Descla n.º1

Desporto | Cultur a | L azer

N.º 1 | ABRIL 2012 | MENSAL

Dia Mundial da Dança Campismo Páscoa

Vítor Paneira DESCLA | ABRIL de 2012 | 3 euros

Entrevista

inclui suplemento distrito

Viseu

Coloque aqui o seu anúncio

Abril P.05 | Crónica P.07 | Seleção canoagem P.08 | Futebol Americano P.10 | Entrevista a Vitor Paneira

P.13 | Full Contact P.16 | Autódromo de Portimão

P.18 | Geocaching P.21 | Transportugal P.23 | Académico de Viseu P.26 | Agenda de desporto P.29 | Esgrima com história P.32 | Dossier especial Páscoa

P.40 | Dossier Dia

Mundial da Dança

P.48 | Guimarães Capital

Europeia da Cultura

P.50 | Festival

internacional do Chocolate

P.52 | Agenda de cultura P.54 | Rúbrica de cinema P.58 | Dossier especial Campismo

P.72 | Parque Biológico

da Serra das Meadas

P.74 | Trilho Pedestre P.76 | Em defesa do Território

P.78 | Curiosidades

Editorial

Venha conhecer a DESCLA Ana Margarida Gomes Chefe de redação

B

em-vindos à revista DESCLA. Este projeto nasceu da ideia de fazer uma revista temática que explorasse temas menos falados na imprensa portuguesa e que desse Portugal a conhecer ao mundo. Em tempos de crise, achamos que é cada vez mais importante divulgar o que é nosso, dentro e fora do país. Após uma análise informal do mercado, optámos por criar uma revista de Desporto, Cultura e Lazer.

O projeto DESCLA engloba também um site - www.descla.com.pt – onde os leitores poderão acompanhar diariamente os últimos eventos desportivos e culturais do país e ter sempre disponível a agenda desportiva e cultural atualizada.

E como é desde cedo que se cultiva o gosto pela cultura e pelo desporto, a revista DESCLA vai apostar também num suplemento infantil, onde os mais novos vão poder aprender mais sobre Portugal e a cultura e desportos que lhe estão associados.

A revista DESCLA vai estar nas bancas mensalmente, tentando apresentar sempre temas diversificados. De norte a sul, das aldeias às cidades, do turismo rural às férias na praia, nada vai ser indiferente à DESCLA. Sugerimos aos nossos leitores que nos enviem temas que gostariam de ver abordados, desportos pouco divulgados ou espaços a visitar.

Pratique DESporto, absorva Cultura e não se esqueça que todos temos direito a ter momentos de LAzer.

Estatutos

1. O projeto Descla tem por objectivo promover o desporto, a cultura e o lazer português, tanto em Portugal como no resto do mundo.

2. O projeto Descla não faz diferenciação entre modalidades desportivas, dando espaço a informação sobre os vários desportos praticados em Portugal.

3. O projeto Descla dá atenção noticiosa a todos os tipos de arte realizados em Portugal, dando especial destaque àqueles que através da sua realização, promovem o património e a cultura portuguesa.

4. O projeto Descla pretende mostrar ao seu público que Portugal tem bons sítios para fazer férias, praticar desporto ou simplesmente dar um passeio com a família.

5. O projeto Descla disponibiliza um serviço de agenda desportiva e cultural através do seu site e, numa versão menos alargada, na sua revista mensal.

6. O projeto Descla deseja criar um espaço em que o seu público possa expressar as suas opiniões e ideias sobre os temas publicados.

7. O projeto Descla deseja responder às expetativas do seu público.

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Abril 2012

Opinião Apresentação

O

lá. Eu sou o Tó-zé, tenho 18 anos e estudo na Escola Secundária Alves Martins.

O que raio foi isto? Uma apresentação?

Recapitulemos: o que é uma apresentação?

Uma apresentação é o ato de transmissão de informação acerca de algo/alguém a um interlocutor. O que é isto?

Isto não é mais do que dar a conhecer. Dar a conhecer, por sua vez, está também implicado. Implicado por uma coisa: ser. Nós só podemos dar a conhecer o que somos, ou o que sabemos; que, sendo conhecimento nosso, é parte de nós.

Nós só podemos apresentar o que é parte de nós.

Assim, o que é que eu fiz na suposta apresentação? Apresentei-me. É verdade, eu apresentei-me. Simplesmente, face ao que foi exposto, não me parece agora grande apresentação, pois, embora me dê algumas informações acerca do que sou, não me parecem informações muito relevantes.

Se eu por outro lado, me apresentar desta forma: gosto de escrever. Quanto a vocês não sei, mas a mim pareceme extremamente mais eficaz na sua função de apresentar, já que expressa muito mais do que sou.

O que é que eu quero dizer com isto é que, se nos queremos apresentar a nós, devemos fazê-lo convenientemente, escolher a informação cuidadosamente.

Agora deparo-me com um pormenor curioso. Se eu não disser “Sou o Tó-zé”, como é que a pessoa a quem me estou a apresentar se dirige a mim? Bem, eventualmente, terei de lhe dizer o meu nome, ou algo que cumpra o seu efeito. Mas não acabei de dizer que isso não dava grande informação acerca de quem eu sou?

Bem, ponto um, não dá grande informação acerca de quem eu, A.J.Preto/Tó-zé/António, sou, não quer dizer que, quando outra pessoa se apresente e ao seu nome, não dê grande informação: é relativo.

Ponto dois: Embora para mim possa não ser uma informação muito relevante, para o recetor pode sê-lo. E isto é sublinhado por outros aspectos da apresentação como a expressão, postura, que, quando eu me apresento desta forma, equivalem a uma sensação de estranheza e desconforto, já que, como disse, o considero absurdo; estas expressões e posturas fazem, por isso, parte da apresentação, podendo ser tão ou mais importantes do que o que é dito.

Ponto três: Como foi dito no ponto dois, a importância da informação é relativa mas há que notar uma coisa: se apresentar é dar a conhecer, e quando nos damos a conhecer estamos a encaminhar a nossa relação futura com o recetor, ao apresentarmo-nos estamos a apresentar a relação que nasce paralelamente ao ato, pelo que o nome parece-me, afinal, um ponto importante numa relação. Ou

seja, apresentar não só é dar informação como também é criar informação.

Ainda assim, dê eu a informação que dê, a apresentação não deixa de ser feita, pois eu não me posso apresentar sem ser eu, quanto muito posso apresentar-me a mentir, num estado de espírito incomum, ou algo desse género.

Mas não deixo de ser eu a apresentar-me. Simplesmente sou eu a mentir, eu num estado de espírito incomum, ou algo do género. Não deixa de ser passada informação acerca de mim, esta pode somente ser mais ou menos relevante. Note-se no engraçado pormenor de que, por vezes, quando alguém se apresenta a mentir dá uma informação mais relevante acerca de si do que se apresentasse com sinceridade.

Por outro lado, nem todas as apresentações precisam de canalizar a informação da mesma forma, pelo que a apresentação inicial poderia ser até extremamente útil numa situação que eu não consigo discernir. O que quero dizer é que, para além de uma apresentação dever ser feita de acordo com a informação mais relevante, de forma a melhor dar a conhecer e melhor apresentar, analogamente, a informação deve ser também escolhida de acordo com a apresentação em causa e as circunstâncias a ela inerentes.

Pelo que foi dito acima, eu depreenderia que o cronista está com dificuldade em se apresentar. Repararia, talvez, que procurou também falar no geral ao invés de dar informações objetivas, camuflando o medo de se dar a conhecer.

Contudo, tal como vocês leram esta crónica, também eu a li, pelo que considero esta a melhor apresentação que já fiz de mim, já que a escrevi tanto como me escrevi a mim e poucas vezes me escrevi tanto para alguém. Espero, paralelamente, ter também apresentado corretamente a nossa relação, que se avizinha. por A.J.Preto

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Notícias

Desporto

Futebol português em grande

D

epois de uma época em que Portugal levou três equipas às meias-finais de uma competição europeia, o país volta a dar cartas no futebol do velho continente. Benfica e Sporting estão nos quartos de final da Liga dos Campeões e Liga Europa, respetivamente. A partir daqui tudo pode acontecer. Os homens comandados por Jorge Jesus vão defrontar o milionário Chelsea. Já o Sporting, depois de eliminar o todo poderoso – e também milionário – Manchester City, tem pela frente os ucranianos do Metalist.

O Benfica era visto como favorito frente ao Zenit e confirmou as expetativas. A derrota por 3-2 na Rússia não

deixou os encarnados convencidos, que, duas semanas depois, venceram a equipa moscovita por 2-0.

Do outro lado da 2ª circular, o Manchester City entrou em Alvalade como favorito, depois de ter goleado o FC Porto por 6-1, no conjunto das duas mãos. Os leões venceram pela margem mínima e na Inglaterra a derrota por 3-2 não os impediu de chegar aos quartos de final.

Para os lados de Alvalade sonha-se com uma taça como a que o FC Porto levou para casa no ano passado. Já o Benfica, sabe que a tarefa não é nada fácil, mas as boas prestações frente a outra equipa inglesa (Manchester United) deixam as águias a sonhar com as meias-finais.

por L. L. R.

A meia-maratona mais concorrida de sempre

É

um novo recorde. 37 mil já disseram que sim à 22ª Meia Maratona de Lisboa, que se realiza no dia 25 de março. A maioria quer apenas testar as pernas e passar um bom momento. Depois há os que estão ali para correr a sério. A organização espera que sejam batidos os recordes do mundo de distância e o aliciante de poder ganhar 50 mil euros chama muitos atletas, alguns bem conceituados. É o caso de Zersenay Tadese, que em 2010 fixou em Lisboa o recorde mundial da distância com um tempo de 58

minutos e 23 segundos. Nas mulheres, destaque para Edna Kiplagat, campeã do mundo da Maratona no ano passado e vencedora das maratonas de Los Angeles e Nova Iorque.

Quem vai vencer é ainda uma incógnita. Certo é que o recorde está batido. Para receber o maior número de participantes de sempre, a organização tem preparadas 39 mil t-shirts e outras tantas medalhas. A estes números juntam-se 165 mil garrafas de água, 76 800 pacotes de leite, 69 mil garrafas de bebida energética, 40 mil gelados e 34 mil bananas. por L. L. R.

De novo campeão, agora em chinês

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oi chegar, trabalhar e vencer. André Lima acaba de ser campeão de futsal na China, onde está há menos de um ano. O título sorriu ao português na penúltima jornada da Liga de Cantão. O Ko Wong Meng venceu o Shenzhen Tielang por 4-2 e fez a festa.

Não foi fácil. Desde cedo que o técnico percebeu que havia muito a fazer. A começar por mudar a mentalidade dos jogadores chineses, que só treinavam quando que-

riam. Pelo meio contratou alguns craques que já passaram por Portugal e acabou por conseguir dar uma alegria aos adeptos.

Depois de fazer do Benfica campeão europeu em 2010, André Lima começa da melhor forma a primeira experiência no estrangeiro. Propostas não faltam, mas o treinador de 40 anos já disse que pensa ficar na China por mais algum tempo. por L. L. R.

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Abril 2012

Tiago Canoso

Seleção de canoagem prepara-se para Jogos Olímpicos

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o mundial do ano passado, a equipa garantiu cinco vagas para os Jogos Olímpicos: quatro femininas e uma masculina.

Em maio vai haver mais uma fase de apuramento, na Polónia, onde mais alguns atletas vão ter oportunidade de conquistar uma vaga. Ryszard Hoppe, o selecionador nacional de canoagem, conta que vão tentar levar no mínimo sete atletas aos Jogos Olímpicos.

Estão várias equipas de canoagem a treinar no Montebelo Aguieira Lake Resort e Spa. “Escolhemos treinar aqui porque há muito boas condições, é um bom sítio. Aqui há muitas equipas, muitos atletas de outras seleções, dá mais motivação e é bom quando podemos treinar com os melhores atletas do mundo”, sublinha Ryszard Hoppe. De seguida, a equipa vai fazer estágio no centro de alto rendimento de Montemor-o-Velho.

“Esta modalidade, a canoagem, é uma modalidade muito dura. Durante o ano, trabalhamos juntos 250 a 300 dias e ficamos como família: estamos sempre juntos”, explica o selecionador nacional. Os desportistas fazem ciclos de três semanas de estágio e uma de descanso (microciclo de descarga).

Os atletas têm idades entre os 20 e os 32 anos de idade. Teresa Portela, Beatriz Gomes, Helena Rodrigues e Emanuel Silva são alguns dos desportistas que estão neste momento na seleção nacional e que já participaram nos Jogos Olímpicos de Pequim, tendo Emanuel Silva participado também nos de Atenas.

No mundial do ano passado Helena Rodrigues, Teresa Portela, Joana Vasconcelos e Beatriz Gomes apuraram na categoria k4 500 metros para os Jogos Olímpicos. Teresa Portela apurou ainda em k1 200 metros.

Fernando Pimenta apurou em k1 500 metros.

O selecionador nacional acredita que têm ainda “chance para apurar mais atletas”. Este ano a seleção ainda pode competir para tentar apuramento em k1 1000 metros, k2 1000 metros, k2 200 metros e k1 200 metros para homens e k1 500 metros para mulheres, conta Ryszard Hoppe.

Muitos dos atletas da seleção nacional têm também uma profissão.

O selecionador nacional afirma que

a seleção prefere que os atletas decidam estudar e treinar, pois a canoagem não dá rendimentos para toda a vida.

Rui Fernandes, selecionador adjunto, explica que, no entanto, às vezes é difícil os atletas conseguirem conciliar porque a exigência do treino e de concentração é maior. “E a exigência deste ano é muito maior do que os outros anos, a nossa flexibilidade de deixar que os atletas tenham uma maior autonomia é maior nos outros três anos do que neste”, acrescenta.

A seleção nacional de canoagem vai para Londres dia dois de agosto, para competir nos Jogos Olímpicos, nas categorias de slalom e regatas em linha. texto por Ana Margarida Gomes fotografia por Tiago Canoso

Com os Jogos Olímpicos de 2012 a chegar, a seleção nacional de canoagem está a treinar intensivamente

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Titãs

em busca de um sonho

Correm, passam a bola, atiram-se uns contra os outros, caem. Querem ser uma equipa de futebol americano, a primeira em Vila do Conde

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rabalham no duro há seis meses. Para o ano querem estar na Liga Portuguesa de Futebol Americano e ainda falta muito para lá chegar. Em Vila do Conde, os fins-de-semana são diferentes desde setembro do ano passado. No Centro de Jogos da cidade, miúdos e graúdos fazem o que podem em nome de um sonho.

Os “Villas Titans” são a mais re-

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cente equipa de futebol americano a tentar a sua sorte. Há gente de todas as idades. O mais novo tem apenas nove anos, mas já nada ali no meio, sem medo, entre os grandes. “Os mais fortes e com mais peso trabalham entre eles, os mais pequeninos treinam juntos e acabamos por conseguir funcionar bem”, conta Hugo Almeida, treinador da equipa.

O desafio começou há seis anos.

“Acabámos por parar, não tínhamos gente suficiente e o espaço de treino não era o ideal. O treinador de então teve outro projeto e afastou-se”, lembra o técnico. “No ano passado voltámos a falar com outras pessoas que eu sabia que gostavam de futebol americano e arrancámos com os treinos”, recorda.

Desde então a história dos “Villas Titans” escreve-se com altos e baixos. Já tiveram quase 60 jogadores, agora são pouco mais de 20. “Nem todos gostam ou se adaptam”, explica Hugo Almeida. Para ir ao campeonato do próximo ano precisam de pelo menos 35. O treinador acredita que vão conseguir, mas pede o esforço de todos. A começar pelos treinos, onde nem todos dão o litro.

Dentro das quatro linhas ainda há muito a melhorar, mas cá fora todos mostram amor à camisola. Cada um comprou a sua jersey. Para já, tem mesmo que ser assim. “Não temos patrocínio para pagar os equipamen-

Abril 2012

tos”, conta Hugo Almeida. A Câmara de Vila do Conde dá uma ajuda, com a cedência do campo.

por Lino Lopes Ramos

O maior desafio, por agora, é atrair jogadores. O treinador aproveita para tentar convencer aqueles que ficam de fora, a ver os treinos. “É fácil: inscrevem-se, compram a jersey oficial, pagam dez euros por mês e a partir daí fazem parte da equipa”.

E desengane-se quem pensa que isto é só para as estrelas. “Não é preciso ser muito rápido ou ser um craque, como no futebol. Aqui precisamos de jogadores de vários tipos. Uns podem ser rápidos, outros bastante pesados, outros mais baixos ou mais altos”, revela Hugo Almeida.

Também ele joga de vez em quando, não tanto como gostaria. Chamam-no outros deveres. A começar por ser presidente do clube. De vez em quando arranja um tempinho e dá um pulo para dentro do campo. “É um jogo espetacular. Gosto da parte estratégica, saber como vamos avançar no campo, os buracos que é preciso abrir, se vai ser uma jogada de corrida ou de passe. Junta força e velocidade com muita técnica e tática. Depois vê-se aquelas imagens giras do Super Bowl, os capacetes, as proteções que eles usam e tudo isso é interessante”,

Desporto

Um desporto para todos

conta, deixando passar o tal brilho nos olhos de quem fala do que gosta.

O brilho continua quando se fala de ir ao campeonato do próximo ano. É o grande sonho. Se conseguirem, os “Villas Titans” vão juntar-se a outras seis equipas portuguesas e uma galega. Os atuais campeões são de Lisboa e dão pelo nome de “Lisboa Navigators”. A vontade é enfrentá-los um dia, mas para já os vila-condenses contentam-se em jogar a feijões com outras equipas amadoras.

O gosto pelos desportos americanos

é grande em Vila do Conde. O clube começou com o basebol, em 2004.

Hoje gaba-se de ter lacrosse ou floorball e muita gente interessada. “São desportos que estão a ter um grande boom lá fora, mas cá ainda são pouco conhecidos. Qualquer dia chegam mesmo a Portugal e, nessa altura, já vamos um pouco à frente dos outros”, adianta Hugo Almeida. O futebol americano, esse, já chegou e está para ficar. E a tal vontade de andar à frente pode fazer toda a diferença. texto e fotografia por Lino Lopes Ramos

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À conversa com o antigo internacional de futebol z

“Gostava de chegar a treinador do Benfica e do Vitória de Guimarães” 10

Abril 2012

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oi em Famalicão que deu os primeiros passos enquanto futebolista, mas foi no Sport Lisboa e Benfica que se destacou enquanto médio ala direito. O antigo capitão dos encarnados e da Seleção Nacional arrumou as botas há cerca de dez anos, mas dá agora cartas enquanto treinador. Na sua ainda curta carreira, luta por levar o Desportivo de Tondela à Segunda Liga, ambicionando um dia vir a comandar o Benfica e o Vitória de Guimarães.

Descla (D): Como surgiu o futebol na sua vida?

