BsB Editorial Torna-se quase inacreditável que o apoio cultural, possa atingir na capital federal, uma busca incessante. Ainda mais inconcebível que esta busca seja complexa para a valorização da cultura local. E é com o propósito de fixar o valor da cultura local em Brasília, que nasceu a idéia do Prêmio BSB Awards. Para contemplar esta iniciativa e inserir de vez a importância deste empreendimento lançamos a 1ª Edição da Revista BSB Awards. Uma publicação anual, com edições em setembro, outubro e novembro. Para o Brasil que naturalmente não se restringe qualquer tipo de manifestação artística, depararse com a resistência de uma parte da sociedade, torna-se espantoso. A produção cultural não se restringe a um só nicho. Seja a dança, o teatro, artes plásticas ou show de música, qualquer uma destas manifestações é digna de apoio cultural. Brasília tem uma cultura profundamente ligada à música. Formada por pioneiros em busca de melhores condições de vida, a cidade recebeu cultura, costumes e sotaques que continuam a vir de todas as regiões do Brasil. Com uma população predominantemente jovem, os mesmos marcam a identidade cultural da cidade. Isso reflete na cultura produzida, como, por exemplo, na música. Nos anos 80, surgiram várias bandas de rock de Brasília que despontaram no cenário nacional como Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude. Na década seguinte, despontaram os Raimundos e o reggae do Natiruts. Mais recentemente, o Clube de Choro de Brasília se tornou referência nacional. É instigante que o brasiliense possa discutir sobre música com base em antigos projetos que prosperaram. E é com o propósito de fazer com que aconteça, que o BSB Awards segue para a sua 3ª edição consecutiva.
AWARDS
setembro n.1 - www.bsbawards.com.br
2006 Nesta Edição Entrevista
Kiko Péres . . . . . . .
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Programação . . . . . . . . . . 7
8 Cultura Teatro Caledoscópio . 10 Estréias . . . . . . . . . . . . . 12 Crônica . . . . . . . . . . . . . 14 Capa
Quero ser músico . . . . . . .
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Entrevista
Kiko Péres Gosto de muita coisa que já fiz, mas minha obra prima ainda está por vir...
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Nascido em Brasília, Kiko Péres começou a estudar música em 1986. Há 20 anos no meio, o músico já passou por inúmeras experiências no circuito nacional. Hoje, o ex-integrante do Natiruts assumiu a função como produtor musical e desempenhou os seguintes trabalhos: Mira Reggae, Tuka Vila-Lobos, Bhadrakali do músico indiano Anand Jyoti, Superaudio e Capitão do Cerrado.
Como surgiu o seu interesse pela música? Desde pequeno tenho fascinação pela música, e sempre fui fascinado pela guitarra, mas só comecei a tocar com 12 anos.
Você estudou na escola de Música de Brasília e em Los Angeles. Quando começou a estudar? Qual o objetivo? Estudei Harmonia e Improvisação com Nelson Farian na Escola de Música de Brasília - EMB em 1986. Aproveitei a oportunidade de estudar no CA por um ano na Guitar Institute of Technology - G.I.T da Califórnia com objetivo de ser músico profissional.
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5 Primeira obra? O primeiro disco do qual participei foi da banda de funk-rock Pravda, que gravamos em 1994. Esse disco foi lançado pelo Banguela Records junto com a Warner.
É uma ferramenta que tem nos ajudado e democratizado a produção musical derrubando os monopólios. Estamos vivendo essa transição, mas vejo com bons olhos as novas tecnologias.
Quais as suas influências musicais? Como você define o tipo de som que produz? Jimi Hendrix, Van Halen, Black, Blues e Música Brasileira. Uma mistura de tudo que gosto: Rock nervoso com suíngue de Funk e bastante percussão brasileira.
Muitas pessoas não conhecem o trabalho do produtor. Em que um produtor musical pode auxiliar? É bom poder contar com a visão e a opinião de alguém que está do lado de fora, que tem experiência em estúdio para aproveitar melhor, e extrair a melhor performance dos músicos durante uma gravação.
Você deixou o Natiruts para se dedicar a vários projetos. Quais são eles? E quais os seus projetos futuros? Venho me dedicando à produção musical, ao Rock instrumental, ao meu selo e à criação dos filhos.
Qual a sua análise sobre o impacto da tecnologia musical na criação?
Como funciona o processo de produção?
Começa antes da banda entrar em estúdio, no processo de pré-produção, ajudando nos arranjos e preparação. Depois o produtor dirige toda gravação e pós-produção para que a banda não tenha que se preocupar com detalhes técnicos, no caso de divergência de idéias.
O produtor pode interferir no som ou na criatividade do músico? Claro. Um produtor pode podar os músicos, interferir na sonoridade ou deixar os músicos mais à vontade e mais inspirados no processo de criação. Depende da finalidade do trabalho e da afinidade entre produtor e artista.
