POR UMA POLÍTICA DE CULTURA Na construção de uma política pública é sempre bom lembrar o tempo. O seu fluir, o seu ritmo, sua pressa, a sua calma, a urgência e a necessária firmeza de propósito. Diz o rapper Criolo que “Di Cavalcanti, Oiticica e Frida Kahlo têm o mesmo valor da benzedeira do bairro”. Para a política pública de cultura que vem sendo desenvolvida pelo Governo do Estado de Pernambuco desde 2007, o verso não poderia ser mais representativo. Como princípio de ação, uma gestão deve prezar pelo benefício de todos e considerar a diversidade do seu povo, seja ela estética, territorial, social ou, simplesmente, cultural. Deve ter ainda como norte conceitos que primem pela inclusão, pela democracia, pela participação, pela descentralização. Desde sua criação em 2011, quando adquiriu status e autonomia de secretaria estadual, a Secult-PE tem direcionado seus esforços nesse sentido, procurando aprimorar um trabalho que se constrói desde 2007. Junto à sociedade, a sua busca tem sido traçar uma política de cultura, e não somente um plano pontual. Tal posicionamento se coloca em total consonância com o Mapa Estratégico do Governo de Pernambuco e, sobretudo, com as discussões feitas no Brasil para a elaboração de um Sistema Nacional de Cultura. Isso significa articulação, consistência, continuidade. Atuando junto à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), a Secult-PE trabalha com o objetivo de ampliar e consolidar a sua política cultural com ações de fomento, difusão, formação, regionalização, reconhecimento, valorização e diversidade cultural, tendo ainda como horizonte o patrimônio e a memória. Dentro dessa perspectiva, foram realizadas, só em 2012, mais de 5 mil ações culturais, em festivais, encontros, seminários, exposições, exibições e outras ocasiões, nas diferentes Regiões de Desenvolvimento do Estado. No que diz respeito ao fomento, o Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura) vem se consolidando e se ampliando como um importante estímulo à produção, cujo investimento chegou a R$ 33,5 milhões entre 2011 e 2012, nos editais do Independente e Audiovisual. É relevante ainda mencionar a formulação de uma política inédita para a área de patrimônio no estado, que deve se tornar pública em 2013, servindo de base para a atuação da Diretoria de Preservação Cultural. Além disso, a gestão da Secult-PE/Fundarpe tem voltado seus esforços para uma reforma administrativa, com vistas a melhorar seu funcionamento e sua relação com a população. Com novas perspectivas para o nosso caminhar até 2014, a intenção maior é lançar luzes nos artistas, nos territórios, nos povos tradicionais e nos invisíveis para, assim, lançar cada vez mais luzes nas plateias, nas pessoas. E este é o nosso tempo. Boa leitura. Secretaria de Cultura de Pernambuco
EXECUÇÃO DA POLÍTICA CULTURAL Até o ano de 2010, a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) era vinculada à Secretaria de Educação e Cultura do Estado e tinha uma missão ainda maior que a de hoje, pois coordenava a política cultural do Estado e, ao mesmo tempo, cuidava de sua execução. Em 2011, o governador Eduardo Campos fortaleceu a gestão cultural com a criação da Secretaria de Cultura, que passou a coordenar a política cultural. À Fundarpe, coube a execução desta política. Atuando conjuntamente, tanto os gestores da Secult-PE colaboram com a execução das ações culturais, como os da Fundarpe também contribuem na definição das políticas e estratégias. Os exercícios de 2011 e 2012 foram muito positivos para a gestão cultural do nosso estado, uma vez que, mesmo executando 10 grandes festivais por ano inseridos no circuito Pernambuco Nação Cultural; realizando a gestão dos equipamentos culturais; executando as ações do Fundo de Incentivo à Cultura (Funcultura), que é da ordem de R$ 33,5 milhões/ano; realizando as atividades de tombamento, fiscalização e preservação do Patrimônio Cultural Material e Imaterial; além de outros projetos como a ação voltada para os Povos Tradicionais e Populações Rurais; as atividades de cogestão democrática da cultura a partir dos fóruns e reuniões setoriais; bem como diversas outras ações e apoios culturais contempladas neste balanço, ainda assim, pudemos fortalecer os controles internos da entidade, supri-la de pessoal, infraestrutura e instrumentos que estão melhorando as condições de trabalho na Fundação. Para termos uma ideia do grau de formalização de processos implantados na Fundarpe em 2011 e 2012, 170 certames licitatórios foram realizados. Destes, a maior parte foi voltada à infraestrutura dos festivais e outras eventos culturais, como a contratação de palco, som, iluminação, geradores, banheiros químicos, alimentação, transporte, segurança, toldos e diversos outros itens indispensáveis à realização destas ações. Para chegarmos até aqui comemorando a nossa presença em todas as 12 microrregiões do Estado, também foram necessários esforços em atividades meio (administrativo, financeiro, jurídico, contábil etc.) e também no fortalecimento de controles operacionais internos. É importante reconhecer que os avanços e a ampliação da política cultural em Pernambuco tiveram início na primeira gestão do governo Eduardo Campos e continuaram ocorrendo a partir de 2011. É que a política cultural não se dissocia do desenvolvimento econômico implementado pelo Governo em todo o seu território. Como bem ressalta o governador, nosso estado tem crescido acima da média nacional e se destacado em políticas públicas, a exemplo da Saúde e Segurança. Finalmente, destacamos as parcerias realizadas com todos os outros órgãos do governo, especialmente aquelas celebradas com as secretarias da Casa Civil, Planejamento e Gestão, Turismo, Empetur, Defesa Social e Fazenda. Parcerias que revelam nosso compromisso de tornar a ação pública de cultura, cada vez mais, uma ação de todo o Governo de Pernambuco. Severino Pessoa Presidente da Fundarpe
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EXPEDIENTE Governador Eduardo Campos Vice-governador João Lyra Neto Secretário da Casa Civil Tadeu Alencar SECRETARIA DE CULTURA Secretário Fernando Duarte Secretário Executivo Beto Silva Diretores Executivos Vinícius Carvalho e Beto Rezende Diretor de Formação Félix Aureliano Diretor de Gestão José Mário Duarte Coelho Diretora de Planejamento Amara Cunha Diretor de Políticas Culturais Carlos Carvalho Coordenadora de Artes Cênicas Teresa Amaral Assessora de Dança Marília Rameh Coordenador de Artes Visuais Félix Farfan Assessora de Design e Moda Cecília Pessoa Assessor de Fotografia Jarbas Araújo Coordenadora de Audiovisual Carla Francine Coordenadora de Cultura Popular Alexandra Lima Assessor de Artesanato Breno Nascimento Coordenador de Literatura Wellington de Melo Coordenadora de Música Andreza Portella Coordenador de Articulação Institucional Claudemir Souza Coordenador de Economia Criativa Luciano Gonçalo Coordenador do Projeto Cultura Livre nas Feiras Alexandre Sena Coordenadora para Populações Rurais e Povos Tradicionais Erika Nascimento Coordenador do Festival Pernambuco Nação Cultural Leo Antunes Assessores do Festival Pernambuco Nação Cultural Adriana Teles e Guilherme Gatis Gestoras de Comunicação Michelle Assumpção e Olívia Mindêlo Assessores de Comunicação/Imprensa Tiago Montenegro, Gilberto Tenório, Giselly Andrade e Fernanda Cristina Assessores de Comunicação/Internet Chico Ludermir, Dora Amorim, Gabriela Valadares e Leonardo Vila Nova. Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) Presidente Severino Pessoa Diretora de Gestão Sandra Simone dos Santos Bruno Diretor de Gestão do Funcultura Emanuel Soares de Lima Diretor de Gestão de Equipamentos Culturais André Araripe Diretora de Preservação Cultural Célia Campos Diretor de Produção Fernando Augusto Equipe Revista de Balanço 2011/2012 Edição e textos Michelle Assumpção, Olívia Mindêlo e Tiago Montenegro Textos Chico Ludermir, Dora Amorim, Joana Pires, Julya Vasconcelos, Gilberto Tenório, Giselly Andrade, Gabriela Valadares e Raquel Lasálvia Edição de Imagens Costa Neto e Ricardo Moura Projeto gráfico e diagramação Adeildo Leite
ÍNDICE
12. 14.
POLÍTICA PÚBLICA DE CULTURA DE PERNAMBUCO
FESTIVAL PERNAMBUCO NAÇÃO CULTURAL
20. Mata Norte: Luz nos brinquedos populares 20. Sertão do Moxotó: valorização das culturas tradicionais 21. Caruaru: cultura em cada canto da cidade 21. Sertão Central: consolidando calendários culturais 22. Festival de Inverno de Garanhuns: festa da diversidade cultural 24. Sertão do Pajeú: promovendo intercâmbios entre o local e o nacional 24. Agreste Central: apoio aos festejos dos municípios 25. Agreste Setentrional: diálogo com as diferentes realidades culturais 25. Gravatá: cultura movimentando a economia 26. Sertão do São Francisco: celebração das manifestações locais 26. Mata Sul: reanimando expressões culturais 27. Gonzagão 100 anos: no cais ou no sertão, viva Luiz Gonzaga 29. Qual a motivação de um festival: o questionamento enseja uma complexa e bem-vinda reflexão
30.
49.
ECONOMIA CRIATIVA
30. Ambiente criativo 31. Culturando a economia em Pernambuco
LUZ NAS PESSOAS E NOS TERRITÓRIOS
14. Povos tradicionais e populações rurais 16. Cultura livre nas feiras 16. Cultura e valorização da vida 17. Mais cultura 18. Entendendo os povos tradicionais e as populações rurais: um estudo sobre uma nova coordenação da Secretaria de Cultura
19.
14
32. 17
38. 39. 40. 40. 41. 42. 43. 43. 44. 45.
CICLOS FESTIVOS
54. São João: Descentralizar e interiorizar as tradições juninas 55. Carnaval: Fortalecer a vocação inebriante de um povo 56. Semana Santa: Pernambuco de todas as paixões contemplou montagens em todo o estado 57. Natal: Ciclo natalino lançou luzes sobre os folguedos tradicionais
58.
ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL
58. Controle social como instrumento de participação popular
PATRIMÔNIO
46. Pela preservação dos bens materiais e imateriais 47. Números da diretoria de preservação cultural 48. Patrimônio cultural e políticas públicas: limites, possibilidades e desafios
60.
GESTÃO DA CULTURA
61.
PERSPECTIVAS
62.
SERVIÇOS
62. Equipamentos culturais da Secult-PE | Fundarpe
46 27
Cinema são Luiz Casa da Cultura Luiz Gonzaga Museu da Imagem e do som Museu do Estado de Pernambuco Museu de Arte Contemporânea Teatro Arraial Torre Malakoff Museu de Arte Sacra de Pernambuco Estação Cultural Senador Ermírio de Moraes Museu do Barro de Caruaru Espaço Pasárgada Museu Regional de Olinda Cine Teatro Guarany Avanços na consolidação da rede de equipamentos culturais
54.
LINGUAGENS ARTÍSTICAS
Artes Cênicas Artes Visuais Fotografia Design e Moda Audiovisual Música Cultura Popular Artesanato Literatura Reinventar olhares sobre a literatura
46. 24
FUNCULTURA
34. Ações de melhoria para o edital 36. Evolução do investimento do funcultura independente por área cultural - 2007 a 2012 37. Formação e difusão 37. Perspectivas
34.
21
FORMAÇÃO
32. Estímulo as artes e formação de plateia
34.
19
49. 49. 49. 50. 50. 50. 50. 51. 51. 51. 52. 52. 52. 53.
EQUIPAMENTOS CULTURAIS
58
POLÍTICA PÚBLICA DE CULTURA DE PERNAMBUCO
POLÍTICA PÚBLICA DE CULTURA DE PERNAMBUCO
Sob o signo da mandala, que aqui sintetiza a busca constante pelo desenvolvimento simbólico e cultural de Pernambuco, o Plano de Trabalho de Cultura 2011-2014 do Governo do Estado foi sistematizado a partir de conceitos centrais, pensados de forma articulada para compor o tecido de uma política pública que marca a criação da Secretaria de Cultura, em 2011, e sua atuação junto à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). Juntos, estes conceitos orientam o objetivo geral de ambas as instituições, voltadas a ampliar e consolidar a sua política cultural com ações de fomento, formação, regionalização, reconhecimento, valorização e diversidade cultural, tendo ainda como horizonte o patrimônio e a memória. Na prática, noções como descentralização, democracia e participação, além de outras, são norteadoras das ações das diretorias, coordenações e gerências da Secult-PE/Fundarpe. A construção dessa política interliga-se ao Mapa Estratégico do Governo do Estado, cuja estruturação incluiu escutas com a população. É, portanto, sintonizada a um programa que vem sendo desenvolvido desde 2007, seja na interiorização da política, seja na busca pela inclusão daqueles cujo acesso aos bens materiais ou imateriais tornou-se frágil e ao mesmo tempo preponderante. 12
13
LUZ NAS PESSOAS E NOS TERRITÓRIOS
NÚMEROS | POVOS TRADICIONAIS E POPULAÇÕES RURAIS
LUZ NAS PESSOAS E NOS TERRITÓRIOS
Pernambuco é um estado culturalmente privilegiado. Conhecido pela sua música, literatura, dança, cinema... Por Chico Science e Luiz Gonzaga; João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira; Marcelo Gomes e Kleber Mendonça Filho; pelo frevo e pelo maracatu... Além dos nomes consagrados, nosso estado ainda guarda pérolas pouco conhecidas, mas igualmente importantes. O trabalho da Secult-PE tem sido reconhecer a diversidade dessa produção cultural, sobretudo em locais com ainda pouca presença de políticas permanentes. Nem criar, nem descobrir: iluminar pessoas e territórios menos conhecidos, mas não menos relevantes. Promover a visibilidade e apoiar os mais diversos grupos do estado. Com a Coordenação para Populações Rurais e Povos Tradicionais, a gestão abraça quilombolas, indígenas, ciganos, assentados e acampados. Através do Cultura Livre nas Feiras, reconecta artistas com o povo em um de seus espaços de encontro mais genuínos. No Mais Cultura, reconhece a necessidade do desenvolvimento de pontos criativos em seus territórios. E através do Cultura e Valorização da Vida, olha com atenção para áreas de vulnerabilidade social. 14
102
APOIOS CULTURAIS
217
MIL REAIS PARA AS COMUNIDADES
310
ENCONTROS DE ARTICULAÇÃO
74 10 74 Trancelim no Quilombo Conceição das Crioulas • Salgueiro-PE Foto | Ricardo Moura
Mazurca no Quilombo Santana • Salgueiro -PE Foto | Ricardo Moura
POVOS TRADICIONAIS E POPULAÇÕES RURAIS A Coordenação para Povos Tradicionais e Populações Rurais, ligada à Secult-PE, iniciou suas atividades em janeiro de 2012, com o objetivo de desenvolver uma política inédita, especialmente voltada para grupos tão presentes e importantes na cultura de Pernambuco. A coordenação tem promovido apoios culturais, articulação com os povos, além de estudos e pesquisas, atividades de fomento e difusão. Entre os povos tradicionais apoiados pela Secretaria de Cultura estão os quilombolas, os indígenas, os ciganos, além daqueles que vivem em assentamentos e acampamentos rurais. Em uma articulação continuada, a coordenação finalizou o ano de 2012 em diálogo com as 12 etnias indígenas existentes em Pernambuco, com 80 das cerca de 130 comunidades quilombolas e ainda em parceria com 10 grupos ciganos e 25 comunidades rurais. APOIOS CULTURAIS São apoios financeiros às comunidades, no sentido de contribuir para a continuidade das vivências culturais dos grupos, tanto no que se refere aos festejos, quanto aos demais elementos que compõem a sua cultura. Com os apoios, algumas manifestações culturais foram retomadas, a exemplo do coco de roda da comunidade de Abelha (Carnaíba) na festa de São Sebastião. Os apoios já são 102 e somam R$ 217 mil para as comunidades do estado. ARTICULAÇÃO O trabalho de ar ticulação consiste em reuniões e encontros com entidades representativas e comunidades, fomentando um diálogo permanente para o pla-
93
ENTREVISTAS NAS COMUNIDADES RODAS DE DIÁLOGO OFICINAS APRESENTAÇÕES ARTÍSTICAS DOS POVOS E POPULAÇÕES
POVOS ARTICULADOS
nejamento, monitoramento e avaliação das ações realizadas. Até dezembro de 2012, aproximadamente 310 encontros foram promovidos. ESTUDOS E PESQUISAS A coordenação tem sistematizado informações acerca dos saberes culturais dos povos e das populações, e construído calendários das festas, dos ritos e das manifestações próprias de um povo ou uma comunidade. Para a formatação e sistematização do inventário, foram utilizados os elementos culturais de patrimônio, registrando, assim, os principais aspectos dos grupos entrevistados. Foram entrevistadas 74 comunidades em seus territórios. ATIVIDADES FORMATIVAS As atividades de formação se apresentam como eixo estruturante desta ação, configurando-se através de dois formatos específicos: rodas de diálogo e oficinas. Tal opção metodológica contribuiu significativamente para o alcance dos resultados esperados, reiterando o compromisso com a valorização dos conhecimentos e a autonomia das comunidades tradicionais. FOMENTO E DIFUSÃO As atividades de difusão ocorreram sempre nos territórios étnicos e nas áreas rurais, através da socialização das vivências dos(as) mestres e dos grupos locais. Foram 93 apresentações artísticas oriundas das comunidades rurais e/ ou povos tradicionais, em 10 encontros, realizados na maioria das vezes nos territórios tradicionais.
INDÍGENAS • • • • • • 12 ATIKUM, ENTRE SERRAS PANKARARU, FULNI-Ô, KAMBIWÁ, KAPINAWÁ, PANKARARU, PANKAIWKÁ, PANKARÁ, PIPIPÃ, TRUKÁ, TUXÁ E XUKURU.
QUILOMBOLAS • • •
80
ENTRE ELES: CONCEIÇÃO DA CRIOULAS, CASTAINHO, CAATINGUINHA, ABELHA, TIMBÓ, TRIGUEIROS E SÃO CAETANO
CIGANOS • • • • • • • • 10 DISTRIBUIÍDOS NAS CIDADES DE OURICURI, PAULISTA, ITAMBÉ, LAGOA DO OURO, ALTINHO, CUPIRA, TABIRA E FLORESTA.
