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CRAVI, 20 ANOS DE HISTÓRIA
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NOSSA MISSÃO
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CONHEÇA NOSSA HISTÓRIA
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NOSSA ESTRUTURA
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CONHEÇA AS FORMAS DE TRATAMENTO DA CRAVI
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DAS RUAS PARA A VIDA
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CODEPENDÊNCIA, A DOENÇA QUE AFETA A FAMÍLIA
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COMUNIDADE TERAPÊUTICA COMO MODELO PARA ACOLHIMENTO
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DEPOIMENTOS
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saiba como ajudar
CRAVI 20 ANOS
cravi, 20 anos de história
Com muita alegria, chegamos aos 20 anos! Quantas histórias, alegrias, tristezas, esperança, sonhos em busca da excelência. Temos a certeza do dever cumprido e de que estamos no caminho certo, pois os frutos do trabalho a cada dia se apresentam de diversas formas na vida dos acolhidos que concluem o tratamento, naqueles que voltam a nos visitar, que encaminham pessoas para o tratamento com a certeza de que tudo dará certo para eles também. Isso nos fortalece e nos impulsiona a seguir em frente. Diante do sonho do Pr. Flávio, o fundador da CRAVI, vamos concretizando novos projetos, novos acolhidos, novos parceiros, novos moradores, novos amigos. O comprometimento dos profissionais, a seriedade, respeito, tudo isso é conquistado por meio do trabalho de uma grande equipe que faz parte dessa comunidade. Só assim, com trabalho integrado e multidisciplinar, é possível atender a todos os acolhidos com muito profissionalismo e carinho. No dia 06 de junho completamos 20 anos. Sou imensamente grata a você amigo e parceiro por fazer parte da nossa luta. Contamos com vocês, pois só assim nosso projeto torna-se possível. Obrigada por acreditar em nós! Ely Franceschi Lemos - Coordenadora Geral
EXPEDIENTE Jornalista responsável: Milena Beduschi | Redação e edição: Milena Beduschi | Fotografia: Olga Nohara e Flavio Lemos Marketing: Milena Beduschi | Assessoria de imprensa: Milena Beduschi | Diagramação e projeto gráfico: Tiago Mendes Agência de Publicidade: YouCan Marketing Estratégico
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CRAVI 20 ANOS
nossa missão A missão da CRAVI- Casa de Recuperação Água da Vida é propor, por meio de um programa terapêutico, a criação de um ambiente favorável para a recuperação de pessoas com transtornos devido ao uso e abuso de substâncias psicoativas, promovendo a construção de uma nova consciência crítica pessoal e social que leve o(a) participante a uma mudança de padrão de uso e de estilo de vida, com o resgate da cidadania e reinserção social. Dentre os processos para a reabilitação do adicto, como biológico, psicológico e espiritual, a CRAVI também foca no segmento social. A Instituição tem como objetivos propor ao participante: • Um processo de recuperação com mudanças progressivas; • Um ambiente de microsociedade, em um contexto de abstinência de drogas com estratégias que visam a prevenção de recaídas; • O desenvolvimento da identidade pessoal, com a consciência de que o sujeito é protagonista de sua história, tendo uma visão que pode transformar-se e transformar a sociedade em que vive; • A elaboração de um projeto de vida; fundamentado na autonomia, no exercício da cidadania e na reinserção social, onde finalmente o sujeito com uma consciência crítica define metas para a sua vida que o tornarão um agente da sua recuperação, um sujeito ativo, participante da sociedade; • A transição da Comunidade Terapêutica para a sociedade maior, com consciência ampliada sobre a vida em sociedade.
