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1.13. Patrimônio Histórico e Cultural
‘’Art. 74 São objetivos da política relativa ao Patrimônio Histórico e Cultural do Município de Imperatriz proteger e promover a preservação, conservação, requalificação e disciplina do conjunto de bens tangíveis, naturais ou construídos, assim como dos bens intangíveis existentes em seu território, cuja proteção e preservação seja de interesse público, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da história, quer por seu significativo valor arqueológico, artístico, arquitetônico, etnográfico ou paisagístico. ’’ (Câmara Municipal de Imperatriz, 2004, p21.)
Imperatriz é uma cidade rica em diversidade. Sua população é composta por muitos imigrantes oriundos de outros Estados — a Rodovia Belém-Brasília conectou o município com outras regiões do Brasil — e países, como o Líbano e o Japão. De acordo com um Censo Populacional, realizado em 2011, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 46,98% dos habitantes de Imperatriz não são imperatrizenses, além de que em sua maioria, muitos vieram de outras partes do Estado do Maranhão, buscando uma melhor qualidade de vida.
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Praça dos Imigrantes, década de 70 – Imperatriz. Fonte: https://biblioteca.ibge.gov.br/bibliotecacatalogo.html?id=429440&view=detalhes Inauguração após a revitalização da Praça da Bíblia, na região de Bacuri, Imperatriz. Fonte: https://www.correioma.com.br/noticia/3294/praca -da-biblia-e-inaugurada
A atual ‘’Praça da Bíblia’’, foi construída no período do prefeito Carlos Gomes Amorim, na década de 1970, recebendo o nome de ‘’Praça dos Imigrantes’’, em homenagem a esse alto número de imigrantes da cidade.
Em vista dessa perspectiva, o Rio Tocantins, além de uma paisagem natural e cultural, atua como fator importante para as comunidades ribeirinhas que ocupam as margens do rio, colaborando também na miscigenação da população, deslocando pessoas de Goiás e Pará, que trazem diversas manifestações culturais, no campo da música até gastronomia. Desde modo, podemos citar alguns costumes do local como a Panelada, — prato típico da culinária local — as festas juninas, o Carnaval, festivais musicais, feiras comerciais/tecnológicas, o BeiraRio, ponto de encontro às margens do Rio Tocantins e as praias de água doce, como a Praia do Cacau e do Meio, que atraem mais de 20 mil pessoas por semana, no período de veraneio. A cidade ainda se consolida como um ‘Polo das Águas, Cachoeiras e Chapadas’, para o turismo e ecoturismo.
A temporada de praias no Rio Tocantins, em Imperatriz, atrai os habitantes e turistas para o local. Fonte: https://www.folhadobico.com.br/em-impertriz-ma-defesa-civil-orienta-retirada-de-barracas-das-praiasdo-meio-e-cacau/ | https://imirante.com/oestadoma/noticias/2019/07/02/temporada-de-praias-em-imperatriz-eprorrogada-ate-5-de-setembro/
Além desses costumes, podemos mencionar alguns bens culturais, para o Estado e região, que são protegidos, visando a sua continuidade, pelo IPHAN como Patrimônios Imateriais. Entre eles:
- Tambor de Crioula do Maranhão: manifestação da cultura afro-brasileira, envolvendo celebrações com cantos, percussão de tambores e danças circulares.
- Complexo Cultural do Bumba meu boi: celebração que associa diversas expressões culturais, como a música e dança, até performances dramáticas.
- Roda de Capoeira e Ofício dos Mestres cultural que celebra a herança africana. de Capoeira: manifestação
Celebração do Tambor de Crioula, acontecendo ao ar livre. Fonte: http://portal.iphan.gov.br/ pagina/detalhes/63/ Pela sua notoriedade, o Complexo Cultural do Bumba meu boi recebeu da Unesco o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Fonte: http://portal.iphan.gov.br/p agina/detalhes/80/ A Roda de Capoeira é uma expressão cultural que integra cantigas e movimentos. Fonte: http://portal.iphan.gov.br/p agina/detalhes/66/
Além disso, a cidade demonstra uma forte influência da comunidade indígena. Imperatriz situa-se perto de uma reserva, no município de Grajaú e Montes Altos. Assim, o artesanato indígena do povo Krikatí, grupo que habita o sudoeste do Estado do Maranhão, é muito presente, se destacando a tecelagem, produtos em cerâmica, palha e barro. Aldeia do Povo Krikatí, em Montes Altos, sudoeste do Maranhão. Suas terras, foram registradas em Cartório em nome da União e da Secretaria do Patrimônio da União. aldeia-sao-jose-do-povo-krikati/
A região ainda conta com uma Resex, Reserva Extrativista Mata Grande, criada no ano de 1992, listada dentro dos limites da Amazônia Legal, em uma região que apresenta valores elevados de desmatamento.
Figura o papel fundamental de garantir a preservação dos babaçuais e a facilitação do acesso, de maneira sustentável, dos recursos por grupos locais. Ademais, visa proteger a história, os meios de subsistência e a reprodução cultural das ‘’Quebradeiras de coco babaçu’’, mulheres agroextrativistas, que desempenham a atividade de extração do coco babaçu, nas regiões entre parte dos Estados do Pará e Tocantins e, predominantemente no Maranhão.
Vale destacar os Sítios Arqueológicos e suas evidências histórico, presentes na região de Imperatriz. Entre eles:
- sítio Terra do Sol, subestação de Imperatriz;
do passado
Fonte: https://eds.org.br/2018/09/28/41a-expedicao-eds-
- sítio Jambu, no município de João Lisboa.
Resex Mata Grande Fonte:https://www.icmbio.gov.br/portal/ unidadesdeconservacao/biomasbrasileiros/cerrado/unidades-deconservacao-cerrado/2102-resex-matagrande Região da extração do babaçu, entre Pará, Tocantins e Maranhão. Fonte:http://actionaid.org.br/wpcontent/files_mf/1493418575que bradeiras_actionaid_port_rev1.pd f Mulheres ‘’Quebradeiras do coco babaçu’’, membras do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB). Fonte:https://ejatlas.org/conflict/quebrad eiras-de-coco-babacu-againstagribusiness-and-the-enclosure-oftheir-lands-maranhao-brazil Região de relevo suave - ondulado, município de Imperatriz. Fonte: https://www.unitins.br/nuta/image/arquivos/acoem e_2.pdf
Vegetação nativa: palmeira de Babaçu, em área alterada pela introdução da pastagem. Fonte: https://www.unitins.br/nuta/image/arquivos/acoem e_2.pdf
‘’Constata-se que a região do sítio arqueológico Terra do Sol teve seu processo de ocupação iniciado por atividades agropastoris de subsistência, mas que com o desenvolvimento e o crescimento da cidade de Imperatriz, grandes extensões de suas terras foram submetidas à remoção da cobertura vegetal original para a introdução das pequenas, médias e grandes propriedades agropecuárias que se estendem por todo o município de Imperatriz.
Observa-se também por toda extensão do contexto local e entorno dos sítios arqueológicos várias fazendas, algumas voltadas para a pecuária extensiva, com domínios de pastagens plantadas, outras voltadas para culturas diversificadas de mandioca, milho, cana-de-açúcar, arroz, feijão e fruticulturas. Em toda a região sul maranhense verifica-se também o extrativismo do coco de babaçu e culturas familiares de subsistência, bem como o reflorestamento de algumas áreas semi degradadas, principalmente, com a formação de eucaliptos. ’’ (UNITINS, 2004, p28.).