Concertos Ago / Set / Out - Theatro Municipal de São Paulo 2013

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THEATRO MUNICIPAL DE Sテグ PAULO TEMPORADA 2013 cOncertOs aGOstO / setemBrO / OutuBrO



Orquestra Experimental de Repertório 10/8 sábado 20h

Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo 31/8 sábado 20h 1/9 domingo 11h

Orquestra Experimental de Repertório 12/10 sábado 17h


ORQUESTRA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO Victor Hugo Toro – Regente Soledad Yaya – Harpa Luíz Fílip – Violino 10/8 sábado 20h

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FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY Abertura A Gruta de Fingal, Op. 26 MAX BRUCH Fantasia Escocesa, Op. 46 Einleitung: Grave Adagio Cantabile Scherzo: Allegro Andante Sostenuto Finale: Allegro Guerriero intervalo 20' ROBERT SCHUMANN Sinfonia n. 1 em Si Bemol Maior, Op. 38 - “Primavera” Andante un Poco Maestoso – Allegro Molto Vivace Larghetto Scherzo: Molto Vivace Allegro Animato e Grazioso


FELIX MENDELSSOHN-BARTHOLDY (1809-1847) Abertura A Gruta de Fingal, Op. 26 Neto do filósofo iluminista Moses Mendelssohn, e filho do banqueiro Abraham Mendelssohn, o alemão Felix Mendelssohn cresceu em “berço de ouro”, em meio a abundância material e cultural, e foi um dos mais espantosos meninos-prodígio da História da Música. Virtuose do piano, pioneiro da regência e da musicologia (a vez em que regeu a Paixão Segundo São Mateus, em 1829, à frente da Orquestra Gewandhaus, de Leipzig, costuma ser considerada o marco do “resgate” da obra de J. S. Bach), Mendelssohn é habitualmente colocado, no quadro dos compositores germânicos do século XIX, entre os “tradicionalistas”, que escreviam música pura nas formas tradicionais, herdadas do Classicismo – uma corrente que se oporia, portanto, às partituras “programáticas” das “vanguardas” de Liszt e Wagner. Isso não significa que, diante de estímulos externos, Mendelssohn não pudesse escrever obras descritivas, ou “de programa”. Para refinar e cultivar o gosto, o jovem e abastado músico partiu, em 1829, por uma grande viagem pela Europa, incluindo Itália, França e Inglaterra. No ano seguinte, chegou à Escócia, travando conhecimento com Sir Walter Scott (cujos romances históricos faziam grande sucesso na época) e visitando as Highlands. O clima e a paisagem do país inspirariam uma das mais executadas sinfonias de Mendelssohn, a de n. 3 (não por acaso, conhecida como “Escocesa”), assim como sua abertura As Hébridas, também conhecida como A Gruta de Fingal. As Hébridas são um arquipélago a oeste da Escócia, ao qual pertence a ilha desabitada de Staffa, onde está localizada a Gruta de Fingal, de basalto, cujos arcos dão a impressão de uma catedral construída pela natureza. O nome do local em gaélico, An Uaimh Bhinn, significa “a gruta da melodia”, possivelmente devido aos ecos produzidos pelas ondas. Mendelssohn mandou à família um cartão postal com a primeira frase musical daquela que seria a abertura, escrevendo que a melodia dava uma ideia de o quanto sua imaginação fora afetada pela gruta – à época, com 11 metros de altura e 60 de profundidade.

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Finalizada em 1830, com o título de Die einsame Insel (A Ilha Solitária), a obra foi revisada e rebatizada pelo compositor, estreando em 1832. Como era praxe no período romântico, aqui o termo “abertura” não se refere a uma obra de introdução a nada – trata-se de uma peça autônoma, e de alto poder sugestivo.

MAX BRUCH (1838-1920) Fantasia Escocesa, Op. 46 Enquanto Mendelssoh escreveu A Gruta de Fingal sob o impacto da paisagem das Hébridas, Max Bruch não havia colocado o pé no solo da Escócia quando escreveu sua Fantasia Escocesa para violino e orquestra. A obra foi composta em Berlim, em 1879-80 e, embora Bruch tenha regido na Inglaterra pela primeira vez em 1878, só esteve no país vizinho em 1882, mais de um ano depois da estreia da obra. Autor de óperas, obras corais, canções, sinfonias e música de câmara, Bruch teve a maioria de sua produção obscurecida pela de seu contemporâneo absoluto, Johannes Brahms (1833-1897). Sucesso mesmo, ele só obteve com o primeiro concerto para violino – cuja execução ele chegou a “proibir”, em vida, em bem-humorado bilhete, julgando que sua excessiva exposição prejudicava a divulgação de suas outras obras. Na opinião de Bruch, o violino “pode cantar uma melodia melhor do que o piano, e a melodia é a alma da música”. Amigo de alguns dos maiores violinistas de seu tempo, compôs nada menos do que nove obras concertantes para o instrumento. A Fantasia Escocesa, por exemplo, foi originalmente pensada para o virtuose espanhol Pablo de Sarasate (1844-1908), celebrado pela doçura e pureza sonora. Foi justamente depois de uma performance de seu Concerto n. 1 que Bruch se encantou com Sarasate, escrevendo para ele um segundo concerto para violino, que a dupla (o espanhol empunhando o instrumento e, o alemão, a batuta) estreou em Londres, em 1877. Dois anos depois, o entusiasmo não havia desaparecido: em carta


a um amigo, Bruch conta que, pensando em Sarasate, escreveu em uma noite metade daquela que seria a Fantasia Escocesa. A relação teve idas e vindas: como o espanhol se mostrasse frio diante da perspectiva de colaborar na feitura da obra, o compositor se voltou a outro gigante do violino no século XIX, seu compatriota Joseph Joachim (1831-1907), que estreou a fantasia, em 1882. Considerando, contudo, que Joachim “aniquilou” a obra, Bruch finalmente fez as pazes com Sarasate, que acabou por tocar a peça no ano seguinte. Entusiasta do folclore, Bruch utilizou, em diversas obras, temas de origem sueca, russa e judaica. Aqui, ele se debruça sobre a tradição escocesa, não apenas ao eleger a harpa como acompanhante primordial do violino solista, mas também ao incluir material melódico vindo da coletânea Scottish Musical Museum (Museu Musical Escocês), de James Johnson (Edimburgo, 1787-1789). Assim, se a introdução (Einleitung) é baseada em Sir Walter Scott, descrevendo um velho bardo a contemplar as ruínas de um castelo, nostálgico das glórias do passado, cada movimento subsequente é baseado em uma canção escocesa – Bruch dizia conhecer nada menos de 400 peças do gênero. O resultado é uma obra vigorosa e melódica, na mais típica retórica do Romantismo.