Vítor Paneira (VP) : Penso que surgiu um pouco como surge na vida de todos os miúdos… Foi sempre o que desejei e tive a felicidade de alcançá-lo, especialmente no clube que gosto, que é o Sport Lisboa e Benfica. Posso dizer que os meus sonhos se foram concretizando ao longo dos tempos.

D: Com que idade começou a jogar?

VP: Comecei a jogar muito tarde, com 16 anos. Fiz um ano de juvenil e outro de júnior no Famalicão. Depois fiz dois anos enquanto sénior no Famalicão, um ano no Vizela, sete no Benfica, quatro no Vitória de Guimarães e dois na Académica de Coimbra, onde acabei a minha carreira de futebolista.

D: Qual foi o ponto alto da sua carreira?

VP: Acredito que tenha sido ao serviço do Benfica, pois foi o concretizar de um sonho de sempre. Mas, foi também muito importante fazer parte da Seleção Nacional, por quem vesti a camisola 46 vezes. No Vitória de Guimarães, penso que me realizei mais como futebolista.

“Para mim, o dinheiro não é tudo: os troféus valem muito mais” D: O que recorda com mais saudade?

VP: Recordo essencialmente os bons momentos, pois são esses que nos deixam saudade. Os campeonatos, a primeira internacionalização, as taças ganhas, a final da taça dos campeões… Tudo isso faz parte de uma história bonita que recordamos e, no meu caso, gostaria de repetir agora enquanto treinador. Para mim, o dinheiro não é tudo: os troféus valem muito mais.

D: Qual foi o momento mais triste enquanto futebolista?

VP: Penso que é quando estamos muito próximos de conquistar algo e escapa. Dou como exemplo a final

dos campeões, a taça de Portugal, campeonatos muito renhidos…Falo desses momentos como sendo os mais difíceis, porque felizmente nunca tive uma lesão que me pusesse em causa. Não tive essa parte negativa do mundo futebolístico.

D: É difícil ser jogador de futebol?

VP: Muitas vezes criamos dificuldades onde elas não andam. Quando se é futebolista profissional e se joga ao mais alto nível, temos regras tão bem definidas, que as ultrapassamos com trabalho e com a ambição pessoal. Logicamente que quando se é jovem, diz-se que se está a passar ao lado da juventude, mas temos momentos para fazer tudo.

D: O futebol trouxe-lhe o dinheiro que esperava?

VP: Trouxe-me estabilidade. Hoje em dia fala-se de valores astronómicos que na minha altura não se praticavam. Mas fiz um pé de meia que me deu suporte e estabilidade.

D: Foi complicado deixar a carreira de futebolista?

VP: Curiosamente, não! Muita gente se queixa da dificuldade que é, mas não a senti. Estive dois anos sem jo-

D: Foi influenciado a seguir esta carreira?

VP: Penso que o meu pai me influenciou, mesmo sem ser um daqueles pais como os da atualidade, que massacram e chateiam os treinadores. Foi um pai sempre presente e apoiou-me imenso nestas lides. Esteve sempre na retaguarda, nunca dando muita bandeira, mas sendo sempre um grande suporte para a minha carreira.

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Desporto

Vítor Paneira

gar, nem a brincar, e não foi um problema deixar o balneário.

“O passado que tenho é de alguma liderança por onde passei” D: Abraçou depois a carreira de treinador. Porquê?

VP: Penso que todos nós temos a ambição de continuar ligados ao futebol.

Se calhar treinador é o que se proporciona, mas é preciso ter alguma queda. O passado que tenho é de alguma liderança por onde passei: fui capitão da Seleção Nacional, do Benfica e do Vitória de Guimarães. Trata-se de um passado marcado por alguma postura de líder e é mais fácil chegar a treinador.

D: Sente-se mais realizado agora enquanto treinador, do que em tempos de futebolista?

VP: São situações distintas. Tenho uma carreira de treinador ainda curta: estou na sétima época. Não é sustentada por nenhuma estrutura empresarial.

Foram dois clubes por onde passei e fiz história, deixei uma imagem muito forte.

D: Nota muitas diferenças entre o mundo do futebol da sua altura e o atual?

VP: Agora é muito mais mediático, tem de se pensar e executar de forma muito mais rápida. O futebol é uma máquina de fazer dinheiro. Há 15 ou 20 anos era tudo muito mais pacífico.

D: Se não tivesse sido futebolista, o que gostaria de ter sido?

VP: Futebolista! (risos). Foi sempre o meu sonho e não me revejo noutra coisa. O futebol é a minha vida e tenho sido um privilegiado por fazer o que gosto e ainda ser pago. texto e fotografia por Maria Cristina Marques

Vítor Manuel da Costa Araújo, mais conhecido por Vítor Paneira, nasceu em Vila Nova de Famalicão, a 16 de fevereiro de 1966. Destacou-se enquanto jogador de futebol profissional na posição de médio ala direito, tendo vestido as camisolas do Famalicão, Vizela, Benfica, Vitória de Guimarães e Académica. Foi internacional pela Seleção Nacional de Futebol por 46 vezes.

Abraçou a carreira de treinador em 2002, passando pelo Serzedelo, Ribeirão, Moreirense, Marco, Vila Meã, Famalicão, Boavista, Gondomar, encontrando-se atualmente a comandar o Desportivo de Tondela.

As escolhas de Vítor Paneira Melhor jogador português: Cristiano Ronaldo Melhor jogador de sempre português: Eusébio Melhor jogador estrangeiro: Messi Melhor jogador de sempre estrangeiro: Maradona Clube de eleição português: Benfica Clube de eleição estrangeiro: Barcelona

D: Atualmente treina o Desportivo de Tondela. Está a corresponder às suas expetativas?

VP: Está dentro do que foi planeado no início da época. Planeámos lutar pela segunda divisão e estamos em primeiro lugar. Não vai ser fácil, pois o Tondela já ambiciona subir de divisão há dois anos consecutivos e acabou por falhar na reta final, mas vamos tentar…

D: Foi bem acolhido pela cidade?

VP: Sim, é uma terra de benfiquistas! Foi fácil chegar: as pessoas são impecáveis e quase toda a gente se recorda do Vítor Paneira enquanto jogador, o que ajudou na chegada à cidade, cheia de boa gente.

“O futebol de hoje é uma máquina de fazer dinheiro” D: Mostra-se benfiquista de alma e coração. Chegar a treinador do Benfica é uma das suas ambições?

VP: Gostava de treinar dois clubes: o Benfica e o Vitória de Guimarães.

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Desporto

Uma arte marcial em constante evolução

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Full Contact é uma arte marcial “que junta as técnicas de pernas do karaté e do Taekwondo com as técnicas de punho utilizadas no boxe. Procura utilizar as técnicas mais eficazes de cada arte marcial”, explica Fernando Loio, 9º Dan e presidente da Federação de Full Contact.

A modalidade surgiu nos inícios dos anos 70, nos EUA. Em finais de 80, inícios de 90, começaram a usar-se também as técnicas de Grappling, Submission Full Contact, Judo, JiuJitsu e Luta Livre, surgindo assim o Ultimate Full Contact, que muita gente designa por Vale Tudo.

“O pessoal que procura o Full Contact tem mais interesses competitivos, de desporto. Não está muito a pensar

se vai andar aí a defender-se na rua ou a bater em alguém”, revela Fernando Loio. Nas aulas de Full Contact pode praticar-se Boxe, Kickboxing, Thai Boxing (boxe tailandês), Taekwondo, Luta livre e MMA (Mixed Martial Arts).

Para além de competições, os praticantes da modalidade têm feito estágios, cursos e ações de formação no estrangeiro, nomeadamente na Rússia, França, Bélgica e Inglaterra.

Fernando Loio treina crianças a partir dos cinco anos. “Torna-se interessante porque uma pessoa consegue ver a evolução deles e concretizar certos objectivos. É motivante, para eles e para o treinador”, explica o Mestre.

Em Portugal “ainda há muitos pre-

conceitos, porque é um desporto para homens. Há muita gente que não tem o mínimo de conhecimentos das artes marciais e pensa que isto é muito violento. Pensam que andamos todos os dias à pancada”. No entanto, sustenta: “não é nada disso e até é bastante exigente. É necessário associar a condição física à parte psíquica, porque tem muita técnica e exige bastante treino para conseguir coordenar isso tudo”, afirma o presidente da Federação.

Apesar de ser um desporto com mais adeptos masculinos, Fernando Loio relembra uma praticante que chegou a competir e foi campeã da Europa, mas saiu de Portugal e dei xou de praticar a modalidade.

Para mostrar a evolução dos atle-

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Federação Nacional de Full Contact surgiu em 1988 e está sediada em Viseu tas existem exames de graduação, aos quais correspondem cinturões diferentes. Até chegar a cinturão negro, o percurso demora cerca de três anos. A partir daí têm de se fazer ações de formação, cursos de treinadores e, nos níveis mais avançados, a atribuição é por reconhecimento e mérito. O nível máximo que se pode atingir é 10º Dan. Cada vez há mais praticantes da modalidade: miúdos e graúdos. “Hoje a mentalidade já mudou um bocado, os pais já procuram mais pôr os miúdos a treinar estas atividades”, sublinha Fernando Loio. A faixa etária entre os 15 e os 25 anos é a que mais praticantes tem.

O presidente da Federação estima que o número de praticantes em Portugal ronde os seis mil, metade dos

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quais estão federados.

Na sede da Federação, um praticante que queira treinar a modalidade tem uma cota de 35 euros por mês, duas vezes por semana. Há várias associações de Full Contact no território nacional, incluindo nas ilhas.

O próximo campeonato nacional de Full Contact terá lugar em maio, e o próximo campeonato mundial vai ser a 25 de agosto, na Feira de São Mateus, em Viseu, onde se espera que participem cerca de 100 atletas. texto por Ana Margarida Gomes fotografia por Tiago Canoso

Mestre Fernando Loio Iniciou a prática de artes marciais aos sete anos, com o Taekwondo, sempre dedicado à competição. Praticou várias artes marciais até chegar ao Full Contact. Começou os treinos em Lisboa e em 1988 mudou-se para Viseu, altura em que fundou a Associação Full Contact de Viseu. Já ganhou campeonatos em Taekwondo, Kickboxing, Boxe, Pankration e Free Fight.

Fernando Loio decidiu vir para Viseu por ser um distrito onde ainda não havia nenhuma arte marcial. “Fui eu que trouxe o Taekwondo para Viseu e, na altura, o Pancrase também e o Boxe. Em Viseu atualmente já há outras modalidades, alguns até são atletas que passaram aqui pela associação, que estão a lecionar em vários sítios”, revela.

A Federação Nacional de Full Contact surgiu mais tarde, quando a Associação de Full Contact de Viseu e outras associações decidiram juntar-se para fundar a federação.

“O objetivo agora é procurar treinar o mais possível e também criar e manter os atletas. Temos bons praticantes, bons atletas e é importante dar-lhes atenção para ver se conseguem ir longe na carreira competitiva, no Full Contact”, sublinha o mestre.

Abril 2012

Desporto...

Cultura...

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tudo numa só revista !

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Desporto Motorizado

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ão sobretudo as curvas cegas e as curvas em apoio dinâmico que fazem do traçado do circuito do Autódromo de Portimão um dos mais exigentes do mundo. Este ano recebe oito provas internacionais. Por conquistar está o regresso da Formula 1 a Portugal, a pista tem condições.

Quase todas as equipas de F1 já aqui fizeram testes, falta o “combustível” que move este tipo de eventos: o investimento do Estado Português.

O traçado com curvas lentas e curvas rápidas testa os limites mecânicos e aerodinâmicos das máquinas, sejam de duas ou de quatro rodas. Na pista do Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, são colocadas à prova: a potência, a velocidade, a agilidade. “Numa volta ao nosso circuito, o carro é testado nas diversas vertentes e isso faz com que essa complementaridade da pista permita ter a certeza se o carro responde, quer

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nas travagens, quer na aceleração. É uma pista muito exigente considerada uma das melhores do mundo.

As marcas e os pilotos sabem que se conseguirem responder às exigências

desta pista, conseguem ser rápidos em qualquer pista do mundo”, considera Paulo Pinheiro, administrador da Parkalgar.

Este ano, o Autódromo recebe oito grandes eventos internacionais. De 27 a 29 de abril realiza-se o GT Open, F2 e o Europeu F3, para os apreciadores dos carros de grande turismo e Formulas. De 06 a 08 de julho, nas quatro rodas, o campeonato do Mundo FIA GT1, com a presença das grandes marcas mundiais: Maclaren, Audi, BMW, Porche, Aston Martin, Nissan, Lamborghini e Mercedes com pilotos de Formula 1.

Mas o destaque de 2012 para os amantes do desporto motorizado é seguramente o Campeonato do Mundo de Superbikes, que trará ao Algarve estrelas como Carlos Checa, Max Biaggi, Marco Melandri, entre outros. “É a maior prova que temos ao longo do ano e, em 2012, pela quantidade

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Desporto de pilotos e de marcas envolvidas, creio que vai ser melhor do que no ano passado”, destaca Paulo Pinheiro, que recebeu em janeiro o prémio de melhor corrida do ano da WSBK (campeonato do mundo de Superbikes) em 2011.

Os jogos olímpicos do Karting As finais de Rotax, uma espécie de jogos olímpicos do Karting, bridam a pista do Kartódromo Internacional do

Algarve de 25 de novembro a 01 de dezembro, com 270 pilotos no circuito, alguns considerados os melhores do mundo e futuras estrelas do automobilismo mundial.

Crise adia regresso de F1 a Portugal Paulo Pinheiro garante que o Autódromo Internacional do Algarve reúne todas as condições para receber uma corrida de Formula 1. O regresso da

rainha das provas no desporto motorizado é um sonho que continua a ser adiado por falta de investimento do Estado Português. “Isso só depende única e exclusivamente do Governo Português. Temos condições para a receber. Já tivemos cá testes de Fórmula 1, apresentações de equipas de Formula 1, aliás praticamente todas, por isso, a opinião das equipas é excelente. A única coisa que falta é capacidade financeira para concretizar essa corrida”.

texto por Patricia Caetano fotografias cedidas pelo Autódromo de Portimão

Autódromo de Portimão acelera com eventos internacionais

Caça ao tesouro à moda de hoje

J

á são mais de 16 mil os praticantes de geocaching em Portugal. Esta caça ao tesouro dos tempos modernos tem conquistado cada vez mais adeptos, sôfregos por viver aventuras com que sonharam na infância.

“O geocaching pode ser definido como um jogo que combina brincadeiras de crianças e tecnologia de ponta. Trata-se de uma caça ao tesouro dos tempos modernos, em que usamos a internet e um GPS para encontrar os tesouros, ou seja, as caches”, explica Nuno Xavier, um dos administradores do site geocaching@ PT. Quem passeia pelas ruas, praia ou serra da Figueira da Foz não imagina os muitos tesouros que por elas se encontram escondidos. Bem camufladas, por detrás de rochas, debaixo de terra ou graças a artifícios engenhosamente pensados, as caches passam despercebidas à maioria. Os praticantes de geocaching sabem, contudo, onde procurar e conhecem

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já os truques utilizados para criar esconderijos.

“Normalmente, são caixas estanques como os Tupperware que usamos em nossas casas”, afirma Nuno Xavier.

No entanto, muitos geocachers dão largas à criatividade para construir esconderijos elaborados. “Além das caixas normais existem caches cujos autores usaram grande originalidade na sua criação ou camuflagem: caixas que imitam pedras, troncos, ninhos de aves, animais, até parafusos em estruturas metálicas e componentes de mobiliário urbano”, diz o administrador do site.

encontrou 530 caches, muitas delas na Figueira da Foz. O arqueólogo subaquático defende que o que o jogo lhe traz compensa os gastos financeiros que vai tendo. “Do ponto de vista pessoal, é um enriquecimento muito grande. Traz-me o estar na natureza,

Uma caça viciante Tiago Lino tem 26 anos e descobriu o geocaching há dois. Convenceu a namorada e os cunhados a embarcarem na aventura e dedicam-se juntos à atividade há cerca de seis meses.

“Dedico todo o meu tempo livre ao geocaching, às vezes fins-de-semana inteiros”, afirma Tiago Lino, que já

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Desporto Há 15 mil tesouros espalhados pelo país e cada vez mais caçadores atrás deles andar a pé com um objetivo. Com esta prática conhecem-se pessoas, nos eventos organizados por todo o país. E somos levados a conhecer sítios, às vezes perto de casa, que não conhecíamos”, explica.

João Costa tem 47 anos e fazia troça de quem se dedicava ao geocaching.

Uma cache engenhosamente camuflada fê-lo despertar para a atividade há cerca de um ano. Entretanto, já descobriu 709 caches. “Às vezes, encontrá-las é fácil. O pior é abri-las”, confidencia.

Nas suas frequentes deslocações ao estrangeiro, o geocaching afigura-se-lhe como sendo de grande utilidade.

“As caches levam-me a sítios a que não iria”, diz, acrescentando que não são locais que os turistas, regra geral, visitam.

João Costa aproveita as viagens para divulgar os travelbuggs portugueses, pequenos objetos identificados graças a uma chapa e que têm uma missão. “Já encontrei um muito engraçado que era o Back to Portu-

gal. Estudantes, que tinham acabado o curso há uns dez anos, resolveram ir passar férias ao estrangeiro e fizeram um travelbugg. O objetivo era ele regressar a Portugal. Já o encontrei, o que significa que ele chegou cá. Os donos conseguem ver por onde andou, graças ao registo no site oficial”, conta Tiago Lino.

Regras do jogo As caches têm de conter, no mínimo, um livro de visitas, onde quem as encontra acrescenta o seu nome. Consoante o tamanho e formato, as caches podem também conter objetos, que vão sendo trocados entre geocachers. Há diversos tipos de caches.

“Há as tradicionais, em que as suas coordenadas são logo fornecidas pelo autor, multicaches, em que temos que reunir informações no local para obter coordenadas, e caches mistério, que envolvem a resolução de um enigma, normalmente em casa, para obter as coordenadas”, explica Nuno

Xavier. Apenas no território nacional, já existem 15 mil caches.

O geocaching é praticado por todos, desde pequenos a graúdos. “Conhecemos pessoas na casa dos 80 anos que praticam, assim como pais que levam filhos nos seus passeios em busca de caches”, informa Nuno Xavier.

Quem pretende tornar-se geocacher deve dispor de um GPS e de um computador com acesso à internet, para pesquisar caches e proceder a um registo, quando encontra alguma.

Um telemóvel toca, a dar sinal de mensagem. Um amigo informa Tiago Lino de que uma cache acabou de ser colocada, na região da Figueira da Foz. Entusiasmado, o geocacher espera ser o primeiro a encontrá-la.

João Costa, que estava já pronto para ir para casa, parece pensar duas vezes.

