Portfólio Thiago Fernandes

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Portfรณlio

THIAGO FERNANDES


1. Indivíduais - Série (Des)Figuração - Série Impressão Radiográfica - Série Crânio Revelado - Preso neste espaço - Série Vazio 2. Coletivo 2.1 Ministério dos Trabalhos Não Funcionais Secretaria do Grafismo Automático - Escritório Número 012 - Escritório Número 2515 - Escritório Número 414 - Escritório Número 176 - Registro 012 2.2 O feito, trabalho 3. Parcerias - Lambe em xilogravura (Sem título) - Diálogos 4. Publicações 5. Currículo


1. Individuais

Séries de trabalhos desenvolvidos a partir de poéticas e pesquisa sobre desenho, gravura, fotografia e pintura. Busco compreender as relações e desdobramentos que podem existir na investigação de temas como a morte é, foi e pode ser abordada na arte; as relações que encontro no retrato e a construção de uma figuração a partir de imagens apropriadas e ressignificadas.


Série (Des)Figuração 2011/2013

A série (Des)Figuração pretende expor radiografias de crânios como um retrato. O retrato supõe uma tradução fiel e, de certa forma, radiografias são uma representação fiel do corpo, porém de uma forma mais direta e, além, disso revelam outros aspectos do retratado, interiores e reais, adivinhando o que se esconde. Essas radiografias possuem uma impressão do corpo humano, um resquício de uma face que foi decomposta a um estado que revela os ossos desse individuo. Através de interferências nessas

radiografias utilizando tinta acrílica, esses rostos retratados são reconstruídos com densidades e novos signos. São figuras anônimas e com as ações propostas recebem outra identidade daquela que já era desconhecida; da memória que esses raios-x possuem, são criadas novas memórias, estas agora com um olhar mais sujo, carregado e intenso – mesmo que as imagens iniciais já tenham um peso próprio. A identidade não importa neste caso, são máscaras que tornam o indivíduo singular e que despertam uma imagem do outro nessa construção artificial e que se desfigura, é quase uma linha tênue do que já foi o real e o que se transforma. Os trabalhos consistem em vinte radiografias em dois tamanhos, que variam por imperfeições nas matrizes radiográficas. São dez chapas de 14 x 13 cm e mais dez chapas de 22 x 18 cm, medidas estas que são uma média. Oito destes retratos, do grupo de tamanho menor, são uni-

dos para serem apresentados juntos com o nome de (Des)Figuração. O trabalho também se intensifica nessas construções através da transparência que a radiográfica possui e necessita dentro de sua estrutura. Essas intervenções foram criadas e pensadas com o adendo da luz fazendo parte dessa significação e por isso a proposta é que estas oito placas sejam expostas em uma estrutura de aproximadamente 56 x 33 cm com luzes de LED que teriam uma função semelhante a um negatoscópio e assim trazer a mistura do negativo radiográfico e as cores que se sobrepõem.


(Des)Figuração




Série Impressão Radiográfica 2011/2012

Como um desdobramento de (Desf)Fguração, a série de gravuras Impressão Radiográfica I, II, III, IV, V e VI giram em torno da pesquisa de radiografias e gravura em metal. A ideia originou-se de trabalhar com as possibilidades de materialidade e transparências que as radiografias possuem e as impressões que elas carregam do corpo humano e, neste caso, mais especificamente do crânio. Pensei nesta construção como um retrato radiográfico e de modo que este rosto fosse reconstruído e ganhasse outras marcas e impressões. Pensando que o processo da radiografia consiste em ser uma impressão em um filme radiográfico que, uma vez revelado, proporciona uma imagem que distingue estruturas e tecidos em uma imagem bidimensional composta de preto, branco e tons de cinza sobrepostos, procurei através disso transferir essa imagem na linguagem da gravura em metal se desdobrando em uma nova “impressão”. Na constituição desses “retratos”, as imagens des-

sas radiografias sofreram uma ação através do uso de tinta, de modo a desenhar e a construir, juntamente com a característica de transparência da chapa radiografia, um novo rosto; foi uma ação na qual uma imagem que revela uma parte interna do corpo humano é reconstruída resignificando a imagem e formando uma nova face. Como isso, com a ideia de que a radiografia é uma transferência de uma imagem tridimensional para uma imagem bidimensional, proporcionando assim uma nova imagem, pensei em transferir essas outras figuras que construí para a placa de metal e retrabalha-la na gravura explorando novamente suas transparências, escalas de tons de cinza e uniformizando a sua forma. Desse modo, a partir do registro dessas imagens radiográficas, elas foram manipuladas, transferidas para a placa de cobre e retrabalhadas pela ação de ácidos até atingir o resultado desejado ao qual se apresenta nas imagens.


