ELEIÇÕES MUNICIPAIS famílias centenárias entram no jogo
Jardim Oriental
4. Artigo Prof. Nelson Camargo
5. Curtas Notícias do Brasil e do Mundo
6. Direito Olga Gitti Loureiro
7. Prefeito responde Clóvis Volpi
8. Cidade Empresários imobiliários pedem CETESB
10. Gente Antônio Muraki
11. Mulher Professora Mara
12. Saúde Márcia Gloria de Albuquerque
14. Homenagem Conteto 100 anos
17. Matéria de Capa Famílias centenárias de Ribeirão Pires
23. Trânsito Forasteiros Moto Clube
24. Destaques Conteto e APRAESPI
26. Personalidade Sargento Adão
27. Esporte Miguel da Liga
28. Pet Clube dos Vira-latas
29. Educação FIRP Inova em extensão universitária
31. Ala Voloshyn Cancerígeno
33. Cultura Erótika Fair
34. Crônica Paulo Franco
Política: equação sem resolução definitiva A cada edição da revista Mais Conteúdo, trabalhamos para que ela faça, sempre, jus ao nome que recebeu. Em nossas páginas, procuramos oferecer vasto material aos nossos leitores. São reportagens sobre Saúde, Educação, Trânsito, Cultura, Direito, os acontecimentos da cidade, informação e prestação de serviço em um único exemplar. Porém, entre tantos assuntos, nossa linha editorial destaca um: a Política. O tema é entediante para alguns, odiado por outros, atrai à uma outra parcela, mas de qualquer maneira, é de fundamental importância. Gostando da área ou não, todos somos políticos e fazemos política quando assumimos certas posturas na sociedade; quando fazemos determinadas escolhas; quando tomamos certas posições, quer em casa, no emprego ou na comunidade em que vivemos. Por essa razão, a Mais Conteúdo foca nesta questão e, mensalmente, abre espaço àqueles que já representam a cidade e querem permanecer na posição, representaram um dia e desejam voltar, e aos que almejam a primeira oportunidade para colocar seus projetos em prática. Por aqui aparecem e aparecerão de velhos conhecidos dos eleitores à novidades, como na edição deste mês, com o jovem Gabriel Eid Roncon, que com apenas 22 anos pretende pleitear a vereança com o objetivo de fazer algo para melhorar a cidade que o viu crescer e a qual ele também acompanhou o crescimento. A política está em tudo, todos os dias, mas em 2012, por ser ano eleitoral, ela ganha maior destaque. E a Mais Conteúdo, com responsabilidade e imparcialidade, quer oferer um instrumento de conhecimento ao eleitor - o verdadeiro protagonista das eleições. A cada edição, mostrar a história daqueles que querem um voto de confiança; o que pensam, o que já fizeram ou pretendem fazer pelo município e pelas pessoas que nele vivem. O filósofo grego Platão disse certa vez: “Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam”. E a Mais Conteúdo apresentará estas figuras, afinal, a continuidade das histórias e planos contados nestas páginas serão escritas pelos eleitores, gostem de política, ou não. Vanessa de Oliveira Jornalista Responável da Revista Mais Conteúdo
Edição 5 - Abril / 2012 Publicação Mensal de Mais Notícias Empresa Jornalística Ltda. CNPJ: 05.531.420/0001-18 email: maisconteudo@maisnoticias.inf.br Editor: Antonio Carlos Carvalho Jornalista Responsável: Vanessa de Oliveira - Mtb: 53.573 Redação: Danilo Meira - Mtb: 43.013 Thiago Quirino - Mtb: 61.451 Editoração: Gustavo Santinelli Departamento Comercial: Sidnei Matozo / Claudio Sant’anna Departamento Jurídico: Dr. Gilmar Andrade de Oliveira Dr. Eric Marques Regadas Colaboraram: Nelson Camargo Dra. Márcia Gloria de Albuquerque Ala Voloshyn / Paulo Franco Gazeta / Raul Carlos Dra. Olga Gitti Loureiro Administração: Elisete Helena Pimenta Distribuição Gratuita em: Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Região da Represa Billings Rua Olímpia Catta Preta, 194 1° Andar, Sala 2 • CEP 09424-100 Centro • Ribeirão Pires • SP Fone: 4828-7570 • Fax: 4828-1599 Impressão: Gráfica Bandeirantes (11) 2436-3010
Banalização dos Símbolos da Pátria Na escola e com nossos pais, aprendemos que, assim como devemos proteger e defender os nossos bens pessoais, também devemos defender e preservar os nossos bens coletivos, entre eles a Pátria e seus símbolos, pois eles são nosso patrimônio, nossa identidade cultural. Dizem alguns, que a bandeira, por exemplo, é um simples pedaço de pano. Devemos cuspir e rasgar o retrato dos entes queridos desses indivíduos, alegando tratar-se de um simples pedaço de papel? Quanta emoção, ainda na infância, ao ouvir o Hino da Pátria, numa Comemoração Cívica de um dia como o Sete de Setembro! Tínhamos muitas vezes os olhos marejados e precisávamos nos conter para que não vissem nosso estado emotivo! Inocência? O ideal seria que a Pátria fosse Internacional e que o povo se orgulhasse de ser Cidadão do Mundo e cantasse o “Hino do Globo Terrestre”, mas isso ainda é impossível. Houvesse consciência coletiva patriótica, não haveria roubalheira descarada, e o congresso nacional não seria um dos mais caros do mundo, verdadeiro insulto à miséria de alguns a quem esses senhores teriam por obrigação defender. Causa nojo e revolta ver alguns cidadãos que nos representam na política, verdadeiros ladrões da Pátria, usando os símbolos cívicos para mera promoção pessoal e para tentar enganar o povo, fingindo patriotismo e integridade moral. Ficam em posição de sentido ao cantar o Hino, não por amor à Pátria, mas, hipócritas, para defender apenas seus interesses pessoais.
O Hino Pátrio é para ser cantado em ocasiões especiais, bem como o hasteamento da Bandeira do Brasil, caso contrário, vira algo banal, corriqueiro, mera formalidade, provocando um desvio de sua verdadeira finalidade. O pior de tudo é que agora tocam e cantam-no em qualquer partidinha de futebol, como se o amor à Pátria e a integridade moral estivessem numa chuteira e numa bola. Em jogos Internacionais, é admissível e explicável o canto dos hinos dos países, pois os jogadores estão representando suas pátrias no campo esportivo, embora existam outros interesses nada patrióticos. A banalização dos Símbolos Nacionais de um povo é sinal de decadência dos costumes, de abuso de poder e demagogia por parte de algumas autoridades.
Nelson Luiz de Carvalho Camargo é pesquisador, professor de Ciências Humanas, Língua Portuguesa, Literatura e de Língua Latina. Leciona nas Faculdades Integradas de Ribeirão Pires. Nasceu na Vila de Tarumã, estado de São Paulo, em 1947. Veio para Ribeirão Pires, com sua família em 1952, aos cinco anos de idade.
Mais de um terço dos ribeirãopirenses não têm esgoto Segundo dados da CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) divulgados em seu último relatório de águas superficiais, referente a 2011, a cidade de Ribeirão Pires é a segunda pior do ABC em tratamento de esgoto, com 35% dos domicílios sem coleta. O número só é superior ao de Rio Grande da Serra, que tem incríveis 75% da população lançando seus dejetos em rios, no solo, nas ruas ou até mesmo na Represa Billings. É importante destacar que estas são justamente as duas cidades que mais fornecem água para a região. São Caetano é a melhor, com 100% dos moradores dispondo do serviço.
Hillary Clinton cobra tratado de livre comércio Em seu primeiro compromisso da viagem de dois dias ao Brasil, a Secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou que Brasil e EUA têm que reforçar sua aproximação com novas medidas, como um tratado bilateral de livre comércio. Em fala na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Hillary sugeriu parcerias nas áreas de petróleo, tecnologia e turismo, algo fundamental para o desenvolvimento econômico das “duas maiores democracias do hemisfério”. Quanto a isenção de visto para a entrada em solo americano para os brasileiros, ela disse que será uma “discussão posterior”.
Felipe Massa em xeque na Ferrari O ano de 2012, definitivamente, tem sido um verdadeiro pesadelo para o brasileiro Felipe Massa, da Ferrari. Não bastasse o início ruim e o fato de andar atrás de seu companheiro, Fernando Alonso, ele ainda tem convivido com críticas e incessantes pedidos para que seja demitido imediatamente do posto. A equipe diz que não irá tomar tal atitude mas, como seu contrato vai só até o fim do ano, nunca se sabe...
