Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo - La Fura dels Baus

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THEATRO MUNICIPAL DE Sテグ PAULO TEMPORADA 2014

ORQUESTRA SINFテ年ICA MUNICIPAL DE Sテグ PAULO LA FURA DELS BAUS



Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo John Neschling – Regente 15/02 sáb 20h

La Fura dels Baus

16/02 dom 17h

Carlus Padrissa – Direção Cênica Emmanuel Carlier – Direção de Vídeo Trilogia Romana OTTORINO RESPIGHI Feste Romane – Circenses – Giubileo – L'Ottobrata – La Befana Le Fontane di Roma – La Fontana di Valle Giulia All’alba – La Fontana di Tritone al Mattino – La Fontana di Trevi al Meriggio – La Fontana di Villa Medici al Tramonto I Pini di Roma – I Pini di Villa Borghese – Pini Presso una Catacomba – I Pini del Gianicolo - I Pini della Via Appia Espetáculo produzido com a colaboração do Palau de les Arts “Reina Sofia” de Valência e do Teatro dell'Opera de Roma, para o Festival de Las Termas de Caracalla.


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No decorrer dos séculos da história da música o “evento concerto” foi se transformando. Se no início era uma diversão culta de nobres nos palácios, com o advento da burguesia transformou-se em um encontro social em que se comia, bebia e ouvia música, até chegar ao formato do século XIX e boa parte do século XX. Uma espécie de culto, no qual as salas de concerto eram templos nos quais se adorava a música do passado e às vezes (muito poucas vezes) a música do presente. Mas já Scriabin, entre outros compositores místicos e simbolistas, pensava na música como um espetáculo de “son et lumière”, som e luz, cores e sensações extra musicais, que porém a técnica e as dificuldades materiais não permitiram levar a cabo. Hoje em dia, os grandes eventos de “concertos” pop criaram uma expectativa de espetacularidade que ultrapassa de longe o mero usufruir musical numa sala. Os concertos, para não se transformarem em meros eventos museológicos (o que também tem o seu lugar), procuram inovar e incorporar novas linguagens ao espetáculo que atraia e divirta um público ávido de diversidade. Assim como a relação cinema e música, houve a inclusão de diversas outras formas de expressão (como na Mass de L. Bernstein ou na Paixão de Osvaldo Golijov) e, no nosso caso, a criação de um espetáculo audiovisual a partir da genial Trilogia de Ottorino Respighi. O notável grupo La Fura dels Baus criou uma celebração para que a obra de Respighi ganhasse outros significados além dos puramente sonoros. Uma projeção em diversos níveis leva o ouvinte / espectador a uma viagem às vezes realista, às vezes simbólica por Roma, com suas fontes, seus pinheiros e suas festas. É óbvio que não se pode a cada semana produzir espetáculos dessa natureza e dessa complexidade, mas creio que abriremos a temporada de concertos com uma janela para a contemporaneidade. Outras formas de usufruir a grande música surgirão, não há dúvida. E nós estaremos de olhos e ouvidos abertos para acompanhar essa evolução. Aproveitem nossa belíssima temporada de concertos de 2014, onde nossa Orquestra Sinfônica Municipal poderá, mais uma vez, demonstrar seu virtuosismo e sua sensibilidade. John Neschling Diretor Artístico do Theatro Municipal de São Paulo


Cenas da Trilogia Romana, na montagem de La Fura dels Baus.

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TRILOGIA ROMANA

Nesta interpretação dos três poemas sinfônicos de Ottorino Respighi, Festivais Romanos, Fontes de Roma e Pinheiros de Roma, será dada a máxima ênfase aos músicos da orquestra, neste “formato híbrido” que se baseia em um jogo de luzes e sombras e nas videocriações do cineasta francês e fotógrafo Emmanuel Carlier. Os três poemas se passam nas ruas e praças da cidade eterna, onde o compositor bolonhês viveu a partir de 1913. É sobre enxergar como linhas luminosas as ondas sonoras que uma orquestra sinfônica produz, e sobre reinterpretar, ao mesmo tempo, as ideias que passaram pela cabeça de Respighi ao compor as três partituras geniais. Música e luz, imagens e movimento. Um jogo de correspondências entre o fogo interior dos seres humanos e a matéria: pedra / água / pinheiro. Em cena, somente o regente acompanhado dos músicos da orquestra. A música de Respighi permite que os músicos e seus instrumentos sejam os grandes atores, com movimentos coreografados determinados pela riqueza da partitura. Ao redor, as telas captam as projeções em vídeo de água, esculturas, pinheiros, fantasmas e sombras em contínuo movimento. Carlus Padrissa Diretor Artístico - La Fura dels Baus

