O LIVRO DE ALGUMAS PÁGINAS: A CULTURA DA PMEA

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Onde Fica o W.C.???

Autor: Tito, psicólogo

Certa ocasião uma família inglesa, foi passar as férias na Alemanha. No decurso de seus passeios, os membros da família foram olhar uma casa de campo que lhes pareceu adequada para as férias. Indagando sobre o proprietário, souberam tratar-se de um pastor protestante , a quem pediam licença para percorrer a casa. Esta os agradou bastante, não só por sua situação, com também pela comodidade. Tanto que os visitantes fizeram um acordo com o protestante (proprietário), para alugá-la. Regressando a Inglaterra, discutindo sobre a planta da casa a senhora Lembrou-se de não ter localizado o W.C. Endereçaram então, ao proprietário a seguinte carta: Como membros da família que a poucos dias o visitou a fim de alugar sua propriedade na Alemanha, com a finalidade de usá-la no verão, gostaríamos que nos informasse o local onde se encontra o W.C. O pastor que não conhecia o significado da Palavra W.C. julgando tratar-se da seita inglesa “White Chapel“ (Capela Branca), respondeu nos seguintes termos: Recebi sua carta e tenho o prazer de informar que o local a que se refere, fica a 12 km da casa. Muito cômodo, sobretudo quando se tem hábito de ir frequentemente. Em tal caso, é preferível levar comida, para lá ficar o dia todo. Alguns vão a pé e outros de bicicleta, visto não ter ainda meio de transporte mais adequado. Há lugar para quarenta pessoas sentadas e 100 em pé e ar condicionado para evitar inconvenientes de aglomeração. Os assentos são de veludo e recomenda-se ir cedo para obter lugar sentado. As crianças sentam-se ao lado dos adultos e todo mundo canta em coro. Na entrada é fornecido uma folha de papel para cada pessoa, mas, se chegar atrasado, pode-se usar a folha do parceiro ao lado , existem amplificadores de som, e tudo que se recolhe durante o ato é para as crianças carentes da região. Fotógrafos especiais tiram fotografias para o jornal da cidade de modo que todos possam ver as pessoas no cumprimento de seu dever humano. (autor desconhecido)


Quando se trata da cultura, no senso comum, as visões recaem sobre as diversas modalidades artísticas, folclore, festas tradicionais e costumes. Entretando em Amparo, ano 1993, teve um movimento inovador que rompeu com paradigmas tradicionais. O foco foi a cultura da própria prefeitura: a cultura organizacional. Neste episódio tivemos a parceria do CEPAM, órgão na época vinculado à USP, oferecendo apoio estratégico às prefeituras, que por ignorância ou comodismo pouca se aproveitavam das propostas da instituição estadual. Mas o CEPAM veio em Amparo. João e Eliana eram os mentores subvertendo a ordem com inovações.

Em plena concordância a Diretoria de Cultura, que assumíamos na época, mais de 300 servidores municipais foram atores de vivências significativas durante quase seis meses.

Semanalmente a dupla João e Eliana propiciavam desafios e reflexões sobre conteúdos diversos. Alguns deles eram:


comunicação interpessoal, cooperação, percepção de si e do outro, julgar e interpretar, preconceitos e outros mais. Com investimentos restritos somente à hospedagem, a prefeitura municipal estava obtendo um ganho sem comparação como outras iniciativas: estava investindo no emocional e na cultura interpessoal dos servidores. Os resultados foram concretos e objetivos, seja pela própria avaliação dos técnicos responsáveis do CEPAM, como também por parte dos servidores que se ‘serviram’ de um coquetel de experiências gratificantes. Mas outros resultados foram também

marcantes que resumidamente deixo como registro.

Colégio Nossa Senhora do Amparo palco do CEPAM

1. A

criação

Associação Municipais.

e

fundação de

da

Servidores

Iniciativa inédita na cidade oferecendo um canal de discussão, propostas e ações de interesse da coletividade.