ROBERT SCHUMANN (1810-1856) Sinfonia n. 1 em Si Bemol Maior, Op. 38 - “Primavera” Uma das figuras mais influentes do mundo musical germânico do século XIX, quer como compositor, quer como crítico musical, Robert Schumann teve que lutar nos tribunais contra seu antigo professor, Friedrich Wieck, pelo direito de casar com a filha deste, Clara. Compositora de talento, e pianista de renome, um ano antes do matrimônio, em 1839, Clara escreveu em seu diário que seria melhor se seu futuro marido, que até então se dedicara primordialmente a obras para teclado, passasse a compor para orquestra: “sua imaginação não consegue encontrar escopo suficiente no piano... Suas composições

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têm todas um sentido orquestral.... Meu mais elevado desejo é que ele componha para orquestra – este é seu campo!”. Na verdade, em 1832, aos 22 anos, o compositor chegara a fazer dois movimentos de uma sinfonia em sol menor, mas acabou repudiando essa tentativa de juventude. Apenas depois de casado com Clara, no início de 1841, Schumann se animou a retomar a escrita orquestral. Ao que parece, a obra toda foi esboçada ao longo de quatro dias (entremeados por noites de insônia): entre 23 e 26 de janeiro daquele ano, com a orquestração finalizada no dia 20 do mês seguinte. Não é à toa que, em carta ao crítico de música Wolfgang Robert Griepenkerl, o compositor disse que a sinfonia havia “nascido em um momento de entusiasmo”, ideia desenvolvida em correspondência com o compositor e regente Ludwig Spohr: “escrevi a sinfonia naquele ímpeto primaveril que arrebata a pessoa mesmo quando ela está velha, e se renova a cada ano. Descrição e pintura não foram parte de minha intenção, mas creio que a época em que ela surgiu podem ter influenciado sua forma, e feito dela o que é”. Embora tenha sido composta no inverno, a sinfonia foi baseada em uma balada do poeta e tradutor Adolf Böttger (1815-1870), que começa com os sugestivos versos: O wende, wende deinen Lauf/Im Thale blüht der Frühling auf! (Oh, gira e muda teu curso/A primavera floresce no vale!). Regida pelo amigo Mendelssohn, em Leipzig, em 1841, a estreia foi um sucesso. Na opinião de Robert Simpson, a obra conta “toda a história amorosa de Robert Schumann, poeta dos timbres”, sem que jamais se intrometa “nenhum pensamento obscuro e melancólico”. Irineu Franco Perpetuo


ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL DE SÃO PAULO Oleg Caetani – Regente 31/8 sábado 20h 1/9 domingo 11h

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FRANZ SCHUBERT Sinfonia n. 6 em Dó Maior, D.589 Adagio - Allegro Andante Scherzo: Presto – Più Lento Allegro Moderato intervalo 20' JOHANNES BRAHMS Sinfonia n. 2 em Ré Maior, Op. 73 Allegro non Troppo Adagio non Troppo Allegreto Grazioso (Quasi Andantino) Allegro con Spirito


FRANZ SCHUBERT (1797-1828) Sinfonia n. 6 em Dó Maior, D.589 Autor de quase mil obras em apenas 31 anos de vida, o vienense Franz Schubert foi um gigante cuja verdadeira estatura musical só mereceu a devida avaliação depois de seu prematuro falecimento. Em vida, a reputação de Schubert repousava, essencialmente, em seus mais de 600 lieder (canções) – uma forma musical na qual ele estabeleceria os padrões de excelência pelos quais seriam julgados os compositores posteriores. Seu legado sinfônico, contudo, seria descoberto apenas postumamente. Das oito sinfonias de Schubert (há uma tradição de numerá-las de 1 a 9, pulando a sétima, que foi uma atribuição errônea), as poucas que foram executadas em seu tempo de vida receberam apenas performances privadas. Caso da que ouviremos hoje, estreada na casa do violinista Otto Hatwig, em Viena, em 1818. Essa foi ainda a primeira sinfonia de Schubert a merecer uma execução pública, na capital austríaca, em 14 de dezembro de 1828 – pouco menos de um mês depois do falecimento do compositor. O programa original, na verdade, previa a execução da outra sinfonia em dó maior de Schubert, sua derradeira obra no gênero, conhecida como a Grande sinfonia. Porém, como a orquestra considerou essa partitura difícil demais, recorreu-se à sexta sinfonia que, desde então, para se diferenciar da outra, tem sido chamada de Pequena (muito embora o manuscrito original do compositor a designe como Grosse Sinfonie, ou seja, grande sinfonia). Trata-se de uma obra contemporânea das duas aberturas de Schubert que receberam a alcunha de “em estilo italiano”. Devemos lembrar que o compositor foi aluno do italiano Antonio Salieri (1750-1825) e, além disso, estava em grande voga na Viena daquela época o floreado estilo do bel canto das óperas do também italiano Gioachino Rossini (1792-1868). Parece justo, portanto, creditar o tipo de melodismo vocal floreado da sinfonia ao fascínio de Schubert pela música do autor de O Barbeiro de Sevilha.