POPULAÇÕES RURAIS (COMUNIDADES, ASSENTAMENTOS E ACAMPAMENTOS)
••••
25
ENTRE ELAS: JOSIAS BARROS, NORMANDIA, TAMANDUÁ, JOSUÉ DE CASTRO, ENGENHO CAMARAZAL E RIACHO FECHADO.
15
CULTURA LIVRE NAS FEIRAS Uma das ações especiais da política pública de cultura do Estado, o projeto Cultura Livre nas Feiras leva, desde o fim de 2011, apresentações de diferentes linguagens artísticas para as feiras do estado, indo do interior à capital. Teatro, música, literatura, cultura popular e outras manifestações costumam compor a programação itinerante, cujo objetivo é fortalecer a cultura pernambucana e mostrar artistas cujo trabalho tem ainda pouca visibilidade. Travando um diálogo com os municípios pernambucanos e os articuladores regionais, o Cultura Livre nas Feiras atua a partir do cadastro de artistas, profissionais ou amadores, para compor a sua grade de eventos. O projeto já tem cadastrados 1.599 artistas, dos quais 878 já se apresentaram nas feiras. Desde sua criação, a inciativa vem atuando em 50 feiras de 49 cidades de Pernambuco. Presente nas quatro regiões do estado, o mapa da ação é composto atualmente por 11 feiras na Região Metropolitana do Recife, além de 11 da Zona da Mata, 13 do Agreste e 15 do Sertão. Até o final de 2012 foram contabilizadas 348 edições do projeto, totalizando R$ 789 mil reais investidos nos cachês dos artistas participantes. Para 2013, a previsão é produzir 622 eventos do projeto, somando 2.600 apresentações. 16
Sanfoneiros na Feira Livre de Exu FPNC Gonzagão 100 Anos Foto | Eric Gomes
NÚMEROS | CULTURA LIVRE NAS FEIRAS
2011/2012 348 878 789 11
EDIÇÕES APRESENTAÇÕES MIL REAIS INVESTIDOS FEIRAS NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
11
FEIRAS NA ZONA DA MATA
13 15
FEIRAS NO AGRESTE FEIRAS NO SERTÃO
CIDADES PERCORRIDAS PELO PROJETO ABREU E LIMA, AFOGADOS DA INGAZEIRA, ÁGUAS BELAS, ALIANÇA, ARCOVERDE, BELO JARDIM, BEZERROS, BONITO, CABO DE SANTO AGOSTINHO, CAMARAGIBE, CARPINA, CARUARU, CATENDE, CUSTÓDIA, ESCADA, EXU, FLORESTA, GAMELEIRA, GARANHUNS, GOIANA, GRAVATÁ, IGARASSU, IPOJUCA, JABOATÃO DOS GUARARAPES, JOÃO ALFREDO, LIMOEIRO, MORENO, NAZARÉ DA MATA, OLINDA, OURICURI, PALMARES, PAULISTA, PETROLÂNDIA, PETROLINA, RECIFE (AGROECOLÓGICA), RECIFE (TRADICIONAL), SALGUEIRO, SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE, SANTA MARIA DA BOA VISTA, SÃO CAETANO, SÃO JOSÉ DO EGITO, SÃO LOURENÇO, SERRA TALHADA, SURUBIM, TABIRA, TIMBAÚBA, TORITAMA, TRACUNHAÉM E VITÓRIA DE SANTO ANTÃO.
CULTURA E VALORIZAÇÃO DA VIDA “Quem sou eu?”, “Onde moro?”, “Como quero ser no futuro?”, “Como eu gostaria que fosse meu bairro?”. São estas as perguntas que, direta ou indiretamente, norteiam o trabalho da equipe do projeto Cultura Valorização da Vida, realizado pela Secretaria de Cultura de Pernambuco e pela Fundarpe desde 2011, junto aos moradores de comunidades periféricas de Pernambuco onde a iniciativa tem atuado. O Cultura Valorização da Vida faz parte de uma ação maior do Estado, o Programa Governo Presente, que une ações de várias secretarias com foco na melhoria da qualidade de vida da população de territórios com alto índice de violência e vulnerabilidade social, compreendidos como Territórios Especiais de Cidadania (TECs). Ao longo dos 14 meses em atividade, o projeto beneficiou 2.230 pessoas em cinco comunidades do estado. Centenário (Caruaru), São Francisco (Caruaru), Alto Santa Terezinha (Recife) e Lagoa Encantada (bairro do Ibura, Recife) foram os locais que receberam oficinas, encontros, mostras e o programa de formação de Agentes da Memória. Em 2013, pretende-se aumentar o número de localidades atendidas, estendendo o projeto para Petrolina, Jaboatão dos Guararapes e Olinda.
Encontro com a memória dos Bairros na ilha de Santa Terezinha em Recife Foto | Acervo Secult - PE
ATIVIDADES | BENEFICIÁRIOS CIDADES CONTEMPLADAS ENCONTROS COM A MEMÓRIA 350 PESSOAS | RECIFE FORMAÇÃO DOS AGENTES DE MEMÓRIA 25 PESSOAS | RECIFE OFICINA DE DANÇAS POPULARES 26 PESSOAS | CARUARU OFICINA DE PRODUÇÃO DE VÍDEOS 20 PESSOAS | RECIFE OFICINA DE CUSTOMIZAÇÃO 17 PESSOAS | CARUARU OFICINA DE PINTURAS ESPECIAIS
13 PESSOAS | CARUARU
OFICINA DE CONTAÇÃO DE HISTÓRIA 09 PESSOAS | CARUARU
Debate no Casarão dos Pontos de Cultura • FIG 2011 Foto | João Baltar Freire
MAIS CULTURA Lançado em 2007 pelo Governo Federal, através do Ministério da Cultura, o Programa Mais Cultura marca o reconhecimento da cultura como necessidade básica e direito de todos os brasileiros. Em Pernambuco, no ano de 2011, o programa realizou o Tecendo Redes – Encontro Regional dos Pontos de Cultura, em cinco edições do Festival Pernambuco Nação Cultural, da Secult-PE/ Fundarpe. Durante o 21º Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), entre 14 e 23 de julho de 2011, um Casarão dos Pontos de Cultura foi montado, congregando, em um só lugar, diversas ações. Já durante o 22º FIG, foi realizada a interven-
ção Espaço Cultura no Ponto. Também em 2011, no município de Moreno, foram realizadas as oficinas do Cine Mais Cultura, a partir de um convênio entre a Fundarpe e o Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros, com 88 participantes de 45 entidades. No ano de 2012, o Programa se voltou para a Análise de Prestação de Contas e de Cumprimento do Objeto dos Pontos de Cultura junto à Fundarpe, além do Monitoramento e Assessoramento às entidades que se encontram com dificuldades para executar essa etapa. Foram 30 processos analisados e 33 visitas para assessoria.
Encontros Tecendo Redes nas edições do Festival Pernambuco Nação Cultural
MOSTRAS 600 PESSOAS | RECIFE CICLO DAS PAIXÕES
500 PESSOAS | CARUARU GOIANA
TRIUNFO
CICLO DAS PAIXÕES 400 PESSOAS | RECIFE
17 pontos
08 pontos
de cultura participantes
de cultura participantes
OFICINAS 190 PESSOAS | RECIFE
MATA NORTE SERTÃO DO PAJEÚ
OFICINA DE INICIAÇÃO MUSICAL 25 PESSOAS | CARUARU OFICINA DE BRINCADEIRAS INFANTIS 20 PESSOAS | RECIFE OFICINA DE CUSTOMIZAÇÃO 15 PESSOAS | RECIFE OFICINA DE FANZINE
10 PESSOAS | RECIFE
SERTÃO DO SÃO FRANCISCO
MATA SUL AGRESTE MERIDIONAL
PALMARES PETROLINA
09 pontos
de cultura participantes
GARANHUNS
09 pontos
de cultura participantes
05 pontos
de cultura participantes
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FESTIVAL PERNAMBUCO NAÇÃO CULTURAL
ENTENDENDO OS POVOS TRADICIONAIS E AS POPULAÇÕES RURAIS: UM ESTUDO SOBRE UMA NOVA COORDENAÇÃO DA SECRETARIA DE CULTURA O conceito de povos tradicionais é bastante recente no cenário nacional. Surge a partir da reivindicação por direitos específicos de alguns grupos populacionais, que se fortaleceram politicamente na década de 1980, período de efervescência do debate sobre o reconhecimento oficial dos “novos sujeitos coletivos”. É na Constituição de 1988 que o governo brasileiro reconhece, pela primeira vez, o caráter pluriétnico do País, ao afirmar que “constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira” (artigo 216). Com a ratificação da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (2003), que trata dos direitos dos povos indígenas e tribais no mundo, e também com a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (2007), que define povos tradicionais, o Estado passa a considerar que esses tais “sujeitos sociais” são marcados por uma existência coletiva, por critérios político-organizativos próprios que compreendem uma diversidade de grupos com demandas diferenciadas entre si, a exemplo dos quilombolas, indígenas, pescadores artesanais, ciganos etc. Essa definição foi decisiva para a formulação de uma concepção de política pública decorrente das múltiplas experiências sociais, econômicas e culturais deste País e é essa concepção que sustenta a ação da Coordenação para Povos Tradicionais e Populações Rurais da Secretaria de Cultura de Pernambuco. Trata-se de um olhar diferenciado da gestão pública para esses povos e essas populações, dotadas de rico acervo cultural, e que durante séculos exerceram estratégias de produção e reprodução de seus saberes tradicionais. A proposta de ação está ancorada na descentralização da política cultural, com a interiorização das ações para todas as Regiões de Desenvolvimento (RDs) do estado; na valorização das especificidades étnicas e territoriais; no fortalecimento das memórias, das histórias e das identidades culturais desses grupos, identificando e sistematizando informações sobre seus patrimônios e suas práticas culturais; na promoção de ações formativas sobre as diversas linguagens culturais, apoiando a realização das práticas culturais de seus calendários, difundindo e fortalecendo suas práticas culturais e saberes tradicionais através da socialização das vivências dos (as) mestres e grupos locais. Erika Nascimento Coordenadora para Povos Tradicionais e Populações Rurais 18
QUANTIDADE DE ATRAÇÕES DE DIFUSÃO CULTURAL POR LINGUAGEM DURANTE AS EDIÇÕES 2011 E 2012 DO FPNC 1
FESTIVAL PERNAMBUCO NAÇÃO CULTURAL
515 Música
2
13
85 Momento de culminância das ações e políticas culturais do Estado, o Festival Pernambuco Nação Cultural (FPNC), criado em 2008, consolidou em 2011 um formato descentralizado, que leva a cada vez mais cidades programações de difusão e formação cultural. Shows, espetáculos, mostras, oficinas e encontros de cultura popular integraram as 20 edições do FPNC realizadas em 2011 e 2012, incluindo as duas edições mais recentes do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) e do Centenário de Gonzagão. O investimento de R$ 50,5 milhões possibilitou uma maior circulação dos artistas, ajudou na formação cultural da nossa gente, estimulou o turismo e promoveu visibilidade à rica cultura pernambucana. No período, 82 municípios receberam ações. Do maracatu na Mata Norte ao samba de véio nas margens do São Francisco, o circuito do FPNC percorre o estado promovendo expressões culturais locais, articulando trocas entre diferentes manifestações, estimulando a continuidade das tradições e o surgimento de novos artistas, brincantes e produtores culturais.
Artes Visuais
Artes Cênicas 3
4
12
Artesanato
114 Cultura Popular
6
5
74 Literatura
100
Difusão e formação
Audiovisual Exibições do cinema na estrada 8
7
20
Fotografia
23
Patrimônio e Preservação
9
10
05
Design & Moda
1• Palco Pernambuco Nação Cultural em Pesqueira. Foto | Costa Neto 2• Casa Galeria Galpão • FIG 2011. Foto | João Baltar Freire. 3• Espetáculo “A inconveniência de ter coragem”, grupo do Pontinho de Cultura Galpão das Artes em Orobó • FPNC Agreste Setentrional 2012. Foto | Ricardo Moura 4• Caminhão do Artesanato em Triunfo. Foto | Eric Gomes 5• Inauguração da Biblioteca Itinerante de Petrolina. Foto | Ricardo Moura 6• Cortejo pelas ruas de Pesqueira • FPNC Agreste Central 2012. Foto | Ricardo Moura 7• Cinema na Estrada em Flores, FPNC Sertão do Pajeú 2012. Foto | Edmar Melo 8• Exposição do IV e V Prêmios Pernambuco Nação Cultural de Fotografia. Foto | Edmar Melo 9• Postais da memória em Gravatá. Foto | Secult-PE 10• Lançamento do Fanzine Pantim • FIG 2012. Foto | Beto Figueiroa
487
Oficinas, palestras, seminários e outras ações de formação cultural de todas as linguagens artísticas
19
Encontro de Cavalo Marinho FPNC Mata Norte Foto | Roberta Guimarães
Encontro de Caboclinhos e Índios • FPNC Mata Norte Foto | Daniela Nader
MATA NORTE LUZ NOS BRINQUEDOS POPULARES
CARUARU CULTURA EM CADA CANTO DA CIDADE
Berço do maracatu de baque solto, terra dos caboclinhos, da ciranda e do cavalo-marinho, a Zona da Mata Norte é a primeira parada do Festival Pernambuco Nação Cultural. No palco, na rua ou no chão de terra batida, o intenso circuito de difusão e formação cultural se espalha por Goiana e outras 18 cidades da região, sempre fortalecendo as expressões culturais mais presentes em cada localidade. Em 2011 e 2012, o FPNC levou à Mata Norte um total de 209 ações culturais, entre shows, espetáculos, mostras artísticas, apresentações de cultura popular, oficinas e seminários. Todas as manifestações artísticas da região se encontram no festival. Em Aliança, Itaquitinga e Condado, encontros de cavalo-marinho reúnem mestres e estimulam a continuidade do brinquedo popular. Sambadas de maracatu acontecem em Lagoa do Carro e Nazaré da Mata; os cirandeiros se encontram em Chã de Alegria; os violeiros em Carpina. Glória do Goitá recebe os mestres mamulengueiros e em Goiana, caboclinhos e índios enriquecem a programação. Ações nas cidades de Goiana, Aliança, Buenos Aires, Camutanga, Carpina, Chã de Alegria, Condado, Ferreiros, Glória do Goitá, Itaquitinga, Itambé, Lagoa de Itaenga, Lagoa do Carro, Macaparana, Nazaré da Mata, Paudalho, Timbaúba, Tracunhaém e Vicência.
Celebrando o aniversário e a diversidade cultural de Caruaru, o FPNC chegou à capital do agreste pernambucano em maio de 2012. Do forró ao rock de garagem, da xilogravura às intervenções urbanas, o festival ofereceu um total de 80 ações de difusão cultural. Sempre garantindo espaço para os artistas locais e promovendo a circulação das produções de todo o estado. Shows, espetáculos de rua no Parque Severino Montenegro, palco garagem na estação ferroviária, mostras de design e fotografia e apresentações culturais em feiras ocuparam Caruaru durante os sete dias de festival. A mostra Cinema na Estrada percorreu diversos bairros da cidade, passando inclusive pela Penitenciária Juiz Plácido de Souza e pela Fundação de Atendimento Socioeducativo, permitindo também o acesso de pessoas em situação de reclusão às produções do audiovisual pernambucano. A festa da cultura popular em Caruaru foi animada pelos encontros de bois, pifeiros, mazurca, trios pé-de-serra e bacamarteiros e, que reuniram dezenas de grupos e artistas populares da região. No eixo de formação cultural, 39 oficinas e palestras das diversas linguagens artísticas foram realizadas com o objetivo de apresentar novas ferramentas aos artistas locais e impulsionar o surgimento de novos agentes culturais.
SERTÃO DO MOXOTÓ VALORIZAÇÃO DAS CULTURAS TRADICIONAIS Encontro de Bois de Arcoverde FPNC Sertão do Moxotó Foto | Roberta Guimaraes
Apresentação do Samba de Coco Trupé de Arcoverde FPNC Sertão do Moxotó Foto | Roberta Guimaraes
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Realizado pela primeira vez em abril de 2012, o FPNC Sertão do Moxotó foi bem acolhido pelos moradores de Arcoverde, Sertânia, Betânia, Custódia, Ibimirim, Inajá e Manari. Durante sete dias, o povo que deu origem ao samba de coco, um dos símbolos da cultura pernambucana, ganhou mais uma vez as praças e os terreiros da região mostrando como resistem as mais ricas tradições sertanejas. Para fortalecer manifestações artísticas e também promover o intercâmbio entre expressões tradicionais e contemporâneas, o festival ofereceu 66 ações gratuitas de difusão cultural, como grandes shows, palco garagem, mostra de audiovisual e fotografia, espetáculos de artes cênicas e o encontro de bois de Arcoverde. O Encontro de Poesia Oral do Moxotó reuniu grandes mestres violeiros, aboiadores e declamadores. Em Betânia, apresentações artísticas, mostras de fotografia e artesanato quilombolas, indígenas e rurais mobilizou 30 comunidades tradicionais da região. Trinta e oito ações de formação, entre oficinas e rodas de diálogo, também movimentaram as cidades, aprimorando conhecimentos de artistas locais, despertando talentos e formando plateias.
Show da Banda Devotos no Palco Garagem • FPNC Caruaru Foto | Clara Gouvêa
Espetáculo Ato Sertão do Moxotó (Grupo Magiluth) • FPNC Caruaru Foto | Marília Chalegre
SERTÃO CENTRAL CONSOLIDANDO CALENDÁRIOS CULTURAIS A terra da bicharada do Mestre Jaime, dos aboiadores e dos festejos da Cavalgada à Pedra do Reino é um dos destinos de maio do Festival Pernambuco Nação Cultural. Vestida com o azul e o encarnado que simbolizam a festa de mouros e cristãos na cidade, São José do Belmonte acolhe os grandes shows do festival, mostras de artesanato, encontros de literatura, apresentações de bandas filarmônicas e rodas de mestres da cultura popular. Tudo isso em meio às tradicionais Cavalhada Zeca Miron e Cavalgada à Pedra do Reino. Em Salgueiro, o palco é para as bandas de garagem, que revelam a força da cena musical alternativa do sertão. O Teatro Alaíde Conserva também abre espaço para espetáculos de grupos locais; e a cultura popular sai em cortejo pelas ruas com a bicharada do Mestre Jaime, os bonecos gigantes do Ziriguidum e os caretas de Verdejante. Serrita, Mirandiba, Verdejante, Cedro, Terra Nova e Parnamirim também recebem ações do festival. Em 2011 e 2012, o FPNC Sertão Central levou à região um total de 117 ações de difusão cultural e outras 45 oficinas e palestras sobre diversas linguagens artísticas.