Impressรฃo Radiogrรกfica I


Impressรฃo Radiogrรกfica II


Impressรฃo Radiogrรกfica III


Impressรฃo Radiogrรกfica IV


Impressรฃo Radiogrรกfica V


Impressรฃo Radiogrรกfica VI


Série Crânio Revelado 2017/2018

A pesquisa do crânio e a construção imagética a partir deste ressurge em uma nova série de trabalhos, nos quais o retrato revela-se novamente por meio de outras técnicas e investigações. Olhar para esses crânios e, do mesmo modo para as novas produções, despertaram novos apontamentos. A série Crânio Revelado apresenta um conjunto de 32 cianotipias baseadas em radiografias, que são produzidas sobre a superfície do papel na qual a transparência do raio-X não está mais presente. Nestes trabalhos, apresento imagens do crânio nas quais cubro partes, pintando com acrílica e, em outras, revelo, deixando aparente assim uma inter-relação da morte com o retrato; desenvolvo também algumas destas figuras com camadas de aquarela que transparecem o esqueleto. Retomo questões da apropriação e da repetição, como também a investigação aprofundada da obra de Francis Bacon como referência na pintura e de processos.


associado a um simulacro92. Faço, portanto, uma série contendo 32 imagens de crânios nas quais realizei interferências e tiveram na pintura uma nova etapa e apresento algumas delas a seguir [Figuras 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 65].

92



Figuras 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64 e 65. Thiago Fernandes, Sem tĂ­tulo, 2017.


Figuras 74, 75, 76 e 77. Thiago Fernandes, Sem tĂ­tulo, 2017. Cianotipia e aquarela sobre


Preso Neste Espaço 2012

Preso neste espaço, consiste em uma pesquisa no campo tridimensional com questões do espaço baseado em 3 cubos de madeira (cambará), formas teoricamente básicas, porém que sofrem uma ação de entalhe proporcionando uma espécie e erosão nestes cubos. No centro destes sulcos, há em cada uma das peças um prego, um ponto de convergência que está preso nestas deformações das formas “perfeitas” de um cubo. O trabalho tem uma referência ao minimalismo e mais especificamente a Carl Andre, pensando na relação do processo em que Andre percebe que trabalhar com a madeira, ele cortando-a, perdia o corte do próprio material e que o corte que ele buscava era no espaço. A relação que penso é nesse limiar, entre o corte que o material pode ter dentro do espaço e o que ele sofre devido aos entalhes que coloco no objeto.




Série Vazio 2013

Estes trabalhos são de uma série de fotografias onde a relação com o espaço está diretamente ligada em sua concepção. Intersecção, Secção, Rastro I e Rastro II partem de uma construção abandonada, um espaço e arquitetura onde a ausência é um conceito forte e presente, a memória de um registro de lugar que se começou a tomar forma, mas parou e foi deixado de lado, sem a intenção a qual essa obra se propunha, que era a circulação de pessoas e a sua definição como um lugar. Aquilo a que me propus foi buscar essa questão de um não lugar, um espaço sem identidade e não-relacional e que fizesse parte da paisagem e do olhar do nosso dia a dia e que o vazio fosse presente, que nele houvesse marcas do tempo – o abandono da obra e suas consequências – e que isso refletisse no registro fotográfico. A busca foi por uma estrutura

que evidenciasse o concreto, colunas e seus cortes e na qual houvesse uma geometria presente. A fotografia entra neste processo como um artifício de desdobramentos. Algumas referências que tive foram alguns trabalhos de Gordon Matta-Clark e suas intersecções no espaço e composições fotográficas posteriores; outro referencial foram algumas fotografias de David Hockney onde o espaço é retrabalhado por vários pontos de vistas. A partir disso, a fotografia surge como um processo de desdobramentos como um modo de interferir neste lugar, como um registro que se reordene. A ideia de intersecções e conexões que o próprio prédio possui, são preenchidas pelas sobreposições fotográficas e pelas interferências nas fotografias de modo a remodelar o olhar deste lugar e ressignificá-lo.


Secção


Intersecção


Rastro I


Rastro II


2. Coletivo

Trabalhos realizados de forma coletiva com os artistas Thiago Fernandes, Fabio Lopes, JoĂŁo Nakacima e Thales Lira ao longo de 2013 e 2014.