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Aviso Prévio proporcional – questões polêmicas*
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Finalmente o legislador regulamentou o aviso prévio proporcional previsto no artigo 7o, inciso XXI, da Constituição Federal. Pelo tempo da demora em regulamentar tal direito, imagina-se que o legislador tomou o cuidado de prever todas as possíveis discussões sobre o tema. Ledo engano!! Limitou-se a editar uma norma lacunosa e mal redigida, o que ensejará discussões intermináveis em nossos Tribunais Trabalhistas. Diante disso, algumas questões surgem: A) quando o aviso prévio é concedido pelo empregado também deverão ser observados os termos da nova lei? B) Aplica-se àqueles que estão em aviso prévio na data da publicação da lei? C) Será observada a proporção dos meses trabalhados? e; D) Como se dá a contagem do prazo? Antes de responder tais questões cumpre destacar as normas existentes do instituto do aviso prévio. A parte que desejar rescindir o contrato de trabalho deverá avisar a outra com antecedência mínima de 30 dias. Trata-se da previsão contida no artigo 7o inciso XXI da Constituição Federal e artigo 487, inciso II da CLT. Referido dispositivo trata de norma de eficácia contida, ou seja, depende de norma regulamentadora. Ou seja, até a regulamentação da norma (que se deu com a Lei no. 12.506/11), é devido tão somente aviso prévio mínimo de 30 dias. O aviso prévio é irrenunciável (Súmula 276 do TST), podendo ser trabalhado ou indenizado. Se trabalhado, no caso de despedimento por parte do empregador, o horário de trabalho será reduzido em 2 horas diárias, sendo facultado ao empregado substituir as 2 horas diárias por 7 dias corridos (art. 488 CLT). O aviso prévio tem origem no direito civil e comercial onde, na extinção unilateral de um contrato, a outra parte tem o direito de ser previamente avisada. Apesar de a Constituição Federal consagrar como direito do trabalhador o aviso prévio de 30 dias, a CLT também consagra tal direito ao empregador, o que não poderia ser diferente em razão da natureza jurídica do instituto. De acordo com a nova lei, a cada ano trabalhado o empregado passa a ter direito a 3 dias de aviso prévio, limitado a 60 dias. Ou seja, o tempo máximo de aviso prévio é de 90 dias. Isso ocorrerá caso o empregado tenha trabalhado por 20 anos. A lei não estabelece que a proporcionalidade deve ser aplicada apenas a partir do segundo ano de trabalho, razão pela qual entendemos que após o primeiro ano de trabalho, o empregado já faz jus a 33 dias de aviso prévio. Há quem diga que a proporcionalidade inicia-se a partir do segundo ano, mas não há qualquer determinação neste sentido. Outra dúvida que surge é quanto a proporcionalidade nos contratos inferiores a 12 meses. O empregado dispensado após 2 anos e 10 meses, tem direito a quantos dias de aviso prévio? Considerando apenas o ano completo, teria direito a 36 dias. Contudo, não se pode desprezar o período trabalhado no terceiro ano, razão pela qual deve ser aplicada a proporcionalidade para tal período, através de uma simples regra de 3, desconsiderando a fração. No exemplo acima, teria direito o empregado a 38 dias (30+6+2). E quanto a aplicabilidade da nova lei ao aviso prévio concedido pelo empregado? O empregado que pede demissão tam-
bém deve observar tal proporcionalidade? Duas são as interpretações que surgem. A primeira no sentido de que por se tratar de uma lei que regulamenta o artigo 7o inciso XXI da Constituição Federal, seria um direito assegurado apenas ao empregado, pois o texto constitucional dispõe que “são direitos dos trabalhadores...aviso prévio proporcional”. Contudo, entendemos de forma diversa, ou seja, de que se trata de um direito de ambas as partes, principalmente em razão da natureza jurídica do instituto e por se tratar de um direito recíproco. Além do mais, a lei foi clara ao dispor que o aviso prévio previsto na CLT passará a ser concedido de forma proporcional, o que inclui o empregador. Entretanto, exigir que o empregado preste serviços por mais 90 dias após o pedido de demissão poderá acarretar algumas situações de difícil solução, como por exemplo, a perda da chance em começar a trabalhar em um novo emprego, pois dificilmente um novo empregador aguardará por tanto tempo. Assim, é preciso encontrar uma regra intermediária. Para isso, nos socorremos do próprio raciocínio que o TST utilizou para editar a súmula 276. De acordo com referida súmula, o aviso prévio é irrenunciável, ou seja, o pedido de dispensa não exime o empregado de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego. Ou seja, nos parece que a melhor solução é estabelecer que se o empregado comprovar que obteve um novo emprego, poderá deixar de cumprir o aviso prévio. Nesta hipótese o empregador poderá descontar das verbas rescisórias tão somente o período de 30 dias, conforme determina o par. 2o do art. 487 da CLT. O não cumprimento do aviso prévio por qualquer outro motivo, dá ao empregador o direito de descontar o período total. Outra discussão é quanto a aplicação da referida lei aos contratos extintos e àqueles que estão no gozo do aviso prévio durante a publicação da lei. Data maxima venia aos que entendem de forma diversa, mas no nosso entendimento retroagir a aplicação da lei nada mais é do que instaurar a insegurança jurídica, pois a lei não pode retroagir para atingir fatos já consumados, sob pena de violar o artigo 5o inciso XXXVI da Constituição Federal, bem como o artigo 6o da Lei de Introdução ao Código Civil. Dado aviso prévio, seja pelo empregado, seja pelo empregador, antes da edição da nova lei, tem-se ato jurídico perfeito e acabado, razão pela qual não poderá sofrer alteração.
Por Olga Gitti Loureiro – advogada trabalhista do escritório Monteiro, Dotto e Monteiro Advogados Associados, especialista em Direito do Trabalho pela Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo e em Direito Empresarial pela Escola Paulista de Direito – EPD. E-mail: olga@mdmadv.com.br
1 - As obras nos morros estão em andamento. Qual o prazo para sua conclusão? Qual a importância da parceria entre Prefeitura e Governo Federal? A previsão é que as intervenções estejam concluídas no segundo semestre. Quanto às parcerias, são sempre importantes para potencializar os recursos do orçamento municipal. 2 - O Festival do Chocolate está sendo muito esperado. Quais as novidades para este ano? Há alguma atração já confirmada? Este ano o festival vai manter seu formato de gratuidade e solidariedade com troca de ingresso por alimento e uma das novidades é a programação voltada para o público infantil aos domingos.
3 - O sistema de telefonia e comunicação da cidade ainda está muito aquém do esperado, especialmente quanto ao acesso a internet. Há alguma novidade, ou novo serviço chegando a cidade? Os investimentos em telefonia são de prerrogativa das concessionárias e atendem os cronogramas de investimento e expansão de cada empresa. Mas devo lembrar que recentemente foi inaugurada uma torre na Quarta Divisão que ampliou os sinais de comunicação do Município. 4 - Com o seu mandato chegando ao fim, como o sr. pensa que será lembrado na história da cidade? Estarei feliz se for lembrado como o prefeito que recuperou economicamente essa cidade, colocando-a na rota do crescimento e preparando-a para o futuro. O recente índice da Firjam que nos dá nota A em gestão fiscal e nos coloca entre as cidades do Brasil que melhor cuidam do dinheiro público é um reconhecimento importantíssimo para mim e para todos que nos ajudaram a ocupar esse lugar de destaque no ranking de uma das instituições mais respeitadas desse país. 5 - O candidato do governo é o Dedé da Folha. Mas, toda essa especulação em torno de ele poder ou não concorrer às eleições não estaria atrapalhando o sr. a fazer seu sucessor? Se não for possível, há uma outra pessoa? Questões eleitorais devem ser tratadas pelos partidos políticos e seus responsáveis. Prefeito de Ribeirão Pires – Clóvis Volpi
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Por Vanessa de Oliveira
Empresários e prestadores de serviço da produção imobiliária reivindicam CETESB em Ribeirão Pires Meio ambiente e progresso são dois temas que parecem se digladiar, já que o primeiro é sinônimo de preservação e o segundo requer intervenção para ser viabilizado. Esse confronto é ainda maior em cidades como Ribeirão Pires, inserida em área 100% de mananciais. No entanto, respeitando as questões ambientais é possível crescer em harmonia com a natureza. Priorizando sua característica e visando proporcionar maior agilidade a munícipes e empreendedores no processo burocrático para a obtenção laudos de licenciamento para intervenções ambientais de impacto local, a Prefeitura Municipal firmou convênio com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) em março de 2009, para municipalizar a questão. Porém, em dezembro do ano seguinte, a autorização foi suspensa para que o município compatibilizasse seu Plano Diretor com a Lei Específica da Billings, sancionada pelo governo do Estado em fevereiro de 2010, com o objetivo de tornar possível a regularização de imóveis e ao mesmo tempo recuperar ambientalmente a área. Após um período de muito trabalho, a adequação foi feita e aprovada em julho de 2011 pela Câmara ribeirãopirense. Entretanto, o documento encontra-se sob análise do Comitê do Alto Tietê para que o convênio seja retomado. A situação está dificultando a vida da população, em especial a de profissionais ligados ao ramo imobiliário, que ficam de mãos atadas para exercerem seus trabalhos. Sem a emissão de laudos no município, as solicitações de licenciamento ambiental são encaminhadas para o escritório da CETESB em São Bernardo do Campo que, sobrecarregada por atender toda a região, não consegue oferecer retorno rápido. Diante do fato e com Ribeirão Pires sendo 100% mananciais, uma unidade da Companhia seria de extrema importância, argumenta a proprietária de imobiliária, Eliete Vieira que, por conta das dificuldades, aborta a média de três negócios por mês. “Em Mogi das Cruzes tem um escritório que atende, além da cidade, Suzano, Itaquaquecetuba e Poá, que são muito menos adensadas e com muito menos problemas do que o Grande ABC. Chega a ser ridículo, a nossa região enorme, extremamente adensada e com um mercado imobiliário crescendo vigorosamente, ter um escritório para cuidar de todo mundo”, ressaltou ela. “E olha que Mogi e Suzano nem estão em área 100% de manancial”, acrescentou o engenheiro civil Jorge Rikio Nihei.
