço de cinza. Escorregando no altar. Quando todos se riram. Na cerimônia. Comigo de branco, encabulada. Até o padre sorrindo...

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Nome: José Pires de Assunção. Filiação: Filho de Izabel.

Libreto Um Homem Só

CORO


Murmurando soturno Palavras sem nexo. Sozinho, Querendo Um mundo pra si... coro

José Pires de Assunção.

COMEÇA A ÓPERA JOSÉ

Sozinho, Querendo Um mundo pra si... (José chega em casa. Deixa o guarda-chuva e o jornal. Senta-se exausto.)

(Falando.) Cinco contos de réis pra pagamento de aluguel. Mais trezentos mil réis pra saldar a prestação. E mais mil pra condução... (Cantando.) Mariana. Mariana está tão diferente. Há tristeza em Mariana... O mundo teima em separar-se de mim. Por que tão só? Por que assim? Por que isso? Se eu pudesse, se eu tivesse como poder, Eu poderia, tendo poder para ter o que tendo Me fizesse poder ter... Poder o que não se explica. Poder o que se sente, Poder o que ninguém dá! Sigo em tom de angústia... Se eu pudesse, se eu tivesse como poder Não sentir tanto peso, pesadelo... (Falando.) Cinco contos de réis pra pagamento de aluguel. E mais trezentos mil réis pra saldar a prestação...

coro

José Pires de Assunção.

VOZES DE MULHERES

Lá vai José subindo a ladeira, Corpo curvado, olhar distante, Cérebro em fogo, Murmurando soturno Palavras sem nexo.

josé

Mariana! Mariana! Onde está? Cadê Mariana? Zezinho está cansado, Mariana. Vem cuidar de José...

coro

Mariana, vem cuidar de José! Mariana, vem cuidar de José!

josé

Mariana, o dia foi longo! O calor era muito intenso. O barulho era muito grande. Tanta coisa, Tanta coisa feia, Mariana...

coro

Mariana, vai cuidar de José!

josé

Há tanto que não brincas, Mariana... Teu sorriso desapareceu, De há tanto amor fugido da casa vazia... Não brinques agora... Atende José... Mariana, vem cuidar de José!

coro

Mariana, vai cuidar de José! (José levanta-se e procura alguma coisa, preocupado.)

josé

Onde estão todos? Betinho, meu filho de sete meses, Das noites de insônia, Onde estás, filho meu, Crescido no meu esforço? Nessa tarde que já vem escura... Como escuro é o futuro de José...

coro

Mariana, vai cuidar de José! (Corre pela rampa e chega à praça. Uma velha pega papéis na rua e enfia-os dentro de um saco. Um sorveteiro passa.)


Um sorvete... (José compra. A velha olha-o ávida.)

josé

Mais um...

sorveteiro

Pronto, meu patrão! Sorvetinho que é o fino Para um dia de verão... Seu sorvete bem geladinho, Que é de coco e abacaxi.

josé

Cuidado, assim depressa pode fazer mal... (Velha faz que não.)

coro

José Pires de Assunção Acaba de fazer uma boa ação! (Apito ao longe de um amolador de facas.)

pregão

(Ao longe.) Olha a laranjinha seleta... (A velha olha José com os olhos fixos, sem nada dizer.)

josé

Então? Me parece melhor... Há tanto calor aqui... Como se chama a senhora?

velha

Me chamam de “maluca”, mas meu nome foi Nanci. Já fui moça há muito tempo, já faz muito, muito tempo! Por quê?

josé

O que por quê?

velha

Por que me comprou um sorvete? Sorvete é pra criança, E não pra velha como eu...

josé

Sinto-me tão mal...

velha

Minha história é parecida... Foi há tempos... Nem sei quando... Nem sei quanto tempo faz... Fui ficando tão sozinha que até me esqueci... Até sozinha de mim. “Maluca” me chamam, Mas meu nome foi Nanci... “Maluca” me chamam, Mas meu nome foi Nanci...

josé

Bem que vinha sentindo As pessoas sumindo, Devagar, como cor que se esfuma, Até que hoje, cansado, Chegando em casa chamei, E não houve resposta. Nem filho, nem mulher, Nem canário, nem Barão.

velha

Nas noites de lua cheia Vou pra porta do barraco. Olho o céu na sua negrura, Fico triste, choro à toa, Lá na porta do barraco.

josé

Desculpe, minha velha, esse instante de ternura. Minha velha tem sua vida, eu tenho a minha também. Procuro mulher, filho, canário e cachorro de estimação. (Escurece. José fica iluminado, senta-se a um canto e baixa a cabeça entre as mãos. Surge o cobrador. Homem frajola e bem falante.)

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josé

Sozinho, abandonado... Tinha mulher e filho, Um canário cantador de alegrias, E um cão sem raça chamado Barão. Desapareceram todos, deixando-me só. Sinto-me tão mal... Sozinho, Abandonado... Ando à procura, nem sei bem de que, por quê...

40

Seu sorvete bem geladinho! Sorvetinho de verão! Seu sorvete bem geladinho! Sorvetinho de verão... É de coco, É de creme, é de baunilha, E de abacaxi...

Libreto Um Homem Só

sorveteiro


cobrador

Ora, salve!... José amigo. Procurei-o em casa. A sua mulher veio à porta preocupada, a coitada da Mariana, me disse...

josé

Mariana? Onde está?

cobrador

Em casa, homessa homem, onde haveria de estar?

josé

O meu Betinho...

cobrador

Quebrando vidraças. Mas ouve, ó José...

josé

E o canarinho?

cobrador

Ora, José, cheio de penas como sempre...

josé

E o Barão?

cobrador

Mas que perguntas! Não te faças de tonto, José!

josé

Estive lá. Não havia ninguém. Ando à procura de minha mulher, meu filho, canário, Barão, Antônio, amigo que eu tenho...

cobrador

Saíram todos, José. Todos saíram. E bom seria se fugissem. Marido igual a ti de pouco vale, pai muito menos. Deixa de truques e passa pra cá o que me deves... Já se vão três meses e nada de te encontrar...

josé

Então Mariana lá está, lá está em nossa casa. (Escurece.)

coro

Em casa não está. Procura José, Mariana não está. No vizinho não está. Procura José, Mariana não está. Onde está mulher e filho? Procura José, Mariana não está. O Antônio e o Barão? Procura José, Mariana não está.

josé

Por Deus, eu não mereço Sofrimento assim. Perdi mulher, filho, Canário, meu velho Barão, Antônio, amigo de estimação. Sinto-me estranho diante de tudo. Sou demais no mundo.

cobrador

Não penses que por louco te livras de mim!...

josé

Deixa-me ir, tu que não conheço...

coro

José, não desespera. Procura José!

Não conheces quem te salva de enrascadas?

josé

Procurar o que, onde, para quê?

cobrador

josé

Eles estão à minha espera lá em casa...

coro

Levanta, ó José, procura, procura sempre...

cobrador

És esperto, José Pires de Assunção... Mas agora estás na mão... Passa cá o teu dinheiro. Vinte contos fazem falta.

josé

Procurar Mariana, procurar Mariana. E depois... E depois...

coro

Procura entender. Entende José!

Só eles me querem bem... Estão lá, à minha espera...

josé

Não me entendem, não me entendem, isso é que é!

josé


Nada. Tudo é o mesmo. Por Deus, eu não mereço. Ninguém, ninguém pra me trazer esperança? Calma, meu velho e bom José! Em paga dos sacrifícios, Teus esforços, A solidão, o nada... Chorar sozinho, o abandono... Que pena eu tenho, Como são injustos... Dorme agora... Procura esquecer Mariana, Betinho, Zito, canário e até mesmo Barão... Abraça teu desejo de vida... És bom e justo... Dorme. (Em casa, José deita-se. Imóvel. Lentamente começa a amanhecer... Na rua, os operários dirigem-se ao trabalho... Há todo um clima de otimismo construtivo.)

OPERÁRIO 1

coro de operários

OPERÁRIO 1

Faltam poucos dias. Mais um pouco de cal, Dúzias de tijolos, E lá está Aninha Com a casa própria! O terreno quanto custa? Saber de preços não quero lá. Vi vazia a terra, Fiz medição, enfiei estacas... Pega o ferro, bate firme, Pega o ferro, faz o trem. Forja o aço, vence o fogo, Forja o aço, ganha o mundo. Deita os trilhos, arma casas, Deita os trilhos com teu braço. Forja o aço, vence o fogo, Forja o aço, ganha o mundo. Fiz piquenique no local, Brinquei com filhos Na terra vazia. Que dinheiro achado

coro de operários

Pega o ferro, bate firme, Pega o ferro, faz o trem. Forja o aço, vence o fogo, Forja o aço, ganha o mundo. Deita os trilhos, arma casas, Deita os trilhos com teu braço. Forja o aço, vence o fogo, Forja o aço, ganha o mundo. (Enquanto isso, José desperta. Olha em torno e dirige-se à oficina. Cessa o barulho da oficina.)

OPERÁRIO 1

(Notando a proximidade de José.) Ei, gente! Lá vem José. Cada dia mais verde e cabisbaixo. Infeliz!

OPERÁRIO 2

Infeliz por vontade própria.

OPERÁRIO 1

Má língua. Infeliz de verdade. Enredado em contas, dívidas, só com preocupações...

OPERÁRIO 2

E remorso!...

OPERÁRIO 1

De quê?

OPERÁRIO 2

De ter dado o presente em troca do futuro...

OPERÁRIO 1

Não te entendo...

OPERÁRIO 2

Já, já você me entende...

josé

Bom dia!

todos

Bom dia!

josé

Vim aqui à procura de informações. Fiquei só de repente. Não encontro nem Mariana, mulher minha, nem Beto, filho meu, nem Zito, meu canário, nem Barão, meu cachorro amigo.

43

josé

Pertence a quem o encontra. Monto casa, quero ver Quem tira ela de mim, Nem que seja à bala, Guardo o teto de Aninha.

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Vai, não desespera. Vence. Procura José!... (Refletor sobre José.)

Libreto Um Homem Só

coro


Estou só e procuro... OPERÁRIO 1

Aqui não estão. É muito quente pra mulheres, pra crianças nem se fala.

José

Pensei que talvez... Nem sei por quê...

OPERÁRIO 1

Você está doente, José. Precisa se tratar.

josé

Doente não! Sozinho. Me abandonaram. Todos. Não é doença, é solidão!

OPERÁRIO 1

Então é doença da pior! E se trate, amigo!

josé

Quero encontrar quem me quer bem...

OPERÁRIO 1

Pois é, José, nossos problemas são outros!

todos

(Repetem o estribilho de trabalho enquanto cresce o retinir de ferros, chiar de fornos, etc.) Pega o ferro, bate firme, Pega o ferro, faz o trem. Forja o aço, vence o fogo, Forja o aço, ganha o mundo. Deita os trilhos, arma casas, Deita os trilhos com teu braço. Forja o aço, vence o fogo, Forja o aço, ganha o mundo. (José sai.)

josé

Vamos ver o doutor. Talvez dependa de médico. (José chega ao consultório médico.)

médico

Entre, meu amigo!

josé

(Falando.) Doutor, resta-me só o senhor, pra minha salvação. Sinto-me só, angustiado, não encontro mais ninguém que me quer bem...

médico

Basta! Deite aí... Cerre os olhos, devagarinho, com muito cuidadinho. Abandone os pensamentos como plumas pelo ar. E vá dizendo, sem pensar, embora sejam palavras soltas, vá falando, sem resistência nem censura interior.

josé

Doutor, eu não mereço... Estou cansado, agoniado!

médico

Calma, muita calma... vá falando, sem procurar estruturar o pensamento, para que eu possa lhe ajudar é preciso ouvir o que vive a pensar...

josé

Vida... Bode... Fichas... Saudade... Mariana... Amor... Desejo... Solidão... Estrela da manhã... Patrão... Dinheiro, dinheiro, dinheiro... 2.357.

médico

Jogador, hein? Mais! Mais!

josé

Não consigo mais pensar...

médico

Meu amigo, não tem nada... Cansado apenas. Seus complexos, seus reflexos nada têm de anormal. Frustrações, complicações muito fáceis de sublimar. Um cliente que poderá ser caso clínico de importância, pois a ciência bem precisa de quem esteja nesse estado pra poder descobrir novos rumos nos caminhos da mente... Meus parabéns.

josé

E então, doutor?

médico

Pode ir.

josé

Mas...

médico

Não há mas...


todos

É a glória...

médico

Descerrei sua mente, revolvi o inconsciente... Não há nada a fazer, a não ser, se quiser, conversar uns minutos até outro cliente chegar...

josé

É de amor que preciso...

todos

A glória dos céus... (José atira-se para fora da igreja. Imediatamente cessa o coro. José chora desconsoladamente. Ouvem-se trovões que anunciam temporal. Relâmpagos. Sirenes ao longe. Tiros. Vendedor de jornais passa gritando em meio à algazarra da cidade ao escurecer.)

jornaleiro

Matou com cem facadas a mulher desalmada... Desastre de trem... Cai o avião, 55 mortos, nenhum ferido... Bomba de cobalto... Conferência do desarmamento...

josé

Por Deus, ninguém merece... Ninguém merece... (Entra no bar. No bar, apenas Rita, o dono, um gordo de bigodes e um bêbado sentado ao balcão...)

josé

Cachaça. Cachaça forte, que mate, que leve pra longe daqui... Mariana, onde está Mariana?... (O homem serve. José bebe... Rita observa José.)

bêbado (alcides)

Diolinda me abandonou... É triste a vida assim. Ninguém apaga Diolinda. Diolinda era isso pra mim. Diolinda era do norte, Cabloca de riso à toa, Com jeitinho descarado, De pedir beijinhos pra mim, Assim.

dono

Dá o fora, Alcides... Já acabou a conta de hoje... (Bêbado levanta-se. Vai até José, e pega-lhe o copo de cachaça... José protesta. Disputam o copo.)

45

Nem ao menos uma receita?

josé

Não, obrigado, já vou em nada confortado...

médico

Ingrato! (Estica a mão. José dá-lhe uma nota. Um gesto do médico e José dá-lhe outra nota. Novo gesto e nova nota.) (José sai desconsolado. Na igreja, inicia-se o canto religioso. Algumas pessoas cantam sentadas nos bancos enquanto o padre oficia no altar. José vai até a igreja.)

coro religioso

Na glória dos céus, na glória dos céus. Alma desgarrada, procura tua salvação nos braços do Senhor...

josé

(Cantando.) Ah! Irmãos! Ajudai-me. Rezai por este que vive no mais tremendo desespero.

coro

Na glória dos céus, na glória dos céus. Alma desgarrada, procura tua salvação nos braços do Senhor...

josé

Irmãos, ouvi o grito de angústia desse pobre ser infeliz.

todos

josé

Psiu. (Pausa.) Na glória, na glória dos céus. Alma desgarrada, procura tua salvação nos braços do Senhor... Ajudai-me...

todos

Psiu. (Pausa.)

Libreto Um Homem Só

44

josé


bêbado

Dá!

josé

Larga!

bêbado

É meu!

josé

Sai pra lá, bêbado...

bêbado

sentissem amor por mim... rita

Ouve, vamos juntar as nossas tristezas... Vamos matar a solidão. Eu faço companhia a você, você faz companhia pra mim.

E tu, o que é?

josé

Pra quê? Pra quê?

josé

Dá o fora... Dá o fora... Dá o fora...

rita

bêbado

Mais um gole... Mais um gole...

josé

Sai pra lá... Sai pra lá...

rita

Toma aqui, Alcides... (Alcides atira-se ao copo de Rita. Bebe com avidez...)

Pra não ser tudo tão vazio aqui. Pra que você possa ter quem o entenda e pra que eu tenha quem ouça o que falo, o que quero e não consigo. Assim à toa, de brincadeira, desesperada, sem esperança, talvez pra matar o tempo, por necessidade tão doida de calor de gente...

bêbado

Obrigado, santinha... (Sai.) josé

dono

Bêbado!

rita

Infeliz!

dono

Que piedade é essa, Rita? Ouve... Hoje a mulher não está... Que tal subir um instante, hein?

