Comunicação Não Violenta Grupo DIÁLOGO COM A SOCIEDADE
você consegue respirar enquanto conversa? Comunicação Não Violenta
Observação
Sentimento
Necessidade
Pedido
1.Observação - O primeiro passo a ser dado diante de uma situação é observar os fatos sem avaliar. Se a observação for acompanhada de qualquer tipo de avaliação, ela se transformará em um julgamento. No início pode não ser fácil fazer esta distinção, mas ela é fundamental. Não levar para o pessoal e sim para o que está sendo falado. Observar sem avaliar é a forma mais elevada de inteligência humana.
2.Sentimento - O que sentimos é nossa responsabilidade. As pessoas não causam sentimentos em nós, mas elas podem servir de gatilhos, e como escolhemos reagir têm a ver com as nossas necessidades e expectativas do momento. Por isso, é importante olhar para si e, depois de observar, avaliar qual a emoção foi desencadeada durante a conversa. Conversar com o interlocutor sem culpá-lo pelos seus sentimentos pode quebrar a sensação de desconforto ou de preconceitos, talvez, impregnados na mente. 3.Necessidades - Antes de tentar entender o que a pessoa está tentando dizer, é preciso entender as suas emoções. O autoconhecimento vai ajudar a enxergar qual a necessidade e as emoções que o outro está colocando através das palavras. Compartilhar quais são as necessidades e as consequências de elas não serem realizadas é uma orma de transparência, sem ser uma cobrança. 4.Pedido - Quando se expressa com objetividade e linguagem positiva, fica mais fácil o outro saber e compreender o que se deseja. Mas, ao mesmo tempo, é preciso muita sensibilidade e sutiliza caso a pessoa disser não ao seu pedido. Não transforme o que você quer em uma exigência.
“A empatia é construída através da vontade de dedicar tempo para descobrir os pensamentos e reações profundos que fazem outra pessoa funcionar.”
“Quando escutamos os sentimentos e necessidades das pessoas, paramos de vê-las como monstros”, e é esse estado de consciência que auxiliará no desenvolvimento da empatia (e compaixão).
”Por trás de todo o comportamento existe uma necessidade. Não me surpreende saber que existe consideradamente menos violência em culturas nas quais as pessoas pensam em termos das necessidades humanas do que em outras nas quais as pessoas se rotulam de 'boas' ou 'más' e acreditam que as 'más' merecem ser punidas.”
Marshall Rosenberg
Transcrição de vídeo sobre Comunicação Não Violenta
Lúcia - Dentro da comunicação não violenta a gente precisa a aprender a falar, falar dentro do contexto que nos é perguntado. O que você acha quando uma pessoa fala mal de coisa que você está fazendo? O que você acha? Como você responde? Qual é sua reação?
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Mary - depende porque as vezes a gente não sabe o olhar que a pessoa olha para aquilo que a gente tá fazendo, as vezes gente da fazendo uma coisa e no olhar da pessoa está de outra forma. Então o que a gente tem que fazer, ai que entrar a comunicação não precisa ser violenta mesma que a pessoa não aceite o que você está fazendo, você precisa entender qual o ponto de vista dela, o jeito que ela está olhando para aquilo que você está fazendo, ela pode estar mudando a concepção dela por aquilo que você está fazendo, ela pode estar mudando de ideia mesmo se ela não mudar a ideia, você tentar entender que o ponto de vista pode ser bom para ela, mas está sendo bom para mim. Lúcia - Zaza eu acho que a APROSMIG faz muito, mas as vezes deixa muito a desejar este é meu ponto de vista, o que você acha por exemplo quando eu falo que a APROSMIG deixa muito a desejar as vezes não tem contato com todas as meninas, podia ter mais mulheres aqui dentro da APROSMIG, o que você acha da Aprosmig não ter essa aceitação da forma que deveria ter por fazer um trabalho tão legal? Zaza - Lucinha essas meninas a gente pegar a confiança delas, isso é muito demorado é muito lento, por a maioria das vezes essas meninas são de fora, tem muitas de Belo Horizonte, mas muitas veem de outras cidades, então quando você chama elas para uma roda de conversa para estar discutindo um assunto, mas eu vou lá vou perder tempo tenho que pagar minha diária a aproximação o vínculo com essas meninas é muito demorado. Você conhece a Aprosmig você sabe que não é dessa forma, a gente não pode mudar o pensamento delas, a gente não pode obriga-las, igual tem meninas aí que a gente sente a necessidade de pegar ela para levar para um equipamento de saúde, para tirar
um documento, tem menina que não tem uma identidade. Tem meninas aí que não sabe andar em Belo Horizonte, então a aproximação e bem devagarzinho é um trabalho de formiguinha, olha amanhã, eu too passando mal, minha estrumação veio não to dando conta de ganhar dinheiro. Amanhã a partir das 8 horas eu estou aqui eu te levo lá, você quer cuidar da sua saúde? Eu vou pode vim a gente sai de casa quebrando as canelas porque mora longe, isso é uma coisa que gente faz da gente mesmo, é claro que é como instituição porque se a gente chegar com a menina lá sem o nome da Aprosmig, sem o BH de Mãos Dada você sabe que a nossa saúde está sucateada quando eu chego lá eu Zaza não consigo, mas o BH de mãos dada a coisa muda, quando eu chego na delegacia enquanto instituição o que é Aprosmig? Associação das prostitutas de minas gerais, porque a associação é registrada, a associação tem conhecimento entendeu, isso é muito relativo a gente demora mas consegue vincular essas moças. Lúcia- Laura eu continuo achando que