A ideia de uma cache que ainda ninguém encontrou parece tentadora. Os dois amigos desaparecem, em busca de novo tesouro. texto por Jeniffer Lopes fotografia por Lino Lopes Ramos

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Coordenadas GPS para chegar ao tesouro

S

andra Cabral, 37 anos, começou a praticar geocaching em agosto de 2011. “Quando comecei foi uma frequência abismal, era todos os dias.” Da primeira vez, encontrou uma multicache: “davam pistas para chegar à cache final. Quando a encontrei, parecia mesmo um tesouro.

Foi muito bom”.

A pé ou de bicicleta, Sandra faz geocaching sozinha e principalmente ao fim de semana. Em oito meses, já fez 82 caches. “De dia, é bom para pas-sear e ver as paisagens, mas à noite também é porreiro”, assegura.

Quando sai de Bragança, cidade onde reside, Sandra nunca deixa de consultar o website do geocaching para saber se existem caches nos seus destinos. “As caches estão localizadas em sítios que não se conhecem. Por exemplo, em Coimbra, conheci a Sé Velha através da cache.” A distância mínima entre as caches é de 150 metros e, numa cidade, é possível chegar a fazer uma dezena por dia. “As mais difíceis são as multicaches. Às vezes, têm indicações confusas e é frustrante quando não se consegue encontrar. Já

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Contar os degraus que levam até ao sino ou caminhar em direção a Norte. Tudo para seguir no encalço de uma cache escondida em lugares incomuns de Trás-os-Montes. fui três vezes a Quintanilha e nunca consegui, porque as pessoas que fazem as caches esquecem-se que têm de fazer manutenção.”

O GPS e a bússola são companheiros indispensáveis nesta caça ao tesouro, que não prescinde de uma boa preparação física. “Em Samil, tive mesmo de pôr a bicicleta às costas, porque já não havia caminho. Há percursos de descer de 750 metros de altitude para 150, como foi no Sabor, mas o interessante é descobrir caminhos”, sentencia.

Um vício irresistível Em Bragança, esta professora de Educação Física já descobriu lugares inimagináveis através do geocaching: pelourinhos, o Castelo do Tourão em Rebordãos, os fornos de

cal em Samil, as minas de talco em Vinhais ou as casas de guardas florestais em Montesinho. “Faço isto, sobretudo, para conhecer coisas que ninguém conhece e estou maravilhada. Quanto mais faço, mais quero fazer”, confessa.

Além de descobrir caches, Sandra já se tornou owner, isto é, criou caches e depositou-as em determinados locais. “É preciso registar no site e colocar o tipo de cache. Não se pode pôr no muro de uma casa nem incluir indicações de estabelecimentos comerciais. Depois de escrever todas as informações, é preciso submeter à aprovação”, esclarece. E até mesmo na vizinha Espanha, Sandra colocou uma cache. “Já foram todas encontradas, porque em Bragança há um fanatismo para serem os primeiros a descobri-las”. texto e fotografia por Patrícia Posse

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Todo-o-Terreno.

Transportugal regressa em abril

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U

m dos mais tradicionais pas-seios de Todo-o-Terreno (TT) realizado em Portugal está de regresso e vai realizar-se nos dias 14 e 15 de abril. Para assinalar a 30ª edição do Transportugal, o clube aventura decidiu escolher os trilhos alentejanos, mais precisamente o sul de Évora e os concelhos de Redondo, Alandroal, Estremoz, Vila Viçosa, Borba ou Portel. A capital alentejana recebe a partida e a chegada.

De acordo com a organização, serão 350 quilómetros de percurso de pura adrenalina, com navegação em road-book – descritivo do trajeto com indicações de quilometragem total e parcial, orientação, e outras observações relativas ao percurso. Um trajeto repleto de história e de paisagens deslumbrantes, onde se inclui o rio Guadiana, a Serra d’Ossa e as grandes planícies da região.

Como é habitual haverá algumas provas de navegação, transposição de obstáculos, regularidade e os questionários. Embora estes exercícios não sejam obrigatórios, serão atribuídos prémios aos melhores classificados no conjunto do evento.

As inscrições para o passeio vão estar abertas até 30 de março e têm um

custo de 320 e 220 euros para jipes e motos/quads, respetivamente. Para os acompanhantes o preço é de 75 euros.

A inscrição inclui dois almoços, um jantar, seguro de acidentes pessoal, road-book e apoio logístico.

O TransPortugal nasceu em 1986 e nas suas primeiras edições durava cerca de onze dias e atravessava por completo o país, daí o nome. Devido a questões de logística e a situações financeiras sofreu algumas alterações e realiza-se num formato mais económico.

José Megre sempre presente Aquele que é considerado por muitos como o “pai” do TT português é habitualmente recordado neste tipo de eventos, até porque foi com ele que nasceu o Transportugal.

1ª Etapa: Évora / Évora Com início e final em Évora. Passagem pela Serra d’Ossa, rio Guadiana e as pedreiras de Vila Viçosa.

2ª Etapa: Évora / Évora Com início e final em Évora. Pas-sagem pela Serra de Valverde, grandes planícies e rio Degebe.

José Megre faleceu em setembro de 2009, aos 66 anos, vítima de cancro nos pulmões, mas estará para sempre presente na memória dos amantes do TT, pela obra e impulso que ofereceu à modalidade em Portugal.

Não é fácil sintetizar o seu trajeto.

Engenheiro mecânico de profissão, cedo despertou o interesse pelos automóveis. Estreou-se aos volantes em provas de TT, como é o caso do Paris-Dakar, ainda na década de 70.

Mais tarde, fundou com Pedro Villas Boas (residente em Évora), o Clube Aventura. Foi responsável pelo aparecimento de provas referência no atual panorama do TT português, como são exemplo a Baja Portalegre, Rali Transibérico ou as 24 Horas TT – Vila de Fronteira.

“Como eu vi todos os países do mundo”, é o livro póstumo de José Megre que conta as múltiplas aventuras do ex-piloto. Um vasto e rico legado com histórias e fotografias de povos e culturas de todos os pontos do planeta.

Um aventureiro e amante da adrenalina do TT. “Deixo-me dormir se conduzir a 120 kms/hora”, disse um dia José Megre. texto por André Canoa fotografias cedidas por Clube Aventura

Jipes, motos e quads vão trilhar caminhos alentejanos

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M

Jeniffer Lopes

uitos descem e sobem, alguns descem e nunca mais se ouve falar deles.

O Académico de Viseu andou entre os grandes com assistências de fazer inveja. 1989 marcou o início de um calvário que acabou há seis anos, com a extinção do clube. Para trás ficavam dívidas e sonhos desfeitos. Renasceu das cinzas quando muitos não acreditavam e procura agora reerguer-se, mas não está fácil. A esperança reside naqueles que, a cada dia, dão o melhor por um Académico prestes a festejar o centenário.

Sim, porque a história não se quebra assim de repente. Em 2014, as gentes do clube hão-de festejar os 100 como se nada tivesse acontecido. A extinção, em 2005, e a “refundação”, em 2007, são vistos como meros percalços. Até porque os tempos da primeira divisão são bons demais para irem por água abaixo. Foram apenas três épocas, mas serviram para levar bem longe o nome de Viseu. A melhor de todas foi a de 1980-81. Aí o Académico lutou como um senhor entre os grandes do nosso futebol.

Empatou a uma bola em casa com o Benfica e foi a Alvalade fazer das suas: triunfo por 1-0. A boa época, com oito vitórias e nove empates, serviu para garantir a permanência.

As assistências davam uma ajuda: só Benfica, FC Porto e Sporting conseguiam levar mais gente ao estádio.

O pior veio depois. Se pudessem, os viseenses paravam o tempo no ano de 1989, o último em que o Académico andou entre os grandes. É que a partir daí foi sempre a descer. Descidas e dívidas escreveram a crónica de um fim anunciado. “Faltou ter os pés assentes no chão”, critica Pedro Ruas, hoje vice-presidente do clube.

“Houve uma ânsia enorme de voltar logo ao grande palco da 1ª divisão. Se calhar o que se devia ter feito era procurar um caminho mais sustentável”, considera.

Em 2005, o Tribunal Judicial de Viseu decretou a insolvência da coletividade. Muitos terão pensado que era o fim, que o Académico não mais se iria erguer para novas façanhas.

Pedro Ruas e o presidente António Albino entenderam que ainda não era

Pedro Ruas (Vice Presidente)

chegada a hora. “Era preciso dar continuidade àquele grupo de estudantes que em 1914 fundaram o Académico, não podíamos deixar a cidade órfã de um clube que tantas alegrias trouxe”, conta o dirigente.

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Desporto

“Um dia voltaremos aos palcos cimeiros do futebol português”

Lima Pereira (Treinador)

Treinador filósofo e guarda-redes enfermeiro Por isso, puseram mãos à obra: uma fusão com um clube da terra, o Grupo Desportivo de Farminhão, alguns apoios pelo meio e estava de volta o Académico. Era o renascer das cinzas. Pedro Ruas prefere chamar-lhe “refundação, porque os sócios são os mesmos, os valores são os mesmos e o património cultural é o mesmo”. Até os troféus são os mesmos: o clube comprou-os todos ao antigo Clube Académico de Futebol. Hoje orgulha-se de uma sala carregada de memórias.

Diferente só a mentalidade. O presi-

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Pedro Ruas (Vice Presidente)

dente teve o cuidado de incluir nos estatutos um artigo que obriga todas as direções que por ali passem a deixar o passivo a zero. Mais vale prevenir do que remediar. O objetivo tem sido cumprido e o vice-presidente mostra aquele brilhozinho nos olhos quando diz que não devem dinheiro a ninguém, que “as contas estão certinhas”.

O clube está hoje em boas mãos.

Literalmente. É que o guarda-redes Nuno Oliveira, enfermeiro, cuida das balizas do Académico com o mesmo cuidado com que trata os doentes.

Para já não há razões de queixa: o topo da tabela está logo ali, à distância de um ponto. O objetivo é subir,

mas sem pressas. “Se este Académico subir e voltar a descer, mais uma vez vai desiludir os adeptos, mais uma vez vamos quebrar aquela confiança que demora a recuperar”, diz Pedro Ruas. O treinador Lima Pereira alinha no discurso: “queremos dar um passo de cada vez. E não pode haver retrocesso”.

O técnico chegou ao clube há pouco mais de meio ano. Confessa que foi difícil o primeiro impacto, o “agarrar das rédeas”, como gosta de dizer.

Com o tempo tudo ficou mais fácil.

As vitórias trazem confiança e a equipa não se fez rogada: 15 jogos sem conhecer o sabor da derrota e o 1º lugar como prémio. Os adep-

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A pressão da subida As lides europeias são até ver uma miragem para os lados viseenses.

Por agora, o Académico anda na mó de baixo, mas com a cara levantada.

Conseguiu recuperar a credibilidade com sangue e suor pelo meio. “Cada vez que entrávamos numa empresa, cada vez que falávamos no nome do Académico, o que vinha era o fantasma da dissolução do clube, das dívidas, de não termos alcançado os

objetivos”, recorda Pedro Ruas. O trabalho deu frutos e hoje o clube conta com patrocinadores fiéis, mas o vice-presidente quer mais. “Seria bom que os empresários de Viseu olhassem mais para o Académico, porque a verdade é que temos um orçamento baixíssimo se compararmos com outros clubes”, defende.

A localização geográfica também não ajuda. “Quando os nossos atletas chegam aos 18 anos querem seguir os estudos e aqui não temos universidades que os segurem. Muitos vão para Coimbra, Lisboa ou Porto e é difícil conseguirmos trabalhar com essa prata da casa”, explica o responsável. Há sempre quem resista.

A começar por dois enfermeiros, um fisioterapeuta e até um dentista.

Fazem parte de uma equipa onde há gente para todas as idades. Os mais velhos são Luís Vouzela e Augusto Cardoso, dono da baliza em muitas subidas e descidas. Com 37 anos, os dois tentam mostrar que ainda estão

ali para as curvas e para ensinar os mais novos, sobretudo o miúdo Jorge Cunha, de 19.

Ele e outros de 21, 22 ou 23 anos são as esperanças de um Académico que sonha com outros voos. É a chamada “pressão da subida”. “Muitas vezes sentimos essa pressão no sentido de se dar logo aquele passo mais largo que a perna”, conta Pedro Ruas. Para não cair é preciso ir devagar. Os adeptos, esses, têm pressa. O problema é que o futebol se faz de vitórias e desaires. O presente, mesmo que promissor, anda sempre de mãos dadas com a incerteza. Alguns sabem-no há muito, outros parecem ignorar essas façanhas do mundo futebolístico. “Acho que os verdadeiros adeptos do Académico de Viseu sofrem em silêncio”, diz Lima Pereira. A culpa pertence à memória de um passado longínquo que querem ver repetido.

Resta-lhes esperar. E acreditar nas palavras do vice-presidente: “um dia voltaremos aos palcos cimeiros do futebol português”. texto por Lino Lopes Ramos fotografia por Jeniffer Lopes

Breves Capital europeia da cultura acolhe desporto universitário

Daniel Gregório venceu o último campeonato nacional universitário de corta-mato, no passado dia 10 de março, em Guimarães. O estudante da Associação Académica de Coimbra ficou à frente de Tiago Silva, da Associação Académica da Madeira, e Ricardo Vale, estudante da Univer-

sidade Lusíada, no Porto. Nas mulheres, Carla Rocha, da Universidade do Porto, foi a grande vencedora. A prata foi para Bárbara Ferreira, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Com o bronze ficou Catarina Golçalves, da Associação Académica da Universidade de Trás-os Montes. por L. L. R.

Uma história que parece não ter fim O guião não muda. De ano para ano, as equipas portuguesas mais pequenas protagonizam as famosas “chicotadas psicológicas”. De vez em quando, os grandes dão uma ajuda. É o caso do Sporting, que este ano despediu

Domingos Paciência. O último a sair é Manuel Cajuda, que não se deu bem em Leiria. Este ano já vão onze chicotadas. por L. L. R.

Estoril Open tem início em Abril A 23ª edição do Estoril Open, o maior torneio de ténis realizado anualmente em Portugal, vai decorrer, entre os dias 28 de Abril e 06 de Maio, no Complexo de Ténis do

Estádio Nacional, no Jamor, em Oeiras. O argentino Juan Martin del Potro saiu vencedor da edição de 2011. por J. L.

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Desporto

tos começaram a acreditar. Cerca de mil vão ao Fontelo puxar pelos da casa. Acreditam que é agora, confiam numa equipa trabalhadora e num treinador que de vez em quando dá uns toques na filosofia do futebol.

“Aqui temos de pensar com a cabeça e executar com o pé”, sublinha. Na família Lima Pereira há quem o tenha feito da melhor maneira. É o caso do tio, campeão europeu em 1987, pelo FC Porto.

Desporto

Agenda “FÉRIAS DESPORTIVAS DA PÁSCOA” Data 02 a 05 de abril Local Multiusos de Guimarães Crianças dos seis aos 14 anos vão poder mostrar que nem só de Cultura se faz Guimarães 2012.

XI Gala do Desporto Açoriano Vilamoura Equestrian Tour Data 28 de março a 22 de abril Local Vilamoura É quase um mês inteiro a saltar obstáculos, numa prova onde o homem e o cavalo trabalham em conjunto.

Data 03 de abril Local Centro Social, Cultural e Recreativo da Silveira e Almagreira, Ilha do Pico O Governo Regional dos Açores distingue quem mais fez pelo desporto do arquipélago ao longo do ano passado.

Vela: XVII Troféu S.A.R. Rey Juan Carlos I

Festa do Basquetebol Data 29 de março a 01 de abril Local Albufeira Jogadores de todo o país fazem de Albufeira a capital do basquetebol juvenil. Ao basquete junta-se o “Jamboree de Mini-Basquete”, destinado a crianças dos sete aos nove anos. Já no” Live Basket” o público é convidado a jogar basquetebol ao ar livre.

Canoagem: Campeonato

Nacional de Kayak Polo 1ª Fase Data 31 de março a 10 de abril Local Beja

XXV NAZARÉ CUP Data 01 a 05 de abril Local Nazaré A Nazaré acolhe cinco dias de alta competição deste torneio internacional de andebol jovem.

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Data 04 a 07 de abril Local Cascais

Natação: Torneio

de Abertura de verão CAD Data 05 e 06 de abril Local Vila Praia de Ancora

Natação: Final do Campeonato Nacional de Longa Distância Data 14 de abril Local Rio Maior

Natação: XX Taça Vale do Tejo Data 14 de abril Local Complexo de Piscinas de Abrantes

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Abril Esgrima: Campeonato Nacional de Shuku Infantil Veteranos, armas EM, EF, FF, FM, S Data 14 de abril Local Lisboa

Data 22 de abril Local Viana do Castelo É o segundo estágio de Shorinji Kempo destinado aos mais novos. Para os “Kenshi” que tenham até 12 anos este vai ser um dia de muito treino… e brincadeira.

SBK PORTUGAL Data 14 e 16 de abril Local Autódromo do Algarve A prova coloca em ação alguns dos melhores pilotos portugueses em duas rodas.

Atletismo: Taça FPA de Marcha Atlética Data 22 de abril Local Leiria

Ténis: Campeonato Nacional Absoluto Peugeot

Duatlo: Duatlo de Torres Vedras-Prova Aberta

Data 19 a 22 de abril Local Santo Estêvão Golfe, Lisboa

Data 22 de abril Local Torres Vedras

Duatlo: Duatlo da Amora-Prova Aberta

INTERNATIONAL

GT

OPEN,

Fórmula 2, European F3, Racing Weekend

Data 21 de abril Local Amora

Data 27 a 29 de abril Local Autódromo do Algarve Quatro corridas num só dia. Carros de Fórmula e Grande Turismo vão fazer as delícias dos amantes de uma prova que costuma ser renhida.

Vela: Taça Amadeus Data 21 e 22 de abril Local Vilamoura

Torneio de Mestres e de Honra Data 21 a 29 de abril Local a definir São os dois torneios de xadrez mais importantes a nível nacional. 20 jogadores vão puxar pela cabeça para ver quem é o melhor.

por Lino Lopes Ramos

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Cultura

Notícias

Entradas gratuitas e descontos para desempregados

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esde o dia 27 de março, data em que se comemorou o Dia Mundial do Teatro, as pessoas desempregadas passaram a poder entrar de graça em museus, monumentos e palácios tutelados pelo Governo e a ter descontos em teatros nacionais.

Segundo a secretaria de Estado da Cultura, a medida pretende que as pessoas que têm hábitos culturais não vejam “o seu acesso à cultura limitado por se encontrarem numa situação de desemprego”.

Para além de poderem entrar de forma gratuita nos mu-

seus, monumentos e palácios que estão sob a tutela da Secretaria de Estado da Cultura, as pessoas que se encontram numa situação de desemprego têm também direito a descontos nos teatros nacionais, Cinemateca e Companhia Nacional de Bailado, limitados a um número máximo por sessão definidos pelos organismos.

As pessoas desempregadas estão sujeitas à apresentação de um comprovativo de inscrição no Instituto de Emprego e Formação Profissional ou de qualquer outro documento emitido pela Segurança Social que ateste a sua situação. por J. L.