Perdi Mariana, minha mulher. Perdi meu filho, Beto; Zito, meu canário; amigo Antônio e Barão, meu cão. Procuro e não encontro. Eram minha vida...

rita

Pobre de ti que não pode mais viver. Meu pobre bem que mais não sabe se conter... Pobre dos pobres é você que nem mesmo tem por que existir. Pobre de ti! Tenho um encanto por ti, meu bem! Vendo-te assim, pensando em mim, já não sofro mais, porque já desesperei de ter alguém que me olhasse como alguém, que me quisesse como alguém.

josé

Sabe que um dia de calma seria um dia feliz... Quisera entender, quisera saber que o amanhã é de flores, que é de riso, carícia de amor...

rita

Mas não sei bem por que será, o mundo me levou a ser

rita

Nem por mil, nem por dez contos de réis...

dono

E eu lá ia querer?

rita

(A José.) Tristinho, meu anjo?

josé

Me deixa.

rita

Esquece tudo, nada vale o sofrimento. Olha pro alto e ama.

josé

Poder amar é o que me falta...

rita

Por isso não! Estou aqui.

josé

Amor que se vende é amor barato. Amor de toda a hora... Queria sentir e que


josé

Bendita seja sua certeza... Bendita seja você... Dê-me a mão pequenina... Deixa-me tocar, adorar, pra que eu sinta o seu calor.

rita

Deixa acariciar seus cabelos torturados...

josé

Abandona suas mãos em meus cabelos... Pois meu sangue ferve, é um calor tão doce, tão doce, tão doce... Você poderia ser Mariana...

rita

Sou Rita, mas poderia ser Mariana... Sou mulher.

josé

Rita! Meu nome é José.

rita

José! (Os dois abraçados saem do bar e vão à praça.)

josé

Felicidade seria um assim eterno!

rita

Felicidade pra mim é o instante, mesmo que logo se acabe.

josé

Me dá um beijo, mas um beijo de amor. (Beijam-se.) Vem comigo amar... (Dirigem-se à casa de José. Abraçam-se com volúpia. Escurece. Novo amanhecer, agora sereno, embora ouçam-se os mesmo ruídos da primeira vez. Clareia. José e Rita deitados. José feliz, balança as pernas para fora do leito. Rita penteia-se.)

josé

Meu bem, que noite feliz!

josé

Mais um beijo de amor...

rita

Agora chega, uma noite é demais. Não fica desse jeito, desapontado... Pois não foi bom, não houve momentos de felicidade? Não quero nada, de presente. Nada. Adeus, adeus, meu bem, adeus. (Rita sai. José precipita-se atrás dela.)

josé

Rita! Rita! Não, Rita!... Me mata, mas não faz isso, Rita... Você foi toda a esperança... Você cobriu as rugas de Mariana. Você era Mariana, Mariana que não acaba... Rita! Não, meu bem! Não me faz sofrer assim! (Fica no centro da praça. É dia.)

médico

Complexos, reflexos, neurose, paranóia, reflexos, complexos, reflexos.

coro

Enlouqueceu José Pires de Assunção.

josé

Venham todos, venham todos, Venham escutar... Venha o pobre, venha o rico, Pois eu tenho de berrar. Mariana, Mariana que não acaba. Tortura, Tortura malvada... Venha o povo, venha a gente, Venha o mundo que não sente. Ouçam gritos, ouçam berros, Mesmo assim indiferentes. Eu te acuso, mundo todo, Pela morte do inocente. É José Pires torturado Que desiste de ser gente. É você também culpado Da amargura do presente. É você também culpado Da amargura do presente. (Nos últimos versos da canção

47

(Diferente.) Bonita, sim...

46

rita

Libreto Um Homem Só

ninguém... Mas a esperança me faz evocar, evocar, pois eu sei que há na vida momentos de alegria e que no amanhã haverá ainda um dia feliz nesta existência.


(Cai fulminado.) (Imediatamente, forma-se o cortejo fúnebre. O padre à frente junto ao médico... Segue o povo... Murmuram uma ladainha... Começa o coro... No final do cortejo, surgem Mariana, Betinho segurando uma gaiola com um canarinho, Antônio e o cão. Rita, mais afastada, é a única que leva flores... Ao iniciar-se o cortejo, os elementos de cena sobem rapidamente. No palco, apenas os praticáveis... A rotunda iluminada com luz crepuscular dá-nos a sensação de vácuo.)

surgem, de todos os lados, pessoas, coro, operários, padre, médico.) médico

Complexos, reflexos, neurose, complexos, reflexos.

coro

José, não te escondas na justiça. Somos todos desgraçados. Eis o fim que vos espera. José Pires condenado. Pela desesperança...

padre

Na glória dos céus... Na glória... Na glória dos céus...

coro

Na luta José. Na luta somente um futuro brilhante.

padre

A glória, a glória dos céus!

josé

Não posso mais! Não posso mais! Tenho sim, tenho medo! Tenho medo!

médico

Só complexos, mais reflexos... Só complexos, mais reflexos...

coro

A vontade do povo... Vontade do homem...

padre

Seja feita a vontade de Deus!

coro

Pecador, entrega tua alma!

josé

Não posso! Não posso mais! Desisto de tudo!

padre

Glória eterna...

médico

Complexos, reflexos, complexos, reflexos.

coro

Execração! Execração eterna!

padre

Demagogia!... Que seja tudo pelo amor de Deus!

josé

Chega! Chega! Chegaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

coro

Assim vai José, José Pires de Assunção. Foi filho de Izabel, De pai desconhecido. 35 anos de idade, Pequeno funcionário, Sem filiação política, Católico por tradição, Homem de pouca saúde. Atestado de óbito: Ataque cardíaco. José Pires de Assunção. Isolado e triste. Um homem só... Um homem só...


49 48

LIBRETO AINADAMAR


prelúdio de água e cavalo primeira imagem: mariana preludio de agua y caballo primera imágen: mariana cena 1. balada i escena 1. balada i

[Meninas, Margarita]

[Niñas, Margarita]

MENINAS NIÑAS

Ai! Que dia tão triste em Granada, que fazia a pedra chorar, ao ver que Marianita morria no cadafalso por não falar. O sino, o sino... dobrar e dobrar. Ai! Que dia tão triste em Granada, etc...

¡Ay! Qué día tan triste en Granada, que a la piedra hacía llorar, al ver que Marianita se muere en el cadalso por no declarar. La campana, la campana... doblar y doblar. ¡Ay! Qué día tan triste en Granada, etc…

MARGARITA

Toda uma vida, toda uma vida assim: só, nas coxias, em outro teatro, esperando ser… Mariana Pineda, Mariana Pineda, Mariana Pineda! Ai! Que dia tão... Federico, meu menino... Que dor na barriga! Eu o quis como a um filho. Eu o quis como a um filho. Ele hoje é tão real, tão real como o dia em que tomei sua mão de recém-nascido e de homem ao mesmo tempo… Olha para mim, Nuria, olhe agora. A velhice, minha menina... a velhice não foi seu destino. Olha para mim, olhe agora. Ai!

Toda una vida, toda una vida así: sola entre bambalinas en otro teatro esperando ser… ¡Mariana Pineda, Mariana Pineda, Mariana Pineda! ¡Ay! Qué día tan... ¡Federico, mi niño... Qué dolor en el vientre! Lo quise como un hijo. Lo quise como un hijo. Él es hoy tan real, tan real como el día en que tomé su mano de recién nacido y de hombre a la vez… Mírame Nuria, mírame ahora. La vejez, niña mía... la vejez no fue su destino. Mírame ahora, mírame ahora. ¡Ay!

[Meninas, Margarita e Nuria]

[Niñas, Margarita y Nuria]

Mariana Pineda, Mariana, teus olhos brilhantes como estrelas.

Mariana Pineda, Mariana, tus ojos brillantes como luceros.

Cena 2. Mariana, teus olhos Escena 2. Mariana, tus ojos MENINAS NIÑAS


MENINAS NIÑAS

Mariana...

Mariana...

MARGARITA

Porém, aqui estou. Noite após noite sigo interpretando as mulheres que ele criou para mim.

Sin embargo, aquí estoy. Noche a noche sigo actuando las mujeres que él ha creado para mí.

MENINAS NIÑAS

Mariana Pineda...

Mariana Pineda...

MARGARITA

Ah! A República era um sonho... quando estreamos Mariana.

¡Ah! La República era un sueño... cuando estrenamos a Mariana.

MENINAS NIÑAS

Teus olhos, Mariana...

Tus ojos, Mariana...

MARGARITA

Eu era jovem, vinte anos, talvez um pouco mais.

Yo era joven, veinte años, quizá un poco más.

nuria

Nem trinta… Conta mais

Siquiera treinta… Cuéntame más

MENINAS NIÑAS

Mariana... Teus olhos nos dão a luz em Granada. Mariana, serás a mãe de um povo novo e livre... Mariana...

Mariana... Tus ojos nos dan la luz en Granada. Mariana, serás la madre de un pueblo nuevo y libre... Mariana...

MARGARITA

Sim, a República era um sonho... Sim, um sonho formoso, a liberdade para meu povo. Que tragédia quando a carne jovem se desgarra e brota uma torrente de sangue quente.

Sí, la República era un sueño... Sí, un sueño Hermoso. la libertad para mi pueblo. Qué tragedia cuando la carne joven se desgarra y brota un torrente de sangre caliente.

MENINAS NIÑAS

Mariana Pineda...

Mariana Pineda...

MARGARITA

Que tragédia, que tragédia, que destruição!

¡Qué tragedia, qué tragedia, qué destrucción!

MENINAS NIÑAS

Mariana Pineda...

Mariana Pineda...

MARGARITA

Por que foi esse nosso destino? Por que não nasceu nossa Espanha, a de Mariana e Federico?... A Espanha livre que sonhamos

¿Por qué ése fue nuestro destino? ¿Por qué no nació nuestra España, la de Mariana y Federico?... ¡La España libre que soñamos

51

Ves mis ojos… ya están secos, derramaron ríos de lágrimas.

50

Vês meus olhos… já estão secos, derramaram rios de lágrimas.

Libreto Ainadamar

MARGARITA


foi asfixiada, massacrada e enterrada pela Falange!

fue asfixiada, masacrada y enterrada por la Falange!

MENINAS NIÑAS

Mariana Pineda...

Mariana Pineda...

nuria

Margarita, conta-me daquele primeiro encontro no bar Albor de Madrid...

Margarita, cuénteme de aquél primer encuentro en el bar Albor de Madrid...

[Federico, Margarita]

[Federico, Margarita]

FEDERICO

Margarita Xirgu, a rainha proletária do teatro espanhol, saúde!

¡Margarita Xirgu, la reina proletaria del teatro español, salud!

MARGARITA

Porra, Federico! Este uísque tem sabor de petróleo!

¡Coño, Federico! Este whiskey sabe a petróleo!

FEDERICO

...pro teu fogo, Margarita! Tu és todas e és uma, a mais trágica e heroica. Foste Elektra, Salomé, foste Antígona furiosa, e Lady MacBeth... Mas não Ofélia, e sim Hamlet.

...pa’ tu fuego, Margarita! Tú eres todas y eres una, la más trágica y heroica. Fuiste Elektra, Salomé, fuiste Antígona furiosa, y Lady MacBeth... Pero no Ofelia, sino Hamlet.

MARGARITA

Mas agora serei tua, porque farei Mariana Pineda. Porque esta grande mulher, que foi morta há cem anos, volta a viver em tua balada popular, e sua mensagem traz o ar puro da liberdade que nosso povo deve respirar hoje.

Pero ahora seré tuya, porque haré Mariana Pineda. Porque esta gran mujer, que fue muerta hace cien años, vuelve a vivir en tu balada popular y su mensaje trae el aire puro de libertad que nuestro pueblo debe respirar hoy.

FEDERICO

Oh, Margarita, esta obra não é política!

¡Oh, Margarita, esta obra no es política!

MARGARITA

Não? E então por que a escreveste?

¿No? ¿Y entonces por qué la has escrito?

FEDERICO

Porque estou apaixonado por Mariana desde que fiz nove anos.

Porque estoy enamorado de Mariana desde que cumplí nueve años.

Cena 3. Bar Albor de Madri Escena 3. Bar Albor de Madrid


53 52

[Federico, Meninas, Margarita, Nuria]

[Federico, Niñas, Margarita, Nuria]

federico

Desde a minha janela, eu fitava sua estátua, desde a minha janela... Em Granada, chamavam-na de símbolo puro da Revolução. Mas ela nunca foi tão fria. Nem tão cinza, nem sequer tão pura. Para mim, Mariana era luz e calor. E, acima de tudo, amor.

Desde mi ventana, yo miraba su estatua, desde mi ventana... En Granada la llamaban el símbolo puro de la Revolución. Pero ella nunca fue tan fría. Ni tan gris, ni siquiera tan pura. Para mí, Mariana era luz y calor. Y más que nada amor.

MENINAS NIÑAS

Meus olhos iluminam tua noite profunda.

Mis ojos iluminan tu noche profunda.

federico

Ah! Desde a minha janela, nas noites de insônia... desde a minha janela observava seu rosto, seus lábios ficavam vermelhos... seu hálito me chegava doce. Ela se aproximava, beijava-me na boca, e assim eu dormia.

¡Ah! Desde mi ventana, en las noche insomnes... desde mi ventana observaba su rostro, sus labios enrojecían... su aliento me llegaba dulce. Ella se me acercaba, me besaba en la boca y así me dormía.

margarita

Ah, Federico, meu menino! Ah, como eu poderia saber! Que sua vida tão curta seria um reflexo da de Mariana?

¡Ah, Federico, niño mío! ¡Ah, cómo iba yo a saber! ¿Que su vida tan corta iba a reflejar la de Mariana?

MENINAS NIÑAS

Meus olhos iluminam tua noite.

Mis ojos iluminan tu noche.

nuria

Por acaso já pressentia, em sua alma de poeta, que os destinos de ambos eram um, era um, apenas um?

¿Acaso ya presentía en su alma de poeta que los destinos de ambos eran un, era uno, sólo uno?

federico

Ela morreu pela revolução. E a revolução a traiu. Quando o que ela queria era somente amor...

Ella murió por la revolución. Y la revolución la traicionó. Cuando lo único que ella quería era amor...

federico, margarita, nuria

Era amor. Era apenas um.

Era amor. Era sólo uno.

Libreto Ainadamar

Cena 4. Desde minha janela Escena 4. Desde mi ventana


Cena 5. Morte a cavalo Escena 5. Muerte a caballo ruiz alonso

[Ruiz Alonso]

[Ruiz Alonso]

[canto flamenco] Ai! Entreguem-no! ¡Entreguem-no, por Deus, entreguem-no! Acabem com isso! Ai, meu Deus! ¡Entreguem-no! Acabem com isso!

[cante jondo] ¡Ay! ¡Entréguenlo! ¡Entréguenlo, por Dios, entréguenlo! ¡Acaben eso! ¡Ay, Dios mío! ¡Entréguenlo! ¡Acaben eso!

[Meninas, Rádio Falange]

[Niñas, Radio Falange]

Ai! Que dia tão triste em Granada, que fazia a pedra chorar, ao ver que Marianita morria no cadafalso por não falar. O sino, o sino... dobrar e dobrar. Ai! Que dia tão triste em Granada, etc...

¡Ay! Qué día tan triste en Granada, que a la piedra hacía llorar, al ver que Marianita se muere en el cadalso por no declarar. La campana, las campana… doblar y doblar... ¡Ay! Qué día tan triste en Granada, etc…

[escutam-se gravações da Rádio Falange]

[se escuchan grabaciones de Radio Falange]

Nossos jovens devem estar preparados a derramar seu sangue generoso pela causa sagrada da Espanha. Quem não estiver conosco está contra nós. Exterminaremos… Exterminaremos as sementes da revolução até dos úteros das mães… Viva a morte! Viva a morte! Viva a morte!

Nuestros jóvenes deben estar preparados a derramar su sangre generosa por la causa sagrada de España. Quien no esté con nosotros, está contra nosotros. Exterminaremos… Exterminaremos las semillas de la revolución aún de los úteros de las madres… ¡Viva la muerte! ¡Viva la muerte! ¡Viva la muerte!

SEGUNDA IMAGEM: FEDERICO SEGUNDA IMÁGEN: FEDERICO Cena 1. Balada II Escena 1. Balada II MENINAS NIÑAS

RÁDIO FALANGE RADIO FALANGE


55 54

[Margarita, Nuria]

[Margarita, Nuria]

margarita

Quero arrancar meus olhos! ¡Quero arrancá-los! Quero arrancar meus olhos para não vê-lo sofrer! Quis salvá-lo... quis salvá-lo e não pude. Quis tirá-lo do meio das bombas, levá-lo a Cuba e coroá-lo, mas não pude.

¡Quiero arrancarme los ojos! ¡Quiero arrancármelos! ¡Quiero arrancarme los ojos para no verlo sufrir! Quise salvarlo... quise salvarlo y no pude. Quise sacarlo de entre las bombas, llevarlo a Cuba y coronarlo, pero no pude.

nuria

Mestra, não fale assim. A senhora o mantém vivo...

Maestra, no hable usted así. Usted lo mantiene vivo...

margarita

... vivo, junto aos mortos que seguem vivos. Como se olham, estremecidos, sangrando lágrimas, lágrimas e mais lágrimas!

... vivo, junto a los muertos que siguen vivos. ¡Cómo se miran, estremecidos, sangrando lágrimas, lágrimas y más lágrimas!

nuria

Mestra, não fale assim. A senhora o mantém vivo, junto aos mortos que seguem vivos, como sementes estremecidas, sangrando lágrimas, lágrimas e mais lágrimas. Ele segue vivo porque a senhora tem a mesma febre que ele, a febre do teatro... Mestra, não fale assim. Ele segue vivo porque a senhora tem a mesma febre que ele, a febre do teatro... um teatro que transforma vidas.

