theatro municipal concertos didรกticos
theatro municipal concertos didรกticos temporada 2016
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o repertório
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vamos às atividades?
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história e ação educativa
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A Fundação Theatro Municipal convida alunos e professores da rede municipal de ensino a participar da série de Concertos Didáticos, parte do projeto que abre o Theatro Municipal à Cidade e à população de São Paulo. Os Concertos Didáticos têm por objetivo aproximar os jovens da música de concerto, que pode estar mais presente em nosso dia-a-dia do que imaginamos, por exemplo, nas trilhas sonoras de filmes e de desenhos animados.
bemvindos ao theatro municipal
Com uma programação especialmente pensada para atender crianças em idade escolar, os concertos didáticos da Fundação Theatro Municipal também podem ser apreciados por públicos de todas as idades. Essa série de apresentações será realizada pela Orquestra Experimental de Repertório (OER), a orquestra-escola da Fundação Theatro Municipal, que proporciona profissionalização a jovens instrumentistas. Dentro do plano pedagógico da Fundação Theatro Municipal, a OER tem papel fundamental no projeto de integração que nasce na Escola Municipal de Música, passando pelas orquestras Infanto-Juvenil e Jovem Municipal de São Paulo, e visa preparar músicos de excelência para as grandes orquestras profissionais, como a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. Com regência do maestro e educador Carlos Moreno e com a participação de Dr. Zinho Wellington Nogueira, fundador do Doutores da Alegria -, os Concertos Didáticos apresentarão a obra de Johan Strauss II, reconhecido, principalmente, por suas valsas e operetas1,
1Difere da ópera em tamanho e teor.
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e do gênio Wolfgang Amadeus Mozart, que começou a tocar violino e cravo2 aos quatro anos de idade e a compor aos cinco. E para maior aproveitamento dessa experiência, por alunos e professores, o núcleo de Ação Educativa do Theatro Municipal desenvolveu este material de apoio que poderá ser usado em sala de aula de maneira didática, para familiarização de todos com o projeto. Esperamos que a iniciativa de apreciação musical e histórica comece dentro da sala de aula, passe por nossa sala de espetáculos e se expanda para além do Theatro. Todos estão convidados a fazer parte do presente e do futuro do Palco de São Paulo.
2Instrumento de teclado precursor do piano.
5 Bem-vindos ao Theatro Municipal
No dia 12 de Setembro de 1911, inaugurava-se a maior casa de ópera da cidade, o Theatro Municipal de São Paulo, diante de olhares curiosos da população, ainda pequena, anunciando o prelúdio de uma metrópole em ascensão.
história e ação educativa
Aproximadamente 20 mil pessoas compareceram naquela noite, mas nem todos puderam participar da festa, que cobrava em média 25 mil réis por ingresso, quase metade do salário de um operário. No entanto, todos eram atraídos pela grandiosidade do evento e beleza do edifico, envolto por muito glamour e iluminado primeira vez totalmente por luzes elétricas, uma novidade para a época. O desejo da elite cafeeira, influenciada pelos costumes europeus e entusiasmada com Paris, materializava-se diante de todos, mudando a cena cotidiana e expandindo o desenvolvimento da cidade para a outra ponta do Viaduto do Chá, estabelecendo, dessa forma, um novo centro comercial e econômico. Francisco de Paula Ramos de Azevedo, com o seu renomado escritório de arquitetura e em conjunto com os italianos Claudio Rossi e Domiziano Rossi, foi escolhido para desenvolver o projeto de construção. Inspirados na Ópera de Paris, trouxeram as influencias do estilo europeu e importaram materiais para ornamentação e decoração de países como Itália, França, Alemanha e Bélgica. Grande parte da mão de obra operária foi de imigrantes italianos, já instalados em São Paulo por conta da oferta de trabalho nas fazendas de café. Iniciam-se as obras de construção em 1903 e oito anos mais tarde inaugurou-se o Theatro Municipal
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de São Paulo com a Cia. de Tita Ruffo apresentando a ópera Hamlet, de Ambroise Thomas. Mas não sem antes tocar, atendendo ao clamor público, a protofonia de O Guarani do grande compositor brasileiro Carlos Gomes. O Theatro se tornou o maior palco da cidade, recebendo grandes espetáculos, companhias e artistas inesquecíveis. Em 1922, recebeu a Semana de Arte Moderna, grande marco na história da cultura brasileira, que contou com a presença artistas como Oswald e Mario de Andrade, Anita Malfatti, Villa-Lobos. Desde sua fundação, o Theatro tem sempre atraindo um grande número de público e entusiastas por sua arquitetura e história. Sendo um dos equipamentos cultural mais simbólico da cidade e visando suprir a demanda do público escolar da Rede Municipal de Ensino, a Ação Educativa do Theatro Municipal busca atender o maior número de alunos e professores possível.