Grupo acredita que escritório da CETESB seria de grande importância para o crescimento da cidade
Facilidade e agilidade O oficial de registro de imóveis do cartório de Ribeirão Pires, Luc da Costa Ribeiro, ressaltou que está devolvendo os pedidos de averbação de construções que não apresentem a carta de vinculação do licenciamento ambiental e que, com a demora da volta do licenciamento ambiental municipal, a tendência é de que novas construções irregulares se somem às já existentes (segundo Eliete, de 45 mil moradias, 30 mil estão irregulares). Ele compartilha da ideia de que um escritório da CETESB na cidade seria uma grande contribuição para o crescimento sustentável da Estância Turística. “Para fazer tudo certo, precisa ser fácil, sério, por isso que um escritório da CETESB na cidade seria extremamente bom”, declarou. “A falta de agilidade nas aprovações gera ocupações irregulares em todos os bairros da cidade, mas ninguém informa os munícipes que a lei só prevê regularizações para as construções comprovadamente consolidadas até o ano de 2009, ou seja, quem estiver construindo agora sem respeitar as taxas de permeabilidade ficarão impossibilitados de regularização, e se no futuro quiserem comercializar seus imóveis terão apenas como solução a demolição das áreas construídas a maior”, completou Eliete. Crescimento sustentável A lentidão em conseguir resposta rápida tem afastado empresários que veem na cidade um local estratégico para a implantação de uma indústria, já que o município está próximo tanto do Porto de Santos, como da capital paulista. “Há indústrias que, por serem poluentes, realmente não podem se instalar aqui, mas tem muitas que não são e poderiam vir à cidade gerar renda, mas, por conta da burocracia, acabam não se viabilizando”, conta Lauro Y. Akao Filho, vice-presidente da área de Indústrias da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Ribeirão Pires (ACIARP). Um escritório da CETESB no município, que desse rápido retorno à demanda, seria o ideal para mudar essa realidade, que não atinge só Ribeirão Pires. “Ter um escritório em Ribeirão também traria maior agilidade para Rio Grande da Serra, pois a vizinha também está inserida 100% em área de mananciais”, lembrou. Eliete enfatizou que, se o poder público não pressionar para que o convênio seja restabelecido o quanto antes, o setor imobiliário da cidade tende a passar por uma crise. “Se não for rápida a solução, vamos ter 50% das imobiliárias fechando as portas ainda esse ano”, prevê, reafirmando mais uma vez, que um escritório da CETESB na cidade seria fator preponderante para Ribeirão Pires já que, nos últimos vinte anos, os convênios não foram capazes de garantir celeridade nos processos. “Eles são apenas um paliativo e a solução permanente se faz necessária. A CETESB precisa tomar ciência que deve intervir com mais seriedade nas áreas 100% protegidas, inclusive, incluindo áreas de outros municípios que fazem parte das mesmas bacias. Não adianta ter uma lei e não existir instrumentos de fiscalização eficiente”, pontuou. “Ninguém pode ficar sem trabalhar só porque está em área de manancial. O que temos é que cumprir a lei ambiental e ter um organismo para fazer o licenciamento rápido. Resolvido isso, a cidade vai andar, ou melhor, vai deslizar, porque com a aprovação da Lei da Billings abrimos espaço para uma nova temporada de crescimento da cidade, crescimento sustentável, o que significa melhor qualidade de vida para todos”, finalizou.
Por Danilo Meira
Antônio Muraki: um samurai a serviço da comunidade nipônica Antônio Muraki analisa projeto do novo ginásio de esportes do Kaikan
Antônio Muraki e Deputado Hélio Nishimoto
Figura de grande destaque no cenário político regional, o vereador Antônio Muraki tem se destacado também pelo trabalho junto a comunidade nipônica da cidade. Como presidente do Kaikan, a Associação Cultural Nipo Brasileira de Ribeirão Pires há vários anos, viabilizou inúmeras atrações e melhorias para a entidade, que traz cultura e entretenimento também para a população da cidade. Uma delas é o ginásio poliesportivo que será erguido no local, velho sonho que será realizado após um entendimento entre Muraki e o deputado estadual Hélio Nishimoto (PSDB). “Mais uma vez conseguimos uma melhoria para a comunidade Nipo de Ribeirão Pires. Uma ótima conquista, desta vez para a Associação Nipo-Brasileira da Estância que almejava há tempos por um ginásio poliesportivo”, afirmou orgulhoso. Com isso, o esporte, uma das atividades mais desenvolvidas entre os membros da associação, deverá ter ainda mais destaque. “Agradeço a compreensão e sensibilidade do nobre Deputado Hélio Nishimoto e em nome de toda a Diretoria do Kai Kan, quero deixar publico nossa gratidão”, ressaltou o vereador. Além da contribuição para o esporte, há também a cultural. No último dia 24 de Março, foi reinaugurado um dos cartões postais de Ribeirão Pires, o Jardim Oriental que, este
ano, completa 41 anos de vida. Nesse período, foi visitado por milhares de pessoas, que lá tiraram suas fotografias de família ou até mesmo de seus casamentos, prova clara de que é um lugar que mora no coração de todos os ribeirãopirenses. Em 1971, contou com a presença do Embaixador do Japão Nobuo Oguchi em sua inauguração. Desta vez, estiveram presentes o Consul Geral do Japão Kasuaki Obe e a Consuleza Eiko Obe que, em seus discursos fizeram questão de enfatizar os laços entre Ribeirão Pires e a coletividade japonesa, desde sempre marcados pelo carinho, amizade e respeito. “O povo de Ribeirão Pires, independente de raça ou cor, acolheu centenas de famílias japonesas que, em muitos casos, aqui chegaram com sérias dificuldades, inclusive financeiras”, afirmou o Cônsul, antes de ressaltar que “com muita garra, mesmo sem saber falar ou entender a língua portuguesa, as famílias japonesas de Ribeirão Pires trabalharam para o crescimento da cidade e do Brasil”. Ele finalizou agradecendo a Antônio Muraki “por representar a colônia japonesa dignamente e com muita transparência” e ao prefeito Clóvis Volpi e sua esposa, a primeira-dama Lígia Volpi, pela “atenção e o maravilhoso Jardim Oriental, representando aqueles que já nos deixaram e os que continuam crescendo junto com esta cidade que é a mais bela da região”.
Por Danilo Meira
Mara: “ser política para mim é uma honra, não uma carreira profissional”
Pedagoga, administradora escolar, socióloga da educação, ex-diretora do Felício Laurito, inovadora. Todos esses atributos estão juntos em Mara Carvalho Ribeiro, a Professora Mara, que tem também uma lista de serviços prestados a Ribeirão Pires. Desde a ajuda para campanhas diversas, como a da doação de sangue, até campanhas para a prevenção do Câncer de Mama, Aids e contra as drogas, além de trabalhos para a conscientização eleitoral em jovens, seu nome
sempre esteve em meio a várias ações, mostrando todo o seu engajamento social, especialmente em saúde e educação. Sua carreira política começou em 1992, quando concorreu pela primeira vez e foi bem votada. Entretanto, por conta do quociente eleitoral, não conseguiu a vaga. “tive a população ao meu lado, com uma boa votação, mas não entrei. E gente com muito menos votos foi eleita. Fiquei decepcionada, mas vi que muitas pessoas estavam do meu lado e estão até hoje”, comentou. Prova disso é que, em 1996 e 2000 foi eleita por duas vezes consecutivas. Na Casa, pode fazer muito mais pela cidade, com ações de destaque como, por exemplo, o Vereador Mirim, que é reconhecida até hoje: “foi um projeto em que jovens que estivessem entre a quinta e a oitava série e tivessem no máximo 15 anos iam a Câmara para conhecer como era o dia-a-dia da casa”, explicou. Após seu período na Câmara, passou a atuar na Prefeitura, lotada na Secretária de Educação, onde trabalhou mais especificamente com a alfabetização de jovens e adultos, tendo elaborado um projeto de inserção social muito interessante: “mais do que a alfabetização formal, também fizemos a social, ensinando à terceira idade coisas simples, como usar um banco, já que muitos deles, antes disso, deixavam suas contas a cargo de terceiros”, afirmou Mara que ainda ressaltou: “isso é qualidade de vida”. Mulheres na política Hoje, a presença das mulheres no âmbito político está cada vez maior. Mara vê isso de forma muito positiva, como o reconhecimento de como as qualidades femininas podem contribuir para a sociedade: “a mulher não tem medo, enfrenta mais e, até pelo fato de muitas delas dividirem a jornada entre casa e família, soluciona os problemas de uma maneira melhor, com pés no chão e foco no trabalho”, afirmou. Por isso, Mara também tem um trabalho forte de conscientização, como membro do Conselho da Condição Feminina. A próxima ação do órgão, inclusive, é neste sentido, com o curso de Promotoras Legais: “vamos ensinar as leis, para que todas saibam como reivindicar seus direitos”, disse. Fora tudo isso, ela ainda tem ideias para a cidade. “Ribeirão Pires precisa de mais educação, saúde e segurança, fatores que trarão melhor qualidade de vida para todos”, disse, antes de finalizar, afirmando que é uma questão de foco e amor, de saber do que realmente se trata representar a cidade: “para mim, política é uma honra e não uma carreira profissional”, concluiu.
Cuidados para evitar micoses
Por Dra. Márcia Gloria de Albuquerque, Dermalogista / CRM 79578 Hospital Ribeirão Pires
Há diferentes tipos, mas os sintomas em geral são os mesmos: pruridos, descamação e eritema local. Estamos falando de micoses, afecções cutâneas causadas por fungos, cuja incidência aumenta no verão, quando as pessoas frequentam mais praias e piscinas. Dra. Márcia Gloria de Albuquerque, Dermalogista do Hospital Ribeirão Pires, explica que o contato é direto, através de águas de piscinas, pisos de banheiros, areias contaminadas com fezes de animais. A doença pode ser transmitida, também, por alicates, palitos e bacias de manicures. Pessoas com baixa imunidade, como os diabéticos, são mais vulneráveis. A médica explica que o diagnóstico deve ser preferencialmente clínico porque o exame laboratorial pode dar falso negativo. O tratamento, com tempo de duração variável, pode ser tópico ou sistêmico, dependendo do tipo de micose e da sua evolução. Dra Márcia alerta que, se não tratadas, as micoses podem evoluir para erisipelas. Por isso é importante buscar orientação médica o mais rápido possível e, sobretudo, tomar cuidados preventivos. É aconselhável o uso de chinelos em locais públicos, como piscinas, vestiários, areia da praia, utilizar materiais esterilizados em manicures, secar bem os pés e as virilhas após o banho e usar roupas leves e confortáveis no verão.