Ministério dos Trabalhos Não Funcionais Secretaria do Grafismo Automático

Texto Pesquisa A pesquisa em que esses projetos se alinham busca entender a relação entre a performance e o desenho através da lógica da repetição, não buscando resultados, mas sim o processo oriundo dessas ações. Dentro do grupo pensamos o desenho como fonte de pesquisa e discussão. Concomitantemente, buscamos modos de inserção do desenho em diversas formas e linguagens contemporâneas. Neste trabalho o processo é algo que questionamos muito mais que a busca de resultados, entendendo o resultado como um estado de obra fechada em si mesma, que não permite aberturas além das interpretativas e um resultado estético canônico. Dentro desta performance, o ato de desenhar é um método que se repete a cada 30 segundos, se tornando um processo constante e repetitivo. A reincidência do procedimento cria uma situação que deixa rastros e traz uma dinâmica automática e

constante. Essa relação de repetições, dentro da performance, busca expandir o desenho em gestos mundanos e se relacionar com questões da arte, procurando discutir seus sistemas e correlações. O escritório entra neste processo do trabalho como algo a representar os diálogos que se confluem entre os elementos destacados. Pensamos neste ambiente, pois ele tem esse caráter de funções realizadas de forma repetitiva e compartimentalizada. Trata-se de um espaço onde ações específicas se repetem todos os dias, 8 horas por dia com os mesmo objetivos e papéis pré-determinados. A discussão que introduzimos vem no sentido de se pensar, portanto, as ações e os processos que se engendram nesses espaços. Em espaços como estes de escritórios e repartições com seus sistemas fechados, traça-se um paralelo ao que vemos dentro das artes, onde encontramos burocratizações e automatizações dos meios. Das relações que fazemos, a escrita automática surrealista vem de encontro com essas ideias que desenvolvemos, uma cadeia entre o desenho, performance e questionamentos mecânicos. Há também no trabalho uma ideia de replicar-se dentro de si mesmo: a ação se repete em diversos locais, e desta forma cria uma espécie de memorando (anuário, etc) destas

ações. Em cada uma de suas edições, o escritório é nomeado de acordo com o local onde a performance será realizada, multiplicando-se e agregando um registro para cada ação. Cultiva-se no grupo, desta forma, uma ideia de inventariar-se, e a isso vão se adicionando novas camadas de significado ao trabalho e seus desdobramentos, de forma que seja possível criar uma teia de significados e extensões derivadas do trabalho original, partilhando de uma mesma matriz conceitual.

2013/2014


Escritório Número 012 Escritório Número 2515 Escritório Número 414 Escritório Número 176

um volume grande de desenhos, que ocuparão o ambiente da exposição. Sendo o coletivo composto por quatro integrantes, nos revezaremos em duplas em turnos de uma hora. Durante este período cada pessoa realizará, como citado, um desenho a cada trinta segundos com uma proposta previamente determinada: uma natureza morta e um O trabalho retrato, com a alternância dos temas entre as duplas. Para marcação deste tempo percorrido será utilizado um O trabalho tem intuito de criar aviso sonoro, que sinalizará a pasuma réplica de escritório e repar- sagem de quadro a quadro, sendo tição pública, remanescente de di- que depois de uma hora encerra-se visões em cubículos presentes em a performance da dupla e troca-se ambientes governamentais. Procu- de turno. Em seguida, a nova dupla ramos, por meio desse projeto de começa e se reinicia o ciclo. ocupação, questionar a burocracia O resultado desse processo será que em certas instâncias faz com um desenho autônomo, de forma que os funcionários da máquina go- constante e repetida, provocando vernamental produzam ações desprovidas de sentido, apenas repetindo uma rotina pré-estabelecida na produção de serviços autônomos. A nossa intenção ao criar este ambiente é montar um mecanismo em que nossas ações produzam desenhos automáticos, em uma analogia ao preenchimento de fichas burocráticas. Isso se dará por meio de uma performance, na qual a cada trinta segundos preencheremos um quadro dessa ficha de forma repetida e em um período de horas durante um período pré-estabelecido e acordado pelo coletivo. Como resultado final desse ato iremos obter

um desgaste que faz com que o desenho seja um mero ato de reprodução instrumentalizada, pois os participantes atuarão de forma compulsiva, culminando em uma ação onde o refletir sobre o desenho não estará presente, apenas o seu fazer. Ao final da performance, poderemos perceber as alterações causadas pelo tempo e desgaste dos participantes, além das possibilidades expressivas nas variações dos desenhos. Os temas escolhidos para a realização dos desenhos se referem a temas clássicos da história da arte, imbuídos de significação já consolidada. A natureza morta foi e continua sendo um tema muito comum na produção artística que se debruça sobre o espaço bidimensional, como a pintura e o desenho. Ape-