CERTIFICAÇÕES
Procurando cumprir esses objetivos, a CRAVI já atendeu cerca de 16 mil pessoas de diversas cidades do país, contribuindo para a construção de uma Curitiba e de um Brasil melhor. Dentre as certificações da CRAVI, destacam-se as seguintes: • Utilidade Pública Municipal de Curitiba Lei Nº. 10784 de 18/11/03. • Utilidade Pública Municipal de Almirante Tamandaré Lei Nº. 1084 de 21/03/05. • Utilidade Pública Estadual Lei Nº. 12500 de 22 de janeiro de 1999. • Utilidade Pública Federal – Portaria nº. 127 de 22/01/06. • Conselho Municipal de Assistência Social de Alm. Tamandaré nº07/02/07. • Conselho Municipal dos direitos da criança e do adolescente de Alm. Tamandaré nº21/03/07. • Conselho Municipal de Assistência Social de Curitiba nº. 264 • Conselho Municipal Direitos da Criança e do Adolescente de Ctba nº. 279 . • Sec. de Estado do Trab. Emprego e Promoção Social Nº. 2614-00, 2614-03. • Conselho Nacional de Assistência Social nº. R 0609/2006.
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CRAVI 20 ANOS
conheça nossa história
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1995
1997
1998
Pelas mãos do fundador Flavio Lemos, nasce o sonho de trabalhar em prol dos dependentes de substâncias psicoativas.
Nasce a CRAVI em uma casa no bairro Campina do Siqueira, em Curitiba-PR.
A CRAVI se muda para Campo Largo-PR e já atende cerca de 120 pessoas.
1999
2001
2003
A CRAVI conseguiu a utilidade pública estadual – Lei 12.500.
Os acolhidos foram transferidos para uma chácara em Almirante Tamandaré-PR,
Neste ano, a comunidade conseguiu a Utilidade Pública Municipal e o cadastro no SETEP.
2006
2007
2009
A CRAVI conquistou a Utilidade Pública Federal e o Certificado Nacional de Assistência Social.
Ano em que a ONG começou a participar de Conselhos de Assistência Social e Políticas Públicas e foi condecorada pelo Rotary Clube.
2010
2011
2012
A CRAVI participou de vários convênios e projetos de sustentabilidade. A instituição já contava com 20 colaboradores.
A CRAVI elaborou o projeto “Pintores da Gente”, em parceria com pintores paranaenses.
A Instituição fechou um convênio com a Senad e iniciou as atividades com Acolhimento Institucional, atendendo 40 adolescentes.
A CRAVI adquiriu uma nova unidade em Almirante Tamandaré-PR e foi condecorada com o prêmio ‘Valorização da Vida’, pela Secretaria Nacional Antidrogas.
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Nossa estrutura
Mais de 36 mil metros quadrados de área verde
salão de jogos
Academias ao ar livre e fechada
sala de tv e de leitura
2 campos de futebol
alojamentos confortáveis
Além disso, a Instituição oferece uma excelente metodologia com um plano de acolhimento programado de nove meses para adultos e de três meses para adolescentes, contando com um time de profissionais capacitados para a reabilitação dos seus acolhidos.
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CRAVI 20 ANOS
CONHEÇA AS FORMAS DE
TRATAMENTO DA CRAVI A CRAVI atua na Modalidade
de acordo com sua perspectiva do
de Comunidade Terapêutica. Esta
transtorno, da pessoa e da recupe-
proposta de trabalho visa criar um
ração, age nos aspectos biológico,
ambiente favorável para acolher a
psicológico, social e espiritual, con-
pessoa com transtornos decorren-
figurando uma mudança da pessoa
tes do uso, abuso e dependência
inteira. O que leva o participante a
de substâncias psicoativas. Tem
mudança de padrão de uso e estilo
como abordagem a própria COMU-
de vida, com resgate da cidadania
NIDADE, ela é o contexto e o méto-
e reinserção social.
do no processo de mudança, que
Área psicológica O Programa Psicológico da CRAVI tem como objetivo promover o crescimento e o desenvolvimento pessoal, buscando proporcionar ao sujeito a possibilidade de uma construção subjetiva que o instrumentalize para lidar com os desafios da vida, promover
a mudança e encontrar um modo de vida que lhe seja menos penoso. São atividades do setor de psicologia: coordenação de grupos diversos, grupos psicoterapêuticos, grupos de prevenção à recaída e serviço de atendimento emergencial individual.