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FESTE ROMANE CIRCENSES Fogo, areia e sangue, paixões. Um círculo de fogo se fecha completamente ao redor do homem estátua. Ele luta consigo mesmo e seus próprios fantasmas. A cabeça do homem estátua se quebra lentamente em pedaços. Pó enche a tela inteira. IL GIUBILEO Somente música. Depois, os peregrinos se movem como uma procissão. O movimento de retrocesso se acentua: filas de silhuetas se tornam mais numerosas e pequenas, parecendo esticar-se até o infinito. Centenas de personagens derretem e se fundem com um texto: a Eneida. A câmera lentamente se move para cima, revelando-nos uma vista de Roma. L’OTTOBRATA Somente música. Então, três pinturas de Caravaggio aparecem. A orquestra é iluminada por múltiplas cores, parecendo uma continuação da pintura. LA BEFANA Nas duas telas uma viagem em câmera rápida pela noite de Roma. Ao mesmo tempo sobreposições de personagens anônimos de filmes projetados sobre fontes, monumentos, esculturas, chão, paredes, como aparições fantasmagóricas da confusão da cidade e da memória de seus habitantes.


FONTANE DI ROMA LA FONTANA DI VALLE GIULIA ALL’ALBA Começa com uma gota caindo do topo da tela, progredindo lentamente enquanto se deforma e esmaga outras gotas que aparecem, juntando-se na superfície da tela formando uma poça. Finalmente, a tela inteira é uma área de água e ondas líquidas. Eventualmente se acalmam. LA FONTANA DI TRITONE AL MATTINO Luz da manhã. Corpos masculinos e femininos se juntam, se movem, se encontram, se cruzam. Jogos com raios de luz deslumbrante. Eventualmente, o corpo é idealizado em uma escultura perfeita: o Tritão da fonte de Bernini. LA FONTANA DI TREVI AL MERIGGIO Luz do sol no zênite, meio-dia. A fonte é construída com corpos que se entrelaçam, buscando posições. Movimento dos membros que soltam jatos de água. Os corpos das estátuas voltam para a fonte, em transparência e sobreposição... Pouco a pouco a Fontana di Trevi é construída. la FONTANA DI VILLA MEDICI AL TRAMONTO Crepúsculo, tempo da noite-morte. Novas fontes de lágrimas surgem dos olhos das estátuas. Os corpos caem em uma superfície líquida. Afundam e desaparecem sob a água que dá a impressão de um gigantesco lago à noite. A água é calma, descobrimos que o lago é a Fontana dei Medici.

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PINI DI ROMA i PINI DI VILLA BORGHESE Evocação bucólica e sensual da estátua Apollo e Daphne de Bernini. A cena se passa em uma floresta de pinheiros. Emmanuel Carlier apresenta uma magistral versão do mito de Daphne e Apollo, com dois adolescentes. Daphne, para escapar de Apollo, é transformada em um loureiro. PINI PRESSO UNA CATACOMBA Somente música, luzes e sombras. I PINI DEL GIANICOLO Toda a sequência é um jogo de sombras. As mãos se tornam a folhagem dos pinheiros, que crescem e crescem. No final deste movimento musical, todas as mãos se unem no centro da tela para formar a cabeça de um rouxinol cantando. I PINI DELLA VIA APPIA Evocação da Via Appia através de sua história, um longo tapete de pedras polidas. Abaixo aparecem os corpos que representam os escravos e um exército de pinheiros que avança e retrocede, cada vez mais numerosos até o clímax musical.


