De Corpo Presente

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De corpo presente a performatividade da presença- ausência



É tão difícil que as pessoas entendam, que uma obra de arte, qualquer obra de arte, reflete a visão da época em que foi criada. É tão, tão, tão, tão difícil. Mesmo as revolucionárias. Mesmo as que vão contra o status quo. Mesmo as escandalosas. Mesmo as que não são entendidas na época em que são produzidas. De alguma forma, estão todas ali refletindo o mundo onde vivem as pessoas que as geraram. Sempre que você ouvir um luminar da inteligência bradando coisas como “Por que nós não produzimos mais nenhum Monet? Meu Deus, esse mundo está perdido”, saiba: nós não produzimos nenhum Monet porque essa não é uma época de Monets. Para o bem e para o mal. Teremos nossos próprios Monets. Ou não. Ticha Maria





Ao investir em cultura o SESI-DRMG reforça a sua crença de que só se constrói uma sociedade independente e democrática promovendo o acesso de todos ao que de fato faz a diferença: o conhecimento. Em abril de 2017, fomos um pouco além por meio do projeto De corpo presente: a performatividade da presença-ausência. O projeto Possibilitou o acesso dos visitantes, ao processo de criação|produção dos artistas, vindo assim contribuir para ampliar o entendimento da arte contemporânea do público freqüentador da unidade e de seus funcionários, bem como levá-los a desenvolver uma percepção mais apurada e uma melhor compreensão do invisível processo criação|produção das artes visuais, ao colocar o espectador como parte essencial desse processo, que antes era desconhecido por ele, estimulando a interatividade autor |obra| espectador. Que este projeto desperte em todos o espírito inovador proposto pela Galeria de Arte do Centro Cultural Sesiminas.

Humberto Rezende Costa Filho Gerente Regional de Operações – SESI DR MG


Em nossa gestão à frente do Centro Cultural Sesiminas, temos dedicado especial atenção à produção e ao fazer artístico em todas as suas linguagens e expressões. Desde então, realizamos importantes projetos e ações em diversas áreas, como dança, música, artes visuais e literatura. A partir desse olhar para a criação e a produção artística, iniciamos, em abril deste ano, o projeto “De Corpo Presente”. A proposta era provocar um novo entendimento sobre o espaço expositivo, de modo a ampliar a interação entre espectador e obra e conduzir o público a uma experiência multissensorial. Para tal iniciativa, contamos com um time de 24 artistas, referências no cenário cultural mineiro, e com o público, que se tornou cocriador das obras. Por meio de exposições, mostras de vídeo, palestras, performances, rodas de conversas e oficinas, levamos, para a Galeria de Arte do Centro Cultural SESIMINAS, mais de 35 mil visitantes. Muitos deles nunca haviam visitado um espaço cultural, mas, a partir desta proposta, foram estimulados a entender e a produzir arte. Além de gerar emoção estética, resultante do contato direto das pessoas com os artistas participantes, que usam técnicas e linguagens variadas, o projeto “De Corpo Presente” possibilitou, ao público, reflexões acerca do processo criativo e da dinâmica de produção da arte contemporânea.


Demos um largo passo e permitimos que a Galeria de Arte do Centro Cultural SESIMINAS consolidasse seu papel de agente educador/transformador, tornando-se espaço com agenda circular, direcionado à produção artística ampla e plural, que, desse modo, contribui para a formação de públicos com maior visão crítica das artes visuais e de suas variadas formas de expressão. Entendemos que as ações nas áreas de Educação e Cultura traduzem a busca do Centro Cultural Sesiminas em promover a melhoria da qualidade de vida do industriário mineiro e do público em geral. Facilitar o acesso aos bens culturais e apoiar ações que contribuam, especialmente, para a formação do indivíduo são objetivos do SESI DRMG.

Karla Bittar Gerente do Centro Cultural Sesiminas


De corpo presente: para entender como o corpo (artista) presente se comunica a partir de sua materialidade|presença no espaço expositivo.

De Corpo Presente pretendeu diluir o individualismo empobrecedor que atinge não apenas as artes, mas todas as atividades humanas influenciadas pelo ceticismo dos valores humanistas dos tempos atuais. A diversidade de linguagens foi bem vinda e intencionalmente facilitada uma vez que o objetivo do projeto foi o de interromper o confinamento do processo criação|produção das artes visuais, estimulando o fértil deslimite do pensamento tanto do artista quanto do espectador, exigência que garante esperança para futuras criações coletivas ou não que possam resgatar o sentido convival, humanitário e educador da arte. Ao selecionar o grupo de artistas aqui registrado, reunindo-os em um mesmo espaço físico simultaneamente, não buscávamos nenhuma espécie de uniformidade visual ou reducionismo estético. Procuramos uma visão ampliada da produção das artes visuais de uma geração de artistas, tendo por critério apenas a potência da expressão da proposta de ocupação coletiva ou não apresentada por eles, independentemente da técnica. Assim esses vinte e quatro artistas nos deram ao longo de oito meses, uma visão do presente e um vislumbre do futuro do que poderá vir a ser a arte em tempos social e politicamente caóticos.


Expressaram-se através de variadas linguagens: pintura, desenho, performances, fotografias, instalações, objetos, sons e movimentos. Mostraram-se em total sintonia com a natureza dinâmica da sociedade contemporânea, falaram individualmente e, no conjunto, formaram uma voz coletiva, que constitui não apenas as das artes visuais, mas a voz de uma geração aflita, confusa, mas resistente e incomodada por não saber para onde a humanidade está caminhando. De corpo presente: para entender como o corpo (artista) presente se comunica a partir de sua materialidade|presença no espaço expositivo.

O Canteiro de Obras O Canteiro de Obras proposto pelos artistas Warley Desali, Paula Lanza e Loreno Ross, serviu de espaço tanto para a realização de oficinas com a participação, do público passante e funcionários, quanto para o “armazenamento de materiais, fazendo uma analogia com o atelier do artista” durante todo o período de desenvolvimento do projeto. A Galeria foi ocupada de forma dinâmica e circular, e os artistas foram compartilhando suas experimentações com generosidade e interagindo de modo amável com os espectadores, passantes e funcionários do CCS. O que se mostra neste Livro do Artista é o resultado de oito meses de diálogos entre artista|espectador, que através do estranhamento da proximidade do processo criativo com certeza foi um intenso aprendizado coletivo.

Os Corpos Presentes Warley Desali + Loreno Ross + Paula Lanza + André Nicolau + Flávia Jaqueira + Bianca de Sá + Mariana Zande + Christina Fornaciari + Juliana Gontijo + Karo Botura + Efe Godoy + Arthur Camargos + Vespa + Tiago Macedo + Alexandre Trigger + Christopher Paula + Saulo Pico + Raique Nic + João Maciel +Tatiana Cavinato + Paulo Nazareth + William Gomes Ocupações afetivas: Gilmara Oliveira + Pa Ma


Agradecemos a todos os artistas por terem aceitado esse desafio, pela colaboração e compreensão diante das dificuldades, das impossibilidades e das restrições que foram surgindo ao longo do processo, pelos muitos e bons diálogos, reflexões, sorrisos e aprendizado coletivo.