sar de em termos clássicos ser classificada como de relevância menor, ela possui exemplos de grande força, como as conhecidas Vanitas ou mesmo os trabalhos de Cezanne. Já o retrato diz muito sobre a condição de representação e representado, do ímpeto da mimeses em que o artista busca por meio de suas técnicas abarcar uma parcela do que significa o homem no seu estar no mundo. Na soma de ambos os temos, acreditamos ser possível tratar das relações homem-homem e homem-mundo e como isso reflete perante a aplicação de um sistema automatizado e repetitivo, dando pouca margem para uma reflexão. Pretendemos expor os resultados nos dias seguintes da exposição. O ambiente de escritório criado por nós permanecerá como uma instalação, mantendo resquícios da performance ali realizada e dialogando com os desenhos. Em conjunção aos itens acima citados, reproduziremos um vídeo chamado Registro 012 que mostra uma ação realizada pelo grupo anteriormente, criando um senso de continuidade entre as diversas apresentações dessa proposta. O vídeo tem uma duração de quatro horas, tempo total de duração da performance anterior, e será reproduzido em loop, produzindo ecos das ações e dos elementos da proposta. A ação do desenho automatizado refere-se aos experimentos de escrita automática dos surrealistas, ainda que no caso deles se buscava um potencial criativo no subconsciente, dado que não estará presente na

performance. O elemento referente reside no automatismo relacionado ao desenho e seus desdobramentos. O trabalho também se filia às propostas conceituais que emergiram nas décadas de 1960 e 1970, em que o processo se torna a figura principal na criação e resultado da obra, tendo como exemplo as “partituras” de ações do grupo Fluxus e os processos de desenho de Sol Lewit.


Modelo de ficha preenchida



Escritório Número 012 Performance realizada no dia 11 de novembro de 2013 com exposição dos resultados até o dia 14 de novembro de 2013. Sala 012 do Instituto de Artes - Unicamp.






Escritório Número 2515 Performance realizada no dia 31 de março de 2014 com exposição dos resultados até o dia 18 de abril de 2014. Faculdade de Administração e Artes de Limeira.


Ministério dos Trabalhos Não Funcionais Secretaria do Grafismo Automático

Escritório Número 2515 Técnicos Responsáveis

Fabio Lopes

João Nakacima

Thales Lira

Thiago Fernandes

Dia de Atendimento

31/03

Horário de Funcionamento

18h45/20h45 Conversa com os artistas as 21h







Escritório Número 414 Performance realizada no dia 29 de abril de 2014 com exposição dos resultados até o dia 28 de junho de 2014. 42 º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, Santo André




Escritório Número 176 Performance realizada no dia 06 de setembro de 2014 com exposição dos resultados até o dia 25 de setembro de 2014. Galeria de Artes Fernanda Perracini Milani, Jundiaí.





Registro 012

O trabalho registrado no vídeo Registro 012, nasce da uma ação realizada chamada Escritório Número 012, nela realizamos uma performance que parte de um conceito do Ministério de Trabalhos Não Funcionais, criado por nós para ambientar nossos trabalhos. Esse conceito busca emular o funcionamento de um ministério e repartições públicas criando uma narrativa de base para a realização de obras. A Secretaria do Grafismo Automático seria a qual o Escritório se subordina. O vídeo então é um registro e ao mesmo tempo uma obra em si, expandindo o caráter original e dando novas significações para a proposta. O vídeo tem uma duração de quatro horas, tempo total de duração da performance, e é reproduzido em loop, produzindo ecos das ações e dos elementos da proposta. Vídeo produzido no final de 2013 e finalizado em 2014.


Still do video Registro 012


O feito, trabalho

O trabalho como exposição ou a exposição como trabalho Release A exposição O Feito, Trabalho, selecionada pelo Edital de Agendamento de Exposições do MACC - 2014 ocupará os espaços do Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) com um projeto inédito criado especialmente para uma de suas galerias. Os jovem artistas Fábio Lopes (26 anos), João Nakacima (26 anos), Thales Lira (26 anos) e Thiago Fernandes (28 anos) ocuparão o espaço cedido para eles no MACC para trabalhar. Mas não se trata de qualquer trabalho apontam eles que são recém formados pelo curso de Artes Visuais da Unicamp onde três deles ingressaram na pós graduação. “Queremos produzir uma dimensão tautológica do trabalho, ou seja, uma dimensão de nossa própria vida no trabalho” aponta Lira e é comple-