Maestra, no hable usted así. Usted lo mantiene vivo, junto a los muertos que siguen vivos, como semillas estremecidas, sangrando lágrimas, lágrimas y más lágrimas. Él sigue vivo porque usted tiene la misma fiebre que él, la fiebre del teatro... Maestra, no hable usted así. Él sigue vivo por que usted tiene la misma fiebre que él, la fiebre del teatro... un teatro que transforma vidas.

margarita

Nuria... Nuria querida, sua morte é o motivo pelo qual ensino. E, porém, o que eu não daria para poder mudar o destino! Se eu apenas o tivesse convencido a vir à turnê de Mariana, conosco, a Havana.

Nuria... Nuria querida, su muerte es la razón por la que enseño. Y, sin embargo, ¡qué no daría yo por poder cambiar el destino! Si tan sólo lo hubiera convencido de venir a la gira de Mariana, con nosotros a la Habana.

nuria

A Havana?

¿A la Habana?

Libreto Ainadamar

Cena 2. Quero arrancar meus olhos Escena 2. Quiero arrancarme los ojos


Cena 3. A Havana Escena 3. A La Habana

[Federico, Margarita]

[Federico, Margarita]

FEDERICO, MARGARITA

A Havana. Ai, a Havana.

A la Habana. ¡Ay!, a la Habana.

FEDERICO

...com meu crânio aberto ao sol, areia com sabor de rum...

...con mi cráneo abierto al sol, arena con sabor a ron...

margarita

A Havana...

A la Habana...

FEDERICO

...o vento é meu pastor. Ai, nada me faltará.

...el viento es mi pastor. ¡Ay!, nada me faltará.

FEDERICO, MARGARITA

A Havana. Ai, a Havana.

A la Habana. ¡Ay!, a la Habana.

MARGARITA

Anjos negros, nus, agonia de um sexo impossível, do sonho picado e o riso do pêssego partido.

Ángeles negros, desnudos, agonía de un sexo imposible, del sueño punzado y la risa de durazno partido.

FEDERICO, MARGARITA

A Havana. Ai, a Havana. A Havana, tu e eu. A Havana, tu e eu.

A la Habana. ¡Ay!, a la Habana. A la Habana tú y yo. A la Habana tú y yo.

FEDERICO, MARGARITA

A Havana sem guerra. Alegria... coral e tambor.

A la Habana sin guerra. Alegría... coral y tambor.

margarita

Ai, a Havana tu e eu.

¡Ay!, a la Habana tú y yo.

FEDERICO

A Havana... não irei

A la Habana... no iré

margarita

Não virás?

¿No vendrás?

FEDERICO

Não…

No…

margarita

Não?

¿No?

FEDERICO

Não!

¡No!

margarita

Não?

¿No?

FEDERICO

Não, não irei!

No, ¡no iré!


57 56

[Federico, Margarita, Rádio Falange]

[Federico, Margarita, Radio Falange]

FEDERICO

Quero cantar entre as explosões, quero cantar um canto imenso. Espanha é um touro que se queima... um touro que se queima vivo. Vejo o sangue correr pelas ruas e vou cantando coroado de espinhos. Espanha é um rio de lamentos, um povo envolto em manto negro.

Quiero cantar entre las explosiones, quiero cantar canto inmenso. España es un toro que se quema... un toro que se quema vivo. Veo la sangre correr por las calles y voy cantando coronado de espinas. España es un río de lamentos, un pueblo envuelto en manto negro.

margarita

Não quero que fiques, não quero ver-te ferido, não quero ver tuas lágrimas, vem comigo.

No quiero que te quedes, no quiero verte herido, no quiero ver tus lágrimas, vente conmigo.

FEDERICO

Fico entre os mortos. Vou cantando meu canto, meu canto imenso.

Yo me quedo entre los muertos. Yo voy cantando mi canto, mi canto inmenso.

margarita

Vem comigo!

¡Vente conmigo!

FEDERICO

Canto eu, canto o canto dos que se calam, dos que morrem. Fico aqui.

Canto yo, canto el canto de quienes callan, de quienes mueren. Me quedo aquí.

margarita

Teu riso, não quero que morras. Teu riso de pêssego.

Tu risa, no quiero que muera. Tu risa de durazno.

FEDERICO

Eu, com meu canto e com meu pranto

Yo, con mi canto y con mi llanto

VOZ GRAVADA VOZ GRABADA

Para cada pessoa que nos matem, eu matarei dez. Se se escondem debaixo da terra, os desenterrarei, e, se já estão mortos, os matarei outra vez. Autorizo-os a matá-los como cachorros e assim estarão livres de toda a responsabilidade… Exterminaremos as sementes da

Por cada persona que nos maten, yo mataré diez. Si se esconden debajo de la tierra los desenterraré, y si ya están muertos los mataré otra vez. Os autorizo a matarlos como perros, y seréis así libres de toda responsabilidad… Exterminaremos las semillas de

Libreto Ainadamar

Cena 4. Quero cantar entre as explosões Escena 4. Quiero cantar entre las explosiones


revolução até dos úteros das mães… Viva a morte! Viva a morte! Viva a morte!

la revolución aún de los úteros de las madres… ¡Viva la muerte! ¡Viva la muerte! ¡Viva la muerte!

[Ruiz Alonso, Meninas, Margarita, Federico]

[Ruiz Alonso, Niñas, Margarita, Federico]

RUIZ ALONSO

Entreguem-no! Entreguem-no, por Deus, entreguem-no, por Deus! Por Deus, entreguem-no! Acabem com isso! Entreguem-no! Ai, causou mais danos com sua pena do que muitos outros com suas armas.

¡Entréguenlo! ¡Entréguenlo, por Dios, entréguenlo ustedes, por Dios! ¡Por Dios, entréguenlo! ¡Acaben eso! ¡Entréguenlo! Hizo más daño, ¡ay!, con su pluma que muchos otros con su arma.

MENINAS NIÑAS

Mas que crime cometeu?

Pero, ¿Qué crimen cometió?

RUIZ ALONSO

Ai, causou mais danos com sua pena do que muitos outros com suas armas.

Hizo más daño, ¡Ay!, con su pluma que muchos otros con su arma.

margarita

Fecho os olhos e vejo teus últimos momentos.

Cierro los ojos y veo tus últimos momentos.

FEDERICO

Não quero beijá-los... não quero pensar que nunca mais os verei.

No os quiero besar... no quiero pensar que nunca más os veré.

RUIZ ALONSO

Entreguem-no!

¡Entréguenlo!

margarita

Acusaram-te.

Te acusaron.

RUIZ ALONSO

Ai, meu Deus, ai, meu Deus… Entreguem-no, meu Deus, entreguem-no! Acabem com isso, ai, meu Deus, entreguem-no! Acabem com isso...

Ay, Dios mío, ay, Dios mío… ¡Entréguenlo, Dios mío, entréguenlo! ¡Acaben eso, ay, Dios mío, entréguenlo! Acaben eso...

margarita

E escarneceram.

Y se burlaron.

RUIZ ALONSO

É inimigo da Espanha!

¡Es enemigo de España!

margarita

Inventaram...

Inventaron...

RUIZ ALONSO

É bicha!

¡Es maricón!

Cena 5. Prisão Escena 5. Arresto


...y difamaron...

RUIZ ALONSO

...e é amante... da Rússia!

¡...y es amante... de Rusia!

margarita

…quando na verdade só amavas a poesia e a liberdade, e, às vezes, Rafael.

…cuando en verdad, sólo amabas la poesía y la libertad, y a veces Rafael.

[Meninas, Margarita]

[Niñas, Margarita]

MENINAS NIÑAS

¡Ainadamar, grande fonte de lágrimas! ¡Ainadamar, é a fonte das lágrimas!¡Ainadamar!

¡Ainadamar, gran fuente lágrimas! ¡Ainadamar, es la fuente de las lágrimas! ¡Ainadamar!

margarita

Assim na ladeira do monte, tu carregaste tua cruz. Um professor à esquerda, um toureiro à direita. A fonte se pôs a chorar…

Así en la ladera del monte, tú cargaste tu cruz. Un maestro a la izquierda, un torero a derecha. La fuente se puso a llorar…

[Tripaldi, vozes dos mortos e dos que vão morrer: Federico, Toureiro e Professor]

[Tripaldi, Voces de los muertos y de los que van a morir: Federico, Torero y Maestro]

É meu dever de católico dizer-lhes que serão executados. Venham, confessem, que os ajudarei. Já ajudei tantos.

Es mi deber de católico decirles que los van a ejecutar. Venga, confesaos, que yo os ayudaré. Yo ya he ayudado a tantos.

[inicia “K’in Sventa Ch’ul Me’tik Kwadulupe”, prece em maia]

[inicia “K’in Sventa Ch’ul Me’tik Kwadulupe”, rezos en maya]

Pai, perdoa-me, embora eu não tenha feito nada... Pai, perdoa-me, porque pequei. Pai, não Te obedeci; Mãe, eu sabia essa reza… Mãe, não me lembro das palavras. Mãe, não quero morrer. Mãe…

Padre, perdóname, aunque yo no he hecho nada... Padre, perdóname, porque he pecado. Padre, no te he obedecido; Madre, yo sabía esta plegaria… Madre, no recuerdo las palabras. Madre, no quiero morir. Madre…

59

...e difamaram...

Cena 6. A Fonte das Lágrimas Escena 6. La Fuente de las Lágrimas

Cena 7. Confissão Escena 7. Confesión

JAVIER JOSÉ TRIPALDI

federico

Libreto Ainadamar

58

margarita


TOUREIRO TORERO

Deus não existe! Apenas o touro. Deus não existe! Apenas minha capa. Deus não existe! Apenas minha espada; apenas minha mãe afogada em meu sangue. Minha mãe…

¡No hay Dios! Tan sólo el toro. ¡No hay Dios! Tan sólo mi capa. ¡No hay Dios! Sólo mi espada; sólo mi madre ahogada en mi sangre. Mi madre…

PROFESSOR MAESTRO

Treze mil escolas em apenas dois anos. Os meninos já leem e perguntam.

Trece mil escuelas en sólo dos años. Los niños ya leen y preguntán.

JAVIER JOSÉ TRIPALDI

Pai, perdoa. Não te amei com todo meu coração. Pai, perdoa. Não amei a meu próximo como a mim mesmo. Pai…

Padre, perdona. No te he amado con todo mi corazón. Padre, perdona. No he amado a mi prójimo como a mimismo. Padre…

[preces em maia, termina “K’in Sventa Ch’ul Me’tik Kwadulupe”]

[rezos en maya, termina “K’in Sventa Ch’ul Me’tik Kwadulupe”]

[tiros de canhão e canto flamenco]

[balazos de cañón y cante jondo]

Ai! Ai! Ai! Meu Deus, que pena tão grande! Federico morreu em Granada!

¡Ay! ¡Ay! ¡Ay! ¡Dios mío, qué pena más grande! ¡Federico murió en Granada!

RUIZ ALONSO

INTERLÚDIO DE TIROS/ LAMENTO PELA MORTE DE FEDERICO INTERLUDIO DE BALAZOS/ LAMENTO POR LA MUERTE DE FEDERICO


61 Libreto Ainadamar

Cena 1. Balada III - Labirinto Escena 1. Balada III - Laberinto

60

TERCEIRA IMAGEM: MARGARITA TERCERA IMÁGEN: MARGARITA

[Meninas, Nuria, Margarita com respiração profunda]

[Niñas, Nuria, Margarita con respiración profunda]

MENINAS NIÑAS

Ai! Que dia tão triste em Granada, que fazia a pedra chorar, ao ver que Marianita morria no cadafalso por não falar. O sino, o sino... dobrar e dobrar.

¡Ay! Qué día tan triste en Granada, al ver que Marianita se muere en el cadalso por no declarar. La campana, la campana... doblar y doblar.

nuria

[Preocupada, vendo Margarita muito pálida] Margarita!

[Preocupada, viendo Margarita muy pálida] ¡Margarita!

[…continua o canto das Meninas]

[…continua el canto de las Niñas]

nuria

Margarita! Olhe para mim! Mestra, a senhora não está bem? A senhora deve descansar, não pode entrar em cena.

¡Margarita! ¡Míreme! Maestra, ¿usted no está bien? Usted debe descansar, no puede salir a escena.

margarita

Nuria, o que te ensinei?

Nuria, ¿qué te he enseñado?

nuria

Mestra!

¡Maestra!

margarita

Nós, atores, somos como as flores...

Los actores somos como las flores...

Nós, atores,...

Los actores...

...que se abrem por apenas um instante...

...que se abren por sólo un instante...

margarita

nuria

...que se abrem por apenas um instante, nem estátuas, nem pinturas.

nuria

margarita nuria

margarita

...que se abren por sólo un instante, ni estatuas, ni pinturas.

Aprendeste bem, continua...

Has aprendido bien, continúa...

Quando nossas vozes se calam, desaparecemos... Quando morrem os que nos rodeiam, morremos também.

Cuando nuestras voces callan, desaparecemos... Cuando mueren quienes nos rodean, morimos también.

Obrigada. Agora ajuda-me, tenho que entrar em cena.

Gracias. Ahora ayúdame, debo salir a escena.


Cena 2. De minha fonte tu emerges Escena 2. De mi fuente tú emerges

[Federico; transfigurado]

[Federico; transfigurado]

Margarita, de minha fonte tu emerges. Estás banhada na água e na luz de minha poesia. Teu espírito está em cada uma de tuas alunas. Tu e Mariana já são uma só, e a mesma.

Margarita, de mi fuente tú emerges. Vas bañada en el agua y la luz de mi poesía. Tu espíritu está en cada una de tus alumnas. Tú y Mariana ya sois sólo una y la misma.

[Nuria, Meninas, Margarita, Federico]

[Nuria, Niñas, Margarita, Federico]

nuria

Venha, tome sua mão, leve-a a a seu lado. Venha, tome minha mão, leve-me.

Venga, tome su mano, llévela a su lado. Venga, tome mi mano, lléveme.

MENINAS NIÑAS

Venha e leve-a. Venha, leve-me. Venha, tome minha mão, leve-me. Leve-me a seu lado. Tome minha mão, leve-a.

Venga y llévala. Venga, llévame. Venga, tome mi mano, lléveme. Lléveme a su lado. Tome mi mano, llévela.

margarita

Podes ver? Federico!

Puedes ver? ¡Federico!

federico

Nunca voltaste à Espanha. Já sei.

Nunca has vuelto a España. Yo lo sé.

margarita

Nunca mais voltei à Espanha, porém segues vivo na América Latina…

Nunca más volví a España, pero sigues vivo en Latinoamérica…

nuria

... leve-me a seu lado. Vou seguir seus passos...

... lléveme a su lado. Voy a seguir sus pasos...

federico

Sinto. Me mantiveste vivo.

Yo lo siento. Me has mantenido vivo.

nuria, MENINAS NIÑAS

Leve-me pela mão. Vamos, vamos…

Lléveme de su mano. Vamos, vamos…

margarita

Mantenho-te vivo. Vives. Vivo tu em…

Te mantengo vivo. Vives. Vivo tú en…

federico

Cena 3. Tome sua mano Escena 3. Tome su mano


[Margarita, Meninas]

[Margarita, Niñas]

margarita

…mim.

…mi.

MENINAS NIÑAS

Mariana, teus olhos negros…

Mariana, tus ojos negros…

[Margarita, Nuria, Federico]

[Margarita, Nuria, Federico]

margarita, nuria, federico

Dou meu sangue derramado por vós. Bebei-o e contai minha história. Assim é que vou morrendo, submersa nas vozes dos que sempre amei e dos que ainda não nasceram. Liberdade!

Doy mi sangre derramada por vosotros. Bebedla y contad mi historia. Así es como voy muriendo, sumergida en las voces de quienes siempre he amado y los que aún no han nascido ¡Libertad!

nuria

Liberdade do alto…

Libertad de lo alto…

margarita

Liberdade verdadeira. Agora vejo o mundo com olhos de multidões. Adeus, adeus! Adeus, Granada amada! Adeus!

Libertad verdadera. Ahora veo el mundo con ojos de multitudes. ¡Adiós, adiós! ¡Adiós, Granada amada! ¡Adiós!

Cena 4. Crepúsculo delirante Escena 4. Crepúsculo delirante

Cena 5. Dou meu sangue Escena 5. Doy mi sangre

63

Yo te doy gracias, y te amo, ahora vamos… Vamos, vamos que es…

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Agradeço-te e te amo, agora vamos… Vamos, vamos que é…

Libreto Ainadamar

federico


Cena 6. Eu sou a liberdade Escena 6. Yo soy la libertad margarita

MENINAS NIÑAS

[Voz de Margarita, Meninas]

[Voz de Margarita, Niñas]

Eu sou a liberdade, a fonte de que bebes! Eu sou o manancial, sou a liberdade! Ferida e sangrando esperança. Ou, que sangrando espera!

¡Yo soy la libertad, la fuente de quien bebes! ¡Yo soy el manantial, soy la libertad! Herida y sangrando esperanza. o , que sangrando espera!