Área espiritual É normal ao usuário de drogas ao “endeusar” a substância pela qual optou relacionar-se, afastar-se de Deus. Isto quer disser que a sua vida está absolutamente voltada para si mesmo. Pela opção do relacionamento possessivo com a substância não sobra espaço para relacionamento com nin-
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guém. Ao optar pelo trabalho de recuperação na Comunidade Terapêutica, o acolhido irá redefinir e vivenciar essa relação espiritual. O Serviço de Orientação Espiritual é composto por três projetos. São eles: O Momento Devocional – Reunião Matinal, Projeto Elias e o projeto Semente da Verdade.
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Área social Nesta área são propostas atividades de caráter socioeducativas, coordenadas por membros da equipe técnica, estagiários e voluntários, cujo objetivo é agregar o sujeito à Comunidade Terapêutica e auxiliá-lo em seu processo de Integração e desenvolvimento pessoal e social, instruindo o acolhido ao resgate de sua autonomia, responsabilidade e cidadania. O fator focal da recuperação é o aprendizado social. Na Comunidade Terapêutica o trabalho de inserção social começa desde o processo de admissão do sujeito e permeia todo o programa de recuperação. No princípio, o acolhido procura a comunidade porque perdeu a habilidade de se autogerenciar e tem comprometidas muitas áreas de sua vida e seus papéis sociais, o que se configura como alguém que está incluído no funcionamento social, não de forma positiva. Diante desta premissa, o aprendizado social no ambiente de Comunidade Terapêutica está ligado inicialmente a ação de promover a possibilidade aos acolhidos de se agregarem à Comunidade de mutua-ajuda formada por iguais, pois acreditamos que esse seja
o primeiro passo na preparação para a integração do sujeito em uma realidade comunitária. Assim, a partir dessa introdução no contexto de mutua-ajuda, o ambiente de Comunidade Terapêutica procura, por meio de suas atividades, propiciar ao acolhido a possibilidade da construção de uma nova realidade social. Através do treino de habilidades, do resgate do senso de utilidade, responsabilidade e da promoção do desenvolvimento social o acolhido será motivado a participar da Comunidade Terapêutica como cidadão digno de todos os direitos e deveres que lhes são impostos em qualquer sociedade. O acolhido tem acompanhamento sistemático na evolução do Plano de Acolhimento e é estimulado a ter uma exposição crescente com o mundo exterior através das atividades programáticas e das saídas programadas. O objetivo de ambas é a prática daquilo que está aprendendo através da experiência de vida na comunidade com relação ao governo dela, situações de risco, redes de suporte, autoeficácia no enfrentamento de conflitos e resgate do relacionamento familiar.
Projeto Elias 12 Passos
semente da verdade
reunião matinal
É baseado no modelo dos 12 Passos - e busca abrir um espaço de reflexão espiritual para o acolhido, uma visão sobre a sua caminhada de recuperação sob a perspectiva de um despertar espiritual. A busca de um poder superior que pode lhe devolver a sanidade para estar em paz com Deus, consigo próprio e com os outros.
Estudo de noções básicas sobre teologia, promovendo a familiarização com os temas e materiais teológicos, com o objetivo de estimular o relacionamento com Deus, permitindo substituir o medo e a indiferença pela fé, pela confiança.
Oportuniza ao acolhido pensar sobre a própria vida, a partir da abordagem de temas existênciais. O Objetivo da Reunião é motivar os acolhidos a aceitar as atividades do dia com atitude positiva. Proporciona um fórum para ensinar todos os membros da CT a agir como se eles fossem positivos, motivados para iniciar o dia otimista em relação ao futuro.