Esther Mourão

Numero de oficinas: 24 Numero de escolas públicas atendidas: 23 Numero de escolas SESI|SENAI atendidas: 02 Numero de Visitantes|passantes|colaboradores: 25000




canteiro de obras


Paula Lanza Warley Desali Loreno Ross

I Canteiro de obras Antes de iniciar uma obra, é necessário construir o canteiro de obras, de forma a garantir organização. Trata-se de uma área de trabalho temporária, onde se desenvolvem as operações de apoio e execução. Esse é composto de um alojamento para ferramentas e área de vivência para refeições, descanso, reuniões e criação. A estrutura vai sendo modificada ao longo da realização da obra, de acordo com os serviços efetivados. O trio ocupou a Galeria de Arte do Centro Cultural Sesiminas com a proposta de envolver as comunidades dos arredores da instituição, bem como outros coletivos, para um processo de criação conjunta. A fim de provocar uma fusão entre a obra da construção civil e a obra de arte, foi construído um alojamento de tapume que ofereceu apoio às atividades realizadas por todxs xs artistas e coletivos convidadxs, fazendo uma analogia com o atelier dx artista. Dessa maneira, o intuito foi promover um ambiente propício para o intercâmbio de ideias e processos criativos entre artistas participantes, coletivos convidados e público frequentador do Centro Cultural Sesiminas. Ao final da ocupação, não era possível definir autoria, nem distinguir o que era obra de arte e o que era obra civil. Os artistas convidadxs desenvolveram instalações com materiais de construção e rejeitos encontrados nas ruas do bairro Santa Efigênia. A constante alteração do espaço expositivo fazia um convite ao trabalho, à dúvida, e ao questionamento. Tijolos, areia, cacos de vidro, arames, brita, sobras de madeira e pregos deram forma a esculturas que, ora se apagavam entre os escombros de uma obra em processo, ora ameaçavam o público com sua aparência nociva. Em todas as ações foi possível constatar conflitos entre a zona de conforto estabelecida institucionalmente e as propostas de diversidade e uso democrático propostas pelo Canteiro de Obras.






II A convite do trio, a Academia TransLiterária marcou o evento de abertura do Projeto DE CORPO PRESENTE com a performance Ocupa TransLiterária. Mulheres e homens trans ocuparam o Centro Cultural Sesiminas com seus corpos e vozes, visibilizando a sua luta diária por meio da performance e da poesia. O objetivo do coletivo, formado por artistas de variadas linguagens, entre elxs, moradorxs da Vila Dias (ao lado do bairro Santa Efigênia), é incluir diversos gêneros na fala, na escrita e em todas as formas de arte. Um espaço em que os transgêneros tenham voz e sejam protagonistas da sua própria história e expressão artística. O grupo acolheu, ainda, o Cio da Terra – Coletivo de Mulheres Migrantes para a realização de uma roda de conversa sobre gênero e sexualidade, com as contribuições de Crystal Lopez, também integrante da Academia TransLiterária, e Paulo Vaz. O Cio da Terra é formado por mulheres chilenas, colombianas, haitianas, peruanas, cabo-verdiana, senegalesas e brasileiras unidas pela sororidade. Na oportunidade, as pessoas presentes foram convidadas a intervir no espaço expositivo da galeria, dialogando, assim, com o projeto DE CORPO PRESENTE. A fim de provocar uma reflexão em torno da migração como Direito Humano, o grupo confeccionou uma faixa de protesto semelhante a uma faixa zebrada de segurança com a hashtag: #MigrarÉDireito. Essas duas ações dialogam entre si, uma vez que reivindicam um novo olhar da sociedade para a diversidade. Corpos que, por muito tempo, permaneceram invisíveis, hoje protagonizam lutas por um mundo mais justo para todas e todos.



zeladoria


joão Maciel

ZELADORIA 00 Foi projetado para o ano de 2017, sobre o ambiente da galeria um programa de códigos astrais que exaltam o estado amoroso, a energia positiva e a harmonia, além de proteção e limpeza contra larvas astrais sobre aqueles que permaneceram ou transitaram no ambiente. De todos os khoans instalados durante todo período do projeto, os que apresentaram maiores danos nas flores, ou seja, maior absorção do negativo, foram os que ficaram próximos da conjunção entre a rampa que segue em direção ao restaurante e a que segue para o teatro.

01 Minha memória mais antiga de contato com o oriente é de um acontecimento ocorrido entre meus 07 e 10 anos no máximo. Estávamos eu e minha mãe na Feira Hippie, na Avenida Afonso Pena, quando muito de longe comecei a ouvir vozes, um canto, tambores e agudos sons de metais, apenas ouvi, não vi nada. O som despertou em mim uma atração como a do imã ao metal e uma sensação de que mesmo sem saber o que era aquela expressão e de não poder estar perto de sua origem naquele momento, ela me pertencia e preenchia lacunas no meu ser. Era algo que me parecia muito muito familiar.

02 Deve haver aproximadamente cinco anos que conheci Swamiji. Ainda não sei onde nasceu, mas sei que sua família é de Goa, foi ele quem me falou sobre similaridades entre Nossa Senhora da Conceição e Durga Mahagouri.


Comecei a receber recados em sonho e ter complexas vivências astrais após meu fardamento e iniciação no Reiki Karuna. Após fazer uma primeira leitura de meu mapa astral, védico, ele disse que sempre trabalhei pelas artes e caminhei pela estrada do divino, desviando mais ou menos do caminho. Disse também que arte e ciência espiritual podem chegar a ser práticas indissociáveis.

03 Zeladoria. Zelar é um exercício de atenção, de consciência. Aqueles que pretendem zelar por si, terão sempre uma melhor perspectiva sobre o desenvolvimento de seu aparelho se cultivarem a prática pela constante auto observação. Autoconhecimento é empenho na transformação. A mente após expandida, não retrocede. Zelar por sí é zelar por todos. Zelar pelo outro é não fazer ao outro o que não quer que seja feito consigo, esta situação kármica é fato, se colhe o que se planta. O zelo universal é uma postura amorosa firmada na compreensão de que a vida se apresenta de formas infinitas. Uma pessoa é um aparelho.

04 Chá Chaya Ingredientes: ½ litro de leite integral, ½ litro de água, 03 a 04 sachês ou colheres de chá preto, 08 cardamomos e 08 cravos macerados, 05 rodelas de gengibre fresco, 02 paus de canela e açúcar mascavo. Preparo: em ½ litro de água fervente, acrescente o cardamomo, canela, cravo, gengibre e chá preto até levantar fervura. Mexa 05 vezes. Quando ferver acrescente o leite e açúcar mascavo a gosto até ferver, desligar e coar.





mural colaborativo


Alexsandro Trigger Christopher Paula Raique Nic Saulo Pico

Hunko é coletivo

O HUNKO constrói seu trabalho tendo como foco o entorno da Galeria de Arte do Sesi Minas. Seu ponto de partida é o Edifício Luiz Estrela, lugar este que foi palco de terríveis atrocidades ao longo de seus 104 anos. Abordamos a arquitetura dos espaços considerando sua história, porém, tomando como foco a sua poética e recortando os mais significativos. Assim, criamos um mapa considerando a localização de cada espaço e tomando o cuidado de deixar geograficamente correto. Buscamos interagir ao máximo nossos trabalhos e pesquisas com os passantes da Galeria, fizemos questão de parar a produção para explicar nossos desenhos a fim de estabelecer uma relação com quem tivesse curiosidade. Convidamos aqueles que quisessem pintar, desenhar, conversar ou se relacionar com o nosso trabalho da forma que bem entendesse. O interesse foi grande e o diálogo poderoso. Nessas conversas com diversas pessoas, nas pesquisas pelo Bairro Santa Efigênia e seu entorno e cada segundo dentro da Galeria foram trocas de saberes e energias que fortaleceram e trouxeram novas perspectivas para nossa produção, afirmando o HUNKO como um grande coletivo artístico. Alexsandro Trigger (HUNKO) – Setembro de 2017 – Belo Horizonte/MG