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Vale recordar, ainda, que Schubert transcorreu sua vida à sombra de Ludwig van Beethoven (1770-1827), que, embora nascido em Bonn, morava em Viena. As sinfonias de Beethoven influenciaram profundamente quase todos os compositores do século XIX que se dedicaram a essa forma, e Schubert não foi exceção. Na Sexta Sinfonia, tal influência se faz sentir especialmente no terceiro movimento, um Scherzo que remete ao movimento análogo da Sinfonia n. 7 de Beethoven. Ouviremos hoje, portanto, uma síntese singular: uma obra cujos alicerces formais repousam no classicismo vienense, mas cujo melodismo bebe na fonte do bel canto italiano.

JOHANNES BRAHMS (1833-1897) Sinfonia n. 2 em Ré Maior, Op. 73 “Desde a finalização da última delas, em 1885, todas as quatro sinfonias de Brahms têm desfrutado de um lugar mais ou menos regular no repertório central. Embora representem uma produção relativamente pequena, com relação à sua vasta produção camerística, as sinfonias de Brahms conquistaram uma posição de destaque na sala de concertos; um desafio às orquestras, tanto em equilíbrio quanto na exigência de qualidade dos instrumentistas em todos os departamentos, elas ainda representam um meio pelo qual o mais alto padrão orquestral é julgado”, escreve Kofi Agawu, em longo ensaio sobre a produção sinfônica brahmsiana. Ele acrescenta: “talvez mais do que quaisquer obras sinfônicas com as quais possam ser comparadas no século XIX, elas incorporam uma série de asserções musicais, gestos ou 'afirmações' que abrem diferentes interpretações estruturais e relações de ideias. Para alguns ouvintes, o campo de apreensão dessas características são o exterior clássico e o terreno seguro da tradição musical austro-germânica, dando a essas obras apelo emocional, espiritual e intelectual único; outros citarão a criatividade com a qual Brahms enfrentou o desafio da composição sinfônica depois de Beethoven, um desafio inseparável daquele da composição sinfônica no tempo de Liszt e Wagner. As contradições e


paradoxos estéticos inerentes a essas soluções são parte essencial do apelo das obras”. No panorama do Romantismo germânico do século XIX, Brahms habitualmente é alinhado no lado oposto, dos “formalistas”, que recusavam a “música de programa” advogada por Liszt e seguiam compondo “música pura”, dentro das formas herdadas do Classicismo e reconfiguradas por Beethoven. A sombra do autor da Nona Sinfonia se projetava sobre a música de um Brahms sempre perfeccionista e exigente consigo próprio, que, de tão oprimido pelo legado sinfônico beethoveniano, apenas aos 43 anos de idade, em 1876, permitiu-se estrear sua primeira obra no gênero. Quebrado o encanto, a pena do compositor passou a fluir com muito mais segurança. Poucos meses depois da primeira audição mundial de sua Sinfonia n. 1, Brahms já estava empenhado em uma segunda sinfonia, durante um verão em Pörtschach, na província da Caríntia, ao sul da Áustria. A cidade fica às margens do Wörthersee, um lago alpino cuja visão, sem dúvida, inspirou Brahms, como ele escreveu a um amigo: “há tantas melodias voando por aqui que você tem que tomar cuidado para não tropeçar nelas”. Quando o compositor enviou o primeiro movimento da obra para Clara Schumann, sua velha amiga previu que a música faria maior sucesso com o público do que a atormentada Primeira Sinfonia – e ela estava certa. A estreia, em Viena, em 30 de dezembro de 1877, sob regência de Hans Richter, foi um triunfo, e o terceiro movimento teve que ser bisado. Dentre as sinfonias de Brahms, a Segunda normalmente é considerada a mais idílica – sua equivalente à Pastoral, de Beethoven, não apenas pela óbvia ligação com o meio ambiente, como pelo clima geral da obra. Claro que toda música é feita de contrastes, e o retrato da natureza por Brahms traz momentos de sombra em meio a luz. Porém, como todos os movimentos estão em tonalidades maiores, os toques ocasionais de melancolia não tiram a impressão geral de suavidade e encantamento, que, no movimento final, acaba se transfigurando em pura euforia. Irineu Franco Perpetuo

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ORQUESTRA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO CIA. IMAGO Thiago Tavares – Regente Fernando Anhê – Direção/Criação Cênica/ Iluminação/Figurinos/Desenho de Bonecos Jamil Maluf – Narrador 12/10 sábado 17h

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CAMILLE SAINT–SAËNS O Carnaval dos Animais – Grande Fantasia Zoológica intervalo 20' SERGEI PROKOFIEV Pedro e o Lobo – Conto Sinfônico para Crianças, Op. 67


camille saint-saËns (1835-1921) O Carnaval dos Animais – Grande Fantasia Zoológica O parisiense Camille Saint-Saëns teve um começo de vida difícil: seu pai, funcionário do Ministério do Interior, morreu quando ele tinha apenas três meses de idade. Tuberculoso, passou dois anos em uma casa de repouso antes de ser criado pela mãe e pela tia viúva, Charlotte Masson. Tia Masson foi a responsável pelas primeiras aulas de piano do pequeno Camille, que, aos três anos de idade, revelou ter ouvido absoluto, e uma espantosa aptidão para a música. Sua primeira obra é dessa época e, aos dez anos, fez sua estreia formal na badalada Salle Pleyel, em Paris, tocando de cor o Concerto para Piano n. 3, e o Concerto para Piano K. 450, de Mozart – para o qual compôs sua própria cadenza. Hoje em dia, Saint-Saëns possivelmente seria considerado um pequeno nerd. Além de tocar piano, aos três anos de idade sabia ler e escrever e, aos sete, já tinha conhecimentos de latim. Estudou, na infância, religião e grego, adquirindo um apreço por matemática, ciências naturais, astronomia, arqueologia e filosofia. Ao vender seus Seis Duos para harmônio e piano ao editor Girod, aos 13 anos de idade, usou o dinheiro para comprar um telescópio. Adulto, transformou-se em um grande viajante, explorando diversas partes da Europa, as Ilhas Canárias, a Escandinávia, a Ásia e a América do Sul (inclusive o Brasil, onde reverenciou o talento do compositor carioca Henrique Oswald). E foi em um vilarejo da Áustria, ao qual se recolhera depois de uma desastrosa turnê de concertos pela Alemanha, que ele escreveu, em poucos dias, seu Carnaval dos Animais (Le Carnaval des Animaux), em fevereiro de 1886. Ao que parece, Saint-Saëns já havia prometido uma obra do gênero, em seus tempos de professor da École Niedermeyer. Agora, duas décadas mais tarde, a intenção era apresentá-la como item de surpresa, em um concerto de carnaval, que teria a participação do famoso violoncelista Charles Lebouc (1822-1893). Foi tendo Lebouc em mente, assim, que Saint-Saëns escreveu a parte mais célebre de sua obra, O Cisne,