Cavalgada à Pedra do Reino em São José do Belmonte • FPNC Sertão Central 2012. Foto | Costa Neto
“Pra gente é um desafio apresentar o samba em pleno Sertão de forrós e cantorias. É muito bom poder contar com o FPNC para divulgar nosso trabalho também no interior do estado”. Gerlane Lops, cantora, sobre sua participação no FPNC Sertão Central.
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Em sentido horário Público do Palco Guadalajara • FIG 2012. Foto | Costa Neto Movimentação no Parque Euclides Dourado • FIG 2011. Foto: Clara Gouvêa. Agentes da Palavra, com a poeta Mariane Bigio. Foto | João Baltar Apresentação do Maracatu Baque Solto Piaba de Ouro no palco Cultura Popular. Foto | Edmar Melo Apresentação do grupo Deveras: Um balé Popular. Foto | Edmar Melo Espetáculo “Quatro” da Cia. Brincantes de Circo. Foto | Ricardo Moura Show de Tulipa Ruiz no Placo Pop. Foto | Daniela Nader
QUANTIDADE DE AÇÕES DE DIFUSÃO CULTURAL POR LINGUAGEM Artes Cênicas Artes Visuais Artesanato Audiovisual Cultura Popular1♂ Cultura Livre nas Feiras Design & Moda Economia Criativa Fotografia Literatura Música/Shows2 Patrimônio e Preservação Pontos de Cultura Mais Cultura
FESTA DA DIVERSIDADE CULTURAL
OFICINAS, PALESTRAS E RODAS DE DIÁLOGO
2011
2012
TOTAL
42 38 02 03 54 06 18 196 06
45 22 03 07 59 02 12 01 04 89 261 17
87 60 05 10 113 02 12 01 10 107 457 23
33
12
45
55
62
453
596
117 1049
1. A contagem inclui as apresentações no Palco da Cultura Popular 2. As apresentações nos Caminhões de Cultura e no Alto do Magano também estão contabilizadas como shows.
Música, literatura, dança, circo, teatro, cultura popular, cinema e muitas outras formas de arte fazem do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) um dos momentos mais importantes e aguardados do calendário cultural de Pernambuco. São mais de 20 anos de história que ajudaram a consolidar um evento cuja programação é motivo de expectativa a cada edição. Não apenas entre os habitantes da cidade agrestina, situada a 230 km do Recife, mas ainda entre as milhares de pessoas vindas de outros lugares para aproveitar, no mês de julho, o friozinho de Garanhuns em clima de festival. 22
Durante dez dias, os 12 polos de animação recebem atrações locais, nacionais e internacionais. Nos parques, é possível ouvir boa música, assistir a espetáculos de artes cênicas, ver mostras e outras ações das mais diversas linguagens. As ruas são tomadas por cortejos de cultura popular, performances e intervenções urbanas. Vários espaços recebem oficinas e até a praça se transforma num lugar de criatividade e fruição. Em 2011 e 2012, foram 932 ações de difusão de todas as linguagens artísticas oferecidas gratuitamente aos moradores e visitantes, esco-
lhidas a partir de uma convocatória, aberta a artistas de todo o País, e de convites. Oficinas também integraram a programação do festival. Nas duas últimas edições, 117 cursos foram ministrados. Importante vitrine da política cultural do Estado, o FIG homenageou Lula Côrtes em 2011 e em 2012, comemorou o centenário de Luiz Gonzaga. FORMATO DESCENTRALIZADO Com o formato descentralizado adotado em 2011 e consolidado em 2012, o festival espalha-se ainda mais por Garanhuns, chegan-
do também aos bairros de periferia, ao Alto do Magano e à comunidade quilombola do Castainho. Além dessa expansão territorial, o FIG 2012 ampliou ações e conceitos. A tríade ‘sustentabilidade, empreendedorismo e acessibilidade’ surgiu, pela primeira vez, como norteadora do festival, costurando as ações com iniciativas voltadas à difusão de novos valores entre a população local e visitantes. MULTICULTURAL A cada ano, o festival reúne e valoriza todos os segmentos da cultura, não só a música, que é sua prin-
cipal vitrine. As artes cênicas receberam novos espaços, a exemplo da lona do Circo, que mudou de local para acolher melhor o público infanto juvenil. Também foram ampliadas as ações de artes plásticas no Casarão das Artes. A literatura recebeu um espaço exclusivo, a Praça da Palavra, um pavilhão para recitais, debates, lançamentos, oficinas, feira de livros e outras atividades. A Casa Galeria Galpão e o Espaço Design e Moda ganharam exposições, performances, palestras, desfiles e bazares. Outra novidade de 2012 foi o Ambiente Cria-
tivo, espaço que deu aos visitantes a oportunidade de entrar em contato com empreendimentos culturais pautados pela economia criativa, sustentabilidade e valorização da identidade cultural pernambucana. Além de comercializar produtos sustentáveis e orientar o público sobre iniciativas no setor. Todas essas ações, aliadas aos grandes shows musicais, fazem do FIG um mecanismo de fomento à cultura, ao turismo e à economia pernambucana, promovendo o acesso aos bens simbólicos para um número cada vez maior de pessoas. 23
SERTÃO DO PAJEÚ PROMOVENDO INTERCÂMBIOS ENTRE O LOCAL E O NACIONAL Show do cantor Fagner em Triunfo FPNC Sertão do Pajeú 2012 Foto | Edmar Melo
“O Festival PE Nação Cultural já está consolidado e com um jeito de ser próprio, o que é muito importante para a cena artística do Estado. A descentralização das ações é sempre muito bem-vinda, pois acredito na importância de estabelecermos vínculos com o interior do Estado e esse diálogo entre as regiões é muito salutar.” Geraldo Maia, cantor, atração do FPNC Sertão do Pajeú.
Toré Fulni-ô no Encontro de Povos Indígenas em Pesqueira FPNC Agreste Central 2012 Foto | Ricardo Moura
Roda de conversa com rendeiras de Sanharó • FPNC Agreste Central 2012. Foto | Costa Neto
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O destino do Nação Cultural na última semana de julho é o berço das mais belas poesias sertanejas: o Sertão do Pajeú. Com uma programação que valoriza tradições culturais como o cordel, o pífano, o reisado e os caretas de Triunfo, o FPNC levou à região em 2011 e 2012 um total de 125 ações de difusão das mais diversas linguagens artísticas. Sempre apostando também em novos formatos e artistas de todo o Brasil. Triunfo é a cidade polo, mas a caravana do festival avança sobre os municípios de Afogados da Ingazeira, Carnaíba, Tabira, Flores, Serra Talhada, São José do Egito, Tuparetama, Ingazeira e Solidão. Além de shows com artistas locais e nacionais, Triunfo acolhe apresentações cênicas que movimentam o Cine Teatro Guarany, exposições, intervenções urbanas, ações de educação patrimonial e encontros de cultura popular. Terra natal do poeta Cancão, São José do Egito recebe programação especialmente dedicada à difusão da sua obra e de outros grandes escritores e declamadores da região, através das mesas de glosa, rodas de prosa e cantorias de viola. A produção audiovisual pernambucana percorre os municípios e ganha público com o Cinema na Estrada. Nas duas últimas edições, 40 oficinas e palestras também foram ofertadas pelo festival, apontando para a continuidade das ricas expressões culturais do Pajeú.
AGRESTE SETENTRIONAL DIÁLOGO COM AS DIFERENTES REALIDADES CULTURAIS Conhecida como a “Dália da Serra”, rica em belezas naturais e famosa pela prática de esportes radicais, Taquaritinga do Norte se transforma, todo mês de agosto, na cidade polo do FPNC Agreste Setentrional. Em 2011 e 2012, o festival levou à região um total de 73 ações de difusão de todas as linguagens artísticas, além de 33 oficinas e palestras, que ajudaram a formar novos multiplicadores da cultura pernambucana e impulsionar os talentos da região. Descentralizado e repleto de atrações que promovem as características culturais de cada município, o FPNC chega também a Limoeiro, Orobó, Feira Nova, Toritama, Santa Cruz do Capibaribe, Frei Miguelinho, Passira, Salgadinho e São Vicente Férrer. Um percurso que contempla a realização de grandes shows em Taquaritinga; a cena teatral e o coco do Mestre Zé de Teté em Limoeiro; o polo da moda em Toritama; o cavalomarinho de Feira Nova; as bandas de garagem em Santa Cruz do Capibaribe; além das ações de artesanato, literatura, audiovisual, fotografia e encontros de cultura popular.
AGRESTE CENTRAL APOIO AOS FESTEJOS DOS MUNICÍPIOS
GRAVATÁ CULTURA MOVIMENTANDO A ECONOMIA
Em meio às comemorações da Festa da Renascença, em Pesqueira, o circuito do Festival Pernambuco Nação Cultural chega à região do Agreste Central no mês de agosto. Na bagagem, grandes nomes da música pernambucana e nacional, além de espetáculos de artes cênicas, ações de audiovisual, literatura, artesanato, fotografia, design e moda. Presente em cada vez mais cidades da região, a caravana do FPNC também alcança os municípios de Sanharó, Belo Jardim, Agrestina, Brejo da Madre de Deus, São Bento do Una, São Caetano e Tacaimbó. No território repleto de expressões da cultura popular, o povo agrestino vive dias de intensa movimentação em torno dos caiporas e da renascença de Pesqueira; dos grupos de La Ursa em São Caetano; da mazurca de Agrestina, entre outras manifestações que o festival ajuda a iluminar. Como os saberes e as culturas de povos tradicionais, que também enriquecem a programação através dos encontros de comunidades quilombolas e indígenas. Nas edições 2011 e 2012, 84 ações de difusão cultural foram realizadas no Agreste Central. E 43 oficinas e palestras gratuitas foram ministradas à população, contribuindo para a formação cultural de diversos públicos.
Na primeira quinzena de setembro, o Festival Pernambuco Nação Cultural sobe a Serra de Russas em direção a uma das cidades mais visitadas do Agreste pernambucano: Gravatá. O município, situado a 80 km do Recife, empresta seu charme e temperatura amena para a Festa da Estação, que simboliza o fim do inverno no Estado. A diversidade da programação valoriza a cultura pernambucana e também inclui na grade de shows artistas de reconhecimento nacional, atraindo um grande público e movimentando a economia da cidade. Espetáculos de artes cênicas, encontros de cultura popular, mostras de audiovisual, fotografia, além de ações de design e moda completam o leque de atrações culturais que o FPNC leva à Gravatá. Em 2011 e 2012, o festival promoveu 65 ações de difusão cultural. No eixo de formação, foi responsável pela realização de 27 oficinas e palestras gratuitas que potencializaram fazeres artísticos locais, como a oficina de “Design na produção de móveis rústicos”. Desde 2011, as comunidades rurais de Gravatá também são inseridas no festival através de ações descentralizadas nos distritos de Mandacaru, Uruçu Mirim, São Severino, Russinhas e Avencas.
Público e palco do show de Marcelo Jeneci em Taquaritinga do Norte FPNC Agreste Setentrional 2012 Foto | Costa Neto
“A iniciativa da Fundarpe em realizar o Pernambuco Nação Cultural é de muita importância para o estado. Porque além de fomentar o mercado, revela novos artistas e integra o Estado Cultural como um todo. É do cais ao sertão”. Josildo Sá, cantor, atração do FPNC Agreste Setentrional.
Público do show de Nando Reis FPNC Gravatá 2012 Foto | Costa Neto
Encontro de Blocos Líricos FPNC Gravatá 2012 Foto | Costa Neto
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SERTÃO DO SÃO FRANCISCO CELEBRAÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES LOCAIS Oficina de pífano no Quilombo Águas Velhas, em Orocó FPNC Sertão do São Francisco 2011 Foto | Costa Neto
Público no embarque do projeto Som Francisco, em Petrolina FPNC Sertão do São Francisco 2011 Foto | Eric Gomes
Integrada ao Festival da Primavera de Petrolina e espalhando arte e cultura também pelas cidades de Afrânio, Cabrobó, Dormentes, Lagoa Grande, Orocó e Santa Maria da Boa Vista, a caravana do FPNC chega em setembro ao Sertão do São Francisco. A edição 2011 levou à região um total de 100 ações de formação e difusão cultural. Incluindo shows de artistas pernambucanos e nacionais, palco garagem, espetáculos de artes cênicas, exposições de artes visuais, ações de literatura e audiovisual. Encontros de reisado e são gonçalo em Lagoa Grande e de pífanos em Orocó foram destaques da programação de cultura popular. Em Santa Maria da Boa Vista, o samba, o coco de roda, o toré e outras expressões quilombolas e indígenas animaram o encontro de povos tradicionais. A música e a poesia também ganharam as águas do Velho Chico com o projeto Som Francisco, que ofereceu passeios fluviais à população. E na Ilha do Massangano, berço do samba de véio, moradores e turistas despediram-se do festival celebrando a beleza dessa rica manifestação da nossa cultura.
MATA SUL REANIMANDO EXPRESSÕES CULTURAIS Guerreiro do Mestre Cícero em Tamandaré • FPNC Mata Sul 2011 Foto | Eric Gomes
Roda de Bois em Vitória de Santo Antão • FPNC Mata Sul 2011 Foto | Costa Neto
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Reverenciando a memória de grandes escritores nascidos na região, como Ascenso Ferreira e Hermilo Borba Filho, o Festival Pernambuco Nação Cultural voltou à Mata Sul em outubro de 2011 com o objetivo de reanimar tradições como as rodas de bois, guerreiros, bandas filarmônicas e o samba de matuto. Desta vez, além de Palmares, 84 ações de formação e difusão das mais diversas linguagens artísticas alcançaram também os municípios de Água Preta, Barreiros, Catende, Gameleira, Rio Formoso, Tamandaré e Vitória de Santo Antão. Shows, espetáculos, palco garagem, apresentações de cultura popular, mostra de cinema pernambucano e ações de incentivo à leitura foram destaques da programação. Como o projeto Literatura nas Paradas, que instalou uma minibiblioteca no Terminal Rodoviário de Palmares e a Mostra Cinema na Estrada, que percorreu as cidades exibindo filmes pernambucanos. Em Vitória de Santo Antão, carnavalescos discutiram caminhos para sustentabilidade das agremiações locais; e em Água Preta, a população ganhou às ruas acompanhando as canções e a poesia do Encontro de Mestres de Guerreiros.
NO CAIS OU NO SERTÃO, VIVA LUIZ GONZAGA! O Festival Pernambuco Nação Cultural encerrou o circuito de 2012 com a ação mais esperada do ano: a comemoração do centenário de Luiz Gonzaga. A grande festa em homenagem ao Rei do Baião foi realizada no Exu, no Sertão do Araripe, e no Recife, fazendo um público numeroso, de várias partes do País, viajar para conferir os shows e outras atrações de uma intensa programação cultural temática. No Sertão ou no Litoral, não faltaram tributos a Luiz Gonzaga. De 10 a 16 de dezembro, o FPNC promoveu 94 ações de difusão cultural. A edição especial do FPNC contemplou não só música, como outras linguagens artísticas, envolvendo o audiovisual, as artes cênicas, a literatura e a cultura popular. Também envolveu atividades de formação cultural. Entre seminários e oficinas, 14 ações foram realizadas com o intuito de aprofundar debates sobre a importância da obra de Gonzaga ou transmitir conhecimentos essenciais à preservação do imaginário gonzagueano, como as oficinas de oito baixos (instrumento como sanfona) e de ressignificação da indumentária relativa à estética do Rei do Baião. Na capital do estado, foram promovidos shows abertos ao público no Recife Antigo, além de espetáculos, apresentações musicais, mostras e exposições em 13 equipamentos culturais da Secult-PE/Fundarpe, teatro de rua e mesa de glosa em torno do imaginário do Mestre Luiz. No dia oficial do centenário, 13 de dezembro, Alceu Valença e Fagner, parceiro de Gonzagão, lotaram a Praça do Arsenal, num parabéns que celebrou a música e o povo nordestino. Enquanto isso, no Exu, fizeram a festa Domiguinhos e Gilberto Gil – músicos declaradamente influenciados pelo pernambucano – e familiares como Daniel Gonzaga e Joquinha Gonzaga, neto e sobrinho do músico respectivamente. Ainda no Recife, a vinda da jornalista e escritora francesa Dominique Dreyfus foi de suma importância para a comemoração oficial do aniversário de Lua, promovida pelo Governo do Estado. Ela é autora da principal biografia do Rei do Baião, “Vida do viajante: a saga de Luiz Gonzaga”, lançada em 1996, e teve a chance de conviver intensamente com o músico pernambucano. Durante o centenário, Dominique participou de uma roda de diálogo sobre a vida e a trajetória musical de Gonzagão, revelando curiosidades da personalidade do artista e sua relevância para a cultura brasileira. No Exu, palcos montados no Parque Aza Branca, na Fazenda Araripe e no Módulo Esportivo, atraíram milhares de pessoas para a terra natal do homenagedo. Como um remédio pra matar a saudade, o público cantou junto a artistas de peso, como Dominguinhos, Elba Ramalho e Gilberto Gil, as canções do rei, verdadeiros hinos do Sertão e do povo nordestino.
CONCERTO Gilberto Gil cantou no dia da celebração oficial dos 100 anos Foto | Eric Gomes
SHOWS Dominguinhos e Elba Ramalho estavam entre os grandes nomes do centenário Fotos | Marcelo Soares
“Pernambuco está de parabéns por fazer este festival. Isso é um exemplo de como se deve tratar a cultura”. Fagner, cantor, atração do FPNC especial Gonzagão 100 anos.
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QUAL A MOTIVAÇÃO DE UM FESTIVAL?