[Trompete do início]

[Trompeta del inicio]

Ai! Que dia tão triste em Granada, que fazia a pedra chorar, ao ver que Marianita morre no cadafalso por não falar. O sino, o sino... Ai! Que dia tão triste em Granada, etc...

¡Ay! Qué día tan triste en Granada, que a la piedra hacía llorar, al ver que Marianita se muere en el cadalso por no declarar. La campana, la campana... ¡Ay! Qué día tan triste en Granada, etc…


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direção musical e regência

Nascido na Suíça, filho de chilenos, Rodolfo Fischer começou sua carreira como pianista. Após formar–se na Universidade do Chile, foi bolsista da Mannes College of Music de Nova York, onde estudou com o renomado pianista Richard Goode. Na sequência, estudou regência com Otto Werner Muller no Curtis Institute of Music. Ao se formar, foi convidado pela San Francisco Opera para reger a companhia nas turnês realizadas por várias cidades dos EUA, entre 1993 e 1995. Devido à exposição decorrente do convite da SFO, tornou-se regente residente do Teatro Municipal de Santiago, cargo que manteve entre 1998 e 2003, tendo regido mais de 25 óperas. Em 2006, estreou no Teatro Colón de Buenos Aires, regendo Così fan Tutte e na Ópera Nacional da Dinamarca, em As Bodas de Fígaro, destacando-se como regente mozartiano. Desde então, tem regido frequentemente orquestras latino-americanas, como a Osesp, Orquestra Filarmônica de Buenos Aires, Filarmônica de Minas Gerais, Orquestra Estável de La Plata, Filarmônica de Santiago, Sinfônica Nacional de Bogotá. Como convidado, regeu importantes orquestras internacionais como a Filarmônica de Copenhagen, Sinfônica de Odense, do Principado de Asturias, Sinfônica de Bari, Basler Sinfonieorchester, Luzerner Sinfonieorchester e Auckland Philarmonia. Em 2008, estreou no Theatro Municipal de São Paulo com uma aclamada montagem de Falstaff. Em 2010, foi convidado pelo Teatro Argentino de La Plata para dirigir a Gala bicentenária, em ocasião da estreia latino-americana de Ainadamar, ópera de Osvaldo Golijov. Entre 2011 e 2014, regeu Il Mondo della Luna, Jenufa e Anna Bolena em Buenos Aires, Idomeneo em São Paulo, Ainadamar em Bogotá e Don Giovanni em Santiago. Maestro Fischer vive na Suíça e é professor de regência na Basler Musikakademie desde 2009.

Biografias dos artistas

RODOLFO FISCHER


EDUARDO STRAUSSER

regente assistente

Desde agosto de 2014, Eduardo Strausser é assistente do maestro John Neschling e regente residente do Theatro Municipal de São Paulo. Na atual temporada, regerá Otello, de Verdi, Eugene Onegin, de Tchaikovsky, Lohengrin, de Wagner, Ainadamar, de Osvaldo Golijov e Um Homem Só de Camargo Guarnieri. Entre 2012 e 2014, Strausser foi Diretor Artístico da Orchesterverein Wiedikon de Zurique e da Kammerorchester Kloten (Suíça); estudou na Zürcher Hochschule der Künste, onde recebeu com distinção os títulos de mestre e especialista na classe do renomado Professor Johannes Schlaefli. Participou de masterclasses com Bernard Haitink e David Zinman, na Suíça, e com Kurt Masur, em Nova York. Na temporada passada, Strausser se apresentou com a Kurpfälzischen Kammerorchester, de Mannheim, a Orquestra Sinfônica de Berna, a Südwestdeutsche Philharmonie de Konstanz, a Berliner Camerata e Luzern Festival Strings; com a Meininger Hofkapelle, dirigiu A Flauta Mágica, de Mozart. Em 2008, foi selecionado para participar do prestigiado Fórum Internacional de Regentes do Ferienkurse für Neue Musik em Darmstadt, onde teve a oportunidade de trabalhar com compositores como György Kurtág e Brian Ferneyhough. Em 2007, estudou análise e interpretação com Karlheinz Stockhausen em Kürten, Alemanha. Nascido em São Paulo, Eduardo Strausser estudou viola na infância e aos 16 anos teve suas primeiras aulas de regência.


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concepção, encenação e iluminação O nome de Caetano Vilela ganhou destaque no mundo da ópera tendo realizado dezenas de produções em importantes teatros no Brasil e no exterior. Dentre as óperas que dirigiu, destacam–se A Queda da Casa de Usher de Phillip Glass, Lady Macbeth do Distrito de Mtzensk de Shostakovich, Ariadne em Naxos de Richard Strauss, Os Troianos de Berlioz e a estreia mundial da ópera Ça Ira de Roger Waters, compositor e fundador do Pink Floyd. Iluminou o musical The Sound of Music, sob a direção de Emilio Sagi, para a temporada 2009–2010 no Théâtre du Châtelet, em Paris. Em 2013, ano do bicentenário de Richard Wagner, iluminou Tannhäuser, sob a regência de Gustavo Dudamel, para a temporada de ópera em Bogotá; e dirigiu e iluminou, para o Festival de Ópera do Theatro da Paz, a ópera O Navio Fantasma, destaque na crítica especializada como uma das melhores produções do ano. Ganhou o Prêmio Shell de Iluminação em 2011 pelo espetáculo Dueto para Um e foi indicado novamente em 2014 pela iluminação de Assim é (se lhe parece). Também em 2014 dirigiu novamente para o Festival de Ópera do Theatro da Paz a estreia no Brasil de Mefistofele de Arrigo Boito, sucesso de público e crítica. Neste ano de 2015, foi selecionado, junto a outros artistas brasileiros, para representar o Brasil na Quadrienal de Praga (Performance Design and Space), exposição mundial de criadores da área teatral que acontece em julho na República Tcheca.

Biografias dos artistas

CAETANO VILELA


NICOLÁS BONI

cenografia

Formado em artes plásticas e música pela Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, Nicolás Boni é doutorando em historia da arte e membro do Centro de Pesquisas de Arte Argentina e Latino–Americana dessa mesma instituição. Além disso, realizou cursos de aperfeiçoamento em cenografia e direção no Instituto Superior de Arte do Teatro Colón de Buenos Aires. Trabalhou como cenógrafo em diversos teatros da América Latina e Estados Unidos, como Dallas City Performance Hall, Teatro Municipal de Lima, Teatro de Bellas Artes e Teatro Municipal Jorge Eliécer Gaitán de Bogotá, Teatro Solís de Montevidéu, Teatro Sucre de Quito, Teatro Argentino de La Plata, Teatro Avenida de Buenos Aires, Teatros El Círculo de Rosario e o Teatro Libertador de Córdoba, tendo produzido cenários para óperas como O Barbeiro de Sevilha, Cavalleria Rusticana, Madama Butterfly, I Pagliacci, Carmen, Os Contos de Hoffmann, Don Giovanni, La Rondine, Lucia de Lammermoor, As Bodas de Fígaro, Don Carlo, Manon, La Bohème, Um Baile de Máscaras, Macbeth, Lucrezia Borgia, The Turn of the Screw, Rigoletto, Falstaff, Romeo et Juliette. Participou da montagem de Tannhäuser de Richard Wagner com regência de Gustavo Dudamel. Em 2014, foi o cenógrafo da montagem de Salomé do Theatro Municipal de São Paulo.


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figurinos

Estilista e figurinista formado pelo Senac, Olintho Malaquias complementou sua formação com cursos na USP e no Teatro Colón. Em 2010 e 2011, venceu, na categoria Figurino, o Prêmio Carlos Gomes de Ópera e Música Erudita. Criou figurinos para diversas óperas, como Mefistofele de Arrigo Boito, Onheama de João Guilherme Ripper, O Morcego de Johann Strauss, O Barbeiro de Sevilha de Rossini, Carmen de Bizet, La Bohème e Gianni Schicchi de Puccini, A Viúva Alegre de Lehár, Don Pasquale de Donizetti, Ópera Aberta de Gilberto Mendes, Sansão e Dalila de Saint-Saëns, Os Troianos de Berlioz, Ça Ira de Roger Waters, Ariadne auf Naxos de Richard Strauss, O Matrimônio Secreto de Domenico Cimarosa, Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk de Shostakovich, O Telefone de Giancarlo Menotti e A Voz Humana de Poulenc. Colaborou com importantes diretores cênicos, como Caetano Vilela, Livia Sabag, William Pereira, Mauro Wrona, Emilio Sagi, Roberto Lage e Enzo Dara. Participou várias vezes dos festivais do Theatro da Paz, em Belém, e do Amazonas, em Manaus. No teatro, foi figurinista residente do Teatro Oficina de Zé Celso Martinez Correa, onde criou figurinos para os espetáculos do projeto Os Sertões, quando recebeu indicações ao Prêmio Shell por A Terra e A Luta I.

Biografias dos artistas

OLINTHO MALAQUIAS


WAGNER ANTÔNIO

iluminador adjunto

Ator, Diretor e Iluminador formado pela Escola Livre de Teatro de Santo André, recebeu importantes indicações para prêmios nacionais como melhor iluminador, com destaque para seu trabalho de luz para a companhia Club Noir, em São Paulo, em dois espetáculos: H.A.M.L.E.T (indicado ao Shell em 2010) e Pinokio. Em 2012, assinou junto com Cibele Forjaz a iluminação de Pais e Filhos, dirigida pelo russo Adolf Shapiro, para a Mundana Companhia, em São Paulo, indicada para o Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro na categoria Projeto Visual. Dentre os diretores com quem trabalhou, destacam-se Caetano Vilela, Gerald Thomas, Roberto Alvim, Cibele Forjaz e Adolf Shapiro. Durante 10 anos, foi assistente do encenador e iluminador Caetano Vilela em dezenas de óperas, como Condor, La Bohème, La Gioconda, A Tempestade, Olga, Don Carlo e Manon (ambas com temporadas na Colômbia e Peru) e Salomé. Iluminou para o Festival de Ópera do Theatro da Paz de Belém, as óperas Il Trovatore e Otello, ambas dirigidas por Mauro Wrona. Atualmente, dirige e é co-criador do coletivo teatral 28 Patas Furiosas, em São Paulo.


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coreografia

Marco Berriel foi primeiro bailarino da companhia Ballet du XXe Siècle, de Maurice Béjart, e da Compañia Nacional de Danza de Madri, além de trabalhar como artista convidado por diversas outras companhias. A estreia como coreógrafo ocorreu com a apresentação de Jeu de Dames, no La Scala, com Béjart. Pioneiro do estilo de flamenco–fusion, Berriel trabalhou com artistas como Lola Greco, Joaquín Cortes, Merche Esmeralda e Carmem Cortés. Para a ópera, ele trabalhou como coreógrafo e diretor cênico junto aos regentes Riccardo Muti, Zubin Mehta e William Christie, e com os diretores cênicos Pier Luigi Pizzi, Robert Carsen, Yannis Kokkos e Herbert Wernicke, para as produções de Carmen, Turandot, Don Carlo, Ifigênia, Salomé e O Navio Fantasma. Recebeu o Prêmio Nacional de Coreografia na Espanha e venceu prêmios na competição Certamen Coreográfico de Madri. Em 2013, criou a coreografia da montagem de Aida do Theatro Municipal de São Paulo.

Biografias dos artistas

MARCO BERRIEL


BRUNO GRECO FACIO

regente do coro lírico

Paulistano, graduado em composição e regência pelas Faculdades de Artes Alcântara Machado, estudou sob a orientação dos mestres Abel Rocha, Isabel Maresca e Naomi Munakata. No ano de 2011, assumiu a regência do Collegium Musicum de São Paulo, tradicional coro da capital, dando continuidade ao trabalho musical do maestro Abel Rocha. Por 11 anos, dirigiu o Madrigal Souza Lima, trabalho responsável pela formação musical de jovens cantores e regentes. Em 2010, foi preparador do coro da Cia. Brasileira de Ópera, projeto pioneiro do maestro John Neschling que percorreu mais de 20 cidades brasileiras com a ópera O Barbeiro de Sevilha, de Gioachino Rossini. A convite do maestro Neschling, tornou–se regente titular do Coral Paulistano em fevereiro de 2013 e, em dezembro do mesmo ano, assumiu a direção do Coro Lírico do Theatro Municipal de São Paulo.


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barítono

Aclamado pela beleza de sua voz e rica expressão de suas interpretações, Rodrigo Esteves tem intensa carreira internacional, brilhando nos palcos de Madri, Bilbao, Valencia, Tóquio, Monte Carlo, Mallorca, Pamplona, Sicilia, Cagliari, Buenos Aires, Spoleto, Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus, Belo Horizonte e Belém, entre outros. Venceu por duas vezes o Prêmio Carlos Gomes como melhor cantor. Gravou na Espanha pela EMI e RTVE e, no Brasil, pela Algol e Biscoito Fino. Representou papéis principais em óperas como Don Carlo, Nabucco, Macbeth, Falstaff, Um Baile de Máscaras, Il Trovatore e La Traviata, de Verdi; Fausto e Romeu e Julieta, de Charles Gounod; I Pagliacci, de Leoncavallo; La Bohème e Tosca, de Puccini; O Cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss; e Canções das Crianças Mortas e A Canção da Terra, de Gustav Mahler. Em 2014, foi Iago em Otello, no Teatro da Paz, e Ford em Falstaff, no Teatro São Pedro. No Theatro Municipal de São Paulo foi Ford em Falstaff e Escamillo em Carmen e, na abertura da temporada de 2015, foi Iago na montagem de Otello.

Biografias dos artistas

RODRIGO ESTEVES


LUCIANA BUENO

mezzo–soprano

Luciana Bueno estreou em O Barbeiro de Sevilha como Rosina, sob a direção de Enzo Dara. Desde então tem se apresentado como Carmen, Donna Elvira em Don Giovanni, Lola em Cavalleria Rusticana, João em João e Maria, Suzuki em Madama Butterfly, Meg Page em Falstaff, Katisha em The Mikado, Giulietta em Os Contos de Hoffmann, Aksinya em Lady Macbeth de Mtzenski, La Cenerentola, Romeo em I Capuleti e I Montecchi, Mãe em Poranduba, Teresa em Magdalena, Mãe/Xícara Chinesa/Libélula em O Menino e os Sortilégios de Maurice Ravel, Miss Jessel em The Turn of the Screw e Mãe, na estreia de O Menino e a Liberdade, de Ronaldo Miranda. Foi Suzuki, em Madama Butterfly, na Royal Opera Canada, e solista no Glória de Vivaldi, Messias de Händel, Réquiem de Verdi, Missa em Dó Menor de Mozart, Missa em Dó Maior e Nona Sinfonia de Beethoven e Lobgesang de Mendelssohn. Em 2014, foi Meg Page em Falstaff e Lola em Cavalleria Rusticana, ambas no Theatro Municipal de São Paulo. Estudou com Pier Miranda Ferraro (Itália) e Leilah Farah, e atualmente desenvolve repertório com Ricardo Ballestero.


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baixo

Reconhecido pela crítica especializada como um dos principais artistas de ópera do Brasil, Saulo Javan é presença constante em casas de concerto e ópera como a Sala São Paulo, Theatro Municipal de São Paulo, Theatro da Paz de Belém, Theatro São Pedro, Tobias Barreto e Santa Isabel. Foi solista nas óperas Magdalena de Villa-Lobos, O Rouxinol de Stravinsky, Aida de Verdi, O Elixir do Amor e Don Pasquale de Donizetti , Gianni Schicchi e La Bohème de Puccini, Don Giovanni, As Bodas de Fígaro e A Flauta Mágica de Mozart, entre outras. Integrou o elenco da Cia. Brasileira de Ópera como Don Bartolo em O Barbeiro de Sevilha de Rossini e cantou a estreia mundial da ópera Dulcinéia e Trancoso de Eli-Eri Moura. Nas temporadas 2013 e 2014 do Theatro Municipal de São Paulo, apresentou-se nas óperas The Rake’s Progress, Don Giovanni, La Bohème, Falstaff , Salomé e Tosca. Faz parte do Trio Cantares com Rosana Lamosa e Sonia Rubinsky. Gravou a Sinfonia N. 10 - Ameríndia de Heitor Villa-Lobos com a Osesp, sob a regência do Maestro Isaac Karabtchevsky. Em 2002 venceu o Concurso de Canto Villa-Lobos. Estudou canto com Carmo Barbosa e hoje é orientado por Marconi Araújo. Prepara-se com renomados coachings brasileiros como Rafael Andrade, Anderson Brenner e Marcos Aragoni.