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que posteriormente foi arranjado para os mais diversos instrumentos (incluindo bandolim, trompa, clarinete, harmônio, viola e corne inglês), recebendo ainda coreografia de Fokine, denominada A Morte do Cisne. De intenção claramente humorística, a obra entrelaça, ao longo de seus 14 movimentos, diversas citações de caráter paródico. Assim, Mendelssohn e Berlioz aparecem nos Elefantes; nas Tartarugas, ouvimos uma versão lenta do célebre Can-Can de Offenbach, enquanto o clarinete entoa um trecho da cavatina Una Voce Poco Fa, do Barbeiro de Sevilha, de Rossini, nos Fósseis – movimento em que Saint-Saëns chega a parodiar também a Dança Macabra, de sua própria autoria, mostrando que sua ironia, realmente, não conhecia limites. As brincadeiras de Saint-Saëns não excluem nem os próprios executantes de sua música: os Pianistas também entram como “animais” de sua “grande fantasia zoológica” (como ele chamou a peça), em um trecho que os faz repetir suas escalas de modo hesitante, como se fossem diletantes a estudar. No fim, a brincadeira toda parece ter assustado o próprio compositor, que acabou proibindo a execução pública da obra como um todo (apenas O Cisne estava liberado), e determinando que a publicação da partitura fosse póstuma. Prolífico autor de música de câmara, música sacra, sinfonias, concertos, óperas e oratórios, Saint-Saëns temia que a popularidade excessiva do Carnaval prejudicasse sua reputação como músico “sério”. Hoje em dia, a obra parece é projetá-lo como um precursor das provocações com que Erik Satie (1866-1925) e, mais tarde, John Cage (1912-1992) e Mauricio Kagel (1931-2008) sacudiriam a música do século XX.


serGei prOKOfieV (1891-1953) Pedro e o Lobo – Conto Sinfônico para Crianças, Op. 67 Autor de obras pianísticas, óperas, sinfonias e balés, o compositor russo Sergei Prokofiev nasceu em Sontsova, propriedade rural na Ucrânia em que seu pai, agrônomo, era administrador. Era a terceira e última de três crianças mas, como as irmãs morreram cedo, na prática foi mimado como filho único. A educação geral, e em ciências naturais, era atribuição do pai; governantas francesas e alemãs ensinavam línguas estrangeiras, enquanto a mãe se encarregava das artes – o que incluía aulas de piano a partir dos quatro anos. Suas primeiras tentativas de compor datam também dessa época – pequenas peças para piano escritas entre os cinco e dez anos de idade. Foi à ópera pela primeira vez aos oito anos, e logo quis tentar o gênero: Velikan (O Gigante), sua primeira ópera, em três atos e seis cenas, foi composta aos nove anos, e “estreada” em família, com a participação de parentes e amigos. Seguiu-se a ela, no ano seguinte (1901), Na Pustínnikh Óstrovakh (Nas Ilhas Desertas), com uma trama que lembra as aventuras de Robinson Crusoé. Essas tentativas de infância devem ter ressoado na mente de Prokofiev quando o compositor, adulto, consagrado e pai de família, resol-

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veu escrever música para crianças. O ano era 1935 e, depois de fazer grande sucesso internacional na Europa e nos EUA, Prokofiev resolvera voltar à sua terra natal – depois da Revolução de 1917, rebatizada de União Soviética. Era um período de valorização oficial de partituras para os pequenos – Prokofiev obteve êxito com sua Música para Crianças, doze miniaturas pianísticas de fácil execução, e se encantou ao levar a esposa, Lina, e os filhos, Sviatoslav (de 11 anos) e Oleg (de sete), a ver uma ópera no Teatro Musical Infantil de Moscou, dirigido por Natália Satz que, por seu turno, passou a acalentar a possibilidade de colaborar com o festejado musicista. No ano seguinte, Prokofiev estava definitivamente instalado na URSS, e aceitou a empreitada de apresentar às crianças o mundo da orquestra. Satz chegou a escalar uma jovem poeta, Nina Saksônskaia, para a tarefa. O compositor, porém, se irritou com os clichês, rimas e prolixidades do texto de Saksônskaia, e resolveu escrever ele mesmo a trama de sua fábula infantil, transformando cada personagem em um instrumento – ou naipe da orquestra. Assim, Pedro, o protagonista, é representado pelo quarteto de cordas; seu avô, pelo fagote; o pássaro, pela flauta; o pato, pelo oboé; o gato, pelo clarinete; o temível lobo, pelas trompas; e os tiros dos caçadores, que vêm salvar a situação, pelos tímpanos e pelo bumbo. Prokofiev e Satz fizeram uma estreia informal da obra, para testar seu efeito, diante de um grupo de crianças – que aplaudiram freneticamente, pedindo que a marcha final dos caçadores fosse bisada três vezes. A partir da estreia “oficial”, em 2 de maio de 1936, Pedro e o Lobo (no original, Pétia i Volk; Pétia, um diminutivo, talvez devesse ser vertido como Pedrinho) foi traduzido do russo para diversos idiomas, ajudando a iniciar meninos e meninas de diversas gerações no universo da música de concerto. Para Lina, esposa de Prokofiev, o segredo do sucesso da partitura reside no fato de que Serguei, no espírito, continuou sempre a ser uma criança, possuindo assim uma poderosa intuição para o que podia tocar de verdade a alma infantil. Irineu Franco Perpetuo