Notas de Programa Por Leandro Oliveira Uma trilogia como anteparo interpretativo A Trilogia Romana é, nos nossos dias, o ciclo mais representativo da obra do compositor italiano Ottorino Respighi (1879 – 1936), cujo prestígio é justificado não apenas pela engenhosa orquestração e apuro técnico formal, mas também, e sobretudo, por conta do enorme apelo junto ao público. Em grande medida, é a Trilogia que faz com que Respighi se torne para nós um dos mais celebrados “modernistas” italianos de seu tempo, talvez o mais importante compositor italiano do entre-guerras. Mas para sermos fiéis à história, é importante comentar que, a seu tempo, os elogios da crítica e a popularidade junto ao exigente público italiano não aconteceram por conta desta obra: de fato, a Trilogia é fruto do sucesso de um projeto aparentemente sem maiores consequências, quase uma pequena homenagem à cidade que o compositor adotara no início de sua estabilidade profissional. A homenagem se justifica quando finalmente, a partir de 1913, Respighi inicia atividades como professor da Accademia de Santa Cecilia, o prestigioso conservatório de música da capital italiana, e ali, como docente e agitador cultural, consegue estabilizar sua atividade profissional e sua estrutura familiar. Antes de Roma, Ottorino Respighi havia realizado estudos formais tanto em sua Bolonha natal quanto na Rússia, onde teve oportunidade de estudar com Nicolai Rimsky-Korsakov, um dos mais impressionantes orquestradores de todos os tempos. No leste, assim como em Berlim, posteriormente, Respighi sustentar-se-ia como violista de orquestras e com aulas particulares. Mesmo quando retornou à Itália, viu perder parte considerável de seu talento associando-se a alguns entre os diversos movimentos contraculturais do período – o mais célebre deles a chamada Lega dei Cinque, ou “Grupo dos Cinco”, formado, além dele, por Ildebrando Pizzetti (1880 – 1968), Gian Francesco Malipiero (1882 – 1973), Giannotto Bastianelli (1883 – 1927) e Renzo Bossi (1883 – 1965). Pretendiam o aggiornamento em termos modernistas do outro “Grupo dos Cinco”, responsável pela va-

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lorização da música russa da segunda metade do século XIX, e do qual o próprio Rimsky-Korsakov fez parte. Ali na Itália, em plena década de 1910, a Lega defendia o renascimento da música italiana que teria sido desde o século XVIII “tomada pelo comercialismo e filistanismo”. Em Fontane di Roma, Respighi faz as pazes com a tradição recente do modernismo – se podemos chamar de tradição aquelas manifestações já ligeiramente datadas da música pós-impressionista ou da música descritiva de Richard Strauss – e celebra não apenas a sua nova cidade mas, sobretudo, o amadurecimento de sua linguagem pessoal. Realizada entre 1915 e 1916, Fontane foi estreada em março de 1917 com tamanho sucesso que já em fevereiro do ano seguinte ninguém menos que Arturo Toscanini colocava a peça em seu repertório e realizava outra performance pública. Embora ligeiramente curta – com cerca de 25 minutos - Fontane di Roma é uma obra colossal pelo número de instrumentos e efeitos tímbricos, muitos deles de suma originalidade e que fazem da peça um tour de force para orquestras profissionais. A obra tem quatro seções, cada qual referente a uma das fontes que servem como refúgio inescapável em recantos os mais distintos de Roma: a Fontana di Valle Giulia, a Fontana del Tritone pela manhã (esta fonte está localizada na Piazza Barberini, no centro histórico), a Fontana di Trevi ao meio-dia, e finalmente a Fontana di Villa Medici ao entardecer. A cada título, o público encontra muito mais do que uma referência a um monumento. A intenção, nas palavras do próprio compositor, é “dar voz aos sentimentos e imagens sugeridos a ele por quatro fontes romanas contempladas na hora em que estão mais em harmonia com o ambiente de seu entorno, ou quando sua beleza é mais impressionante ao observador”. “Enquanto na obra precedente, Fontane di Roma, o compositor desejava reproduzir por meio dos sons uma impressão da natureza, em Pini di Roma ele usa a natureza como ponto de partida, com o objetivo de buscar memórias e imagens: as árvores centenárias que tão caracteristicamente dominam a paisagem romana se tornam as detentoras dos principais eventos da vida da cidade.” Com estas palavras, falando de si em terceira pessoa, Respighi comenta ao musicólogo norte-americano Lawrence Gilman o programa da segunda obra de sua Trilogia