“Foi tipo observar a cidade de dentro de uma árvore.” Hunko são quatro navegantes em um pedaço de madeira que chamaram de canoa, guiados por uma carranca na proa. Navegam juntos, remam contra a correnteza, pairam feito folhas secas em rio caudaloso. Esperam, observam e continuam a desenhar as linhas de uma onda da pororoca. Foi necessário sentir-se árvore para perceber as arquitexturas da cidade. As raízes que desconcertam a calçada, as casas tortas pela ação do tempo, os prédios sinuosos parecendo braços de cactos, a falta do verde e o excesso do cinza. Lugares com muito luxo, pouca sombra e sem frutas frescas. Navegamos sobre as árvores, de galho em galho, fomos nos comunicando, pedindo licença para observar Santa Efigênia, bairro cheio de histórias e lugares importantes na formação da capital mineira. Parecia em alguns momentos, uma pacata e tranqüila cidade do interior, daquelas onde todo mundo se conhece. Mas havia outro movimento, aonde as cidades do interior vêm sendo transformadas e agigantadas para se parecer com as grandes cidades do mundo, com muitas construções, prédios e cimentos, continuando o ritmo global. Decidimos entrar de vez para dentro de uma árvore, para observar tais mudanças de perto. Havia uma grande distância entre a arquitetura natural das plantas e a arquitetura dos homens-cimentos. Mas por que não seguir as curvas da natureza? Deixar que os galhos de uma árvore apontassem os caminhos ou que se integrassem e adentrassem as janelas feito minhoca na terra?


No coração de árvore pensávamos em um pó de cimento tipo especial para adubar e fortificar a raiz na terra dessas novas casas, prédios, igrejas, moradias, lugares que guardariam vidas e energias de outras vidas, completamente ligados à natureza. Observamos de perto as novas construções, como o prédio do lado da velha casa, com suas montanhas e mais montanhas de concreto, sem muitas cores, estáticos, longos, altos e magros, como os padrões de beleza que ainda ignoram a diversidade. A velha casa que já foi charmosa, a mais bela do quarteirão, galanteada pelos melhores moradores que sorriam e elogiava seus contornos não tinha mais a aparência do momento. Com jeito de abandonada e a cara murcha pelo tempo, cheia de rugas, colunas empenadas, teto quase todo podre, ralo e fraco, quase a cair, contava os dias até se tornar recordação. É difícil acreditar, mas esse era seu destino. De perto, bem de perto, a casa estava repleta de histórias, marcas e desenhos que vem com o tempo, só com o tempo. Adentramos em seu quintal, na canoa de nome Hunko, remamos pelas folhagens da copa de uma frondosa mangueira, observando e fazendo anotações. No silêncio quase total, interrompido por buzinas e comentários de pássaros, se notava certo burburinho entre a velha casa e a mangueira, talvez conversassem sobre as incontáveis primaveras que haviam passado juntas. Pareciam sentir saudades de outras casas, outras arquiteturas de árvores, outros caminhos que não estes que teimaram em reproduzir, distanciando os animais, cortando galhos, desmatando reservas naturais, aprisionando e poluindo os rios, vendendo e entregando a natureza como mercadoria qualquer. Na velha casa, abandonada, desocupada, estava pendurada em seu pescoço uma placa de “vende-se”. Somente lhe faziam companhia algumas árvores ali por perto, alguns matos e bichos que faziam os desenhos pelo chão e paredes. E nós, os navegantes, que já não estávamos só, pois durante as remadas fomos encontrando mais e mais navegantes que subiram nessa canoa. Ficamos e insistimos em admirar e deixar marcados em desenhos a desconstrução dessas várias arquitexturas de mundo, vistas de dentro de uma árvore. Saulo Pico (HUNKO) - Agosto de 2017 - Belo Horizonte/ MG


Sobre integrar-se e não ocupar Em algum momento da história parece que não havia mais a possibilidade de continuar a viver do modo como o capitalismo mandava viver o ser humano, não havia espaço para o individual em relação com o espaço, havia somente a necessidade da generalização, de humanos, somos sim um coletivo de pessoas, mas no final somos um. Uma metáfora que parece difícil demais para a sociedade entender pelo menos agora, mas dominada desde sempre pela natureza, e esta sim sabe o que é ser todos e um, sobre como ocupar o espaço na sociedade, e quando esse espaço foi ameaçado a natureza fez o favor de trazer de volta seu equilíbrio. Percebe-se como a natureza ocupa de modo perfeito o espaço enquanto o ser humano se apodera de forma desordenada? Dado certo momento, houve sim uma tentativa de imitar a natureza, mas ainda somos jovens demais para alcançar esse nível de harmonia, tentamos integrar uma construção a outra e tentamos integrar a natureza, o resultado parecia certo, mas no final ainda precisamos aprender mais, mais do que qualquer um poderia ter visto. Uma árvore não precisa de elevadores, muito menos pilastras quadradas, ela vem e pede licença a mãe terra para fazer parte do ciclo. A cidade já não era mais viável para seres humanos, por isso a natureza veio e através de seu clamor silencioso tomou para si aquele espaço que nunca deveria ter sido tomado de si, o que sobra desta batalha com vitória já declarada foi somente os resquícios de algo chamado Homo sapiens. O que sobrou no final desta história são resquícios, para lembrar aos próximos que virão, para que eles se integrem a natureza e que peçam licença para entrar em sua casa. Christopher Paula (HUNKO) - Setembro de 2017 - Belo Horizonte/ MG


A partir de si, a cidade Hunkoletivo navega como um ser nada mitológico de quatro cabeças por uma coexistência diversa, resignificando por um viés arquitetônico-sensorial a interação entre o ser natural e o ser fabricado, duas forças que brigam por espaço deixando registros e distribuindo histórias que se permitem ser absorvidas. Essa espécie de coletivo se permite vivenciar e registrar em panos e papéis as histórias dessa relação, trazendo uma discussão para dentro do espaço, com uma visão direcionada ao seu entorno e suas experiências. Poeticamente assertivo, como uma investigação de si e da cidade em si Mesmo. A cada pincelada e punhado de terra manipulados durante a ocupação do espaço galeria/ateliê, a investigação foi se concretizando ligando pontos desse trajeto percorrido, se descobrindo como uma espécie de tudo, se tornando esse híbrido da força silenciosa da natureza que percorre o metal, e atravessa cimento frio, mas cheio de vida. Raique Nic (HUNKO) - Setembro de 2017 - Belo Horizonte/MG








dialógica


Bianca de Sá

Dialógica

Estar presente na galeria permite vivê-la e pensá-la de uma outra maneira. Enxerga-se objetos não artísticos que invadem a galeria, mas ao mesmo tempo convivem de forma harmônica com objetos de arte. Vêse por outros ângulos trabalhos que já existiam e cria-se outros que só fazem sentido naquele espaço. O trajeto da casa da artista até a galeria pode tornar-se elemento deste fazer experimental. As ideias iniciais são como um papel fotográfico exposto ao sol que pode virar apenas um papel velado ou assumir formas e texturas. Estar na galeria exige coragem de expor não só os objetos finalizados, mas também seu processo de criação e mais que isso, expor a si mesmo. E todo esse processo envolve auto conhecimento e reconhecimento do seu lugar enquanto artista. É necessário pensar a si, seu trabalho e o outro e estar aberto ao fazer, desfazer e refazer.