Por Thiago Quirino
Conteto 100 Anos - História, Evolução e Prestação de Serviço, tudo em uma empresa familiar, dinâmica e centenária Embora a Estância Turística de Ribeirão Pires tenha comemorado recentemente seus 58 anos de emancipação, a cidade tem muito mais anos de história. Em 2012, celebra-se o centenário de peças importantes como a Igreja Matriz, o Ribeirão Pires Futebol Clube e também a Conteto Contabilidade. Tudo começou por acaso, no início do século passado. Na época, a estrada de ferro era nova na região e a cada descarregamento de material que chegava pela linha férrea exigia-se um registro. Como havia poucas pessoas que tinham o conhecimento ideal de matemática e soubessem escrever bem, os Menato (avós do senhor Ernesto Menato, hoje cabeça da empresa) colaboravam, escriturando as entregas de pedras, tijolos, lenhas e outros produtos. Aos poucos a ajuda foi se transformando em profissão e hoje, um século depois, a família coordena uma das maiores empresas de contabilidade da região. “A princípio, meus avós faziam um quebra-galho para o pessoal da estrada de ferro, depois meus pais continuaram o trabalho”, relembra Ernesto Menato, conhecido por toda cidade como Teto. Conforme os anos foram passando, a Conteto Contabilidade teve que acompanhar o desenvolvimento da sociedade, inclusive o “boom” da globalização. “Antigamente não havia a quantidade diferente de tributação como hoje. Tivemos que fazer nossas adaptações para acompanhar o mercado contábil, isso incluiu a compra de equipamentos e o treinamento de profissionais”, comenta Teto. “O contador tem essa responsabilidade de se informar, estar atualizado. Vai chegar um tempo em que a Receita Federal vai fazer a declaração de Imposto de Renda e enviar para a pessoa confirmar, tudo computadorizado”, projeta. E nesse mundo tecnológico, o contabilista que se mantém informado e atualizado é que vai continuar trabalhando. Hoje, sem um computador com programas específicos o contabilista não faz seu trabalho. Teto sabe muito bem disso e procura sempre se atualizar. “Hoje existe um sistema para cada tarefa contábil”. Outro detalhe foi fazer com que a qualificação acompanhasse o ritmo moderno: “Tive que formar mão de obra aqui porque a formação era precária, não tínhamos escolas especializadas na região”, conta Menato sobre uma época em que não existiam faculdades de ciências contábeis ou econômicas na região. A contabilidade é uma profissão dinâmica e exige um
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acompanhamento diário das atualizações, que não são poucas. Por ano são quase 10 mil alterações como regras, decretos e novos procedimentos que precisam ser estudados. A informatização, a execução e a legislação, tudo teve que ser acompanhado pelos profissionais da área. Nesse sentido, Ernesto Menato dá um último conselho: “Nós temos muito que aprender, tudo para o progresso!”. Centenário – Teto modestamente não se orgulha de encabeçar uma empresa com 100 anos de atividade e brinca: “Não me sinto mais especial porque tem outros que estão fazendo centenário, como o RPFC tem 100 anos. Eu mesmo estou com 80 anos e logo chego lá. O que todos esses anos acrescentam, é claro, é o conhecimento, a experiência e os clientes que conquistamos ao longo dos anos”. Futuro – A continuidade da empresa seguirá nas mãos da família. Hoje, Marcelo Menato, filho de Teto, segue ativamente a frente do empreendimento, dando continuidade ao legado. “Já os meus netos não pensam muito nisso e do jeito que vão as coisas eu duvido que e eles queiram continuar”, revela Ernesto, que completa com bom humor: “Tenho um neto que quer ser um piloto de avião de guerra”. Na visão do grande patriarca, a Conteto ainda terá outros 100 anos pela frente.
Gabriel e a avó Antonieta
Famílias centenárias: passado, presente e projeto de futuro para Ribeirão Pires Por Vanessa de Oliveira
A nomeação de ruas ou bairro é uma homenagem que eterniza alguém que prestou relevantes serviços à determinada cidade. Ter a nomenclatura em várias vias, escolas e uma vila significa ampla participação na construção de toda a história do município. É o caso das famílias Eid e Roncon, em Ribeirão Pires, que chegaram há muitos anos em terras brasileiras e ajudaram a escrever, junto a outras como Rimaik e Bueno, a trajetória da Pérola da Serra. Se os antepassados muito contribuíram, a nova geração acredita que pode fazer ainda mais pelo futuro, afinal, tem no DNA garra e determinação. Aos 22 anos, Gabriel Eid Roncon planeja disputar o Legislativo ribeirãopirense, projetando dias melhores ao município que o viu crescer e o qual também acompanhou o crescimento que contou com a participação de seus familiares. Foram variados capítulos escritos no passado com muito trabalho, 17 que agora, no presente, o herdeiro planeja dar continuidade.
Eid, Roncon, Rimaik e Bueno: o crescim “Ribeirão Pires, cidade serrana, acolhedora, saudável e humana”. A frase do hino da cidade resume bem o que representa as terras ribeirãopirenses e foi isso que os irmãos Adib e Wady Eid encontraram quando chegaram da antiga Síria, hoje Líbano, por volta de 1918. A vinda ao Brasil foi motivada por outros familiares que cá estavam e viam neste país oportunidades de crescimento profissional. O município não foi o início da trajetória dos sírios em solo brasileiro. Após desembarcar no Porto de Santos no dia 1º de maio de 1915, com a recepção de Abdalla Chiedde (que anos mais tarde, junto á Adib, Wady e outros comerciantes, ajudaria na emancipação de Ribeirão Pires), os irmãos foram para Pirajuí, interior de São Paulo. Cerca de três anos depois, ambos fixaram-se em Ribeirão Pires, apelidada “presépio serrano”. “A turma que morava em Santos e tinha chácaras na cidade onde passavam os fins de semana, comparavam a cidade a um presépio por ela ser bonita e arrumada; já o ‘serrano’ é porque estamos no alto da serra”, explica o ribeirãopirense Fausi Eid, 78 anos, filho de Adib com Rosa Tanus Eid, com quem teve mais seis filhos, todos nascidos em Ribeirão Pires. Os irmãos abriram um armazém tipo “secos e molhados”, típico comércio do século XIX que vendia desde grãos in natura e a granel, até utensílios de uso doméstico e de trabalho na lavoura, sendo a grande maioria dos produtos de origem artesanal. “Eles foram um dos primeiros comerciantes da cidade”, conta Fausi. Naquela época, a cidade pertencia a Santo André da Borda do Campo e chamava-se Caguaçu, que significa “mata grande” ou “mata virgem” em Tupi Guarani. Devido à dificuldade de se fazer qualquer coisa, já que tudo dependia do município andreense, os irmãos juntaram-se a outros comerciantes em busca da emancipação da cidade, processo concluído em 19 de março de 1954. Começavam ali os imbróglios da política, sendo o principal deles quem seria o prefeito do novo município. Apesar da participação na conquista da independência de Ribeirão Pires, Adib e Wady não almejaram o cargo de poder. “Eles falavam que não queriam se meter em política, pois naquela época, a área já não era bem vista, assim como hoje. Então, apoiaram aqueles que haviam participado da emancipação”, conta Rames Eid, 70 anos, filho de Wady e Rosa Sabbag Eid, também nascido em Ribeirão Pires, como seus três irmãos. O primeiro prefeito da cidade foi Arthur Gonçalves de Souza Junior.
Família Rimaik Assim como a Família Eid, os Rimaik também vieram da Síria ao Brasil em busca de novas oportunidades. Na chegada, em 1924, Jamil Rimaik e Fariza Sabbag Rimaik (filha de Sophia Abourizk Sabbag e Felipe Sabbag, empresário bem sucedido que chegou a Ribeirão Pires em 1905) rumaram para Olímpia, interior de São Paulo, onde o irmão de Jamil, Miguel Rimaik, já morava. Em 1953, um ano antes da emancipação, mudaram-se para Ribeirão Pires para ficarem próximos a um de seus filhos, Feiz Rimaik, que estudava na capital. Na cidade, montaram a loja “Brasileira”, especializada em tecidos e armarinhos. O estabelecimento era localizado entre as ruas Boa Vista e Felício Laurito, na área central, onde ficaram até 1964, quando tiveram que devolver o prédio ao proprietário. Em homenagem a Jamil, em 07 de março de 1986, o então prefeito Valdírio Prisco denominou de “Praça Jamil Rimaik” o logradouro situado no local. “Porém, quando reformaram o centro, sumiram com a praça”, lamenta José Felipe Rimaik, sobrinho de Jamil. Com a devolução do imóvel onde estava estabelecida a loja “Brasileira”, Fariza e Jamil, então, abriram uma boutique na Rua Colina, ainda na região central. A veia comercial estava em toda a família. Miguel Rimaik, irmão de Jamil, tinha um comércio em Olímpia, onde morava, mas veio a Ribeirão Pires buscar a irmã de Fariza, Sumaia, para se casar. Posteriormente, o casal se juntou com Geni Eid e Rames Eid na sociedade da malharia Nuria, que se tornou tradicional na cidade. “A malharia até exportava para o exterior”, conta Jeanet Rimaik Eid, 79 anos, filha de Jamil e sobrinha de Miguel, nascida em Olímpia e moradora de Ribeirão Pires desde 1953. Duas famílias que, com vocação para os negócios, geraram renda e fizeram a então pequena Pérola da Serra se desenvolver.