O artista corre risco caso não tenha um produtor? Corre o risco de não contar com uma visão crítica do trabalho por estar vendo apenas do lado de dentro e corre o risco de não tirar um bom proveito das gravações em estúdio.
Demo está ficando de lado. Qual outro tipo de investimento você aconselha para que uma banda que tem pouca verba possa mostrar seu trabalho? A Demo ainda é necessário, mas um vídeo, mesmo que caseiro, rolando em sites de distribuição gratuita seria uma ótima maneira de mostrar o trabalho.
6 Qual a formação ou conceito para tornar-se um músico de qualidade? Além de estudo, experiência e tempo de estrada é fundamental, mas se juntar a outras pessoas experientes e que já fazem som de qualidade, também ajuda a absorver mais rápido alguns conhecimentos. Cite os benefícios de se trabalhar com Kiko Péres? Poder contar com alguém que já tem alguma experiência nacional mas que mora e trabalha em Brasília e também gosta de criar um clima de energia positiva nos trabalhos dos quais participa.
O BSB Awards 2006 pretende disseminar a valorização dos artistas locais em Brasília. O que você pode acrescentar sobre esta iniciativa?
Acho uma iniciativa maravilhosa por duas razões: Brasília é uma cidade que produz talentos em todas as áreas musicais e essa iniciativa também ajuda a criar um mercado aonde os músicos locais possam viver de música sem ter que ir para os grandes centros urbanos.
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Programação
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Capa
Quero ser músico A música como instrumento de trabalho A música desperta o interesse, de um modo ou de outro, em quase todas as pessoas. Em algumas, a paixão por esta arte dá margem à profissionalização. No entanto, muitos que se deparam com a carreira de músico, temem ou desconhecem o caminho deste ofício a ser trilhado. Há temor pelo insucesso ou até mesmo pela falta de trabalho para conquistar o seu espaço. Mas quem tem determinação para seguir a vocação garante: É possível se viver de música. Apesar de muita gente pensar que basta ter o dom para ser músico, isso ajuda, mas não é o suficiente. Em Brasília, as escolas de músicas, tanto a pública quanto as particulares podem ser aliadas nessa trajetória. “Tem que ter talento e uma boa formação aliada à prática” confirma Paulo Palau, Diretor das Unidades do Sudoeste e Águas Claras da BSB Musical. A Escola de Música BSB Musical oferece formação desde a teoria, percepção, prática de conjunto e até estágio. Os alunos aprendem as aulas de instrumentos, produção musical, arranjos, composição, e o curso tem duração média de quatro
9 anos. Ao final de cada semestre os alunos participam de apresentações, workshops, saraus e shows musicais. Os futuros músicos ainda dispõem de uma bagagem teórica e prática para serem músicos atuantes em qualquer área. Há 20 anos a BSB Musical prepara os estudantes, e a maioria deixa a escola apta para ingressar no mercado ou vão direto para a universidade de música.
é que as pessoas não vivem sem o produto do músico, a música”. O artista ainda enfatiza que não existe segredo nem fórmula para o sucesso, existe sim a dedicação, o profissionalismo, e ser amante da arte escolhida como ofício.
Outra observação considerável pelos músicos é a capacidade de desenvolver o seu conhecimento, dominar o instrumento, a musica“O que falta ao músico não é lidade, e obter uma produção de trabalho. O que realmente falta é qualidade. a sociedade valorizar a música”, O mercado de trabalho para os argumenta Palau. Há 34 anos no mercado, o Produtor Musical Gê músicos torna-se vantajoso pelas Mendonça tem a mesma inúmeras opções de trabalho. Seja opinião: “O músico para reger uma orquestra sinfôniainda não tem o ca, compor, integrar bandas e estiapoio da socie- los variados, direito autoral ou até dade como mesmo ser professor de música. um todo, e o Um dos grandes atrativos no meio mais irônico, tem sido as trilhas musicais para cinema. Com a versatilidade que a música proporciona, atualmente tem surgido grandes produções com o auxílio da tecnologia. "O segredo da criação é que faz essa prática interessante. A música já não é mais só som. Ela está se ligando profundamente à imagem, num caminho em direção ao cinema. Vale à pena! Basta acreditar e levar a sério”, completa Eugênio Matos, Compositor e Professor de Tecnologia Musical da EMB”
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Cultura
Manifesto de corpoTeatroeCaleidoscópio alma O teatro, como manifestação do espírito, sempre buscou revelar o mundo e as inquietações humanas. É com essa convicção que o ator e diretor André Amaro fundou o Teatro Caleidoscópio em 1994. Mas foi em 2002 que o teatro ganhou proporção com a inauguração da sala e a estréia do espetáculo “Cascudo”, uma comédia folclórica baseada nos livros de Luís da Câmara Cascudo. O nome que lhe deu origem é uma alusão à roda caleidoscópica que se compõe e se descompõe, como acontece no fenômeno teatral. As dificuldades comuns de qualquer atividade artística estão sempre associadas à capacidade de investimento. Os recursos financeiros nem sempre são suficientes para manter uma estrutura comercialmente viável. “Não temos propósitos apenas comerciais. O Teatro Caleidoscópio é um laboratório de criação. Sobrevivemos da paixão
que depositamos em nossa arte. Pode parecer diletantismo, mas é o único motivo razoável para se ter um espaço próprio. Sem isso, não vale a pena investir tempo, energia e dinheiro”, esclarece André. O espaço para manifestações culturais no Sudoeste é o único no local e dispõe de estrutura para apresentações de pequeno porte. Com capacidade para até 50 espectadores, a sala foi projetada de acordo com ambientes japoneses. Sempre que necessário as peças mudam de lugar, como o caleidoscópio, alterando o ambiente de acordo com a exigência de cada trabalho. Além da produção de espetáculos, o Caleidoscópio oferece suas instalações para profissionais interessados em ministrar cursos de teatro. É o caso da atriz Lílian França, que desenvolve um programa destinado a adolescentes e adultos. “As oficinas proporcionam um contato com o fazer teatral, viabiliza o aperfeiçoamento cultural e estimula o aluno a buscar uma integração consigo mesmo e nas suas relações humanas”, explica. De acordo com a atriz, o aluno desenvolve o conhecimento da literatura teatral, incentiva o potencial criativo, aprende a se desinibir e favorece a autoconfiança, dentre outras aptidões que são descobertas no decorrer do curso.