mentado por Fernandes que indica a metaliguagem (figura de liguagem na qual o discurso é utilizado para explicar o próprio discurso) como epicentro da proposta. Lopes explica “que as paredes do museu serão pintadas com tinta de lousa de maneira que todo o espaço será um grande quadro negro onde desenharemos com giz, produzindo uma sobreposição de imagens com o passar do tempo”. Os artistas passarão por cerca de uma semana, entre os de seus horários de trabalho e estudos no espaço do MACC ocupando o espaço público para produzir nele seus trabalhos enquanto discurso artístico. Com a chegada da vida adulta apresentam esse duplo sentido do trabalho - de uma obra de arte e também de um ofício social - enquanto atividade que percorre praticamente toda a vivência social. “Trata-se de um ponto de vista marxista, que apresenta o homem enquanto o único ser vivo que produz trabalho e, a partir dele, a cultura” enfatiza Nakacima após lembrar que tal ação consome o maior tempo do dia-a-dia de qualquer adulto e é fundamental para a manutenção do sistema vigente. Borrar com linhas e manchas do giz marcado em um grande quadro negro tal qual acontece entre os limites do fabril com o criativo traz a pergunta se no plano artístico o

trabalho se dá como centralidade? Propondo ampliar o diálogo da relação trabalho/criação convidaram o artista Gustavo Torrezan (30 anos) para tencionar a proposta e colocar-se na fronteira limite entre o lugar de um artista e de um curador já que ele pensou a ação conjuntamente com os outros quatro. Torrezan que também é aluno da pós graduação da Unicamp onde realiza sua pesquisa de doutoramento, já expos no MACC outras duas vezes, a primeira no 14o Salão de Arte Contemporânea de Campinas (2007) tendo recebido o prêmio aquisição, e a segunda na exposição 79-09 (2009) que apresentou um panorama dos últimos 30 anos da produção artística na cidade. Essa “arte a serviço da mente” tal como propôs o ícone da arte conceitual Marcel Duchamp com pitadas de associações a vida cotidiana pode ser conferida em “O feito, trabalho” que abre no dia 02 de outubro as 19h. A exposição está em cartaz entre os dias 03 a 02 de novembro. Terça à sexta das 9h às 17h, aos sábado das 9h às 16h e aos domingos das 9h às 13h. O Museu de Arte Contemporânea de Campinas “José Pancetti” fica na rua Benjamim Constant, 1633, Centro, Campinas- São Paulo.

2014






3. Parcerias

Trabalhos realizados em conjunto com outros artistas e desenvolvidos para exposições específicas: - Lambe em xilogravura (Sem título): Thiago Fernandes e Simone Peixoto - Diálogos: Thiago Fernandes e Nahama Baldo


Lambe em xilogravura (Sem título) Thiago Fernandes e Simone Peixoto

Trabalho apresentado na exposição “Encontro de Ateliês Gráficos Itinerantes” que aconteceu no AT AL 609, em Campinas no período de 15 de Maio a 12 de Junho de 2015. A exposição contou com quatro projetos de ateliês itinerantes em gravura: Ateliê Nômade, Grafatório, Sericleta e Xilomóvel Ateliê Itinerante.

Parceria entre Thiago Fernandes (na época, membro do Xilomóvel Ateliê Itinerante) e de Simone Peixoto na exposição que teve como proposta um encontro entre grupos que tinham a característica de serem ateliê itinerantes que trabalham com técnicas gráficas em geral. Nessa parceria entre Simone e Thiago, no lambe apresentado na exposição, cada artista utilizou uma matriz de suas produções individuais que, a partir do uso da repetição e padrões, criou-se uma mescla entre os dois artistas. Uma das referências empregadas foram as padronagens dos tacos e pisos de madeira que encontramos em casas, prédios e estabelecimentos em geral. Cada padronagem tem uma história e uma lógica específica

a ser seguida, utilizando apenas um formado ou tamanho de taco que se multiplica e se transforma em um único conjunto. A ideia então foi seguir esse método até as matrizes de cada artista se encontrarem e, no cruzamento, o padrão vai se desfazendo. A matriz de Thiago segue uma construção mais rígida e bem padronizada pelo próprio formato retangular, enquanto a matriz de Simone possui característica mais orgânica, oriunda da imagem que ela representa. Ambas matrizes se conversam pela imagens presentes nelas, dois insetos, uma sendo uma mosca e outra uma cigarra. O diálogo nos trabalhos se complementa nos seus encontros e subversão presente na quebra dos padrões.


Sem tĂ­tulo, 2015 Xilogravura lambe-lambe em parceria com a artista Simone Peixoto



Diálogos Thiago Fernandes e Nahama Baldo

Performance apresentada na terceira edição do Festival de Artes do Corpo (III FAC: Ausência e presença na Performance) realizado na Universidade Federal de Juiz de Fora nos dias 4, 5 e 6 de Dezembro de 2014.