ORQUESTRA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO A Orquestra Experimental de Repertório foi criada em 1990 a partir de um projeto elaborado pelo seu regente titular, maestro Jamil Maluf, e oficializada pela Lei nº 11.227 de 1992. Tem por objetivos a formação de profissionais da mais alta qualidade, a integração ao instrumental sinfônico de instrumentos que representem uma autêntica conquista da nova tecnologia, com reflexos estimulantes à criação musical, como os sintetizadores, por exemplo, e a difusão de um repertório abrangente e diversificado que mostre o extenso alcance da arte sinfônica de qualidade. Suas várias séries de concertos com grandes nomes da música erudita nacional e internacional, bem como estrelas da MPB, e suas montagens de óperas, balés e gravações para TV, compõem uma programação que vem conquistando o público e a crítica. Em 1997 recebeu da Comissão de Música da Secretaria de Estado da Cultura o Prêmio Carlos Gomes, como destaque de música erudita.

VICTOR HUGO TORO Regente Nascido em Santiago do Chile, realizou estudos de regência orquestral e se graduou pela Faculdade de Artes da Universidade do Chile. Foi vencedor do II Concurso Internacional de Regência Orquestral – Prêmio Osesp –, organizado pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, e tem sido convidado a reger as mais importantes orquestras de seu país. Além da Osesp, onde foi regente assistente e apresentou importantes peças do repertório internacional além de primeiras audições de repertório brasileiro, tem sido convidado a reger a Orquestra Jovem do Estado de São Paulo, sinfônicas da Bahia, de Caxias do Sul, de Campinas e de Porto Alegre, Camerata Antiqua de Curitiba, sinfônicas do Paraná, do Sodre (Uruguai), da Universidade Nacional de Cuyo (Argentina), de Rosário (Argentina), além das filarmônicas de Montevidéu e da Universidade Nacional Autônoma do México.

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Além de desenvolver importante trabalho com orquestras jovens de seu país, Victor Hugo Toro é também compositor e suas obras têm sido interpretadas por diversos grupos sinfônicos e de câmara. Ele foi escolhido um dos 100 líderes jovens do Chile pelo jornal El Mercurio e recebeu uma homenagem da Câmara Municipal de São Paulo pelo trabalho em pro da música, da sociedade paulistana e da aproximação cultural entre Chile e Brasil. Foi regente principal da Orquestra Sinfônica do Sodre, no Uruguai, e regente residente da Companhia Brasileira de Ópera, com a qual realizou uma grande turnê de 89 espetáculos por 15 cidades brasileiras. Em 2012 foi laureado pela Sociedade Brasileira de Artes Cultura e Ensino com a Ordem do Mérito Cultural “Carlos Gomes”, no grau de comendador. Atualmente é diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas.

SOLEDAD YAYA Harpa Harpista monitora da Orquestra Experimental de Repertório, da Fundação Theatro Municipal de São Paulo, Soledad Yaya é natural de Córdoba, Argentina, cidade onde iniciou aos oito anos de idade os estudos musicais. Formada em música pela Faculdade Santa Marcelina, ela deu início à fase brasileira de sua carreira atuando como harpista convidada da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, onde participou de turnês pelos Estados Unidos e Europa. Vencedora do I Concurso Nacional de Jovens Harpistas na Argentina, Soledad se aperfeiçoou sob a orientação de mestres como Marielle Nordmann, Isabelle Moretti e Oscar Do Campo. A artista é convidada frequente de orquestras como a Sinfônica Municipal de São Paulo, Filarmônica de Minas, Jazz Sinfônica e Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, e já tocou como solista com a OSB Jovem, a Orquestra Acadêmica do Teatro Colón, a Sociedade de Música de Câmara de Bogotá, a Sinfônica Nacional de Bolívia e a Orques-


tra Sinfônica Municipal de Santos. Ao lado do marido, Peter Pas, violista solista da Osesp, Soledad forma o Duo Portinari, onde atua como solista e arranjadora de música de câmara.

LUÍZ FÍLIP Violino Violinista da Filarmônica de Berlim, Luíz Fílip foi membro da Academia da Filarmônica e atualmente também integra o Ensemble Berlin, grupo de câmara da Filarmônica de Berlim. Natural de São Paulo, ele reside na Alemanha desde 2001, apresentando-se regularmente em cidades como Berlim, Roma, Tóquio, Tel Aviv e Paris. Participa também de festivais como o Rolandseck e do Aix-en-Provence. Ele recebeu prêmios nos concursos internacionais Tibor Varga, Henry Marteau e Gerhard Taschner. Entre seus parceiros de música de câmara figuram Guy Braunstein, Dashin Kashimoto, François Leleux, Gilbert Audin, Amihai Grosz e Wilfried Strehle. Gravou um CD com o Concerto BWV 1043 de Bach com a Academia da Filarmônica de Berlim, sob regência de Reinhard Goebel, um DVD com concertos para violino de Camargo Guarnieri, com o maestro Lutero Rodrigues, e um CD com obras de Villani-Côrtes com o pianista Paul Rivinius. Luíz Fílip toca num violino Lorenzo Storioni de 1774 que pertencente ao Governo Alemão e oferecido pela Deutsche Stiftung Musikleben de Hamburgo.

ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL DE SÃO PAULO A formação da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo remonta a 1921, dez anos após a inauguração do Theatro Municipal, por meio da Sociedade de Concertos Sinfônicos de São Paulo. A partir de 1939 o

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grupo passou a desenvolver um programa regular de atividades, com concertos sinfônicos, espetáculos de balé e temporadas líricas. Em mais de 90 anos de história, a Orquestra tocou sob a regência de maestros como Mstislav Rostropovich, Ernest Bour, Maurice Leroux, Dietfried Bernett, Kurt Masur, além de Camargo Guarnieri, Armando Belardi, Edoardo de Guarnieri, Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky, Sergio Magnani, além de vários compositores regendo suas obras, como Villa-Lobos, Francisco Mignone e Penderecki. Solistas de renome como Magda Tagliaferro, Guiomar Novaes, Yara Bernette, Salvatore Accardo, Rugiero Ricci, dentre muitos outros, participaram dos concertos da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. Sob direção de John Neschling desde o início de 2013, o grupo desenvolve uma temporada de concertos e de participação nos espetáculos do Balé da Cidade, sem perder a vocação lírica.