a Aprosmig podia fazer mais, o que você acha que que a Aprosmig podia melhorar? Laura – eu acho que a Aprosmig no sentido de chamar todas as garotas até a Aprosmig é muito difícil igual a Zaza falou quando a gente chama para participar de reunião a eu tenho cliente marcado eu não posso perder o programa, eu tenho que pagar diária, olha o cliente ligou agora eu não posso perder 100 reais e tenho que pagar a diária. Eu acho infelizmente que no meio da prostituição, eu sou prostituta, mas eu tenho minha hora e laser, tem a hora que eu venho para a Aprosmig, tem hora de participar de evento, das reuniões, as nem todas pensa assim. Noventa por cento das garotas que vem para Belo Horizonte ou elas nem são daqui elas vem com objetivo de ganhar dinheiro, até mesmo o nessa pandemia você pode fazer o teste eu pedi muitas para colocar a máscara essas que estão expostas no meio da rua elas disse você não preciso, mas elas precisam. Às vezes você tenta um diálogo numa boa falando com educação eu como membro da associação querendo preservar a saúde dela, ela falou comigo o Laura se tá falando isso comigo porque
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você tem sua pensão eu preciso ganhar dinheiro entendeu, infelizmente em tudo que a gente faz é movido pelo diálogo, nada melhor do que um bom diálogo. Eu participei de uma reunião com a polícia, a polícia veio aqui para a Aprosmig ir lá na Pampulha conversar com as garotas de programa, eu levantei e falei que na vida tudo precisa de diálogo, o comandante concordou comigo porque o pessoal estava brigando e debatendo, eu falei brigar não resolve nada tudo resolve com dialogo com essa é minha opinião. Lúcia – Patrícia você tem mais alguma coisa a dizer? Patrícia -tenho. Lúcia - fala para nos Patrícia- você repete a pergunta. Lúcia - Dentro de tudo que a Aprosmig faz, você acha que tem alguma coisa que poderia estar melhorando na prestação de serviço? Patrícia - Claro sempre tem algo a se fazer ,mas quando a gente pensa assim a gente entende que poderíamos ter mais funcionários mas poderíamos ,mas a gente é uma instituição sem fins lucrativos né, a maioria da vezes a Aprosmig os membros tira dinheiro do próprio bolsa para manter a associação ,então eu acho que a gente precisava ,assim tá se você\~e não concorda enquanto garota, profissional do sexo , enquanto prostituta que a associação não faz tudo , porque a gente não traz você para ajudar a gente. O que você acha disso? Onde mais eu acho que a Aprosmig precisa de uma sede maior, porque se tem uma sede maior a gente tem condições de receber mais ajuda e tem condição de melhorar essa situação que elas deixam claro para a gente que a gente deixa a desejar talvez seja aí, mas eu só acho quando você diz para mim que enquanto instituição eu não te represento eu te pergunto o que você acha o que eu tenho que melhorar? Eu acho que você tem que me dizer ne? Olha eu acho que está falta isso, então vamos escutar uma a outra ne, vamos respeitar o trabalho da associação, vamos respeitar que é um trabalho difícil é a duras penas, entendeu, vamos ter respeito, vamos entender que se eu quero que melhore vamos ajudar, não vamos só ficar julgando subjugando só acha
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que poderia ser melhor. A Zaza foi taxativa dizendo que é um trabalho de formiguinha e é um trabalho de formiguinha. Vamos ponderar vamos, tá faltando alguma coisa? O que você acha que está faltando? Como você pode ajudar? Você acha que pode ajudar em alguma coisa? Espoe para nos enquanto instituição o que você acha que pode ser bacana? Lúcia - Gostei dentro do que você\~e falou é a gente precisa encerrar o vídeo dizendo o seguinte, cada um tem seu ponto vista, qual a nossa fala aqui hoje é um diálogo sobre a comunicação não violenta é estou devolvendo para você acha que é possível falar dessa forma tranquila pé no chão com quem discordou de você? Eu acho que a Aprosmig não me represente podia fazer mais, você seria capaz de responder tranquilamente e convidar estas pessoas para estar fazendo parte da Aprosmig sem brigar com ela sem ser violenta na sua resposta discordando dela? Patrícia- a um tempo atrás não, hoje sim porque hoje eu entendendo que eu não sabia o que era uma comunicação não violenta. Hoje quando eu tiver que discordar de algo que você disse para mim, eu vou discordar sim, mas eu vou fazer de uma forma que eu continue respeitando o trabalho que eu faço, mas também respeitando o que você acha o que eu tenho de fazer. Lúcia – eu acho que isso é muito tranquilo, eu acho que foi muito boa essa resposta porque é isso a comunicação não violenta é te falar exatamente o que eu tenho para falar sem te agredir, Laura - sem te agredir. Lúcia - exatamente. Quando você não discorda, é porque você concordou, mas se você discorda algumas coisas que você fala comigo também é positivo para mim para eu ver onde eu estou errando ou onde a minha instituição está errando. Acho que comunicação não violenta é isso te ouvir, te escutar, mas também me respeitar dentro daquilo que eu me proponho a fazer.
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A resolução de conflitos por meio da prática da comunicação não violenta vai além de ouvir com atenção, envolve aceitar e respeitar as pessoas como elas são.
FICHA TÉCNICA
Grupo DIÁLOGO COM A SOCIEDADE Mentora: Sheila Calixto Participantes: Patricia Borges Cleusa Marcia Borges: Zaza Mariely Gonçalves Laura Maria Entrevistadas: Ilza Dutra Miury Sully Lúcia Helena