Biografias dos artistas

SAULO JAVAN


MIGUEL GERALDI

tenor

Miguel Geraldi estudou com Gledys Pierri e se aperteiçoou com Neyde Thomas. Integrou os grupos Armonico Tributo, Coro Bach e Camerata Antiqua de Curitiba. Venceu o V Concurso Carlos Gomes, o II Concurso Aldo Baldin e o III Concurso Internacional de Canto Bidu Sayão, entre outros. Debutou no Theatro Municipal de São Paulo como Alfredo Germont em La Traviata de Verdi, em 2001. Atuou junto a orquestras como a Sinfônica Municipal de São Paulo, Experimental de Repertório, Osesp, Sinfônica do Paraná e Filarmónica de Bogotá, sob a regência de maestros como John Neschling, Wagner Polistchuk, Ira Levin, Nicolau de Figueiredo, José Maria Florêncio, Mario Zaccaro, Jamil Maluf, Emiliano Patarra, Luciano Camargo, Edmundo Hora, Roberto Di Regina, Reynaldo Censabela, Alessandro Sangiorgio, Hirofumi Yoshida, Gioigio Paganini, Roberto Duarte, Luís Gustavo Petri e Abel Rocha. Destacam–se em seu repertório lírico a participação em montagens de O Elixir de Amor e Rita e Poliuto de Donizetti, La Bohème e Turandot de Puccini, Rigoletto e La Traviata de Verdi, I Pagliacci de Leoncavallo, Carmen de Bizet, Cecilia de Licinio Refice, Loreley de Catalani e A Viúva Alegre de Léhar. Em 2014, participou da produção do Theatro Municipal de São Paulo de Salomé, com direção cênica de Livia Sabag e regência de John Neschling.


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tenor

Nascido em São Paulo, Rubens Medina estudou canto com Marcel Klass e, posteriormente, passou a estudar interpretação e técnica vocal com Helly–Anne Caran. Interpretou diversos papéis em óperas como La Bohème, Tosca, Il Tabarro e Gianni Schicchi, de Puccini; Nabucco, La Traviata e A Força do Destino, de Verdi; I Pagliacci de Leoncavallo; Cavalleria Rusticana de Mascagni; Carmen de Bizet; O Franco–Atirador de Carl Maria Von Weber; Il Cappello di Paglia di Firenze de Nino Rota; O Guarany e Fosca, de Carlos Gomes; Dido e Eneas de Purcell; e O Anjo Negro de João Guilherme Ripper. Além dos personagens líricos, Rubens Medina tem se dedicado também ao repertório sinfônico e de câmara, como a apresentação como solista, em 2001, do Réquiem de Verdi, no Theatro Municipal de São Paulo. Realizou um concerto de canções brasileiras no Consulado Brasileiro em Berlim, ao lado da mezzo–soprano Adriana Clis e do pianista Ricardo Ballestero, no projeto Cultura na Copa. Em 2014, participou da produção do Theatro Municipal de São Paulo de Salomé, com direção cênica de Livia Sabag e regência de John Neschling.

Biografias dos artistas

RUBENS MEDINA


MARISÚ PAVÓN

soprano

Especializada no repertório dos séculos 17 e 18, a argentina Marisú Pavón foi solista em diversos festivais de música barroca na Europa e nas Américas. Sua discografia inclui Selva Morale e Spirituale de Monteverdi, Motetos e Cânticos Natalinos dos séculos 17 e 18, a ópera Gli Amori D’Apollo e di Dafne de Cavalli, Motetos e Madrigais dos séculos 17 e 18 de Cristobal Galán (estreia mundial) e Hipolyte et Aricie e Castor et Pollux de Rameau. Cantou para a Rádio e TV do Concertgebouw de Amsterdam, no Kaaitheater, Concertgebouw de Bruges, Rotterdamse Schouwburg, Stadsschowburg Goningen, Palau de la Música de Barcelona, Salle Gaveau de Paris, Catedral de Notre Dame, Teatro de Arriaga em Bilbao e no Auditorio Kursaal em San Sebastian. Foi Poppea em L’incoronazione di Poppea, Fatime em Indias Galantes, Serpinaem em La Serva Padrona, Dido em Dido e Enéas, Procris em Gli Amori D’Apollo e di Dafne, Teutille em Montezuma, Phoébé em Castor et Pollux e Phédre em Hipolyte et Aricie. Em 2010, estreou no Teatro Colón e interpretou Pamina em A Flauta Mágica, Clorinda em La Cenerentola, Susanna em As Bodas de Fígaro, Oscar em Un Ballo in Maschera, Guardiã do Templo em Die Frau onhe Schatten, Illia em Idomeneo, Livia em Calígula, Criada e a Portadora do Manto em Elektra e A Viúva Alegre. No mesmo ano estreou no Teatro Argentino de La Plata e interpretou Margarita Xirgu em Ainadamar, Elena em Ciudad Ausente, Contessa de Folleville em Viaggio a Reims e o papel principal em Francisquita. No Teatro Avenida de Buenos Aires, onde debutou em 2011, cantou Atalanta em Xerxe, Konstanze em O Rapto do Serralho, Despina em Così fan Tutte, entre outros. Os próximos compromissos incluem a Voz do Céu em Don Carlo, no Teatro Colón, Donzela das Flores em Parsifal e Te Deum de Bruckner no Teatro Argentino.


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soprano

Camila Titinger começou a carreira artística muito cedo, aos 10 anos, como atriz e cantora mirim, integrante do elenco do Programa Gente Inocente da Rede Globo. Em 2009, venceu o Concurso Maestro Carlos Gomes, realizado em Campinas, e, em 2011, o Concurso de Canto Lírico Maracanto, realizado no Maranhão; em 2013, foi vencedora em três categorias do 11º Concurso Brasileiro de Canto Maria Callas. Camila foi a única brasileira selecionada nas audições realizadas no Brasil para participar do Concurso Internacional de Canto Lírico Neue Stimmen Singing Competition 2013, na Alemanha. Graduada em Canto Lírico pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista, onde foi aluna de Martha Herr. Foi integrante do curso de Ópera Estúdio da Emesp, dirigido por Mauro Wrona. Atualmente é integrante da Academia de Ópera Theatro São Pedro. Interpretou papéis como Contessa em As Bodas de Fígaro, de Mozart, Pamina em A Flauta Mágica, de Mozart, Antonia em Os Contos de Hoffmann, de Offenbach; Rosalinde em O Morcego, de Strauss, Belinda em Dido e Enéias, de Purcell, Mimì em La Bohème, de Puccini, Gilda em Rigoletto, de Verdi.

Biografias dos artistas

CAMILA TITINGER


LUIGI SCHIFANO

contratenor

Nascido em Nápoles, Luigi Schifano estudou no Conservatorio Licinio Refice de Frosinone e com a soprano Silvia Bossa. Entre 2006 e 2007, estudou na Accademia Nazionale di Santa Cecilia de Roma com a soprano Renata Scotto. Participou da masterclass de Sara Mingardo no Centro di Musica Antica Pietà dei Turchini de Nápoles. Em 2008, se apresentou no prestigioso Auditorium Parco della Musica e foi solista no Te Deum de Marc–Antoine Charpentier na Basilica di Sant’Andrea della Valle, ambas em Roma; e participou de uma turnê como solista nos Stabat Mater de Vivaldi e Pergolesi. Excursionou com a Filarmônica da Macedônia e o maestro Alessandro D’Agostini, cantando obras de Händel. Participou da Noite de Gala do 15º aniversário das relações bilaterais entre a República da Macedônia e a Santa Sé no Palácio do Vaticano. Em 2010, fez sua estreia como Endimione em La Calisto, de Francesco Cavalli, como Orfeo em Orfeo e Euridice, de Gluck, e o papel principal em Telemaco, de Gluck; foi solista na Missa em Si de J. S. Bach em Assis com a Orchestra Barroca ed il Coro Schola Cantorum dell’Aramus, regida por Osvaldo Guidotti. Em 2011, participou de concertos no Japão, na Macedônia e na Itália. Em 2012, cantou Diluvio Universale de Falvetti, em Roma. Recentemente, ele estreou o papel de Sesto em Giulio Cesare de Händel, no Stadttheater Klagenfurt. Seus próximos compromissos incluem apresentações em Roma e no Festival de Dubrovnik. Luigi Schifano venceu diversos prêmios: da Competição Vocal Internacional Riccardo Zandonai em Riva del Garda, em 2010, da Competição Ottavio Ziino em Roma, em 2011, e da Competição Santa Chiara em Nápoles, em 2012.


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cantaor

Nascido em Málaga, Alfredo Tejada Zurita foi, aos 17 anos, para Granada, onde estudou canto e trombone no Conservatorio Superior de Música Victoria Eugenia. Deu seus primeiros passos no flamenco aos 13 anos, sob a orientação do violonista Miguel Ochando. Participou de circuitos de flamenco por toda a Andaluzia, dividindo o palco com grandes cantaores flamencos, como Carmen Linares, Chano Lobato, Calixto Sánchez, Fernando Terremoto, Remedios Amaya, entre outros. Venceu prêmios em diversas cidades espanholas, como Granada, Ubrique, Murcia, Jumilla Málaga e Rincón de la Victoria. Em 2005, foi descoberto pelo maestro Mario Maya e começou a fazer parte de sua companhia. Participou, por três anos, da Bienal de Sevilha e do Festival de Jerez. Colabora regularmente com grandes bailaores, como Juan Andrés Maya, Fuensanta La Moneta, Adrián Sánchez, Adrián Galia, Pastora Galván, Rocío Molina, El Junco, Diego Lloris. Trabalhou em diversos tablaos como o Albaycín, La Zambra de la Rocío, La Venta del Gallo, La Malagueta, Arenal, El Cordobés. Em 2007, se juntou ao elenco da Fundación Antonio Gades, sob a direção de Estela Arauzo, e participou dos espetáculos Carmen, Fuenteovejuna, Suite Flamenca e Bodas de Sangre, que passou por vários países do mundo em grandes teatros, como Teatro Nacional de Pequim, City Center de Nova York, Teatro Olímpico de Roma, Gran Teatre del Liceu de Barcelona, Teatro Maestranza de Sevilha, Teatro Romano de Verona. Em 2010, acompanhou Jesús Fernandez, parceria que rendeu o prêmio Desplante Minero. Em 2011, acompanhou a grande bailaora Blanca del Rey em sua despedida dos palcos. Atualmente, trabalha com grandes artistas, como Paloma Fantoval, Olga Pericet, Marcos Flores, Alfonso Losa, Belén Lopez, Juan Ogalla e Joselillo Romero.

Biografias dos artistas

ALFREDO TEJADA


CARLA COTTINI

soprano

Vencedora do Prêmio Revelação no 10º Concurso de Canto Maria Callas da cidade de Jacareí em 2011, Carla Cottini tem se destacado por integrar em suas performances apurada técnica, belo timbre e marcante presença cênica. Estreou no Theatro Municipal de São Paulo, em dezembro de 2011, como Ida em O Morcego de Johann Strauss, e como Musetta em La Bohème, com a Orquestra Sinfônica do Sergipe, com grande sucesso. Em 2012, cantou a primeira audição mundial da obra Fantasia Gabriela de André Mehmari, escrita por encomenda da Orquestra Sinfônica da Bahia para as comemorações do centenário de Jorge Amado, e estreou no Palácio das Artes de Belo Horizonte como Valencienne na opereta A Viúva Alegre, de Lehár, sob a direção de Jorge Takla. Em 2013, Carla interpretou Gretel em Hänsel und Gretel de Humperdinck no Palau de la Musica de Valencia, na produção espanhola de Amparo Urieta; foi Zerlina no Theatro Municipal de São Paulo na produção de Don Giovanni dirigida por Pier Francesco Maestrini, ao lado de artistas como Andrea Rost, Monica Bacelli e Nicola Uliveri. Em 2014, interpretou Armida em Rinaldo de Händel, no Auditorio de Ribarroja, e debutou como Susanna em As Bodas de Fígaro, papel que interpretou também no Teatro São Pedro, em São Paulo, sob a direção musical de Luiz Fernando Malheiro e direção cênica de Livia Sabag. Além de sua dedicação ao canto lírico, Cottini tem formação em artes cênicas, jazz dance e balé clássico. Terminou, em 2014, seu mestrado em interpretação operística no Conservatório Superior de Música Joaquín Rodrigo de Valencia, sob a orientação de Ana Luisa Chova. Desde 2012, estuda com a soprano Eliane Coelho. Seu preparador de repertório é Rafael Andrade.


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soprano

Monique Rodrigues estudou no Centro Cultural Claudio Santoro em Manaus, sua cidade natal. Seu debut profissional se deu com o poema vocal–sinfônico La Demoiselle Elue, de Debussy, acompanhada da Orquestra Amazonas Filarmônica, sob a regência de Luiz Fernando Malheiro. Desde então, participou de produções de diversas óperas, como A Flauta Mágica, de Mozart, Gianni Schicchi, de Puccini, Lady Macbeth do Distrito de Mtsensk, de Shostakovich, e no repertório sinfônico, o Réquiem de Mozart, entre outros. Em 2010, venceu o concurso Jovens Solistas da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Participou como solista de três edições do consagrado Festival Amazonas de Ópera. Atualmente, reside em São Paulo, onde integra o Coro Lírico do Theatro Municipal de São Paulo.

Biografias dos artistas

MONIQUE RODRIGUES


JARBAS HOMEM DE MELLO

ator

Jarbas Homem de Mello começou a vida artística na cidade de Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, onde nasceu. Ao longo de sua carreira, Jarbas se formou um artista versátil. É ator, diretor, bailarino, cantor e sapateador. Fez parte da companhia de musicais Only Broadway, sob a direção artística de Fernanda Chama. Também atuou em grandes musicais, como Rent, Les Miserábles, O Fantasma da Ópera, Pernas pro ar. Também protagonizou Zorro. Entre seus trabalhos no teatro, estão as peças Mandrágora, Constelation, Veneza e Querido Mundo. Na TV, integrou o elenco da novela musical Dance, Dance, Dance, na rede Bandeirantes, e foi jurado do Se ela dança, eu danço, do SBT. Também participou do seriado Pé na Cova, na TV Globo. Em 2012, interpretou o Mestre de Cerimônias do musical Cabaret, adaptação de Miguel Falabella para o espetáculo de Joe Masteroff, John Kander e Fred Ebb, protagonizado por Cláudia Raia, com direção cênica de José Possi Neto e musical de Marconi Araújo. Com esse papel, Jarbas foi indicado ao prêmio Shell de Melhor Ator Coadjuvante. Em 2013, gravou duas séries: Psi da HBO, baseada nos livros do psicanalista Contardo Calligaris, no qual interpretou o personagem Manoel, e Se eu fosse você, da Fox, no papel de Tadeu. A série é baseada no filme homônimo do diretor Daniel Filho. Jarbas protagonizou, ao lado de Claudia Raia, Crazy for you, primeiro musical de sapateado da Broadway a ser montado no Brasil. No espetáculo, Jarbas era Bobby Child, um herdeiro playboy de Nova York, que, apesar da insistência da mãe, não tem o menor interesse pelos negócios da família e só quer saber de cantar e dançar. Atualmente, se prepara para o espetáculo Chaplin, o musical, no qual viverá Charles Chaplin.


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operação de laptop

Formado em composição com meios eletroacústicos na Universidade Nacional de Quilmes e em clarinete pelo Conservatório Superior de Música de Buenos Aires, Marcelo Martínez, nos últimos 12 anos, se dedicou fundamentalmente a compor trilhas, design sonoro, montagem e operação ao vivo para espetáculos de teatro, dança e performance. Participou de vários festivais ao redor do mundo, como o Malta Festival de Poznan, El Carmen del Viboral, na Colômbia, Santiago a Mil, em Santiago do Chile, Holland Festival, Translatine de Bayonne, na França, Kunsten Festival des Arts, na Bélgica, SpielartTheater Festival, em Munique, InTransit-PerformingArts Festival, em Berlim, Festival Internacional de Londrina e Rio Cena Contemporânea, no Brasil, e Festival Internacional de Teatro de Buenos Aires, Argentina. Atualmente, é doutorando em arte e tecnologia na Universidade Nacional de Arte em Buenos Aires, e professor da Universidade Nacional de Quilmes, da Universidade Nacional de Arte, do Conservatório Superior de Música e da Universidade do Cinema, todos em Buenos Aires.

Biografias dos artistas

MARCELO MARTÍNEZ


ADAM DEL MONTE

violão flamenco

Adam del Monte estudou flamenco e violão clássico na Espanha, Israel e Inglaterra. Na Espanha, viveu e estudou com os ciganos de Sacromonte em Granada; em Madri, estudou com grandes mestres, como Pepe Habichuela, Paco Cortez e Gerardo Nunez. Em 1997, venceu o primeiro prêmio no Concurso Internacional Violão Clássico de Stotsenberg. Em 2000, Del Monte foi solista no Concerto de Aranjuez com a Filarmônica de Los Angeles e se apresentou por duas vezes no Hollywood Bowl: com o seu grupo de flamenco e novamente com a Filarmônica de Los Angeles e a dançarina espanhola Lola Greco. Compôs seu primeiro Concerto para Violão Flamenco, Ensueño Flamenco para violão e orquestra, que estreou com a Boston Modern Orchestra Project. Em 2003, apresentou-se no recém-inaugurado Disney Hall, em Los Angeles, onde, em 2005, ele participou da Los Angeles Philharmonic Chamber Music Series. Em 2006, participou da gravação de Ainadamar para a Deutsche Gramophone. Apresentou-se em diversos teatros, como Carnegie Hall, Lincoln Center, Chicago Symphony Center, Barbican Center em Londres, Teatro Real de Madri e Auditório Manuel de Falla em Granada (com o famoso cantor Enrique Morente). Gravou diversos discos e colaborou como intérprete em algumas trilhas sonoras para o cinema. Del Monte compôs recentemente o seu segundo Concerto para Violão Flamenco, Paisajes, encomendado e estreado pela Santa Monica Symphony. Desde então, se apresentou com a Sinfônica Estatal de Moscou, na Sala Tchaikovsky, e com a Orquestra Sinfônica Simon Bolívar. Compôs para o Los Angeles Guitar Quartet uma peça flamenca, intitulada Cambio de Aire. Desde 2000, del Monte é professor da University of Southern California, onde ensina flamenco e guitarra clássica.