“Fotografias Proibidas” é um livro de exemplar único que traz fotografias originais feitas com câmeras instantâneas e que não se enquadram no ideal de qualidade técnica. O foto-livro tem tamanho 8,5x6,5 cm e é vedado por uma faixa de interdição, servindo como barreira ao acesso as fotos. O trabalho problematiza o padrão estético imposto à fotografia e questiona quais fotos podem ou não ser exibidas. Em paralelo, os corpos retratadas são femininos. Corpos que são constantemente agredidos por padrões. Uma analogia entre o permitido e o proibido nos campos simbólicos dos corpos e da arte.


Efigênia A partir de fotos compradas em sebos e mercados de pulgas, Bianca de Sá cria estórias fictícias sobre o Santa Efigênia, utilizando personagens que nomeiam as ruas do bairro. “Efigênia” pode ser considerado um desdobramento do trabalho “Isabel”. O trabalho anterior, “Isabel” um pouco da história da vida da artista a partir de um álbum fotográfico fictício de sua avó. Já “Efigênia” foi feito especificamente sobre o entorno da Galeria Sesi Minas. Ambos se utilizam de imagens que somadas a pequenos textos contam estórias inventadas. A fotografia, que tradicionalmente possui caráter documental, assume identidades imaginadas num jogo de ficção versus realidade.


tecendo letras.


mariana zande

A palavra e a galeria

Em tempos de arte fora das caixas as interdisciplinaridades se tornam urgentes. Os artistas de Corpo Presente na galeria fazem arte para além das obras. O processo está em exposição – gestos, trocas, técnicas, diálogos – tudo é parte da obra e a obra é o todo. O artista é pessoa comum, que transita, experimenta, troca com o público que agora é coautor. Assim, rompendo as retrógradas barreiras invisíveis, cabe na galeria a literatura, pode a palavra ser visual. Mariana Zande é escritora e ocupou a galeria numa vivência fluída e sensível às interferências do espaço, do público e dos outros artistas. Foram versos escritos nas paredes, nos puff’s, no corrimão. Foi o convite ao público para que deixasse a sua palavra de arte em exposição. Foi o caminho da galeria à biblioteca sinalizado com o convite aos passantes: que percebessem os diálogos, o texto e as artes visuais tornaram-se um só e tantos.




transitivo


Tiago Macedo

TRANSITIVOS: VIVENCIAS EM ZONAS DE PASSAGEM

Retrato, lugar, reconhecimento, afeto, rotina Projeto experimental em que se objetiva traçar uma relação entre o espaço da galeria de arte e funcionários do Centro Cultural Sesiminas. A galeria será ocupada com uma exposição em aberto, que irá se construir ao longo da ocupação|presença, tendo como coparticipantes os funcionários do Centro Cultural Sesiminas. A galeria se transformará em um espaço de construção público que irá se configurar para além de um local de passagem de funcionários ou apenas de visita aleatória do público que já frequenta a galeria. É interessante pensar que um funcionário de uma instituição pouco tempo tem em seu dia a dia para participar de processos criativos. Seu tempo é cronometrado desde que acorda. Pega o onibus, segue para o trabalho, se tranca em uma sala, almoça, termina o expediente e vai de novo para casa. Essa rotina muitas vezes elimina a necessidade que temos que se por a deriva, de devanear, aspectos esses importantes para a criação artística.




garagem 84-i


flávia junqueira André Nicolau

garagem 84-i Diante da realidade de ocupar uma galeria de arte, transformando o espaço expositivo em um atelier aberto ao público tivemos grandes desafios no como fazer. Um deles seria condensar todas as etapas do processo de uma gravura, com um público que nunca havia tido contato com a técnica e teria em torno de 50 a 70 minutos disponíveis para aquela atividade. Durante os momentos de atelier aberto e das diversas oficinas ministradas, a metodologia foi a mesma usada nas atividades em nossa sede: uma breve introdução sobre o tema e mão na massa! O aporte teórico é passado de maneira informal, num bate-papo junto com as orientações do que deve ser feito na medida em que as gravuras surgem nas bancadas de trabalho. Em alguns casos o material foi adequado aos participantes – no caso das crianças menores de 10 anos a matriz usada foi o e.v.a.; a gravação feita com lápis H e a impressão feita com tinta à base d’água, atóxica. Os trabalhos realizados durante o ciclo de atividades tiveram resultados para além do satisfatório como notamos no depoimento de uma das participantes: “Acreditava que era uma técnica mais difícil, que precisasse também de muitos materiais caros. Vi que não. ” “A mostra “Corpo Presente” me instigou pelas maneiras de fazer desde o princípio. Abriu possibilidades, exigiu novas pesquisas e fez com que eu me deslocasse da zona de conforto para lugares desconhecidos. Estar presente me exercitou enquanto ser artístico e social. Foi necessário reciclar energias e avaliar os processos todo o tempo, dada a casualidade do formato aberto. Vejo a experiência como um espectro de trocas, com alcance longuíssimo que me ensinou novos caminhos e possibilitou novos horizontes para persistir na caminhada como artista.” André Nicolau “Fazer parte da De Corpo Presente é viver politicamente a Arte Contemporânea. Ser Garagem 84-i nesta mostra é ser uma das mãos que inscreve a Gravura nesse cenário contemporâneo e reafirmar nosso empenho em prol da


aproximação entre público e arte. Desempenhar esse papel e observar os outros artistas, cada um à sua maneira, lidando com a estrutura oferecida dentro de suas potências e suas limitações engrandece nossa prática artística e nosso aprendizado.” Flávia Jaqueira A convivência diária com artistas como Thiago Macedo, os integrantes do Hunkoletivo, Juliana Gontijo, Tatiana Cavinato, Carolina Botura, Gilmara Oliveira e também os vários participantes da convocatória VESPA, deram motivação ao desenrolar de nossas ações. Tivemos a oportunidade de nos perdermos entre ser público e artista, para assumirmos uma identidade híbrida enquanto ocupamos aquele espaço – o que, talvez, possa ter sido a experiência que mais deu vida aos momentos que passamos ali na galeria.



vespa


gilmara oliveira

vespa

24/07/2017 Abertura. Pernas, braços, corpos, pele, músculos, membros, ossos, pelos, poros, sal. Eu já estava. Primeiro contato, conexões, café do teatro, como estava por perto vim ver a temperatura. Qual é o tamanho? A dimensão? O que a loucura pode te proporcionar? Existe lugar de não ser? O que é ser normal? Quem define o que está dentro ou fora da normalidade? Não saber o que vai acontecer é se unir pela dúvida, pela incerteza, aberto ao aprendizado e movido pela curiosidade; e também tem o desejo de se expressar que é intenso. Pessoas com desejos fabricam querências; e conexão é onde couber, sem limite de idade na convocatória; uma vivência aberta, plural, menos burocrática. Desejo de encontro para fazer algo que não se sabe o quê; sem cronograma. A loucura seduz e lidar com ela é o que atrai à junção, pelo desejo de encontrar pessoas com desejo. Abraço a loucura, aberto ao encontro; mas se desapegar de tudo é loucura. Conhecimentos contagiados pela loucura, a fim de alcançar o estado normal, pela necessidade de se inserir. Para ser louco, só me faltam dois buracos. Gilmara Oliveira . Noemi Assumpção . Italo Augusto . Álvaro Paiva . Daniel Rocha Silveira . Mariana Rocha . Marlla Antonini . Zi Reis . Raylander Mártis . Gabriel Mendes . Joi . Guilherme Aguiar . Luc Souza . Arthur Camargos . Davi de Jesus do Nascimento . Rodrigo Marques . Tiago Macedo . Ana Clara Ligeiro . Jonata Vieira . Bahia Iabah . Morgana Rodriguez . Janaina Lages . Rafael Fernne . Esmeralda .