mento de Ribeirão Pires passou por eles Família Rimaik
Familia Eid
Família Bueno
Família Roncon
Famílias Roncon e Bueno Em outro ponto do globo terrestre, na Europa, estavam os Roncon. O casal Luigi Roncon e Giovanna De Biasi vieram para o Brasil, como colonos contratados, por volta de 1892 com os filhos Eugenio,12 anos; Luigi (Luiz), 11 anos; Giovanni (João), 6 anos; Virgilio, 1 ano; e Catharina Magdalena, com 3 anos. Em Minas Gerais, em Juiz de Fora (atual Belmiro Braga), nasceu mais uma herdeira em 1893: Maria Roncon. A família deixou para trás, no Porto de Genova, laços familiares, tradições e amizades adquiridos através de várias gerações vividas nas cidades de Zugliano, Brogliano e Lugo di Vicenza, Província de Vicenza, Itália. Após a travessia do Oceano Atlântico, em viagem que durava de 30 a 40 dias, o navio que trouxe os Roncon atracou no porto da cidade do Rio de Janeiro, onde era feita a inspeção sanitária nas “Ilhas das Flores”, de modo a impedir o ingresso de doenças no Brasil, principalmente da cólera. Pelos trilhos da Estrada de Ferro Leopoldina foram conduzidos a Juiz de Fora para trabalharem em uma fazenda de café (Fazenda do Areião). Terminado o contrato de trabalho, dedicaram-se á agricultura e criação de galinhas em terreno arrendado. Em 1906, quando o patriarca Luigi morreu, Giovanni (João), com 20 anos e motivado pelo fato de uma praga dizimar as galinhas, migrou para Ribeirão Pires, onde foi trabalhar em uma olaria no bairro de Santa Luzia, chamada “Olaria do Turco”, onde hoje fica o campo de futebol da Santa Luzia. Tempos depois, arrendou essa olaria e trouxe a família de Minas Gerais ao município, para juntos, produzirem tijolos de barro. Em 1910, adquiriram de Ângelo Pandolfi e Josefina Laurito Pandolfi uma área de sete alqueires na “Estrada dos Limas” (hoje Rua Eugenio Roncon), onde construíram a primeira olaria e as casas para abrigar suas famílias e as dos empregados. Atualmente, nessa área encontra-se a Transportadora Mattos. Em 1920, adquiriram a prazo, por “cinco contos de réis”, da Família Sortino, uma área de 36 alqueires, que hoje abrange a Vila Caiçara, Jardim Luzo e o Morro do Embaixador, estendendose até a Fazenda Matarazzo no final da Rua Eugenio Roncon. Em todas essas áreas, foram construídas por eles nove olarias e houve reflorestamento com eucaliptos com a finalidade de se produzir lenha para queimar nos fornos, cuja capacidade média era de 40 mil tijolos. A marca dos tijolos passou a ser Irmãos
Roncon (I * R). Uma parte da produção era vendida no Grande ABC e a outra embarcada em vagões da Estrada de Ferro Santos a Jundiaí, com destino a Santos. Todo o final de mês, os Roncon, juntamente com membros de outras famílias tradicionais de Ribeirão Pires, desciam a Serra do Mar rumo a Santos, em seus ternos alinhados e chapéus nas devidas cabeças para receberem pelos tijolos vendidos. Na época da 2ª. Guerra Mundial, quando o Brasil declarou guerra ao eixo (Itália, Alemanha e Japão), por não terem documentos (o famoso “salvo-conduto”), eram obrigados a desembarcar do trem em Paranapiacaba e descer “a pé” pelos trilhos até o quarto patamar, senão, seriam presos pela polícia de Vargas. Em 1945, desfizeram a sociedade e as olarias passaram a ser dirigidas pelos filhos, até que entraram em decadência na década de 70 pela falta de mão de obra, concorrência de outros produtos que vieram a substituir o tijolo, como o tijolo furado e o bloco de concreto, barateando o custo da construção. O crescimento da prole Roncon fez com que a atividade comercial da família fosse diversificada. O primeiro motorista de taxi da cidade também foi da família Roncon. Orlando Roncon recebeu a chapa de aluguel de ponto nº 001. Giovanni Roncon (João) adquiriu de Adib Eid um armazém de “secos e molhados” na Rua do Comércio com a Rua Capitão José Gallo. Contada até 1996, a família Roncon, na quinta geração, abrange mais de 300 pessoas ligadas diretamente aos laços sanguíneos de Luigi Roncon e Giovanna de Biasi. Possui também ramificações com outras famílias tradicionais de Ribeirão Pires, como as famílias Bertoldo, Zampol, Ripoli e Gianasi. A partir de um casamento, outra família tradicional somouse à Roncon: Gildo Roncon, taxista na cidade por mais de trinta anos, casou-se com Antonia Bueno, pertencente a um clã de pessoas que também fizeram história em Ribeirão Pires, como João de Amaral Bueno, nascido em Atibaia e que na cidade serrana foi ferroviário, chefe de estação, delegado e trabalhou por mais de 25 anos no caixa da loja de móveis Nardelli, de Ricardo Nardelli, já falecido. Sua atuação na cidade lhe rendeu o título de cidadão ribeirãopirense. Eid, Roncon, Rimaik e Bueno: famílias unidas pelo destino e que, cada qual ao seu modo, ajudaram a escrever diversos capítulos da história de Ribeirão Pires.
Gabriel Roncon – o projeto de manter a tradição da família na cidade Gabriel Roncon
Os nomes de ruas, escolas e até de um bairro mostram que as famílias citadas nesta reportagem foram atuantes no desenvolver de Ribeirão Pires. E o jovem Gabriel Eid Roncon, 22 anos, não quer que a atuação do clã fique remetida apenas ao passado. Nas eleições municipais de outubro, o pré-candidato planeja conquistar uma das dezessete cadeiras que o Legislativo terá em 2013. Gabriel é o primeiro da família centenária a ingressar na área política, já que seus antepassados participaram amplamente da história da cidade, mas sem ligação com essas questões. “Na época ninguém tinha vocação; o Gabriel tem”, ressalta o primo Rames Eid. Gabriel é ribeirãopirense de nascimento, cursa o último ano da faculdade de Administração e administra um dos postos de combustível da família. Desde a adolescência, gosta de acompanhar as notícias políticas, tanto do Estado e do país, como de sua cidade. No entanto, a entrada nessa área se deu por acaso. Aos 18 anos, durante uma aula de direção com o instrutor e atual vereador Jorge Luis de Moraes, mais conhecido como Jorge da Autoescola (DEM), na época candidato, uma atitude de Roncon despertou a atenção do democrata. “Estávamos fazendo uma aula, quando começou a passar
uma notícia de política no rádio e aumentei o volume para ouvi-la. O Jorge me perguntou se eu gostava da área, pois achou difícil um jovem se interessar pelo assunto. Respondi que gostava de saber como estavam as coisas e, então, ele me convidou para ajudá-lo em sua campanha”, lembra. Naquela época, o pai de Gabriel, Gildo Luiz Roncon, 51 anos, planejava sair candidato, o que fez o rapaz não aceitar o convite de imediato. Quando o patriarca decidiu não entrar na disputa, o jovem voltou seu apoio ao democrata. Com o êxito de Jorge da Autoescola nas urnas, Gabriel assumiu o posto de chefe de gabinete do parlamentar e se filiou ao Democratas. Vivenciando a política no dia a dia, o interesse pela área aumentou. “Peguei gosto pela política. Vi que, com um bom trabalho, é possível ajudar muita gente e fazer muita coisa pela cidade”, conta. Em 2010, com o desejo de alçar voos maiores, Gabriel se licenciou das funções na Câmara. Para não concorrer a uma vaga no Legislativo junto com o amigo Jorge, pelo mesmo partido, também se desligou do DEM. Recebeu propostas de filiações de várias siglas e, no ano passado, fechou com o PR, presidido pelo secretário de Governo Nonô Nardelli. “Gosto muito do grupo do Nonô. Acredito que fará, pelo menos, quatro cadeiras na Câmara”, projeta.
Passado e presente
se unindo para o
FUTURO
Gabriel Roncon e Helena
Em um primeiro momento, a família de Gabriel se surpreendeu com a ideia do jovem querer seguir a carreira política. A mãe, Cristiane Rimaik Eid, 50 anos, se assustou e, movida pelo instinto materno, preocupou-se com o fato do filho entrar em uma área tão delicada e tão mal vista aos olhos de muitos, desacreditados em mudanças diante de tanta corrupção que assola o país. “Até pensei em pedir para ele desistir, mas percebi que, no fundo do coração dele, a vontade era iniciar carreira política. Se generalizarmos que a política é toda podridão que dizem, quem é que vai mudar e plantar o bem na cidade?”, indaga a matriarca. Kauê Roncon, 26 anos, irmão de Gabriel por parte de pai, inicialmente discordou do caminho que o jovem está determinado a seguir, também por preocupação de que ele estaria entrando em uma área considerada por grande parte das pessoas como um “ninho de cobra”. “Quando se fala em política, a primeira imagem que vem à mente é de pessoas que só pensam no seu próprio bem, mas ele me mostrou que há um lado bom e tem potencial de mudar isso. Dou todo o apoio e estarei junto com ele para enfrentar qualquer parada”, frisa. “Sei o quanto Gabriel é determinado. Confio na postura dele e sei que ele dará sempre o seu melhor”, completa a irmã caçula, Luize Eid Roncon, 21 anos. A avó materna de Gabriel, Jeanet Rimaik Eid, emocionase ao falar dos passos que o primeiro neto está dando no âmbito político. “Toda a vida procurei ficar ao máximo perto dele, acompanhando cada momento e agora ele está superando as expectativas. Gabriel é um menino muito especial”, diz, com lágrimas nos olhos. O que leva um jovem de 22 anos, no auge da fase de “curtir a vida”, a ter projetos que demandem tanto compromisso e responsabilidade? Para o pai, Gildo Luiz Roncon, é a vocação. “Ele é novo, poderia estar em balada, agito, mas não é isso o que ele quer. Se ele for como político o que é para a família, será excelente”, exclama. Cristiane afirma que, se Gabriel for eleito, será uma rígida fiscal do filho. “Serei uma fiscal do Gabriel e cobrarei que olhe e zele pelo social, saúde, educação... O bem deve prevalecer o mal se contarmos com pessoas com ideais”. João Roncon Neto, 63 anos, primo de quarto grau de Gabriel, ressalta que, pelo valor histórico e social da família na cidade, já passou da hora de ter alguém que buscasse representar o município. “A família Roncon conseguiu fixar raízes e evoluiu de braços dados com o município e, graças a muito sacrifício e trabalho, escreveu sua epopéia na história de Ribeirão Pires. Pelo que representa na cidade, é necessário ter alguém na política que defenda com dignidade o bem comum, enaltecendo assim o sobrenome que carrega”, argumenta. “O crescimento da cidade se deve aos antepassados das nossas famílias. Hoje, continuamos com o empreendedorismo na cidade e estamos investindo o que é mais importante para nós: nosso filho”, destacam Gildo e Cristiane. Gabriel afirma que, se alcançar seu objetivo, defenderá sua cidade com unhas e dentes e continuará honrado o sobrenome da família. “Não entrei na política para ser mais um; entrei para fazer a diferença”, pontua. “Na minha pré-candidatura, quero dar as mãos aos meus familiares para chegarmos juntos à linha de chegada, pois o mais importante na vida de uma pessoa é a família”, finaliza.
