Enciclopédia das Verdades Bíblicas Ciências Humanas Fundamentos Bíblicos para o Currículo Escolar Dra. Ruth C. Haycock
Sumário Prefácio ......................................................................................................... 5 Introdução .................................................................................................... 7
CIÊNCIAS HUMANAS História..........................................................................................................13 Geografia ..................................................................................................... 29 Governo ....................................................................................................... 57 Liderança e Administração....................................................................... 67 Relacionamentos Sociais .......................................................................... 81 Instituições Sociais: A Família.................................................................. 95 Instituições Socias: A Igreja .................................................................... 117 Problemas Socias ...................................................................................... 131
Índice .......................................................................................................... 142
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Prefácio O movimento de escolas cristãs, que se encontra em rápido crescimento, é um dos meios mais importantes pelos quais Deus está trabalhando no mundo nos dias de hoje. Por toda a América do Norte e ao redor do mundo, escolas com enfoque cristão e base bíblica estão deixando sua marca indelével na vida dos jovens. Sem comprometer os padrões acadêmicos, as escolas cristãs estão oferecendo um ensino fundamentado nos princípios da Palavra de Deus. Quer a matéria seja geografia ou geometria, literatura ou legislação, existe uma relação básica entre cada disciplina e a verdade das Escrituras. Esta obra notável documenta essa relação. A Enciclopédia das Verdades Bíblicas é resultado do trabalho da dra. Ruth Haycock, uma talentosa pesquisadora, escritora e professora cristã por excelência. Ela dedicou toda a sua vida adulta à compilação das informações valiosas contidas nestas páginas. Agora, Ruth Haycock está no céu, gozando as recompensas eternas de seu serviço abnegado e sacrificial; e podemos aproveitar os resultados de seu trabalho ao estudarmos este livro. Publicada originalmente em volumes separados, a Enciclopédia das Verdades Bíblicas integra a Bíblia em praticamente todas as áreas do currículo escolar. Publicada agora em um só volume, a Enciclopédia oferece numa única fonte as informações tão vitais para professores e alunos cristãos. Ela pode ser usada no preparo das aulas, em pesquisas, na execução de projetos e mesmo como uma fonte de tópicos para mensagens nos cultos. Para os alunos que estudam em casa, é um recurso de valor inestimável. Confio este livro a você orando para que ele aprofunde sua compreensão do maior de todos os livros – a Palavra de Deus, a Bíblia.
Dr. Paul A. Kienel Diretor Executivo Associação Internacional de Escolas Cristãs
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Introdução Já foi dito muitas vezes que “o aluno cristão que frequenta uma escola secular está sendo privado da verdade; consequentemente, está se tornando à imagem do mundo e de Cristo.” De um modo geral, aqueles que estão envolvidos com escolas cristãs concordam mais do que depressa, reconhecendo que, sem a Palavra escrita, a Bíblia, e a Palavra viva, Jesus Cristo, uma criança está sendo lograda naquilo que lhe é de direito. Não está recebendo aquilo que é de vital importância para que ela venha a ser o que Deus quer. No entanto, mesmo numa escola cristã , é possível que uma criança esteja sendo privada da verdade, especialmente em seus estudos acadêmicos. Pode ser que esteja envolvida com a aula de religião e com os cultos na capela, que esteja sujeita aos padrões e à disciplina cristã, que seja ativa nos cultos da igreja e ainda assim esteja recebendo, fundamentalmente, uma educação acadêmica secular. Aquilo que é ensinado e a maneira como é ensinado pode ser tão parecido com o que é feito numa escola não-cristã que um visitante não iria notar a diferença. Ao crescer o número de escolas cristãs, muitos professores que creem na Bíblia mudaram-se de escolas seculares para escolas cristãs. Alegraram-se com a liberdade de poder falar do Senhor e de tudo o que é mais precioso para eles. Estão contentes com níveis mais altos de disciplina e desempenho. Em muitos casos, porém, trouxeram para sua nova escola as mesmas perspectivas antigas de suas matérias. Em muitos casos, é a única coisa que conhecem. Eles mesmos aprenderam isso nas escolas seculares. Desenvolveram-se sobre essa base quando fizeram faculdade. Aprenderam a ensinar essas matérias e durante alguns anos trabalharam com os livros didáticos e manuais de professores humanistas que eram adotados. Muitas vezes, os professores novos também foram preparados em instituições seculares ou faculdades não-cristãs, onde os seus professores eram produto de universidades e cursos de pós-graduação humanistas. Com muita frequência, um senti7