“0001/u portal permanece aberto . serra quekeima nu bairro nobre. vespa 2017. keima kurral. cerveja. milho trans-gerais. quero recesso. espaço para refletir sem interferências lo.cura lo.cura . cura . conexão . contagem . beloris horto. santa efigênia . uva . melão . lápis hb . vontades. blusa amarela y calça preta. desejos corpóreos. energéticos gozosos. você y eu d mays. arte tupi. nikin. rede. or not tupi. is the kuestion . rosa . vermelho. TV. bh contagem. 24 du sete.” Jonata Vieira 25/07/2017 Dia Fora do Tempo Os Maias consideravam este dia como uma grande oportunidade de reciclar, recomeçar, recarregar as energias, libertar o que já não é mais preciso, agradecer por tudo o que já foi recebido no período anterior em todos os aspectos, agradecendo inclusive os momentos menos bons, pois eles também são aspectos importantes em nossa aprendizagem e evolução como seres humanos, cuja essência é espiritual. Todo dia 25 de julho é o dia fora do tempo ou o dia do perdão, que antecede o ano novo Maia, que se inicia em 26 de julho. Neste dia recomeça um novo ciclo com o nascimento astronômico de Sirius, que se eleva no horizonte juntamente com o Sol, trazendo uma energia de limpeza e purificação interior, trabalhando os nossos corpos sutis, principalmente o emocional. ‘...Já sei pra onde eu vou Vou sentir o calor da rua...’ Franscisco El Hombre Desenho, gravação de áudio, pintura, anotações, aluguel de imóvel – apartamento para artistas. Gilmara Oliveira . Álvaro Paiva . Zi Reis . Guilherme Aguiar . Bahia Iabah . Raylander Mártis . Tiago Macedo. Janaína Lages . Jonata Vieira. “002/ aluga-se felicidade coletiva por 24 horaxxx. travessyas. caçambas . manaus com padre marinho . fora marinhos . contato . ppks . espaço ativado . toke . ppk livre . cabelos cortados . lançamento. lança . lançou . fui atingido . 24 horas . vinho . 24 horas . explo . ração . explosão . bom ar . maconha . bom ar . impregnação . beck . olha o cheiro . 24 h . que tal dormir aqui . prédia comercial . lua . vento . galerya . polvilho . nós . orgya energétika . vespa . vespa . vespa . 25 du sete.” Jonata Vieira


26/07/2017 O que é um Artista? Sarah Thorn . livro . adquirir . A terra do Não-Lugar dialogos entre antropologia e performance . pesquisar Francesca Fini // trouxe para compartilhar, nove livros. O erotismo como ruptura . Violência . Conversações . Hegel textos escolhidos . As vidas dos artistas . Dicionário de pequenas solidões . Escritos de artistas . Crise e insurreição . Ano de chumbo. Com autorias de Luciana Borges . Slavoj Zizek . Gilles Deleuze . Roland Corbisier . Calvin Tomkins . Ronaldo Cagiano . diversos . diversos . Marcos Assis. Bahia é formado em moda mas não estava seguro. Vê a performance num lugar entre o cinema, o teatro e a vida e pensa as redes sociais como uma grande performance. Luc estudou teatro no Valores de Minas e pesquisa sobre as diferenças e as particularidades dos indivíduos. Italo trabalha com dança, atravessa a performance e veio para a Vespa porque está vazio de ideias. Zi trabalha com audiovisual mas ama passear por todas as linguagens, pesquisando metáforas sobre a morte, a família e o feminino. Rafael é artista visual e sua pesquisa é existencialista e auto-destrutiva, pois gosta das possibilidades de erro, adorando vídeo e pintura. Raylander ama panetone de chocolate, enfrenta o luto da graduação e de um grande amor, se interessando por ações duracionais que falem do cotidiano, das burocracias e das relações interpessoais. Gilmara Oliveira já estava e continua, tento uma queda por assuntos relativos à violência entre gêneros e como lidamos com a mesma. Mariana Rocha reflete sobre o morrer e o matar, lidando com a pulsão de morte, numa linha de pensamento que define como teatro anatômico. Jonata chegou depois e ama tudo. Capitalismo Gore – México // Metropolítica/Mambembe – África . pesquisar . redes sociais = ajuntamento de performáticos chatos “003/desejos gozózus. criaçaum . ponto. desejos. excitação. mayô . ed. terra . ed. maravilha . ed . mart . calça preta blusa dinz . melão . vespa . galeria . quarto andar . rua . rotatória . eu. Ana . você . nós . festival . quintasextasabado . vespa . casa ao lado da padaria . rua manaus . estrela . luiz . desejos controláveis . voláteis . seu cabelo cacheado . floriano peixoto . rango . rasgo . corpo pinto . corpo ku . corpo festa . pais veganos rikos . artistas veganos pobres . relato ordinário . fif . desfile . UFMG educatyva . desejos incontroláveis . cura . falta gozo . solta . desprende . cospe . engole . art . organyko . roupa que desejo ser velado . mort . festa . corpo nu . vespa. 26 du sete.” Jonata Vieira


27/07/2017 Desenhando a programação da VESPA f(x)³ . Álvaro, Por um trabalho feliz, Shakespeare X Julio Cesar/Basolini, sexta de 14h às 18h . Luc, em uma espécie de ruptura com a bagagem memorial católica autoral, o artista recria um terço; Terceçório. Jana e Luiza pães/massa. Vixugo acabou de chegar e deseja somar com Cromasomos na sexta às 14h. Velório na galeria será possível – ninguém irá nu porque está frio. Daniel Rocha fará Chuva às 19h, também em vinte e oito do sete. “004/re.flexão y conexão . presença energétika . sol preto . re. flexão . new rabisco . dor . dormência . sexta sábado planejamento . 16h de sábado . conexão . eskape . sentimentos vazózoz . liquidez . rompimento colonialista . palmeiras da floriano peixoto . palmeiraz . rua . conexão . des. conexão . sete menos quatro . presença fluida . u conhecido my recusa . u fácil my recusa . u permanente my recusa . processos paralelos . rotatórya . não permanente . rua padre marinho . detesto padres . fora marinhos . fora temer . saravá vespaaa . 27 du sete.” Jonata Vieira

28/07/2017 Bahia demanda $ para voltar pro Rio, + toalha e papel higiênico. Guilherme faz Otrus. O tempo passa, o dia voa, as ações são intensas, algumas simultâneas, nos perdemos no vai e vem, seguimos. Henrique panfleta um abaixo à raça humana, Cenoura não é Salsicha por não encher barriga de Noemi e Eu Tu Elx velamo-nos bebendo as cinzas da tia-avó de Mariana. “005/orgya energétika . pegando no tranco . reta final? . conexão . mergulho . arte . crianças no espaço . arte . morte . celebraçaum . coroa . flores . caldo da re-flexão . experimentação . registro . coletivo . vela . pote . arêêa . ações . ações . indiretas . diretas . inchaço . festa . corpo . blusa rosa calça preta . loucura canalizada . desafios . rompimentos . soluções . realizações . prazer . 28 du sete.” Jonata Vieira