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percussão latina

Nascido em Nagasaki, Keita Ogawa começou a carreira aos 15 anos em um conjunto de tambores. Depois de se apresentar regularmente em Tóquio por vários anos, foi aceito no Berklee College of Music, em 2005, onde estudou com Manuel “Egui” Castrillo, Jamey Haddad, Tito de Gracia, David Rosado e Mark Walker. Para se aprimorar no mundo da percussão brasileira, Keita passou três meses no Rio de Janeiro e estudou com Jorginho do Pandeiro, Celsinho Silva, Kiko Freitas e Márcio Bahia, entre outros. Ao retornar para os EUA, tocou com grandes nomes da música, incluindo Yo-Yo Ma, Irmãos Assad, Maria Schneider Jazz Orchestra, Snarky Puppy, Romero Lubambo, Clarice Assad, Terri Lyne Carrington, Osvaldo Golijov, Alisa Weilerstein, Gustavo Dudamel, Danilo Perez, Benny Verde, Chris Potter, Lionel Lueke, Dominick Farinacci, Cyro Baptista, Jamey Haddad, Horacio “El Negro” Hernandez, Gretchen Parlato, Sinfônica de Boston, Sinfônica de Chicago, Filarmônica de Los Angeles, Sinfônica do Colorado, Orquestra de Cleveland, entre outros.

Biografias dos artistas

KEITA OGAWA


ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL DE SÃO PAULO No início do século 20 havia em São Paulo conjuntos orquestrais mantidos por associações e colégios, mas não uma orquestra profissional especializada em ópera. As companhias líricas internacionais que se apresentavam no Theatro Municipal traziam, além dos solistas, músicos e corais completos. Na década de 1920 uma orquestra profissional foi montada e passou a realizar apresentações esporádicas no Theatro Municipal, mas somente em 1939 o grupo tornou–se permanente e passou a se apresentar com maior frequência sob o nome de Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal de São Paulo. Em 1949, um projeto de lei oficializou o conjunto, que passou a se chamar Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e a fazer parte das temporadas líricas e de dança do Theatro. Com atuações de destaque em todos esses anos, em 1940 a orquestra inaugurou o estádio do Pacaembu e, em 1955, tocou na reabertura de Theatro Municipal a ópera Pedro Malazarte, de Camargo Guarnieri, regida pelo próprio autor. Realizou ainda concerto em homenagem aos participantes dos Jogos Pan–Americanos de 1963, em São Paulo, e fez sua primeira excursão ao exterior em 1971 com todo o elenco para apresentação da ópera II Guarany, de Carlos Gomes, no Teatro San Carlo, na Itália. Muitos mestres da música contribuíram para o crescimento da Orquestra Sinfônica Municipal, entre eles, Arturo de Angelis, Zacharias Autuori, Edoardo Guarnieri, Lion Kasniefski, Souza Lima, Eleazar de Carvalho e Armando Belardi. Atualmente, John Neschling é o Diretor Artístico do Theatro Municipal de São Paulo e regente da Orquestra Sinfônica Municipal.


Um dos mais tradicionais corpos estáveis do Theatro Municipal de São Paulo, o Coro Lírico foi criado em 1939, quando o maestro Armando Belardi era o diretor artístico da casa. O primeiro diretor do Lírico, o maestro Fidélio Finzi, foi quem preparou o grupo para sua estreia em 13 de junho de 1939, na ópera Turandot, que era apresentada pela primeira vez em São Paulo. No total, a primeira temporada do Coro Lírico apresentou 16 óperas. Em 1947, Sisto Mechetti assumiu o posto de maestro titular, a partir da oficialização do grupo. Em 1951, o Coro esteve sob a regência dos maestros Tullio Serafin, Olivero De Fabritis, Eleazar de Carvalho, Armando Belardi, Francisco Mignone, Heitor Villa–Lobos, Roberto Schnorremberg, Marcello Mechetti e Fábio Mechetti. Entre os anos de 1994 e 2013, Mário Zaccaro desenvolveu outras vertentes de trabalho, dedicadas à MPB e ao jazz. O regente também foi o responsável pela ampliação do efetivo de cantores, conseguindo reunir mais de 100 integrantes. Além disso, introduziu inovações nas técnicas de preparação musical, obtendo excelentes resultados de público e de crítica. Nesse mesmo período o Coro recebeu os prêmios de melhor conjunto coral, pela APCA, em 1996, e o prêmio Carlos Gomes, na categoria ópera, em 1997. Desde dezembro de 2013, o Coro Lírico Municipal de São Paulo está sob a direção de Bruno Greco Facio.

89 88 Biografias dos artistas

CORO LÍRICO MUNICIPAL DE SÃO PAULO


Croquis de figurino de Olintho Malaquias para a nova montagem de Um Homem S贸 no Theatro Municipal de S茫o Paulo.


Pianistas Correpetidores Anderson Brenner Paulo Almeida Rafael Andrade

Coreógrafo Assistente Livio Lima

Bailarinos Alex Narducci Caio Vini Cesar Nunes Demetrio Sanches Marco Oliveira Orlando De Paula Otávio Portela Rafa Campos Rafael Johnny Rodrigo Nascimento Sidnei Araújo Vagner Cruz

Equipe de Montagem Edilson Quina Edson Quina Edenilson Quina Elenildo Pinheiro da Silva Raul Fernando Astorga

Pintura de Arte Bruna Priscilla Saraiva Júlia de Alvarenga Lopez Marcello Girotti Sati Inafuku

Assistente de Figurino Luiza Dimitrova da Camara

Modelistas

Maristane Dresch

Judite Geronimo de Lima Elizangela Dally Nilda Dantas Tandara Hoffmann

Pâmola Cidrack

Estagiária de figurino

Estagiária de direção cênica Estagiária de iluminação

Coordenação de Cenotécnica Dílson Diniz Tavares

Produção

Soraya Kölle

Apoio de Produção

Elias da Silva

Equipe de Cenotécnicos Paulo Rogério Miuzzi Renato de Souza Cristiano Silva Ferreira Fabiano Miguel Vilela Claudinei Roberto Gilberto Martins Oliveira

Equipe de Serralheria Rubens Tavares Jr. Francisco Silva Souza

Nathalia Zemel Costureiras Cristina França Leninha Castilho Lucia Medeiros Dilma Tibiriça Maria Lucia da Silva Dirlene Emilio Josefa Gomes Antonio Fernandes

Adereços de figurino Edu Paiva

Visagista Simone Batata

INDICADORES DE SALA Adryane dos Reis Alyne dos Reis Andréa Barbosa da Silva Andressa Severa Romero Caio Cesar Ferreira Jonas Silva de Souza Jorge Ramiro da Silva Santos Juliana Durães Almeida Marcela Costa Marcelo Souza Ferreira Maria dos Remédios Costa Mariana Ferreira da Silva Marilivia Fazolo Milena de Souza Patricia de Moura Mesquita Pedro Henrique Oliveira Roseli Deatchuk Rosimeire Pontes Carvalho Sandra Marisa Peracini Suely Guimarães Sousa Sylvia Carolina Caetano Tatiane Lima da Costa Vilma Aparecida Carneiro Willian Izidio

Tiça Camargo

Tradução do Libreto, sinopse e gravações de referência

MaquiadorAs

Irineu Franco Perpetuo

Visagista assistente

Sheila Campos Marcela Costa Mara Feres

Legendas

MP Legendas

Revisor Gabriel Rath Kolinyak

Croquis de Cenário

ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL DE SÃO PAULO Diretor Artístico

Nicolás Boni

John Neschling

Croquis de figurino

Primeirosviolinos

Olintho Malaquias

Michelangelo Mazza (spalla) Pablo De León (spalla) Maria Fernanda Krug Martin Tuksa Adriano Mello Fabian Figueiredo Fábio Brucoli Fábio Chamma Fernando Travassos Francisco Krug Heitor Fujinami John Spindler Liliana Chiriac Mizael da Silva Júnior Paulo Calligopoulos Rafael Bion Loro Sílvio Balaz Victor Bigai Wellington Rebouças

Segundosviolinos Andréa Campos*

Nadilson Gama André Luccas Djavan Caetano Edgar Leite Evelyn Carmo Helena Piccazio Oxana Dragos Ricardo Bem-Haja Sara Szilagyi Ugo Kageyama Wellington Rebouças

Violas

Alexandre De León* Silvio Catto* Tânia Campos Abrahão Saraiva Adriana Schincariol Bruno de Luna Cindy Folly Eduardo Cordeiro Eric Schafer Licciardi Jessica Wyatt

91

Inais Tereza Isabel Vieira Elisani Souza Biah Bombom Giulia Piantino Gleice Diana Leão Mari Souza Alina Peixoto

90

Ivanildo Bezerra

Ficha Técnica

UM HOMEM SÓ/ AINADAMAR


Pedro Visockas Roberta Marcinkowski Tiago Vieira

Violoncelos

Mauro Brucoli* Raïff Dantas Barreto* Mariana Amaral Alberto Kanji Charles Brooks Cristina Manescu Joel de Souza Maria Eduarda Canabarro Moisés Ferreira Sandro Francischetti Teresa Catto

Contrabaixos

Sanderson Cortez Paz*** Taís Gomes*** Adriano Costa Chaves André Teruo Miguel Dombrowski Ricardo Busatto Vinicius Paranhos Walter Müller

Flautas

Douglas Costa**

Trompetes

Fernando Lopez* Marcos Motta* Breno Fleury Eduardo Madeira Albert Santos**

Trombones

Sopranos

Piano

Cecília Moita*

Percussão

Marcelo Camargo* César Simão Magno Bissoli Sérgio Ricardo Silva Coutinho Thiago Lamattina

Tímpanos

Danilo Valle* Márcia Fernandes*

Gerente da Orquestra

Alexandre Greganyck Paulo Broda Rafael de Sá

Otinilo Pacheco* Tiago Francisco Naguel* Diogo Maia Santos Domingos Elias Marta Vidigal

Wesley da Silva

Fábio Cury* Matthew Taylor* Marcelo Toni Marcos Fokin Osvanilson Castro

Trompas

André Ficarelli* Thiago Ariel* Eric Gomes da Silva Rafael Fróes Rogério Martinez Vagner Rebouças

Regente Assistente

Jennifer Campbell* Paola Baron*

Harpa

Alexandre Ficarelli* Rodrigo Nagamori* Marcos Mincov Victor Astorga**

Fagotes

Bruno Greco Facio

Sergio Wernec

Paschoal Roma

Clarinetes

Regente Titular

Eduardo Machado* Roney Stella* Hugo Ksenhuk Luiz Cruz Marim Meira

Cássia Carrascoza* Marcelo Barboza* Andrea Vilella Cristina Poles Renan Mendes

Oboés

Coro Lírico Municipal de São Paulo

Assistente

Manuela Cirigliano

Inspetor

Carlos Nunes

Montadores

Aprendiz

*Chefe de Naipe **Músico Convidado ***Chefe de Naipe Interino

Pianistas

Marcos Aragoni Marizilda Hein Ribeiro

Adriana Magalhães Angélica Feital Antonieta Bastos Berenice Barreira Cláudia Neves Elayne Caser Elaine Moraes Elisabeth Ratzersdorf Graziela Sanchez Jacy Guarany Juliana Starling Laryssa Alvarazi Marcia Costa Marivone Caetano Marta Mauler Milena Tarasiuk Monique Corado Nadja Sousa Rita Marques Rosana Barakat Sandra Félix Sarah Chen Viviane Rocha

Mezzo-Sopranos Carla Campinas Cláudia Arcos Erika Belmonte Juliana Valadares Keila de Moraes Marilu Figueiredo Mônica Martins

Contraltos

Celeste Moraes Clarice Rodrigues Elaine Martorano Lidia Schäffer Ligia Monteiro Magda Painno Maria Favoinni Vera Ritter

Tenores

Alex Flores Alexandre Bialecki Antonio Carlos Britto

Dimas do Carmo Eduardo Góes Eduardo Pinho Eduardo Trindade Fernando de Castro Gilmar Ayres Joaquim Rollemberg Luciano Silveira Luiz Doné Marcello Vannucci Márcio Valle Miguel Geraldi Paulo ChamiéQueiroz Renato Tenreiro Rubens Medina Rúben de Oliveira Sérgio Macedo Valter Estefano Walter Fawcett

Barítonos

Alessandro Gismano Daniel Lee David Marcondes Diógenes Gomes Eduardo Paniza Guilherme Rosa Jang Ho Joo Jessé Vieira Marcio Marangon Miguel Csuzlinovics Roberto Fabel Sandro Bodilon Sebastião Teixeira

Baixos

Claudio Guimarães Fernando Gazoni Leonardo Pace Marcos Carvalho Matheus França Orlando Marcos Rafael Thomas Rogério Guedes Sérgio Righini

Assistente Administrativo Elisabeth De Pieri Eugenia Sansone

Inspetoria

Juliana Tondin Mengardo

Montador

Bruno Silva Farias

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Prefeito Fernando Haddad

Secretário Municipal de Cultura

Nabil Bonduki

FUNDAÇÃO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO Conselho Deliberativo Nabil Bonduki – Presidente Manoel Carlos Guerreiro Cardoso Marcos de Barros Cruz Mauro Wrona Pablo Zappelini De León Wladimir Pinheiro Safatle

Direção Geral José Luiz Herencia

Diretora de Gestão

Ana Flávia Cabral S. Leite

Diretor de Formação

Leonardo Martinelli

INSTITUTO BRASILEIRO DE GESTÃO CULTURAL Presidente do Conselho Cláudio Jorge Willer

Diretor Executivo

William Nacked

Diretora Técnica Isabela Galvez

Diretor Financeiro

Neil Amereno

Diretor Artístico John Neschling

Diretora de Produção


Olivieri Advogados Associados

Diretoria Geral Assessora Maria Carolina G. de Freitas

Secretárias

Ana Paula S. Monteiro Marcia de Medeiros Silva Monica Propato

Cerimonial

Egberto Cunha

Bilheteria

Nelson F. de Oliveira

Coordenador de Sala André Lima

Diretoria Artística Assessoria de Direção Artística Eduardo Strausser Thomas Yaksic Clarisse De Conti

Secretária

Eni Tenório dos Santos

Aprendiz

Carolyni Amorim Marques da Silva

Assistente Administrativa Luana Pirondi

Coordenação de Programação Artística João Malatian

Diretor Técnico Juan Guillermo Nova

Assistente de Direção Técnica Daniela Gogoni

Diretor de Palco Cênico Ronaldo Zero

Assistente de Direção de Palco Cênico Caroline Vieira

Assistente de Direção Cênica

Produção Arthur Costa

APRENDIZ

Laysa Padilha de Souza Oliveira

Assistente de Direção Cênica e Casting

Palco Chefe da Cenotécnica

Sérgio Spina

Aníbal Marques (Pelé)

Figurinistas Residentes

Chefe de Maquinária

Veridiana Piovesan Lorenzo Merlino

Thiago dos S. Panfieti

Produção de Figurinos

Fernanda Câmara

Arquivo Artístico Coordenadora Maria Elisa P. Pasqualini

Assistente de Coordenação Milton Tadashi Nakamoto

Copistas e Arquivistas

Ariel Oliveira Cássio Mendes Guilherme Prioli Jonatas Ribeiro Karen Feldman Leandro José Silva Paulo César Codato Roberto Dorigatti

Centro de Documentação Chefe de seção Mauricio Stocco

Equipe

Lumena A. de M. Day

Diretoria de Produção Produção Executiva Anna Patrícia Araújo Nathália Costa Rosa Casalli

Produtores

Aelson Lima Pedro Guida Miguel Teles Nivaldo Silvino

Assistente de

Subchefe de Maquinária

Paulo M. de Souza Filho

Chefe de

Contrarregragem Carlos Bessa

Técnicos de Palco Maquinistas Aristide da Costa Neto Everton Dávida Cândido Lorival F. Conceição Marcelo Luiz Frosino Peter Silva Mendes de Oliveira Uiller Ulisses Silva

Igor Augusto F. de Oliveira Lelo Cardoso Ubiratan Nunes Camareiras Alzira Campiolo Isabel Rodrigues Martins Katia Souza Lindinalva M. Celestino Maria Auxiliadora Maria Gabriel Martins Marlene Collé Nina de Mello Regiane Bierrenbach Tonia Grecco