Romana. Pini di Roma (Pinheiros de Roma) foi composta entre 1923 e 1924 e teve sua estreia em dezembro do mesmo ano. A peça se tornaria célebre na história da música por ser uma das primeiras a prever a inclusão de sons gravados na orquestração – um recurso que seria usado na música concreta, ante litteram. Como já foi apontado diversas vezes, embora seja em si um efeito revolucionário, ele foi fruto de uma necessidade de cunho meramente pragmático, quase inocente que era o da reprodução do canto de um rouxinol, aparentemente gravado pelo próprio compositor em uma de suas incursões à colina de Janículo. Respighi prevê que o registro do canto do Rouxinol seja difundido ao final do terceiro movimento da peça, chamado não à toa de I Pini di Gianicolo. A última obra da Trilogia é também seu ponto culminante, não apenas por ser a mais longa e exuberante, mas também por ser a mais ambiciosa. A questão semiótica que cria para todo o ciclo é de absoluto interesse: enquanto as primeiras duas peças lidam com elementos subjetivos que se formam a partir de uma instância realista, esta terceira fará o percurso contrário, partindo de elementos fortemente fantasiosos que tentam formar uma sonoridade mais descritiva, quase figurada. Enquanto a natureza, ou o diálogo com ela, era o ponto em comum dos ciclos anteriores, Feste Romane (Festas Romanas) toma para si como matéria-prima as celebrações públicas que remontam a antiguidade ou o período contemporâneo ao compositor. O ponto de interesse é a materialidade de alguns desses eventos, acessada apenas por meio indiretos. Por exemplo: a primeira parte, Circenses, descreve um espetáculo onde gladiadores combatem até a morte – os instrumentos de arco e sopros sugerem melodias de canto gregoriano que representam os cristãos martirizados na arena do Circo Máximo. É fruto da pura imaginação do autor. Giubileo, por sua vez, descreve a festa católica em cuja procissão os peregrinos visitam Roma, o que lhes permite, a cada 25 anos, a oportunidade de remissão dos pecados e a realização de penitências. Ottobrata é a descrição da festa que dá início ao que tradicionalmente se reconhecia como o período de caça na região dos arredores da Cidade Eterna e, finalmente, a Befana é uma das festas que dão origem aos costumes e ritos pagãos

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de nosso Natal. O nome faz referência à figura popular de origem folclórica que substitui o nosso Papai Noel por uma bruxa, mas que, assim como ele, visita as crianças na noite da Epifania, ou seja, entre os dias 5 e 6 de janeiro, trazendo-lhes pequenos presentes caso tenham se comportado bem... ou pedaços de carvão, caso não tenham feito por merecer. Respighi declarou que Feste Romane representava o máximo das possibilidades de cores e sonoridades orquestrais que ele seria capaz. “É impossível alcançar mais, e não acho que vá escrever mais partituras desse tipo. Meu interesse por ora se voltará a pequenos conjuntos e pequenas orquestras.” Completada em 1928, a obra marca o final de uma importante fase criativa do compositor que, a partir dali, se dedicaria com afinco ao cultivo de uma estética mais próxima do que podemos chamar de neoclassicismo. É claro que, para além das intenções do compositor, podemos dizer, sem grandes voos teóricos, que o elemento sugestivo que perpassa toda a Trilogia pode ser reduzido a referências elementares as mais atávicas: não apenas a água, a pedra e a passagem do tempo na primeira, mas evidentemente a natureza na segunda, o homem, sua sombra e sua luz na última. Não deixa de ser notável que sejam exatamente por esses “universais” que La Fura dels Baus realize sua leitura multimídia apresentada ao público paulistano. Se por um lado a “linguagem furera” se caracteriza pela utilização de espaços não convencionais em processo permanente de retroalimentação com a música, os movimentos e o uso de materiais orgânicos e industriais – além é claro da incorporação de novas tecnologias e a interação com o público durante o espetáculo –, também é verdade que os três poemas sinfônicos de Ottorino Respighi servem para o diretor Carlus Padrissa e o cineasta e fotógrafo francês Emmanuel Carlier como um potente anteparo interpretativo. O ambiente de produção coletiva, típico dos espetáculos da companhia, dá lugar a um diálogo quase hipnótico, uma espécie de desvelamento das fantasias de um compositor que nos deixou há quase setenta anos, relido por meio das verdadeiras obsessões visuais destes que se encontram entre os mais expressivos artistas do nosso tempo.