7 História e ação educativa
o repertório O repertório especialmente escolhido pelo Maestro Carlos Eduardo Moreno propõe uma imersão nas obras singulares dos compositores Johann Strauss II e Wolfgang Amadeus Mozart, ambos filhos de pais musicistas, e que apresentaram grande aptidão e talento para música muito cedo. No entanto, a diferença entre os dois é que, ao contrario de Mozart, Johann Strauss II, nascido em 1825 em Viena, Áustria, não contava com o apoio e incentivo de seu pai, que era um famoso compositor na época. Johann Strauss I acreditava que o filho deveria seguir outra carreira e o proibiu de estudar música, mas o jovem Strauss estava determinado em seguir sua inclinação musical e, escondido do pai, praticava lições de violino. Não demorou muito para seu talento ser revelado a todos e ele aprofundar seus estudos, seguindo carreira como compositor. Ganhou reconhecimento mundial e ficou conhecido como o rei da valsa vienense. Suas composições foram inúmeras: em seu repertório há 17 operetas e cerca de 400 valsas – entre elas, uma de suas obras mais conhecidas, a valsa O Danúbio Azul. Enquanto Mozart, nascido em Salzburgo, Áustria, em 1756, teve, além de estímulo, aulas ministradas por seu pai, que impôs uma disciplina rigorosa de estudos e práticas para o filho. Dessa maneira, ainda muito pequeno, Mozart compôs peças para piano e logo teve seu extraordinário talento reconhecido. Na adolescência, foi contratado como músico da corte de Salzburgo. Viajou por vários países da Europa, o que influenciou suas composições, mas seu estilo excêntrico e voraz de se expressar artisticamente e seu estilo de vida fizeram o compositor fosse diversas vezes incompreendido pela sociedade da época, ocasionando fortes altos e baixos em sua carreira.
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E, não fosse sua morte prematura, aos 35 anos, provavelmente teria deixado uma coleção de obras ainda mais extensa. O seu legado, que conta com mais de 600 obras, é repleto de óperas, concertos, missas, sinfonias, música de câmara; suas obras mais conhecidas são As Bodas de Fígaro e A Flauta Mágica. Nos concertos didáticos será executado o minueto da sua Sinfonia N. 40, uma de suas obras mais famosas. Foi composta durante um período difícil na vida de Mozart e por isso acredita-se que essa carrega um forte caráter pessoal e é objeto de várias interpretações quanto sua intenção e significado, porém seu tom agradável, leve e emocionante comunica-se com todas as pessoas atravessando gerações. O repertório escolhido de Johann Strauss II contém trechos das óperas Sangue Vienense e O Barão Cigano – abertura, e as polcas Unter Donner und Blitz(Sob trovões e raios), Op. 324 e Eljen a Magyar -, Op. 3323. Esse repertório de Strauss se caracteriza por seu aspecto intenso, festivo e alegre. A polca é um gênero musical de dança que se originou na Boêmia e se tornou um fenômeno, se espalhando por outros países. Junto da valsa, foi o estilo mais popular entre os salões de dança do século 19. Logo passou a ser o estilo favorito dos parisienses, que ditavam moda para o mundo todo. Como vimos anteriormente na descrição de contexto histórico do Theatro Municipal, Paris exercia grande influencia na escolha de estilo de vida e comportamento do Brasil bem antes do início do século 20 e não demorou muito para a polca também dominar os salões da corte brasileira. Essa dança se popularizou fortemente por aqui, atingindo diversas camadas da sociedade, recebendo desdobramentos e características de ritmos nacionais. Uma polca chamada “Atraente” foi a primeira composição de sucesso da maestrina e compositora brasileira Chiquinha Gonzaga.
