Editorial
BsB AWARDS
outubro n.2 - www.bsbawards.com.br Com uma proposta corajosa de selecionar atrações pouco conhecidas em datas nada convencionais, ao realizar a 3ª Edição do BSB Awards, apostamos em músicos como fonte principal para dar ao evento seu devido reconhecimento. A idéia é movimentar Brasília, sua cultura e romper com a mesmice imposta por festivais em que sempre os mesmos participam, buscar interromper o vício imposto pelas gravadoras na divulgação apenas dos seus casts: em rádios, TV’s, jornais e pasmem! até internet – o popular jabá. Jabeias com meu jabá? Dá-se oportunidade, cria-se novos rumos e perspectivas para essa turma que luta pelo reconhecimento, precisando apenas de um pequeno empurrão para mostrar a que veio. Com esse intuito elaboramos mais um ano de persistência e convicção, colaborando para um meio cultural independente e sadio. Fator agregador é a comissão julgadora. Avaliação das músicas, presença de palco e qualidade do repertório, são algumas das observações, e mais do que tudo, a mente aberta para as novidades que estão por vir. Para este ano, mudanças significativas: vários locais de shows, votação e outras categorias inseridas no Prêmio. Encontram-se abertas as indicações da melhor casa noturna, cantor(a), DJ, apoio à cultura, revelação e veículo de comunicação mediante voto popular via Internet no site www.sasprod.com. br. As bandas serão votadas pela Internet em novembro, quando acabam as últimas apresentações. Confira tudo o que rola no www. bsbawards.com.br e escolha a sua banda.
2006 Nesta Edição
Entrevista Pé de Cerrado . . . 4 Capa Som na caixa . . . . . . . . . . 7 Promoção Queima Demo . . .12 Crônica eu e minha banda . 14
Expediente Sérgio Freitas Gilmara Pellizzaro Revisão e Texto Abdiel Rocha Comercial Cláudia Amaral Direção de Arte Thiago Moskito Direção Geral Redação
CLSW 301 Bl C Sala 114 - Sudoeste Ed. Dakota Shopping - Brasília-DF Fone - 61- 3033.4643 - 8123.6431
Entrevista
4
Abdiel Rocha
Qual é a do Pé de Cerrado? Somos um grupo que pesquisa há mais de 7 anos a cultura popular brasileira, sua história, suas origens, cantos, danças, instrumentos, religiosidade, enfim, a diversidade cultural do nosso país.
Seus trabalhos em pesquisa, resultaram em experiências sui generis. Rola aí umas linhas sobre o que de mais interessante aconteceu nessas verdadeiras viagens... Sem dúvida, a troca de conhecimento. Viajamos para Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Bahia, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Maranhão, além de lugares especiais para o grupo como a Chapada dos Veadeiros e Pirenópolis.
Pé de Cerrado Conhecer pessoas novas e interessadas pela riqueza do Brasil, resultou em boas experiências. Usufruimos o que há de melhor no folclore brasileiro, trocamos conhecimentos e plantamos nossa semente através do CD. Assim, nosso dicionário cultural vem aumentando, tendo em vista que a diversidade está no regionalismo de cada cultura: Bumba meu Boi, Frevo, Baião, Maracatu,Tambor de Crioula, Côco, Samba, Xote, Cacuriá, entre outros.
Mais que música propriamente dita - instrumental, cantada, até falada - vocês inveredam pela dita cultura popular de massa.
Cite aí essas influências bem mais que musicais. Luis Gonzaga, Quinteto Violado, Banda de Pau e Corda, Dominguinhos, Sivuca, Hermeto Pascoal, Xangai, Jackson do Pandeiro, Chico Science, Mestre Ambrósio, e todos os mestres da cultura popular.
Frevo, forró, canto, dança, o que mais é a cara do Pé do Cerrado, além da alegria, é claro? É difícil especificar um ritmo que seja nossa cara quando estamos tentando ter a cara do Brasil. Queremos mostrar que Brasília tem um pouco de tudo, como a nossa diversidade, que é influenciada por todo o Brasil.
5 Uma zabumba só faz o espetáculo mais dançante, uma zagaia, saltitante, a viola, toante, onde de fato entra a poesia do Pé do Cerrado, nos espetáculos mundo a fora? Quando fazemos a pesquisa, aprendemos os ritmos e como tocar seus instrumentos. Acontece um banho específico de cada cultura, ouvimos várias músicas para aprendermos a linguagem, e aí sim, entramos com a nossa poesia, criamos nossas letras e arranjos.