OLEG CAETANI Regente Tendo sido descoberto por Nadia Boulanger, Oleg Caetani estreou no teatro aos 17 anos, com uma produção de peças de Monteverdi e madrigais que ele mesmo organizou. Estudou regência com Franco Ferrara no Conservatório de Santa Cecília, em Roma, e composição com Irma Ravinale. Sua profunda experiência, de quase trinta anos, no repertório lírico de Verdi, Mussorgsky e Wagner (incluindo diversas produções do Anel) tem influenciado sua interpretação das grandes obras sinfônicas, especialmente Bartok, a segunda escola de Viena e o impressionismo francês. A primeira ópera que conduziu, com a idade de 24 anos, foi Eugene Oneghin, em 1981, ao se graduar pelo Conservatório de São Petersburgo. Depois de conduzir Oedipe de Enescu, como sua primeira performance profissional em 1983, tem se esforçado para conduzir a música maravilhosamente original de Enescu sempre que possível. Por sua atuação em Oedipe na abertura do festival Enescu 2009 recebeu a le-


gião da honra da Romênia por mostrar a música de Enescu ao mundo. Ainda no Conservatório de Moscou estudou todas as sinfonias de Shostakovich com Kondranshin, e desde então o compositor tem desempenhado um papel central em seu repertório. Caetani conduziu a estreia italiana de Moscow Cheriomushki e gravou o primeiro ciclo completo das sinfonias de Shostakovich da Itália, com a Orquestra Verdi em Milão.

CIA. IMAGO Criada em 1999 por Fernando Anhê, a Cia. Imago mescla diversos gêneros dramáticos e linguagens artísticas como o teatro de formas animadas e o teatro negro. A Imago encenou as óperas: O rouxinol (Stravinsky), O menino e os sortilégios (Ravel), A flauta mágica (Mozart), e João e Maria ( Hänsel und Gretel, de Humperdink). A cia. encenou os concertos cênicos: Shéhérazade (Ravel e Korsakov), Dois (Os Planetas, deGustav Holst) e O pássaro de fogo (Igor Stravinsky) e diversas peças teatrais: Carnaval dos Animais, A mulher que matou os peixes, Quase de Verdade, Imago, A Mão, Pedro e o Lobo, O Quebra-Nozes, O Pássaro de Fogo, Os Ets Cantam e Dançam, As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, A Flauta Mágica e João e Maria, ambas em forma de teatro de formas animadas. A Cia. Imago recebeu inúmeros prêmios: APCA, Prêmio Carlos Gomes, Femsa, APETESP e Wladimir Herzog

FERNANDO ANHÊ Diretor Cênico Diretor, cenógrafo, figurinista, ator, Ilustrador e artista plástico (formado pela ECA – USP), Fernando Anhê criou a Cia. Imago (teatro) em 1999. Atuou como diretor de arte, cenógrafo e figurinista nas óperas: O rouxinol (Stravinsky), O menino e os sortilégios (Ravel), João e Maria

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(Humperdink) e A Flauta Mágica (Mozart). Dirigiu os concertos cênicos: Dois (Holst) e Shèhèrazade (Ravel e Korsakov). Anhê é autor de releituras plásticas projetadas nas óperas apresentadas em concerto: Falstaf, Dido e Enéas, Nabucco, Fosca, Castelo do Barba Azul. Criou as peças: A Mão, Os Ets Cantam e Dançam, Espias e Imago. Assinou e dirigiu as adaptacões: Pedro e o Lobo (Prokofiev), Alice No País das Maravilhas (Carroll), Carnaval dos Animais (Saint Saëns), Quasede Verdade e A Mulher que Matou os Peixes (Clarice Lispector) e O Pássaro de Fogo (Stravinsky). Anhê recebeu diversos prêmios: Carlos Gomes, Apca, Apetesp, Femsa, Crianças do Brasil e Wladimir Herzog. THIAGO TAVARES Regente Regente Assistente da Orquestra Experimental de Repertório, atualmente está sob orientação do Mto. Jamil Maluf. Teve aulas com a Maestrina Ligia Amadio e é Bacharel em Regência pela USP, onde estudou com os Mtos. Marco Antonio da Silva Ramos e Aylton Escobar, além de Violão com Edelton Gloeden. Atuou como regente e violonista nas edições do Festival Leo Brouwer (2008-2009). Participou do II Curso de Direccíon Orquestal do Camping Musical Bariloche (Argentina) e foi bolsista da Academia de Direccíon Coral y Educacíon Musical de Las Palmas de Gran Canária (Espanha). Foi aluno estagiário do Comunicantus: Laboratório Coral da ECA-USP, trabalhando com o Coral da Terceira Idade da USP, Coral Escola Comunicantus e atuando como Regente Assistente do Coral da ECA-USP. Em 2002 concluiu o Curso Técnico em Música pelo Conservatório Arte Musical de Osasco sendo mais tarde professor desta Instituição. Neste período, teve a orientação do violonista João Luiz Resende Lopes.