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CRAVI 20 ANOS
WANDERLINO ALVES
CRAVI 20 ANOS
Era 04 de dezembro de 2000. A partir de então, uma nova história começava a ser escrita na vida de um homem que já não sonhava mais. Vanderlino Alves havia perdido tudo: família, emprego, bens e oportunidades. Porém, a entrada em um ônibus errado mudou todo o percurso da caminhada de um jovem que sempre sonhou em ser jogador de futebol, mas que teve a bebida como o grande empecilho de mais uma realização pessoal. O homem de sorriso fácil e coração gigante saiu de Registro com destino ao Estado do Mato Grosso. Seus planos estavam traçados, mas Deus tinha uma nova trajetória para ele. Por isso, embarcou, sem saber, para Curitiba. Os primeiros quatro dias na cidade foram muito difíceis. Preso à dependência do álcool e sem dinheiro para sobreviver, fez da rua sua casa. A escuridão dos esgotos era a sua companhia, sua principal refeição vinha do lixo. Nesse novo lar, refletia em tudo que havia deixado para traz. O menino natural de Tobias Barreto, no interior de Sergipe, veio de uma família batalhadora. Com 20 anos conheceu o álcool. Ficou casado por 15 anos e, apesar de amar sua família, a dependência o venceu. Deixou tudo para traz e chegou ao temido fundo do poço.
Uma nova história
que busquei ajuda”, lembra ele. Quando chegou à antiga sede da CRAVI, em Campo Largo, haviam 115 acolhidos, antes chamados de alunos. “Senti-me em uma prisão, me adaptei e vi que eu precisava daquele lugar”, comenta. Vanderlino venceu a batalha contra o alcoolismo e há 16 anos tem sido referência para outras pessoas que enfrentam situações semelhantes a que ele viveu. Além de morar na Instituição, ele também assumiu a presidência da comunidade. Chamado carinhosamente por todos como Vandeco, ele também é o responsável pela cozinha da CRAVI. As fotos das suas delícias postadas nas redes sociais deixam todos com água na boca e revelam o amor e gratidão desse homem que tem uma participação gigante dentro dessas duas décadas em que a CRAVI vem resgatando vidas da dependência química. “A CRAVI mudou para o bairro Campo Grande no dia 21 de agosto de 2001. Tenho orgulho em dizer que fui o primeiro a dormir na chácara. E de lá para cá, tudo que existe na Instituição tem um dedinho meu, e isso é muito prazeroso para mim”, explica. Ao falar desse processo, seus olhos brilhantes revelam sua gratidão ao trabalho realizado pela Instituição. “Posso dizer que minha idade é 16 anos, pois antes disso eu estava morto, agora sei que tenho vida, pois a CRAVI me resgatou”, conta emocionado.
Dentro desse universo sombrio conheceu alguns moradores de rua que lhe falaram de um lugar que poderia mudar a sua vida: a CRAVI. Com a ajuda da fundadora do PRECAVIDA, Vanderlino chegou até a Comunidade Terapêutica. “Antes, eu tinha uma vida social estabilizada, digna. De repente, me vi dormindo na rua, em cima do papelão, uma situação drástica. Desejo que ninguém passe por essa experiência. Foi aí
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CRAVI 20 ANOS
codependência, A doença que afeta a família MILENA BEDUSCHI
O ponteiro do relógio indicava que alguma coisa não estava certa. As horas já estavam avançadas e Ronaldo ainda não havia voltado do colégio. Francisca sabia que o filho costumava gazear algumas aulas, mas dessa vez ela sentia que algo de errado estava acontecendo. Desesperada, pegou sua bicicleta - companheira de muitas idas e vindas - e saiu sem rumo pela cidade de Pinhais atrás do garoto. Francisca tornou-se o escudo que protegia Ronaldo da morte. Seu maior medo era o de que traficantes o matassem. Foi esse o motivo que a levou fazer o que podia e o que não podia para defendê-lo. Se o filho recebia ameaças por não ter pagado a droga que comprou, era ela quem tinha que correr atrás do prejuízo. “Não abro mão do meu filho pra um traficante. Não abro mesmo”. Com o decorrer dos anos, as substâncias psicoativas passaram a ser consumidas de maneira mais abusiva pela população. Esse uso exagerado aumentou em proporções significativas nas últimas décadas do século XX. Devido a isso, o consumo de drogas passou a se caracterizar como um problema de saúde pública. Quando falamos em dependência química, rapidamente associamos essas palavras ao adicto e esquecemos que, além do usuário de drogas, existem muitas pessoas sofrendo com as consequências do uso exa-
