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Objetivos.....................................................................................................................................................8

1. Introdução

O Estado de São Paulo possui um grande potencial hídrico que muitas vezes não é aproveitado, sendo, quase que frequentemente, utilizado para despejo de dejetos (agrotóxicos, efluentes contaminados, esgotos e lixos), ou sendo tido como invisível ou até mesmo como barreira para o crescimento das cidades. Desta forma, o tema busca abranger primeiramente a recuperação da relação homemnatureza, assim visando a maior conexão dos recursos hídricos com a sociedade, ensinando a importância que os rios e bacias representam e promovendo a interesse da população em manter esses bens cuidados e preservados. Conjuntamente seria realizado a renaturalização desses cursos d’água que muitas vezes já se encontram poluídos ou com sua mata ciliar comprometida, bem como a implantação de projetos mitigatórios em localidades de fragilidade ambiental, como áreas com pouca permeabilidade ou densamente ocupadas, regiões de alta declividade, localidades suscetíveis ao assoreamento e a inundação e regiões com baixo índice de tratamento de esgoto, tendo em vista a vulnerabilidade enfrentada por estes locais devido ao crescimento desenfreado das cidades e da prioridade de ações que visam apenas o desenvolvimento econômico e tecnológico. Além disso, há também o desenvolvimento e implantação de projetos que alteram de forma estrutural a relação com que o ser humano vê, intende e interage com a natureza, mudando assim a forma com que o mesmo pensa por meio fatores projetuais que este encontrará em seu cotidiano. Essa relação antrópicanatural é descrita por Lobato Correa como um dos principais fundamentos da corrente Possibilista da Geografia, defendida pelo francês La Blanche no século XIX, e que oferece alternativas, sobretudo cientificas, para a compreensão da paisagem, ao permitir a análise da intervenção humana e a delimitação de regiões por singularidades visíveis dentro do processo de regionalização. Outro autor que apresenta importantes definições e considerações acerca dessa temática é Milton Santos, uma vez que este descore sobre os fatores que levam a criação do Espaço, na medida em que considera a paisagem natural como um conceito formado unicamente pela natureza, no entanto as ações humanas (jogo de forças sociais e construções) que permitem a transformação dessa Paisagem em Espaço (ou paisagem artificial), entendendo-se, assim, atualmente, a Paisagem como um conjunto heterogêneo de formas naturais e artificiais, suscetível a constantes mudanças. Desse modo, a partir dessas afirmações, é possível constatar que o meio natural sem as relações humanas que esse Programa pretende resgatar de forma plena, não se constitui como Espaço, e o alvo das ações e intervenções do profissional de arquitetura e urbanismo é o Espaço, assim, o Plano, os Programas e os Projetos devem sempre estar voltados para a variável humana.

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