A formação teatral do grupo tem que nível de influência na produção final de um show? Em seus shows os figurinos e as alegorias, misturam-se aos ritmos tradicionais, numa formidável e inventiva fábrica de sons e imagens. Isso, no Brasil,
apesar da riqueza do folclore, é bem pouco acessível. Como é, de fato, essa levada? Dois dos integrantes são formados em artes cênicas, contaminando o restante do grupo. O resultado é pitada cênica na iluminação, no cenário, no figurino e também na interpretação. Aproveitamos os shows em teatro e escolas para mostrar mais este lado. Durante esses anos imos como o folclore une a música, a dança, as artes plásticas e cênicas e sempre estamos tentando trazer isso para o palco, observando a resposta do público que é super positiva. Nesta área, desenvolvemos um projeto específico para as crianças onde ensinamos as culturas através do teatro. Intitula-se Folclore com o Pé na Escola.
Esse sugestivo nome Pé do Cerrado, um grupo de sons e palavras pode ser definido em uma única expressão? Pé de Cerrado vem do nome pé de serra, formação original do grupo. A vontade de mostrar a diversidade cultural que rola por aqui, foi adicionado o Cerrado que é um dos biomas de maior diversidade vegetativa do planeta além de ser nossa terra sagrada, utilizando da metáfora expressar a riqueza da cultural local.
Afinal, dizem ser o Pé nosso de cada dia, o Brasil em forma de arte e poesia. É verdade?! Esse é o objetivo, acordar e fazer do pé o pão, da arte a vida, e levar a alegria a todos os lugares que pudermos com a força que Deus e nossa Mãe natureza nos dá.
7
Capa
Som na caixa Bando de bandas bandeiam pra cá Mímico Verdurinha da Escola de Circo Brasília, que se apresenta nos intervalos do evento
O dia 2 de outubro foi agitado com a abertura do BSB Awards no O’Rilley Irish Pub. A segundas-feiras não serão mais as mesmas após o projeto. O primeiro dia de shows contou com um público que lotou o pub e foi aberto ao melhor estilo musical. A noite reuniu uma mostra do rock da cidade com os as bandas Radius, Virgem Again e Daniela Firme e Banda. Quem teve a oportunidade de conferi-las, aposta no início da descoberta de grandes nomes da música: “A disparidade dos grupos foi algo significativo para a música local. Vamos descobrir o que há de melhor no decorrer de todos os números”, afirma o produtor e músico, Kleber Moraes. As bandas mostraram os trabalhos e conseguiram chamar atenção com o discurso verbal, as guitarras latentes e o som apurado que contribuiu para a construção do cenário perfeito para a primeira noite de muitas outras que virão até a segunda quinzena de novembro. Foi um dos dias mais incomuns no trajeto recente que Brasília proporciona relacionado à música. Breno Prieto, vocalista da banda Virgem Again espantou-se com o resultado: “Foi surreal tocar para um público com casa cheia em plena segunda-feira. Quando vi as pessoas dançando e
8 cantando, tanto na frente do palco como no mezanino, senti que fazer parte de um evento como este é muito especial”. E não tem distinção... Seja jovem, de meia-idade, ou idade avançada, todos aproveitaram a oportunidade de ter três bandas numa só noite, e ainda colaboraram com a doação de alimentos. Os donativos das primeiras semanas foram destinados para a Casa do Caminho de Taguatinga. Confira no site www.bsbawards.com.br. Ao longe as pessoas conseguiam ver algo inusitado para uma segunda-feira. As labaredas soltas no ar pelo homem fogo, a lira e as acrobacias no alto da fachada, e ainda o mímico Verdurinha da Escola de Circo Brasília fizeram muita gente parar o trânsito para curtir mais um espetáculo produzido pelo BSB Awards. Fim do primeiro dia, mas só o início de muitos outros.
Crianças do Projeto Casa do Caminho
E tem mais por aí... BSB Awards reúne artistas da música local em sete apresentações de outubro a novembro. O evento chega em sua 3ª edição mais consistente e como um dos principais apoios à cultura local. Nas próximas etapas o show ficará por conta da Makinamara, Llor n’ Kcor, Casa Vermelha, Satisfaction, Lótus Negro, Preceptors, Colina, Lafusa e Lip’s. Será um mix de músicas e estilos da diversidade musical. Pra começar a Lafusa resgata a inspiração do dualismo com letras intensas, já a batida do Preceptors trata do cotidiano de forma inusitada, e a Satisfaction tem uma concepção diferenciada da música nacional e internacional. E não pára por aí. O som da Colina envolve um processo criativo baseado em canções que retratam a peculiaridade do grupo. A Lip’s faz parte do cenário da música moderna e o show promete. O BSB Awards além de unir todo esse som que tem levantado o astral da galera, também aposta na ousadia das mensagens trazidas pelas bandas. Com todo esse aparato, chegou a hora que todo brasiliense com o mínimo de bom senso esperava. Está aberta a temporada de shows e descoberta de novos talentos.