ORQUESTRA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO Regente titular Jamil Maluf Regente assistente Thiago Tavares Primeiros violinos Cláudio Micheletti (Spalla) Ana Rebouças Guimarães Caik Rodrigues Gabriela Fogo Jessé Xavier Reis Jonas Alves de Souza Lucas Oliveira da Silva Matheus Baião Ramon Rodrigues de Andrade Renato Pereira Rodolfo Guilherme da Silva Rômulo Moreira Thais Morais Wallace Bispo Wellington Rebouças Willian Gizzi Segundos violinos Luis Fernando Dutra (Monitor) Alexandre Britto Ananda Fukuda Caio Paiva dos Santos Danilo Alves Diego Adinolfi Vieira Diogo Amorim Silva Douglas Araújo Evaldo Alves Fernanda Garcia Gabriel Nunes de Oliveira Karin Higa Paulo Galvão Renan Gonçalves Ricardo Galdino Wagner Filho Violas Estela Ortiz (Monitora) Bruno Rocha Catarina Schmitt Rossi Gustavo Assumpção Jennifer Cardoso Joel Alves

Mauro Koiti Shimada Pedro Florence Rodrigo Ramos Thiago Neres Violoncelos Júlio Cerezo Ortiz (Monitor) Agton dos Santos Douglas Pereira Elton Araújo Jonatas Pereira Luiz Sena Patrícia Rezende Vanuci Rafael de Caboclo Rodrigo Prado Ygor Ghensev Contrabaixos Alexandr Iurcik (Monitor) Adriano Costa Chaves Daniel Camargo Fernando Tosta Gustavo Quintino Haran Magalhães Júlio Nogueira Marcos Magni Flautas Marcos Kiehl (Monitor) Aline Viana Danilo Crispim Felipe Mancz Oboés Rodolfo Hatakeyama (Monitor) Gabriel P. Marcaccini Gutierre Machado Rafael Felipe Clarinetes Alexandre F. Travassos (Monitor) Evandro Alves Felipe Reis Gleyton Ladislau Fagotes José Eduardo Flores (Monitor) Ana Paula Adorro Matheus Parizon Amaral Sandra Ribeiro Trompas Weslei Lima (Monitor) Álvaro Braga Edson R. Nascimento Eric Silva

Gerson Pierotti Wesley Medeiros Trompetes Luciano Melo (Monitor) Mauro Stahl Júnior Roger Brito Trombones João Paulo Moreira (Monitor) Arthur da Silva Rita Hélio Góes Igor Bueno da Silva Maurício Lundgren Tuba Sérgio Teixeira (Monitor) Piano Lucas Gonçalves (Monitor) Harpa Soledad Yaya (Monitora) Percussão Richard Fraser (Monitor) Bruno Rogério Oliveira Mónica Navas Rosângela Rhafaelle Thiago Lamattina Coordenador Ronaldo Ribeiro Mariano Chefe Administrativa Ana Paula Maselli Inspetora Raquel Rosa Arquivista Bruno Lacerda Montadores Márcio Cavalcante Bessa Wellington Nunes Pinheiro Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Diretor Artístico John Neschling Primeiros-violinos Pablo De León (spalla) Martin Tuksa (spalla) Maria Fernanda Krug Fabian Figueiredo Adriano Mello

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Fábio Brucoli Fábio Chamma Fernando Travassos Francisco Ayres Krug Graziela Fortunato Heitor Fujinami John Spindler José Fernandes Neto Mizael da Silva Júnior Paulo Calligopoulos Rafael Bion Loro Sílvio Balaz Gérson Nonato** Segundos-violinos Andréa Campos* Laércio Diniz* Nadilson Gama Otávio Nicolai Alex Ximenes André Luccas Angelo Monte Edgar Montes Leite Evelyn Carmo Liliana Chiriac Oxana Dragos Ricardo Bem-Haja Sara Szilagyi Ugo Kageyama Helena Piccazio** Violas Alexandre De León* Silvio Catto* Abrahão Saraiva Tânia de Araújo Campos Adriana Schincariol Antonio Carlos de Mello Eduardo Cordeiro Eric Schafer Licciardi Marcos Fukuda Roberta Marcinkowski Elisa Monteiro** Jessica Wyatt** Pedro Visockas** Violoncelos Mauro Brucoli* Raïff Dantas Barreto* Cristina Manescu Ricardo Fukuda Flávia Scoss Nicolai

Gilberto Massambani Iraí de Paula Souza Joel de Souza Maria Eduarda Canabarro Sandro Francischetti Teresa Catto Contrabaixos Rubens De Donno* Sérgio de Oliveira* Mauro Domenech Ivan Decloedt Miguel Dombrowski Ricardo Busatto Sanderson Cortez Paz Sérgio Scoss Nicolai Walter Müller André Teruo** Flautas Cássia Carrascoza* Marcelo Barboza* Cristina Poles Mônica Ferreira Camargo** Sarah Hornsby** Oboés Alexandre Ficarelli* Rodrigo Nagamori* Giane Martins Marcos Mincov Roberto Araújo Clarinetes Otinilo Pacheco* Luís Afonso Montanha* Diogo Maia Santos Domingos Elias Marta Vidigal Fagotes Ronaldo Pacheco* Marcos Fokin* Fábio Cury Marcelo Toni Osvanilson Castro Trompas André Ficarelli* Luiz Garcia* Angelino Bozzini Daniel Misiuk David Misiuk Deusenil Santos Rogério Martinez

Vagner Rebouças Trompetes Fernando Guimarães* Marcos Motta* Breno Fleury Eduardo Madeira Albert Santos** Trombones Roney Stella* Gilberto Gianelli* Hugo Ksenhuk Luiz Cruz Marim Meira Tuba Gian Marco de Aquino Harpa Angélica Vianna Piano Cecília Moita Tímpanos John Boudler** Sérgio Coutinho (assistente) Percussão Marcelo Camargo* Magno Bissoli Paschoal Roma Reinaldo Calegari Sérgio Coutinho Gerente da Orquestra Clarisse De Conti Assistente Yara de Melo Inspetor Carlos Nunes Montadores Alexandre Greganyck Paulo Broda Vítor Hugo de Oliveira * Chefe de naipe ** Músico convidado


CIA. IMAGO Valter Felipe Priscila Monsano Daniela Sakumoto Isa Gouvea Janette Santiago Fernando Anhê Denis Goyos (ator convidado)

Casting Sérgio Spina

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Prefeito Fernando Haddad Secretário Municipal de Cultura Juca Ferreira