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cerbado destas substâncias: são os codependentes. O termo codependência, definido como uma disfunção comportamental, surgiu no final da década de 70 com o intuito de descrever a relação disfuncional entre homens alcoólatras e suas esposas. Recentemente, ele foi ampliado para delinear, também, a dinâmica de qualquer relação problemática de dependência. Algumas das características que indivíduos codependentes têm em comum são: baixa autoestima, grande tolerância ao sofrimento e necessidade de controlar e mudar os outros. Os homens acabam tornando-se mais obsessivos pelo trabalho ou hobbies e as mulheres pelo relacionamento. Normalmente essas pessoas acabam desenvolvendo diversas doenças, como transtornos alimentares, hipertensão, diabetes, insônia, depressão e, em casos mais severos, cometem o suicídio. Considerando esse comportamento problemático e suas características, Manuel Rezende e Neide Zanelato, no artigo “ Codependência. O papel da intervenção terapêutica como alívio do corpo que sofre (2003, p.142) afirmam que, “toda vez que a vida de uma outra pessoa é alterada ou perturbada pelo uso de substâncias por parte de outrem, o problema já não é mais apenas do dependente”.
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A história de Dona Francisca é um relato real de uma mãe que deixou de viver sua própria vida para dedicar-se totalmente à dependência química do filho. Ela é mais uma no meio da multidão de pessoas que vivem a turbulência das drogas dentro de casa e raramente sabem que, assim como o adicto, também estão doentes. São pais,
mães, filhos, maridos e esposas que mudam completamente suas rotinas para, de alguma forma, protegerem seus dependentes. De fato, estão algemados pela situação. Lutam, com todas as forças, para arrancar o familiar desse túnel que, muitas vezes, parece não ter saída.
A negação e a culpa Diante de um problema com drogas, os codependentes passam a fazer de tudo para que a situação não seja presenciada por pessoas que estão fora do âmbito familiar. A família começa, então, a se organizar a partir das necessidades do adicto, protegendo-o e tentando controlar seu comportamento. O jovem depende da droga e o familiar codependente do comportamento deste individuo, como se fosse um jogo de retroalimentação. A codependência começa a ficar evidente nas pequenas atitudes da rotina. São esposas que ligam para o emprego do marido alcoólatra para justificar a ausência
no trabalho, sempre usando alguma desculpa para que o problema não seja percebido, mães que já não dormem enquanto seus filhos não chegam em casa ou até mesmo vendem seus pertences para garantir a vida do usuário diante de uma cobrança de um traficante, como a dona Francisca. O codependente normalmente se sente culpado pela dependência do seu familiar. Acha que agiu de maneira errada e foi seu erro que impulsionou o consumo das drogas. É por isso que vive o problema como se fosse seu e faz de tudo para arrancar o usuário deste contexto tenebroso.
A codependência deve ser tratada O tipo de tratamento para essa disfunção varia muito. Cada pessoa deve encontrar sua maneira própria de recuperação. Recomenda-se que o familiar e o dependente sempre passem por uma avaliação psicológica e tenham consciência de que precisam de ajuda. O acompanhamento com grupos de apoio, que trabalham em favor destas pessoas, também costuma ser muito eficaz. Em Curitiba, encontramos o Al- Anon- criado para parentes e amigos de alcoólatras, Nar -Anon- destinado a familiares de usuários de drogas e o Amor Exigente. Dentro destes grupos, os familiares divi-
dem seus conflitos e experiências e contam com o auxilio de profissionais e pessoas que passaram por situações semelhantes, e os ajudam a vencer a barre ira da codependência. Algumas famílias conseguem resultados valiosos com esse apoio, outras precisam ir além, buscando tratamentos terapêuticos, por meio do diálogo constante. Sem dúvidas, conhecer o problema é fundamental! Quando o codependente reconhece que precisa de ajuda, está dando um passo a mais para o combate às drogas. Entender a situação e aprender a lidar com ela, de maneira correta, trará resultados muito mais eficazes.