Jovem português conquista galardão internacional

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edro Gomes, lisboeta de 27 anos, é um dos 25 vencedores da competição mundial Faces of Design Awards 2012. Como prémio, o designer vai apresentar o seu trabalho a cerca de 1500 representantes da área.

Faces of Design Awards é uma competição, criada em 2009, com o objetivo de ajudar a relacionar designers com

a indústria e os meios de comunicação social. Concorrentes de todo o mundo participam, enviando portefólios com projetos que realizaram.

O português foi eleito vencedor juntamente com 24 outros concorrentes e recebeu ainda uma menção especial do júri. Pedro Gomes já conquistou outros dez reconhecimentos ao longo da sua carreira.

por J. L.

Norte recebe primeira feira contra o preconceito

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Porto recebeu, pela primeira vez, a Feira do Livro LGTB (Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero).

Depois de três edições em Lisboa, sempre em outubro, a feira decorreu, este ano, de 10 a 17 de março, no Centro Comercial Bombarda.

Apesar da denominação da feira, esta dirigia-se a pessoas de todas as idades, géneros e orientações sexuais.

Livros infantis, romances, banda desenhada, estudos científicos e poesia constavam das obras disponibilizadas para venda ao público. A seleção de todas elas foi realizada com base no lema de que deveriam transparecer um respeito pela diversidade e encontrar-se livres de precon-

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ceitos.

Encontros, histórias, música e workshops de escrita e de ilustração, direcionados para o debate de questões relacionadas com a discriminação, fizeram parte da programação da feira. Richard Zimler foi um dos escritores convidados a participar.

Este evento foi realizado pela Associação ILGA Portugal (Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero).

Fundada em 1995, esta organização de âmbito nacional dedica-se à luta contra a discriminação em função da orientação sexual e da identidade de género. por J. L.

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Esgrima com história

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esde a sua criação que a Federação de Esgrima Histórica já participou em diversas recriações históricas, como assaltos a castelo e torneios. Atualmente, está a tentar recuperar profissões em extinção.

A Federação de Esgrima Histórica foi criada em janeiro de 2011. Fernando Brecha, capitão de armas da Federação, explica que os objetivos passam por “reunir grupos, associações e clubes, implementar legislação, avançar com sistemas de controlo, no que diz respeito à lei das armas, sobretudo as armas brancas. Pretende ainda transferir informação e fazer

com que as pessoas que praticam esgrima histórica tenham uma carreira e, sobretudo, um ponto de apoio onde possam aprender”.

João Maia, vice-presidente da Federação, sublinha que estão a tentar “normalizar o preço”, porque se vivia uma anarquia. “Havia salas e clubes a fazer o que queriam e uma federação existe para começar a regular tudo, até os preços das aulas”, esclarece.

Vera Rebelo, secretária da Federação, conta que Fernando Brecha e João Maia “fizeram aquilo que seria impensável em Portugal. São de duas associações diferentes que disputam o mercado português e decidiram que

estar de costas voltadas não servia de nada”. Juntaram-se e criaram a Federação. “É importante que se criem sinergias” A carreira de esgrima passa por seis etapas, desde o recruta até ao maestro. O maestro de armas é uma pessoa que não faz exame, é convidada. Para se avançar na carreira, há exames práticos, teóricos e de personalidade.

Dentro da federação, há o caminho da competição e o da esgrima artística, no qual se faz recriação histórica.

“Quando um rei se porta como povo

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e o povo se porta como rei, há algo que está mal”, afirma João Maia. Para uma recriação histórica, tem de haver um estudo da personagem, guardaroupa, comportamento e postura. “Na esgrima artística temos de divertir as pessoas que nos estão a ver, divertimo-nos e ainda temos de o fazer com toda a segurança”, sublinha.

Mas, estas recriações históricas têm um custo, que nem sempre é acessível. Por isso, o capitão de armas defende que “não pode ser sempre o Estado a pagar. É importante que se criem sinergias, sistemas que permitam fazer uma autonomia e que as pessoas da região saiam beneficiadas através de negócio, merchandising, hotéis”.

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Várias profissões estão a perder-se e a Federação Portuguesa de Esgrima Histórica tem interesse em recuperar algumas para recriações históricas.

“Pretendemos determinados tipos de eventos históricos, onde as pessoas que os façam saibam o que estão a fazer, com equipamentos e conhecimentos adequados. É importante que sejam a baixo preço, para que estejam muitas pessoas a ver, por pouco dinheiro”, afirma.

Fernando Brecha conta que “começam a aparecer pessoas que, graças à crise, estão a preocupar-se em aprender profissões. Nesta altura, começo a receber pessoas que estão interessadas em pegar num martelinho e começar a trabalhar a pedra,

madeira, couro”.

Começa também “a aparecer o sapateiro remendão, o tipo que cose as meias solas: uma série de profissões que estavam perdidas. Tomara eu ter tempo para ir buscar as bordadeiras, as maravilhosas cestarias, os oleiros”.

Uma área que consegue juntar cultura e desporto João Maia debruça-se mais sobre o estudo do século XII, dos tem-plários.

Fernando Brecha especializa--se no século XIV, em 1383-1385, no interregno. “Nós os dois encontramo-nos no século XVI, muito preocupados em correr com Filipe II daqui para fora”, sublinha o capitão de armas.

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A esgrima histórica não é só desporto nem só cultura. Para se fazer um movimento correto, são precisas 1500 a 1600 posições, afirma o capitão de armas. No entanto, há muito estudo por detrás, é preciso saber muita história, inclusivé para passar nos exames teóricos.

“A esgrima histórica é como os livros do Tintim” “Costumamos dizer que a esgrima histórica é como os livros do Tintim, dos oito aos 88”, afirma Fernando Brecha. O capitão de armas da Federação tem alunos a partir dos oito anos, enquanto que o vice-presidente ensina crianças a partir dos onze.

“Temos muitas senhoras a praticar e alguma delas excelentes cavaleiras e esgrimistas. Os homens que se cuidem”, alerta Fernando Brecha. As praticantes femininas têm normalmente entre 25 e 40 anos e pertencem a diversos estratos sociais. “A única coisa que nos une é exatamente a espada”, sublinha.

A Federação tem cerca de 150 federados, contando com associações em Viana do Castelo, Santa Maria da Feira, Porto, Barcelos, Santarém, Setúbal, Sintra, Lisboa, Caldas da Rainha e Algarve. texto por Ana Margarida Gomes fotografias cedidas pela F.P.E.H.

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Dossier Especial

Pรกscoa

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Cultura

Páscoa à portuguesa A Páscoa é celebrada de norte a sul de Portugal.

Mas, se a época é festiva em todo o país, as tradições variam de região para região.

São Brás de Alportel e a Festa das Tochas Floridas

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a vila algarvia de São Brás de Alportel, o domingo de Páscoa é celebrado com a Festa das Tochas Floridas.

As ruas enchem-se de gente, as janelas são enfeitadas com colchas e as ruas cobertas de flores. São necessárias três toneladas para cobrir um quilómetro de caminho que os são-brasenses percorrem durante a procissão.

Os andores dão lugar às flores, que ornamentam as tochas. “Os homens, formando alas, abrem a procissão, empunhando uma tocha na mão. Reúnem-se em pequenos grupos para, alternadamente, se levantar o grito do ‘aleluia’. Aqui e além ouve-se uma voz potente e sonora: ‘Ressuscitou como disse!’. O grupo, erguendo bem alto a tocha, com grande alegria e entusiasmo, responde: ‘Aleluia, aleluia, aleluia!’”, descreve a Câmara Municipal de São Brás de Alportel.

Vila do Bispo parte o folar

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sta é uma tradição com décadas de existência em Vila do Bispo, um dos municípios do distrito de Faro. Na manhã de segunda-feira de Páscoa, famílias deslocam-se ao Pinhal da Samouqueira, freguesia de Vila do Bispo, com mexilhões, carne para grelhar e folar.

“Tradicionalmente, a prova dos folares era pretexto para a confraternização que se realizava em ambiente festivo, animada pelo acordeão, cantigas e jogos tradicionais, marcando o fim do período da Quaresma”, explica a Autarquia de Vila do Bispo.

Este ano, o Partir do Folar realiza-se no dia 9 de abril, às 15:00. Estarão à disposição um conjunto de atividades, de acesso livre, que culminarão com o partir de três mega folares.

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Romarias de Évora

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penas no Alentejo se celebra a Páscoa desta forma. Quem o diz é José Francisco Serra, padre da paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Évora. “É tradicional o povo ir para o campo comer o borrego pascal. O feriado nem é na sexta-feira santa, mas na segunda de Páscoa, porque toda a gente vai para o campo”, alega. As famílias procuram o melhor sítio para se instalarem, geralmente nas sombras proporcionadas pelos sobreiros. Aí, comem o cordeiro, que não pode faltar na Páscoa.

“Simboliza o cordeiro imolado. Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, esclarece José Serra.

Em Évora, é tradição os habitantes trocarem folares entre si. “São uns bolinhos de pão doce, farinha amassada com ovo e açúcar e erva doce. Têm um ovinho no meio, que é um símbolo muito bonito. O ovo é como o túmulo e foi exatamente do túmulo que nasceu a vida, como o pintainho que sai do ovo”, esclarece o padre Serra.

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Tourém serra a Velha

ourém, no concelho de Montalegre, é das poucas povoações onde a Serrada da Velha continua a realizar-se.

Esta é uma tradição que decorre na Quaresma. “É feita com crianças, que colocam chocalhos a tiracolo e circulam pelas ruas”, esclarece Paulo Barroso, presidente da Junta de Freguesia de Tourém. Quando se deparam com uma pessoa idosa, fazem soar os chocalhos. “Também se fazem umas figuras de palha, que percorrem as aldeias”, diz Paulo Barroso.

Com a Serrada da Velha, os habitantes de Tourém despedem-se do Inverno, do que é velho, e celebram a chegada de uma nova estação, a Primavera.

Castelo de Vide e a chocalhada

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m Castelo de Vide, vila do distrito de Portalegre, a Páscoa é celebrada de acordo com tradições seculares.

A bênção dos cordeiros é feita no Sábado de Aleluia, pela manhã. Os pastores aguardam que os cordeiros sejam benzidos para depois os venderem. Os animais são depois transportados até aos locais onde são imolados.

“Os castelo-videnses, quando no sábado à noite se dirigem para junto da Igreja Matriz, não dizem que vão participar na Vigília Pascal. Afirmam antes que vão ver aparecer a Aleluia”, informa Carolino Tapadejo, ex-presidente da Câmara de Castelo de Vide. Após o anúncio da Aleluia, as pessoas cumprimentam-se e “algumas, sobretudo as mais velhas, aproximam-se de alguém com quem tiveram um desentendimento e fazem as pazes”, conta Tapadejo. A banda filarmónica sai da Igreja a tocar e é acompanhada pela multidão, que faz soar os chocalhos, “cujo ruído, por vezes, é superior ao som produzido pelos instrumentos da banda”, garante o ex-presidente da Câmara.

Em Castelo de Vide, os folares “são feitos especialmente para as crianças e existem dois modelos: um em forma de cruz com um ovo cozido no centro e outro, com formato de lagarto, também com um ovo na boca”, descreve Tapadejo.

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a sexta-feira santa, são lembrados, em Montalegre, o julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus Cristo. Em Vilar de Perdizes, freguesia do concelho de Montalegre, celebra-se, de dez em dez anos, o Auto da Paixão. “Os habitantes inspiram-se e teatralizam as cenas dramáticas da paixão de Cristo perante um numeroso público”, explica a Câmara Municipal de Montalegre.

No Sábado de Aleluia, faz-se a Queima do Judas. Segundo a autarquia, este acontecimento “representa o julgamento de Judas Iscariotes que traiu Cristo por trinta moedas”. Associações, instituições e bairros constroem o seu Judas, para o exibirem pelas ruas. Na zona do Castelo, “as representações toscas de bonecos são penduradas nas árvores circundantes, sendo destruídas pelo fogo, tendo como objetivo a sua expiação e purificação pela traição cometida”.

No domingo de Páscoa, o padre realiza a visita pascal a cada casa, para a benzer e dar a cruz a beijar. Esta é, aliás, uma tradição que tem lugar em diversas regiões portuguesas e que é conhecida por Compasso.

“No domingo que antecede o da Páscoa, benzem-se na Igreja os raminhos, constituídos por alecrim, oliveira e louro, para os jovens darem às suas madrinhas e desta forma pedirem a sua bênção”, explica a Câmara Municipal de Montalegre. Em troca, as madrinhas oferecem o tradicional folar ou amêndoas.

Folar de tradições O folar é um dos protagonistas da Páscoa em Portugal. Cada região tem o seu. Os de Valpaços e de Olhão são dos mais conhecidos.

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m Valpaços, o folar é “retangular, cozido numa forma de barro, tem cerca de um quilo e cem gramas e é recheado com carnes fumadas”, explica Conceição Moutinho, proprietária da padaria Moutinho, em Argeriz, Valpaços. Consumido o ano todo, não deixa de ser típico da época pascal. “É para ter no dia de Páscoa. Todas as casas têm. Mas não há a tradição de ser de oferta”, informa a proprietária da padaria, referindo-se ao hábito que existe, em inúmeras regiões portuguesas, de os padrinhos ofereceram o folar aos afilhados.

O folar de Olhão é feito de camadas sobrepostas, o que explica a designação que lhe é dada de folar de folhas. “Vende-se mais na altura da Páscoa”, afirma Hugo Mendes, atual gestor de uma fábrica de produção do folar de Olhão. A procura é grande, não só por portugueses mas também por estrangeiros. “Vendemos à volta de 45 mil quilos por ano”, informa.

Nesta empresa familiar, a receita já é antiga. Hugo Mendes admite que farinha e margarina são dois dos ingredientes base, mas mais não revela. As camadas são geralmente polvilhadas de açúcar e canela e há quem adicione à massa sumo de laranja ou de limão. Em Olhão, o gesto tradicional de oferta do folar pelos padrinhos foi-se perdendo ao longo do texto por Jeniffer Lopes tempo. fotografias cedidas por Câmara de Vila do Bispo e por Carolino Tapadejo

A lenda do folar da Páscoa

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“Esta é uma das várias lendas, que a tradição guarda ciosamente, sobre o folar da Páscoa.”

ssim inicia Gentil Marques, num dos livros da colectânea Lendas de Portugal, da Âncora Editora, uma exposição sobre a origem do bolo típico.

Reza a lenda que, numa aldeia portuguesa, uma jovem, de nome Mariana, tinha o sonho de casar cedo.

Rezava sem cessar a Santa Catarina, na esperança de que esta lho concretizasse. Surgiram-lhe então dois pretendentes, um fidalgo rico e um lavrador pobre, de nome Amaro.

“Mariana não sabia como decidir-se, hesitava sobre por qual dos dois devia optar”, conta Gentil Marques. A jovem voltou a recorrer a Santa Catarina, desta vez para que esta a ajudasse na sua escolha. Mariana acabou por decidir-se por Amaro.

Na véspera do domingo de Páscoa, a jovem angustiava, pois fora informada de que o fidalgo apareceria no dia do casamento para matar Amaro. Rezou novamente a Santa Catarina. “Foi então – ao que se diz – que ela viu a imagem sorrir-lhe”, revela Gentil Marques.

No dia seguinte, Mariana foi colocar flores no altar. Ao chegar a casa, encontrou um grande bolo com ovos inteiros, rodeado das mesmas flores que colocara no altar. Amaro e o fidalgo tinham recebido um igual. “Apertaram-se as mãos. Separaram-se amigos. Mas só Marianinha sabia, ao certo, quem oferecera aqueles bolos com ovos e flores, verdadeiro presente dos Céus”, relata Gentil Marques.

De acordo com a lenda, o folar tornou-se, assim, uma tradição que celebra a amizade e a reconciliação.

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Cultura

Montalegre queima o Judas

Uma loja muito doce

A Arcádia ultima os preparativos para a época pascal. “Andamos o ano inteiro a produzir para uma ou duas semanas de vendas”, afirma João Bastos, proprietário

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m pleno coração da cidade do Porto, a casa do chocolate Arcádia prepara-se para mais uma época pascal. Algumas amêndoas estão a ser concebidas há já quase um ano. São as famosas drageias de licor Bonjour, pintadas à

mão, com detalhe.

Na montra da loja, vêem-se amêndoas coloridas, ovos de vários tamanhos e coelhinhos de chocolate. Empurra-se a porta de entrada e sente-se o aroma a chocolate, que paira no ar.

Vêem-se mais amêndoas, em cestos

de renda, e uns ovos grandes, com imagens alusivas à quadra, dentro dos quais se escondem ainda mais amêndoas. Ao fundo da loja, ovos de chocolate, embalados em papéis de várias cores, parecem espreitar do cesto em que se encontram.

Um negócio de família A Arcádia pertence à família Bastos desde 1933, ano em que foi criada.

“Foi fundada pelo meu avô”, conta João Bastos, um dos atuais proprietários. A antiga confeitaria Arcádia funcionava na Praça da Liberdade.

“Era conhecida por ter produtos de excelência, nomeadamente os chocolates, as amêndoas e a pastelaria. Para além disso, a antiga confeitaria era uma referência da cidade do Porto, um ponto de encontro, onde as pessoas que vinham à Baixa se encontravam. Faz parte das memórias portuenses”, afirma o neto do criador.

O crescimento, em termos comerciais e residenciais, de outras zonas do

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Cultura Porto e o aparecimento dos centros comerciais fizeram com que o negócio se contraísse. “Foi nessa altura que decidimos encerrar o estabelecimento comercial. Abrimos esta loja aqui, no Almada, e hoje já é diferente.

Já temos um conjunto muito vasto de lojas”, afirma João Bastos. O Porto conta já com sete lojas de insígnia Arcádia e Lisboa com três. Para além destas, existem cinco lojas da insígnia Coffee Box e duas, franqueadas,

em Braga e em Guimarães. Está ainda a ser concebido uma página na internet, para a venda de produtos.

Em harmonia com o tempo presente e com o pensamento no futuro, a Arcádia não deixa, contudo, de conservar valores do passado. “Se houve uma coisa que conseguimos preservar foi a associação do nome Arcádia a qualidade”, defende Margarida Bastos, irmã de João Bastos e proprietária da Arcádia. As deslocações

de clientes, por vezes de longe, para comprar os produtos na loja da rua do Almada, atestam da qualidade dos produtos. “Temos pessoas que vêm aqui de propósito, nem que seja uma vez por ano, comprar a amêndoa”, afirma Margarida Bastos.

Produtos emblemáticos As línguas de gato, feitas de chocolate, são um dos produtos típicos da Arcádia. Apesar de se encontrarem à venda o ano todo, as amêndoas são alvo de maior procura na Páscoa. “As amêndoas de licor Bonjour são produzidas o ano todo. Acaba a Páscoa e nós começamos a produzir já para o ano seguinte. São muito trabalhosas e, para conseguirmos ter os níveis de produção necessários, fazemo-las o ano todo”, explica João Bastos.