ARQUIVO ARTÍSTICO Coordenadora Maria Elisa P. Pasqualini Assistente Catarina Fernandes Oliveira Arquivistas Giancarlo Carreto Karen Feldman Leandro José Silva Leandro Ligocki Copista Ana Cláudia Oliveira CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO Chefe de seção Mauricio Stocco Equipe Lumena A. de Macedo Day

FUNDAÇÃO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO DIREÇÃO GERAL Diretor José Luiz Herencia Assessores Técnicos Maria Carolina G. de Freitas Secretária Ana Paula Sgobi Monteiro Cerimonial Egberto Cunha Maria Rosa Tarantini Sabatelli

DIREÇÃO DE PRODUÇÃO Diretora Aline Sultani Assessor Charles Bosworth Pergy Grassi Coordenadora de Projetos Violeta Saldanha Kubrusly

DIREÇÃO ARTÍSTICA Diretor John Neschling Assessoria Direção Artística Stefania Gamba Luís Gustavo Petri Secretária Eni Tenório dos Santos Coordenação de Programação Artística João Malatian Figurinista Residente Veridiana Piovezan Produtora de Figurinos Fernanda Câmara Diretora Cênica Residente Juliana Santos

PRODUÇÃO EXECUTIVA Coordenadora Cristiane Santos Produtores Rosa Casalli Gabriel Barone Assistentes de produção Aelson Lima Pedro Guida PALCO Diretor de Palco Ronaldo Zero Chefe da Cenotécnica Aníbal Marques (Pelé) Chefe de Palco Sidnei Garcia da Fonseca (Sidão)

Técnicos de Palco Antonio Carlos da Silva Edival Dias Edson Astolfi Jesus Armando Borges João Batista B. da Cruz Joceni Serafim (Tatau) Jorge R. do Espírito Santo José Muniz Ribeiro Lourival Fonseca Conceição Luis Carlos Leão Rodrigo Nascimento Wilson José Luis Assistentes Elisabeth de Pieri Ivone Ducci Contrarregras Alessander de Oliveira Rodrigues Bruno Farias Carlos Bessa Diogo Vianna Julio de Oliveira Marcelo Bessa Marcelo Luiz Frosino Piter Silva Chefe de Som Sérgio Luis Ferreira Operadores de Som Guilherme Ramos Kelly Cristina da Silva Chefe de Iluminação Carmine D'Amore Iluminadores Anselmo Plaza Eduardo Vieira de Souza Igor Augusto de Oliveira Rafael Plaza Valeria Regina Lovato Yuri Melo Camareiras Andréa Maria de Lima Dias Isabel Rodrigues Martins Lindinalva Margarida Celestino Maria Gabriel Martins Nina de Mello Regiane Bierrenbach

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CENTRAL DE PRODUÇÃO – CHICO GIACCHIERI Coordenação de Costura Elisa Gaião Pereira Coordenadora de Figurino Marcela de Lucca M. Dutra Assistente Ivani Rodrigues Umberto Expediente José Carlos Souza José Lourenço Marcela de Lucca M. Dutra Paulo Henrique Souza DIREÇÃO DE GESTÃO Diretora Ana Flávia Cabral Souza Leite Assessoras Lais Gabriele Weber Secretária Oziene Osano dos Santos NÚCLEO JURÍDICO Assessora Carolina Paes Simão Assistente Jurídico João Paulo Alves Souza ASSISTÊNCIA ADMINISTRATIVA Sonia Gusmão de Lima Alexandro Robson Bertoncini Esmeralda Rosa dos Prazeres SEÇÃO DE PESSOAL Cleide Chapadense da Mota José Luiz P. Nocito Solange F. Franca Reis Tarcísio Bueno Costa Parcerias Suzel Maria P. Godinho CONTABILIDADE Alberto Carmona Cristiane Maria Silva Diego Silva Jocileide Campos F. Albanit Marcio Aurélio Oliveira Cameirão Thiago Cintra de Souza

Compras E CONTRATOS George Augusto dos Santos Rodrigues José Pires Vargas Marina Aparecida B. Augusto Vera Lucia Manso CORPOS ESTÁVEIS Paula Melissa Nhan Juçara Aparecida de Oliveira Ricardo Luiz dos Santos INFRAESTRUTURA Marly da Silva dos Santos Antonio Teixera Lima Cleide da Silva Eli de Oliveira Eva Ribeiro Israel Pereira de Sá Lourde Aparecida F. Rocha Luiz Antonio de Mattos Maria Apª da Conceição Lima Nelsa Alves F. F. da Silva Pedro Bento Nascimento INFORMÁTICA Ricardo Martins da Silva Renato Duarte Estagiários Emerson de Oliveira Kojima Victor Hugo A. Lemos ARQUITETURA Lilian Jaha Estagiários Marina Castilho Vitória R. R. dos Santos SEÇÃO TÉCNICA DE MANUTENÇÃO Edisangelo Rodrigues da Rocha Ailton Lauriano Ferreira Narciso Martins Leme Regina Célia de Souza Faria Estagiário Vinícius Leal Copa Olga Brito Therezinha Pereira da Silva

AÇÃO EDUCATIVA Aureli Alves De Alcântara Cristina Gonçalves Nunes Maria Elizabeth P. M. Gaia Estagiários Abner Rubens de Oliveira Alana dos Santos Schambakler Alessandra Noronha da Silva Alex de Carvalho Mattos Beatriz Santana Ferreira Danilo Costa Gusmão Elizabeth Costa Marcolimo Helena Ariano Larissa Lima da Paz Letícia Epiphanio Sandra Brito da Silva Selma Eleutério de Souza Stefan Barbosa de Oliveira COMUNICAÇÃO Editor Marcos Fecchio Assessoria Ana Clara Lima Gaspar Elisabete Machado programa Design Kiko Farkas/ Máquina Estúdio Designers assistentes André Kavakama Roman Iar Atamanczuk Atendimento Michele Alves Impressão Imprensa Oficial do Estado de São Paulo


municipal. O palcO de sãO paulO

co-realização

apoio cultural


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