29/07/2017 Jonata e Ana servem caldo, Rafael, Gabriel e Bahia produzem um som noise, Bahia ainda se mumifica em papel higiênico, Gilmara testa apagar memórias não escritas, Marlla aparece e sopra plumas assobia e dança à Santa Sangre, Luc esfrega e joga água na calçada, Ítalo convida à escrita e abraçado a estas cartas dança, Renato conta suas gafes de viagens. “006/finalmente u gozo. Loka . Lokura . detonada . Rasgada . Penetrada . Caldo de feijão da reflexão . Conexões das Santas . Santas Teresas . Santa Efigênia . SaAtiva . Ativa . Saliva . Gozo . Caldo . Rosa . Para tudo . Eu adoro . arte vale a pena . a pena . pena . vagabunda . calça preta blusa preta . Desejos . Cebolinha . desejos precoces . Rio . BH . Encontros . Performance . ações . sol . como voltar . sacou o lance? . não vou na fervo . Exausto . O caldo é vegano . Re. flexão . Álcool . Detonando . bicho pau . bala Raus . putz . estou perdida . Achey . Budismo . lu . estou sem entender . Demora . Égua . Interior . exterior . o que vou levar? c. Paola fumava maconha. vespaaaaa. Saravá. 29 du sete.” Jonata Vieira

30/07/2017 Piquenique de despedida, sugestões, entendimentos, agradecimentos, vaquinha. Pensar na possibilidade de convocatória para a Produção da Vespa, agregar e dividir mais, ser realmente horizontal. Me pergunto o que dizer de dias tão intensos e incríveis, por suas possibilidades de trocas e consagrações. Mas a resposta está na pergunta, porque nos é mais caro o caminho do que o destino a alcançar. Gratidão a todxs pela confiança e parceria, gracias a Ticha Maria; nos vemos algum dia . Gilmara Oliveira * Esta edição foi sonhada junto pelas Vespas Carolina Botura, Gilmara Oliveira e Pa Ma, coordenada por Gilmara Oliveira e concretizada pela disposição de vinte e quatro corpos dispostos a vivenciar a loucura, o acaso, o encontro, o devir e o porvir. Somos todxs Vvvvvvvespas.






cujo corpo


christina fornaciari

cujo corpo Do uno ao universal, do estético ao cultural e político, o corpo mobiliza o conjunto de vozes que tecem o emaranhado artístico desta intervenção. A voz cujo corpo fora apagado, volta a materializar-se, e, novamente, se faz visível, presente, tangível e concreta. Voz que sussurra, grita e desafina na urgência de um contexto histórico caótico. Falas ganham corpo a partir de lugares marcados por suas especificidades, tais como gênero, subalternidade, inserção ou marginalidade social, relações de poder, memória. Com o objetivo de atentar para um redimensionamento dos afetos que atravessam a confissão, o sarcasmo e o protesto, a intervenção arrasta um território sobre o outro, entrando na dimensão do humor e da festa, mas também do confronto e da resistência. As obras-experimentações propostas na intervenção podem ser divididas em três nichos: corpo e violência corpo e religião corpo e memória Em corpo e violência, as obras “Manaus: eles estão bem mortos” e “Ardeu 33 Vezes” buscam na arte um lugar onde seja possível ultrapassar o desespero da agressão, retratando por meio da ludicidade, do jogo e da aventura, esse corpo cujo sofrimento é intolerável. “Manaus: eles estão bem mortos” aborda os massacres em presídios no Brasil, mais especificamente, o assassinato de 56 presos em uma penitenciária na zona rural de Manaus, no dia 1º de janeiro deste ano. Mui-


tos dos presos morreram esquartejados. Fotografias e vídeos veiculados pela mídia mostraram corpos separados das cabeças, lançados para fora do presídio e depois organizados em fileiras, hermeticamente embalados em sacos plásticos pretos. Não sem uma carga de ironia, a obra propõe um encontro com a dureza da realidade de tais corpos, mas também a sua ressignificação. Para tal, a artista espalhou no espaço expositivo 10 réplicas da chamada “embalagem para óbito”. A imagem dos sacos vazios evoca o corpo cuja vida foi retirada, mas ao mesmo tempo remete a um lugar seguro, um abrigo quente e fechado, onde não mais se sofre. Num movimento de realçar as condições desumanas da vida no presídio, o saco (morte) produz ruptura para o alívio – no limite, estar aqui, morto, é quase uma jogada de sorte. A ação se desenrola com a iniciativa da performer, que permanece por algum tempo dentro do saco, como num convite ao público que, se desejar, pode também experimentar seu interior. “Ardeu 33 vezes” foi concebida meses após o crime de estupro coletivo ocorrido na Zona Oeste do Rio de Janeiro em maio de 2016, em que uma jovem de 16 anos foi violentada por 33 homens. Não satisfeitos com a crueldade do ato, os estupradores filmaram a jovem nua, ensanguentada, dilacerada e desacordada, para então publicizar a filmagem na internet. Na performance, a artista realiza a ação de comer 33 pimentas. Se no início da ação a performer se limita a contar em voz alta as pimentas ingeridas, ao longo do ato as pimentas provocam movimentos involuntários em seu corpo. Entrelaçados a frases entrecortadas e pequenos trechos retirados dos noticiários sobre o caso, essa combinação de fluxos constroem pontes que conduzem os espectadores a entender o que ali se passa. Como num jogo, os espectadores entendem a regra: para cada pimenta, um estuprador. Logo, a performer deve ingerir 33 pimentas. Esse entendimento permite encontros imprevisíveis, onde diversos integrantes da plateia decidem tomar o lugar da artista, poupando-a de arder todas as 33 vezes. A performance foi realizada duas vezes durante a intervenção, uma na galeria do Sesiminas, e outra, na Praça Floriano Peixoto. Vale


destacar que público da rua participou ativamente do jogo, comendo cerca de 10 das 33 pimentas previstas. A ingestão provoca o ardor, transforma os corpos e produz a metamorfose, um vir a ser; identificação imediata na fissura da obra. Poderíamos evocar uma passagem do livro Mil Platôs, em que Deleuze e Guattari afirmam: ”Mas a arte nunca é um fim, é apenas um instrumento para traçar linhas de vida, isto é, todos esses devires reais, que não se produzem simplesmente na arte, todas essas fugas ativas, que não consistem em fugir na arte, em se refugiar na arte, essas desterritorializações positivas, que não irão se reterritorializar na arte, mas que irão, sobretudo, arrastá-la consigo para as regiões do a-significante, do a-subjetivo e do sem-rosto”. O segundo eixo da intervenção, corpo e religião, é abordado pela performance “In God we trust”, na qual a artista oferece ao público a possibilidade de fazer um jogo lúdico envolvendo hóstias, tinta comestível e uma série de carimbos, feitos a partir do relevo de moedas. A ideia é profanar o dispositivo da hóstia (e sua metáfora ao dinheiro), no sentido apontado pelo filósofo Giorgio Agamben em seu texto Profanações: “Sagradas eram as coisas que pertenciam aos deuses. Como tais, elas eram subtraídas ao livre uso dos homens. E se consagrar (sacrare) era o termo que designava a saída das coisas da esfera do direito humano, profanar, por sua vez, significava restituí-las ao livre uso dos homens.” A transubstanciação material e simbólica impressa sobre as hóstias as transpõem do campo do sagrado para o campo comum e, deste, para o campo estético. Abrem-se as regras que até então governavam o uso do dispositivo. Do Corpo de Cristo ao símbolo capitalista, passando pela imagem da pílula deitada sobre a língua jovem, até o lúdico móbile de embalar sonolências.... Christina rouba elementos e os reagencia, desfazendo procedimentos usuais e inaugurando novas rotas. Em corpo e memória, Christina convidou a artista Rebeca Lima para apresentar a performance “Ações do fim - ação número um”, de autoria de Rebeca. Trata-se da primeira de uma série de notas performáticas so-