Diretoria de Formação Diretor

CENTRAL DE PRODUÇÃO “CHICO GIACCHIERI” Coordenação de Costura

Auxiliar Artístico

Leonardo Martinelli

Assessora Helen Gallo

Assistente Tiago Gati

Escola Municipal de Música de São Paulo Diretor Antonio Tavares Ribeiro

Assistente de Direção

Valdemir Aparecido da Silva

João Gabriel Rizek

Assistente Técnica

Emília Reily

Jéssica Elias Secco

Ivani Rodrigues Umberto

Maria Aparecida Malcher Grazieli Araujo Guerra

Alex Sandro N. Pinheiro Anderson Simões de Assis Antonio Carlos da Silva

Ermelindo Terribele

José Roberto Silva Ricardo Farão

José Carlos Souza José Lourenço Paulo Henrique Souza

Gabriela Carolina Assunção Souza Aline Roberta de Souza

Aloísio Sales de Souza Eneas R. Leite Neto João Paulo Gonçalves Paloma Neves da Costa Sandra Satomi Yamamoto

Diretoria de Gestão

Escola de Dança de São Paulo Coordenadora Artística

Mecânica cênica

Contrarregras

Aprendiz

Carlos Eduardo Santos

Chefe de Som

Sérgio Luis Ferreira

Operadores de Som Daniel Botelho Kelly Cristina da Silva Sergio Nogueira

Chefe de Iluminação

Acervo de Figurinos Assistente Acervo de Cenário

Expediente

Lais Gabriele Weber Carolina Paes Simão Cristina Gonçalves Nunes João Paulo Alves Souza Juçara A. de Oliveira Juliana do Amaral Torres Oziene O. dos Santos Paula Melissa Nhan Carlos Alberto De Cicco Ferreira Filho Catarina Elói de Oliveira

Equipe

Montadores Estagiárias

Susana Yamauchi

Assistente Artístico Luis Ribeiro

Projetos Especiais

Daniela Stasi

Assistência Administrativa Roberto Quaresma

Camareira

Maria do Carmo

Corpo de Apoio

Valéria Lovato

Estagiários

Irinéia da Cruz Marilene Santos

Alexandre Bafe Fernando Azambuja

Guilherme Telles Andressa P. de Almeida

Alexandre Malerba Angélica da Silva

Iluminadores

Estagiários

93

Residente Julianna Santos Segunda Assistente de Direção Cênica Ana Vanessa

92

Direitos Autorais

Ficha Técnica

Cristiane Santos


Carmen Alexandrina João Amaro

Arquitetura

Assistência Administrativa

Narciso Martins Leme

Lilian Jaha

Seção Técnica de Manutenção

Alexandre R. Bertoncini

Estagiário

Cleide C. da Mota José Luiz P. Nocito Solange F. França Reis Tarcísio Bueno Costa

Comunicação Editor e Coordenador

Suzel Maria P. Godinho

Mídias Eletrônicas

Seção de Pessoal

Parcerias

Contabilidade Alberto Carmona Alexandre Quintino Ananias Diego Silva Luciana Cadastra Marcio Aurélio O. Cameirão Meire Lauri

Compras e Contratos

George Augusto Rodrigues Marina Aparecida Augusto

Infraestrutura

Marly da Silva dos Santos Antonio Teixera Lima Eva Ribeiro Israel Pereira de Sá Luiz Antonio de Mattos Maria Apa da C. Lima Pedro Bento Nascimento Rita de Cássia S. Banchi Wagner Cruz

Almoxarifado

Nelsa A.Feitosa da Silva Bens Patrimoniais José Pires Vargas

Informática

Ricardo Martins da Silva Renato Duarte

Estagiários

Victor Hugo A. Lemos Yudji A. Otta

Vinícius Leal

Marcos Fecchio

Editor assistente Gabriel Navarro Colasso

Desirée Furoni

Assessora de Imprensa Amanda Sena Caroline Zeferino

REVISÃO MUSICAL Paschoal Roma

Design Gráfico Kiko Farkas/ Máquina Estúdio

Designer Assistente Ana Lobo

Atendimento Michele Alves

Impressão Formags Gráfica e Editora LTDA

Agradecimento Escarlate Editora WMF Martins Fontes


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FUNDAÇÃO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO TEMPORADA 2015


THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO ÓPERAS

/ EUGENE ONEGIN Piotr Ilitch Tchaikovsky

/ THAÏS Jules Massenet

MAIO 30 Sáb 20h / 31 Dom 18h JUNHO 02 Ter 20h / 04 Qui 20h 06 Sáb 20h / 07 Dom 18h 09 Ter 20h

JULHO 23 Qui 20h / 25 Sáb 20h 26 Dom 18h / 28 Ter 20h / 30 Qui 20h AGOSTO 01 Sáb 20h / 02 Dom 18h

Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Coro Lírico Municipal de São Paulo

Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Coro Lírico Municipal de São Paulo Balé da Cidade de São Paulo

Jacques Delacôte Direção musical e regência

Eduardo Strausser REGENTE ASSISTENTE

Hugo De Ana Direção cênica, cenografia e figurinos

Andrei Bondarenko / Kostantin Shushakov Eugene Onegin Svetlana Aksenova / Talia Or Tatyana Fernando Portari / Medet Chotabaev Lensky Alisa Kolosova / Ana Lucia Benedetti Olga Vitalij Kowaljow / Saulo Javan Príncipe Gremin Larissa Diadkova / Lidia Schäffer Filipevna Alejandra Malvino / Keila De Moraes Madame Larina Miguel Geraldi Triquet Sergio Righini Zaretsky Rogério Nunes Capitão Renato Tenreiro Capataz

Alain Guingal Direção musical e regência

Gabriel Rhein-Schirato REGENTE ASSISTENTE

Stefano Poda Direção cênica, Cenografia, Figurinos, Desenho de luz e Coreografia

Nino Machaidze / Sara Rossi Daldoss Thaïs Lado Ataneli / André Heyboer Athanaël Jean–François Borras / Roberto De Biasio Nicias Károly Szemerédy /Saulo Javan Palémon Carla Cottini Crobyle Malena Dayen Myrtale Ana Lucia Benedetti Albine Lina Mendes La Charmeuse Eduardo Trindade Um servo


OUTUBRO 08 Qui 20h / 10 Sáb 20h 11 Dom 18h / 13 Ter 20h 15 Qui 20h / 17 Sáb 20h 18 Dom 18h / 20 Ter 20h

Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Coro Lírico Municipal de São Paulo John Neschling Direção musical e regência

Michelangelo Mazza REGENTE ASSISTENTE

Cesare Lievi Direção cênica Juan Guillermo Nova Cenografia Marina Luxardo Figurinos Luigi Saccomandi Desenho de luz

Maria José Siri / Adriane Queiroz Manon Lescaut Marcello Giordani / Martin Muehle Des Grieux Vittorio Vitelli / Guilherme Rosa Lescaut Saulo Javan Geronte Valentino Buzza / Miguel Geraldi Edmondo Walter Fawcett Um acendedor de lampiões NN Professor de dança Malena Dayen Um músico Leonardo Pace Um taberneiro

Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Coro Lírico Municipal de São Paulo John Neschling Direção musical e regência Eduardo Strausser REGENTE ASSISTENTE Henning Brockhaus Direção cênica Valentina Escobar Assistência de Direção cênica e Coreografia Yannis Kounellis Coreografia Patricia Toffolutti Figurinos Guido Levi Desenho de luz Luiz–Ottavio Faria Heinrich der Vogler

Tomislav Muzek / Peter Seiffert Lohengrin Petra-Maria Schnitzer / Nathalie Bergeron Elsa von Brabant

Tómas Tómasson / Johmi Steinberg Friedrich von Telramund

Marianne Cornetti / Jacqueline Dark Ortrud Carlos Eduardo Marcos Heerrufer

NOVEMBRO 28 Sáb 20h / 29 Dom 18h DEZEMBRO 01 Ter 20h / 03 Qui 20h 05 Sáb 20h / 06 Dom 18h 08 Ter 20h Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Coro Lírico Municipal de São Paulo Rinaldo Alessandrini DIREÇÃO MUSICAL

Michelangelo Mazza REGENTE ASSISTENTE

Pier Francesco Maestrini Direção cênica

Juan Guillermo Nova Cenografia Luca Dall’Alpi Figurinos Fábio Retti Desenho de Luz Carmela Remigio / Marta Torbidoni Fiordiligi Paola Gardina / Luisa Francesconi Dorabella Lina Mendes / Andrea Aguilar Despina Maxim Mironov / Giorgio Misseri Ferrando Mattia Olivieri / Guilherme Rosa Guglielmo Omar Montanari / Saulo Javan Don Alfonso

97

AGOSTO 29 Sáb 20h / 30 Dom 18h SETEMBRO 01 Ter 20h / 03 Qui 20h 05 Sáb 20h / 06 Dom 18h 8 Ter 20h / 10 Qui 20h

/ COSÌ FAN TUTTE Wolfgang Amadeus Mozart

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/ LOHENGRIN Richard Wagner

Temporada 2015

/ MANON LESCAUT Giacomo Puccini


THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO CONCERTOS

/ MAIO

07 Qui 20h Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Yoram David Regente Nikita Boriso–Glebsky Violino RICHARD STRAUSS Suíte para Sopros em Si Bemol Maior, Op. 4 WOLFGANG AMADEUS MOZART Concerto para Violino e Orquestra N. 5, K. 219 ALBERTO GINASTERA Variaciones Concertantes, Op. 23 10 Dom 18h (SESC Santos) Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Eduardo Strausser Regente FRANZ SCHUBERT Sinfonia Nº 8, D. 759, “Inacabada” DMITRI SHOSTAKOVICH Sinfonia N. 6, Op. 54

/ JUNHO

14 Dom 18h Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Eduardo Strausser Regente Peter Jablonski Piano GEORGE GERSHWIN Abertura Cubana Concerto para Piano e Orquestra em Fá MODEST MUSSORGSKY (orq. Maurice Ravel) Quadros de uma Exposição

/ JULHO

04 Sáb 20h (Teatro Paulo Eiró) 05 Dom 16h (Auditório Claudio Santoro, Campos do Jordão) Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo John Neschling Regente Simon Diricq Saxofone OTTORINO RESPIGHI Impressões Brasileiras HEITOR VILLA–LOBOS Fantasia para Saxofone e Orquestra DARIUS MILHAUD Scaramouche para Saxofone alto e Orquestra, Op. 165 HEITOR VILLA–LOBOS Choros N. 9

/ AGOSTO

05 Qua 20h / 06 Qui 20h Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Christian Arming Regente Tatjana Vassiljeva Violoncelo GUILLAUME LEKEU Adágio para Orquestra de Cordas EDWARD ELGAR Concerto para Violoncelo e Orquestra, Op. 85 CÉSAR FRANCK Sinfonia em Ré Menor

/ DEZEMBRO

19 Sáb 20h / 20 Dom 18h 21 Seg 20h Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo John Neschling Regente Pier Luigi Pier’Alli Direção Ana Lucia Benedetti Mezzo–Soprano

ARNOLD SCHOENBERG Noite Transfigurada, Op. 4 SERGEI PROKOFIEV Alexander Nevsky, Op. 78


BALÉS BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO

30 Qui 20h / 01 Sex 20h / 02 Sáb 20h / 03 Dom 19h Galeria Olido – Sala Paissandu Balé da Cidade de São Paulo DANÇOGRAPHISMUS II (estreia) Mostra de coreografias dos intérpretes do BCSP Programa a definir

/ JUNHO

24 Qua 20h / 25 Qui 20h 26 Sexta 20h / 27 Sáb 20h 28 Dom 18h Theatro Municipal de São Paulo Balé da Cidade de São Paulo Orquestra Sinfônica Municipal Coro Lírico Municipal Eduardo Strausser Regente CORPUS DE ANDRÉ MESQUITA (estreia) John Adams Música Harmonielehre. Part III. Meister Eckhardt and Quackie (música composta para o filme Io sono l’amore, de Luca Guadagnino) Wagner Freire Desenho de Luz Cássio Brasil Figurino LES NOCES DE DIDY VELDMAN (estreia Nacional) Igor Stravinsky Música Ben Omerod Desenho de Luz Miriam Buether Cenário e Figurino

/ JULHO

16 Qui 20h / 17 Sex 20h 18 Sáb 20h / 19 Dom 19h 23 Qui 20h / 24 Sex 20h 25 Sáb 20h / 26 Dom 19h Galeria Olido – Sala Paissandu Balé da Cidade de São Paulo DANÇOGRAPHISMUS III (estreia) Mostra de coreografias dos intérpretes do BCSP Programa a definir

05 Qua 21h / 06 Qui 21h 12ª Mostra Brasileira de Dança de Recife Balé da Cidade de São Paulo UNEVEN DE CAYETANO SOTO David Lang Música Cayetano Soto Desenho de Palco e Luz

O BALCÃO DO AMOR (DUO) DE ITZIK GALILI Pérez Prado Música Itzik Galili Figurino e Desenho de Luz

CANTATA DE MAURO BIGONZETTI Assurd Música Carlo Cerri Desenho de Luz Helena de Medeiros Figurino

/ SETEMBRO

24 Qui 21h / 25 Sex 21:30h 26 Sáb 21h / 27 Dom 18h Teatro Alfa Balé da Cidade de São Paulo Orquestra Experimental de Repertório Quarteto de Cordas da OER Carlos Eduardo Moreno Regente ENTTHRONT DE CAYETANO SOTO Gabriel Prokofiev Música Cayetano Soto Desenho de Luz e Figurino

CACTI DE ALEXANDER EKMAN Joseph Haydn, Ludwig Von Beethoven, Franz Schubert Música

Alexander Ekman e Tom Visser Cenário

Alexander Ekman Figurino Tom Visser Desenho de Luz

99

/ AGOSTO

98

/ ABRIL & MAIO

Temporada 2015

THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO


/ OUTUBRO & NOVEMBRO

31 Sáb 20h / 01 Dom 18h 03 Ter 20h / 04 Qua 20h / 05 Qui 20h Theatro Municipal de São Paulo Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Balé da Cidade de São Paulo La Fura dels Baus EL AMOR BRUJO: EL FUEGO Y LA PALABRA John Neschling Regência Carles Padrissa Direção Pol Jimenez Coreografia MANUEL DE FALLA Noche en los Jardines de España El Sombrero de Tres Picos introdução La Vida Breve - Danza Española Canção popular: Amor Gitano – a cappella El Amor Brujo - versão 1915

/ DEZEMBRO

03 Qui 20h / 04 Sex 20h 05 Sáb 20h / 06 Dom 19h Teatro Paulo Eiró Balé da Cidade de São Paulo Programa a definir

PRAÇA DAS ARTES SALA DO CONSERVATÓRIO QUARTETO NO CONSERVATÓRIO 80 ANOS DO QUARTETO DE CORDAS DA CIDADE DE SÃO PAULO

Quintas às 20h

/ JUNHO

04 Qui 20h Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo Toninho Ferragutti Acordeom Zé Alexandre Carvalho CONTRABAIXO

18 Qui 20h Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo JOSEPH HAYDN Quarteto Op. 33, N. 3, em Dó Maior WOLFGANG A. MOZART Quarteto N. 19, em Dó Maior, K. 465 ‘Dissonante’

/ AGOSTO

06 Qui 20h Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo Flávio Augusto Piano FRÉDÉRIC CHOPIN Concerto para Piano N. 2, em Fá Menor (transcrição para piano e quarteto de cordas) Concerto para Piano N. 1, em Mi Menor(transcrição para piano e quarteto de cordas) 20 Qui 20h Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo JOSEPH HAYDN Quarteto Op. 33, N. 4, em Si Bemol Maior WOLFGANG A. MOZART Quarteto N. 17, em Si Bemol Maior, K. 458 ‘A Caça’

/ SETEMBRO

03 Qui 20h Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo Gaetano Nasillo Violoncelo LUIGI BOCCHERINI 3 Quintetos com Violoncelo


/ OUTUBRO

/ DEZEMBRO

01 Qui 20h COMEMORAÇÃO AOS 150 ANOS DE NASCIMENTO DE JEAN SIBELIUS Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo Rúbia Santos Piano JEAN SIBELIUS Quarteto Op. 56 – Vozes Intimas Quinteto em Sol Menor para Piano e Cordas 15 Qui 20h Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo JOSEPH HAYDN Quarteto Op. 33, N. 5, em Sol Maior WOLFGANG A. MOZART Quarteto N. 14 em Sol Maior, K. 387

19 Qui 20h Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo JOSEPH HAYDN Quarteto Op. 33, N. 6, em Ré Maior WOLFGANG A. MOZART Quarteto N. 18 em Lá Maior, K. 464

10 Qui 20h Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo ANDRÉ MEHMARI Obra Encomendada [estreia mundial] BÉLA BARTÓK Quarteto de Cordas N. 5, Sz. 102