O QUESTIONAMENTO ENSEJA UMA COMPLEXA E BEM-VINDA REFLEXÃO. Público e palco dos shows de Gilberto Gil, Elba Ramalho, Dominguinhos e outros artistas em Exu, 2012. Foto | Marcelo Soares
JUAZEIRO Missa foi realizada em homenagem a Gonzagão e reuniu sanfoneiros que tocaram ao longo da celebração Foto | Eric Gomes
Dois momentos especiais da programação ressalvaram a presença do sanfoneiro no imaginário de sua terra: a caravana do pau de arara (ação especial do Cultura Livre nas Feiras), com forrozeiros da região, e a missa realizada em sua homenagem, embaixo do Juazeiro do Parque Aza Branca, onde Gonzagão morou. No primeiro, sanfoneiros, alguns dos que já haviam tocado com o mestre, contaram causos do mestre e reviveram o caminho que Gonzagão costumava fazer, da Fazenda Araripe (seu antigo lar) até a Feira do Exu. Já a missa cantada, no último dia da festa, reuniu visitantes e moradores da cidade, com a participação de vários músicos, que lembraram as principais canções de Lua.
EM 2011 O FPNC em homenagem a Luiz Gonzaga não aconteceu só em 2012. Na verdade, o festival se junta todos os anos ao calendário do Exu, que já comemora o aniversário de sua majestade a cada mês de dezembro. Em 2011, na abertura do Ano de Gonzagão, o FPNC levou à cidade 36 atrações musicais, entre grandes nomes da sanfona e do forró, antigos parceiros de Seu Lua e também representantes da nova geração de forrozeiros.
2012
PAU DE ARARA Da Fazenda Araripe à Feira do Exu, sanfoneiros lembraram as canções de Gonzagão Foto | Eric Gomes
OFICINA Crianças aprendendo as técnicas da sanfona de 8 baixos Foto | Eric Gomes
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94 48 12 09
ações de difusão cultural foram promovidas pelo FPNC
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equipamentos culturais de Pernambuco abriram as portas para atividades durante o centenário, como o Teatro Arraial – que recebeu uma edição especial do Arraial Instrumental com Cláudio Rabeca
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filmes foram exibidos no projeto Cinema na Estrada, no Exu. O longa-metragem “Gonzaga: de pai para filho” também ganhou uma sessão no Parque Aza Branca
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forrozeiros animaram a Fazenda Araripe (onde Gonzaga morou na infância), no dia 13 de dezembro, dia oficial do centenário
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shows Festival Pernambuco Nação Cultural do Sertão do Araripe
shows animaram a festa no Exu apresentações musicais no Recife oficinas foram realizadas no Exu, com destaque para as oficinas de oito baixos, xaxado e xilogravura
As multiplicidades de manifestações e gêneros que encontramos em todas as regiões de Pernambuco e dentro destas, em cada uma das cidades e comunidades, são um desafio para qualquer gestão pública. Desde a construção da programação, que demanda diversas reuniões com representantes da base cultural local e dos poderes públicos municipais, até as minúcias da logística de palco, som, iluminação, transporte dentre outras, tudo requer um cuidado e nos insere em um processo de aprendizagem constante sobre as características artísticas, socioculturais, históricas e geográficas de cada localidade. Afinal, a cultura seria um conceito vago sem a incorporação destes elementos. Uma tarefa como esta não pode ser encarada sem uma grande articulação interna e externa ao governo. A mobilização de órgãos das mais diversas áreas como saúde, assistência social, criança e juventude, segurança, educação, livre orientação sexual, povos tradicionais e diretos humanos é necessária como forma de contemplar a gama de temas encontrados, numa perspectiva de intersetorialidade e transversalidade de ações. Programas, projetos e atividades encontram nos festivais um espaço de troca e convergência. Ouvir artistas, brincantes e produtores culturais das regiões também é condição para o sucesso de cada etapa. Com isto, além de valorizar e ampliar a visibilidade dos diferentes repertórios culturais, o festival assume também o compromisso de trabalhar potencialidades e reduzir gargalos que ainda persistem, como a ausência de uma política de formação cultural continuada na maioria dos municípios. Compreender e dialogar com esta rica teia cultural que, mesmo enfrentando dificuldades até históricas, mantém vivos os nossos bens culturais, como o cavalo-marinho da Mata Norte ou a folia de bois no Moxotó, são desafios que nos impulsionam nesta caravana. A motivação de um festival? Aproximar público e plateia, realizar trocas, valorizar e construir saberes. Neste mosaico de cores, sons, formas, cores e sabores, Pernambuco se encontra e se revela. Beto Silva Secretário Executivo de Cultura de Pernambuco 29
ECONOMIA CRIATIVA
transformação social através da cultura. De março a maio de 2012, o Culturando a Economia em Pernambuco, percorreu seis Festivais Pernambuco Nação Cultural, em Goiana, Arcoverde, Caruaru, Salgueiro, Parnamirim e São José do Belmonte. Nas ações presenciais, as 6 oficinas contaram com a participação de 80 pessoas. No Sertão Central, atividades por meio de videoconferência alcançaram 3 cidades. Em cada região, uma temática se destacava: Rede Criativa PE e Processo Criativo (Salgueiro); a Pedra do Reino e a Economia Criativa (São José do Belmonte) e Ciclo Junino e Economia Criativa (Parnamirim).
ECONOMIA CRIATIVA Recém-criada, a Coordenadoria de Economia Criativa da Secult-PE é norteada pelo incentivo à diversidade cultural, à inovação, à sustentabilidade e à inclusão social. Desde sua criação, tem trabalhado na construção de um ambiente favorável para o desenvolvimento do setor no Estado, levantando informações a respeito do tema, articulando espaços de diálogo e comercialização, orientando novos empreendimentos desde sua formação, passando por questões como marcos legais e infraestruturas adequadas. Entre as principais ações, estão o Ambiente Criativo e o Culturando a Economia em Pernambuco. A coordenadoria também foi responsável pela criação de um canal de diálogo entre os diversos produtores culturais pernambucanos, com a página Rede Criativa PE no facebook. Atualmente, a página conta com mais de 1.550 assinantes. A meta para 2013 é, em parceria com o Ministério da Cultura, inaugurar o Criativa Birô PE. Um espaço de 300m² na Casa da Cultura que vai oferecer suporte técnico, consultoria, workshops e fortalecer arranjos produtivos locais. Escritórios de apoio em cidades polos do Agreste, Sertão e Zona da Mata também estão previstos.
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1.550
INTERNAUTAS conectados na Rede Criativa, página on line, criada para trocas de informações sobre economia criativa
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OFICINAS Culturando Economia em Goiana, Arcoverde, Caruaru, Salgueiro, Parnamirim e São José do Belmonte
Papos Criativos no Ambiente Criativo Festival de Inverno Garanhuns 2012 Foto | Ricardo Moura
AMBIENTE CRIATIVO
Funcionando como uma plataforma itinerante da cultura pernambucana, o Ambiente Criativo tem o objetivo de promover a cultura e as artes, na perspectiva de evidenciar a criatividade nos arranjos produtivos, empreendedores e colaborativos, tendo a inovação e o ineditismo como ferramentas primordiais das realizações. Em 2011 e 2012, a ação passou pelo Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), pela Casa da Cultura Luiz Gonzaga e pelo projeto Travessia, na Universidade Católica de Pernambuco. O espaço do Ambiente Criativo contou com encontro de gestores, festival gastronômico e showroom (Papos Criativos, Mercado Criativo, Salão das Iniciativas Inovadoras, Praça de Parceiros, Governança + Set de Filmagem, Café e Lounge). A iniciativa contou com a parceria da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, além do apoio da Secretaria da Mulher, da Secretaria da Copa e da Secretaria do Trabalho. Durante o FIG, o espaço sediou a realização do I Encontro Nacional de Gestores de Economia Criativa do Brasil, que contou com a participação de 07 estados.
Video Conferência “A Pedra do Reino e a Economia Criativa” em São José do Belmonte FPNC Sertão Central 2012 Foto | Clara Gouvêa
CULTURANDO A ECONOMIA EM PERNAMBUCO
Ação da Coordenadoria de Economia Criativa, visa a formação de comunidades tradicionais em relação aos principais conceitos que norteiam a Economia Criativa, como fomento, inovação, formação e empreendedorismo cultural. Através da promoção de diálogos, a ação incentiva a construção de novas formas e práticas culturais pelo desenvolvimento do cidadão, de forma sustentável e inclusiva, com ênfase na criatividade e
O 1º Encontro Criativo aconteceu em dezembro de 2011 no Recife, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco ereuniu cerca de 150 empreendedores Foto | Ricardo Moura
Secretário executivo de Cultura, Beto Silva e Claudia Leitão, titular da Secretaria de Economia Criativa do MinC, assinam convênio para instalação do Criativa Birô PE Foto | Ricardo Moura
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FORMAÇÃO
263 AÇÕES
224 AÇÕES
FORMAÇÃO
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A Diretoria de Formação Cultural (DFC) teve seus trabalhos iniciados em 2011, com foco no aprimoramento das políticas e ações formativas da cultura em todas as regiões do estado. A constituição de um setor com esta missão específica na estrutura da Secult-PE surge como uma demanda comum das mais diversas conferências municipais e estaduais, bem como dos fóruns setoriais e regionais com a participação da sociedade civil, tendo em vista a consolidação de uma política pública mais aprofundada para a área. A formação e seus processos, além disso, são vetores estratégicos para consolidação do atual Sistema e Plano Nacional de Cultura. A atuação da DFC, portanto, possui um caráter transversal em âmbito institucional, atuando em conjunto com as coordenações das diferentes linguagens e setores. Para a DFC, a difusão e a valorização de saberes, técnicas e práticas que compõe o patrimônio artístico-cultural pernambucano somam-se à inclusão social e digital, visando à formação de sujeitos críticos e situados, como podem ser observadas nas mais variadas ações promovidas por sua equipe.
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Oficina de Figurino em Triunfo. FPNC Sertão do Pajeú 2012. Foto | Ricardo Moura.
AÇÕES
55 AÇÕES Oficina de Cinema de Animação em Exu FPNC Gonzagão 100 Anos. Foto | Eric Gomes
ESTÍMULO ÀS ARTES E FORMAÇÃO DE PLATEIA A diretoria tem atuado em todos os festivais realizados pela Secult-PE. Ao longo de 2011 e 2012, esteve presente em 19 edições do Festival Pernambuco Nação Cultural (FPNC), incluindo o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG). Em 2011, as ações da diretoria totalizaram 279. No ano seguinte este número saltou para 325. No período também foi realizada a Capacitação Regionalizada de Produtores, Artistas e Gestores para o edital do Funcultura 2011/2012; e o Curso de Extensão em Elaboração de Projetos Culturais, em parceria com a Universidade de Pernambuco (UPE). Além de proporcionar uma melhor compreensão acerca do funcionamento do edital, a capacitação contribuiu para diminuir a atual concentração geográfica de projetos na Região Metropolitana do Recife, ofertando meios para qualificação de produtores em regiões nas quais a política de cultura do estado ainda
é menos presente. A Formação também promoveu, em 2012, a Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão Cultural, através de parceria com o Ministério da Cultura, a Fundação Joaquim Nabuco e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). A atividade faz parte de um projeto mais amplo da DFC, tendo em vista a consolidação da cultura como campo acadêmico no ensino superior. A atividade, que contou com representantes de todo o Nordeste, teve a participação de gestores da Secult-PE, da sociedade civil e do Conselho de Cultura. Já em novembro de 2012, foi realizada, numa parceria entre a DFC e o Observatório Itaú Cultural (SP), a Semana de Gestão e Políticas Culturais. A atividade promoveu palestras com renomados pesquisadores do campo da cultura, ofertando oportunidades de qualificação de artistas, produtores culturais e gestores públicos.
FIG
FPNC
2011 | 2012
2011 | 2012 Oficina de 8 Baixos em Exu FPNC Gonzagão 100 Anos. Foto | Eric Gomes
AÇÕES • 2011 | 2012 Oficinas, seminários, rodas de diálogos, workshops Capacitação Regionalizada de Produtores, Artistas e Gestores para o edital do Funcultura 2011-2012 Curso de Extensão em Elaboração de Projetos Culturais Semana de Gestão e Políticas Culturais Pós-graduação Lato Sensu em Gestão Cultural Feiras de Cultura das Escolas Públicas
Oficina de Pinhole em Mirandiba FPNC Sertão Central 2012. Foto | Daniela Nader
FEIRAS DE CULTURA DAS ESCOLAS PÚBLICAS Em agosto de 2012, a diretoria deu início ao projeto Feiras de Cultura das Escolas Públicas. Articulado à Secretaria de Educação do estado, o conjunto de ações propôs a realização de mapeamentos dos patrimônios e das produções por jovens
ligados à rede pública de ensino. Tal atividade não apenas identifica manifestações culturais, mas alia ao percurso formativo uma abordagem política que observa nestas produções o caráter identitário e histórico de cada contexto social.
Feira de Cultura em Exu FPNC Gonzagão 100 anos Foto | Marcelo Soares
33
FUNCULTURA
Qualquer artista, cidadão ou instituição pernambucana, que atue de forma a promover e preservar as nossas expressões culturais pode participar. Para tanto, é necessária a inscrição no Cadastro de Produtores Culturais (CPC), realizado pela Secretaria Executiva do Funcultura, por meio de sua Diretoria de Gestão. Atualmente, o CPC conta com 3.260 inscrições, entre pessoas físicas e jurídicas, em situação regular. 34
R$
R$
4 milhões
6 milhões
R$ R$ 21 milhões
FUNCULTURA 2003 - 2006
O mesmo edital contemplava todas as linguagens, inclusive o audiovisual
R$ 16 milhões
R$ R$ 8,1 milhões
R$
142,1 MILHÕES
2007 2008 2009 2010|2011 2011|2012 2012|2013
135 projetos 277 projetos 293 projetos 379 projetos 379 projetos seleção em curso
DESDE SUA CRIAÇÃO, O FUNCULTURA
159,1
DESTINOU R$ MILHÕES À CULTURA PERNAMBUCANA
11,5 milhões
11,5 milhões
R$
R$
8 milhões R$
FUNCULTURA INDEPENDENTE & AUDIOVISUAL
6 milhões
2003 2004 2005 2006
4 milhões
2012, esta certidão era emitida, apenas, na sede da Controladoria Geral do Estado, no Recife. Hoje, os produtores culturais podem retirá-la no endereço www.webcertidao.pe.gov.br. A Comissão Deliberativa (CD) do Funcultura, instância máxima de discussão do fundo, formada por 30 membros, representantes do Governo e da sociedade civil, também vem debatendo mudanças no processo de seleção do Funcultura Independente. Em dezembro de 2012, a Diretoria do Funcultura e a Comissão realizaram um seminário interno durante dois dias. O objetivo foi avaliar propostas de reformulação do julgamento dos projetos culturais e discutir alterações nas Resoluções da CD, relacionadas, principalmente, às linhas de ação das linguagens artísticas e às exigências para análise dos projetos. Com isso, a Diretoria de Gestão do Funcultura e a Comissão buscam tornar a seleção do Funcultura mais ágil, transparente e acessível.
R$
Dentre os avanços nos últimos anos, o destaque é a anualização do orçamento do Fundo Público. Assim, a gestão garante que os recursos disponíveis no Funcultura sejam gastos adequadamente dentro de cada exercício e assegura a destinação do fomento aos projetos selecionados. No ano de 2012, a Diretoria de Gestão do Funcultura também avançou em questões para garantir a democratização do acesso aos recursos do Fundo. A inscrição no Cadastro de Produtores Culturais e sua renovação já podem ser realizadas também pelos Correios, possibilitando que produtores culturais e artistas do interior do estado se inscrevam ou renovem o CPC sem se deslocar de seus municípios. Outra conquista no sentido de descentralizar o acesso aos mecanismos do Funcultura foi a emissão on line da Certidão de Regularidade de Prestação de Contas, necessária para inscrição e renovação do CPC. Até o primeiro semestre de
17 MILHÕES
R$
AÇÕES DE MELHORIA PARA O EDITAL
2,1 milhões
Desde a sua criação, o Funcultura já distribuiu R$ 159,1 milhões para projetos nas áreas de Artes Cênicas (Teatro, Dança, Ópera e Circo), Audiovisual, Fotografia, Literatura, Música, Artes Plásticas e Gráficas, Cultura Popular e Artesanato, Patrimônio, Gastronomia, Artes Integradas, Formação e Pesquisa Cultural. Em 2011 e 2012, através do Funcultura Independente e do Funcultura Audiovisual, foram disponibilizados R$ 63,5 milhões a 758 projetos.
Still do filme O som ao redor, de Kléber Mendonça Filho, incentivado pelo Funcultura Audiovisual
R$
O Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura) — implantado em 2003, a partir do diálogo entre o Governo e a sociedade civil — é o mais relevante mecanismo de fomento a artistas e produtores culturais no estado. Os recursos, provenientes da isenção fiscal de empresas, são repassados diretamente aos projetos selecionados em editais.
R$ 30 milhões
R$33,5 R$33,5 milhões milhões
R$
A MAIOR FERRAMENTA DE FINANCIAMENTO DA NOSSA CULTURA
3 milhões
FUNCULTURA
4 milhões
NÚMERO DE PROJETOS APROVADOS NOS ÚLTIMOS EDITAIS E RECURSOS DISPONIBILIZADOS
FUNCULTURA AUDIOVISUAL R$
43,1 MILHÕES
2007 2008 2009 2010|2011 2011|2012 2012|2013
29 projetos 47 projetos 61 projetos 82 projetos 105 projetos seleção em curso
35
Oficina de Criação de Bonecos de Mamulengo Foto | Yêda Costa
Contos e Encontros da Terra de Camarás Foto | Yêda Costa
FORMAÇÃO E DIFUSÃO A formação em elaboração de projetos culturais e a ampla divulgação do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura também fazem parte deste processo de democratização do incentivo. Em janeiro de 2012, a Diretoria de Formação da Secult-PE realizou uma série de oficinas sobre inscrição e elaboração de projetos para o Funcultura, em todas as Regiões de Desenvolvimento do estado. O objetivo deste espaço de diálogo e formação é esclarecer todos os procedimentos formais necessários para participação de artistas e produtores independentes no processo de seleção. Além desta ação, durante as edições 2011 e 2012 do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), a Secretaria de Cultura e a Fundarpe disponibilizaram ao público um estande do Funcultura, no Parque Euclides Dourado. Livros, CDs e DVDs financiados pelo fundo estadual foram expostos. Uma equipe ficou à disposição para tirar dúvidas, explicar os mecanismos de acesso ao incentivo e realizar a inscrição no Cadastro de Produtores Culturais.