John Neschling Carlus Padrissa

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ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL de são paulo A formação da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo remonta a 1921, dez anos após a inauguração do Theatro Municipal, por meio da Sociedade de Concertos Sinfônicos de São Paulo. Em mais de 90 anos de história, a Orquestra tocou sob a regência de maestros como Mstislav Rostropovich, Ernest Bour, Maurice Leroux, Dietfried Bernett, Kurt Masur, além de Camargo Guarnieri, Armando Belardi, Edoardo de Guarnieri, Eleazar de Carvalho, Isaac Karabtchevsky, Sergio Magnani, além de vários compositores regendo suas obras, como Villa-Lobos, Francisco Mignone e Penderecki. Solistas de renome se apresentaram com o grupo, como Magda Tagliaferro, Guiomar Novaes, Yara Bernette, Salvatore Accardo, Rugiero Ricci, dentre muitos outros. Desde o início de 2013 a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo tem como diretor artístico o maestro John Neschling.

John Neschling Direção Musical e Regência Diretor Artístico do Theatro Municipal de São Paulo, John Neschling voltou ao Brasil após alguns anos em que se dedicou à carreira na Europa, e depois de ter durante 12 anos reestruturado a Osesp, transformando-a num ícone da música sinfônica na América Latina. Durante a longa carreira de regente lírico, Neschling dirigiu musical e artisticamente os Teatros de São Carlos (Lisboa), St. Gallen (Suíça), Bordeaux (França), Massimo de Palermo (Itália), foi residente da Ópera de Viena (Áustria) e se apresentou em muitas das maiores casas de ópera da Europa e dos EUA, em mais de 70 produções diferentes. Dirigiu ainda, nos anos de 1990, os teatros municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Como regente sinfônico, tem uma longa experiência frente a grandes orquestras dos continentes americano, europeu e asiático. Suas gravações têm sido frequentemente premiadas e o registro de Neschling para a Sinfonia N.1 de Beethoven foi escolhido pela revista in-


glesa Gramophone como um dos melhores da história. No momento, se prepara para gravar o terceiro volume das obras de Respighi pela gravadora sueca BIS, frente à Filarmônica Real de Liege (Bélgica). Neschling nasceu no Rio de Janeiro em 1947 e sua formação foi brasileira e europeia. Seus principais mestres foram Heitor Alimonda, Esther Scliar e Georg Wassermann no Brasil, Hans Swarowsky em Viena e Leonard Bernstein nos EUA. É membro da Academia Brasileira de Música.

La Fura Dels Baus La Fura dels Baus é uma companhia em permanente processo de transformação. Desde que foi fundada, em 1979, tem abordado novos desafios no campo das artes cênicas. Não é exagero afirmar que, desde Accions (1983), La Fura dels Baus é cultuada por milhares de seguidores por todo o mundo. La Fura desenvolveu através dos anos uma linguagem, estilo e estética próprios, com base no conceito da criação coletiva. Desde a década de 1990 o grupo tem trabalhado com o drama literário, teatro digital, ópera, grandes eventos (macro shows) e filmes; e continua a evoluir, experimentar e buscar novos caminhos. A companhia foi responsável pela abertura da cerimonia das Olimpiadas de Barcelona em 1992, transmitida para todo o mundo e vista ao vivo por mais 500 milhões de espectadores. viewers. Outras performances de grande escala aconteceram com L’casa del mil.leni, para celebrar o novo milênio no ano 2000, que atraiu um público de mais de 20.000 pessoas em Barcelona; a Divina Comédia em Florença, com mais de 35.000 espectadores; La Navaja en el Ojo, que abriu a Bienal de Valência com um público de mais de 20.000 pessoas; ou “Naumaquia 1 - tetralogía Anfibia-El Juego Eterno”, que atraiu um público de mais de 15.000 espectadores ao Fórum de las Culturas de Barcelona. As incursões de La Fura dels Baus no mundo da ópera incluem Atlantida, de Manuel de Falla; O Martírio de São Sebastião, de Debussy; A Danação de Fausto, de Hector Berlioz; DQ Don Quixot em