O corpo que preenche o espaço. Ao se movimentar dois corpos ocupam o espaço de maneira distinta. Um cai ao chão, ocupando o plano baixo, enquanto o outro corpo se desloca ao entorno do primeiro, desenhando seu contorno. A partir deste pensamento, a linha (traço) que se cria com as ações do corpo, planificam o tridimensional para o bidimensional, porém mantendo as relações e trazendo transições no decorrer da performance. O corpo que cai se move ocupando os planos baixo, médio e alto em velocidades que variam entre lenta, média e rápida. O que desenha, com o gesto também ocupa essas extensões, em tempos e níveis diferentes do primeiro. As relações criam os registros, sendo que se não há este encadeamento, não há movimento e não há desenho. Há a interferência na ação, pois isso altera o desenho. E quando existe o traço, quando há vínculo, a atuação e o gesto são constantes e as marcas dessas inquietações são sobrepostas.

O desenho demarca o ato, mas o mesmo pode apaga-lo; pode-se criar um registro e remove-lo, se mostrar e se esconder. As dinâmicas do corpo sempre viram passado, sendo que esse deixa resquícios no presente com o rastro do desenho, porém apagando ou sobrepondo essas marcas.




4. Publicações

Cuadra Edições Cuadra é um zine feito a quatro mãos, por Thales Lira e Thiago Fernandes, cada edição apresenta uma história feita por cada um com oito páginas cada número; foram lançados até agora 10 edições de 12 programadas. Cuadra Edições é a vontade destes de editarem seus trabalhos seja em HQ, Fotos, Ilustração e o que mais o trabalho pedir. Foi lançada a Coleção Risco, que em 2015 expandiu nosso universo editorial publicando outros artistas. A convite do jornal Suplemento fizemos uma história de uma página a quatro mãos, chamada “Prédio”, que foi lançada na Feira Plana 3 (2015). A Cuadra organizou na cidade de Campinas 4 edições do “Rolê de Zines e Publicações Independentes”, feira de publicações com o intuito de divulgar e incentivar a produção independente na cidade. Participamos também do “6º Projecto Multiplo” no Red Bull Station, do “Ugra Zine Fest 2014, 2015 e 2017”, da “Feira Miolo(s)” na Biblioteca Mario de Andrade e do “Independence Days” na Biblioteca de São Paulo, da Feira Des.Gráfica 2016 e 2018 no MIS-SP e Feira Kraft 2016 e 2017 na Unesp. http://cuadrazine.tumblr.com/ http://issuu.com/cuadrazine





5. Currículo

Thiago Fernandes Ribeiro 15/09/1986 Telefone: (19) 98718-0178 / E-mail: thfernandes.ribeiro@gmail.com LinkedIn: www.linkedin.com/in/thiago-fernandes-ribeiro/ Portfólio online: www.flickr.com/photos/th_fernandes e issuu.com/thfernandes FORMAÇÃO • Mestre em Artes Visuais na Universidade Estadual de Campinas – Unicamp – 2018. • Licenciatura em Artes Visuais na Universidade Estadual de Campinas – Unicamp – 2013. • Bacharel em Artes Visuais na Universidade Estadual de Campinas – Unicamp – 2012. • Concluiu o Ensino Médio no Colégio Salesiano Dom Bosco Assunção (Piracicaba) – 2005. EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL • Instituto Educacional Estilo – Maio de 2015 a Junho de 2018 Professor na disciplina de Artes em turmas do Ensino Fundamental II e Ensino Médio. • Freelancer Design Gráfico, Diagramação, Ilustração – 2012 até agora Desenvolvimento de projetos gráficos, identidades visuais, diagramação e ilustrações diversas. • Editor Cuadra Edições – 2014 até agora Desenvolvimento de propostas editoriais alternativas sob a Cuadra Edições. Mais de 11 títulos editados de maneira independente, tanto de trabalhos próprios quanto de artistas convidados. Utilização de diversos meios de impressão, como xerox, laser, off-set e serigrafia. • Xilomóvel Ateliê Itinerante – Maio de 2014 a Maio de 2016 (como membro); esporadicamente até Setembro de 2018 Atuou no projeto Xilomóvel Ateliê Itinerante ministrando oficinas de xilogravura e monotipia em espaços públicos para a comunidade em diversas cidades e em instituições como o SESC e Oficinas Culturais.