3Op. = Opus (obra, em latim). Forma estabelecida no final do século 18 para catalogar e identificar as obras de um determinado compositor. Apesar de ser a forma mais comum de catálogo, diversos compositores têm suas obras catalogadas usando outras nomenclaturas, geralmente usando acrônimos (BWV Bach-Werke-Verzeichnis - para as obras de Johann Sebastian Bach) ou com a primeira letra do estudioso que compilou o catálogo (K ou KV - de Ludwig Ritter von Köchel ou KöchelVerzeichnis- para as obras de Wolfgang Amadeus Mozart)
9 O repertório
Faz parte desse projeto, proporcionar momentos de descobertas que sejam proveitosos e prazerosos para alunos e professores. Por isso, propomos o desenvolvimento de atividades a serem realizadas previamente, em sala de aula, garantindo a aproximação e apropriação do conteúdo que será apresentado quando os alunos vierem ao Theatro. Desta forma, esperamos consolidar uma experiência marcante e impulsionar desdobramentos e criações posteriormente.
vamos às atividades?
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atividade 1 Como vimos anteriormente, a dança polca tem origem na região da Boêmia, parte da atual Republica Checa, que fez parte do império Austro-Húngaro, reino do qual os compositores apresentados nos Concerto Didáticos eram súditos. Nessa região, a polca é considerada uma dança típica. Aqui no Brasil, diversas danças típicas de norte ao sul do país, têm influencias diversas, sejam europeias, indígenas e africanas, resultado de nossos fortes processos de imigração, caracterizando nossa miscigenação, transformação e apropriação de outras culturas. Em todas as danças típicas, é comum que as pessoas se arrumem e se enfeitem com trajes e acessórios que digam algo a respeito de sua cultura. No caso dos costumes da Hungria (tambémparte do império Austro-Húngaro) e Republica Tcheca, em seus trajes típicos é comum vermos muitos tecidos floridos, flores como ornamento, outros adereços e o uso de chapéus. Nossa proposta é que os alunos criem os seus próprios adereços típicos com flores e chapéus e venham ornamentados de suas criações para a grande apresentação! As criações podem ser desenvolvidas, a partir de material reciclável, em uma atividade em sala de aula. Usando rolos de papel, pratinho de papel, jornal, tampinha de garrafas, caixas de ovos, papelão, cartolina e muita imaginação grandes adereços como chapéus, coroas, colares e pulseira podem ser confeccionados.
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atividade 2 Que tal estimular os alunos durante o processo de criação com músicas de Chiquinha Gonzaga? Francisca Edwiges Neves Gonzaga (1847-1935) tem destaque na história da cultura brasileira, uma mulher a frente do seu tempo, muito corajosa, desafiou a sociedade com o seu talento. Aproximou a música clássica do estilo popular; suas obras ajudaram a compor o repertório nacional com maxixe, choro e marchinhas. Destaques para “Abre Alas!”, marcha para o carnaval carioca, famosa até hoje. Com a música alegre e envolvente, novas sensações e estímulos serão despertados nos alunos, um ótimo momento para fazer uma grande ciranda na sala de aula! Sabemos que danças circulares são práticas ancestrais usadas por muitos povos e que provocam o sentimento comunitário e de união.
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Minha ciranda não é minha só Ela é de todos nós A melodia principal quem Guia é a primeira voz Para se dançar ciranda Juntamos mão com mão Formando uma roda cantando uma canção
Cirandeiro, cirandeiro ó A pedra do teu anel brilha mais do que o sol Mandei fazer uma casa de farinha bem maneirinha que o vento possa levar Oi passa o sol oi passa a chuva, oi passa o vento Só não passa o movimento do cirandeiro a rodar.