bre aquilo que se encerra. Numa abordagem ao mesmo tempo autobiográfica e social, a performer registra o que resta de um final: o corpo e a marca no corpo. A cada vez que Rebeca cruza olhares com um espectador,ela carimba uma boca em seu corpo. As bocas carimbadas sobre Rebeca nos olham, nos falam. Elas narram uma memória cujo corpo nos avizinha, em nossas próprias problemáticas de finais nem sempre discretos, nem sempre coloridos, nem sempre perpétuos. A cada carimbada, vão se construindo paisagens inéditas, saltos, curvas, retrocessos, idas e vindas. E o que fica após o fim? É isso que a obra pergunta, e é também o que nos oferece. Nas palavras de Lanussi Pasquali: “Cada vez que experimentamos uma obra que nos afeta, sentimos crescer uma força errática, dançante, que nos maravilha, plena de alegria e de resistência: a arte é sim uma atividade diferenciada do resto da cultura, que ultrapassa o senso comum. Uma vitória sobre a morte”. Além das performances, a intervenção contou também com exposição de 18 fotografias, uma série de vídeo-performances e um compartilhamento da participação de Christina Fornaciari no programa de residência artística no LADA - Live Arts Development Agency, em Londres, realizado durante 3 semanas em julho 2017.

AGAMBEN, Giorgio. Profanações. São Paulo: Boitempo Editorial, 2007. DELEUZE, Gilles e GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. Vol.3. São Paulo: Editora 34, 1999. PASQUALI, Lanussi. Arte como jogo. Salvador: Blade, 2013. --





troco desenho


juliana gontijo

troco desenho

A vida não é fácil… Para muitas pessoas é difícil imaginar do que vive um artista. No dia 18 de setembro, durante a ação TROCO DESENHO, ouvi de um advogado que é muito difícil um artista ser valorizado em vida. Nessa conversa, ele citou Van Gohg e disse que não era fácil escolher essa vida, que para alguém tomar essa decisão teria que ter alguma certeza, e que por isso, nós artistas somos pessoas especiais, diferentes. Em seguida tentei negociar com ele uma troca. Por ele ser advogado, propus que ele trocasse comigo uma consultoria por um desenho. Imediatamente ele me respondeu: “ah, mas aí teriam que ser muitos desenhos…” E foi embora sem trocar nada. Me pego a pensar: esse homem foi totalmente coerente com sua fala sobre o artista, pois ele não acredita que o que eu faço, enquanto estou viva, tenha tanto valor. Preciso, antes de prosseguir, deixar claro que a obra de arte que propus foi a ação de troca. Os desenhos em si são meros instrumentos para que essa obra acontecesse. Lembro-me que a primeira troca que fiz foi com uma curadora. Recebi uma ilustração impressa com a qual ela faria um bordado e um ticket do metrô de Nova York cuja validade havia expirado. Nessas ações de trocas realizadas durante os oito meses em que a exposição Corpo Presente esteve na Galeria do Centro Cultural Sesiminas, pude me relacionar com uma série de pessoas, muito diferentes entre si. O que alguém que passa pela rua poderia trocar por um desenho feito para ela?


No dia 7 de junho Nara Maria passou pela minha banca de trocas, sentou-se comigo e ficamos um tempo conversando sobre arte. Ela me disse que adorava pintar e gostava de todos os tipos de artesanato. Me falou que estava indo fazer compras e que na volta faria uma troca comigo. Algumas horas depois Nara me trouxe um embrulho. Na descrição do termo de troca, escreveu: “um presentinho - lápis com ursinho”. O que podia ser mais adequado de se trocar com uma desenhista era um lápis. Alguns que viram a divulgação acharam importante fazer algo para trocar comigo, algo que tivesse passado por suas mãos e demandado seu tempo e atenção. Outros artistas me propuseram obras de arte em troca (e devo aqui me desculpar com João Maciel, com o qual ainda tenho uma dívida em aberto pela troca). Algumas pessoas trocaram comigo alimentos. Houveram os que resolveram olhar em suas bolsas e bolsos se havia algo de descartável para trocar e também aqueles que não acreditavam ter nada consigo que pudesse ser trocado por um desenho e preferiram não participar. Também no dia 07 de junho a companhia de Dança Sesiminas se reuniu para trocar um desenho por “A nossa dança” e, então, cerca de cinco pessoas começaram a dançar no meio da rua ao som da voz de mais uma pessoa do grupo. A dança foi feita para mim, mas serviu a quem passasse pela rua, e aos sons de aplausos o grupo encerrou a sua troca. Na ação me posiciono como uma espectadora desses fluxos. Estive ali, naquela banquinha de troca, disposta a me relacionar com pessoas que não conhecia e a observar o que elas faziam. Ainda no dia 07 de junho ouvi alguém sugerir a um homem que participasse da ação. A resposta desse homem foi: você sabe que eu não negocio com mulher, a gente sempre sai perdendo. Eu, inconformada, com o que ouvi, disse ao homem que depois daquela fala, mesmo se ele quisesse, eu não trocaria nada com ele. Ele ficou chateado e disse que isso era um elogio, porque nós mulheres somos convincentes e boas negociadoras. No fim desse processo o que fica são as questões: será que aqueles que trocaram saíram satisfeitos com o acordo? Os que trocaram acreditam que essa troca foi justa?



ao som de paulo sérgio


paulo nazareth

ao som de paulo Sérgio

_____________________________________________------------------------------------------------------------------------------------------------177 eh o numero de PAULOs SERGIO DA SILVA que encontrei na lista da policia federal, os quais não poderiam voltar ao Brasil ou seriam presos, no mais recente retorno ao pais. ----__ eu PAULO SERGIO DA SILVA por batismo, sempre que saio ou entro nisto que chamam pátria, tenho que apresentar carteira de identidade, carteira de trabalho ou outro documento que conste nome de pai y mae _ papeis que constatam alguma prova de que não sou eu um dos outros inúmeros nascidos durante os anos da ditadura militar brasileira y que receberam o nome do cantante romântico pario ao REI. --- assim nestes dias de golpe a fragil democracia nacional, desenho, gravo, registro, ouzso os mortos y vivos , assassinos, assassinados,vitimas, vitimados, delinquentes, sem camisa y / ou fardados que carregam o mesmo nome que meu batismo .----------------------------------------------- ao som de PAULO SERGIO o cantante romantco dos anos de chumbo. https://aosomdepaulosergio.blogspot.com.br/ https://www.youtube.com/watch?v=ivvtcnDpDp8 ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------






entre a paisagem e o movimento


william gomes

entre a passagem e o movimento: uma investigação dos sujeitos e seus hiatos Flávia Azevedo Integrante da mostra coletiva Corpo presente: a performatividade da presença-ausência, exposição fotográfica individual de William Gomes traduz precisamente o manifesto potente proposto pela curadoria da mostra. A motriz de Corpo presente é a relação de proximidade presencial entre artista e espectador, em Entre a passagem e o movimento, William nos lança a um projeto que dialoga de maneira sensível com esse relevante discurso criativo, segundo o qual apenas contemplar a experiência estética já não é mais suficiente, reafirmando a necessidade da participação do espectador para que ela de fato aconteça. Extrapolando a proposta de site specific – um usual método de criação contemporânea –, William não só analisa as características físicas do prédio da galeria que recebe sua obra, mas também incorpora o que ele mesmo define como o “organismo vivo do prédio”, ou seja, as pessoas que ali habitam, ampliando o conceito e estendendo o trabalho ao que é vivo. Assim, reafirmando a ideia central do manifesto, o artista convida o espectador a protagonizar uma experiência que pulsa. Investigar os sujeitos foi o primeiro ponto dos muitos que delinearam esse experimento revelando traços de sua pesquisa, que costura a escuta, o diálogo e as adjacências. Essa ideia de proximidade com os sujeitos e de investigação de suas histórias é o que tece a poética do artista. A obra incorpora uma série fotográfica realizada a partir de conversas com indivíduos relacionados ao espaço da exposição. Com cada sujeito foi explorado um tema sugerido pelo artista, sendo eles: “expectativa”,