Na Arcádia, a inovação é uma das chaves para o sucesso. “As pessoas pedem novidades e tentamos apresentar um produto ou outro diferente todos os anos”, esclarece Margarida Bastos. Este ano, a novidade da Páscoa são os ovos em papier-mâché, decorados e repletos de amêndoas. texto por Jeniffer Lopes fotografia por Lino Lopes Ramos

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Uma amêndoa especial

squeçam-se as vulgares amêndoas cobertas de açúcar que se podem comprar em grandes estabelecimentos comerciais. Se se quer saborear uma amêndoa feita de forma tradicional e pelas mãos de quem sabe, nada como a amêndoa coberta de Torre de Moncorvo.

Quem entra na loja de produtos tradicionais Arte, Sabor e Douro, em Moncorvo, sente, desde logo, uma cheiro adocicado no ar. Algo se prepara. A amêndoa coberta, doce típico da vila do distrito de Bragança, está a ser confecionada por uma mulher que parece dominar um saber de outros tempos.

Já não há muitas cobrideiras em Moncorvo. Estas mulheres, especialistas em trabalhar a amêndoa coberta, fazem-se raras. “Antigamente, havia porta sim porta sim mulheres a cobrir.

Qualquer casa dos ricos tinha uma mulher que cobria a amêndoa. Agora já há poucas”, diz Deolinda Morais, proprietária da loja de produtos tradi-

cionais.

A moncorvense acredita que o facto de o trabalho ser penoso e demorado não ajuda. “Está naquela bacia uma mulher oito horas por dia e quase não se vê trabalho. Tem de ser feito com cuidado, com carinho, porque se chegam ali e deitam a amêndoa de qualquer maneira ela parte”, explica Deolinda Morais, acrescentando que o trabalho provoca dores de costas e um aquecimento incomodativo das pernas.

O processo que permite obter a amêndoa coberta de Torre de Moncorvo é artesanal. “Depois de descascada, a descasca é à mão, a amêndoa é torrada e vai para umas bacias de cobre onde é transformada, com uma calda de açúcar. Anda oito dias numa bacia, para uma mulher a trabalhar oito horas por dia”, descreve Deolinda Morais. Os recipientes de cobre são aquecidos, para obter a amêndoa pretendida e as cobrideiras usam dedais, para se protegerem do calor.

“Com a calda de açúcar que se lhe vai deitando, a amêndoa vai ficando coberta de açúcar”, afirma a proprietária. Obtém-se, concluído o processo, uma amêndoa inconfundível, com saliências na parte açucarada: uma espécie de piquinhos. “É o nosso diamante”, afirma Deolinda Morais, que confessa ir comendo uma ou outra amêndoa coberta durante o dia. Joaquim Morais, marido de Deolinda Morais e também proprietário da loja, defende que é descabido ir a Moncorvo e não provar o doce típico. “Vir a Moncorvo e não provar a amêndoa coberta é como ir a Roma e não ver o papa”, compara, brincando.

Apesar de ser vendida o ano todo, é na Páscoa que a amêndoa coberta de Torre de Moncorvo tem mais procura. “Nesta época não há mãos a medir”, assegura Deolinda Morais.

Os telefonemas são muitos e as encomendas chegam a ser feitas a partir dos Açores. texto por Jeniffer Lopes fotografia por Lino Lopes Ramos

A amêndoa coberta é um produto típico de Torre de Moncorvo e que tem grande procura na Páscoa

Cultura

Amêndoas de Portalegre

A tradição voltou a ser o que era

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ste ano a Páscoa será mais doce. A fábrica das tradicionais amêndoas de Portalegre reabriu em março, quatro anos depois (fevereiro 2008) da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) ter “aconselhado” ao seu encerramento.

“Argumentaram que tínhamos falta de espaço e que, entre outras, havia a necessidade de construir três casas de banho. Entendemos que não valia a pena investir e por isso encerrámos.

Foram quatro anos perdidos. As pessoas telefonavam e procuravam pelas amêndoas. Hoje dizem, até que enfim que voltaram”, conta José Maria Vintém, um dos proprietários.

A unidade fabril, situada numa azinhaga nas imediações do centro da cidade, é representativa da típica doçaria conventual e uma bandeira gastronómica de Portalegre. Um negócio de família com quase um século de existência e que arrancou pelas mãos do pai de Joaquina Vintém, esposa de José.

Agora o filho do casal, Marco Vintém, de 37 anos e pasteleiro de profissão, decidiu revitalizar a empresa para não deixar morrer uma velha tradição.

“Enquanto os outros fecham nós abrimos…”, ironiza José Vintém, considerando que devido à crise o risco deve ser mínimo: “Trabalhamos

à medida do consumo. Não vamos embarcar em aventuras”.

Antes as amêndoas de Portalegre eram procuradas desde Povoa de Varzim até Loulé. Para o ex-operário, de 66 anos, o objetivo passa atualmente por tentar recuperar, “devagarinho e começando por baixo”, o marcado perdido.

A pequena fábrica, onde trabalha pai, mãe e filho, labora sazonalmente, entre o Carnaval e a Páscoa e confeciona de forma artesanal cerca de três mil kg de amêndoas, a uma média de 50kg por dia.

Segredo está no “trabalho” Quanto ao modo de confeção, as amêndoas começam por ser criteriosamente selecionadas e de seguida são torradas. Posteriormente são colocadas nas duas caldeiras aquecidas de cobre – uma espécie de betoneiras - onde lhes é adicionado açúcar ou chocolate, o suficiente até ganharem a textura e a medida desejadas.

As amêndoas, de “tipo açúcar” e “tipo chocolate” são depois comercializadas em pacotes de 250 gramas, e fazem as delícias dos mais gulosos.

A terminar, numa curiosa tentativa de desvendar o segredo desta famosa iguaria alentejana, o casal de empresários, debaixo do intenso ruído das caldeiras manteve a alma do negócio: “Segredo? O segredo está no trabalho”, disseram a uma só vós. texto e fotografia por André Canoa

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29 de Abril

Dossier Dia mundial da danรงa 40

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Dia mundial da dança

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Cultura

dia Mundial da Dança surgiu em 1982 e deste então comemora-se anualmente a 29 de abril. A data escolhida pelo Comité Internacional de Dança da UNESCO marca o nascimento de um dos grandes nomes da dança, Jean-Georges Noverre, em 1727.

Anualmente a UNESCO pede a uma personalidade do mundo da dança para escrever uma mensagem que circula por todo o mundo. “A celebração tem como objetivo reunir todos os tipos de dança e celebrar esta arte e mostrar a sua universalidade, independentemente das barreiras políticas, culturais e éticas e reunir todas as pessoas através da paz e da amizade, tendo como linguagem central o conceito da Dança”, sublinha o Comité Internacional de Dança da UNESCO. Neste dossier vão ser apresentados diversos tipos de dança, desde o clássico como o ballet, às danças de salão, brasileiras, orientais, hip hop e o típico folclore. texto por Ana Margarida Gomes

“O Dia Mundial da Dança foi criado para sublinhar a importância desta forma de arte e estimular o apoio à mesma, no entanto penso que este reconhecimento devia ser constante e não apenas no dia que lhe é dedicado. A quantidade de dias comemorativos que existem atualmente faz com que a população dê menos importância relativa a cada um deles. Ainda assim, acho que sendo um dia para muitos desconhecido, as entidades responsáveis deviam organizar eventos na área, dando mais visibilidade a esta arte, mostrando a sua versatilidade e incluindo-a na formação básica da população.”

Andreia Ferreira, 24 anos, Coimbra

“Acho que o dia mundial da dança é uma celebração da expressão dos sentimentos.”

João Barros, 23 anos, Coimbra

“Nunca fui muito amigo da dança.

Mas gosto de ver dançar o folclore, não aprecio muito as outras danças.”

José Rocha, 68 anos, Porto

“Penso que as pessoas estão a divertir-se. As danças são diferentes do que era antigamente, são danças modernas, da juventude, gosto de ver dançar. Antes costumava dançar-se mais o tango, a valsa, o rock também.”

Helena Reis, 58 anos, Porto

“Associo sempre a um espetáculo de ballet.

Gosto de ver dançar, não sou nenhuma dançarina.”

Helena Santos, 60 anos, Lisboa

“Associo sobretudo à dança de discoteca, que é a que mais gosto.

Gosto de dançar e ver dançar.”

Susana Almeida, 39 anos, Lisboa

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Uma dança entre mulheres A dança oriental é praticada apenas por mulheres e a regra manda que não haja demonstrações públicas

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dança oriental tem algumas adeptas no Ginásio Desportivo de Coimbra. Passa das nove da noite e o grupo está reunido numa das salas do ginásio, pronto para dar início a mais uma aula. A maioria das mulheres traz um lenço com moedas em torno das ancas e algumas têm a barriga vendada por um tecido transparente.

“As aulas existem, neste ginásio, há cinco anos, dadas por mim”, informa Catarina Madeira, a professora, conhecida por Naadirah no universo da dança oriental. Começou a praticar dança oriental há 12 anos, quando surgiram as primeiras aulas em Coimbra. Desde então, tem-se dedicado a manter a atividade acessível a quem se encontra na cidade ou nas proximidades.

“A dança oriental foi, supostamente, a primeira dança do mundo. Era uma dança feita por mulheres e apenas entre mulheres, dentro do templo. Era feita como oferenda à deusa da fertili-

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dade. E as mulheres acreditavam que assim se tornavam mais férteis”, explica. Segundo a professora, o que, na verdade, sucede é que a dança oriental contribui para oxigenar a zona dos ovários e do intestino. “A partir do momento em que a zona dos ovários é oxigenada, a mulher torna-se mais fértil, uma vez que o nível hormonal é regulado”, descreve.

A adesão às aulas de dança do ventre tem sido muita. Mas há mulheres que acabam por desistir. “A dança oriental é muito difícil. As pessoas começam por interesse e acabam por desistir porque não conseguem acompanhar”, explica a professora. A dança oriental movimenta músculos que outras aulas, como as de fitness, não trabalham. “A primeira vez que elas vêm, queixam-se, posteriormente, que lhes doíam músculos que desconheciam”, diz Catarina Madeira, rindo. A professora destaca ainda as vantagens em termos de correção da postura e de aumento da autoestima.

Catarina Madeira faz uma distinção entre dança oriental de dança do ventre. “Gosto de diferenciar, para as alunas saberem que o que eu ensino é a dança oriental, ou seja, os movimentos delicados e femininos, e não a dança do ventre, dança para espetáculos. A dança oriental é para nós. Não é para mostrar a ninguém”, alega.

A aula começa, num ritmo lento.

Os movimentos são calmos e quase impercetíveis. Subitamente, a melodia anima-se. O abanar de ancas faz tilintar as moedas, presas nos lenços.

Os braços levantam-se suavemente e as dançarinas vão-se movimentando pela sala.

texto e fotografia por Jennifer Lopes

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À descoberta da dança Professor há 25 anos, Manuel Pereira de Melo viajou pelo mundo para aprender danças nos países com “tradição”

celente exercício físico, é altamente terapêutico, por exemplo, ao nível de stress e depressões. A dança ajuda muito nesse tipo de problemas, obviamente não esquecendo que é uma diversão por excelência”.

Dança de salão preferida: quickstep Danças brasileira preferida: samba de gafieira texto por Ana Margarida Gomes fotografia cedida por Manuel Pereira de Melo

Danças de salão - Valsa inglesa, Valsa vienense, Tango, Slow Fox Trot, Quick Step, Cha Cha Cha, Rumba, Samba, Paso Doble e Jive.

Danças Brasileiras - Samba no pé, Samba de gafieira, Forró, Pagode e Bolero.

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Cultura

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anuel Pereira de Melo dá aulas de dança há 25 anos.

Começou por lecionar danças de salão, tendo posteriormente começado a lecionar danças brasileiras. Tem uma escola de dança em Coimbra e dá aulas num clube social no Porto.

“Quando comecei a dar aulas em Portugal não havia praticamente ninguém a dar danças de salão de acordo com as regras internacionais, portanto, foi uma novidade. Naquela altura, foi um “boom” muito grande, mesmo numa cidade como Coimbra tinha cerca de 500 alunos mensalmente”, relembra Manuel Pereira de Melo.

Apesar de as danças de salão serem a principal razão das pessoas iniciarem as aulas, o professor conta que depois de conhecerem as danças brasileiras “as pessoas aderem muito”.

Manuel Pereira de Melo refere que, no início, o público das suas aulas era principalmente feminino, mas agora é diferente. “Os homens já perderam os complexos, aparecem com regularidade e em número praticamente igual ao das mulheres”, afirma.

A vontade de dançar começou muito cedo e decidiu partir para os países que abraçam estes tipos de dança.

“Os meus pais gostavam de dançar.

Via-os e sempre tive imensa vontade de dançar. Procurei em Portugal e não havia ninguém que desse formação, tive que partir para os países onde a dança tinha muita tradição, que é o caso de Áustria”. O professor ia à Áustria várias vezes ao ano, por períodos de três semanas a um mês. Tinha aulas particulares pois, segundo afirma, “têm um rendimento muitíssimo maior”. “Foi um trabalho exaustivo que obriga a um grande esforço e a uma grande dedicação”, sublinha.

Quanto às danças brasileiras, Manuel Pereira de Melo desde sempre gostou muito de samba e foi isso que o motivou a, mais tarde, aprender danças brasileiras.

Com o dia Mundial da Dança a chegar, o professor defende que “é um dia em que se aproveita para lembrar às pessoas as grandes vantagens que a dança tem. Para além de ser um ex-

“Perda Preciosa” em estreia absoluta

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Companhia Nacional de Bailado (CNB) nasceu em 1977, criada pelo então secretário de Estado da Cultura, David Mourão Ferreira. Atualmente, a CNB tem 70 bailarinos e seis finalistas da escola de dança do Conservatório.

Este mês vai estrear uma peça origi-

nal, “Perda Preciosa”, ensaiada e coreografada por Rui Lopes Graça e encenada por André Teodósio. A peça, acompanhada pela orquestra Divino Suspiro, vai retratar D. Sebastião e o sebastianismo.

“A Bela Adormecida é um dos grandes clássicos incontornáveis que

deve fazer parte do reportório de uma companhia deste género”, afirmou Luísa Taveira, diretora artística da Companhia Nacional, no pré-ensaio geral. O bailado esteve em exibição no Teatro Camões, entre 08 e 18 de março, vai partir em digressão pelo país.

Desde o início da temporada, em setembro, que a CNB decidiu doar o dinheiro dos ensaios gerais para uma instituição de caridade. A ideia “tem resultado muitíssimo bem, porque de

Companhia Nacional de várias nac

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Filipa de Castro Filipa de Castro é bailarina principal na CNB. Começou a praticar ballet aos sete anos e, desde os 18, é bailarina profissional. É casada com Carlos Pinillos, também ele bailarino. O casal é convidado com frequência para ir a galas e festivais no estrangeiro para dançar os “pas de deux”(partes principais dos bailados).

Estreou-se como bailarina principal no papel de Swanilda, em Copéllia.

Os bailados clássicos que mais gosta de representar são Giselle e Romeu e Julieta. “Uma coisa que gosto muito é subir ao palco e interpretar ballets com carga dramática”, justifica a bailarina.

Cultura

facto as pessoas vêm ver, muito embora saibam que é um ensaio geral e que pode haver paragens ou correções”, comenta a diretora.

A CNB conta com artistas de várias nacionalidades, com idades a partir dos 18 anos. Apesar de a dança ainda ser vista por alguns como um hobbie, ser bailarino é uma profissão, onde se trabalha oito horas por dia.

Para Luísa Taveira, “o Dia Mundial da Dança é todos os dias. É um dia que assinalamos e em que toda a comunidade se junta e festeja esta arte maravilhosa que é dançar. É viver esta experiência não só como bailarino, mas também como público”.

Filipa de Castro (bailarina)

Companhia Nacional de Bailado tem 76 artistas de várias nacionalidades

Filipa de Castro é uma das bailarinas principais da CNB. A profissional dança há 27 anos e ainda hoje sente nervosismo quando pisa o palco. “No dia em que não houver borboletas antes de subir ao palco alguma coisa está errada, das duas uma, ou o ballet não nos inspira ou então já é o momento de largar as sapatilhas de ponta”, conta.

Com dois filhos, a bailarina conta a experiência da maternidade. “Foi a melhor coisa que me aconteceu. Fez-me crescer como artista, como nenhuma outra coisa até esse momento tinha feito. Depois de o bebé nascer é impressionante a memória que o corpo tem, as bailarinas voltam à forma inicial”.

Filipa de Castro defende que no Dia Mundial da Dança devia “haver uma festividade mundial que, juntamente com o público e com os artistas da dança, se devia celebrar em cada parte do mundo à sua maneira. Dançar é universal e faz todo o sentido que haja um Dia Mundial da Dança porque toda a gente pratica, na discoteca, no baile, ou no palco: toda a gente dança”.

“O meu sonho é conseguir acabar a minha carreira sem ter tido alguma lesão que me obrigue a parar antes do tempo”, conta. Acerca de destinos a visitar, a bailarina revela que gostaria de ir ao Oriente, “eles têm uma cultura tão diferente, não sei como é que nos iam receber”.

texto por Ana Margarida Gomes fotografia por Tiago Canoso

e Bailado tem 76 artistas de cionalidades

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Hip-Hop. De Lisboa até Estremoz A história dos Dance4Fun

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certo que a essência do HipHop nasceu em meios urbanos e que, há uma década atrás, seria impensável em pleno coração do Alentejo, a aceitação de um grupo de dança que não fosse o tradicional rancho folclórico Mas já diz o ditado: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”. É o caso dos Dance4Fun, um grupo de dança que “importou” este estilo para a província.

Inês Martins, coordenadora do grupo, conta que tudo começou em 2005, quando o seu marido Luís Frade, na altura namorado e natural de Lisboa, começou a dirigir, ocasionalmente, aulas de hip-hop em Estremoz. Os Dance4Fun já existiam na capital portuguesa, mas Luís conseguiu trazer para a cidade alentejana aquilo que Inês considera ser “um novo modo de vida e uma força de expressão diferente”.

A ideia pegou destaque e atualmente o grupo é composto por 22

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elementos – apenas dois masculinos – com idades compreendidas entre os dez e os 30 anos. Desde então contam-se várias atuações, participações em campeonatos de dança e até presenças em dois programas televisivos: Você na Tv (TVI) e Portugal no Coração (RTP1).

Para enriquecer as suas atuações, costumam puxar pela criatividade e misturam à dança, adaptações do teatro ou comédia. Tudo isto se ensaia uma vez por semana, quase sempre nos sábados de tarde.

Embora seja Inês quem orienta as coreografias e Luís fique com a montagem, existe no grupo um sentido nobre que se estende a todos os membros. “Normalmente o cachet para uma atuação é de 150 euros, mas quando se trata de causas solidárias ou apoio aos mais desfavorecidos, fazemo-lo gratuitamente”, sublinha a responsável.

