Livro a cidade do sem

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Adriana Sgarbossa

Ilustraçþes: Anelise K. do Carmo


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S523c

Sgarbossa, Adriana. A cidade do ”SEM” [recurso eletrônico] / Adriana Sgarbosa ; ilustrações: Anelise K. do Carmo. – dados eletrônicos. -[Florianópolis : s.n.], 2017. Modo de acesso: <https://issuu.com/thezainermauro/docs/livro_a_cidade_do_sem_publishing> 1. Literatura infanto-juvenil. I. Carmo, Anelise K. do. II. Título. CDD: 028.5 CDU: 087.5

_____________________________________________________________________________ Ficha catalográfica elaborada por Cláudia Luciane Alves da Silva – CRB 14/787


Adriana Sgarbossa Ilustraçþes: Anelise K. do Carmo


Era uma vez, uma cidade chamada SEM. Nesta cidade, a vida não era fácil. Porque as pessoas que ali moravam, gostavam de complicar as coisas simples da vida. Ninguém conhecia o BOM HUMOR. Ninguém! Por isso, todos eram muito mal humorados. Além de serem pouco educados uns com os outros.



O BOM DIA era desconhecido. Ninguém cumprimentava ninguém. Quando alguém esbarrava com o outro, acidentalmente na rua, nada acontecia. Nem um pedido de DESCULPAS sequer, e muito menos um cumprimento. Os gestos de gentileza nunca eram ouvidos. Eles sequer sabiam o que isso de fato seria.



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Certo dia, apareceu por lá um estrangeiro bem esquisito. Ele se chamava GENTILEZA. Era pequeno em tamanho, porém, muito grande na diferença.

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Seu modo de ser e viver era completamente desconhecido por todos da cidade do SEM. Por isso, logo ele virou o alvo das atenções, e das fofocas também.

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GENTILEZA não se preocupava com todas aquelas fofocas que ele ouvia. Na verdade, nem ligava. Vivia sempre BEM HUMORADO e FELIZ. Gostava de cantarolar canções criadas por ele mesmo e adorava dançar no meio da rua. Isso mesmo! Vivia dançando e cantarolando feliz, sempre!


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Quando encontrava alguém na rua, dizia: - Bom Dia, como vai o Senhor?. Ou - Boa Tarde, como vai a Senhora?.

Este comportamento gentil e educado do GENTILEZA causava bastante estranhamento por parte dos habitantes daquele lugar, que ainda não conseguiam compreender aquela atitude tão diferente.



Mesmo percebendo a estranheza de todos, GENTILEZA continuava sendo o que era: gentil! Sempre, ao atravessar a rua, olhava ao redor para ver se encontrava alguÊm que precisasse da sua ajuda. E quando ele encontrava, ajudava com muita disposição e alegria.


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Essa atitude diária, deixava a todos pensativos, inquietos e com muitas dúvidas. E sabe por que todos tinham dúvidas?Por que toda vez que GENTILEZA era gentil e educado com alguém, ele não recebia respostas grosseiras. Mas, um sorriso espontâneo de quem ele havia ajudado. E esse gesto era novidade, porque até aquele momento NUNCA!. NUNCA mesmo! alguém havia sorrido naquela cidade.


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Mas, a revolução mesmo aconteceu no dia em que ele falou a frase POR FAVOR. Imaginem só o susto de quem ouviu isso. Isso mesmo que vocês ouviram – SUSTO. É que na cidade do “SEM”, sempre que alguém precisava de algum favor o pedido era feito de uma maneira pouco educada, como por exemplo: - Me dá a caneca! Lave já esta louça! Corte a minha unha agora! E era assim...assim que as coisas seguiam! Porém, naquele dia, no dia da grande revolução das BOAS MANEIRAS, na padaria do SENHOR PADEIRO algo de extraordinário aconteceu. Vou contar como tudo sucedeu:



GENTILEZA foi comprar pão e, ao chegar na padaria, falou ao SENHOR PADEIRO: - Boa tarde, SENHOR PADEIRO. Como vai? E o SENHOR PADEIRO grosseiramente respondeu: - O que você quer? E GENTILEZA falou: - O senhor pode me vender dez pães de trigo, por favor? - Dez pães de trigo o quê? Gritou o padeiro. E ele respondeu pacientemente: - Dez pães de trigo, por favor! E o padeiro gritou novamente: - O pão eu tenho, mas esse tal de POR FAVOR não tenho não.