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Comunidade Terapêutica como modelo para acolhimento LUCAS MENDONÇA
O sujeito que busca ajuda em modelo de Comunidade Terapêutica é denominado, em muitos casos, pelo social, como o usuário abusivo de substâncias psicoativas, e que desenvolve a compulsão, isto é, a incapacidade de, por si, lidar com esse excesso. A Comunidade, antes de atuar como programa de recuperação no contexto da dependência química, existiu como um microorganismo social à margem de uma coletividade maior. O processo terapêutico focaliza intervenções pessoais e sociais, atribuindo funções, direitos e responsabilidades ao indivíduo em ambiente seguro em relação ao consumo de drogas. O compartilhar da Comunidade como recurso terapêutico deve ser visto nos moldes de uma via de mão dupla, idealmente, o acolhido, como é referenciado nesse modelo, deposita no coletivo a mesma confiança que recebe dos demais membros. É possível identificar como o início do tratamento pode favorecer a passagem do objeto droga para outro, permitindo a singularidade de uma demanda de tratamento, na qual o paciente poderá falar em nome próprio e não como um dependente químico, no sentido de alcançar uma posição subjetiva. Existem também aqueles usuários que, muitas vezes, por força de um grave
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problema, conseqüência do uso abusivo de drogas, procuram auxílios muito angustiados por reconhecerem algumas perdas, se apresentando em situação de intenso sofrimento. Esses pacientes têm mais probabilidade de aderirem ao tratamento, mas é importante que estejamos alerta que ainda não há uma demanda. O pedido de ajuda surge quando a droga falha em sua função de alívio ou de indutor de bem-estar; ou seja, quando a substância deixa de responder a todas as perguntas e de evitar situações difíceis e angustiantes. É nesse momento de fracasso, que o sujeito busca tratamento, apresentando-se com uma necessidade urgente, tanto de usar, como de parar com o uso das drogas, ou seja, “quero que você me ajude a mudar tudo ou quero me drogar sem que ela me faça mal”. Essas duas posições indicam uma ilusória expectativa de voltar a um momento anterior, quando não havia a droga, ou ao tempo em que o sujeito sentia que controlava a droga como a solução perfeita e completa para todos os problemas. Ele localiza seu sofrimento apenas na falta da química, ele só pode falar sobre uma dor física, estratégia de proteção contra a angústia provocada pelo enfrentamento desse desejo, demonstrando através de seu discurso que a droga está no comando.
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depoimentos Sei que vou poder olhar para traz e chorar de alegria. Obrigado CRAVI, por transformar minha vida.
A CRAVI tem sido uma peça fundamental e muito importante na minha vida. - V.S.P -
- R.B -
A CRAVI para mim é a esperança que eu tenho de recuperar a minha autoestima e voltar a ser respeitado. - V.D -
A CRAVI representa uma família, uma casa, um templo de oração... um bom lugar para se recomeçar a viver. - P.F.T -
A CRAVI representa a oportunidade de mudança de vida, uma família cheia de amor. Sou muito grato por estar aqui. - T.F.R.N -
SAIBA COMO AJUDAR Você também pode contribuir com essa causa e ajudar a manter a qualidade do trabalho da comunidade terapêutica. Saiba como: DOAÇÃO FINANCEIRA
Você pode fazer o depósito de qualquer quantia em dinheiro na conta da CRAVI. BANCO ITAÚ Agência 0615 Conta Corrente: 33166-7 DOAÇÕES DE INSUMOS
DOAÇÃO DE ROUPAS
DOAÇÃO DE PRODUTOS DE HIGIENE
DOAÇÃO DE MATERIAIS ELÉTRICOS E HIDRÁULICOS
DOAÇÃO DE ALIMENTOS
DOAÇÃO DE PRODUTOS DE LIMPEZA
DOAÇÃO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
As doações podem ser direcionadas ao seguinte endereço: Rua Antônio Stochero, n°3236, Campo Grande - Almirante Tamandaré/PR
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cravi.org.br
41 3356 6100