Conhecer os Dance4Fun é saber que não se trata apenas de um grupo de

pessoas apaixonadas pela dança, mas sim de uma família, na verdadeiro sentido da palavra. Inês Martins, de 30 anos e cabeleireira de profissão, tem a companhia das suas duas irmãs mais novas: Sílvia, animadora e instrutora de fitness e Telma Martins, ainda estudante.

Mais do que a sucessão familiar está também garantido o futuro do grupo, através dos novos “meninos de ouro”, como explica Inês: “Decidimos criar recentemente uma secção juvenil, os Dance4Kid. É um grupo que segue a nossa linha de atuação mas dedicada para crianças dos três aos 15 anos de idade. Tal como o amor, pode dizer-se que a dança não escolhe idades, nem tão pouco regiões. Simplesmente acontece”.

O grupo Dance4Fun está integrado na Associação Juvenil de Estremoz e tem o apoio do município local. texto por André Canoa fotografias cedidas por D4F

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Uma coreografia muito autêntica Acompanhados por músicos que tocam gaita de foles, caixa e bombo, os pauliteiros envergam dois paus (40 cm) e um par de castanholas. A dança exige oito homens (recentemente, tem sido dançada também por mulheres) que se colocam frente a frente, formando duas filas. Existem os guias, que se encontram nas extremidades e dançam em volta do

A dança guerreira dos Pauliteiros de Miranda do Douro

Os 12 grupos de pauliteiros, espalhados pelo Planalto Mirandês, executam cerca de cinquenta conjuntos de danças e bailados diferentes.

grupo, e os peões.

Além de uma coordenação infalível, a dança dos paus requer quatro movimentos essenciais: recolhida (os guias assumem as posições de peões), desvolta (o grupo fica alinhado 90 graus em relação à posição anterior), quatrada (os quatro elementos dançam em separado) e a corrida. “O interessante é a variedade com que cada grupo faz estes quatro movimentos básicos, que torna cada lhaço [dança] único de grupo para grupo”, salienta o pauliteiro.

Por norma, o reportório arranca com o lhaço 25 (lhaço para partir os paus),

a Bicha (utiliza-se exclusivamente as castanholas) e o Salto do Castelo (um pauliteiro salta por cima de uma torre humana).

A subsistência desta dança está dependente da vontade das novas gerações, que revelam já uma intenção férrea de a perpetuar. “Desde tenra idade que os filhos são levados pelos pais a ouvir a gaita de foles, as música mirandesas e, claro está, ver dançar os pauliteiros”, conclui André Afonso. texto por Patrícia Posse fotografias cedidas por Pauliteiros de Miranda

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Cultura

A

postados em preservar o folclore da região, os pauliteiros protagonizam uma dança muito peculiar, cuja origem remonta ao tempo do Império Romano. “A teoria mais consensual diz que é uma dança guerreira, que serviria tanto para exercitar os soldados como para festejar as conquistas. A celebração de certos rituais pagãos (Solstícios de inverno e verão) e de fertilidade também podem estar associados às origens”, esclarece André Afonso, do grupo de Pauliteiros da Cidade de Miranda do Douro.

Também a indumentária dos pauliteiros não se furta às origens da dança: o traje é constituído por camisa e saia de linho, colete de burel adornado ou bordado, botas de pele, meias de lã e chapéu que pode ser enfeitado com flores.

Hoje em dia, os pauliteiros atuam em festas, romarias, festivais de folclore, feiras de artesanato e gastronomia, tanto em Portugal como no estrangeiro, procurando criar “interação e empatia” com a assistência.

“O público fica bem impressionado com a nossa prestação, sobretudo pelo empenho que colocamos no palco”, relata o jovem de 23 anos.

Todos fazem parte

Contra o sinal dos tempos, a antiga fábrica ASA, em Guimarães, volta a abrir portas, pronta a receber a Capital Europeia da Cultura

E

ntra-se na memória de um local de outro tempo. O espaço é grande e acolhedor. Não se sabe ao certo o que é aquilo, parece uma criação futurista. Será? O turista, o jornalista, o vimaranense, todos ficam na dúvida. Só depois vem a explicação. A antiga Fábrica ASA, em Guimarães, volta a abrir as portas, pronta para outros voos.

Já não há máquinas nem trabalhadores prontos para as operar. Há apenas espaço para construir. A Capital Europeia da Cultura foi a primeira a lançar mãos à obra. Chamam-lhe “Laboratório de Curadoria” e é o centro da ação. Ali, muita coisa vai acontecer ao longo deste ano, entre exposições e espetáculos. As estruturas em madeira prendem a curiosidade e servem para lembrar que aquele foi, outrora, um espaço industrial.

Antes eram lençóis que se faziam na ASA. A indústria foi deixada para trás e a cultura tornou-se inquilina de um espaço abandonado. Construíram-se salas de exposições, um auditório, uma livraria e até um estúdio de rádio, no qual ainda se dão os últimos retoques. Alguns espaços já

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estão prontos e a cultura não espera.

No dia 10 de março, a “Collecting Collections and Concepts” começou a dar vida cultural a um espaço tão habituado à indústria. Na exposição convivem obras de artistas nacionais e estrangeiros feitas de propósito para este evento. A elas juntam-se outras vindas de importantes colecções, como Serralves, Museu do Chiado ou Culturgest.

Lá mais para a frente, quando acabar a Capital Europeia da Cultura, a ASA vai acolher escritórios. A antiga fábrica é apenas um dos locais que “Guimarães 2012” quer transformar.

Chamam-lhe “requalificação urbana” e 70 milhões de euros estão prontos a mudar o rosto da terra onde nasceu Portugal.

O passado liga-se ao futuro Mas nada se faz ao acaso. O passado industrial da ASA e de outros espaços já lá vai, mas a ideia é preservar a memória, articulando-a com a incerteza do futuro. Por isso dá jeito olhar o presente. Quatro fotógrafos estrangeiros aceitaram o desafio e

durante dois meses andaram por Guimarães, de clique em clique. O resultado é uma visão da cidade a partir de várias perspetivas, todas elas bem diferentes. Deixa-se a ASA para trás e vai-se até ao Centro Cultural Vila Flor para ver “Missão Fotográfica: Paisagem Transgénica”.

Do olhar geral passa-se para o particular. Da experiência de ver pela primeira vez uma cidade passa-se para a rotina de um dia a dia, como aquela que se vive numa cadeia. Os reclusos de Guimarães foram convidados a escrever sobre a sua experiência, tal como há 150 anos fez Camilo Castelo Branco em “Memórias do Cárcere”.

A diferença é que agora a escrita tem que ser feita para adaptar ao cinema.

No fim do ano, além da escrita, cada recluso vai poder dizer que já é mestre na sétima arte.

Como se vê, é este o ano de todos os eventos. São mais de 600 até dezembro e a organização espera receber um milhão e meio de visitantes. A 24 de março começa a segunda parte desta Capital Europeia da Cultura. “É tempo para criar” convida o público a refletir sobre o nascimento de um

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Cultura

povo. O cavalo e o cavaleiro voltam ao Toural. Regressam os La Fura Dels Baus e a noite promete animação, sem nunca esquecer a cultura.

20 bandas juntam-se a 20 DJs e 20 designers, num cruzamento de sons e linguagens.

De mistura se faz Guimarães 2012.

Depois de Lisboa, em 1994, e do Porto, em 2001, a terra que viu nascer Portugal quer fundir o melhor que se faz por cá com o melhor que pode vir de fora.

Quando a cultura se une ao desporto Nem só de cultura se faz esta capital. “2012 minutos a nadar” foi a última prova disso. Entre 10 e 11 de março, o público foi convidado a passar pelas Piscinas Municipais de Guimarães e dar um mergulho. Quase dois mil miúdos e graúdos responderam ao desafio. “Quisemos celebrar a capital europeia da cultura através do desporto”, conta o Vereador do Turismo da Câmara Municipal de Guimarães, Amadeu Portilha.

A iniciativa é apenas um dos muitos eventos desportivos previstos para este ano. Em junho, Guimarães acolhe um passeio de bicicleta. “Vamos convidar todos os vimaranenses que gostam de bicicleta a fazer um percurso que irá passar pelas novas infraestruturas culturais que estão a nascer na cidade”, adianta o responsável.

Em setembro deixa-se a bicicleta para trás e as pernas são chamadas a trabalhar por uma causa. Na “caminhada solidária”, a autarquia espera juntar dez mil pessoas. A ideia pretende ajudar instituições de solidariedade social da cidade.

E assim vai andando – e rodando – esta Capital Europeia da Cultura, numa cidade em que 37% da população diz praticar desporto de forma regular.

texto por Lino Lopes Ramos fotografia por Jeniffer Lopes

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Óbidos e Disneyland juntam-se no Festival do Chocolate

A

ideia de criar o festival internacional do chocolate surgiu há dez anos, por parte de um norte-americano. Carla Pinho, responsável pelo Festival, garante: “muita coisa mudou, mas o núcleo central mantém-se, que são os concursos, o concurso internacional e o concurso chocolatier”. A relação entre Óbidos e o chocolate foi criada, tratando-se de “uma ideia que ultrapassou as nossas expectativas, teve uma adesão de público fora de série e apercebemo-nos que isto era um evento para manter e para continuar a melhorar. Hoje em dia Óbidos está intimamente ligada ao festival do chocolate sem que para isso assuma uma anterior tradição”, acrescenta a responsável.

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Cultura O 10º Festival Internacional do Chocolate realizou-se entre 02 e 25 de março na Vila de Óbidos.

a preparar um prato de carne, de peixe, cocktails. Este ano dedicamo-nos muito a tentar mostrar aquilo que de melhor é feito em Portugal em termos de formação profissional”, sublinha Carla Pinho.

Alguns bares e restaurantes de Óbidos associaram-se ao evento e confecionaram pratos de peixe e de carne com chocolate, disponíveis todos os dias do Festival. texto por Ana Margarida Gomes fotografia por Tiago Canoso

Os concursos, os pontos de venda e a casa de chocolate das crianças estiveram presentes no festival, assim como os workshops. Este ano o evento teve uma parceria com a Disneyland Paris, que celebra o 20º aniversário.

Todas as esculturas e montras tinham o tema da Disney. Peter Pan, Cars, Piratas das caraíbas, à procura de Nemo, Castelo da Bela Adormecida e Mickey e Minnie. No festival havia ainda uma exposição de cake design e filmes da disney a passar na casa da música. O bar de gelo de Óbidos Vila Natal também esteve presente no Festival do Chocolate. Dentro do espaço tudo é feito em gelo, desde as mesas, aos bancos e até aos copos.

Este ano o festival deu um grande destaque à parte da formação profissional. “Todos os dias está um chefe

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Cultura

Agenda “O cerco a Leningrado” Data 03 de abril Local Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra Peça de teatro que conta a história verídica de duas mulheres, que se fecham num teatro em ruínas, para impedir que seja encerrado. Este episódio ocorreu na Argentina, nos anos 80. Eunice Muñoz comemora, com esta peça, 70 anos de carreira.

Concertos de David Fonseca Data de 03 a 05 de Abril Local TMN ao vivo, Lisboa; Theatrix, Coimbra; Hard Club, Porto Concertos de apresentação do novo álbum de David Fonseca, “Seasons: Rising”.

Feira “Algarve Genuíno-Aromas, II Edição da Feira Medieval Sabores e Saberes Regionais” Infante D. Pedro Data 30 e 31 de março e 01 de abril Local Portimão Arena Apresentação de produtos tipicamente algarvios, nas áreas do artesanato, doçaria, gastronomia e etnografia. Realização de demonstrações culinárias e de uma Mostra de Vinhos do Algarve.

Concurso Internacional de Instrumentos de Sopro “Terras de La Salette” Data de 30 de março a 04 de abril Local Oliveira de Azeméis Mais de 350 músicos, de seis países, participam neste concurso, que se internacionalizou este ano.

Dia Internacional do Livro Infantil Data 02 de abril Decorrem, por todo o país, diversas iniciativas para comemorar este dia.

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Data de 06 a 08 de abril Local Rua 5 de outubro, Buarcos, Figueira da Foz Evento que pretende dar a conhecer a história e a cultura da região.

Dia Nacional dos Moinhos Data 07 de abril Para assinalar esta data, decorre, em todo o país, a iniciativa Dia dos Moinhos Abertos, a 30 e 31 de março e 01 de abril. Um moinho giratório, de madeira, junto à Casa-Museu Gandareza de Santo António de Vagos, distrito de Aveiro, vai voltar a moer no dia 1 de abril. Diversas atividades estão programadas, a partir das 15 horas.

Festival Grant’s True Tales Data 10 e 11 de abril Local Teatro Tivoli, em Lisboa Primeira edição de um festival em que personalidades partilham histórias verdadeiras em palco. Nuno Markl, Ruy de Carvalho, António Pedro Vasconcelos, São José Correia e Rui Reininho são alguns dos convidados a subir ao palco do Tivoli. Os espetáculos têm início às 21h30.

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Abril Estreia do filme “Assim, Assim” 9º Festival Internacional de Data 12 de abril Filme português de Sérgio Graciano. Cinco personagens cruzam-se numa esplanada e dão início a uma viagem pelas suas vidas. Ivo Canelas, Nuno Lopes, Albano Jerónimo e Gonçalo Waddington são alguns dos atores que participam no filme.

Concerto de Luísa Sobral Data 13 e 14 de abril Local Casa da Música, Porto; Centro Cultural de Belém, Lisboa Depois do sucesso do disco de estreia “The Cherry on My Cake”, que já é disco de ouro, Luísa Sobral apresenta-se em dois concertos. Em Espanha, o disco da cantora já alcançou o sétimo lugar do top iTunes.

Dia Internacional dos Monumentos e Sítios Data 18 de abril Para assinalar esta data, está marcadas uma visita gratuita, das 10 às 17h30, ao Aqueduto das Águas Livres e à Fábrica da Pólvora de Barcarena, em Oeiras.

Estreia absoluta de “Perda Preciosa”

Data 19 de abril Local Teatro Camões, em Lisboa Espetáculo estreado pela Companhia Nacional de Bailado, sobre D. Sebastião, às 21 horas.

Cinema Independente IndieLisboa

Data de 26 de abril a 06 de maio Local Culturgest, Cinema São Jorge e Cinema Londres, em Lisboa Para além das competições nacionais e internacionais de longas e curtas metragens que vão decorrer no âmbito do festival, diversos filmes poderão ser visualizados por quem assim o desejar.

Dia Internacional da Dança Data 29 de abril Durante os dias 28 e 29 de abril, vão decorrer, no Museu do Oriente, em Lisboa, workshops de dança criativa e oriental, nomeadamente das danças de Bollywood, da Indonésia e da Tailândia.

Dia Internacional do Jazz Data 30 de abril Data comemorada este ano pela primeira vez, depois de ter sido proclamada pela UNESCO.

texto por Jeniffer Lopes

Dia Mundial dos Livros e dos Direitos de Autor Data 23 de abril Este dia é comemorado por diversas bibliotecas pelo país, com leituras encenadas. Na Biblioteca Pública Municipal de Vila Nova de Gaia, as leituras encenadas de Maria Alberta Meneres pelo teatro Arado têm início às 10h30 e às 14h30.

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RĂşbrica

cinema

Florbela Espanca

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Dalila Carmo.

“O papel da minha vida”

Cultura

Foi uma experiência muito complexa e muito enriquecedora do ponto de vista humano e profissional. Representa uma transição grande, estava a precisar de um personagem com a dimensão da Florbela. Ela era tanta coisa que para um ator é um desafio imenso.

Comecei por “beber” a obra dela novamente, porque só tinha estudado, li o diário, as cartas e tudo o que se disse sobre ela. Estive com objetos dela na mão, conversei com pessoas da família e também uma aluna que ainda se lembrava dela. Fui colecionando detalhes e a partir daí fiz a minha própria interpretação.

A minha vida estava a precisar de uma mudança e ela apareceu no momento certo. Espero ter outros mas até agora foi, sem dúvida, o papel da minha vida.

Florbela Espanca Ivo Canelas.

“Um ótimo desafio”

Foi um ótimo desafio de um personagem que eu não estava bem habituado a fazer. Em miúdo interessou-me muito a poesia de Florbela Espanca e por isso foi uma proposta que eu não era capaz de recusar.

Foi interessante descobrir esta possível história e relação mais que paternal, quase de amante. Há um laço familiar muito intenso, até mais intenso do que seria normal para a felicidade de ambos”.

cinema Vicente Alves do Ó.

“Quero que os portugueses sintam que é um filme feito para eles” Quando eu comecei a dizer que ia fazer um filme sobre Florbela Espanca toda a gente me dizia que era louco. Andava à procura de um projeto que me estimulasse e que fosse para mim um desafio.

Aqueles que ainda não viram o filme estão a perder. É diferente daquilo que as pessoas normalmente associam ao filme português, que se relaciona com as pessoas, comunica e provoca emoções. As pessoas identificam-se com o filme, porque é uma coisa sobre Portugal, tento criar uma identificação com o público. Quero que os portugueses sintam que o filme é feito para eles, isso sem dúvida alguma. texto por André Canoa fotografias cedidas por C.M. de Vila Viçosa

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Críticas

A

cinema

ssistir à antestreia de “Florbela” na terra natal da escritora, é por si só um sentimento especial, de regresso à realidade de um passado recente – Florbela Espanca nasceu em Vila Viçosa a 08 de dezembro de 1894 e faleceu, em Matosinhos, noite de 07 para 08 de dezembro de 1930, com 36 anos.

Desengane-se quem idealiza um filme relacionado com a obra literária de Florbela Espanca. Vicente Alves do Ó foi um realizador de coragem, ao trazer para a ribalta uma fase da controversa vida de Florbela Espanca.

Incompreendida, imprevisível, autêntica mas genial. Adjetivar a paradoxal personalidade da escritora seria quase uma tarefa infinita, daí também o misticismo e o desafio.

Uma dos mais fortes atributos do filme é, sem margem para dúvidas, a fotografia. O trailler aguça o sentido mas o “Florbela”, nessa vertente, conquista realmente. Efeitos especiais, guarda-roupa e cenários merecem igualmente destaque.

Quanto ao elenco pareceu-me indicado. Aqui a estrela maior é mesmo Dalila Carmo, pois o personagem assenta-lhe na perfeição. Quanto ao realizador, que se tinha estreado com a longa-metragem “Quinze-pontos na Alma”, este filme pode ser a afirmação de Vicente do Ó. Nota ainda para a “bela” Vila Viçosa, onde são rodadas algumas das cenas, com figurantes locais.

Mas como todas as rosas têm espinhos, o filme não é exceção. Há alguns aspetos, na minha opinião, menos positivos. Começamos pelo argumento.

Bem escrito mas com diálogos um pouco “plásticos” e secos – como escritora Florbela Espanca e a sua obra mereciam melhor. Depois o som.