mento típico é que Afinal de contas, estudos sociais são estudos sociais, independentemente de onde você leciona; então, por que esperar que sejam diferentes numa escola cristã? É claro que essa mesma atitude é expressa com relação a quase todos as áreas do currículo escolar. Se cremos, de fato, que a Bíblia tem autoridade sobre todos os assuntos dos quais ela trata, sobre história e ciências bem como sobre a doutrina cristã, temos a obrigação de descobrir o que a Bíblia diz sobre a matéria que lecionamos. Se deixamos de apresentar o que Deus diz, mas ensinamos outros aspectos de uma certa matéria, estamos privando os alunos da verdade e apresentamos a eles apenas parte da história. Aquilo que ensinamos pode ser puramente humanista e contrário à verdade encontrada na Bíblia, ou pode ser verdade mas estar incompleto. Em qualquer um dos casos, o pensamento do aluno está sendo moldado de acordo com o padrão do mundo. Deus, porém, pede vidas transformadas, não conformadas com o mundo mas baseadas em mentes renovadas que podem provar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Se as escolas cristãs desejam ser cristãs nas áreas acadêmicas e apresentar uma vida e uma visão de mundo que sejam bíblicas, os professores devem estar cada vez mais familiarizados com o que a Palavra diz sobre cada matéria; precisam buscar formas de envolver os alunos no aprendizado, formas que permitam que eles compreendam e aceitem o ponto de vista bíblico que é parte da vontade perfeita de Deus. Além disso, os professores cristãos devem cooperar uns com os outros para produzir livros didáticos e outros materiais baseados em princípios bíblicos. Não basta infundirmos ideias morais nas aulas de religião a fim de ensinarmos uma conduta socialmente aceitável ou mesmo cristã. Também não é adequado usarmos acontecimentos históricos ou observações científicas para ilustrarmos verdades espirituais. Apesar de a história e a ciência oferecerem muitas lições práticas, seu uso para esse fim não é uma legítima integração da verdade das Escrituras com a verdade de outras fontes. Não equivale a buscar o que Deus de fato ensina sobre dinheiro, pena de morte ou como tratar dos animais e então, ensinar essa verdade como parte do estudo acadêmico daquele tópico. 8
O uso de frases da Bíblia numa aula de gramática ou de palavras das Escrituras para o estudo da grafia também não significam necessariamente que está sendo ensinada uma visão bíblica de mundo. A citação frequente de versículos bíblicos em livros de atividades ou livros-texto e o uso de temas bíblicos para trabalhos artísticos não garantem que o assunto em si está sendo ensinado de modo bíblico. Ao mesmo tempo em que a educação numa escola cristã deve certamente incluir um estudo de frases e palavras da Bíblia e o uso de citações e temas bíblicos, a integração da verdade é uma questão muito mais profunda. Há dois pré-requisitos para a escola cristã que são fundamentais a todo o conceito de ensino da verdade de Deus em todas as áreas e no processo de ajudar os alunos a verem toda verdade como vinda de Deus. Em primeiro lugar, a Bíblia deve ser ensinada de maneira completa a cada ano escolar como a Palavra inerrante de Deus, quer trate de evangelismo ou economia. Em segundo lugar, os aspectos cristãos de uma determinada matéria devem ser incluídos como parte daquela disciplina acadêmica e não relegados apenas à aula de religião. Quando estão sendo estudadas as obras clássicas da literatura, por exemplo, deve-se incluir obras cristãs; ao se considerar o Oriente Médio do ponto de vista histórico ou geográfico, a Palestina e Israel devem receber a devida atenção. Não proceder dessa forma é o mesmo que dizer aos jovens que a Bíblia e as matérias acadêmicas são coisas separadas – que é só na aula de religião que levamos em consideração aquilo que Deus diz. Com tal mensagem sendo passada para eles, os alunos se formarão com aquilo que alguns já chamaram de esquizofrenia intelectual e um fracasso de todo o propósito da escola cristã. A compilação dos princípios e passagens das Escrituras que os sustentam e que se encontram neste livro divididos por matérias, tem a intenção de estimular o estudo de cada matéria dentro da Palavra de Deus bem como em outras fontes. Que o Senhor possa guiar os seus passos e dar-lhe entendimento.
Ruth C. Haycock
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CIÊNCIAS HUMANAS
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História: Conceitos Bíblicos
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9. Numa época de julgamento geral, com frequência – porém nem sempre – Deus poupa aqueles que confiam nele. 10. Em muitas ocasiões Deus revelou aos seus servos acontecimentos futuros que não eram do conhecimento de outros.
I. Nossa atitude em relação à história
III. As nações e sua relação com Deus
1. Deus orientou para que fossem mantidos registros escritos. 2. É da vontade de Deus que tenhamos conhecimento da história. 3. Deus espera que aprendamos a partir do conhecimento da história. 4. Deus está desenvolvendo um plano até sua conclusão; a história registra o progresso desse plano. 5. A atuação de Deus na história nos mostra como ele é. 6. Deus deu aos cristãos a incumbência de se encaixarem em seu plano e serem seus instrumentos.
(além dos conceitos afirmados anteriormente)
1. Deus se interessa por todas as nações e por pessoas dessas nações. 2. Todas as nações prestam contas a Deus. 3. A história das nações depende de sua relação com Deus e com seu povo. 4. Nenhuma nação está segura se ela se afasta de Deus ou se exalta acima dele. 5. O fato de Deus usar uma nação para julgar outra não redime a nação que foi usada de sua própria responsabilidade para com Deus. 6. Deus tem um lugar e um futuro especiais para Israel. 7. Deus prometeu que os descendentes de Ismael (árabes) serão uma grande nação. 8. A oposição de Satanás a Deus afetou a história das nações. 9. Um dia, todas as nações adorarão a Deus.