9
A galera diz A iniciativa de um prêmio como o BSB Awards é estimulante para o cenário musical brasiliense tão carente de reconhecimento e espaço, principalmente para as bandas em início de carreira. O reconhecimento proposto por uma premiação como o BSB Awards celebra a execução de um trabalho bem feito por todos os envolvidos no projeto: as bandas, o estúdio, a produtora, os jurados e, em especial, o público. Fazer e viver de música no Brasil é um projeto ousado, de intenso amor, ser premiado por isto é um desfecho maravilhoso, mais uma boa razão para continuar nesta trajetória. Quem monta uma banda tem o desejo de ser ouvido, de tocar para o máximo de pessoas possível, de sensibilizar o público, gente que não teria acesso ao seu material por falta de uma melhor divulgação. O BSB Awards propõe esta mudança no cenário, e isto, é prova de que se pode fazer música na cidade de qualidade, independente do estilo. O que importa é a boa música. Breno Prieto – Virgem Again O BSB Awards faz a cidade respirar de música de outubro a dezembro. É o diferencial entre outros eventos de Brasília. É o incentivo que valoriza e divulga os artistas locais e encontro de grandes músicos escondidos. Eron Cordeiro - Produtor Musical As bandas da cidade têm se tornado eternas bandas de gara-
Chicão, guitarrista da banda RADIUS na primeira apresentação do BsB AWARDS gem e o público de Brasília, que sempre foi ávido por cultura, não tem acesso aos novos artistas. Isso porque falta iniciativa e investimento na cultura local. A SAS Prod ao produzir esse evento, que foi, diga-se de passagem, excelente, mostra para todo mundo que é viável investir na arte local e que há muito público para prestigiar os novos talentos. André Guolha - Radius Eventos como o Bsb Awards só têm a colaborar para a classe artística, principalmente para a cena musical brasiliense. A cena de Brasília precisa de valorização, investimentos, visibilidade. Victor - Caffe Roots É justamente isso que o evento está proporcionando para as bandas independentes da cidade. O Bsb Awards está de parabéns e deve servir de exemplo para muitas outras iniciativas como essa na cultura da cidade. Daniela Firme - Daniela Firme e Banda
10 Programação 30 de outubro segunda – 20 horas Local: O’Rilley Makinamara Llor n’ Kcor Casa Vermelha
Apoio
Contato 61 3445.2488
Contato: 61 3328.6878
Contato 61 3346.6552
12
Promoção
Queima DEMO Studio SAS ajuda sua banda a gravar uma demo Preencha o cupom abaixo com todos os dados completos, deposite nas urnas do Café Cancun e O’Rilley nos dias do BSB Awards e concorra à gravação de uma DEMO no Studio SAS. Esta cédula é válida para todos os dias de shows. A promoção encerra-se no dia 12 de novembro. Confira a programação na revista ou no site www.bsbawards.com.br e participe.
O horário da gravação da DEMO no Studio SAS será devidamente marcada pela Comissão Organizadora do BSB Awards. Serão disponibilizadas três músicas na DEMO e somente uma pessoa será sorteada por noite. Caso o sorteado não esteja presente no momento, haverá um novo sorteio para definirmos o ganhador.
eu e minha banda
14
Ilustração: Thiago Moskito
Abdiel Rocha
eu e minha banda minha banda e eu tínhamos um caso musical. não sei porque batia tanto naqueles bumbos, naqueles pratos. sacudia tanto meus horrores e continuava frustrando meus humores com aquelas baquetas excitadas. não sei bem o porquê dum dia aziago de minha nota-musical travestida de dós, rés, viés e sibemóis, eu simplesmente fiquei surdo a ela. e olha que eu só tinha ouvidos para ela. olhos para ela. boca e boquete pra ela. tinha mais que um dom. tinha um som. só dela, assim ó: tim-tim por tim-tim. eu cantava, ela não me escutava. bandida. banda podre de meus maus bofes soltos ao deus dará. ele um dia virá, eu sei. o pastor de ovelhas virgens e sacolas cheias um dia me disse que sim. eu acredito tanto em pastores que até votei em uns dois. agora naquele careca da opus dei, não. que ele tem cara de músico frustado e coisa que eu não topo é músico que desafina. eu mesmo já tentei abortar uns caras assim, mas a porra do treisõitão falhou e tive que correr. pois sou magro e escarro sons sem parar. sei lá, deve ser a tal da berculose, essas coisas do peito. dizem que é a merda do roliúde que eu papo desde que eu era cabaço ? onze doze treze anos, por aí. culpa dela, a nêga. sempre ela. foi a melhor foda encaixotada que eu dei, ou me deram, já que aquela negona em cima de mim arfando feito baixo mal afinado, tun, tun, falando no meu pé de ouvido: num amolece, que eu chego lá. num amolece, seu porra. num amolece. acho que tenho trauma até hoje de nega gorda que me olha de travessa. acho logo que ela quer me foder. eu sou assim, toco na banda do bem, mas se me invocar, saio dando catiripapo que não tem sibemol que me aguente. ninguém nasce torto à toa. e olha que eu toco bateria mesmo tendo um braço cotó. mas mando legal nas baquetas. quer ouvir? é só terminar de puxar essas férias forçadas, que os Baquetas do Boquete tão na fita, mano. cê me espera, né? óia, se não, mesmo daqui te mando um celulá, bródi.