Por Thiago Quirino
Paixão por duas rodas e respeito ao cidadão
Integrantes do Forasteiros da Estrada
Entre os anos de 1920 e 1930, jovens norte-americanos se reuniam em grupos para apostar corridas de motocicletas em lugares desertos. Poucos anos depois, com o final da Segunda Guerra Mundial, alguns ex-soldados que voltavam aos EUA modificaram suas motos (Harley Davidson, Indian), para deixá-las mais parecidas com as motos europeias, que eram mais leves e velozes, criando dessa forma as motocicletas no estilo Chopper e Bobber. Entusiastas dos referidos modelos de motocicletas reuniam-se em grupos para viajar por todo país. Os grupos levavam os mesmos nomes dos regimentos do exercito americano que serviram na Segunda Guerra como os Hells Angels e os War Dogs. No decorrer das décadas, especialmente de 1970 e 1980, os moto clubes ganharam notoriedade e, infelizmente, má fama por causa do tráfico de drogas, brigas e assassinatos cometidos por integrantes de algumas associações. Mas isso faz parte do passado, hoje os motoclubes são compostos de diferentes personalidades, como professores, empresários, secretários, frentistas, vigilantes e etc. No Brasil os motoclubes foram “montados” aos moldes americanos seguindo estatutos, organogramas ou acordos de cavalheiros. O dia 15 de novembro não é considerado uma data histórica somente por comemorar o Dia da Proclamação da República. Em 1996, nascia em Ribeirão Pires um grupo formado por pessoas comprometidas com o bem-estar social da população e com uma paixão em comum: as duas rodas. Assim, o Forasteiros da Estrada Moto Clube iniciou suas atividades criando um marco na história do município. Atualmente sob o comando de Luiz Carlos Denadai, o Forasteiros da Estrada realiza eventos e reúne uma vasta gama de apaixonados por motos. Cidinha Denadai, uma dona de casa exemplar, mas que se transforma quando vai aos encontros do MC, revela um importante detalhe: “Temos muito respeito pelo nosso brasão. Levamos o nome do grupo e da cidade e, por isso, agimos com muita responsabilidade”. Isso inclui obediência total às leis de trânsito. “Quando saímos em comitivas, respeitamos os limites de velocidades, as motos menores ficam sempre no meio e as mais velozes andam na mesma velocidade”, destaca. Reunir famílias, arrecadar alimentos, praticar beneficência, se divertir, tudo isso faz parte das atividades do Forasteiros da Estada MC em seus encontros mensais.
Por Gazeta
Conteto comemora 100 anos no 9º Baile da ACIARP A Conteto Serviços Contábeis comemorou seus cem anos de atividade, além do 58º aniversário de Emancipação da cidade com um jantar festivo no Ribeirão Pires Futebol Clube, em parceria com a ACIARP. Confira as imagens abaixo.
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10 Foto 1: As três gerações Menato: Marcelo, Daniel e Ernesto (Teto) recebem a homenagem do Presidente da ACIARP Gerardo Sauter. Foto 2: Marcelo e Ernesto Menato (Teto) posam juntos com as funcionárias. Foto 3: Maria Inês, Carlão, Lucia, Medugno, Mario e Cida Nunes. Foto 4: Humberto D’Orto, Eliana, Mercedes D’Orto e Estefano Dall’Anese. Foto 5: Teto (em pé), Feiz Rimaik, Mara Bechara, Silvia Sabag, Assad Sabag (Sud). Foto 6: Ana e Gerson Constantino, Michelle e Saulo Benevides, Koiti e Regiane. Foto 7: Oduvaldo, Mariana, Thizi, Luciano e Edgard. Foto 8: Jussara, Iraci, Sueli, Teto e Olga. Foto 9: Ligia Volpi, Mercedes D’Orto, Estefano e Clóvis Volpi. Foto 10: Nonô Nardelli e Gerardo Sauter. Foto 11: Teto, Marcelo Menato e seu filho Daniel. Foto 12: Vera e Mauro. Foto 13: Teto e Gazeta, amizade de 50 anos.
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Inaugura com jantar Pró-APRAESPI A Inauguração Oficial do Castelo dos Lagos, o novo espaço de eventos da região, reuniu cerca de quatrocentos convidados em Jantar Dançante na noite de 13 de abril com renda total destinada a APRAESPI, Associação de Prevenção, Atendimento Especializado e Inclusão da Pessoa com Deficiência.
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Foto 1: Lair, Superintendente da APRAESPI, o marido Ervel, Joãozinho Oliveira, Presidente da Entidade e a esposa Silvia. Foto 2: Elaine, Caroline, Gildete e Luana. Foto 3: Elisete, Vicentinho e Cléo. Foto 4: Lia, Bila, Jéssica, Roque e Eliana. Foto 5: Dario, Paulo, Mauricelio, Rafael, Alexandre, Carol, Catarine, Lidia e Ivanda. Foto 6: Em pé: Paula, Osmar, Glória, Neuraci e Silotti. Sentados: Carol, Charles, Robson, Gilson e Adriana. Foto 7: Gilda, Tatiana, Rodrigo, Ariane, Andrea, Bianca e Judite. Foto 8: Regina, Helena, Lucia, Marcos, Fabiana e Muniz. Foto 9: Vereador Gerson, Ana, Nadia e Fabio. Foto 10: Claudio, Gustavo e Neusa. Foto 11: Valeria, Marilu e Adilson. Foto 12: Valeria e Fernando. Foto 13: Ricardo e Adriana.
Por Danilo Meira
Sargento Adão relembra história e vislumbra futuro Homem que ajudou a construir a história de Ribeirão Pires, Adão Alves, o Sargento Adão tem muitas histórias e passagens interessantes para contar seja no Exército, onde ingressou em 1968, na Polícia, que serviu até 1992 ou na política, que é sua atividade atual. Nascido em Araçatuba, passou dez meses no Serviço Militar em Campo Grande (MT) na 4ª Divisão de Cavalaria. “Fiquei muito tempo sem ver a minha família, algo que foi muito difícil já que sempre fui ligado a eles. Mas, por outro lado, serviu para valoriza-los ainda mais”, disse. Mal sabia ele que esta experiência iria mudar sua vida por completo. No ano seguinte, 1969, ingressou na Polícia Militar do Estado de São Paulo e, tão logo se formou na Escola de Soldados, foi destacado para Ribeirão Pires. “Vim para cá com outros 13 companheiros e foi um choque muito grande. Todos fomos muito bem recebidos, mas apenas eu acabei ficando em Ribeirão Pires”, relembrou. A partir daí, construiu uma carreira sólida na corporação, a ponto de, frequentemente, ser homenageado em eventos, prova do respeito que conquistou em serviço. “No prédio da PM, há uma sala de musculação com o meu nome, uma homenagem que recebi em vida. Fiquei muito orgulhoso, já que na inauguração as maiores autoridades estiveram presentes”.
A aposentadoria veio em 1992, não sem antes passar pela Inteligência da corporação, onde esteve por cinco anos na Corregedoria. A seguir, começou a carreira pública, com passagem destacada pela Guarda Mirim, onde colaborou com a formação de diversos jovens que hoje tem carreira de sucesso e também foi vereador por dois mandatos, eleito uma vez e assumindo como suplente em outra. Nos últimos sete anos e três meses, esteve na Secretaria de Segurança Pública, sendo o único titular de pasta a ficar no cargo ininterruptamente durante toda a gestão Volpi. Ele ressaltou os avanços de sua atuação; “Estabelecemos forte parceria com a Polícia, o que trouxe melhorias para setor”, disse. O reconhecimento do trabalho chega nas ruas, com as pessoas o parabenizando e manifestando apoio a uma eventual candidatura. “São pessoas que eu nem conheço, mas que falam que estão comigo. Isso me deixa feliz”, disse. Quanto ao futuro, o Sargento, que neste ano completa 30 anos na política, afirmou que deixou o cargo justamente para ficar à disposição do seu partido, o PR (Partido da República). Questionado sobre se poderia, eventualmente, ser vice da chapa governista, não negou: “sou um soldado do partido. Seja para vereador ou para vice, estou aberto a discussão. O que for decidido, eu acato”.