“proximidade”, “transição”, “palavra” e “interrupção”. Oito indivíduos – quatro deles em grupo, e os outros quatro individualmente – participaram do experimento proposto, em que as palavras exploradas ecoavam a partilha das vivências subjetivas de cada um. A partir da escolha das palavras pelos sujeitos, o artista e eles embarcavam em um diálogo em torno do que esses temas representavam em seus universos particulares. E, ao se aproximar das identidades desses sujeitos e investigá-las, Wiliam compreendia suas singularidades e sua interlocução com o mundo. É relevante observar a intenção do artista de zelar pelo que lhe foi revelado no cuidado durante o processo de aproximação das histórias compartilhadas e de transformação delas em pungentes registros fotográficos. Esse movimento fica evidente desde a abordagem dos sujeitos, passando pelos encontros em que se estabeleciam os diálogos, até a produção dos registros para a qual o artista usou o conceito de fotografia construída – que consiste em um processo de criação específico anterior ao ato fotográfico. A releitura da fotografia construída, feita por William, somada a esse cuidado, nos convoca a perceber a empatia do artista pelos encontros que confluem no convívio com o outro. O trabalho de William suscita um respiro em um mundo apartado, onde se fala menos, se escuta menos, se percebe menos o outro. E a foto, que é o que fica dessa experiência, exalta as histórias, seus percalços e seus gestos. Entre a passagem e o movimento é um contraponto à pressa que surge do individualismo imediatista da contemporaneidade, seja evocando uma lembrança pessoal, seja provocando uma possibilidade de mudança das relações.





desenha<3 carne que pula


karo botura efe godoy arthur camargos

carne que pula Nenhuma árvore ou pedaço de brita sairá ileso de sonho. Brincamos. Super-vida é a alta consciência em suspensão, cirurgia ao vivo. pula canta dança. O desenho é capaz de ouvir gritos e sussurros, sente carinho, ele emana, Amor. Mesmo que ofereçam a ofensa de uma ração, mesmo que condenem el cuerpo em nome do senhor sob as pilhas de poder \\\\\$///// faço uma prece sobre as fezes__ Vc é lindo e nojento! foraydentro (o grupo se chama pessoas*) é possível limpar e transmutar e cambiar a história do Espaço. A movida é física ----------------------------- [ ]Toda dança abre uma pequena brecha -------------Quanticamente é Universal. O ímpeto é de um pintor generoso degeneradx. Acrílica pastel óleo, o ódio é um afeto da pressa, tenhamos paciência, vamos devagar… o outrx é mto sensível~* É Urgente demorar …… ……. …. . …. . . ……………………………………..O amor é velho venha criança. ¶Cantemos, pois todxs sabem fazer A outra voz. Pedaço de esgoto ou pedaço de brilho, o ticket to paradiso apresenta: TUDO É POSSÍVEL, me encontra no toboágua do índio! Na clareira de uma caverna com os macaquinhos ========== RABISCO LIBERTA! urucum urucum urucum (mãozinha batendo na boca: uuuuuuuuuuuuuuuuuuuu) tatooo iu > >>xxxcruzamentoxxxx > Comer o outro e mantê-lo vivo do lado de for a //////////mundo feroz, a emoção é tão alta e passageira, pratique seu horror e alegria, grafite feito de ar, não é enfeite, Respiremos, respeito, respire * * * Ouço pessoas becoming bichos LOVERS NO ABISMO: são meninas batendo cabelos na água e rindo. Tatuagem na laranja e na alma, troca de citoplasma e cntp total Au auuuuu all ao ímpeto: salve o selvage!


:::::::::::::::::: e, se voltássemos a coisa mais primal/prismal: Abençoamentos, Líquidos... .. . AMOR VC É quando encontra esses espaços vazios, esta ZONA* q procuramos.... A arte que ocupa e preenche tudo, aquela que narra o coração e a procedência é muito perigosa à sociedade { Manter salões limpos }..... abre abre abre abre abre abre abre abre abre abre e namore /vc é biønicx cara!! Efe e Arthur amo vocês, gracias pela aventura! vamos indo >>>>>>> portal <<<<<<<<





ocupação afetiva




coletivo Nño juliana gontijo tatiane



gilmara oliveira

Nenhuma árvore ou pedaço de brita sairá ileso de sonho. Brincamos. Não me sinto tão boa com as palavras como me considero com o corpo em ação, mas acho relevante explanar sobre meu processo pictórico e a abertura oferecida pela Ticha para que a prática ocorresse neste espaço [Galeria de Arte do Centro Cultural SESIMINAS]. Integro a VESPA como artista e produtora, e passei a integrar a Mostra Coletiva em Processo – De Corpo Presente, devido a um convite que a curadora da Galeria, Ticha Maria, fez à Carolina Botura, também VESPA, de ocupação do espaço. Em uma das reuniões coletivas, soube que a galeria estaria aberta para que xs artistas envolvidxs ocupassem como um Ateliê Aberto, e assim nasceu uma nova vivência corporal geradora de pinturas em grandes formatos, deslocada parcialmente do que represento enquanto VESPA. Parcialmente, porque continuo a trabalhar com o corpo, e deslocada, porque a VESPA preza a coletividade e neste processo pictórico ressalta-se a individualidade. Individualidade esta que só existe no fazer artístico porque a temática é abrangente e global, visto que falo de questões do sagrado feminino empoderado, da não violência entre gêneros e de mulheres em luta. Pinto vagina Vagina pinto Em qualquer tamanho, técnica ou suporte Vagina pinto Pinto vagina





Påå Ma à parte




ações educativas








Realização Centro Cultural Sesiminas Gerente Karla Bittar

Projeto gráfico e diagramação Thaís Geckseni

Elaboração|curadoria | execução

Galeria de Arte do Centro Cultural Sesiminas Esther Mourão

Gestão Financeira Elenice Alves Batista

Assessoria de imprensa Personal Press Polliane Eliziário e Raquel Braga

Apoio manutenção|montagem

Luiz Pereira, Messias Albano, Carlos Magno, Dario Alves e equipe da LVA Serviços.

Agradecimentos Bárbara, Elenice, Aretha, Kátia Felix, Catia Nascimento, Marcinha, Fatinha, Vera Brasil, Ramom, Joana Braga, Adilson, Izabela, Avanir, Felipe, Cia. De Dança Sesiminas, Ana Clara, equipe de palco do Teatro Sesiminas, aos vigilantes Eliandro, Fábio, Samarone e Lúcio Sampaio, Humberto Rezende, Rute Assis que acreditaram nesse projeto e cujo apoio foi fundamental.




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