Escravos de Jó Jogavam caxangá Tira, põe Deixa ficar Guerreiros com guerreiros Fazem zigue-zigue-zá Guerreiros com guerreiros Fazem zigue-zigue-zá
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atividade 3 Para segunda etapa de atividades, propomos exercícios posteriores à apresentação, que possam ficar como registro da atividade vivenciada pelos alunos, proporcionando um desfecho, deixando as marcas de impressões de cada um. A comoção que uma orquestra causa em nós é, por vezes, difícil de expressar apenas com palavras. A potência sonora e o impacto visual de tantos músicos reunidos com diversos instrumentos, de diferentes formas e tamanhos, é sempre impressionante. Sendo assim, conversemos um pouco sobre o que visto! Geralmente, uma orquestra sinfônica possui de 80 a 100 músicos, mas a sua composição pode variar. Em um modelo padrão alcançado no final do século 19, ela é formada por 32 violinos, 12 violas, 12 violoncelos, 8 contrabaixos, 4 flautas, 4 oboés, 4 clarinetes, 4 fagotes, 8 trompas, 4 trompetes, 3 trombones, uma tuba e um número variado de percussão. Cada instrumento possui uma identidade sonora específica capaz de ilustrar situações diferentes ou, até mesmo, emoções. Portanto, para melhor organização das características sonoras dos instrumentos, cada um possui um grupo sonoro representativo, e um posicionamento específico dentro de uma orquestra, que são divididos em quatro famílias da seguinte forma: cordas, madeiras, metais e percussão. A família das cordas é a mais numerosa da orquestra, ficam juntos e à frente. São violinos, violas, violoncelos, contrabaixos e harpas; A família das madeiras, que são os instrumentos de sopro e ficam no meio. São flautas,
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flautins, clarinetes, oboés, corne inglês, fagote e contra fagote; O grupo dos metais também faz parte da família do sopro, seus instrumentos são feitos de metal e possuem válvulas para emitir o som. Eles sentam atrás das madeiras, são os trompetes, trombones, trompas, tubas; A família da percussão fica atrás de toda a orquestra, e pode ser dividida em duas, a dos instrumentos de sons definidos e dos instrumentos de sons indefinidos. Os tímpanos, glockenspiel, xilofone, marimba, e carrilhão são os de sons definidos e o triângulo, caixas, bombo, pratos, carrilhão sinfônico, são os de sons indefinidos. Quanto maior o número de instrumentos tocando juntos, maior também é a dificuldade para todos tocarem no mesmo ritmo, tempo e dinâmica indicados na partitura pelo compositor. Por isso, a orquestra conta com a figura do Maestro ou da Maestrina. Essa nomenclatura (maestro) vem do italiano e quer dizer mestre. É ele ou ela quem lidera, organiza, conduz e rege o grupo de músicos através de seus movimentos gestuais. Esses gestos são convenções que foram determinados e estabelecidos ao longo dos anos, para uma comunicação compreensível entre o maestro e o grupo de músicos. Podemos perceber como são muitas a responsabilidades de um maestro, que para exercer essa função precisa estudar muita teoria musical, ter um entendimento profundo dos instrumentos e das partituras e, principalmente, uma audição aguçada, ou como se costuma dizer, ter um bom ouvido. A potencialidade expressiva de cada maestro pode ser determinante, deixando o registro de sua personalidade artística, na execução de uma obra. Proponha aos alunos colorir com suas cores favoritas essa ilustração. E para destacar de alguma maneira o instrumento com o qual mais se identificou. Junto com essa ilustração, peça para os alunos fazerem uma criação livre, desenho, texto ou colagem expressando o que eles acharam de todas as atividades e experiências vivenciadas com o concerto.
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17 Atividade 3
Ficaremos gratos e muito felizes em recolher todos os registros feitos pelos alunos! Professor, também escreva o seu registro sobre suas impressões desse projeto, em sua concepção e execução. Seu retorno é muito importante para nós, pois assim poderemos aprimorar o desenvolvimento de nossas atividades didáticas, atendendo sempre da melhora maneira possível as expectativas e necessidades da Rede Municipal de Ensino em relação ao Theatro Municipal de São Paulo. Esperamos fortalecer e estreitar nossos laços, com as atividades propostas, pensando sempre na relação entre aluno e professor. A Fundação Theatro Municipal de São Paulo agradece imensamente a sua participação e comprometimento.
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design Kiko Farkas/Máquina Estúdio
Municipal. O palco de São Paulo