II. A relação de Deus com os acontecimentos da história 1. Deus é soberano; nenhum homem ou nação pode prevalecer sobre ele. 2. Deus nunca é pego de surpresa; aquilo que acontece encaixa-se em seu plano. 3. Deus planeja a história das nações; ele tem propósitos com aquilo que faz. 4. Deus controla a ascensão e queda de governantes. 5. Deus dirige os governantes quando estes buscam sua orientação. 6. Deus usa até mesmo as nações incrédulas para cumprir seus propósitos. 7. Deus trata tanto com os indivíduos como com as nações. 8. Ocasionalmente, Deus refreia o julgamento que é devido, na maior parte das vezes para que isso glorifique o seu nome.
O ciclo de uma nação 1. Servidão – cativeiro, escravidão 2. Fé Espiritual – voltar-se para Deus 3. Atos de grande coragem – fazer o que é certo apesar das dificuldades, perigos e sofrimento 4. Livramento e abundância – liberdade e grande bênção 5. Complacência – satisfação tranquila 6. Apatia – indiferença, falta de ação 7. Dependência – sob controle ou influência de outro 8. Servidão – cativeiro, escravidão - Fonte desconhecida; citado em Temple Times, 28 de setembro de 1980.
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História: Contexto Bíblico I. Nossa atitude em relação à história 1.
Daniel 12.4, 8, 9 Deus disse a Daniel para selar o registro, as profecias que ele havia dado, até o fim dos tempos. Daniel não compreendeu todas as coisas que lhe haviam sido ditas, mas deveria registrá-las para o futuro.
Deus orientou para que fossem mantidos registros escritos.
Lucas 1.1-4 Apesar de não se encontrar registrada aqui nenhuma ordem específica, Lucas explica a importância de ele escrever seu relato do Evangelho.
Êxodo 17.14 Relato da vitória sobre Amaleque: Então disse o Senhor a Moisés: Escreve isto para memória num livro e repete-o a Josué; porque eu hei de riscar totalmente a memória de Amaleque de debaixo do céu.
Apocalipse 1.11, 19; ver também 2.1, 8, 12, 18; 3.1, 7, 14; 19.9; 21.5 Cristo ao apóstolo João: 11 ... O que vês, escreve em livro e manda às sete igrejas... 19 Escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas.
Êxodo 34.27, 28 Quando Deus deu os mandamentos pela segunda vez: 27 Disse mais o Senhor a Moisés: Escreve estas palavras: porque segundo o teor destas palavras fiz aliança contigo e com Israel. 28 E ali esteve com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; ... e escreveu nas tábuas as palavras da aliança, as dez palavras. Deus não apenas registrou as palavras, como também orientou Moisés a escrevê-las.
2.
É da vontade de Deus que tenhamos conhecimento da história.
Uma grande parte da Palavra inspirada consiste num registro histórico. Tome, por exemplo, o Pentateuco, os doze livros de história do Antigo Testamento, os muitos relatos históricos nos livros proféticos, os relatos nos Evangelhos sobre a vida e ministério de nosso Senhor, os relatos da história da igreja primitiva em Atos, os esboços históricos e autobiográficos de Paulo entremeados nas epístolas e o relato do apóstolo João acerca de suas experiências nos primeiros capítulos de Apocalipse. Com tanto conteúdo de importância histórica, não podemos duvidar do interesse de Deus que tenhamos conhecimento da história.
Deuteronômio 17.18-20 A ordem de Deus para o futuro rei de Israel: 18 Também quando se assentar no trono do seu reino, escreverá para si um traslado desta lei num livro, do que está diante dos levitas sacerdotes. A razão de Deus dar essa ordem encontra-se nos versículos 19 e 20. O próprio rei deve ter e estudar diariamente o registro da operação de Deus, mesmo que para isso seja necessário fazer uma cópia manuscrita. Deuteronômio 31.19, 21, 22 Palavras do Senhor a Moisés: 19 Escreverei para vós outros este cântico, e ensinai-o aos filhos de Israel; ponde-o na sua boca, para que este cântico me seja por testemunha contra os filhos de Israel.
Deuteronômio 1.1 – 4.2 Aqui se encontra um relato um tanto detalhado do tempo de peregrinação pelo deserto registrado e recitado para a nova geração prestes a entrar na Terra Prometida. Deus considerou importante que esse novo grupo soubesse o que havia acontecido anteriormente.
Jeremias 30.2 Palavras de Deus a Jeremias: Assim fala o Senhor, Deus de Israel: Escreve num livro todas as palavras que eu disse. (Ver também 36.2, 27, 28; Ezequiel 43.11.)
Josué 24.1-13 Aqui também, pouco antes de sua morte, Josué foi instruído por Deus a recitar novamente sua história e a necessidade de o povo buscar ao Senhor e servir somente a ele. 15