Use mas não abuse. Por vezes confunde-se a voz com o som ambiente e a banda sonora, apesar de bem escolhida, foi excessiva. Gerir os silêncios é uma importante forma de comunicar.

Certo dia Florbela Espanca escreveu: “Viverei com certeza um terço do que poderia viver porque todas as pedras me ferem, todos os espinhos me laceram. Dom Quixote sem crenças nem ilusões, batalho continuamente por um ideal que não existe; e esta constante exaltação, desesperada e desiludida, destrambelha-me os nervos e mata-me”. texto por André Canoa

N

o início do século XX, um jovem advogado luta por manter o seu trabalho enquanto lida com a morte da sua mulher. É enviado para tratar de documentos relativos à venda de um imóvel isolado, numa localidade inglesa, também remota. Os residentes da vila encaram-no com desconfiança e querem que parta imediatamente, pois tentam esconder um segredo mortal. No entanto, este recusa-se a fazê-lo e, consequentemente, descobre que a casa que tem de vender se encontra assombrada. A partir deste ponto, quanto mais tempo passa no referido imóvel, mais testemunha eventos sobrenaturais.

The Woman in Black é uma adaptação de um romance para o cinema e um remake de um filme homónimo, de 1989. Na minha opinião, é um tributo a histórias de fantasmas repletas de melodrama, ao terror psicológico em alternativa ao terror mais físico de filmes como Saw ou Nightmare on Elm Street. Pode dizer-se que o género do filme varia entre o terror e o drama, pois dá às personagens antecedentes com os quais os espetadores se vão identificar e criar uma relação de empatia. Contudo, o desempenho de Daniel Radcliffe fica-se pelo meio termo. A determinada altura vemo-lo a vaguear pela casa deprimido e assustado, de quarto para quarto enquanto esperamos que aconteça qualquer coisa que nos assuste. A atmosfera de que falei baseia-se muito nos aldeões com um medo de morte ou no previsível nevoeiro, clichés que já vimos em muitos filmes e que são tudo menos novidade.

O ponto positivo é o início do filme, que não vou revelar. Outros que se podem destacar positivamente são a banda sonora – essa sim, a parecer verdadeiramente assombrada – e os efeitos especiais que, conjugados, são os grandes motivadores na criação de tensão, dos sustos que motivam o espetador a saltar da cadeira.

Digo-lhe, caro leitor, que em última análise, este filme é bastante mediano. Alguns podem verdadeiramente gostar de o ver, outros deslocar-se-ão ao cinema para ver como se “safa” Daniel Radcliffe no primeiro papel a seguir à saga Harry Potter. Os mais céticos poderão observar que este terá sido incluído no cast devido a isso mesmo. texto por André Monteiro

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Notícias

Lazer

Évora promove Caminhada das Sopas

D

ecorreu em Évora, no dia 18 de março, a Caminhada das Sopas, iniciativa integrada na programação deste ano da Rota de Sabores Tradicionais.

Com a concretização desta iniciativa, assinalou-se o primeiro aniversário do “Caminho da Missa”, marcha feita pela primeira vez no ano passado.

Um piquenique foi realizado junto à igreja do Sr. dos Afli-

tos, em que as sopas alentejanas estiveram em destaque.

A Rota de Sabores Tradicionais é uma iniciativa organizada em Évora entre janeiro e abril de cada ano. Com este programa, o que se pretende é dar a conhecer e promover os sabores tradicionais alentejanos. Janeiro é o mês dedicado à caça, fevereiro ao porco, março à sopa e abril ao borrego. Os doces têm destaque mensalmente. por J. L.

“Lampreia do Rio Minho – Um Prato de Excelência”

A

lampreia, elemento importante da gastronomia tradicional do Vale do Minho, esteve no centro de uma iniciativa que decorreu em seis concelhos minhotos, nos fins-de-semana de fevereiro e março.

O Festival da Lampreia do Rio Minho abrangeu os municípios de Caminha, Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura, Valença, Monção e Melgaço. Em cada um deles,

restaurantes confecionaram a iguaria regional de acordo com receitas tradicionais.

Diversas atividades foram ainda promovidas, como “show cooking”, exposições, iniciativas de enoturismo, “eco-rafting”, trilhos e percursos pedestres, passeios de BTT, pacotes turísticos e visitas a museus. por J. L.

Quatro dias de cabrito e enchidos

S

ão quatro dias de deixar água na boca. A quarta edição do “Festival Gastronómico do Cabrito Estonado e do Maranho” junta oito restaurantes do concelho de Oleiros e dá aos visitantes a oportunidade de saborear dois pratos bem conhecidos por aquelas bandas: o “Cabrito Estonado de Oleiros” e os “Maranhos do Pinhal Interior”.

A primeira especialidade é a mais conhecida e tem mais que se lhe diga. Obedece a rigorosas técnicas de confeção e, por isso, os organizadores aconselham os interessados a fazerem a sua marcação previamente. A ideia é que o cabrito seja servido quando sai do forno, com a pele estaladiça e suculenta. O festival decorre nos fins de semana de 31 de março a 01 de abril e 07 a 08 de abril.

por L. L. R.

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Dossier

Especial Campismo

De Norte a Sul 58

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Parques de Campismo:

uma viagem de norte a sul de Portugal Lazer

O

inverno está quase no fim, mas não deu ar de sua graça.

O sol invadiu um tempo que os agricultores queriam de chuva.

Quem agradece são os que escolhem esta época para passar férias e vão até um parque de campismo comungar com a natureza.

No país são mais de 200, alguns deles bem antigos, outros mais recentes.

A idade não importa a quem quer, acima de tudo, descansar. A DESCLA começou viagem pelo norte. Nem aqui a chuva se atreveu a ocupar o lugar do sol, que desde cedo mostrou estar para ficar.

Em Trás-os-Montes, Braga e Vila do Conde três parques contam histórias diferentes. No interior não há praias, mas nem por isso se perde o interesse.

Já em Vila do Conde, o mar é o melhor amigo de quem quer bronzear-se ou apenas dar um mergulho.

A viagem segue para centro e na cidade dos estudantes são muitos os que procuram o refúgio de um parque para fugir à vida agitada da cidade. Caminha-se para sul, chega-se ao Alentejo e depois ao Algarve, que dispensa apresentações. Mas aí a praia costuma roubar protagonismo a qualquer outro espaço.

Se procura descanso, férias baratas, contacto com a natureza ou é simplesmente um curioso, já sabe. Os parques de campismo dão vida a um Portugal tantas vezes esquecido. por Lino Lopes Ramos

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Acampar no coração do

Parque Natural Montesinho

O

s portões deste Parque de Campismo e Caravanismo de três estrelas reabrem em abril, prome-tendo um ambiente de absoluta tranquilidade.

Com cerca de três hectares, o Cepo Verde encontra-se aproximadamente a 800m de altitude e goza de sombra abundante, assegurada por castanheiros, carvalhos e pinheiros. “É um parque de montanha, instalado em socalcos, vocacionado para aspetos rurais e com muita água de nascente”, realça o sócio gerente, Telmo Cadavez.

Aberto desde o verão de 1993, o Cepo Verde tem capacidade para acolher 140 pessoas, disponibilizando-lhes balneários, rede Wi-Fi, churrasqueira, restaurante e bar, piscina, campo de jogos, parque infantil e

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uma pequena loja. Os campistas podem trazer os seus animais de estimação e colecionar experiências únicas: apanhar cogumelos ou cerejas, provar pão feito em forno de lenha

ou mel transmontano, contemplar a maior navalha do mundo (com 3.90m e 122 kg) ou explorar os onze percursos pedestres no Parque Natural de Montesinho. Este ano e pela primeira

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Impressões dos amantes da Natureza O Cepo Verde recebe, anualmente, 3000 a 3500 pessoas e, nesse universo de entradas, os portugueses representam 20 a 25%. “Vêm sobretudo das regiões Norte e Centro, mas o ano passado aumentou consideravelmente a vinda de pessoas da Grande

Lisboa”, refere Telmo Cadavez.

O ranking das visitas é liderado pelos franceses, seguidos dos holandeses, alemães, espanhóis e italianos.

Tecem elogios ao sossego do Parque e à sua envolvente: “dizem que este sítio é mais autêntico, mais selvagem, onde há pouca intervenção humana e onde conseguem ver uma panóplia de animais”. “Os holandeses passam tardes inteiras a ver os pássaros, veem os ouriços-cacheiros à noite e ouvem javalis à volta do cercado”, acrescenta o responsável.

Durante a época baixa, as crianças pagam 1.5 euros e os adultos 2.80 euros. Já entre 20 de julho e 20 de agosto, os valores sobem: 1.90 euros para os mais pequenos e 3.85 para os graúdos. Os preços para as tendas, caravas e autocaravanas oscilam entre os 2.80 e os 4.25 euros.

Ao abrigo de um protocolo com a Lifecooler e a Lipton, o Cepo Verde proporciona, a partir de julho, 50% de desconto na estadia de um dia

para duas pessoas, entrada gratuita de uma viatura, uso livre da piscina e um desconto de 10% ao almoço e ao jantar. Também os hóspedes das casas de turismo rural das localidades mais próximas usufruem de um desconto de 50% na utilização da piscina. Em época baixa, o Cepo Verde faz ainda uma atenção de 10% aos grupos com mais de 20 pessoas. Do mesmo valor beneficiam os associados do Clube Português de Caravanismo.

texto por Patrícia Posse fotografias cedidas pelo parque de campismo

Informações úteis: Localização: Estrada Nacional 103, ao quilómetro 7 encontra o cruzamento para a aldeia de Gondesende e, depois, percorre mais uma quilómetro Coordenadas GPS: 41.º 50´45.12”N; 6º 51´38.30”O Contactos: 273 999 371 / 938 331 942 E-mail: cepoverde@montesinho.com

A dez minutos de Bragança e em pleno Parque Natural de Montesinho, o Cepo Verde oferece aos campistas uma simbiose perfeita com a Natureza.

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Lazer

vez, o Parque disponibilizará um guia para orientar percursos turísticos à cidade de Bragança.

Em breve, arrancará a construção de cinco bungalows (T1 e T2) na encosta mais elevada do Parque. “Contamos que em julho haja um pronto e até ao final do verão esteja o segundo.

O parque de campismo permite estar aberto de abril a outubro, mas com os bungalows vai ficar em permanência”, avança o responsável. O projeto representará um investimento de 160 mil euros e deverá ficar concluído até 2015.

O recente Parque de Campismo Rural de Aboim da Nóbrega indica uma alternativa ao campismo tradicional. Uma aposta ecológica, a Norte, por descobrir

C

alce as botas de caminhada.

A viagem compensa e a paisagem promete ser uma companheira que tem tanto de fiel como de surpreendente.

Situado no concelho de Vila Verde, nas encostas de Mixões da Serra, o Parque de Campismo Rural de Aboim

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Campismo “verde” da Nóbrega tem como particularidade principal ser completamente “verde”, produzindo toda a energia utilizada no mesmo através de painéis solares fotovoltaicos e geradores eólicos.

Com uma área de 5000 m2, o parque tem capacidade para albergar cerca de 100 tendas, dez caravanas e

possui ainda dois bungalows. A estes juntam-se áreas de apoio e lazer como receção e casa do guarda, lavadouros para roupa e loiça, casas de banho e balneários, campo para mini-golfe, ténis de mesa e uma superfície para piscina.

Na construção das estruturas do Parque de Campismo houve a preocupação em recriar as mesmas segundo a traça original da zona, de modo a que os utilizadores se familiarizem com as tradições e quotidiano locais. À parte deste detalhe, o parque garante outras vantagens: o espaço destinado

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Lazer às tendas é distribuído por socalcos para possibilitar maior privacidade e resguarda-las do sol e do vento, junto aos alvéolos das autocaravanas existe uma estação de serviço que pode ser usada sem qualquer custo adicional, os bungalows têm lareira e a lenha é cedida pelo parque, os espaços de duche são individuais e tem vestiário, inclusive para deficientes motores, a zona tem cobertura wireless e parque de estacionamento interno.

Fora do parque, mas com organização e apoio deste, estão contemplados dois percursos pedestres, um

de BTT e um equestre. O Trilho do Fojo do Lobo, o Trilho da Nóbrega, o Rota de Mixões da Serra e o Trilho Equestre do Vade, respetivamente, estão dispostos em mapas e todos os percursos contém sinalização e passagem por pontos de interesse ambiental, histórico e cultural.

O Parque de Campismo Rural de Aboim da Nóbrega, fronteiriço ao Parque Nacional da Peneda-Gerês, está aberto 24 horas sendo sempre garantido o alojamento.

A tabela de preços, localização e contactos podem ser consultados em www.aboimdanobrega.com.

Designado como uma infraestrutura de topo e nível regional e nacional este parque verde tem para lhe oferecer mais do que alojamento “limpo e sustentável”; uma encosta montanhosa, trilhos por moinhos seculares e uma visão turística pioneira. texto por Filipa Torres fotografias cedidas pelo parque de campismo

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E o Atlântico ali tão perto

Em Vila Chã, aldeia do concelho de Vila do Conde, o parque de campismo é a atração em terra tão ligada ao mar

N

uma volta pelo coração de Vila Chã, o Atlântico está ali à vista. O mar agitado contrasta com a tranquilidade do parque de campismo, ali tão perto. Reina o sossego num espaço onde a sombra

das árvores acolhe o turista desprevenido com o sol de março. Há quem não se atreva a sair da tenda ou do bungalow. Afinal, ainda há tempo para aproveitar o sol. É cedo e os dias começam a ser cada vez maiores.

Mas, nem isso faz com que Carlos Canito, responsável pelo parque, tenha mais tempo para estar ali. Outros afazeres o chamam. De vez em quando dá um salto ao local. Vê o que se passa e dá uma mãozinha. Todos ali estão para isso: ajudar. Da mulher aos filhos, a família Canito faz o que pode para manter de pé o Parque de Campismo de Vila Chã.

“Um filho meu trabalha num banco e sempre que pode vem para aqui.

Outro está num hotel em Vila do Conde e também costuma vir ajudar”, conta, orgulhoso. Um deles tinha chegado há pouco e já andava com uma máquina de cortar relva nas mãos, pronto a embelezar os jardins. Os seis empregados agradecem. Há sempre alguma coisa para fazer: da receção dos visitantes ao tratamento do parque, todas as mãos são poucas.

Um sonho antigo O sonho começou em 1974, quando Carlos Canito regressou de Angola.

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Lazer Um amigo, companheiro na Guerra do Ultramar, avançou com a ideia.

Não foi fácil. A burocracia pôs-se no caminho e não houve ajudas. “Com os nossos tostões fomos fazendo isto”, sublinha o responsável. O sonho cumpriu-se em 1989. A alegria ao ver os primeiros visitantes contrastava com a tristeza de os ver partir.

O parque foi crescendo. Tem hoje capacidade para 480 campistas, o dobro de há 23 anos. Ocupa quase três hectares, o equivalente a seis campos de futebol, contando com parque de jogos, sala de convívio, bar, minimercado, quatro bungalows e até um jardim pronto para as inquietudes dos mais novos.

O verão é a época mais agitada.

Há festas, jogos e ações em prol do meio ambiente. É o caso dos “piratas da recolha”, grupo que a cada fim-de-semana da época balnear vai de praia em praia, pronto a limpar o que outros sujaram. A ideia partiu de dois campistas e conta hoje com gente de todas as idades, entre turistas e resi-

dentes de Vila Chã.

Na calha está a construção de uma piscina. Carlos Canito é que não vai na conversa dos filhos. Para ele, piscina já existe, e bem grande: “costumo dizer que temos aqui uma piscina

que é o Oceano Atlântico”, conta na brincadeira. O tom divertido roça na certeza de que este não é um problema, pelo menos para já. Afinal, o mar está logo ali, a 400 metros do parque. texto por Lino Lopes Ramos fotografia por Jeniffer Lopes

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Um parque de campismo aberto para todos

O

recente parque de campismo municipal de Coimbra, mais conhecido por Arpuro Camping, conta com infraestruturas modernas e coloca à disposição uma oferta variada de atividades. E não são apenas os campistas que delas podem desfrutar. Os conimbricenses, e quem assim o desejar, podem

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inscrever-se no ginásio, fazer uma marcação no gabinete de estética e massagem, tomar uma refeição no restaurante e até alugar o campo de jogos do parque.

“Coimbra nunca foi uma cidade com uma tradição de campismo muito grande. O antigo parque era muito degradado, estava mal sinalizado e

causava alguma vergonha à cidade”, explica André Santo, um dos responsáveis pela gestão do novo parque, que existe desde 2005.

Depois da demolição do antigo, decorreram alguns anos até que o que atualmente existe estivesse pronto.

“Muitas pessoas acharam, durante muito tempo, que Coimbra tinha deixado de ter parque de campismo, o que não era verdade. Agora sim as coisas começam a mudar”, diz André Santo.

Para esta mudança têm contribuído as infraestruturas colocadas à disposição de todos. “O parque, por ser citadino, perde as caraterísticas de outros parques no verão, ou seja, não somos um parque que receba as pessoas por uma estadia muito prolongada”, explica André Santo.

A oferta de variadas atividades, não apenas a quem se encontra alojado no parque, tem ajudado a aumentar a circulação de pessoas no local. “Foi uma forma de abrir o parque à cidade”,

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Lazer O ginásio tem sido uma das principais atrações do parque municipal de campismo de Coimbra e os habitantes da cidade estão a aderir conclui o responsável.

Para André Santo, o ginásio contribuiu de forma inegável para tornar o parque conhecido. “Ninguém agourava um tamanho sucesso a um ginásio inserido num parque de campismo”, declara. Neste local realizam-se aulas de grupo e atividades de cardiofitness e musculação. Existe ainda um espaço de sauna e de banho turco e um gabinete de estética

e massagem. O parque de campismo conta também com um minigolfe de 18 buracos, uma piscina exterior com um espaço para crianças, um campo de jogos que permite a prática de basquete, futebol e ténis, uma caixa de areia para vólei de praia e um circuito de manutenção, colocado nas estradas do parque e que tem vários níveis de dificuldade.

Para a estadia dos campistas, o

parque coloca à disposição seis bungalows, um espaço para caravanas e autocaravanas e outro para tendas.

“Temos capacidade para 500 pessoas”, afirma André Santo. O parque recebe entre três mil a quatro mil campistas por ano, a maioria dos quais são turistas estrangeiros. Para cativar os habitantes da região, vão sendo organizados festas e eventos solidários. texto e fotografia por Jeniffer Lopes

O

parque de campismo da Albufeira de Maranhão, em Avis (Portalegre), é um lugar perfeito para os amantes do desporto e natureza. Situado na margem do espelho de água alentejano, o complexo com mais de duas décadas e totalmente renovado em 2006, oferece inúmeras infraestruturas: parque campismo, piscinas, praia fluvial, hangar náutico, parque de merendas, parque infantil, pesca desportiva e restaurante.