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Estréia no Roteiro... Tomie Ohtake
Teatro de Quinta
50 anos de arte
Comédia
A exposição de Tomie Ohtake, no Centro Cultural Banco do Brasil, é uma rara oportunidade de se conhecer as esculturas da artista, produzidas nos últimos dez anos. Esta exposição reúne obras que estiveram grandes eventos das artes plásticas, outras produzidas ao longo da década e quatro peças inéditas que ocuparão a parte externa do edifício do CCBB.
Concebido pelos atores Ribamar Araújo, Similião Aurélio e Andréa Alfaia. Além dos três atores, haverá sempre um convidado especial mostrando esquetes humorísticos. Os três criadores irão mostrar novas cenas, e trarão de volta algumas das personagens já conhecidas de seus fãs. Similião irá mostrar Seu Nunga e Dona Mimi e Ribamar reapresentará Dona Ju e Vitória Virgínia.
Até 8 de outubro
De 28 de setembro a 26 de outubro
Aberto de terça-feira a domingo das 10 às 21horas
Às 20:30 horas
CCBB Endereço - SCES, trecho 2, conjunto 22
Teatro da Escola Parque 307/308 Sul
Traços Noturnos Monólogo O Teatro Caleidoscópio estréia um monólogo chamado Traços Noturnos. A peça, baseada em textos da escritora Ana Miranda, conta a história de uma mulher solitária cujo cotidiano nunca se restringe a sua presumível normalidade, ganhando contornos ora patéticos, ora fantásticos, ora trágicos, ora absurdos. De 6 a 29 de outubro Teatro Caleidoscópio CLSW 102 Bloco C Galeria Sudoeste
Das melhores bandas,
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quero todas, menos a banda-podre do poder por Abdiel Rocha Ei você aí, que vota, votou ou votará. - Please! Política não. Eu voto no Azerbajão . . . Então essa é pra você que toca, tocou ou tocará! Pra não falar que a banda de cá não reparte o pão com a banda de lá, e de fato como todo poder é podre em sua essência e formação, fico com a melhor parte da banda:
Um vendedor de cachorro quente, boca suja, ketchup na mão, abana a mosca com sua ficha propondo ação: - Os Ketchups Sangrentos, é ou não pura vanguarda, pr’uma banda que vende pão?! Toca daqui, toca dali, inscrição aceita via Internet, a Banda Vandinha Vadia manda um recado pros eleitores de plantão: - Vida vazia, Vandinha Vadia?
- A Banda que toca!
Vizinha marota, marola à vista:
Se toca então:
- Quebrando a cara, cacos visões,
Se sua onda for garage, palco ou mesmo alçapão, mas o som que rola, zoa de montão, seu lugar tá garantido nesta parte boa da banda, mermão!
Cheiro de cola, alucinações. . .
Com o Prêmio BSB Awards de Bandas da SASW Prod, todo irmão que pintar no pedaço, é brother.
Que vença o melhor.
- Tá ligado? Mãos ao alto, grita o rappeiro, puto desde então: - E pra mim, não rola nada, uma parte, uma banda, nada não? Berra o hip-hop, que ficou sem prato na rebelião: - Encaro uma banda/mas não fico de lado/saio de fino/ executado. - E minha banda, entra na fita ou mostro o trezoitão . . . ?! Até sambista, maloqueiro, ciclista, diarista, ambulante, vigia de ocasião, todos em polvorosa querendo a ficha de inscrição: - E minha banda, sai ou não?
Entendeu? Fazer o quê? Eu, do meu lado abro o voto: - Vandinha Vadia é minha banda de plantão. PS: Se eu fosse uma banda, seria ela.