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Então, educadamente GENTILEZA assim disse: - Não se preocupe Senhor, o que preciso é somente o pão. O POR FAVOR é somente uma frase que eu gosto de usar para expressar o meu sentimento de consideração pelo seu trabalho. - Consideração? O que vem a ser isso? Sussurou o padeiro para que GENTILEZA não ouvisse. Assim que o padeiro entregou o pão nas mãos de GENTILEZA, escutou: - Muito Obrigado Senhor! - Muito Obrigado? Mas, o que isso significa? Perguntou o padeiro intrigado. E ele respondeu:


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- Não se preocupe Senhor, é só uma frase que eu gosto de usar para expressar o meu sentimento de gratidão por ter me vendido o pão. Eu gosto de usar esta frase sempre que alguém me ajuda com alguma coisa ou faz algo por mim. O padeiro inquieto com a situação, perguntou mais uma vez: - Mas, me diga uma coisa: por que você gosta tanto de dizer essas coisas estranhas para todo mundo? Não percebe o quanto são esquisitas? - Não se preocupe Senhor, eu gosto de dizer estas frases porque elas me fazem sentir AMOR no coração. Além de me deixar muito feliz. - AMOR? O que é isso? Indagou o padeiro bastante curioso com tantas novidades.



- É muita coisa Senhor. Deseja mesmo saber? - Sim, desejo, POR FAVOR! Então, GENTILEZA explicou alegremente: - AMOR é o que acabei de sentir pelo Senhor ao ouvir você dizer POR FAVOR. É a existência do sol, o brilho das estrelas, as crianças e a natureza. É a brandura do coração e a calmaria dos sentimentos; é o canto dos pássaros e o barulho das águas; é a mão estendida para quem necessita de apoio e os braços envolvidos nos ombros de quem necessita de consolo; é a alegria; é o perdão; é o sentimento de pai e o sentimento de mãe; é tudo o que faz bem ao coração.



O padeiro já com lágrimas nos olhos e muito agradecido por todas aquelas explicações. Disse ao GENTILEZA com uma voz doce e amigável: - Nossa! Nunca imaginei que pudesse aprender tanto em tão pouco tempo e muito menos com alguém tão pequeno em tamanho. Muito Obrigado! E GENTILEZA respondeu gentilmente: - Não precisa agradecer Senhor! Fico feliz em saber que o AMOR também vive no seu coração, respondeu já saindo da padaria.



Depois daquele dia, a cidade do SEM nunca mais foi a mesma. O padeiro e GENTILEZA se tornaram grandes amigos. E uns passaram a aprender a SER amigos dos outros, e dos outros, e dos outros... Até todos serem amigos de todos. O AMOR aos poucos foi entrando no coração e os gestos de gentileza começaram a ser praticados diariamente. As pessoas se tornaram BEM HUMORADAS, AMÁVEIS E EDUCADAS UMAS COM AS OUTRAS. A HARMONIA e o AMOR agora já não era mais inexistentes. Se faziam presentes, sempre! Entre todos as pessoas!



A cidade não mais se chamava cidade do SEM. Ela mudou para cidade do TEM. Agora, todos viviam felizes entre si, cuidando e se importando sempre em preservar e praticar os bons modos. E o que antes era uma cidade SEM. Sem nada de brilho. Sem nada de amor. Hoje, já é conhecida como a cidade do TEM. TEM amor, alegria, e muitos gestos de GENTILEZA. E o brilho deste lugar é tão intenso que chega até às cidades mais distantes, dando continuidade aos gestos de gentileza por todo o planeta.

Era a cidade do sem e hoje é a cidade do TEM.


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FIM


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