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Barcelona, de José Luis Turina; Aida na Arena di Verona; O Ouro do Reno, A Valquíria e O Crepúsculo dos Deuses em Valencia e Florença; A Flauta Mágica na Ópera da Bastilha, em Paris, e no Japão; Un ballo in Maschera em Sydney; a estreia no Lincoln Center de Nova York da ópera Michael Reise, de Stockhausen; além de Tristão e Isolda, Orfeu e Eurídice, Carmina Burana e Turandot. O projeto mais recente de La Fura no campo da ópera ocorreu com A Danação de Fausto para o Ruhrtriennale at Bochum, na Dinamarca. Faust 5.0, primeira aventura da La Fura na direção de filmes estreou em 2001. Co-dirigido por Isidro Ortiz, conquistou vários prémios, entre estes o Golden Melies 2003, para o melhor filme europeu no gênero fantástico. Em 2014 há um grande número de projetos a serem criados por La Fura dels Baus, com o mesmo propósito desde o início: surpreender as pessoas em todo o mundo.

Carlus Padrissa Diretor Cênico Carlus Padrissa é um dos seis diretores artísticos da inovadora companhia de teatro espanhol La Fura dels Baus. Fundada em 1979, é conhecida por ter sua linguagem própria, na qual a participação da platéia é um componente essencial para o desenvolvimento do espetáculo. Alguns dos primeiros espetáculos da companhia foram Accions (1984), Suz/O/Suz (1985), Tier Mon (1988), Noun (1990) e MTM (1994). Também participaram da cerimônia de abertura das Olimpíadas de 1992, em Barcelona. Os primeiros trabalhos de Padrissa com ópera, e em colaboração com Àlex Ollé e Jaume Plensa, incluem La Atlántida (1996) de Manuel de Falla, O Martírio de São Sebastião (1997) de Debussy e A Danação de Fausto (1999) de Berlioz para o Festival de Salzburgo; A Flauta Mágica (2003) na Ruhr Biennale; O Castelo de Barba Azul (2007) de Bartók e O Diário de um desaparecido (2007) de Janáček, co-produções da Ópera de Paris e do Liceu de Barcelona. O trabalho de Padrissa com o maestro Zubin Mehta inclui o ciclo do Anel de Wag-


ner em Valência e Florença, Tannhäuser para o La Scala e Turandot em Munique. Em 2008 ele dirigiu Michaels Reise um die Erde no Festival de Viena, na Ópera de Colônia, na Bienal de Veneza e no Festival de Outono de Paris. Padrissa também dirigiu a Carmina Burana em Valência e As Troianas no teatro Mariinsky em São Petersburgo. Com Alex Ollé dirigiu A Ascenção e Queda da cidade de Mahagonny de Weill em Madri, na Ópera Bolshoi de Moscou e em Atenas. Participou da estreia mundial de quatro óperas: Don Quixote de José Luis Turina em Barcelona (com Alex Ollé), Auf den Marmolkippen de Giorgio Battistelli em Manheim, Sonntag auf Licht de Stockhausen em Colônia e a Trilogia Romana (2011) de Respighi no Palau de les Arts, em Barcelona. Recentemente, encenou Parsifal para a Ópera de Colônia, Sansão e Dalila para a Ópera de Roma e Aida para a Arena de Verona (com Alex Ollé) e Michael Reise no Lincoln Center.

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ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL DE SÃO PAULO Diretor Artístico John Neschling Primeiros-violinos Pablo De León (spalla) Martin Tuksa (spalla) Maria Fernanda Krug Fabian Figueiredo Adriano Mello Fábio Brucoli Fábio Chamma Fernando Travassos Francisco Ayres Krug Liliana Chiriac Heitor Fujinami John Spindler José Fernandes Neto Mizael da Silva Júnior Paulo Calligopoulos Rafael Bion Loro Sílvio Balaz Juan Rossi** Segundos-violinos Andréa Campos* Laércio Diniz* Nadilson Gama Otávio Nicolai Alex Ximenes André Luccas Angelo Monte Edgar Montes Leite Evelyn Carmo Oxana Dragos Ricardo Bem-Haja Sara Szilagyi Ugo Kageyama Gérson Nonato** Helena Piccazio** Violas Alexandre De León* Silvio Catto* Abrahão Saraiva Tânia de Araújo Campos Adriana Schincariol Eduardo Cordeiro Eric Schafer Licciardi Roberta Marcinkowski

