Uma graça que poucos desejam Caio Fabio

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UMA GRAÇA QUE POUCOS DESEJAM

Caio Fábio Escrito na Holanda, em 1986, durante o Congresso de Evangelização Mundial, patrocinado por Billy Graham.

DEDICATÓRIA Aos que não deixaram o abuso matar a generosidade e a capacidade de dar com amor e alegria!

UMA GRAÇA QUE POUCOS DESEJAM Nós aprendemos desde cedo que a graça é favor imerecido. É algo que está para além das posses de nossas virtudes. Justamente por essa razão a graça é de graça. No entanto, na nossa idéia do que seja graça, enquadram-se apenas as felizes, fáceis saborosas e carismáticas manifestações das bênçãos de Deus sobre nós (Ef. 1:3). Nunca pensamos em graça como privilégio de sofrer. Todavia, também esta dimensão está presente na teologia do conceito de graça: “Por que vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo, e não somente crerdes nele...” (Fp. 1:29). Sem dúvida tal conceito não tem nada de convidativo e empolgante em si mesmo. Nosso mundo é, a cada dia mais, patrocinador da idéia do não-sofrimento. Somos a sociedade do analgésico. A anestesia psicológica, existencial e social é a nossa maior medicina. Especialmente para aqueles que apesar de viverem no terceiro mundo, mantém o status e o padrão do primeiro. Além da graça de sofrer, há ainda uma outra graça indesejável – aliás, bem poucos a vêm como graça, como privilégio, como favor imerecido. Trata-se da graça de contribuir.


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