Gravação do DVD Areia Projeto Foto | Yêda Costa
PERSPECTIVAS Apesar do grande número de projetos culturais já contemplados nos editais do Funcultura, a Secult-PE e Fundarpe buscam, ainda, diversificar e descentralizar o fomento disponível no fundo público de cultura do estado. Para isso, uma das propostas em formulação é a publicação, em 2013, do edital do Funcultura Regionalizado, que pretende distribuir os recursos do Funcultura, equitativamente, entre as doze Regiões de Desenvolvimento de Pernambuco. Entre as prioridades de ação da Diretoria do Funcultura em 2013 está a informatização de todo o processo de seleção dos editais de convocação, garantindo a inscrição dos projetos e o acompanhamento do julgamento via internet. A informatização de todo o processo do Funcultura garantirá, ainda mais, a eficiência e transparência da seleção. A Secretaria de Cultura e a Fundarpe também pretendem realizar, em 2013, uma série de consultas públicas. A finalidade é ouvir, de cada linguagem e segmento cultural, proposições e sugestões para o aparato legal do Funcultura Independente, desde mudanças no texto do edital até reformulações na lei e no decreto que regulam o fundo público. 36
III Tocando Pífanos Foto | Yêda Costa
XII Cine Chinelo NoPE Foto | Yêda Costa
37
LINGUAGENS ARTÍSTICAS
LINGUAGENS ARTÍSTICAS
Música, artes cênicas (circo, dança, teatro e ópera), literatura, audiovisual, artes visuais, design e moda: linguagens artísticas que, ao lado de cultura popular, compõem as coordenações da Diretoria de Políticas Culturais da Secult-PE. Cada um desses grupos de trabalho é responsável por olhar com atenção para a área que representa. É a partir das coordenações, com profissionais especializados, que se estabelece o diálogo cotidiano entre o governo e os artistas e que se desenvolvem as políticas culturais de cada expressão. Respeitando esta divisão, mas também com foco nas interseções entre todas as áreas, são organizadas ações como oficinas, seminários temáticos, concursos, mostras e exposições, além de editais de fomento a cada linguagem. As coordenações também são responsáveis por articular a realização de escutas com as comissões setoriais, garantindo momentos de avaliação das políticas culturais com a sociedade civil. Desta forma são aprimoradas as ações e os projetos que fortalecem cada expressão artística em todas as regiões e mantém pulsante a cultura de Pernambuco. 38
Apresentação do espetáculo Leve (Coletivo Lugar Comum), em Goiana • FPNC Mata Norte 2012. Foto | Daniela Nader
Espetáculo Divinas no FIG 2012, foto | Eric Gomes
Grafitagem em Taquaritinga do Norte. FPNC Agreste Setentrional 2012. Foto | Costa Neto
FUNCULTURA 2011|2012
ARTES CÊNICAS Circo, dança, teatro e ópera A Coordenadoria de Artes Cênicas desenvolve ações e políticas voltadas às expressões que têm a cena em comum: circo, dança, teatro e ópera. O intenso plano de trabalho contempla atividades de formação, espetáculos, cursos técnicos e elaboração de projetos que contribuem para o desenvolvimento das linguagens em todo o Estado. Nas edições do Festival Pernambuco Nação Cultural (FPNC) ao longo de 2012, foram promovidos 47 espetáculos, 18 oficinas e 11 rodas de diálogo em mais de 15 cidades. Entre as ações, vale ressaltar o contato direto com o público através das ações de formação, fundamentais para a continuidade da produção artística. No Festival de Inverno de Garanhuns 2012, espetáculos com audiodescrição também foram ofertados, permitindo o acesso de pessoas com deficiência às encenações. Ao longo dos últimos dois anos, a coordenadoria dedicou-se ainda ao edital Pernambuco de Todas as Paixões,
que incentiva montagens da Paixão de Cristo em diversas cidades (leia também a seção de Ciclos Festivos). Outra importante conquista no período foi a ampliação de recursos investidos nas linguagens de circo, teatro, dança e ópera no Funcultura, além da elaboração do planejamento estratégico do segmento que contou com a participação de artistas e outros representantes da sociedade civil. Homenagens pelo centenário de Nelson Rodrigues, através de espetáculos, mesas redondas e performances; e de Luiz Gonzaga, com espetáculos de dança e teatro, marcaram ainda o ano de 2012. No período também foi elaborado o Projeto de Salvaguarda do Frevo para o Edital do Fundo Nacional de Cultura, com o objetivo de garantir ações de preservação, intercâmbio, difusão, formação e estímulo à autonomia e sustentabilidade dos artistas. No fim de 2012, o frevo foi considerado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pela Unesco.
4,5 MILHÕES DE REAIS
ARTES VISUAIS
FPNC 2011
190 MIL REAIS 31 ESPETÁCULOS 17 OFICINAS FPNC 2012
220 MIL REAIS 47 07 18 11
ESPETÁCULOS COREOGRAFIAS OFICINAS RODAS DE DIÁLOGOS
FIG 2011
395 MIL REAIS 42 ESPETÁCULOS 05 OFICINAS FIG 2012
500 MIL REAIS 45 06 02 02 02
ESPETÁCULOS OFICINAS WORKSHOPS RODAS DE BREAK RODAS DE DIÁLOGO
PERNAMBUCO DE TODAS AS PAIXÕES 2011|2012
521 MIL REAIS 30 ESPETÁCULOS 21 CIDADES CONTEMPLADAS
Ampliar o diálogo com o público e privilegiar o trabalho dos artistas pernambucanos. A Coordenadoria de Artes Visuais da Secult-PE procura atuar na formação de novas plateias, além de dinamizar o setor e as suas cadeias produtivas, através de exposições, oficinas, intervenções e performances, organizadas principalmente nas edições do Festival Pernambuco Nação Cultural pelo estado. Uma de suas principais ações, o Salão de Artes Plásticas de Pernambuco é importante ferramenta de fomento às artes visuais pernambucanas. Em 2011, a mostra da 47ª edição foi realizada e, no final do ano, o salão tornou público o seu 48º edital, cujo resultado foi divulgado em abril de 2012, contemplando 26 projetos de Pernambuco e de outros estados. A exposição com resultado final destes trabalhos está prevista para 2013. Atividade de difusão também relevante tem sido a Casa Galeria Galpão, realizada no Festival de Inverno de Ga-
ranhuns (FIG) desde 2007. A casa reúne o trabalho de vários artistas e, em 2012, um público médio de 3 mil pessoas por dia visitou o espaço. A coordenadoria também incentiva os artistas de Pernambuco através do Funcultura Independente. No edital 2011/2012, foram aprovados 16 projetos e destinados cerca de R$ 1,2 milhões para a sua execução.
26
PROJETOS
contemplados pelo 48º Salão de Artes Plásticas
3
MIL VISITANTES
por dia em média na Casa Galeria Galpão, espaço de artes visuais do FIG em 2012
15
INTERVENÇÕES URBANAS no FIG 2011
1,2
MILHÕES DE REAIS
no Funcultura 2011 | 2012 com 16 projetos aprovados
39
Foto de Rodrigo Almeida, uma das vencedoras do 6º Concurso de Fotografia Pernambuco Nação Cultural
FOTOGRAFIA
DESIGN E MODA
A Assessoria de Fotografia, ligada à Coordenadoria de Artes Visuais da Secult-PE, tem voltado seus esforços a atividades de difusão e formação, tendo como proposta pedagógica o incentivo à profissionalização do setor. Nos últimos dois anos, foram oferecidas, ao longo das edições do Festival Pernambuco Nação Cultural (FPNC), oficinas de photoshop, pinhole, fotografia digital, fotomontagem, iluminação, entre outras. O Concurso de Fotografia Pernambuco Nação Cultural é uma das ações mais significativas da assessoria. Em 2012, além da finalização de sua quinta edição, foram abertas as inscrições para a sexta edição do concurso, cujo tema foi “Interiores”. O resultado, divulgado em janeiro de 2013, premiou 12 trabalhos que, além de compor o acervo do Governo do Estado, também serão expostos nas edições do Festival Pernambuco Nação Cultural.
A Assessoria de Design e Moda da Secult-PE, criada em setembro de 2011 integra a Coordenação de Artes Visuais e vem promovendo as linguagens artísticas a partir da valorização de profissionais locais e da regionalização de aspectos estéticos e ações práticas, que fomentam a produção em diversas cidades. Com ações difundidas em várias regiões, a assessoria investe em um aprendizado teórico (oficinas, palestras, rodas de diálogos) e prático, através de desfiles, performances, exposições e outras atividades desenvolvidas nas edições do FPNC. Técnicas de modelagem, customização, figurino, estamparia, mobiliário, tingimento natural, desenvolvimento de produtos e acessórios de moda foram algumas das oficinas ofertadas. O projeto SustentHabilite-se, ministrado pela designer Simone Andrade, destacou-se entre as ações da gestão. Através de cooperativas formadas por
90
MIL REAIS no Concurso de Fotografia Pernambuco Nação Cultural 2011|2012
15
OFICINAS em 2011 e 2012, nas edições do FPNC
20
EXPOSIÇÕES de artistas nas edições do FPNC 2011 e 2012
1 MILHÃO DE REAIS no
Funcultura 2011/2012 em 11 projetos 40
Em 2011, as ações da linguagem chegaram aos municípios de Serrita, Pesqueira, Taquaritinga do Norte, Gravatá, Petrolina e Palmares Em 2012, foi a vez de Goiana, Arcoverde, Caruaru, São José do Belmonte, Triunfo e novamente Pesqueira, Gravatá e Taquaritinga do Norte
5º Festival de Cinema de Triunfo Foto| Ricardo Moura
Noite de premiação do 14º FestCine, no Cinema São Luiz, em Recife. Foto | Ricardo Moura
Espaco Design e Moda FIG 2012. Foto | Beto Figueiroa
AUDIOVISUAL profissionais da moda, foram produzidos calçados, bolsas, capas, carteiras e sombrinhas reaproveitando as lonas utilizadas nos festivais. No FIG 2012, o projeto chamou a atenção do público, que adquiriu grande parte dos produtos. Ainda no festival, foi produzido o Espaço Design e Moda, que reuniu artigos de novos criadores. O Museu do Estado de Pernambuco recebeu a Bienal Tipos Latinos/Recife 2012, que contou com produções de 13 países latinoamericanos. Foram promovidos também desfiles dentro da programação da Fenearte. Outra linha de trabalho é direcionada ao incentivo e à autonomia da cadeia produtiva. Na comunidade do Jenipapo, em Sanharó, foi criada, em 2012, uma roda de diálogo com as rendeiras da cidade para valorizar a produção e orientar sobre o mercado de trabalho.
R$
R$
R$
135 60 25
MIL
FPNC 2011 | 2012
MIL
FIG 2012
MIL
FIG 2011
Nos últimos anos, comemoramos a posição de destaque do cinema pernambucano no cenário nacional. Desde 2007, o setor audiovisual aprimora a sua política pública, sendo considerado uma linguagem estratégica para o Governo de Pernambuco, através das ações da Coordenadoria de Audiovisual da Secretaria de Cultura do Estado. Não é à toa que, ao longo de 2012, filmes como O som ao redor, de Kleber Mendonça Filho, Eles voltam, de Marcello Lordelo, Era uma vez eu, Verônica, de Marcelo Gomes, e Febre do Rato de Cláudio Assis – todos incentivados pelo Funcultura – circularam pelos maiores festivais de cinema nacionais e internacionais, ganhando prêmios e recebendo boas críticas. No edital do Funcultura Audiovisual 2011/2012, foram concedidos R$ 11,5 milhões a mais de 100 projetos. A lei específica do edital já foi trabalhada pelas Secult-PE e Fundarpe e será encaminhada à Assembleia Legislativa do Estado. A organização e a ampliação do FestCine – Festival de Vídeo de Pernambuco também tem sido determinante para a produção audiovisual pernam-
ANO
INVESTIMENTOS EM R$
bucana. Em 2012, o evento celebrou 14 edições no Cinema São Luiz, consolidando-se como um dos grandes difusores das obras independentes de Pernambuco. O São Luiz, aliás, é parte importante da política pública de cultura para o audiovisual no Estado. Em agosto de 2011, a sala tornou-se patrimônio público (ler mais na seção de equipamentos). O Festival de Cinema de Triunfo, um panorama da produção regional e nacional que movimenta o Cine Teatro Guarany desde 2008, também marca o processo de interiorização da política pública para o setor audiovisual. A gestão vem promovendo ainda atividades de formação, através de iniciativas cineclubistas e oficinas – promovidas, sobretudo, dentro das edições do FPNC. Atualmente existem mais de 130 cineclubes no estado, espalhados por 60 municípios. A Mostra Cinema na Estrada, que percorre todo o estado com o FPNC, colabora também na formação de novos olhares. Nos últimos 2 anos, foram realizadas 100 exibições em 78 cidades e distritos.
LONGA
CURTA
PROD. P/ TV
FORMAÇÃO, DIFUSÃO E PESQUISA
100
EXIBIÇÕES em 78 cidades e distritos pernambucanos Mostra Cinema na Estrada, 2011|2012 Municípios como Carpina, Vicência, Tracunhaém, Goiana, Betânia, Sertânia, Ibimirim, Custódia, Tabira, Afogados da Ingazeira, Flores, Solidão, Triunfo e outros receberam a Mostra Cinema na Estrada
20
OFICINAS realizadas pelos FPNC 2011 e 2012
1.500
ALUNOS de escolas públicas em média, por semana, assistiram aos filmes do projeto cineCabeça, no cinema São Luiz
40%
é o aumento médio na geração de empregos no setor de audiovisual pernambucano, durante o governo de Eduardo Campos, segundo pesquisa publicada no Jornal do Commercio em 2012
INCENTIVO AO CINECLUBISMO
Nº PROJETOS
2011
8.000.000,00
19
22
11
22
8
82
2012
11.500.000,00
24
27
11
25
16
103
41
Observa e Toca Malakoff Show da banda Júpiter Maça no Observa e Toca Malakoff 2011 Foto | Daniel Barros
4
MILHÕES R$ investidos através do edital do Funcultura para Produção Independente 2011/2012. Mais de 50 projetos foram contemplados
32
ATRAÇÕES passaram pelo Arraial Instrumental em 2012
3
EDIÇÕES do Projeto Observa e Toca Malakoff ao longo de 2011 contemplando 9 artistas, através de convocatórias e convite. Um público médio de 600 pessoas por edição foi contabilizado
972
SHOWS e apresentações musicais nas edições 2011 e 2012 do Festival Pernambuco Nação Cultural, incluindo as edições do Festival de Inverno de Garanhuns
42
Palco da Cultura Popular Festival de Inverno de Garanhus 2012 Foto | Beto Figueiroa
Maracatu Leão Dourado no Quilombo do Barro Preto em Lagoa do Carro-PE • FPNC Mata Norte 2012 Foto | Clara Gouvêa
MÚSICA
CULTURA POPULAR
Nos últimos anos, a Coordenadoria de Cultura Popular da Secult-PE tem pensado as políticas públicas na área de cultura popular e tradicional de Pernambuco. Para tanto, busca trabalhar na difusão, formação e preservação desse patrimônio, articulando-se com outras diretorias e coordenações, além da sociedade civil, para fomentar o trabalho de grupos, mestres, brincantes e outros participantes dessa cultura. Como principal atividade da coordenação, destacam-se as iniciativas promovidas durante as edições do Festival Pernambuco Nação Cultural. Em 2011, 53 atrações foram ofertadas e, em 2012, o circuito do festival contou com 61 apresentações. Encontros, cortejos e apresentações das mais diversas expressões, tais como frevo, maracatu, coco, cavalo marinho, reisado, entre outras, estiveram entre as atividades. Um formato que respeita o contexto cultural de cada região e suas práticas. O esforço foi identificar os locais de origem das manifestações e incluí-las nas programações de difusão e formação (oficinas, rodas de diálogo, etc.). Em 2011 e 2012, a Secult-PE realizou ainda 3 capacitações para editais, uma edição do Seminário de Cultura Popular: Tradição e Apropriações e a construção do cadastro único de grupos e artistas da cultura popular de Pernambuco.
Difundir o trabalho de artistas locais, regionalizar o acesso à música e promover atividades de formação. Estes são alguns dos objetivos da Coordenadoria de Música da Secult-PE. Com ações voltadas para a Região Metropolitana do Recife e as demais macrorregiões pernambucanas, a coordenadoria tem como horizonte aproximar a música do público, fomentando e difundindo diferentes gêneros pernambucanos e de fora do estado. Durante as edições do Festival Pernambuco Nação Cultural (FPNC), a coordenadoria monitora e acompanha as atividades dos palcos. Além das ações de difusão no FPNC, que percorre as 12 regiões de desenvolvimento do estado, levando shows e outras formas de contato com a música, a coordenadoria integra a realização de projetos como o Arraial Instrumental, desenvolvido em conjunto com a Diretoria de Equipamentos Culturais da Fundarpe. Em 2012, mais de 30 atrações pernambucanas passaram pelo Teatro Arraial, localizado na Rua da Aurora, num prédio anexo à Secult e Fundarpe, no centro do Recife. Os shows são gratuitos e acontecem às sextas-feiras, sempre ao meio dia. A ação garante mais um palco para bandas e artistas pernambucanos e ajuda a formar novas plateias para gêneros e estilos com ainda pouca visibilidade no cenário musical. O público do projeto é, em grande parte, formado por trabalhadores em horário de almoço. Outro projeto importante foi o Observa e Toca Malakoff, que promoveu concertos, atividades de formação e palestras na Torre Malakoff. No ano de 2011, o público médio foi de 600 pessoas por edição. A previsão é de que, em 2013, o projeto volte com nova programação. A coordenadoria pretende dar ainda continuidade ao Seminário de Música que, em 2012, debateu o tema Luiz Gonzaga e a invenção do forró. Com relação ao fomento, o Funcultura Independente cumpre importante papel. Na última edição, o edital aprovou 50 projetos na área de música, para a qual foram destinados mais de R$ 4 milhões. Em 2011, o incentivo somou R$ 6,7 milhões para 76 projetos.
ARTESANATO No biênio 2011/2012 a coordenação de artesanato atuou junto aos artesãos de Pernambuco. Dentre as ações, destacam-se as feiras de artesanato, os espaços de comercialização , as oficinas de capacitação (junto à diretoria de Formação), além de exposições e a parceria com a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) na unidade móvel do Programa de Artesanato de Pernambuco, conhecido como Caminhão do PAPE. MANIFESTAÇÕES PERNAMBUCANAS ATENDIDAS PELA COORDENAÇÃO DE CULTURA POPULAR
TOTAL DE ATRAÇÕES DE CULTURA POPULAR NO FESTIVAL PERNAMBUCO NAÇÃO CULTURAL
53 2011
61
2012
TOTAL DE ATRAÇÕES DE CULTURA POPULAR NO FESTIVAL DE INVERNO DE GARANHUNS
54 2011
59
2012
A contagem inclui as apresentações no Palco da Cultura Popular.