• Assistente de Ateliê – Largofolhas: gravuras para o ar livre – Abril de 2018 a Setembro de 2018 Assistente no projeto “Largofolhas: gravuras para o ar livre” em um período de cinco meses para o Xilomóvel Ateliê Itinerante. Projeto financiado pelo ProAC Artes Visuais – Obras e Exposições de 2017. – Vitor Mizael: Agosto de 2014 Assistente do artista Vitor Mizael na montagem dos trabalhos de sua exposição “Diorama” que aconteceu na galeria Blau Project de 23 de agosto a 27 de setembro. – Largofolhas (1ª edição) – Outubro de 2013 a Fevereiro de 2014 Assistente no ateliê do Xilomóvel Ateliê Itinerante no projeto Largofolhas durante período de três meses. Projeto financiado pelo FICC – Fundo de Investimentos Culturais de Campinas. – Marcelo Moscheta: Julho de 2013 a Janeiro de 2014 e Maio de 2015 Assistente no Ateliê 8 como estagiário do artista Marcelo Moscheta auxiliando em práticas de ateliê, cuidados com manutenção de obras de arte, restauro, e construção de novas obras utilizando oficinas e estúdio fotográfico. • Estágio Docente – Bolsista PED (Programa de Estágio Docente) Unicamp – 2017 (Agosto a Dezembro) Bolsista do Programa de Estágio Docente na disciplina AP 204 – Desenho Artístico II – com carga horária de 08 horas semanais – auxiliando o Prof. Dr. Sérgio Niculitcheff, com acompanhamento dos alunos durante as aulas e orientação dos projetos finais de disciplina. – Bolsista PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) – Agosto de 2012 a Dezembro de 2013 Programa de iniciação à docência desenvolvida por IES em parceria com escolas de educação básica da rede pública de ensino. Projeto em Artes Visuais realizado no EMEF CAIC Zeferino Vaz. – Estágio na Escola Estadual Artur Segurado – 2012 (24 de Abril a 28 de Junho) Estágio de observação na E. E. Artur Segurado, em Campinas, referente às disciplinas de Estágio Supervisionado e Estágio Pedagógico da licenciatura do curso de Artes Visuais da Unicamp. – Bolsista PAD (Programa de Apoio Didático) Unicamp – 2011 (Agosto a Dezembro) Bolsista do Programa de Apoio Didático na disciplina AP 204 – Desenho Artístico II, auxiliando a Prof. Drª Lúcia Eustachio Fonseca Ribeiro nesta disciplina de primeiro ano de Artes Visuais fazendo coleta e organização de material – pesquisa e escaneamentos de imagens de referência – e orientação junto à pesquisa dos alunos. • Educativos – Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba (SAC 42) – 2010 (01 de Novembro a 01 de Dezembro) Estagiário no 42º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba exercendo a atividade de mediador junto a escolas municipais e estaduais e do público espontâneo que foi visitar a exposição. – SESC Campinas: Exposição “Verso e Reverso” – 2009 (14 de Maio a 10 de Junho) Estagiário na exposição “Verso e Reverso” de Julio Villani, exercendo a atividade de mediador junto a escolas municipais e estaduais e do público espontâneo que foi visitar a exposição. QUALIFICAÇÕES E ATIVIDADES PROFISSIONAIS • Curso Formação Adobe CS5 Prepress: Illustrator, Photoshop, InDesign e Acrobat Pro – 2013. • “Oficina de Montagem e produção de exposições” realizada na Galeria de Arte da Unicamp – 2013. • Participante do curso do Educativo Bienal - Formação em Arte Contemporânea – 2012.


• Ciclo de Palestras “Questões Contemporâneas em Artes Visuais – 2009 • Apoio no 10º Festival do Instituto de Artes da Unicamp – 2009 • Workshop na área de Artes Plásticas com Edyth Derdik no SESC Piracicaba – 2008 • Curso de Artes no Sketch Studio de Artes, em Piracicaba – de 2007 até começo de 2009. IDIOMAS • Inglês: Intermediário • Espanhol: Intermediário INFORMAÇÕES ADICIONAIS • Membro Comissão Organizadora do 11º e 12º Festival do Instituto de Artes da Unicamp – 2010//11 Festival do Instituto de Artes (Feia) da Unicamp, organizado pelos alunos do instituto para a comunidade da Unicamp, Campinas e Região. Uma semana de eventos – quase todos gratuitos – com oficinas, palestras e apresentações, de diversos campos da arte: teatro, dança, música, audiovisual, artes visuais e arquitetura. EXPOSIÇÕES E TRABALHOS • Festival Volante (Campinas) – 2016 Curadoria do Festival Volante, encontro entre grupos artísticos que se interessam pela relação entre arte, mobilidade e público e que foi contemplado pelo Rumos Itaú Cultural, sendo uma proposta do Xilomóvel Ateliê Itinerante em parceria com a Confraria dos Ventos. O Festival foi realizado nos dias 10 e 11/12 de 2016 na Estação Cultura na cidade de Campinas. • Semana de Arte de Londrina (Londrina) – 2016 Trabalho de intervenção urbana coletivo juntamente ao Xilomóvel, oriundo de uma oficina realizada no evento e se desdobrando na instalação do painel coletivo “Ruído Cartográfico”. Projeto realizado de 07 a 09 de Abril de 2016, em Londrina. • Encontro de Ateliês Gráficos Itinerantes (Campinas) – 2015 Trabalhos dos artistas de quatro projetos de Ateliês Itinerantes em gravura: Ateliê Nômade, Grafatório, Sericleta e Xilomóvel, no AT AL 609, em Campinas no período de 15 de Maio a 12 de Junho de 2015. • Encontro Gráfico (Campinas) – 2015 Exposição realizada pelo projeto Xilomóvel Ateliê Itinerante na Galeria de Artes Visuais da Pontifícia Universidade Católica de Campinas no período de 24 de Fevereiro a 05 de Março de 2015. • III FAC: Ausência e Presença na Performance (Juiz de Fora) – 2014 Terceira edição do Festival de Artes do Corpo realizado na Universidade Federal de Juiz de Fora nos dias 4, 5 e 6 de Dezembro. Performance “Diálogos” apresentada por Thiago Fernandes e Nahama Baldo. • O feito, trabalho (Campinas) – 2014 Exposição realizada coletivamente e selecionada pelo “Edital de agendamento de exposições temporárias do Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC)”. Trabalho realizado pelos artistas Thiago Fernandes, Fabio Lopes, João Nakacima e Thales Lira, em diálogo com Gustavo Torrezan. • Panorama Internacional de Zines e Publicações Independentes (São Paulo) – 2014 Exposição de publicações independentes realizada no Centro Cultural São Paulo fazendo parte da programação do Ugra Zine Fest de 20 de Setembro a 05 de Outubro. Participação com a publicação Cuadra lançada juntamente com Thales Lira.