Jessica Wyatt** Pedro Visockas** Tiago Vieira** Violoncelos Mauro Brucoli* Raïff Dantas Barreto* Cristina Manescu Joel de Souza Maria Eduarda Canabarro Sandro Francischetti Teresa Catto Contrabaixos Rubens De Donno* Sérgio de Oliveira* Miguel Dombrowski Ricardo Busatto Sanderson Cortez Paz Walter Müller Flautas Cássia Carrascoza* Marcelo Barboza* Cristina Poles Júlia Pedron Peres** Michel de Paula** Oboés Alexandre Ficarelli* Rodrigo Nagamori* Javier Balbinder Marcos Mincov Clarinetes Otinilo Pacheco* Luís Afonso Montanha* Diogo Maia Santos Domingos Elias Marta Vidigal Fagotes Fábio Cury* Marcelo Toni Marcos Fokin Osvanilson Castro Trompas André Ficarelli* Luiz Garcia* Rogério Martinez Vagner Rebouças Trompetes Fernando Guimarães* Marcos Motta* Breno Fleury

Eduardo Madeira Albert Santos** Trombones Roney Stella* Gilberto Gianelli* Hugo Ksenhuk Luiz Cruz Marim Meira Tuba Gian Marco de Aquino* Harpa Angélica Vianna* Piano Cecília Moita* Tímpanos John Boudler** Sérgio Coutinho (assistente) Percussão Marcelo Camargo* Magno Bissoli Márcia Fernandes Reinaldo Calegari Sérgio Coutinho Gerente da Orquestra Paschoal Roma Assistente Yara de Melo Inspetor Carlos Nunes Montadores Alexandre Greganyck Paulo Broda * Chefe de naipe ** Músico convidado LA FURA DELS BAUS TRILOGIA ROMANA Ideia Original Valentin Proczynski Direção de Produção Massimo Nebuloni David Pascual Guardia Direção de Palco Jaime Rodriguez Técnico de Vídeo Joan Rodón Iluminação Jordi Berch

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Pintor Anargyros Paschalis PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Prefeito Fernando Haddad Secretário Municipal de Cultura Juca Ferreira

FUNDAÇÃO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO Direção Geral José Luiz Herencia Diretora de Gestão Ana Flávia Cabral Souza Leite

INSTITUTO BRASILEIRO DE GESTÃO CULTURAL Presidente do Conselho William Nacked Diretora Executiva Isabela Galvez

Diretor Artístico John Neschling Diretora de Produção Cristiane Santos Diretora de Desenvolvimento Institucional Aline Sultani DIRETORIA GERAL Assessora Maria Carolina G. de Freitas Secretária Ana Paula Sgobi Monteiro Marcia de Medeiros Silva Monica Propato Cerimonial Egberto Cunha Sofia Amaral Ramos Maria Rosa Tarantini Sabatelli

DIRETORIA ARTÍSTICA Assessoria de Direção Artística Stefania Gamba Luís Gustavo Petri Clarisse de Conti Secretária Eni Tenório dos Santos Coordenação de Programação Artística João Malatian Diretor Técnico Juan Guillermo Nova Assistente de Direção Técnica Giuseppe Cangemi Diretor de Palco Cênico Ronaldo Zero Assistente de Direção Cênica Julianna Santos Assistente de Direção Cênica e Casting Sérgio Spina Figurinista Residente Veridiana Piovezan ARQUIVO ARTÍSTICO Coordenadora Maria Elisa Peretti Pasqualini Assistente Ana Raquel Alonso Arquivistas Ariel Oliveira Guilherme Prioli Karen Feldman Leandro José Silva Leandro Ligocki Copista Ana Cláudia Oliveira DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Coordenadora de Projetos Violêta Saldanha Kubrusly Ação Educativa Aureli Alves de Alcântara Cristina Gonçalves Nunes CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO Chefe de seção Mauricio Stocco