Prof. Miguel da Liga fala sobre sua trajetória e a importância do esporte para a cidade
Professor de Educação Física, casado, proprietário da escola de futebol do São Caetano e da Academia TOPP, Miguel da Liga se define um “paranaense de nascimento, mais ribeirãopirense de alma e coração”. Veio ainda criança com sua família para Ribeirão, onde reside há mais de 38 anos no Parque das Fontes. Filho de lavradores e de família humilde, sempre estudou em escolas municipais e precisou de muito esforço e dedicação até, enfim, se formar em Educação Física pela Universidade de Mogi das Cruzes. Se hoje é um profissional formado, foi com muita força de vontade, já que teve que conciliar trabalho e estudo desde garoto, tendo que pagar seus estudos com recursos próprios. “Sempre digo aos jovens que para vencer na vida é preciso lutar muito”, ressaltou. O Professor Miguel da Liga conhece muito bem Ribeirão
Pires, cidade que reconheceu e abraçou o trabalho que desenvolveu. Um dos locais mais especiais para ele é a Guarda Mirim, onde ministrou aulas por quatro anos. Miguel, inclusive, defende o retorno da entidade por julgar ser muito importante para a formação e inclusão do jovem na sociedade. Ele fala isso com propriedade, já que ele mesmo foi Guarda Mirim. Perto de completar 20 anos como funcionário público do município, o Professor Miguel da Liga participou ativamente de vários projetos de esporte na cidade, sempre lutando para tirar os jovens e crianças do mundo da marginalidade e da vulnerabilidade por meio de atividades de inclusão social. Ele defende a criação de mais projetos sociais não somente no esporte mas também em outras áreas, para que crianças e jovens possam ampliar seus conhecimentos sociais, profissionais e ambientais, melhorando tanto sua qualidade de vida quanto a do próximo. Trabalho na Liga Miguel também promoveu uma verdadeira revolução no futebol amador da cidade como Presidente da Liga Ribeirãopirense de Futebol, o que lhe deu o apelido que lhe tornou conhecido. Na entidade, organizou os campeonatos principais em três divisões, além dos campeonatos de Juniores e Veteranos, e comandou as seleções de base da cidade até 2010, sempre representando o município nos Jogos Regionais do Estado de São Paulo. “Penso que para melhorar o futebol no município, precisamos investir mais na melhoria e na quantidade dos campos de futebol”, afirmou Miguel, que recentemente se afastou do cargo de presidente da Liga. Para melhorar a acessibilidade da comunidade na atividade física, Miguel diz ser necessário instalar mais equipamentos esportivos nos bairros, com manutenção periódica. “A preservação dos equipamentos públicos é uma forma de educar o munícipe. Aumentar a quantidade de professores credenciados nos locais serviria para atender não só as crianças mas também proporcionar atividades para os adultos e o público da melhor idade”. O Prof. Miguel da Liga finaliza enfatizando a necessidade de investimentos no setor: “considerando-se que a saúde pública é um problema geral no país, investir na atividade física é com certeza uma forma de prevenir e melhorar a qualidade de vida da sociedade”.
Por Danilo Meira
Clube dos Vira-Latas: em defesa dos animais Cida Lellis: fundadora do Clube dos Vira-latas
A luta pelos direitos dos animais é dura, árdua e depende de pessoas com determinação o suficiente para não esmorecer frente aos desafios, que não são poucos. Em Ribeirão Pires, uma grupo delas, que forma o Clube dos Vira-Latas, conseguiu destaque nacional e internacional, mostrando que o amor aos animais não tem fronteiras. A entidade, uma ONG, foi idealizada e fundada pela aposentada Cida Lellis há 11 anos e, desde então, sempre foi custeada por meio de doações. Desde 2010, quando ela faleceu, passou a ser presidida por Cláudia Demarchi: “ela era uma pessoa iluminada. Estamos aqui apenas dando seguimento ao seu belíssimo trabalho”, afirmou. É um trabalho muito bonito e inspirador. O mote é encontrar um lar e uma família para os animais seja dentro ou fora do país. Por isso mesmo – e também para estimular a posse responsável – não se cobra nada dos interessados em ter um animal de estimação. Para isso há um trabalho que faz as doações após entrevista e triagem. O mesmo é feito também após as feiras de doação promovidas pela entidade e realizadas em diversos lugares. Fora isso, o Clube dos Vira-Latas ainda realiza trabalhos diversos, como o atendimento veterinário à comunidade carente, cirurgias (inclusive ortopédicas) entre outras ações. São animais em situação de vulnerabilidade ou vítimas de diversos tipos de maus-tratos, cada um com sua própria história, de conhecimento de toda a equipe. Infelizmente, em sua maioria, são passagens tristes e até mesmo revoltantes, como mutilamento, espancamento e até mesmo estupro realizado por humanos. A chegada ao clube representa a esperança de uma nova vida e uma nova família, que os acolha e ame. “To-
dos os animais, quando aqui chegam, são tratados, castrados e vacinados”, explica a veterinária responsável, Dra. Natália Passadore, que ainda ressaltou o procedimento para acompanhamento pós-doação, fundamental para a segurança do novo proprietário e também do próprio animal: “nós ligamos na primeira e na segunda semana e depois a cada dois meses fazemos visitas para ver se está tudo bem”. Além disso, há até mesmo um serviço para ajudar os cachorros doados que, porventura, se percam. Mais do que uma entidade beneficente, o Clube dos ViraLatas hoje emprega 18 pessoas “todas com carteira assinada e benefícios”, ressalta a presidente. A entidade conta com ótima estrutura e ainda está em fase de obras para ampliação e melhoria das instalações e, como uma ONG sobrevive de doações, realizadas por empresários e parceiros da entidade, sem a participação do poder público. “não recebemos nenhum tipo de verba de qualquer governo”, afirmou, antes de concluir: “nem precisamos disso. Construímos a nossa história. Fazemos apelos e recebemos as doações porque temos o portão aberto, as pessoas podem entrar e conhecer o nosso trabalho. Além disso, temos nota de todos os nossos custos que são levantados e enviados para o diretor financeiro. Não há nada errado aqui”. O Clube dos Viralatas pede ajuda a todos, seja divulgando seu trabalho, adotando um animal ou mesmo doando dinheiro, ração ou medicamentos. Tanto os animais que aguardam por um novo lar quanto as formas de ajuda estão disponíveis no site www.clubedosviralatas.org.br ou no Facebook: www. facebook.com/clubedosviralatas.
Por Thiago Quirino
Letras “além dos muros da escola” FIRP inicia programa que estende o conhecimento acadêmico para toda a sociedade por meio de uma iniciativa da coordenação do curso de Letras Um programa inovador pretende incluir o cidadão comum em um ambiente educacional de qualidade e rico em conhecimento. Professores do curso de Letras da FIRP (Faculdades Integradas de Ribeirão Pires) iniciaram a aplicação do Programa de Extensão Universitária “Letras Total”, no qual a comunidade é convidada a participar de núcleos temáticos que juntos, englobam toda a área do curso. O melhor de tudo, é que os moradores de Ribeirão Pires poderão participar do programa gratuitamente (única contribuição exigida é a intelectual). “As pessoas de modo geral tendem a questionar o porquê estudar Letras sem saber como e onde irão atuar no mercado de trabalho. Nossa proposta é estender a aula para fora dos muros da instituição e dar uma visão abrangente sobre o que o curso propicia no dia a dia das pessoas”, explica o professor Ítalo Meneghetti Filho, coordenador do curso de Letras. Para ele, o programa visa integrar o cidadão ribeirão-piresino em um ambiente cultural e educativo. “A ideia é que cada núcleo estimule uma linha de pesquisa em cada uma das áreas. O resultado servirá de linhas condutoras para o curso de pósgraduação, especialização, em Estudos Interdisciplinares em Letras. Para nós isso legitima o interesse social da faculdade”. O primeiro centro inaugurado e já em operação é o Núcleo de Escritores da FIRP, onde interessados se reúnem mensalmente e discutem, ensinam e aplicam as mais variadas técnicas e preceitos como: escrita literária, na qual o participante
é estimulado a pôr no papel a sua inspiração textual; incentivo à leitura, em especial das obras clássicas da literatura mundial; rodas de leitura, com analise, interpretação, discussão e conversa. As oficinas não possuem compromisso acadêmico, porém colaboram para treinar quem quer desenvolver-se na área. Esta oficina está sob a responsabilidade do professor Sergio Simka. Além do Núcleo de Escritores, outros seis grupos serão lançados: Contadores de Estórias, visando desenvolver a interpretação da arte de “contar causos”; Teatro, onde os participantes poderão contribuir em todas as etapas de uma apresentação teatral; Cultura, Literatura e Língua Indígena Brasileira, trabalhando as raízes da comunicação dos índios; Cultura, Língua e Literatura Inglesa/Norte-Americana; Cultura, Língua e Literatura Espanhola/Hispano-Americana; e Estudos Interdisciplinares em Letras. O jornal Mais Notícias ainda sugere outro seguimento, o “Núcleo de Linguagem Jornalística”, onde os profissionais da impressa local poderão transmitir conhecimentos de como escrever e transmitir informação com qualidade, relatando o dia a dia da população da cidade. Aqueles que participarem do programa, mesmo que de apenas um dos núcleos, terá contato com técnicas gramaticais, linguísticas, literárias, idiomáticas, culturais e de expressão. Assim, o conhecimento é transmitido, em uma “via de mão dupla”, entre universo acadêmico e sociedade.