PRAÇA DAS ARTES SALA DO CONSERVATÓRIO MÚSICA DE CÂMARA NO CONSERVATÓRIO

Quintas às 20h

100 101

/ NOVEMBRO

Temporada 2015

17 Qui 20h Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo FELIX MENDELSSOHN– BARTHOLDY Quarteto N. 1, Op. 12 em Mi Bemol Maior ROBERT SCHUMANN Quarteto N. 1, Op. 41 em Lá Menor


/ MAIO

14 qui 20h Teclas ao Vento Cecília Moita Piano Andrea Cristina Vilella Flauta Rodrigo Nagamori Oboé Diogo Maia Clarinete Marcos Fokin Fagote André Ficarelli Trompa FRANCIS POULENC Trio para Oboé, Fagote e Piano EDMUNDO VILLANI–CÔRTES Caratinguê, para Flauta, Clarinete, Fagote e Piano FRANCISCO MIGNONE Sexteto N.1 para Flauta, Oboé, Clarinete, Fagote, Trompa e Piano FRANCIS POULENC Sexteto para Flauta, Oboé, Clarinete, Fagote, Trompa e Piano

/ JUNHO

11 Qui 20h Quintetos com Piano Alexandre Ficarelli Oboé Tiago Naguel Clarinete Matthew Taylor Fagote André Ficarelli Trompa Marcos Aragoni Piano WOLFGANG AMADEUS MOZART Quinteto para piano e sopros, K. 452 LUDWIG VAN BEETHOVEN Quinteto em Mi bemol Maior para Piano e Sopros, Op. 16

/ JULHO

02 Qui 20h PERCOTH – Percussionistas da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Thiago Lamattina César Simão Márcia Fernandes Danilo Valle Marcelo Camargo RICHARD TRYTHALL Bolero for four percussion ANDRÉ E JACQUES PHILIDOR Marche for two pairs of Kettledrums THIERRY DE MEY Musique de Table JOSÉ MANUEL LÓPEZ LÓPEZ Estúdio II sobre la Modulación Métrica MARK FORD Stubernic EMMANUEL SÉJOURNÉ Vous avez du feu? WILLIAM CAHN Time Traveler 16 Qui 20h Impressionismo de Câmara Fábio Brucoli Violino Adriano Mello Violino Silvio Catto Viola Mauro Lombardi Brucoli Violoncelo Marcelo Barboza Flauta Tiago Naguel Clatinete Paola Baron Harpa CLAUDE DEBUSSY Prelude à l’après-midi d’un Faune (transcrição para septeto de F. Pierre) ALBERT ROUSSEL Serenata para Flauta, Trio de Cordas e Harpa FLORENT SCHMITT Suite en Rocaille (para Flauta, Harpa e Trio de Cordas) MAURICE RAVEL Introdução e Allegro, para para Harpa, Flauta, Clarinete e Quarteto de Cordas

/ AGOSTO

13 Qui 20h Quinteto de Sopros Brasilis Ensemble Cristina Poles Flauta Rodrigo Nagamori Oboé Domingos Elias Clarinete Marcos Fokin Fagote Vagner Rebouças Trompa ADRIEN BARTHE Passacaille PAUL TAFFANEL Quintette pour Instruments à Vent CLAUDE DEBUSSY Petite Suite GABRIEL PIERNE Pastorale Op. 14 MAURICE RAVEL Pièce en Forme de Habanera

/ SETEMBRO

10 qui 20h Música de câmara na Europa do século XX – Quatro pontos de vista Paulo Calligopoulos Violino Pedro Visockas Viola Mariana Amaral Violoncelo Taís Gomes Contrabaixo Rodrigo Nagamori Oboé Diogo Maia Clarinete Matthew Taylor Fagote Eric Gomes Trompa BENJAMIN BRITTEN Phantasy Quartet, Op. 2 SERGEI PROKOFIEV Quinteto Op. 39 CARL NIELSEN Serenata in Vano – Allegro non troppo ma brioso RICHARD STRAUSS Till Eulenspiegel, einmal anders! (arr. Franz Hasenöhrl, 1954)


Violoncelo

Sanderson Cortez Paz Contrabaixo

Domingos Elias Clarinete Marcos Fokin Fagote André Ficarelli Trompa FRANZ SCHUBERT Octeto em Fá Maior, D. 803

/ NOVEMBRO

26 qui 20h Trio Ceresio (Suíça) Anthony Flint VIOLINO Johann Sebastian Paetsch VIOLONCELO

Sylviane Deferne PIANO LUDWIG VON BEETHOVEN Trio Op. 1, N. 2 FELIX MENDELSSOHN BARTHOLDY Trio N.2 Op. 66 JOHANNES BRAHMS Trio N. 1 Op. 8

/ DEZEMBRO

03 Qui 20h Ensemble OSM Cecília Moita Piano Victor Bigai Violino Tiago Vieira Viola Moisés Ferreira dos Santos Violoncelo Sanderson Cortez Contrabaixo FRANZ SCHUBERT Quinteto em Lá Maior D. 667, Op. 114 ‘A Truta’

MÚSICA CONTEMPORÂNEA NO CONSERVATÓRIO

Quintas às 20h

/ ABRIL

30 qui 20h Percorso Ensemble Ricardo Bologna Regência Rogério Wolf flautas Luís Afonso Montanha clarinete e clarone Ana de Oliveira violino Douglas Kier violoncelo Horácio Gouveia piano Rafael Alberto percussão

JORGE VILLAVICENCIO GROSSMANN Syray FELIPE LARA Tutti FRANCO DONATONI Arpége EDUARDO GUIMARÃES ÁLVARES Bricolage – Homenagem a Mauricio Kagel MARCÍLIO ONOFRE Eiras (estreia mundial)

/ MAIO

28 qui 20h Caixas, cartas e (a)notações (piano contemporâneo) Horácio Gouveia Piano PIERRE BOULEZ Douze Notations Une page d’éphéméride FRIEDRICH GOLDMANN Sonata RODRIGO LIMA Matiz V para piano solo (2015 - estreia mundial) SILVIO FERRAZ Cortázar ou quarto com caixa vazia ALMEIDA PRADO Cartas Celestes I

102 103

29 Qui 20h Octeto Franz Schubert Pablo de León Violino Maria Fernanda Krug Violino Alexandre de León Viola Raïff Dantas Barreto

PRAÇA DAS ARTES SALA DO CONSERVATÓRIO

Temporada 2015

/ OUTUBRO


/ JUNHO

25 Qui 20h Soy loco por ti: música das Américas TRIO PUELLI Karin Fernandes Piano Adriana Holz Violoncelo Ana de Oliveira Violino ALEJANDRO CARDONA Tlanéhuatl MAURICIO KAGEL Trio N. 2 SILVIO FERRAZ Trio Móbile para Donizete Galvão (Estreia Mundial) LEONARD BERNSTEIN Piano Trio

/ AGOSTO

27 Qui 20h Música em duas dimensões Flo Menezes Eletrônica e Difusão Eletroacústica

Rogério Wolf Flauta Leonardo Labrada e Fábio Oliveira Percussão Daniel Avilez Técnico de Som RODRIGO SIGAL Rimbarimba, para marimba e sons eletroacústicos BRUNO MADERNA Musica su due dimensioni, para flauta e sons eletrônicos FERNANDO RIEDERER Estreia de obra inédita para 1 percussionista, encomenda do TMSP FLO MENEZES L’Itinéraire des Résonances, para 1 flautista, 2 percussionistas e eletrônica

/ SETEMBRO 24 Qui 20h Piap

ARTHUR RINALDI Estreia mundial de obra encomendada

/ OUTUBRO

22 Qui 20h Camerata Aberta John Neschling Regente (Berg) Eduardo Strausser Regente (Lunsqui)

ALEXANDRE LUNSQUI CARBONO-14 - Estreia Mundial ALBAN BERG Concerto de Câmara

/ NOVEMBRO

12 Qui 20h LEONARDO MARTINELLI As canções do mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam, para Voz, Narrador, Viola, Clarinete e Piano [Estreia mundial da versão integral]


INSTRUMENTAL NO CONSERVATÓRIO

acústico

Quartas às 20h

13 Qua 20h Ricardo Silveira Violão e Guitarra

Zeca Assumpção Contrabaixo

/ SETEMBRO

09 Qua 20h 3 na Manga Mané Silveira Sax e Flautas Tiago Costa Piano Fernando De Marco Baixo acústico

27 Qua 20h Duofel Luiz Bueno Violão Fernando Melo Violão de 12 cordas

/ JUNHO

10 Qua 20h Diego Schissi Trio Piano, Violão e Bandoneón (Argentina) 24 Qua 20h Roupa na Corda Arismar do Espírito Santo Baixo e Violão Fabio Perón Bandolim Lea Freire flautas

/ AGOSTO

12 Qua 20h Paulo Braga Piano Lupa Santiago Guitarra 26 Qua 20h Hércules Gomes Piano Rodrigo y Castro Flauta

23 qua 20h Aeromosca Quarteto de Choro Gian Correa Violão de 7 Cordas

Messias Brito Cavaquinho Rafael Toledo Pandeiro Henrique Araújo Bandolim

/ OUTUBRO

07 Qua 20h / 08 qui 20h Yamandu Costa Violão solo 21 Qua 20h Laércio de Freitas Piano Shen Ribeiro Flautas e Shakuhachi

/ NOVEMBRO

11 Qua 20h Chico Pinheiro e Swami Jr. Violões

104 105

/ MAIO

Temporada 2015

PRAÇA DAS ARTES SALA DO CONSERVATÓRIO


O Santander é Patrocinador-Mantenedor do Theatro Muncipal de São Paulo e apresenta a Série Terças da Temporada Lírica 2015


CORAL PAULISTANO MÁRIO DE ANDRADE CICLO INTEGRAL DAS MISSAS DE WOLFGANG AMADEUS MOZART Sextas às 20h - Salão Nobre do Theatro Municipal Domingos - Igrejas

/ SETEMBRO

15 Sex 20h – Salão Nobre 17 Dom – Basílica do Carmo na Bela Vista* Coral Paulistano Mário de Andrade WOLFGANG A. MOZART Missa Grande Credo em Dó Maior K. 257* e Missa em Fá Maior K. 192

11 Sex 20h – Salão Nobre 13 Dom – Capela do Colégio Sion no Higienópolis* Coral Paulistano Mário de Andrade WOLFGANG A. MOZART Missa Spaur em Dó Maior K. 258 e Missa Spatzen em Dó Maior K. 220*

/ JUNHO

/ OUTUBRO

12 Sex 20h – Salão Nobre Coral Paulistano Mário de Andrade WOLFGANG A. MOZART Missa Solemnis em Dó Maior K. 337 e Missa Brevis em Sol Maior K. 140

/ JULHO

3 Sex 20h – Salão Nobre 5 Dom – Paróquia São José do Ipiranga* Coral Paulistano Mário de Andrade WOLFGANG A. MOZART Missa Longa em Dó Maior K. 262* e Missa em Ré Menor K. 194

/ AGOSTO

07 Sex 20h – Salão Nobre 09 Dom – Igreja Santa Teresinha em Higienópolis* Coral Paulistano Mário de Andrade WOLFGANG A. MOZART Missa Trinitatis em Dó Maior K. 167 e Missa Órgão em Dó Maior K. 259*

23 Sex 20h – Salão Nobre 25 Dom – Igreja Imaculada Conceição no Ipiranga Coral Paulistano Mário de Andrade WOLFGANG A. MOZART Missa da Coroação em Dó Maior K. 317

/ NOVEMBRO

06 Sex 20h – Salão Nobre 08 Dom – Paróquia do Santíssimo Sacramento no Paraíso* Coral Paulistano Mário de Andrade WOLFGANG A. MOZART Missa em Sol Maior K. 49* e Missa em Si bemol Maior K. 275

/ DEZEMBRO

11 Sex 20h – Salão Nobre Coral Paulistano Mário de Andrade WOLFGANG A. MOZART Missa em Dó Menor K. 427

106 107

/ MAIO

Temporada 2015

THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO


PRAÇA DAS ARTES SALA DO CONSERVATÓRIO CORAL PAULISTANO MÁRIO DE ANDRADE: ENCONTROS COM A DANÇA Sábados às 17h 9/5 - Tangos 6/6 - Frevos 11/7 - Danças Populares 8/8 - Flamenco 19/9 - Danças Latino– americanas 17/10 - Gigas 21/11 - Maracatus e Afros 5/12 - Valsas

CEUs CORAL PAULISTANO MÁRIO DE ANDRADE VAI AOS CEUs 16/5 Sáb 17h CEU Jambeiro 13/6 Sáb 17h CEU Meninos 12/7 Dom 17h CEU Feitiço da Vila 01/8 Sáb 17h CEU Aricanduva 12/9 Sáb 17h CEU Perus 24/10 Sáb 17h CEU Jaguaré 07/11 Sáb 17h CEU Butantã 06/12 Dom 17h CEU Uirapuru


26 Dom 11h Sala São Paulo Orquestra Experimental de Repertório Carlos Moreno regente Angelica Andreina Olivo Leon Violino PIOTR I. TCHAIKOVSKY Romeu e Julieta MAX BRUCH Concerto N. 1 para Violino

/ MAIO

18 Seg 19h Sala do Conservatório Praça das Artes Orquestra Experimental de Repertório Felipe Mancz Flauta GIACOMO ROSSINI Abertura “O Barbeiro de Sevilha” CARL HEINECKE Ballade Op. 288 para Flauta FELIX MENDELSSOHN Sinfonia N. 4 “Italiana”

/ JUNHO

01 Seg 19h Sala do Conservatório Praça das Artes Orquestra Experimental de Repertório Juliano Dutra Regente Christy Choi Violoncello HEITOR VILLA LOBOS Bachianas Brasileiras N. 2 JOSEPH HAYDN Concerto para Violoncelo em Dó Maior HEITOR VILLA LOBOS Sinfonietta N. 1

28 Dom 11h Sala São Paulo Orquestra Experimental de Repertório Carlos Moreno Regente ALBERTO GINASTERA Suite Estancia PIOTR TCHAIKOVSKY Sinfonia N. 4

/ JULHO

30 Qui 20h Auditório Claudio Santoro – Campos do Jordão Orquestra Experimental de Repertório Carlos Moreno Regente Nicolas Koeckert Violino ALBERTO GINASTERA Suite Estancia ARTHUR BARBOSA Fantasia Velhos Carnavais (estreia mundial) JOHANNES BRAHMS Concerto para Violino

/ AGOSTO

16 Dom 12h Igreja São Geraldo dos Perdizes Orquestra Experimental de Repertório Carlos Moreno – Regente JOSÉ ANTONIO DE ALMEIDA PRADO Arcos Sonoros da Catedral Anton Bruckner ANTON BRUCKNER Sinfonia N. 4 30 Dom 11h Teatro Paulo Eiró Orquestra Experimental de Repertório Carlos Moreno Regente Solistas vencedoras do concurso Rainha Elisabeth Sumi Hwang Soprano Jodie Devos Soprano Canções e árias

108 109

/ ABRIL

Temporada 2015

ORQUESTRA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO


O IRB Brasil RE, maior ressegurador latino-americano, é patrocinador da Série Mista II da Temporada Lírica de 2015 do Theatro Municipal de São Paulo.


21 Seg 19h Sala do Conservatório Praça das Artes Orquestra Experimental de Repertório / Intercâmbio Universidade de Música de Zurique Dominic Limburg Regente Hani Song Violino CLAUDE DEBUSSY Prélude à L’après–midi d’un faune WOLFGANG A. MOZART Concerto para Violino em Lá Maior FRANZ SCHUBERT Sinfonia N. 5

/ SETEMBRO & OUTUBRO

30 Qua 17h 02 Sex 17h Sala do Conservatório Praça das Artes Concurso Jovens Solistas OER 2015

11 Qua 17h 13 Sex 17h Sala do Conservatório Praça das Artes Concurso Regente Assistente OER 2016 22 Dom 11h Sala São Paulo Orquestra Experimental de Repertório Coral Paulistano Mário de Andrade Carlos Moreno Regente HEITOR VILLA LOBOS Uirapuru ARAM KHACHATURIAN Suíte Masquerade EDMUNDO VILLANI–CÔRTES Te Deum

/ DEZEMBRO

07 Seg 19h Sala do Conservatório Praça das Artes Orquestra Experimental de Repertório Carlos Moreno Regente André Vidal Tenor Marcelo Coutinho Barítono GUSTAV MAHLER/RIEHM A Canção da Terra

Programações sujeitas a alterações.

111

/ NOVEMBRO

110

06 Dom 11h Sala São Paulo Orquestra Experimental de Repertório CARLOS GOMES Abertura Il Guarany NIKOLAI RIMSKYKORSAKOV Sheherazade FRANZ VON SUPPÉ Cavalleria Leggera

Temporada 2015

/ SETEMBRO



mantenedor

patrocinadores

apoiadores

agência de negócios e relações institucionais

execução

realização

patrocinador mantenedor



MUNICIPAL. O PALCO DE Sテグ PAULO


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