Equipe Lumena A. de Macedo Day PRODUÇÃO EXECUTIVA Gabriel Barone Wanderley Santos da Silva Miguel Teles DIREÇÃO DE PRODUÇÃO Produtora Executiva Anna Patrícia Araújo Rosa Casalli Produtores Aelson Lima Pedro Guida Assistente de Produção Arthur Costa PALCO Chefe da Cenotécnica Aníbal Marques (Pelé) Técnicos de Palco Alexandre Nunes Pinheiro Antonio Carlos da Silva Cláudio Nunes Pinheiro Edival Dias Ermelino Terrible Sobrinho Julio de Oliveira Lourival Fonseca Conceição Marcelo Luiz Frosino Paulo Miguel Filho Rodrigo Nascimento Thiago Panfieti Assistentes Elisabeth de Pieri Ivone Ducci Contrarregras Alessander de Oliveira Rodrigues Bruno Farias Carlos Bessa Eneas Leite Julio de Oliveira Marcelo Luiz Frosino Piter Silva Chefe de Som Sérgio Luis Ferreira Operadores de Som Guilherme Ramos


Daniel Botelho Kelly Cristina da Silva Chefe de Iluminação Valéria Lovato Iluminadores Cristiano Paes Alexandre de Souza Igor Augusto F. de Oliveira Luciano Paes Fernando Azambuja Ubiratan Nunes Camareiras Alzira Campiolo Lindinalva Margarida Celestino Maria Auxiliadora Maria Gabriel Martins Marlene Collé Nina de Mello Regiane Bierrenbach Tonia Grecco CENTRAL DE PRODUÇÃO – CHICO GIACCHIERI Coordenação de Costura Emília Reily Acervo de Figurinos Marcela de Lucca M. Dutra Assistente Ivani Rodrigues Umberto Acervo de Cenário e Aderecista Aloísio Sales Expediente José Carlos Souza José Lourenço Paulo Henrique Souza DIRETORIA DE GESTÃO Diretora de Formação Lais Gabriele Weber Assessora Juliana do Amaral Torres Secretária Oziene Osano dos Santos NÚCLEO JURÍDICO Assessora Carolina Paes Simão Assistente Jurídico João Paulo Alves Souza

ASSISTÊNCIA ADMINISTRATIVA Alexandro Robson Bertoncini SEÇÃO DE PESSOAL Cleide Chapadense da Mota José Luiz P. Nocito Solange F. França Reis Tarcísio Bueno Costa

ARQUITETURA Lilian Jaha Estagiários Marina Castilho Vitória R. R. dos Santos

PARCERIAS Suzel Maria P. Godinho CONTABILIDADE Alberto Carmona Cristiane Maria Silva Diego Silva Luciana Cadastra Marcio Aurélio Oliveira Cameirão Meire Lauri COMPRAS E CONTRATOS George Augusto Rodrigues Jessica Elias Secco Marina Aparecida B. Augusto CORPOS ESTÁVEIS Paula Melissa Nhan Juçara Aparecida de Oliveira Vera Lucia Manso

Estagiários Victor Hugo A. Lemos Yudji A. Otta

SEÇÃO TÉCNICA DE MANUTENÇÃO Edisangelo Rodrigues da Rocha Eli de Oliveira Narciso Martins Leme Estagiário Vinícius Leal COMUNICAÇÃO Editor e Coordenador de Comunicação Marcos Fecchio Assistente Charles Bosworth Assistente de Mídias Eletrônicas Desirée Furoni Assessora de Imprensa Amanda Sena

INFRAESTRUTURA Marly da Silva dos Santos Antonio Teixera Lima Cleide da Silva Eva Ribeiro Israel Pereira de Sá Luiz Antonio de Mattos Maria Apª da Conceição Lima Pedro Bento Nascimento Therezinha Pereira da Silva Almoxarifado Nelsa Alves Feitosa da Silva Bens Patrimoniais José Pires Vargas INFORMÁTICA Ricardo Martins da Silva Renato Duarte

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DESIGN GRÁFICO Kiko Farkas/ Máquina Estúdio Designer assistente André Kavakama Roman Iar Atamanczuk Atendimento Michele Alves Impressão Imprensa Oficial do Estado de São Paulo Fotos Fura dels Baus: Rocco Casaluci/Teatro Comunale di Bologna


co-realização

apoio cultural



Municipal. O palco de s達o paulo


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