Cancerígeno
Recebemos uma imensidão de informações sobre agentes cancerígenos e todos os dias somos lembrados do que devemos evitar e do estilo de vida seguro que devemos desenvolver. Vivemos mergulhados em ameaças que algumas conseguimos evitar e outras nem queremos pensar, tudo muito centrado no biológico, mas fico imaginando o quanto engolimos todos os dias de agentes agressores ao nosso campo psicológico sem sequer associá-los ao mal que podem nos causar pela sua ação invasiva e ameaçadora ao equilíbrio vital. Quantas mentiras, traições, manipulações, ameaças, cenas de ciúmes, álibis que não convencem nem as crianças, promessas sem nenhuma intenção de serem cumpridas, jogos de sedução, abandonos covardes, ações que não correspondem ao discurso e assim por diante, tudo conversa mole pra boi dormir e boi bem sonso! Todos os dias engolimos, engolimos e engolimos estes agentes agressores e já habituados, nem um pequeno enjôo sentimos! Quando colocamos na boca um alimento estragado, insuportavelmente amargo ou que não gostamos, não temos muita dúvida e colocamos para fora, mas por que estes agentes colocamos para dentro? Por que não damos um basta? Por que não evitamos? Por que participamos deste jogo letal? Se pensar bem, perceberá que já engoliu muita coisa que está entalada na garganta ou causando no mínimo uma gastrite infernal. Que tal colocar para fora? Limpar-se e ser pelo menos coerente com suas necessidades de bem viver com certa dignidade. Ninguém precisa acreditar no que não acredita. Ninguém precisa abaixar sua cabeça aceitando o que sua alma rejeita. Ninguém precisa seguir um padrão que não lhe corresponde. Ninguém precisa fazer de si mais um boneco sem vida manipulado por quem o queira. Está ruim? Sabe que lhe fará mal? Não confia? Não dá para engolir? Então não engula, defenda-se. Preserve sua integridade. Preserve sua verdade. Preserve sua vida!
Ala Voloshyn, nascida em agosto de 1956, em São Paulo, filha de imigrantes ucranianos, estudou Psicologia na atual Universidade Metodista de São Paulo. Formouse em 1980 e desde então atua como psicóloga. Já trabalhou com a educação de surdo-cegos e deficientes auditivos. Apresentou programa de entrevistas em Web TV. Ministra palestras e contação de histórias. Mantém blogs pela internet sobre literatura infantil e textos de sua autoria. Tem editado um livro de literatura infantojuvenil intitulado Pimenta do Reino. É membro da Academia Popular de Letras da Biblioteca Paul Harris de São Caetano do Sul e colaboradora do jornal Enfim, de São Caetano do Sul, e Mais Notícias, de Ribeirão Pires. Textos: http://alavoloshyn.blogspot.com Literatura infantil: http://livrosvivos.blogspot.com Livro: http://ala-voloshyn.blogspot.com Email: alavoloshyn22@yahoo.com.br Cel.: (11) 8275-7609 Fone: 3565-6609
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Por Danilo Meira
Sexo e cultura se encontram na Erotika Fair
Considerado ainda um tabu por muitos, o sexo, hoje, começa a se desmistificar na sociedade, a ser visto como cultura e o que sempre deveria ser: prazer e entretenimento. A mudança conceitual se deu na última década, tanto com a popularização da Internet, que deu às pessoas mais contato com as nuances deste mundo e desfazer preconceitos quanto por meio de eventos como a Erotika Fair, feira de negócios do sexo, que chegou a sua 19ª edição em 15 anos, mostrando um mercado que em 2011 movimentou mais de R$ 1 bilhão, fatia considerável do PIB brasileiro, e empregou mais de 125 mil pessoas – um mercado em ascensão, com um público em potencial incalculável. “Em 1997, (a Erotika Fair) era somente um evento de sexshops. Hoje temos atividade cultural, desde underground até quadros e pintores que exploram o tema e também a Dança do Ventre e o Burlesco, em que não se mostra nu, mas as pessoas gostam. Sexo não se trata apenas de corpos nus juntos, mas também história, cultura. É uma vitória e mostra nossa parcela para desmistificar a questão”, afirmou o coordenador Walter Brick. Hoje, as mulheres são maioria entre os visitantes e consumidores destes produtos, que vão desde tradicionais brinquedos até cursos e um DVD para o aprendizado das técnicas de strip-tease que estava sendo lançado por Lu Riva. Além da exposição, houve shows um teatro do Anhembi, com apresentações que retomaram temas históricos, como a dança burlesca, a cargo de Sweetie Bird, Bellatrix Purr e Loli Bland, o grupo The Burlesque Takeover. “O burlesco vem do século XIX e era uma maneira de burlar as regras da sociedade e parodiar dogmas. Na época, apenas se mostrava a canela. As regras mudaram, mas o jogo, que é provocar reações
e emoções contando uma história com humor e o auxílio da música, não”, explicou Bird, antes de ressaltar: “O burlesco está voltando a cultura popular. Mulheres e homens gostam por ter estilo, roupas incríveis, história. A interação é outra, tirar reações diversas da platéia”. Desmistificando Indo além do aspecto teatral, Lu Riva e Chris Lima (foto) têm trabalhos distintos, inclusive ministrando cursos e promovendo educação corporal. Para Chris, “ainda falta muito para acabar com os preconceitos”, mas o caminho está aberto. “Trabalho com o corpo, mostrando o conceito e como surgiu o strip-tease. É algo novo, para mudar certas coisas incorretas que alguns pensam”. Ela vê a criação da Erotika e a presença do público feminino como fundamental: “No começo, o homem acabava vindo escondido a feira, mas agora traz a mulher, vemos casais juntos. Começamos a caminhar para o lugar certo”. Para Lu Riva, há mais fatores na quebra dos tabus: “a medida em que as pessoas se conhecem, se permitem a findar seus preconceitos, ver que está em suas próprias mãos mudar a vida para melhor. Fazer um curso de sensualidade, de strip-tease, de pompoarismo, não é pornografia, não é vulgaridade, afinal, entre quatro paredes tudo é válido”, afirmou antes de questionar: “O que é mais importante? O casal estar junto por causa dos filhos ou porque se desejam?” Para o futuro, elas mostram otimismo: “o sexo está, cada vez mais, deixando de ser um tabu, as pessoas estão começando a vê-lo de uma maneira mais aberta e aceitar que é algo natural, simples”, afirmou Chris. Lu concluiu: “Ela disse tudo. Já chegou a hora de parar de reprimir. Sexo é vida, é prazer e é sim, cultura”.
Por: Paulo Franco Formado em Letras e em Pedagogia e Pós-graduado em Docência para o Ensino Superior. Poeta e escritor, tem 7 livros publicados e dezenas de premiações em nível nacional.
As sacolinhas e as saúvas Pagamos pelo menos oito dezenas de impostos para garantir a nossa cidadania e ainda assim somos afrontados o tempo todo por legislações esdrúxulas paridas pela negligência, inoperância e cumplicidade de legisladores que chegam a ganhar até dezoito salários exorbitantes por ano em um país de salário mínimo digno do fascismo. E tudo dentro da lei. Um exemplo recente desta afronta é a lei que proíbe o uso das “sacolinhas” nos supermercados. Agora querem nos convencer de que são elas que estão destruindo o planeta. É como se tentassem provar que “as saúvas acabam com o Brasil” e não os corruptos. Ora! Em primeiro lugar, a sacolinha já estava paga com o valor embutido no preço dos produtos e nenhuma mercadoria diminuiu de preço por isso. Em segundo lugar, ela era reutilizada para acondicionar o lixo doméstico e, portanto, acabava no lixo. Em terceiro, muitos produtos vendidos nos mercados também são acondicionados em recipientes de plástico. Voltaremos então ao tempo do “a granel”? E os automóveis que são despejados na rua todos os dias e que também usam plástico em tonelada? Será que a sacolinha é pior para o planeta do que é e mais ainda será em longo prazo o pré-sal? Mas tudo isso é pouco quando se trata de uma lei bizarra. Onde foram parar as outras leis que garantem a higiene dos produtos para proteger a saúde da população? Para uma família de baixa renda que não tem dinheiro para ficar alimentando a máfia das sacolas biodegradáveis, os produtos adquiridos com suor são jogados nos carrinhos sujos e enferrujados como se fossem lavagem para um povo que silencia para tudo por temor à lei. Isso quando não se coloca, por exemplo, carne em caixa que acondicionava sabão, detergente, inseticida. Porém, dirão ainda os incautos que este texto não é ecologicamente correto porque defende que as sacolinhas acabem com o planeta. Triste fim de Policarpo Quaresma! Nem as saúvas acabaram com o Brasil, nem as sacolinhas acabarão com o planeta. Respeito o idealismo dos apaixonados pelas questões ecológicas, ainda que, às vezes, em detrimento das necessidades do cidadão. E para demonstrar, afirmo que todos os argumentos elencados acima são meras falácias. O óbvio que já foi
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dito. O lado mais esdrúxulo da lei é, sem dúvida, que, inclusive os ecologistas de plantão, esqueceram de que a questão do lixo passa por uma coleta seletiva de qualidade nos municípios. Mas isso exige luta por parte dos idealistas, compromisso e trabalho por parte das autoridades e fiscalização por parte da população. Parece que no Brasil é bem mais fácil, em decorrência do silêncio e da aceitação coletiva, fazer política pública com leis inócuas do que com atitude e com medidas administrativas eficazes. Percebam que os mesmos caminhões que já fazem a coleta desordenada (que nós também pagamos no meio dos mais de oitenta impostos), poderiam, desde que houvesse vontade política, estabelecer um calendário para a coleta de cada tipo de lixo separadamente e com destinação específica. Entretanto tudo isso é um sonho absolutamente utópico, pelo menos enquanto a população não tiver cultura para entender qual foi realmente o triste fim de Policarpo Quaresma.