• Galeria de Arte Fernanda Perracine Milani (Jundiaí) – 2014 Performance e exposição realizada coletivamente com o trabalho Escritório Número 176. • 6º Projecto Multiplo (São Paulo) – 2014 Exposição de publicações independentes realizada pelo RED BULL STATION no em 25 de Abril de 2014. Participação com a publicação Cuadra lançada juntamente com Thales Lira. • 42º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto (Santo André) – 2014 Performance e exposição realizada coletivamente com o trabalho Escritório Número 414. • Galeria da Faculdade de Administração e Artes de Limeira (Limeira) – 2014 Performance e exposição junto com o coletivo do trabalho Escritório Número 2515. • Projeto Volante (Campinas) – 2013 Performance e exposição realizada coletivamente com o trabalho Escritório Número 012. • Mostra Livre de Artes Visuais: SOMOS – 2013 Exposição coletiva ocorrida dentro da programação do Pré-Feia 14 entre os dias 16 e 20 de setembro de 2013 na Galeria de Arte da Unicamp. • Espaço Atravessado: 4ª Conferência Municipal de Cultura de Piracicaba – 2013 Participante da exposição coletiva que ocorreu de 05 a 07 de Julho de 2013, no Armazém da Cultura “Maria Dirce de Camargo” na Estação da Paulista, Piracicaba. • Exposição “CIAO” (Campinas) – 2013 Participante da exposição coletiva que ocorreu de 06 a 13 de Março de 2013 na Galeria de Arte da Unicamp. • 44º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba – 2012 Participante do Salão que ocorreu de 28 de Setembro a 28 de Outubro de 2012. • V Salão de Artes Visuais do 13º Festival do Instituto de Artes da Unicamp (Campinas) – 2012 Participante do Salão que ocorreu de 22 a 28 de Setembro de 2012 na Galeria de Arte da Unicamp. • Projeto Rio das Artes Piracicaba – 2011 Participante do projeto organizado pelo SESC Piracicaba que promove um final de semana com os ateliês da cidade abertos. Realizado dias 16 e 17 de Abril de 2011. • Exposição “Desenho” (Campinas) – 2009 Participante da exposição coletiva: “Desenho” – mostra coletiva de alunos do 4° semestre do curso de Arte Visuais da Unicamp, no MIS, Campinas de 12/09 à 25/09, de 2009. PUBLICAÇÕES • EU ONÇA. Campinas, SP: Editora Medita, n. 01, set. 2013. ISSN 2318-0994. • RIBEIRO, Thiago. In: ELUF, Lygia (org.). Ciao. Campinas, SP: Editora Medita, 2013, p. 100-109. ISBN 978-85-65093-16-3. • RIBEIRO, Thiago F. In: KISTEMAN, Amanda Eltz (org.). 44º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba. Piracicaba, SP: GR Editora, 2012, p. 100-109. ISBN 978-85-62242-18-2. • LUTA DE CLASSES – Revista de Política e Cultura: Diagramador das edições 1 e 2. ISSN 2358-4068: 2014.


2019, Campinas, SĂŁo Paulo


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