FREVO • MARACATU • COCO • CAVALO MARINHO • REISADO • MAZURCA FORRÓ • BANDAS DE PÍFANO • SÃO GONÇALO • LA URSAS • MAMULENGOS BOIS • CIRANDA • BLOCOS LÍRICOS • SAMBA DE MATUTO • BLOCOS LÍRICOS XAXADO • PASTORIL • TRIOS PÉ-DE-SERRA • CABOCLINHOS • VIOLEIROS PÉ DE PAREDE • REPENTISTAS • EMBOLADORES • REZADEIRAS • BENZEDEIRAS BACAMARTEIROS • ABOIADORES
43
1. Congresso do Livro, Leitura e Literatura no Sertão CLISERTÃO - inauguração da Biblioteca Itinerante de Petrolina, Foto | Ricardo Moura 2. Festival Internacional de Poesia do Recife Delmo Montenegro conversa com Ernesto de Melo e Luiz de Serguilha. Foto | Ricardo Moura 3. Poeta Miró no A Gente da Palavra. Foto | João Baltar Freire
1
44
3
AÇÕES DE DIFUSÃO E FORMAÇÃO LITERÁRIA NAS EDIÇÕES DO FPNC E DO FIG
LITERATURA A Coordenadoria de Literatura da Secult-PE, que existe de forma autônoma desde 2011, já acumula uma expressiva lista de ações relativas à formação, à difusão e ao estímulo à cadeia do livro. Os projetos A Gente da Palavra, Escambo de Livros e Livros Livres se colocam como norteadores desta gestão, cuja intenção é desmistificar o objeto-livro e tornar o contato com a literatura algo cada vez mais presente no dia a dia do pernambucano. Além dessa tríade, foram realizados eventos literários no calendário de ações da secretaria. O Congresso Internacional do Livro, Leitura e Literatura no Sertão (Clisertão) e o Festival Internacional de Poesia (FIP), ambos iniciados em 2012, são exemplos fortes disso. Além deles, as edições do Festival Pernambuco Nação Cultural também levaram literatura para todas as regiões do estado. Foram 74 ações literárias (sendo 19 em 2011 e 55 em 2012), entre palestras, minicursos, aulas, shows, mesas-redondas, encontros temáticos, recitais, mesas de glosa etc. No 22º Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), em 2012, a Literatura ganhou um espaço exclusivo, a Praça da Palavra. Reflexões sobre a cadeia produtiva do livro também estão presentes em
2
quase todos os eventos propostos, com destaque para o Seminário do Livro, Leitura e Literatura (23 e 24 de abril de 2012) e o I Encontro Estadual de Bibliotecas (13 e 14 de novembro de 2012). Já o Projeto Laboratório: cultura e crítica, debateu, ao longo de 2011, a atual produção literária do estado, com 14 horas de programas gravados em sete edições apresentadas pela TV Pernambuco, alcançando 109 municípios. Em novembro de 2012, também foi lançado o I Prêmio Pernambuco de Literatura, que vai distribuir R$ 40 mil em prêmios e publicar obras inéditas ainda em 2013. A linguagem também tem sido incentivada através do Funcultura. Entre 2010 e 2012, foram destinados R$ 2,16 milhões, a 45 projetos aprovados. O investimento anual em literatura, incluindo o Funcultura, as ações de formação e difusão, passou de R$ 1,05 milhões em 2010 para R$ 2,19 milhões em 2012, um aumento de 108,33%. Ao longo destes dois anos, a coordenadoria também reabriu o canal de cogestão entre o setor do livro e o Governo do Estado, com a recomposição da Comissão Setorial de Literatura e a elaboração do Planejamento Estratégico de Literatura.
102
AÇÕES
55
AÇÕES
19
23
AÇÕES
AÇÕES
2011
2012
2011
FPNC
2012
FIG
FIP 2012
23 Ações literárias CLISERTÃO 2012
41 Ações literárias
R$
40 MIL
para obras inéditas no I Prêmio Pernambuco de Literatura Mais de R$
2,1 milhões,
destinados a 45 projetos literários através do Funcultura (2010-2012)
REINVENTAR OLHARES SOBRE A LITERATURA Uma surpresa: literatura não se faz no gabinete. Ilusão aquilo de o ofício do escritor ser solitário. Quem diz isso esquece que livros são os companheiros mais impertinentes que alguém pode ter: não nos deixam um segundo sós, nos acompanham até no espaço em branco entre cada palavra, quando queremos esquecê-los, até. E esquece outra coisa: a literatura só acontece na vida, onde dói mais e por onde escorre, a cada instante, a nossa existência. Lá dentro e aqui fora. Ao mesmo tempo. Quem ignora essa premissa inventará novas ordens para palavras, novas maneiras de dizer nada. E só. Mas entenda: nada contra o gabinete. Haverá os que se sentem suficientemente confortáveis nele a ponto de ignorar o que pulsa do lado de fora. Mas trabalhar pela literatura em um estado plural como Pernambuco pressupõe reinventar o olhar, descobrir rotas, lançar luz sobre as vozes que não chegavam até então ao cais. Desenvolver políticas públicas para a literatura implica no exercício constante do assombro: porque conhecemos metropolitanamente muito pouco do que acontece no Pernambuco profundo, sabemos ainda muito pouco dos anseios da cadeia do livro: escritores, poetas, críticos, tradutores, mediadores de leitura, editores, cordelistas e cordeleiros, contadores de histórias e tantos outros profissionais que fazem o aqui e agora da literatura pernambucana. Os avanços que conseguimos em dois anos são difíceis de ignorar, mas é mais difícil pensar que isso para por aqui, na frieza dos números. O desafio é garantir que as conquistas se preservem de forma perene. E isso depende, em grande parte, da apropriação desses avanços por parte da cadeia do livro, aliada a uma transparência cada vez maior nos processos de formulação e execução das ações culturais em torno do livro, da leitura e da literatura. Por fim, considerar que o setor de bibliotecas, embora não esteja sob a gestão da Secretaria de Cultura, é estratégico para qualquer política pública de literatura. Daí que a aproximação entre a Secretaria de Cultura e a Secretaria de Educação, iniciada nestes dois anos, é um dos rumos necessários para que nos assombremos cada vez mais com a força da literatura em Pernambuco. Wellington de Melo Escritor e coordenador de Literatura da Secult-PE 45
PATRIMÔNIO
PELA PRESERVAÇÃO DE BENS MATERIAIS E IMATERIAIS O patrimônio cultural de um estado é constituído pelos
PATRIMÔNIO
A Diretoria de Preservação Cultural está em atividade desde 1973. As demandas de proteção do patrimônio estadual foi o que, inclusive, motivou a criação da própria Fundarpe, na ocasião. Atualmente, a diretoria é responsável por implementar, coordenar e supervisionar as atividades relacionadas à política de preservação, restauração, recuperação, conservação e valorização do patrimônio cultural pernambucano. Constituído de bens imóveis, móveis, materiais e imateriais, de valor histórico, artístico, arquitetônico, arqueológico, bibliográfico, documental, iconográfico, etnológico e paisagístico, o patrimônio cultural é protegido através de processos de registro e tombamento, de execução de obras de recuperação e restauro do patrimônio e da utilização e destinação dos bens preservados e passíveis de preservação do estado. Atualmente, a diretoria vem ampliando gradativamente seu espectro de ação, dando ênfase aos patrimônios imateriais e às ações de educação patrimonial, olhando não apenas para o patrimônio físico, material, arquitetônico. 46
bens materiais e imateriais relacionados à identidade e à memória dos diferentes grupos que compõem sua sociedade. Para o Governo de Pernambuco, através da Secretaria de Cultura (Secult-PE) e da Fundarpe, o reconhecimento, o fomento e a salvaguarda do patrimônio cultural é uma ação estratégica para o desenvolvimento sustentável do estado. Nos últimos anos, a diretoria vem trabalhando uma visão integrada e transversal da área, numa tentativa de atender à sua amplitude temática e geográfica. Seguindo essa perspectiva, foram desenvolvidas ações para o registro do maracatu nação, do maracatu de baque solto, do caboclinho e do cavalo marinho, incluindo a realização do Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), uma metodologia do Iphan que viabiliza a identificação, a produção de conhecimento e as formas mais adequadas de apoio, marcos e referências de identidade de diversos grupos culturais brasileiros. O frevo também foi, em 2012, formalmente reconhecido e inscrito na Lista Representativa de Bens Culturais Imateriais da Humanidade, da Unesco, após processo de mobilização, pesquisa e dedicação em prol das tradições culturais do Brasil. Essa conquista reconhece o papel do frevo na história da cultura pernambucana, brasileira e mundial, e representa um incentivo às políticas públicas de salvaguarda do patrimônio imaterial. Ainda no campo dos bens imateriais, a Secult-PE e a Fundarpe realizaram, em 2012, a oitava edição do Concurso Público do Registro do Patrimônio Vivo, que inseriu Arlindo dos 8 Baixos, João Silva e a Associação Musical Euterpina de Timbaúba na lista de 30 patrimônios que recebem apoio do Governo do Estado, reconhecidos por sua atuação de destaque na cultura pernambucana. Com eles, foram realizadas seis oficinas de transmissão de saberes dos Patrimônios Vivos. Já entre as ações de valorização e preservação do patrimônio material do Estado, estiveram a iniciação e o prosseguimento dos processos de tombamento de oito bens culturais, entre eles a Cruz do Patrão, considerado o monumento mais antigo do Recife. Além disso, foram desenvolvidas ações de proteção em 33 bens tombados na Região Metropolitana do Recife e em 120 bens das demais Regiões de Desenvolvimento do Estado. A atuação da Diretoria de Preservação Cultural vem ganhando ainda mais solidez com a construção, desde 2011 (e pela primeira vez no Estado), de uma política de preservação do patrimônio cultural, que visa a desenvolver o Sistema Estadual de Preservação. A estruturação dessa política articula-se também ao contexto nacional e internacional. Nessa perspectiva, a Secult-PE e a Fundarpe consideram o patrimônio cultural como um objeto de gestão econômica, política e cultural a ser priorizado em face à transformação da memória, das identidades e dos recursos econômicos de Pernambuco.
NÚMEROS DA DIRETORIA DE PRESERVAÇÃO CULTURAL BENS MATERIAIS Até 2012, o número de bens materiais protegidos pelo Estado foi de 187. Já os bens tombados somaram 144 até o mesmo ano. Em 2011/2012, fiscalizações/visitas técnicas para analisar o tombamento de 120 BENS por todas as regiões de PE.
Foram investidos, em 2011 e 2012, R$ 534.141,96 nas seguintes obras de restauro: • Engenho Manjope (Igarassu) • Terreiro Obá Ogunté (Recife) • Igreja Santo Amaro das Salinas (Recife) •♦ Igreja São Lourenço de Tejucupapo (Goiana)
Em março de 2012, foi criado e realizado o Seminário Memória & Patrimônio Cultural: sujeitos, práticas e políticas públicas. Já em agosto, foi realizada a V Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco, em Olinda. Realização de 54 AÇÕES de educação que mobilizaram 962 PESSOAS em torno de saberes relacionados ao patrimônio.
PATRIMÔNIOS VIVOS A política de Patrimônios Vivos existe desde 2002. Em 2012, a ação chegou a investir um total de R$ 429.804,00 em bolsas que garantam o fomento das atividades dos selecionados. NOVOS PATRIMÔNIOS VIVOS EM 2011: MARIA AMÉLIA DA SILVA, MESTRE GALO PRETO E MARACATU ESTRELA DE OURO DE ALIANÇA.
NOVOS PATRIMÔNIOS VIVOS EM 2012: ARLINDO DOS 8 BAIXOS, JOÃO SILVA E ASSOCIAÇÃO MUSICAL EUTERPINA DE TIMBAÚBA, agora são 30 PATRIMÔNIOS VIVOS no Estado.
LISTA DOS PATRIMÔNIOS VIVOS DO ESTADO Caboclinho Sete Flexas • Camarão • Clube Indígena Canindé • Fernando Spencer • Maestro Nunes Maestro Duda • Didi do Pagode • Homem da Meia-Noite Maracatu Leão Coroado • Selma do Coco • Índia Morena • Mestre Galo Preto • Maracatu Estrela Brilhante Lia de Itamaracá • Banda Musical Curica • Zé do Carmo Sociedade Musical E. J. Nazarena • Maracatu Estrela de Ouro de Aliança • José Costa Leite • Nuca • Zezinho de Tracunhaém • Maria Amélia • J. Borges • Dila • Manuel Eudócio • Teatro Experimental de Arte • Confraria do Rosário • Arlindo dos 8 Baixos • João Silva • Associação Musical Euterpina de Timbaúba
Mestre Galo Preto Patrimônio Vivo Foto | Ricardo Moura
Selma do Côco Patrimônio Vivo Foto | Ricardo Moura
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EQUIPAMENTOS CULTURAIS
No biênio 2011/2012, a diretoria tem colocado em prática ações de gestão, coordenação e supervisão destes espaços culturais. Promovido exposições, mostras e apresentações artísticas que dinamizam esses equipamentos e contribuem para valorização dos artistas locais e também para a formação de plateias. Em 2013, a DGEC entregará aos pernambucanos e visitantes um novo equipamento cultural: a Estação Central Capiba - espaço que será o museu da memória ferroviária de Pernambuco.
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CINEMA SÃO LUIZ Templo da sétima arte e um dos últimos cinemas de rua em funcionamento no Brasil, o São Luiz passou a integrar, a partir de agosto de 2011, a rede de equipamentos do Estado. O governo investiu um aporte de mais de R$ 2,5 milhões na compra do cinema. Recentemente, foram
> 60 anos em 2012 - Extensa programação com clássicos que marcaram a história do cinema, além de produções contemporâneas > Sede de Festivais - Janela Internacional de Cinema | Animage – Festival Internacional de Animação | FestCine | Brasil Stop Motion
46.231
CINE TEATROS
587.849
VISITAÇÕES
tais recifenses. A atual gestão também prioriza a vocação do centro cultural para apresentações artísticas, especialmente de cultura popular.
CASA DA CULTURA LUIZ GONZAGA Localizada às margens do Rio Capibaribe, a Casa da Cultura Luiz Gonzaga é o maior polo de comercialização de artesanato de Pernambuco e um dos cartões pos-
64.485
505.224 MUSEUS
2011
Eduardo Sarmento Historiador, especialista em Gestão Cultural e doutorando em Antropologia. Coordenador de Patrimônio Imaterial / Fundarpe e membro-pesquisador do Observatório de Museus e Patrimônio Cultural – Observamus (PPGA/UFPE)
515.776
VISITAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
53.444
As políticas públicas voltadas para o patrimônio cultural têm sofrido profundas alterações nos últimos anos, nos contextos locais, nacionais e transnacionais. A adoção de novos dispositivos legais, instrumentos e formas de financiamento, o uso de inúmeras metodologias, a participação e a multiplicação de interlocutores têm, cada vez mais, demandado a atualização dos aprendizados, dos arranjos institucionais e dos modos de ação pública. Ademais, a própria ampliação conceitual tem exigido, de diferentes atores sociais, uma atuação mais transversal, comprometida com a construção de um olhar que considere o caráter amplo, multifacetado e pluralista do patrimônio cultural nos processos de formulação, implementação e gestão das políticas. Por outro lado, há de reconhecer o espaço estratégico que o patrimônio cultural precisa ocupar, enquanto um campo de oportunidades. Isso, naturalmente, implica num esforço estruturante de potencializar as áreas de planejamento e gestão, mas, igualmente, de fortalecer e ampliar ações de pesquisa, mapeamento, diagnóstico, avaliação e monitoramento. Hoje, o patrimônio cultural é um valor a ser preservado em sua diversidade e pluralismo, mas, também, é um recurso que gera e atrai investimentos, cuja distribuição e utilização, seja para o desenvolvimento econômico ou para fortalecimento de identidades, precisam ser destacadas frente às mudanças sociais contemporâneas. Para tanto, é preciso enunciar e visibilizar os conteúdos patrimoniais; aperfeiçoar as estruturas administrativas; aumentar a governança dos municípios; articular e integrar as diferentes instituições; elaborar instrumentos de gestão; definir papéis e competências; e aumentar a participação social. É imperativo, ainda, considerar o patrimônio cultural enquanto um direito. Direito de criar, reinvidicar, se expressar. Direito à memória e à cidadania. Respeitá-lo é garantir a proteção dos saberes e fazeres, não apenas vinculados ao passado, mas especialmente, à salvaguarda do futuro. Sem dúvida, este momento desafia não apenas os governos e a maneira de governar, mas exige também uma reorientação do gestor de políticas públicas. É evidente que tudo isso demanda a inserção coletiva e política dos cidadãos como agentes e cogestores. Por fim, a questão da elaboração e gestão das políticas patrimoniais está longe de ser um consenso, uma ação acabada. Muitos caminhos ainda podem e devem ser trilhados, tanto do ponto de vista reflexivo como prático. O processo está em curso e o próprio campo em construção. É necessário, portanto, saber planejar, conhecê-lo, coordená-lo e enxergá-lo com amplitude, inclusive crítica.
Preservar e qualificar os equipamentos culturais do estado é missão permanente da Diretoria de Gestão em Equipamentos Culturais (DGEC) da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico dePernambuco – Fundarpe.
36.394
PATRIMÔNIO CULTURAL E POLÍTICAS PÚBLICAS: LIMITES, POSSIBILIDADES E DESAFIOS
aplicados cerca de R$ 780 mil na requalificação do espaço. Em 2012, o cinema recebeu 37 mil espectadores pagantes. Para 2013, a novidade é a implantação do sistema de som digital (7.1 Dolby Digital) e projeção (projetor 4K-3D), modernizando ainda mais as suas estruturas.
EQUIPAMENTOS CULTURAIS
ESTAÇÕES CULTURAIS 2012
633.705
VISITAÇÕES
Em 2012 o São Luiz recebeu cerca de 37 mil espectadores pagantes.