2. Ante-projeto para a doação de futura área de recreação, lazer e camping no Jardim Jaguari, saída para Morungaba. 3. Criação do Cinema Municipal na antiga estação de trem da Mogiana. Para este projeto já haviámos conseguido a doação dos

equipamentos pela USP, desde que um projeto de lei fosse aprovado no sentido de oferecer acesso público a baixo custo e com entradas grátis para estudantes e clientes preferenciais.

O gerenciamento do cinema foi previsto ficar sob a responsabilidade da Associação dos Servidores, em plena constituição com sua diretoria. 4. Anexo Sala de Vídeos ao lado da estação de trem com a instalação de um ou dois vagões de trens com o obejtivo da projeção de curtas e filmes para estudantes das escolas públicas. Para este projeto


também iríamos contar com o apoio institucional da Universidade de São Paulo, USP.

5. E para dar um fecho com chave de ouro quanto ás consequências geradas pelo Treinamento CEPAM tivemos a elaboração de um anteprojeto de lei referente a um plano de modernização dos Cargos e Salários da PMEA. Um fato importante a destacar é que este plano organizacional foi elaborado a partir de comissões formadas pós-treinamento do CEPAM, então sem contar com custos de assessorias externas.

O ante-projeto que tratava do Plano de Cargos e Salários foi entregue aos cuidados do gabinete do prefeito, porém nenhum encaminhamento concreto foi realizado naquele ano de 1993 na forma de Projeto de Lei para a Câmara Municipal aprovar. 6. Outras conclusões com a minha saída da Diretoria de Cultura: - A Associação Municipal dos Servidores com direitoria independente não teve nenhuma ação proativa, tornando-se inativa. - a proposta do Cinema Municipal não foi levada adiante, apesar dos equipamentos oferecidos como doação para o município. O


necessário projeto de lei criando o referido Cinema Municipal jamais foi gerado e submetivo à apreciação do legislativo. - A doação do terreno do Bairro Jardim Jaguari nunca se concretizou, embora houvesse a viabilidade de gestão da Associação dos Servidores. - A Sala de Vídeos nunca teve alguma iniciativa do poder público no sentido de conseguir a doação de algum vagão de trem fora de uso, adaptando-o para projeções especiais. - O CEPAM através de João e Eliana não foram novamente acionados para reciclagens anuais sugeridas para a promoção de aperfeiçoamentos quanto aos conteúdos desenvolvidos. Muitas outras perdas também foram somadas a estas. Perdas

subjetivas quando aos efeitos multiplicadores junto aos servidores municipais. Perdas para com a população que poderia usufruir de momentos culturais inovadores. Perdemos o contado com o CEPAM, com Eliana e com João que nos deixou prematuramente. Ficaram as lembranças e uma delas guardo com carinho: um quadro presenteado pelo amigo João do CEPAM


Nota. O texto inicial “White Chapel” foi um dos ‘presentes’ oferecidos aos mais de 300 servidores que vivenciaram o gratificante “Treinamento do CEPAM”, que entre as lembranças deixou também marcas como fossem ‘tatuagens internas’ em nossas mentes. Gratidão! João & Eliana, onde quer que estejam. Nada foi em vão, apesar das perdas, apesar dos espinhos. PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES. GERALDO VANDRÉ Caminhando e cantando e seguindo a canção. Somos todos iguais braços dados ou não. Nas escolas nas ruas, campos, construções. Caminhando e cantando e seguindo a canção. Vem, vamos

embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Vem, vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Pelos campos há fome em grandes plantações. Pelas ruas marchando indecisos cordões. Ainda fazem da flor seu mais forte refrão. E acreditam nas flores vencendo o canhão. Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer. Há soldados armados, amados ou não Quase todos perdidos de armas na mão. Nos quartéis lhes ensinam antigas lições. De morrer pela pátria e viver sem razão. Vem, vamos embora, que esperar não é saber, Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.


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