Quanto às suas valências conta-se uma zona de alvéolos (espaços predefinidos para acampar), caravanas e autocaravanas, dois balneários, serviço de lavagem de roupa ou de engomar. Mas para Ana Balão, membro do Turismo da Câmara Municipal de Avis, os dez apartamentos feitos de alvenaria, “sem termo de comparação com os comuns bungalows”, são a mais-valia deste parque de campismo à beira do Maranhão plantado.

A pensar nos mais ativos há um conjunto de modalidades desportivas que

vão desde a pesca, windsurf, canoagem, remo, bem como outras atividades ao ar livre, como é o caso das caminhadas, percursos de BTT, moto 4, ou simplesmente piqueniques.

Ana Balão refere que o parque, com capacidade para 523 campistas,

é maioritariamente procurado por famílias e desportistas: “Não é por acaso que a albufeira de Maranhão é o local escolhido pelas seleções de remo para treinarem”. Por seu turno, os visitantes estrangeiros são na sua grande parte holandeses.

Parque de campismo Avis

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A unidade tem maior afluência na época alta, entre 01 de maio e 30 de setembro, mas está aberto durante todo o ano. Ainda assim, para uma estadia em época baixa aconselha-se aos utilizadores fazerem a marcação atempadamente. O tipo de programa também pode ser escolhido pelos visitantes, como nos explica a responsável: “Se qualquer grupo marcar atempadamente podemos fazer um programa de acordo com o desejo do grupo. O ano passado tivemos um grupo que quis conhecer uma zona de montado e nós decidimos preparar uma visita guiada”.

Outra das particularidades deste parque é a iniciativa Animanautico, promovida pelo município local.

Aqui destacam-se as atividades lúdico-desportivas, ações de leitura para jovens, artes e ofícios. O Animanautico tem calendarização própria, pelo que não está disponível durante todo o ano.

Desporto e lazer com vista para a Barragem do Maranhão

Mais informações em

http://www.cm-avis.pt/parquecampismo/

Lugar do Clube Náutico de Avis 7480 Avis Tel.: (+351) 242 412 452 Fax: (+351) 242 410 098 Correio Eletrónico: Parque_campismo@cm-avis.pt

texto por André Canoa fotografias cedidas pelo Município de Avis

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Campismo emm Armação de Pera

N

a entrada de Armação de Pera, concelho de Silves, a apenas uma caminhada de 15 minutos do mar, o Parque de Campismo Canelas é um retiro multicultural, onde se ouve falar português, mas sobretudo várias línguas do Norte da Europa.

Amendoeiras, oliveiras, palmeiras, plátanos entre outras árvores de grande porte estendem-se pelos mais de 60 mil metros quadrados de área reservada ao campismo no Parque de Campismo Canelas, em Armação de Pera, Silves. Entre as ruas que serpenteiam pelo parque há muitos alpendres agregados às caravanas e

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cidade e água quente incluídos, ronda os 12 euros, seis por pessoa. Nos apartamentos com capacidade para quatro pessoas, com loiça e atoalhados, a diária custa os 25 euros por dia já com água, eletricidade e gaz incluídos.“ Não aumentamos o preço há três anos e nesta altura temos os 18 apartamentos lotados sobretudo com

turistas estrangeiros”. Os portugueses ajudam a disparar a taxa de ocupação no verão, com famílias que regressam ano após ano, adeptos desta filosofia de vida entre a natureza e o mar que, aqui, está à distancia de uma caminhada de quilómetro e meio até à praia de Armação de Pera. texto e fotografia por Patrícia Caetano

UM RETIRO NATURAL À BEIRA-MAR

Já não há razões para não fazer férias No parque não faltam zonas de lazer, desde as piscinas para adultos e crianças, ao campo de ténis, parque infantil e campo de jogos. Há ainda um mini-mercado, um bar, uma sala de convívio e biblioteca, onde muitos turistas requisitam livros para as férias. Quem elege o parque para descansar em comunhão com a natureza tem ainda acesso a grelhadores e a serviços self-service na lavagem de roupa ou de carros. “ Penso que qualquer pessoa aqui se sente em casa e ao mesmo tempo pode estar em contacto com o mundo, também temos computadores e disponibilizamos wireless gratuito” destaca Fernando Pinheiro, diretor geral do Parque há mais de 30 anos, que acrescenta: “já não há razões para não fazer férias”.

Afinal, nesta altura do ano, os preços por casal com caravana, carro, eletri-

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autocaravanas decorados como se se tratassem do jardim de uma casa. Afinal, são os locais de eleição dos “habitantes” do parque que, nesta altura do ano, fazem dele a verdadeira casa.

São sobretudo turistas seniores da Holanda, mas há também franceses, belgas, alemães, suecos e finlandeses que fogem ao frio dos países de origem. De manga curta e calções, passam o dia ao Sol, a conviver com amigos ou simplesmente a ler um bom livro. “ O que aqui vivemos é o que se chama tempo de qualidade” elogia Fred Gernitsen, que há mais de uma década repete a viagem até ao sul de Portugal, sempre com o mesmo destino: o Parque de Campismo de Armação de Pera, na companhia da mulher Rieki Huisman: “ ficamos aqui seis meses, normalmente até meados de abril, adoramos estas árvores, esta liberdade, mas sobretudo o Sol e depois é o convívio com os amigos que voltam todos os anos e com as pessoas portuguesas que aqui trabalham e nos recebem como se fossemos da família”, conclui a holandesa.

Um cativeiro natural

No Parque Biológico da Serra das Meadas, animais que não conseguem sobreviver sozinhos encontraram uma segunda oportunidade

P

ara os vislumbrar por entre as árvores, é preciso estar atento e ter alguma sorte. Alguns escondem-se dos curiosos, em zonas que a vista não consegue alcançar.

Outros aquecem-se ao sol, observando com atenção quem os espia ao longe, para lá da rede. Outros ainda, mais sociáveis, aproximam-se, curiosos. No Parque Biológico da Serra das Meadas, em Lamego, os animais vivem numa natureza preservada que se assemelha espantosamente àquele que seria o seu habitat natural.

“Tentamos evitar ao máximo interagir com os animais”, explica Rui Mesquita, um dos responsáveis pelo parque, acrescentando que o que se pretende é que vivam em condições o mais próximas possível das que encontrariam no seu meio natural. Rui Mesquita dá o exemplo de uma fêmea a dar à luz: “Temos de perceber que são espécies selvagens e que estão preparadas para se poderem desen-

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rascar na natureza”.

Ao longo do percurso de cerca de três quilómetros, que atravessa os 50 hectares de parque, os visitantes cruzam-se com as mais variadas espécies. Encontram-se tartarugas, que, em pleno inverno, vivem sob uma fina camada de gelo. Assiste-se ao espetáculo proporcionado pelos pavões, que competem para seduzir a única fêmea do grupo. Observam-se javalis, que se movem imponentemente do outro lado de uma rede, num campo de tal forma devastado que uma árvore de grande dimensão se encontra até desenraizada.

Sorri-se com a imagem ocasionada pelos dois cavalos e único burro, que mastigam preguiçosamente palha que lhes foi feita chegar por um tratador.

E procuram avistar-se os veados, que tendem a esconder-se de olhares indiscretos.

“Isto não é um jardim zoológico” “Queremos ter animais que existam na região ou no país. As pessoas nunca vão encontrar aqui uma jaula com um leão”, explica Hélder Santos, diretor do parque. A manutenção dos animais em cativeiro tem, além disso, uma justificação. “Nós devolvemos à natureza todo o animal que tem condições para isso. Só ficam cá aqueles que, por terem um defeito físico, algo que os impeça de ser autónomos, perderam o hábito e capacidade de se alimentar”, afirma o diretor.

Com a cegueira de que sofre, a única raposa mantida em cativeiro dificilmente teria conseguido manter-se viva no seu habitat natural. “Não sobrevive sozinha. Até tivemos dificuldade em alimentá-la nos primeiros dias”, descreve Rui Mesquita.

Alguns animais, como os furões, chegaram ao parque depois de terem sido apreendidos. “São espécies que

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Lazer as pessoas não podem ter em casa”, explica. Outros ainda foram cedidos à reserva biológica por quem já não tinha possibilidades de os manter em casa.

Um dos prazeres diários dos animais é a alimentação. A maioria está, aliás, mais roliça do que deveria. “Costumam aproximar-se quando a mota chega, com a comida. Até parece antinatural”, conta Mesquita, rindo. O burro é dos mais gulosos e foge com frequência do recinto em que se encontra. “É o primeiro a evadir-se. A vedação foi alterada mas ele costumava encostar-se a ela. Era tiro certo ele aparecer na zona da alimentação”, diz o responsável, rindo ainda mais.

visitaram no ano passado tenham vontade de nos visitar outra vez este ano”, explica Rui Mesquita. Novas espécies serão, por isso, introduzidas no recinto: desde aves aquáticas e de rapina a borboletas e animais de quinta.

“A principal função deste parque deve ser a sensibilização das pessoas para temáticas diversas”, defende Hélder Santos. No novo auditório, vão, nesse sentido, decorrer programas de educação ambiental, direcionados principalmente para as escolas. texto por Jeniffer Lopes fotografia por Tiago Canoso

Em constante inovação O Parque Biológico da Serra das Meadas foi inaugurado pela primeira vez em 2002. Encerrado para obras durante cerca de ano e meio, reabriu em junho de 2011. “Tivemos quatro mil visitantes. Gostávamos de duplicar este ano”, afirma Hélder Santos, acrescentando que ideias não faltam.

Num período que se prevê ser breve, passarão a ser realizadas no parque festas de aniversários, passeios a cavalo e novos percursos. “Tentamos ter sempre elementos novos no parque, para que as pessoas que nos

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O

Com a rota dos Caleiros, uma criação da Câmara Municipal de Tondela, é-se levado ao encontro de um mundo à parte: a Serra do Caramulo

silêncio que paira quase que ensurdece. Perscruta-se um ruído, por mínimo que seja, e nada. Apenas o soprar do vento ou o zumbido dos insectos quebram, em certos dias, a quietude. Com a rota dos Caleiros, uma proposta da Câmara Municipal de Tondela, somos levados à descoberta desta realidade, a Serra do Caramulo.

O percurso tem início na base de um imponente monte rochoso, o Caramulinho. Este é o coração da Serra do Caramulo, onde se atinge, a cerca de 1076 metros de altitude, o seu ponto mais elevado. Segue-se pelo caminho indicado pelos sinais que vão sendo encontrados em rochas, árvores, postes e no próprio solo.

Quem realiza o percurso apercebe-se da existência de inúmeras formações rochosas. Este é um dos elementos característicos da Serra do Caramulo, conhecida pela sua riqueza em granito e xisto.

À descoberta da Serra do Caramulo

Pedrogão e o penedo do Equilíbrio

De um caminho rudimentar mas bem delimitado é-se conduzido por um trilho de pedra. Rochas e vegetação rodeiam quem por ali se aventura.

Jueus, uma aldeia típica A chegada à estrada asfaltada é rápida e, daí até à aldeia de Jueus, poucos metros são percorridos. Surge uma típica aldeia serrana, repleta de casas de pedra.

Uma habitante aproxima-se, rodeada por dois cães. Apesar da idade, que as rugas e o cabelo branco deixam adivinhar, Maria Isabel Marques move-se com vigor e fala com determinação.

A habitante desta aldeia da Serra do Caramulo é do tempo em que ainda não existia eletricidade. “Nós tínhamos de pegar ou numa lanterna para alumiar ou num tição (pedaço de lenha acesa ou meio queimada), do lume, a fasciscar (efeito de acender e de apagar alternadamente), para se ver alguma coisa”, conta, rindo.

Os meios que garantiam o abastecimento de água à aldeia também eram outros. “Antigamente, a água passava pelos caleiros”, explica Maria Isabel.

Através destes canos improvisados na rocha, a água era levada dos pontos mais elevados da serra até à população.

A falta de jovens na aldeia vai con-

duzindo a que tradições se percam.

Durante uns catorze anos não houve aqui uma única criança”, conta Maria Isabel. Pequenas e estreitas casinhas de pedra, dispersas pela aldeia, erguem-se acima de quem passa. As brechas das portinholas deixam adivinhar o milho que nelas se encontra armazenado. “Aquilo são canastros”, esclarece Maria Isabel, acenando em direção às casinhas. “A gente granjeia (cultiva) o milho no Verão. Depois, em Outubro ou Novembro, a gente escarpela-o (desfolha-o), bota a palha para os animais e a espiga bota para ali”, explica. Esta é uma das tradições que em Jueus se vão perdendo. “Já nem se granjeia quase milho nenhum, porque a mocidade...” Maria Isabel interrompe-se, pensativa. “Os velhos

De Jueus segue-se para Pedrogão.

Perto de algumas habitações, uma estrutura prende o olhar. Uma rocha grande e arredondada parece encontrar-se instavelmente pousada em cima de outra. Um habitante da aldeia aproxima-se. “Houve um tremor de terra há cerca de 38 anos e não virou. É uma questão de equilíbrio”, diz, rindo. À saída de Pedrogão encontra-se um peculiar caleiro, construído ao longo de um muro de granito. O percurso leva a que se chegue a uma das muitas torres eólicas que já fazem parte da paisagem da Serra do Caramulo. Daqui em diante, percorrem-se os últimos metros.

Regressa-se ao troço inicial para a derradeira subida ao topo do Caramulinho. O esforço feito é compensado pela paisagem, que se vai expandindo à medida que se sobe. Ao largo, avistam-se áreas que ultrapassam os limites do distrito de Viseu. Em dias sem nebulosidade, é possível observar a Serra da Estrela e, no horizonte, o mar azul.

texto por Jeniffer Lopes fotografia por Tiago Canoso

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Trilho pedestre

não podem, os novos têm emprego.”

Castelo de Óbidos

A

lenda contada em Óbidos diz que no dia 11 de janeiro de 1148 foi conquistada a fortaleza de Óbidos por Dom Afonso Henriques. O rei dividiu as suas tropas em dois grupos. Mandou o primeiro atacar a porta principal da fortaleza. Mandou o segundo atacar uma porta lateral, hoje conhecida

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como Porta da Traição. A filha do rei mouro corre a avisar o pai dizendo que as ginjeiras junto à porta lateral se estavam a mover. Nesse momento, os ramos de ginjeira caiem por terra e os soldados que os usaram como disfarce entram na fortaleza acabando por conquistá-la. A tradição perde-se nas muitas povoações que usam esta

lenda ou alguma das suas variações para explicar a reconquista cristã do espaço que hoje habitam, mas é a 11 de janeiro, feriado municipal, que a vila de Óbidos celebra a batalha travada por Dom Afonso Henriques.

Aquilo que hoje é o castelo não passava de um castro, no entanto tratava-se de uma importante fortificação na defesa do então Condado Portucalense. O primeiro rei de Portugal entendia que para a continuidade da reconquista cristã era necessário um ponto defensivo para proteção da costa. O desejo de Afonso Henriques era reconquistar tanto território quanto aquele que havia sido entregue a seu pai e que foi perdido para os mouros.

O castelo cumpre funções militares entre a reconquista cristã e o século XVII. Durante esse período sofre várias transformações estruturais para se manter um ponto defensivo, não só contra invasões, mas também para proteção dos habitantes de Óbidos.

Carlos Orlando, presidente da Associação de Defesa do Património do Concelho de Óbidos, refere que este

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Em defesa do território castelo “é uma marca da inovação arquitetónica que existiu na sociedade média”. No tempo de Dom Afonso Henriques já existiria em Óbidos um castro e uma torre, designada por Torre Velha, Vedra, ou de Facho, que funcionaria como guarda avançada da povoação. Durante o século XII o castro foi transformado num castelo

semelhante às fortificações do norte de África e do Oriente. No entanto, no século XIV, a Torre Vedra continuava separada da restante estrutura defensiva. Perante a iminência de guerra com Castela, a população pede a Dom Fernando que termine as muralhas e faça a união com a Torre.

Carlos Orlando explica que, até

ao século XVII, o castelo foi uma importante fortificação na defesa do território. A partir deste momento na história, os castelos perdem a sua importância militar devido à evolução do armamento que exigia outro tipo de edifícios como fortes e fortins. texto e fotografia por Tiago Canoso

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A

Curiosidades

Câmara Municipal de Santa Comba Dão vai comercializar produtos locais com a marca Salazar. Um dos primeiros a receber este cunho será o vinho “Memórias de Salazar”. A marca será também atribuída a doces, enchidos e pratos típicos da região, para além de serem selecionadas peças de artesanato mais representativo. A autarquia espera, com esta iniciativa, contribuir para o crescimento da ec onomia do concelho onde nasceu o ditador António de Oliveira Salazar, a 28 de abril de 1889. por J. L.

P

ortugal é o maior produtor mundial de cortiça, contribuindo para 49,6 por cento da produção mundial. Em 2010, o valor global de exportações foi de 754 milhões de euros. por J. L.

O

Voleibol para os mais novos

voleibol nasceu em 1895 como modalidade alternativa ao basquetebol, o qual era considerado muito cansativo para as faixas etárias mais elevadas. O seu criador foi William Morgan, diretor do departamento de Educação Física da Associação Cristã de Moços do Massachusets. por L. L. R.

Uma máquina de fazer cinema

A

indústria cinematográfica indiana é a maior do mundo. Basta olhar para os números: os cerca de 800 filmes realizados a cada ano dão emprego a mais de dois milhões de pessoas.

Diariamente, 30 milhões de indianos (três por cento da população) vão ao cinema. por L. L. R.

A

Uma equipa diferente

equipa masculina de andebol dos Estados Unidos que participou nos Olímpicos de 1996, em Atlanta, era composta por jogadores de todo o tipo menos de… andebol. Do basquetebol ao basebol passando pelo futebol americano, foram escolhidos jovens com estatura, massa muscular e impulsão. A modalidade não era muito conhecida nos Estados Unidos, daí a solução inovadora. O que é certo é que os norte-americanos acabaram por conseguir o 9º lugar. por L. L. R.

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Ficha Técnica

Proprietário, editor e distribuidor: Gomes & Canoso, Lda. Rua S. João, n.º39, Repeses – 3500-727 Viseu NIPC: 510092497 Telefone: 232407544 Telemóvel: 960421655 Descla Rua Santa Isabel Urbanização Bela Vista, lote 3 R/C F D Repeses Viseu Diretora: Maria Olinda Preto Martins Redação: Ana Margarida Gomes, Jeniffer Lopes e Lino Lopes Ramos Grafismo: Nuno Almeida Colunistas: A. J. Preto, André Monteiro Colaboradores: André Canoa, Catarina Cascais, Filipa Torres, Maria Cristina Marques, Patricia Caetano e Patrícia Posse Publicidade, Marketing e Assinaturas: Joaquim Gomes e Tiago Canoso Telefone: 232407544 Telemóvel: 969474853 Impressão: Multitipo, Artes Gráficas, Lda. Rua Sebastião Silva, nº19 Massamá 2745-838 Queluz Registo na ERC com o n.º 126176 Deposito Legal nº 341814/12 Tiragem: 10.000 exemplares

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