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM - MISPE Atualmente fechado para reformas, o Museu da Imagem e do Som de Pernambuco (Mispe), fundado em outubro de 1970, tem como principal objetivo documen-
> 35 anos em 2011 - Programação especial com apresentações musicais, cultura popular e espetáculos > Ciclos Festivos – Programações especiais no São João e no Natal, contemplando tradições populares > Centenário de Nelson Rodrigues em 2012 - Leitura dramatizada da peça “Vestido de noiva” (Grupo Viver a Cena).
tar e divulgar a memória da cultura pernambucana nos segmentos da música e do audiovisual. O atual projeto de recuperação do casarão da Rua da Aurora tem como metas a otimização na salvaguarda do acervo, através de mudança de suporte para o material audiovisual, partituras e fotografias, e a adequação estrutural do prédio para pesquisa direta no acervo e exposições de longa e curta duração, além da reforma da Sala Fernando Spencer, que passará a funcionar como auditório multimídia. 49
dos principais espaços de difusão da cultura no estado.
MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO MEPE Espaço que abriga verdadeiras relíquias da história pernambucana, o Museu do Estado de Pernambuco vem desenvolvendo uma série de ações culturais, como exposições com artistas pernambucanos e nacionais, e realização de palestras com nomes de destaque no setor históricocultural. Nos últimos anos, exposições, palestras, seminários e lançamentos de livros ocuparam o equipamento, um
> Salão - O 47º Salão de Artes Plásticas de Pernambuco prestou homenagem, em 2011, ao artista plástico Jairo Arcoverde > Mauá - A exposição “Barão de Mauá - o empreendedor” (em cartaz em maio de 2011) resgatou a trajetória de Irineu Evangelista de Souza, industrial, banqueiro e diplomata do século XIX > Abstrato - A artista plástica Solange Magalhães, viúva de Aloisio Magalhães, trouxe para o Mepe, em março de 2012, a mostra “Pinturas recentes” > Religião e arte - Ana Lisboa, Renato do Valle, Luciano Pinheiro e Montez Magno apresentaram, em agosto de 2012, a exposição “Interseção: Arte&Religiosidade”
nambucanos, nacionais e internacionais. O MAC mantém sua vocação como espaço de divulgação para a arte contemporânea do estado, além de trazer artistas nacionais e internacionais.
MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA MAC-PE No prédio-sede do museu, estão expostas obras pertencentes ao acervo do MAC-PE, composto por 15 coleções. Além da sede, fazem parte do seu complexo cultural: a Capela de São Pedro Advíncula, a Praça Assis Chateaubriand (ambas em frente à sua sede), a Casa da Reserva Técnica e a Galeria de Arte Tereza Costa Rêgo. Esta última destinada a exposições temporárias de artistas per50
> Internacional - Em 2011, o coletivo de artistas italianos Associazione Culturale Terre Incognite marcou presença na programação comemorativa dos 27 anos do museu, com a exposição “Altri confini - outros confins” > Artes Plásticas - Após mais de 30 anos longe do estado, o artista plástico Sérgio Bello ocupou o espaço em 2012 com “Gritos de Eros” e “Gritos da Terra” > Carnaval 2012 - No período momesco, obras de Paulo Perdigão, Rosa Rendall e Bajado compuseram a exposição “Salve o meu Carnaval”
des. Em 2012, o conteúdo de formação foi destaque, assim como a reativação do Observatório Astronômico.
TEATRO ARRAIAL Dentre os equipamentos culturais geridos pela Secult-PE e Fundarpe, o Teatro Arraial foi pioneiro no lançamento de convocatórias públicas para ocupação do espaço, consolidando um processo democrático e criterioso. Localizado na Rua da Aurora, vem conquistando o público recifense através de uma programação diversificada e de qualidade. > Instrumental - Música de qualidade na hora do almoço. Este é o mote que tem agradado o público do Arraial às sextas-feiras, para conferir a programação do projeto Arraial Instrumental > Artes cênicas - Dramas, comédias e teatro infantil têm lugar garantido na programação do Teatro Arraial, que abriga produções da cena teatral pernambucana a preços populares.
> Exposição – Em maio de 2011, o equipamento recebeu a exposição inédita em Pernambuco “Paris la nuit”, com registros únicos de um dos mais famosos fotógrafos do século 20: Brassaï > Eclipse - Em junho de 2011, o público conferiu o eclipse total da lua, em evento que marcou a reabertura do Observatório Astronômico da Torre > 100 Anos de Nelson Rodrigues e Luiz Gonzaga em 2012 - As exposições “Coisas que aprendi nos discos” – edição Luiz Gonzaga e “Ocupação Nelson Rodrigues” levaram mais de 12 mil visitantes à Torre Malakoff > Fotografia – Também destaque de 2012, a Sala Alcir Lacerda foi reaberta com a exposição “O templo do sacrifício”, selecionada em edital para ocupação de pautas
domingos, bem como desenvolver projetos e aperfeiçoar a dinâmica do espaço cultural. Desde o segundo semestre de 2011, diversas ações foram realizadas, tais como: visitas guiadas, oficinas, palestras e apresentações artísticas, contação de história e exposições temporárias. Em fevereiro de 2012, teve início a reforma física (instalações elétrica, hidráulica e pintura externa) e restauro dos balcões da fachada do casarão. > Horário integral - A partir de outubro de 2011, o Maspe voltou a funcionar em horário integral. Marcando a data, houve a comemoração do Dia de São Cosme e Damião, com atividades recreativas e culturais > Férias no Maspe 2011 e 2012 - Apresentações musicais, circenses e oficinas para crianças
ESTAÇÃO CULTURAL SENADOR JOSÉ ERMÍRIO DE MORAES MUSEU DE ARTE SACRA DE PERNAMBUCO – MASPE TORRE MALAKOFF A gestão da Torre Malakoff busca a ocupação integral do seu espaço. A partir de 2011, parcerias permitiram várias exposições, de diferentes segmentos, dialogando principalmente com as universida-
O museu tem um acervo com mais de 900 peças e começou a ser construído a partir de doações da Arquidiocese de Olinda e do Recife. Em 2011, o quadro de funcionários do museu foi reforçado com o intuito de viabilizar a abertura do equipamento no turno da tarde, aos sábados e
A residência, construída na passagem da década de 50 para 60, pertenceu ao Senador José Ermírio de Moraes, cuja história compõe o memorial destinado ao pernambucano, em exposição permanente no espaço. Atualmente, em processo de reforma, o equipamento será reinaugurado em 2013 com espaços para mostras de curta duração, e um atelier destinado à formação, a experimentações
e a residências artísticas. > Coletivo - A exposição “ECO”, do coletivo de arte Chelpa Ferro (Barrão, Luiz Zerbini e Sérgio Mekler), propôs uma ativação do espaço, através das sonoridades do local, ao dialogar com a arquitetura modernista da construção.
MUSEU DO BARRO DE CARUARU – MUBAC O Museu do Barro de Caruaru desenvolve um trabalho com foco na formação de seus visitantes, propiciando o conhecimento e incentivando a participação da comunidade. Ao longo dos últimos dois anos, exposições, aulas espetáculos, palestras e cursos foram promovidos. > Barro - “O santo é de barro”, mostra que refletiu sobre o uso do material na sociedade, agradou tanto ao público que após sua montagem em Caruaru, percorreu outras cidades, como Garanhuns, durante o Festival de Inverno 2011, e o Recife, no Museu da Abolição, em 2012 > Quilombola - A exposição “Boi Tira Teima - a história de um povo” prestou homenagem à comunidade quilombola de Queimadinha e suas tradições > Vitalino - “Memórias de Vitalino” percorreu, através de 100 obras de vários artesãos do Alto do Moura, a vida do mestre caruaruense do artesanato 51
de sua vocação: um espaço para se discutir, pensar e viver a literatura, sem esquecer, contudo, do diálogo com outras linguagens.
ESPAÇO PASÁRGADA A casa onde o poeta Manuel Bandeira viveu parte de sua infância guarda a aura contemplativa de outros tempos. A gestão do equipamento ressalta o comprometimento com a manutenção
MUSEU REGIONAL DE OLINDA - MUREO O Museu Regional de Olinda é uma casa-museu que recompõe, em conjunto com seu entorno, o cenário da vida doméstica e social dos moradores da Olinda de 1700. A exposição permanente do Mureo foi montada de acordo com as características espaciais originais da casa e com os costumes 52
> Café em Pasárgada - encontro nos qual escritores e poetas apresentam sua obra e falam de momentos marcantes de sua trajetória > Cine Pasárgada - projeto cineclubista que promove a interação do cinema com o público, através de debates com convidados especiais > Bloco O Bacanal do Bandeira - agremiação carnavalesca homenageia o ilustre poeta pernambucano e sua obra. O bloco inovou a partir de 2012, ao unir literatura e folia, com desfile pelas ruas do Centro do Recife e um recital poético do grupo As BemDita.
de seus primeiros moradores, e acaba por transportar o visitante para a vida cotidiana do século 18. Na atual gestão, o espaço desenvolve atividades com escolas da rede pública (municipal e estadual), buscando despertar o interesse da juventude e formar novos públicos. > Exposições - Durante o biênio, exposições das mais diversas correntes artísticas passaram pelos salões do Mureo, entre elas: “Santos do ciclo junino”, de BiamDhifá; “As roupas na esteira do tempo”, organizada pelo coordenador do educativo do museu, Luciano Borges, e a mostra de móveis do acervo do artista plástico Kilder Menezes.
AVANÇOS NA CONSOLIDAÇÃO DA REDE DE EQUIPAMENTOS CULTURAIS
CINE TEATRO GUARANY Reformado em 2012, o equipamento localizado em Triunfo, no Sertão do Pajeú, abriga o já tradicional e nacionalmente prestigiado Festival de Cinema de Triunfo. O espaço também serviu de palco para apresentações de grupos teatrais e de dança durante as edições de 2011 e 2012 do Festival Pernambuco Nação Cultural. > Festival de Cinema de Triunfo - Evento que já se consolidou no calendário audiovisual nacional como um dos mais prestigiados do Brasil, o festival ocupa o Cine Teatro Guarany desde a sua primeira edição. Em 2011 e 2012, ganhou ainda mais projeção, trazendo para o Sertão do Pajeú produções e artistas de renome nacional; > FPNC - O Cine Teatro Guarany foi o templo das artes cênicas e da dança durante as edições 2011 e 2012 do Festival Pernambuco Nação Cultural. Grupos da capital e da região subiram ao palco do equipamento com apresentações prestigiadas pela população e por visitantes.
O balanço da gestão dos equipamentos culturais pertencentes ao Governo de Pernambuco durante o ano de 2012 aponta para um avanço significativo na construção de uma abordagem que prioriza as ações em rede e privilegia a implantação de circuitos específicos. Esses dois aspectos visam potencializar os museus, cinemas, teatros, galerias e centros culturais geridos pela Fundarpe como espaços de oferta de conteúdos culturais consistentes para a população, de forma constante. Na gestão administrativa avançou-se na viabilização de contratos de manutenção preventiva do patrimônio de todos os equipamentos, o que qualificou a vigilância, a limpeza, o controle de pragas e outros serviços de conservação. Assim, impôs-se um mesmo padrão de serviços para todos os equipamentos da Rede e a gestão dos mesmos foi otimizada. Na implantação de novos equipamentos culturais, recuperação, equipagem e manutenção (corretiva) dos equipamentos existentes, consolidou-se uma equipe multidisciplinar que foi capaz de elaborar, contratar e acompanhar a execução de uma significativa carteira de projetos e obras. Destacam-se os esforços para a implantação do Centro Cultural Capiba / Museu da Memória Ferroviária, da sede do Museu da Imagem e do Som (MISPE), além das ações de recuperação, manutenção e equipagem do Cinema São Luiz, do Espaço Pasárgada, da Torre Malakoff, do Cine Teatro Guarany (Triunfo), do Museu do Estado de Pernambuco (MEPE), do Museu de Arte Sacra de Pernambuco (MASPE) e do Parque Aza Branca, em Exu. Ainda nesse quesito, destacam-se os projetos elaborados para a rede de museus e submetidos ao Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) para financiamento, incluindo propostas de qualificação da gestão, dos acervos, das estruturas e programações de oito museus da Rede da FUNDARPE. Quanto à programação nos equipamentos, avançou-se na consolidação das vocações de cada equipamento, ao mesmo tempo em que se experimentaram ações de programação em rede, valorizando as especificidades de cada um e a complementaridade nas abordagens dos conteúdos culturais. Destaca-se a regularidade da pauta do Teatro Arraial, viabilizada através de editais públicos para música instrumental e as artes cênicas, a consolidação do Cinema São Luiz como templo de festivais audiovisuais e de programação “de fora do circuito comercial” e a programação de exposições das artes visuais na Torre Malakoff. Os museus, por sua vez, abriram espaço para importantes acervos e artistas. Já no final do ano, durante os meses de novembro e dezembro, realizaram-se dois programas em rede, identificados pela temática da Cultura Negra e do Centenário de Luiz Gonzaga, respectivamente, contemplando 12 equipamentos. Essa estratégia em rede deu maior visibilidade à programação dos equipamentos e permitiu maior aprofundamento, uma vez que diversas linguagens puderam expressar os conteúdos relacionados aos dois temas. A interação entre os equipamentos foi provocada e houve expressivo público nas atividades de formação, nas mostras e eventos. Esses avanços na administração, nos projetos, obras e na programação demonstram que algumas opções na gestão da Rede de Equipamentos Culturais da FUNDARPE foram acertadas. Mas mostram, também, que outras ações ainda são necessárias para que a oferta dos conteúdos culturais em todos esses espaços tenha a mesma intensidade, amplie a pluralidade de temas, a diversidade de linguagens e disponibilize as condições necessárias para a população acessá-los. André Araripe Diretor de Gestão em Equipamentos Culturais 53
CICLOS FESTIVOS
CICLOS FESTIVOS Com diferentes matrizes culturais, as expressões artísticas pernambucanas seguem pulsantes em todas as regiões do estado. São manifestações e brincadeiras populares ligadas a vivências cotidianas ou sazonais. Ritos de fé, festa e trabalho transformados em festejos. Fomentando as mais diversas expressões culturais, a gestão estadual tem promovido encontros e organizado programações em locais e períodos do ano nos quais a população historicamente vivencia suas tradições. Assim, é possível perceber e valorizar as manifestações do Carnaval (maracatu, caboclinhos, troças, orquestras de frevo, la ursas e outras); da Semana Santa (encenações da Paixão de Cristo); do São João (quadrilhas, bandas de forró) e também do Natal (pastoril, mamulengo, cavalo-marinho etc.). Em cada ciclo festivo, é garantida a participação de grupos, artistas e mestres das tradições populares. Trabalhando em parceria com as gestões municipais, o Carnaval e o São João contam com expressivos festejos descentralizados, nos palcos e nas ruas. Na Semana Santa, o incentivo é para espetáculos de todo o estado através do edital Pernambuco de Todas as Paixões. Já no Natal, os equipamentos da Fundarpe se enchem de luz e tradição popular, com apresentações de reisado, cavalo marinho, pastoril, entre outras expressões ligadas ao ciclo. 54
Quadrilha Lumiar no São João de Aliança Foto | Renato Spencer/Santo Lima
Carnaval 2012 em Nazaré da Mata Foto | Juarez Ventura
SÃO JOÃO DESCENTRALIZAR E INTERIORIZAR AS TRADIÇÕES JUNINAS
CARNAVAL FORTALECER A VOCAÇÃO INEBRIANTE DE UM POVO
Nos anos de 2011 e 2012, a Secult-PE e a Fundarpe incentivaram um São João tradicional e descentralizado, que chegou à população das 12 Regiões de Desenvolvimento do estado, ao mesmo tempo em que buscou promover e incluir artistas independentes cuja estética musical é formada a partir das matrizes do forró, gênero que abriga dezenas de ritmos, sendo ainda a base da música, da dança e da festa junina. Em 2011, vinte e nove cidades receberam o apoio do Governo do Estado em suas festividades. A partir de um diálogo com as prefeituras, a Secretaria de Cultura atuou na composição das grades artísticas dos municípios apoiados. Em 2012, o número de cidades incentivadas subiu para cinquenta. Ao longo desses dois
A diversidade de ritmos e manifestações da cultura pernambucana encontra no período do Carnaval o seu ápice e principal período de reconhecimento. Aproveitando a vocação do estado para a folia, a Secretaria de Cultura de Pernambuco e Fundarpe trabalharam pela democratização da festa, com estímulo a diferentes expressões populares, em todas as regiões. O conceito vem norteando a elaboração e a produção do ciclo carnavalesco pelo Governo do Estado, que realizou a festa através de parceria entre a Casa Civil, a Secretaria de Cultura/Fundarpe, a Secretaria de Turismo/ Empetur e as prefeituras das cidades participantes. A grade artística foi montada a partir de uma articulação entre o Governo do Estado e as prefeituras. Essa parceria foi ampliada de 2011 para 2012, passando de 19 para 22 os polos que receberam apoio para realizar suas festas, sobretudo no interior do estado. Para garantir a democratização das grades, foi realizada uma convocatória e a partir dela foram montadas as programações. Nas grades, foram selecionados artistas que fortalecem a vocação carnavalesca pernambucana, tais como Al-
anos, cerca de 900 apresentações foram realizadas no ciclo junino, em polos espalhados por todo o estado. Além disso, foram apoiados eventos, incluindo alguns já consagrados em Pernambuco, tais como o São João da Casa da Rabeca, em Olinda, e a Roda de Sanfona do Espaço Cultural Alberto da Cunha Melo e, ainda, o Pipoco no São João da Mata Norte. Com esse formato de parceria, a Secult-PE e Fundarpe, através de diálogos com as prefeituras, promovem a inclusão de artistas que seguem a cultura junina. A proposta tem sido estimular a manutenção da tradição, através da valorização dos artistas que dão continuidade à obra de Luiz Gonzaga, seja por meio da interpretação das músicas do Rei do Baião, seja com novas composições a partir de suas influências.
SÃO JOÃO 2011|2012
340
45 municípios envolvidos, entre eles:
artistas contratados
Serra Talhada, Mirandiba, Palmares, Timbaúba, Aliança, Parnamirim, Carpina, Bom Conselho, Bonito, Iati, Tacaratu, Limoeiro, Agrestina, João Alfredo, Carnaíba, Araripina, Catende, Lagoa do Carro, Pesqueira, Salgueiro, Exu, Tracunhaém, Ferreiros, Vicência, Iguaraci, Itapetim, Orocó, Olinda, Taquaritinga, Sertânia e Itamaracá.
500 apresentações de palco
ceu Valença, Quinteto Violado, Claudionor Germano, Gustavo Travassos, Elba Ramalho, Nena Queiroga, etc. Ao todo, cerca de 400 artistas foram contratados nos carnavais de 2011 e 2012, para apresentações em 23 cidades do estado. Além de oferecer shows locais, regionais e nacionais nos palcos dos municípios participantes, o Carnaval de Pernambuco buscou fortalecer a brincadeira nas ruas, que representa a verdadeira vocação da nossa folia. Embaixada dos Bonecos Gigantes, Bloco Pierrot São José, Maracatu Estrela de Ouro de Aliança, Caboclinho União Sete Flechas de Goiana, Maracatu Nação Raízes de Pai Adão, Caiporas de Pesqueira, Caboclinho Sete Flexas do Recife, Maracatu Piaba de Ouro, Afoxé Oya Alaxé, Escola Gigantes do Samba e Bicharada do Mestre Jaime são alguns dos muitos grupos que fizeram parte dos 206 cortejos de rua durante a Festa de Momo. A ideia foi garantir a preservação e a divulgação das matrizes carnavalescas, feitas pelo e para o povo. Isso significou ainda o estímulo a expressões e grupos que em alguns municípios, por exemplo, estavam desaparecendo.
Carnaval 2012 em Bezerros-PE Foto | Paloma Amorim
CARNAVAL 2011/2012
23 cidades envolvidas:
Recife • Olinda • Águas Belas • Arcoverde • Belém do São Francisco • Bezerros Catende • Goiana • Ipojuca Itamaracá • Jaboatão dos Guararapes • Nazaré da Mata • Paudalho • Pesqueira • Petrolina • Salgueiro Surubim • Tamandaré • Timbaúba • Trindade • Triunfo • Vitória de Santo Antão João Alfredo
399 apresentações de palco
206 cortejos de rua e orquestras de frevo
55
Espetáculo Jesus, Alegria dos Homens Garanhuns 2012. Foto | Acervo Secult-PE
SEMANA SANTA 2011/2012
74
projetos inscritos
21
30
montagens habilitadas
cidades envolvidas: Limoeiro, Lajedo, Taquaritinga do Norte, Garanhuns, Paulista, Cabo de Santo Agostinho, Gravatá, Jaboatão dos Guararapes, Serra Talhada, Bom Jardim, Sertânia, Caruaru, Ipojuca, Camaragibe, Recife, Orobó, Santa Maria da Boa Vista, Pesqueira, São Lourenço da Mata, Tracunhaém, Verdejante.
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Natal da Cultura Solidária. Cavalo Marinho na Torre Malakoff, em Recife. Foto | Ricardo Moura
SEMANA SANTA PERNAMBUCO DE TODAS AS PAIXÕES CONTEMPLOU MONTAGENS EM TODO O ESTADO
NATAL CICLO NATALINO LANÇOU LUZES SOBRE OS FOLGUEDOS TRADICIONAIS
Em Pernambuco, fé e devoção já são parte do calendário cultural durante as celebrações da Semana Santa. Em todo o estado, espetáculos cênicos são montados neste período, para relembrar o drama da Paixão de Cristo. Com o objetivo de incentivar essa cultura religiosa, através do aprimoramento e da manutenção de montagens realizadas em diversos municípios do estado, a Secretaria de Cultura do Estado e Fundarpe patrocinaram a realização de 30 encenações pernambucanas, em 2011 e 2012. Os espetáculos são selecionados através do edital Pernambuco de Todas as Paixões, lançado todos os anos. De 2011 para 2012, os recursos foram ampliados , indo de R$ 270 mil para R$ xxx mil. Um aumento que aprimo-
Em 2011/2012, o ciclo natalino promovido pela Secult-PE/Fundarpe visou destacar e incluir os folguedos tradicionais mais representativos da região Nordeste nesse período. Reisado, pastoril, mamulengo e cavalo marinho foram algumas das manifestações artísticas que tiveram destaque nas festividades natalinas. Ao montar uma programação temática, o objetivo do Governo do Estado foi procurar levar para o público o encanto do Natal de uma forma genuína, valorizando a simplicidade e a beleza da nossa cultura popular. Os festejos natalinos tiveram como principais atrações as manifestações existentes no estado, principalmente do interior pernambucano, como os grupos
ra a política pública de cultura do Estado para este ciclo festivo, buscando garantir, de forma democrática, que os grupos pernambucanos tenham acesso aos recursos de uma maneira mais igualitária. Além do aumento, o orçamento foi distribuído de maneira descentralizada nas quatro macrorregiões de Pernambuco, contemplando, assim, espetáculos apresentados do Litoral ao Sertão. A ampliação do valor do incentivo garantiu ainda a ampliação do número de espetáculos selecionados. Em 2011, 13 encenações contaram com o apoio da Secult-PE/Fundarpe e, em 2012, 17 delas foram contempladas, entre montagens tradicionais e aquelas que vêm se firmando no cenário pernambucano.
de Cavalo Marinho dos Mestres Antonio Teles, Grimário, Aicão, Zé de Bibi, e os Reisados Imperial, Três Reis do Oriente, das Carnaíbas, entre tantos outros, sempre a fim de garantir a disseminação e a preservação da cultura popular, através daqueles que a vivenciam e são responsáveis pela sua resistência. Foi elaborada uma programação que buscou divulgar a expressão local e atrair não só o público do Recife, como de outras localidades. Nestes dois anos, aproximadamente 55 grupos participaram do ciclo natalino, através de apresentações de música e dança em equipamentos culturais da Fundarpe e encontros de cultura popular no interior do estado.
NATAL
2011|2012
55
grupos
145
apresentações
07 equipamentos
envolvidos: Casa da Cultura, Teatro do Arraial, Torre Malakoff, Museu de Arte Contemporânea, Museu de Arte Sacra de Pernambuco, Museu do Estado de Pernambuco e Museu Regional de Olinda.
09 cidades envolvidas
(Encontros de Reisado e Cavalo Marinho): Paranatama, Lagoa de Itaenga, Glória do Goitá, Tracunhaém, Aliança, Condado, Itaquitinga e Araçoiaba, Camutanga.
57
ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL
ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL A história recente da política cultural de Pernambuco é marcada não apenas pelo aumento significativo do investimento em todas as formas de expressão artística, mas também por uma característica que move e dá sentido à Diretoria de Articulação Institucional da Secult-PE: a inclusão da sociedade civil na definição de rumos e avaliação permanente das ações e projetos do poder público. Através de processos democráticos, como escutas e fóruns, a gestão incentiva o controle social enquanto instrumento efetivo de participação popular. Sempre respeitando o acúmulo político dos militantes da cultura, o objetivo central tem sido democratizar e regionalizar a política pública, mantendo diálogo constante com os diversos agentes culturais. Neste processo de escuta e tomadas de decisão coletivas, são estabelecidas metas e estratégias prioritárias que objetivam tanto consolidar avanços da política cultural como também superar problemas históricos que ainda persistem. Outra missão é potencializar a organização dos segmentos culturais, propiciando assim as condições necessárias para a implantação do Sistema Estadual de Cultura. 58
Avaliação do Carnaval 2012 com representantes da cultura popular e da Secult-PE. Foto | Costa Neto Fórum Setorial de Cultura Popular. Dezembro 2011. Foto | Ricardo Moura
CONTROLE SOCIAL COMO INSTRUMENTO DE PARTICIPAÇÃO POPULAR PROMOVENDO MOMENTOS DE ESCUTA AOS DIVERSOS AGENTES CULTURAIS, A SECULT-PE INCENTIVA A COGESTÃO DAS POLÍTICAS CULTURAIS EM TODO O ESTADO Compreendendo a importância da participação popular na definição de rumos e avaliação permanente das políticas culturais em Pernambuco, a Diretoria de Articulação da Secretaria de Cultura tem mantido constante diálogo com agentes culturais do estado que atuam nas 12 regiões de desenvolvimento. No que diz respeito à cogestão, o Plano de Ação da Secretaria de Cultura para o período 2011-2014 é norteado pelos princípios da democracia, da descentralização, da regionalização e da transparência. Nos últimos dois anos, mais de 5 mil pessoas participaram das escutas e fóruns promovidos pela Diretoria de Articulação. Em 2011, foram realizados 12 Fóruns Regionais de Cultura com algumas novidades. O primeiro passo foi estimular a realização de plenárias públicas municipais que escolheram e encaminharam 12 representantes da sociedade civil para o Fórum Regional e mais 03 representantes de cada prefeitura. Em cada fórum, o período da manhã foi reservado para discussões e levantamento de propostas por linguagens, e o da tarde, para a realização da Plenária, apresentação dos trabalhos e interação da Secult-PE com os participantes. A realização dos 12 Fóruns de Gestores de Cultura foi outra novidade que abriu um espaço permanente de diálogo en-
Fórum Estadual de Cultura em Gravatá. Dezembro 2012. Foto | Ricardo Moura
tre a Secult-PE/Fundarpe, secretários, gestores e assessores de cultura municipais de todas as regiões do estado. Além disso, em dezembro de 2011 também foram realizados 14 Fóruns Setoriais, atraindo diversos agentes de todas as linguagens artísticas, que renovaram suas comissões setoriais incluindo representações do interior do estado. Já em 2012, a Secult-PE realizou o Fórum Estadual de Cultura, instância na qual foi aprovado o regimento que conceitua e regulamenta o funcionamento das Comissões Regionais e Setoriais de Cultura junto ao Estado. Outra importante realização de 2012 foi o Planejamento Estratégico Situacional da Secult-PE, resultado de oito meses de intenso trabalho que contou com a colaboração do Ministério da Cultura, gestores municipais e representantes das Comissões Regionais e Setoriais. O documento aponta as 11 principais tarefas que o Governo de Pernambuco deve cumprir para avançar na gestão da política cultural. Entre elas: aderir ao Sistema Nacional de Cultura, consolidar a política de formação cultural, criar gerências regionais de cultura e lançar editais regionalizados. Nos últimos dois anos, o incentivo à participação popular que a Secult-PE tem promovido aponta para a consolidação de uma gestão democrática, com foco na ampliação das conquistas e na busca pela superação de problemas apontados por técnicos, gestores, produtores e artistas de todo o estado.
05 12 01 14 12
MIL PARTICIPANTES DE ESCUTAS E FÓRUNS FÓRUNS REGIONAIS FÓRUM ESTADUAL COMISSÕES SETORIAIS
Reunião do Fórum Setorial do Audiovisual. Dezembro de 2011. Foto | Ricardo Moura
“ É um momento muito importante, tanto para os produtores quanto para a Secult, que tem a oportunidade de dialogar com a cena. Os fóruns são fantásticos por proporcionarem essa interação real e por vermos o que propomos sair do papel. Pernambuco é referência no campo da cultura, mas nós sabemos o quanto ainda é preciso avançar. Nesses momentos de diálogo, temos a chance de construir coletivamente as ações e políticas culturais”. Ana Paula Ribeiro atriz e produtora cultural Orobó/PE
FÓRUNS DE GESTORES DA CULTURA 59
GESTÃO DA CULTURA
GESTÃO DA CULTURA Transformar cultura em produto, em atividade artística, é tarefa que passa por uma boa gestão. Nos últimos dois anos, ao lado da então criada Secretaria de Cultura de Pernambuco, a Fundarpe passou por importantes mudanças administrativas, no sentido de melhor executar as ações da política pública estadual. Em meio aos necessários trâmites burocráticos,
PERSPECTIVAS 2013|2014 Sistema de protocolo eletrônico agiliza a tramitação de processos Foto | Costa Neto
através de legislações que regem a matéria, por em prática e transformar a Cultura em algo mensurável é percorrer caminhos desafiadores. A área de Gestão é responsável por conduzir, da melhor forma, a concretização da criatividade cultural. Não há como fazer o destaque da Cultura, se não for por atuação em equipe. Assim como o cantor necessita da voz para expressar-se, a área de produção
AÇÕES DE QUALIFICAÇÃO DA GESTÃO CULTURAL
precisa de infraestrutura que possibilite a este cantor estar no palco, por exemplo. E tudo isto deve ser bem formalizado por tratar-se de gastos públicos, passíveis de controle e acompanhamento pelas esferas fiscalizadoras. Diante de tais responsabilidades, são latentes medidas que objetivem a formalização de processos, e é neste caminho que a Fundarpe tem direcionado seus esforços.
LICITAÇÕES
•Reestruturação do arquivo, com o objetivo de preservar a memória documental da Fundarpe
92
•Implantação do sistema de protocolo eletrônico, que dá mais segurança e agilidade à tramitação dos processos •Adoção do Sistema Eletrônico de Pregão para o processamento mais ágil e seguro das licitações
78
-Implantação dos projetos físicos e executivos de reestruturação das redes de dados, lógica e elétrica da Fundarpe •Criação de um fluxograma no atendimento específico à contratação artística e implantação de sistema eletrônico que garante maior celeridade no pagamento de cachês •Formalização dos processos, que desencadeou num aumento considerável no número de licitações processadas, conforme representada no quadro ao lado
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PERSPECTIVAS 2013|2014
2011
2012
Após concluir dois anos de gestão, a Secretaria de Cultura de Pernambuco já tem prontas as principais metas que irão nortear o próximo biênio. Com um orçamento de R$ 113 milhões aprovados para 2013, a Secult e a Fundarpe elaboram um conjunto de ações planejadas no sentido de criar, desenvolver, aprimorar e incrementar as políticas públicas para a cultura no estado. Uma das principais ações para a produção independente será o lançamento do edital regionalizado do Funcultura, no valor de R$ 3 milhões, previstos para o primeiro semestre de 2013. Entre as prioridades de ação da Diretoria do Funcultura em 2013 está o lançamento da convocatória para renovação da Comissão Deliberativa. Instância máxima de definições relativas ao fundo, a comissão é formada por representantes do governo, de instituições culturais e de entidades da sociedade civil que representam artistas e produtores de todas as linguagens. Além disso, há também o compromisso de dar cada vez mais agilidade à análise dos projetos, reduzir exigências burocráticas e
Coco Raízes de Arcoverde Foto | Roberta Guimarães
garantir o incentivo a todas as linguagens, respeitando percentuais pactuados na Comissão Deliberativa, em escutas e fóruns. Até 2014, as ações para os equipamentos ligados à Cultura seguirão no sentido da requalificação física, da dinamização da programação de acordo com a vocação de cada um, e também na consolidação de uma programação em rede. No caso das linguagens contempladas pela política de cultura da Secult - música, audiovisual, literatura, artes visuais, artes cênicas, artesanato, circo, design e moda, fotografia, gastronomia e cultura popular – o objetivo é concluir a gestão fazendo com que cada setor tenha desenvolvido sua própria política de atuação, no sentido de fortalecer e estimular cada vez mais a independência de grupos e artistas dos mais diversos estilos e regiões do estado. Com foco no planejamento, a gestão dinamizar o atendimento aos artistas que participam das programações culturais. O objetivo é consolidar tanto o circuito de festivais quanto os ciclos festivos – Carnaval, Semana Santa, São
João e Natal – e ampliar impactos destas ações culturais na sociedade. A caravana do Pernambuco Nação Cultural começa pela Mata Norte, de 02 a 07 de abril. Depois segue pelo Sertão do Moxotó, Caruaru, Sertão Central, FIG, Sertão do Pajeú, Agreste Setentrional, Gravatá, Mata Sul, Sertão de Itaparica e Exu (Aniversário de Luiz Gonzaga). No quesito ampliação, os esforços serão no sentido de aumentar o número de artistas dentro das grades de programação, e de ações como o projeto Cultura Livre nas Feiras. Potencializar as ações da coordenadoria de Povos Tradicionais e da Diretoria de Formação, para que as oficinas e todos os espaços de capacitação para a cultura sejam uma constante. Também haverá a ampliação das ações do Cultura Valorização da Vida, que estão integradas ao programa governamental de diminuição da violência, o Pacto pela Vida. A partir de março, o projeto chegará à comunidades das cidades de Jaboatão, Olinda e Petrolina.
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SECRETARIA DE CULTURA FUNDARPE
Rua da Aurora, 463/469 Boa Vista | Recife-PE Fone • (81) 3184.3000 www.fundarpe.pe.gov.br Twitter: @culturape Facebook: facebook.com/secultpe EQUIPAMENTOS CULTURAIS DA SECULT-PE/FUNDARPE CASA DA CULTURA DE PERNAMBUCO
Cais da Detenção S/N Santo Antônio | Recife-PE Fone • (81) 3184.3151 | 3152 CINEMA SÃO LUIZ
Rua da Aurora, 175 Boa Vista | Recife-PE Fone • (81) 3184.3157 | 3090 ESPAÇO PASÁRGADA
Rua da União, 263 Boa Vista | Recife-PE Fone • (81) 3184.3165 | 3166 TORRE MALAKOFF
Praça do Arsenal, S/N Recife Antigo | Recife-PE Fone • (81) 3184.3180 | 3145 TEATRO ARRAIAL
Rua da Aurora, 463/469 Boa Vista | Recife-PE Fone • (81) 3184.3057 MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO – MEPE
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM DE PERNAMBUCO – MISPE
Rua da Aurora, 379 Boa Vista | Recife-PE Fone • (81) 3184.3090 MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA - MAC
Rua 13 de Maio, 149 Varadouro | Olinda-PE Fone • (81) 3184.3153 MUSEU DO BARRO DE CARUARU - MUBAC
Praça Cel. José de Vasconcelos, 100 Centro | Caruaru-PE Fone • (87) 3701.1533 MUSEU DE ARTE SACRA DE PERNAMBUCO - MASPE
Rua Bispo Coutinho, 726 Alto da Sé | Olinda-PE Fone • (81) 3184.3154 ESTAÇÃO CULTURAL SENADOR ERMÍRIO DE MORAES
Av. Rui Barbosa, 960 Graças | Recife-PE Fone • (81) 3184.3170 | 3178
Av. Beira Mar, 990 Piedade | Jaboatão dos Guararapes-PE Fone • (81) 3424.8704 | 3184.3163
MUSEU REGIONAL DE OLINDA - MUREO
CINE-TEATRO GUARANY
Rua do Amparo, 128 Olinda-PE Fone • (81) 3184.3159
Praça Carolino Campos S/N Centro | Triunfo-PE Fone • (87) 9623.6410 (81) 3184.3090